Cursos no C.E.I.C. Editorial A borboleta e a arte espírita...

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Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220 Fone : (21) 3252-1437 Ano IX - Edição 155 - AGOSTO / 2016 www.irmaoclarencio.org.br Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio pág.6 pág.2 pág.4 pág.5 pág. 8 Na Seara Mediúnica: Compromisso Em Busca da Reforma Íntima: Desapego pág.11 Allan Kardec - Missionário da Luz: O menino Hippolyte pág. 9 Espiritismo na Arte: A figura humana na pintura pág. 7 Céu e Inferno - Esperanças e Consolações: Arrependimento Deus Causa Primeira: Deus e o homem Revista Espírita: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão A Família na visão Espírita: Parentesco e filiação Nesta Edição : pág. 16 Espiritismo e Ecologia: Mais plásticos que peixe no mar em 2050 Agradecemos ao BUREAU DE IMPRESSÃO BELLA COPY pela colaboração na impressão deste Boletim. (www.bellacopy.com.br) SEGUNDA-FEIRA /19:30 às 21:00 Curso de Treinamento para o Serviço da Desobsessão. TERÇA-FEIRA /18:00 às 19:15 • A vida de Yvonne do Amaral Pereira. TERÇA-FEIRA /19:30 às 21:00 • Curso de Orientação Mediúnica e Passes. • Curso de Orientação e Treinamento para Servi ços Específicos. • Curso de Orientação e Treinamento para o Aten- dimento Fraterno. • Curso de Orientação para o Trabalho de Trata- mento Espiritual. • Obras de André Luiz (livro: Nosso Lar/ livro: Mecanismos da Mediunidade). • Obras de Yvonne Pereira (livro: Devassando o Invisível/livro: Recordações da Mediunidade QUARTA-FEIRA / 17:30 às 18:30 • Esperanto (término 19h). • Grupo de Estudos Antonio de Aquino (livro: No Invisível). QUINTA-FEIRA / 15:00 às 16:30 • O que é o Espiritismo. • História do Espiritismo ( 2° Semestre) • O Livro dos Espíritos. • O Evangelho Segundo o Espiritismo. • O Livro dos Médiuns. • O Céu e o Inferno. • A Gênese. • Obras Póstumas. • Obras de Léon Denis (livro: Depois da Morte). 4 18:20 às 19:10 • Aprofundamento de O Livro dos Espíritos 4 19:30 às 21:00 • O que é o Espiritismo. • História do Espiritismo ( 2° Semestre) • O Livro dos Espíritos. • O Evangelho Segundo o Espiritismo. • O Livro dos Médiuns. • O Céu e o Inferno. • A Gênese. • Obras Póstumas. • Obras de Léon Denis (Livro: Depois da Morte). • Revista Espírita. Sábado / 8:30 às 9:30 ou 16:30 às 17:30 • Curso Permanente para Médiuns do CEIC – (2º e 4º sábados do mês). 4 09:50 às 11:10 A Família na Visão Espírita - (aberto a todos - 2 o e 4 o sábados do mês). 4 16:00 às 17:30 • Valorização da Vida (aberto a todos). • O que é o Espiritismo. • História do Espiritismo( 2° Semestre) • O Livro dos Espíritos. • O Evangelho Segundo o Espiritismo. • O Livro dos Médiuns. • O Céu e o Inferno. • A Gênese. • Obras Póstumas. • Curso de Orientação Mediúnica e Passes. O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês). • Obras de Allan Kardec para Jovens de 18 a 25 anos. Cursos no C.E.I.C. Editorial A borboleta e a arte espírita Sabemos que a Pintura, a Escultura, a Arquitetura, e a Poesia inspiraram-se suces- sivamente nas ideias pagãs e nas cristãs. Questionado sobre a possibilidade de haver uma Arte Espírita após a Arte Cristã, o Espírito Alfred de Musset assim se expressou: “— Fazeis uma pergunta respondida por si mesma. O verme é verme; torna-se bi- cho da seda; depois, borboleta. Que há de mais aéreo, de mais gracioso do que uma borboleta? Então! A Arte Pagã é o verme; a Arte Cristã é o casulo; a Arte Espírita será a borboleta”. (¹). Para enriquecer nosso entendimento segue o que nos diz Léon Denis: “Em todos os domínios, a ideia espírita vai fecundar o pensamento em atividade”. (²) “... quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros...” (³). “O objetivo essencial da Arte é a procura e a realização da beleza e, ao mesmo tempo, a procura de Deus, pois Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza”. (¹¹). Portanto, leitor amigo, diante de tudo o que nos dizem os textos acima mais nos convencemos de que o reino de Deus é constituído de pura beleza. Que possamos desde já cultivar o belo em nossa caminhada. Que saibamos apreciar toda a beleza que Deus nos oferta a cada instante da vida e fazer dela o espelho onde se refletirá a nossa imagem. Paz em nossos corações! (¹) Arte e Espiritismo, Renato Zanola (organizador). (²) O Problema do Ser e do Destino, Léon Denis, 3ª parte, capítulo XXIII. (³) Obras Póstumas, texto “O Espiritismo transformando a Arte”, nesta edição. (¹¹) O Espiritismo e a Arte, Léon Denis.

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Ano IX - Edição 155 - AGOSTO / 2016www.irmaoclarencio.org.br

Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio

pág.6

pág.2

pág.4

pág.5

pág. 8

Na Seara Mediúnica:Compromisso

Em Busca da Reforma Íntima:Desapego

pág.11 Allan Kardec - Missionário da Luz:O menino Hippolyte

pág. 9

Espiritismo na Arte:A figura humana na pintura

pág. 7

Céu e Inferno - Esperanças e Consolações:Arrependimento

Deus Causa Primeira:Deus e o homem

Revista Espírita:Vossos filhos e vossas filhas profetizarão

A Família na visão Espírita:Parentesco e filiação

Nesta Edição :

pág. 16 Espiritismo e Ecologia:Mais plásticos que peixe no mar em 2050

Agradecemos ao Bureau de Impressão Bella Copy pela colaboração na impressão deste Boletim.(www.bellacopy.com.br)

SEGUNDA-FEIRA /19:30 às 21:00• Curso de Treinamento para o Serviço da Desobsessão.TERÇA-FEIRA /18:00 às 19:15• A vida de Yvonne do Amaral Pereira.TERÇA-FEIRA /19:30 às 21:00• Curso de Orientação Mediúnica e Passes.• Curso de Orientação e Treinamento para Servi ços Específicos.• Curso de Orientação e Treinamento para o Aten-dimento Fraterno.• Curso de Orientação para o Trabalho de Trata-mento Espiritual.• Obras de André Luiz (livro: Nosso Lar/ livro: Mecanismos da Mediunidade).• Obras de Yvonne Pereira (livro: Devassando o Invisível/livro: Recordações da MediunidadeQUARTA-FEIRA / 17:30 às 18:30• Esperanto (término 19h).• Grupo de Estudos Antonio de Aquino (livro: No Invisível).QUINTA-FEIRA / 15:00 às 16:30• O que é o Espiritismo.• História do Espiritismo ( 2° Semestre)• O Livro dos Espíritos.• O Evangelho Segundo o Espiritismo.• O Livro dos Médiuns.• O Céu e o Inferno.• A Gênese.• Obras Póstumas.• Obras de Léon Denis (livro: Depois da Morte).4 18:20 às 19:10• Aprofundamento de O Livro dos Espíritos4 19:30 às 21:00• O que é o Espiritismo.• História do Espiritismo ( 2° Semestre)• O Livro dos Espíritos.• O Evangelho Segundo o Espiritismo.• O Livro dos Médiuns.• O Céu e o Inferno.• A Gênese.• Obras Póstumas.• Obras de Léon Denis (Livro: Depois da Morte).• Revista Espírita.Sábado / 8:30 às 9:30 ou 16:30 às 17:30• Curso Permanente para Médiuns do CEIC – (2º e 4º sábados do mês).4 09:50 às 11:10 A Família na Visão Espírita - (aberto a todos - 2o e 4o sábados do mês).4 16:00 às 17:30• Valorização da Vida (aberto a todos).• O que é o Espiritismo.• História do Espiritismo( 2° Semestre)• O Livro dos Espíritos.• O Evangelho Segundo o Espiritismo.• O Livro dos Médiuns.• O Céu e o Inferno.• A Gênese.• Obras Póstumas.• Curso de Orientação Mediúnica e Passes.• O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês).• Obras de Allan Kardec para Jovens de 18 a 25 anos.

Cursos no C.E.I.C. Editorial

A borboleta e a arte espíritaSabemos que a Pintura, a Escultura, a Arquitetura, e a Poesia inspiraram-se suces-sivamente nas ideias pagãs e nas cristãs. Questionado sobre a possibilidade de haver uma Arte Espírita após a Arte Cristã, o Espírito Alfred de Musset assim se expressou:

“— Fazeis uma pergunta respondida por si mesma. O verme é verme; torna-se bi-cho da seda; depois, borboleta. Que há de mais aéreo, de mais gracioso do que uma borboleta? Então! A Arte Pagã é o verme; a Arte Cristã é o casulo; a Arte Espírita será a borboleta”. (¹).

Para enriquecer nosso entendimento segue o que nos diz Léon Denis:“Em todos os domínios, a ideia espírita vai fecundar o pensamento em atividade”. (²)“... quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa

fonte as mais sublimes inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros...” (³).“O objetivo essencial da Arte é a procura e a realização da beleza e, ao mesmo

tempo, a procura de Deus, pois Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza”. (¹¹).

Portanto, leitor amigo, diante de tudo o que nos dizem os textos acima mais nos convencemos de que o reino de Deus é constituído de pura beleza.

Que possamos desde já cultivar o belo em nossa caminhada.Que saibamos apreciar toda a beleza que Deus nos oferta a cada instante da vida e

fazer dela o espelho onde se refletirá a nossa imagem.Paz em nossos corações!

(¹) Arte e Espiritismo, Renato Zanola (organizador).(²) O Problema do Ser e do Destino, Léon Denis, 3ª parte, capítulo XXIII.(³) Obras Póstumas, texto “O Espiritismo transformando a Arte”, nesta edição.(¹¹) O Espiritismo e a Arte, Léon Denis.

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 2

Deus - Causa Primeira

"Párias em Redenção", Victor Hugo, psicografia Divaldo FrancoEditora FEB.

Se você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas : O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo,O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.Com esse embasamento você saberá selecionar bons livros da Literatura Espírita.

• Sugestão do mês:

Dia : 07 / 08 / 2016 - 16 horasCulto no Lar de Percília Werdan

Atividades Doutrinárias

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InformatIvo do CeIC

Sugestão de Leitura

Deus e o homem

"Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. (O Livro dos Espíritos, questão 1).

A prova da existência de Deus se encontra “Num axioma que aplicais às vos-sas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá”.

(O Livro dos Espíritos, questão 4).

Deus criou a Terra, à maneira de um paraíso repleto de fontes e de flores para as criaturas em evolução.O homem dilapidou-lhe a face, a pretexto de buscar recursos e cul-tivá-los para a própria alimentação.

Deus formou o solo do Planeta com incalculáveis tesouros.O homem encontrou vestígios de semelhantes riquezas e bastou isso para escavar-lhe o corpo, apro-priando-se das criações divinas e instalando antagonismos entre os próprios irmãos para transformá-las em objeto de cobiça e ambição des-vairada.

Deus levantou árvores, destinando-as à proteção da vida.O Homem, no entanto, derrubou-as, não apenas a fim de aproveitá-las na edificação de moradias, se-gundo as finalidades que lhes foram assinaladas, mas simplesmente por bagatelas ou para complementar o espetáculo de pavorosos incêndios.

Deus inspirou a formação da dina-mite para facilitar a construção de estradas que favorecessem o inter-câmbio entre os povos.O Homem, entretanto, empregou-a na fabricação de bombas para a destruição de comunidades indefe-sas.

Deus plasmou a beleza e a música, a arte e a ciência, da conjugação das quais nascesse a paz entre os seres.O Homem inventou planos de he-gemonia e fez a guerra que se ali-menta com milhões de vidas, ex-pulsando, vaidosamente, a paz do ambiente deles mesmos.

Quando observares a Terra, sofren-do agressões à natureza e estabel-ecendo a dominação da guerra, não incluas Deus em tuas indagações, porque já sabes de quem é a culpa.

Fonte: Monte Acima, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Edi-tora GEEM.

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 3

Semeando o Evangelho de Jesus

Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Se-nhor! Senhor! - Mas, de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão cristãos os que o honram com exte-riores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupi-dez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus se-melhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração. Pela forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão dirão eles a Jesus: “Se-nhor! não profe-tizamos, isto é, não ensinamos em teu nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não comemos e bebemos contigo?” Ele lhes responderá: “Não sei quem sois; afastai-vos de mim, vós que cometeis iniquidades, vós que desmentis com os atos o que dizeis com os lábios, que caluniais o vosso próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério. Afastai-vos de mim,

Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; ape-nas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. - Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? - Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade.

(S. Mateus, cap. VII, vv. 21 a 23.)

vós cujo coração destila ódio e fel, que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis corram lágrimas, em vez de secá-las. Para vós, ha-verá prantos e ranger de den-

tes, porquanto o reino de Deus é para os que são brandos, hu-mildes e caridosos. Não espe-reis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genu-flexões. O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da práti-ca sincera da lei de amor e de caridade.”

São eternas as palavras de Je-sus, porque são a verdade. Constituem não só a salva-guarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conserva-rão, porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas pala-vras, serão como a casa edifi-cada na areia. o vento das re-novações e o rio do progresso as arrastarão.

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo XVIII, itens 6 e 9, Edi-tora FEB.

"Senhor! Senhor!" “Eis que o Semeador saiu a semear.”

"Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm

a prece nos lábios e não no coração."

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Revista Espírita

Vossos filhos e vossas filhas profetizarãoO Sr. Delanne, que muitos de nos-sos leitores já conhecem, tem um filho de oito anos. Esse menino, que a todo instante ouve falar de Espiritismo em sua família, e que muitas vezes assis-te às reuniões dirigidas por seu pai e sua mãe, foi, assim, iniciado muito cedo na doutrina, muitas vezes sur-preendendo pela justeza com que ra-ciocina seus princípios. Isto nada tem de espantoso, pois é apenas o eco das ideias com que foi embalado. Tam-bém não é o objetivo deste artigo: é apenas para entrar no assunto do fato que vamos relatar e tem seu propósito nas circunstâncias atuais.

As reuniões do Sr. Delanne são gra-ves, sérias, e conduzidas com perfeita ordem, como devem ser todas aquelas nas quais se quer colher frutos. Em-bora as comunicações escritas nelas ocupem o primeiro lugar, aí também se cuida de manifestações físicas e tiptológicas, mas como ensinamento e jamais como objeto de curiosidade. Dirigidas com método e recolhimento, e sempre apoiadas em algumas expli-cações teóricas, estão, pela impressão que produzem, habilitadas a levar à convicção.

É em tais condições que as manifestações físicas são realmente úteis. Falam ao Espírito e impõem silêncio à zombaria. A gente se sen-te em presença de um fenômeno, cuja profundeza se entrevê, e que afasta até a ideia da brincadeira. Se estes ti-pos de manifestações, de que tanto se tem abusado, fossem sempre apresen-tados dessa maneira, e não como di-vertimento e pretexto para perguntas fúteis, a crítica não as teria acusado de charlatanice. Infelizmente, muitas vezes deram ensejo a isto.

“Allan Kardec, durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo (1858 – 1869), ofereceu-nos, ao vivo, toda a História do Espiritismo, no processo de seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove”. (Introdução, Revista Espírita de 1858, EDICEL).Assim se expressa Allan Kardec sobre a Revista Espírita, em O Livro dos Médiuns, item 35 (4º): “Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que complementam o que se encontra nas duas obras precedentes (O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, conforme item 35-3º), formando-lhes, de certo modo, a aplicação”.

O filho do Sr. Delanne muitas vezes se associava a essas manifestações e, influenciado pelo bom exemplo, as considerava como coisa séria.

Um dia se encontrava com uma pessoa de suas relações e brincava no pátio da casa com sua priminha, de cinco anos, dois meninos, um de sete, outro de quatro anos. Uma senhora que morava no térreo os compeliu a entrar em sua casa e lhes deu bom-bons. As crianças, como se pode ima-ginar, não se fizeram rogadas.

A senhora perguntou ao filho do Sr. Delanne:

P. – Como te chamas, meu filho?Resp. – Eu me chamo Gabriel, se-

nhora.P. – Que faz teu pai?Resp. – Senhora, meu pai é espírita.P. – Não conheço esta profissão.Resp. – Mas, senhora, não é uma

profissão. Meu pai não é pago para isto; ele o faz com desinteresse e para fazer o bem aos homens.

P. – Menino, não sei o que queres dizer.

Resp. – Como! Jamais ouvistes fa-lar das mesas girantes?

P. – Muito bem, meu amigo, gosta-ria que teu pai estivesse aqui para as fazer girar.

Resp. – É inútil, senhora; eu mesmo tenho o poder de fazê-las girar.

P. – Então, queres experimentar e me fazer ver como se procede?

Resp. – Com muito gosto, senhora.Dito isto, ele se senta ao pé da

mesinha da sala e faz sentar os seus três amiguinhos; e eis os quatro, gra-vemente pondo as mãos em cima. Gabriel fez uma evocação em tom muito sério e com recolhimento. Mal terminou, e para grande estupefação

da senhora e das crianças, a mesinha ergueu-se e bateu com força.

– Perguntai, senhora, quem vem responder pela mesa.

A vizinha interroga e a mesa soletra as palavras: teu pai. A mulher torna-se pálida de emoção. E continua: Pois bem, dizei, meu pai, se devo enviar a carta que acabo de escrever? – A mesa responde: Sim, sem falta. – Para provar que realmente és tu, meu pai, que estás aqui, poderias dizer-me há quantos anos estás morto? – Logo a mesa bate oito pancadas bem acen-tuadas. Era justamente o número de anos. – Poderias dizer o teu nome e o da cidade em que morrestes? – A mesa soletra os dois nomes.

As lágrimas jorraram dos olhos daquela senhora que, consternada por esta revelação e dominada pela emoção, não pôde mais continuar. Seguramente este fato desafia toda suspeita de preparação do instru-mento, de ideia preconcebida e de charlatanismo. Também não se po-dem pôr os dois nomes soletrados à conta do acaso. Duvidamos muito que esta senhora tivesse recebido tal impressão numa das sessões dos Srs. Davenport, ou qualquer outra do mesmo gênero. Aliás, não é a pri-meira vez que a mediunidade se re-vela em crianças, na intimidade das famílias. Não é a realização daque-las palavras proféticas: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão? (Atos dos Apóstolos, 2:17).

Allan Kardec

Fonte: Revista Espírita, Allan Kar-dec, outubro de 1865, Editora FEB.

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Parentesco e filiaçãoQual a conexão entre a consangui-nidade e o destino? - Nos elos da con-sanguinidade, reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação.

Que precisamos para vencer na luta doméstica? - Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devo-tamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta do-méstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilita-ção e do reajuste.

O que foram, em vidas anteriores, os pais despóticos? - Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.

E o filho rebelde? - O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinquência.

E a filha desatinada? - A filha detida nos desregramentos do coração é a jo-vem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade.

A Família na Visão Espírita

Para a sociedade o relaxamento dos laços de família seria uma recrudescência do egoísmo. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 775).“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel”.

Paulo (I Timóteo, 5:6)

E o marido desleal? - O marido in-grato e desleal, em muitas circunstân-cias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção, com os próprios exemplos menos felizes.

E a esposa desorientada? - A compa-nheira desorientada que nos amarga o sentimento, é a mulher que menospre-zamos, em outra época, obrigando-a a resvalar no poço da loucura.

E os parentes abnegados? - Os paren-tes abnegados, em que nos escoramos,

são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicer-ces da amizade e do entendimento, proporcionando-nos o reconforto da segurança recíproca.

Como influir o nosso passado no cli-ma familiar e na atividade profissio-nal? - Cada elo de simpatia ou cada sombra de desafeto, que surpreende-mos na família ou na atividade pro-fissional, são forças do passado a nos

pedirem mais amplas afirmações de trabalho na vitória do bem.

Em vista de tudo isso, que nos cabe fazer ante os parentes? - Diante dos parentes e dos companheiros de jor-nada, consagremo-nos à felicidade de todos e façamos o melhor ao nosso al-cance, a benefício de cada um.

O que devemos fazer se a presença de alguém nos é penosa? - Se a presença de alguém nos é penosa ou difícil ao coração, anulemos os impulsos nega-

tivos que nos sur-jam na alma e con-vertamos as nossas relações com esse alguém numa se-menteira constante de paz e luz.

Todo laço de parentesco possui razão de ser? - Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.

Fonte: Leis de Amor, Emmanuel, psi-cografia de Francisco Cândido Xa-vier (capítulos pares) e Waldo Vieira (capítulo ímpares), questões 6 a 17, Edições FEESP.

"Diante dos parentes e dos companheiros de jornada, consagremo-nos à felicidade de todos e façamos o melhor ao nosso alcance,

a benefício de cada um."

Fonte: Reflexões - Volume IEspírito : Dr. HermannPsicografia : Altivo Carissimi Pamphiro

Gotas de Luz

Seleção de textos :José Roberto Gouvêa

"No mundo dos espíritos, almas se encontram, se reencontram, prometem-se mutuamente, trabalham e caminham juntas, igualmente, para o trabalho da elevação.Iluminai vossos conceitos acerca do mundo invisível para que a morte, esta senhora tão temida, seja encarada como uma força da Lei de Deus"

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 6

loCal: Centro espírIta Irmão ClarênCIo

Encontros E Seminários

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data: 25/09/2016

Em Setembro

Arrependimento(*)

Céu e Inferno - Esperanças e Consolações

O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração,

não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.

Arrependimento, expiação e repa-ração constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conse-quências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do con-trário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.

O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.

Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal.

A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal.

Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má--vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e

em condições voluntariamente esco-lhidas, de modo a demonstrar-lhes re-conhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem to-das as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se tem sido orgu-lhoso, amável se foi austero, caridoso se tem sido egoísta, benigno se tem sido perverso, laborioso se tem sido ocioso, útil se tem sido inútil, frugal se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.(¹)

(¹) A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça que se pode considerar verdadeira lei de reabilitação morai dos Espíritos. En-tretanto, essa doutrina religião algu-ma ainda a proclamou. Algumas pes-soas repelem-na porque acham mais cômodo o poder quitarem-se das más ações por um simples arrependimento, que não custa mais que palavras, por meio de algumas fórmulas; contudo,

crendo-se, assim, quites, verão mais tarde se isso lhes bastava. Nós pode-ríamos perguntar se esse princípio não é consagrado pela lei humana, e se a justiça divina pode ser inferior à dos homens? E mais, se essas leis se dariam por desafrontadas desde que o indivíduo que as transgredisse, por abuso de confiança, se limitasse a dizer que as respeita infinitamente.

Por que hão de vacilar tais pessoas perante uma obrigação que todo ho-mem honesto se impõe como dever, segundo o grau de suas forças?

Quando esta perspectiva de repa-ração for inculcada na crença das massas, será um outro freio aos seus desmandos, e bem mais poderoso que o inferno e respectivas penas eternas, visto como interessa a vida em sua plena atualidade, podendo o homem compreender a procedência das circunstâncias que a tornam pe-nosa, ou a sua verdadeira situação.

(*) Título criado para este trecho do texto. Título do texto completo: Código Penal da Vida Futura.

Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kar-dec, 1ª parte, capítulo VII, Código Penal da Vida Futura, itens 16 e 17, Editora FEB.

A obra O Céu e o Inferno, Allan Kardec, “objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no mundo espiritual, como consequência de seus próprios atos”. (O Céu e o Inferno, capa, 61ª edição, Editora FEB).E assim, reencarnando e desencarnando, o Espírito prossegue em sua jornada em busca da perfeição, sendo herdeiro de si mesmo.

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Os primeiros Jogos Olímpicos da história tiveram lugar há 2.860 anos, no século VIII a.C., na cida-de de Olímpia, na Grécia.

Os Jogos eram acontecimento mais importante da Grécia Anti-ga: ao estágio da Olímpia compa-reciam cerca de 40.000 pessoas. Quando os jogos começavam, suspendiam-se as guerras, quan-do terminavam eram erguidas es-tátuas aos atletas vencedores. A história escrita da Humanidade, começa a partir dos primeiros Jo-gos Olímpicos.

Era costume os atletas correrem com o peito nu, tendo como única vestimenta uma tanga. Porém, na décima quinta Olimpíada, acon-teceu que um corredor chamado Orsipos “rasgou a tanga”- segun-do o relato do historiador Pausâ-nias - “fazendo o percurso sem as vestimentas, e conseguindo assim a vitória, porque sabia que um homem despido corre com mais facilidade que outro vestido”. Pausânias conta que o povo, in-dignado, gritou contra Orsipos, mas não porque se mostrara des-pido, já a nudez era um estado na-tural, um costume aceito nos gi-násios e conferências, lugares em que se educava a juventude gre-ga – mais sim porque “ao correr com menos roupa o peso fica em vantagem sobre os outros corre-dores”. O gesto de Orsipos influiu decididamente na história da arte e na representação da figura hu-mana despida. A partir desta data, o artista grego inicia o estudo do corpo humano, determina suas proporções ideais, estuda anato-mia, o movimento, as feições e a expressão: estabelece realmente as bases para a evolução da arte, desde a Antiguidade até o Renas-cimento, e daí até nossos dias. Quando Michelangelo modela David ou pinta o Deus do Juízo Final está bebendo nas fontes da

Espiritismo na Arte

A figura humana na pinturapo não pode realizar. Também é preciso dizer que não se trata de uma invenção recente. Ao contrá-rio, Vassari (1511-1574), o antigo cronista italiano, em seu conhecido livro A vida dos melhores artistas italianos, explica que o primeiro a utilizar um boneco de madeira para praticar o desenho da figura huma-na foi o pintor renascentista Frei Bartolomeu (1474-1517). Ou seja, trata-se de um material para a prá-tica das Belas Artes que vem sen-do utilizado há, aproximadamente, 500 anos.

Fonte de pesquisa: NU A ÓLEO- José M. Parramon

escultura clássica grega; quando Picasso pinta estilo neoclássico, está observando os Apolos e as Vênus da arte helênica.

A figura humana na pré-história

A primeira obra de arte conhe-cida na história da Humanida-de é a figura de uma mulher nua, uma estatueta de pedra calcária de 11,4cm, conhecida como a Vênus de Willendorf, cuja idade remonta a 21.000 anos antes de Cristo. Ao mesmo período paleolítico perten-cem, entre outras, a Vênus de Las-pugue e a Vênus de Laussel.

Estudo da figura humana com manequim articulado

O Manequim, ou boneco articula-

do, fabricado conforme as propor-ções ditadas pelo padrão da figura humana e com um sistema de rótu-las que permite articulá-lo para re-produzir todas as posições em que um homem ou uma mulher podem ficar, em repouso ou em movimen-to. Além disso o sistema de rótulas é montado de modo a não permitir os movimentos que o nosso cor-

Objetivo da Arte

Dissemos que o objetivo essencial da arte é a procura e a realização da beleza; é, ao mesmo tempo, a procura de Deus, pois que Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza física e moral.

Quanto mais a inteligência se apura, se aperfeiçoa e se eleva, mais se impregna da ideia do belo. O objetivo essencial da evolução, portanto, será a procura e a conquista da beleza a fim de realizá-la no ser e nas suas obras. Tal é a norma da alma na sua ascensão infinita.

Fonte de consulta:O Espiritismo na Arte- parte I – Léon Denis; editora CELDOrganizado por GLORIA MACHAY

Complementação Doutrinária

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 8

Em Busca da Reforma Íntima

Denominamos “desapego defensivo” o mecanismo de fuga da realidade, utilizado, de forma inconsciente ou não, por pessoas que possuem um constrangimento autoim-posto proveniente do medo de amar, ou mesmo de se perder na sede de amor por ob-jetos, pessoas ou ideias e de serem absorvi-das por enorme necessidade de dependência e submissão fora do próprio controle.

Esse “desapego de proteção” tem como base profunda um processo mental ativado tão logo o indivíduo perceba algo ou alguém que tenha grande significado para ele, e que, se o perdesse, seria muito doloroso. Ele ado-ta uma atitude de contenção dos sentimentos e se isola com indiferença e desprezo diante do seu mundo sensível.

Declara-se desinteressado e frio, manten-do por postura íntima o seguinte pensamen-to: “Eu não me importo”, quer dizer, “Não abro as portas do meu sentimento”. (Aliás, a palavra ‘importar” vem do latim impor-tare - “trazer para dentro” ou “trazer para si”). Assim, ele não se sentirá frustrado ou ameaçado pelos conflitos, porquanto supõe ter atingido um “real desapego”, quando, na verdade, apenas utiliza uma desistência da expressão, do anseio, da vontade, da satisfa-ção e da realização pessoal, ou seja, restrin-ge e mutila a vida ativa.

Por outro lado, o “desapego saudável” é uma vivência que leva ao crescimento ín-timo e a uma expansão da consciência, en-quanto a experiência defensiva conduz a um bloqueio das sensações, fazendo com que as pessoas vivam numa aparente fuga social, exibindo atos e comportamentos fictícios, envolvidas que estão por uma atmosfera de falsa renúncia e altruísmo.

É considerada pelos Espíritos Superiores como «duplo egoísmo» a atitude de certos “homens que vivem na reclusão absoluta

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 919)“Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida”. Carl Gustav Jung (Entrevista e Encontros; Editora Cultrix).

Não adianta “fecharmos as cortinas da janela da alma” a fim de levarmos uma vida de sonhos - repleta de pensamentos e vazia de experiências -, atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um “desapego defensivo”, ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.

para fugir ao contato do mundo”. (¹)Não podemos nos esconder atrás de va-

lores sagrados para camuflar conflitos de caráter afetivo, sexual, profissional, cultural, religioso — isso é escapismo. Enfim, uma deserção da participação social é, na verda-de, um fenômeno retardatário do amadure-cimento psicológico. Esse tipo de desapego, que parece ter como motivo um imenso des-prendimento por bens materiais ou pessoas, comprova, acima de tudo, ser apenas um desejo de fuga ou um receio proveniente do egoísmo.

Uma atitude autoimposta por dúvidas e desconfiança, insegurança e temor, além de nos autoagredir, nos afasta do caminho natu-ral e nos desvia do dinamismo evolutivo da Vida Providencial. Não adianta “fecharmos as cortinas da janela da alma” a fim de levar-mos uma vida de sonhos - repleta de pensa-mentos e vazia de experiências -, atenuando ou impedindo os estímulos externos. Isso é um “desapego defensivo”, ou resignação neurótica, e não uma virtude genuína.

As criaturas do mundo estão cheias de fictícios desapegos que, na realidade, redu-zem a visão da verdadeira espiritualidade, dificultando as muitas maneiras de despertar as potencialidades da alma.

Diz-se que um indivíduo “apegado” é indeciso e inerte, porque perdeu a conexão consigo mesmo; não sabe mais o que quer para si, não mais navega os mares nem des-brava os continentes de seu reino interior - desviou-se de sua rota existencial. Disse Je-sus: “Em verdade, em verdade, vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guardá--la-á para a vida eterna.” (²)

O entendimento das palavras do Mestre

pode nos libertar do sofrimento a que nos arremessou o apego. O “amar a vida” ou “odiar a vida” a que o Cristo se refere é, exa-tamente, o despertar ou a conscientização de que as coisas vêm e vão na nossa existência, e que é preciso adotar a prática do desapego em relação a elas. O apego é a memória da “dor” ou do “prazer” passado, que carrega-mos para o futuro. Atrás de cada sofrimento existe um apego. “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto”. Eis a ex-celência da mensagem: tudo em nossa vida terrena é transitório, vai passar; vai mudar e ir além... Os “grãos de trigo” vão tomar uma nova feição - se transformarão num imenso trigal e, mais adiante, se converterão na pro-digalidade do alimento generoso.

Apego é a não aceitação da impermanên-cia das coisas. Na Terra nada se perpetua, somente a alma é imortal.

(¹) L.E. , questão 770 e 770-a.

Que pensar dos homens que vivem na reclusão absoluta para fugir ao contato do mundo?

Duplo egoísmo.

Mas se esse retiro tem por objetivo uma expiação, impondo-se uma privação peno-sa, não é ele meritório?

Fazer mais de bem do que se faz de mal, é a melhor expiação. Evitando um mal ele cai em outro, visto que esquece a lei de amor e de caridade.

(²) João, 12:24 e 25

Fonte: O Prazeres da Alma, Hammed, psi-cografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Editora Boa Nova.

Em Busca da Reforma Íntima

Desapego

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Compromisso

Na Seara Mediúnica

Como deve proceder o médium que se reconhece detentor de compromisso mediúnico para utilizar corretamente as suas forças medianímicas?

Nesse campo impõe-se-lhe um cuida-doso estudo da própria personalidade, a fim de identificar as deficiências morais e corrigi-las, equilibrar as oscilações da emotividade, policiando o temperamen-to. Igualmente, o exercício das atitudes comedidas se lhe faz impresci ndível para os resultados superiores que persegue na vivência das funções paranormais.

Além do dever imediato de moralizar--se para assumir o controle das suas forças medianímicas, o sensitivo deve instruir-se nos postulados espíritas, a fim de conhe-cer as ocorrências que lhe dizem respeito, adestrar-se na convivência dos Espíritos, saber conhecê-los, identificar as “leis dos fluidos”, selecionar os seus dos pensa-mentos que lhe são inspirados, discernir quando a mensagem procede de si mes-mo e quando flui através dele, provinda de outras mentes... Igualmente cabe-lhe conhecer as revelações sobre o Mundo Espiritual, despido do fantástico e do so-

brenatural, do qual a vida na Terra é sími-le imperfeito, preparando-se, igualmente, para enfrentar as vicissitudes e vadear-lhes as águas, quando ocorrer a desencarnação.

A mediunidade não tem qualquer im-plicação com religião, conduta, filosofia, crença... A direção que se lhe dá é que a torna portadora de bênçãos ou desditas para o seu responsável. Com a Doutrina Espírita, porém, aprende-se a transfor-má-la em verdadeira ponte de luz, que faculta o acesso às regiões felizes onde vivem os bem-aventurados pelas con-quistas vitoriosamente empreendidas.

Embora vivendo no turbilhão da vida hodierna, o médium não pode prescin-dir do hábito da oração, aliás, ninguém consegue planar acima das vicissitudes infelizes sem o benefício da prece, que luariza a alma por dentro, acalmando-a e inspirando-a, ao mesmo tempo favore-cendo-a com as forças para os voos deci-sivos, na conquista dos altos píncaros...

Paralelamente, a vida interior de refle-xões favorece o registro das mensagens que lhe são transmitidas, fazendo com que aprenda o silêncio íntimo com que

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa fa-culdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 159, Editora FEB).

se capacita para a empresa. (No Limiar do Infinito, Cap. 10, Joan-

na de Angelis/Divaldo P. Franco-LEAL).

Por que razão a maioria dos médiuns são, de preferência, utilizados por Enti-dades tão doentes quanto eles?

Mediunidade é compromisso com a consciência sedenta de recomposição do passado. É meio de servir com seguran-ça e desprendimento por ensejar traba-lho a outrem por intermédio de alguém... Talvez não sejas um grande médium, co-nhecido e disputado pela louvação dos homens; no entanto, procura constituir--te obreiro do amor, que não é ignorado pelos infelizes, podendo ser identificado pelos sofredores da Erraticidade.

(Dimensões da Verdade, Cap. Tran-seuntes, Joanna de Angelis/Divaldo P. Franco - LEAL).

Fonte: Qualidade na Prática Mediú-nica - Projeto Manoel Philomeno de Miranda, 1ª parte - Os Espíritos Res-pondem, capítulo: Compromisso, per-guntas 13 e 14, Editora LEAL.

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Do Outro Lado da Vida

1. - Evocação: - R. Eis-me aqui.

2. - Vossa irmã pediu-nos para evo-car-vos, pois, conquanto seja mé-dium, não está ainda bastante desen-volvida. - R. Responderei da melhor forma possível.

3. - Em primeiro lugar ela deseja sa-ber se sois feliz. R. - Estou na erratici-dade, estado transitório que não pro-porciona nem felicidade nem castigo absolutos.

4. - Permanecestes por muito tempo inconsciente do vosso estado? - R. Estive muito tempo perturbado e só voltei a mim para bendizer da pieda-de dos que, lembrando-se de mim, por mim oraram.

5. - E podeis precisar o tempo dessa perturbação? - R. Não.

6. - Quais os parentes que reconhe-cestes primeiro? - R. Minha mãe e meu pai, os quais me receberam ao despertar, iniciando-me em a nova vida.

7. - A que atribuir o fato de parecer que nos últimos extremos da moléstia confabuláveis com as pessoas caras da Terra? - R. Ao conhecimento ante-cipado pela revelação do mundo que viria habitar. Vidente antes da morte,

meus olhos só se turbaram no mo-mento da separação do corpo, porque os laços carnais eram ainda muito vi-gorosos.

8. - Como explicar as recordações da infância que de preferência vos ocor-riam?- R. Ao fato de o princípio se identifi-car mais com o fim, que com o meio da vida.P. Como explicar isso? - R. Importa dizer que os moribundos lembram e veem, como reflexo consolador, a pu-reza infantil dos primeiros anos.

Nota - É provavelmente por motivo providencial semelhante que os ve-lhos, à proporção que se aproximam do termo da vida, têm, por vezes, níti-da lembrança dos mais ínfimos episó-dios da infância.

9. - Por que, referindo-vos ao corpo, faláveis sempre na terceira pessoa? - R. Porque era vidente como vo-lo disse, e sentia claramente as diferenças entre o físico e o moral; essas diferenças, mui-to amalgamadas entre si pelo fluido vi-tal, tornam-se distintíssimas aos olhos dos moribundos clarividentes.

Nota - Eis aí uma particularidade sin-gular da morte deste senhor. Nos seus últimos momentos, ele dizia sempre: Ele tem sede, é preciso dar-lhe de be-

ber; ele tem frio, é preciso aquecê--lo; sofre em tal ou tal região, etc. E quando se lhe dizia: Mas sois vós que tendes sede? - respondia: “Não, é ele.” Aqui ressaltam perfeitamente as duas existências; o eu pensante está no Espírito e não no corpo; o Espíri-to, em parte desprendido, considera-va o corpo outra individualidade, que a bem dizer lhe não pertencia; era, portanto, ao seu corpo que se fazia mister dessedentar, e não a ele Espí-rito. Este fenômeno nota-se também em alguns sonâmbulos.

10. - O que dissestes sobre a erratici-dade do vosso Espírito e sua respecti-va perturbação, levaria a duvidar da vossa felicidade, ao contrário do que se poderia inferir das vossas quali-dades. Demais, há Espíritos errantes felizes e infelizes. - R. Estou num es-tado transitório; aqui as virtudes hu-manas passam a ter seu justo valor. Certo, este estado é mil vezes preferí-vel ao da minha encarnação terrestre; mas porque alimentei sempre aspira-ções ao verdadeiramente bom e belo, minha alma não ficará satisfeita senão quando se alçar aos pés do Criador.

Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kar-dec, 2ª parte, capítulo III, Espíritos em Condições Medianas, Editora FEB.

O Marquês de Saint Paul

A vida do Espírito é imortal; a vida do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, o Espírito retoma a vida imortal, conservando sua individualidade, não perdendo seu corpo espiritual, ou seja, seu perispírito. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 153, 150 e 150-a).

(Falecido em 1860 e evocado, a pedido de uma sua irmã, consóror da Sociedade de Paris, em 16 de maio de 1861).

Aviso Importante Temos evangelização para crianças nos mesmos horários das Reuniões Públicas, e para jovens, nos

horários das Reuniões Públicas Noturnas.

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Allan Kardec - Missionário da Luz

Nascimento

Allan Kardec, cujo verdadeiro nome é Hippolyte Léon Denizard Rivail, nasceu na cidade de Lião (França), a 3 de outubro de 1804, no seio de antiga família lionesa, de nobres e dignas tradições. Foram seus pais Jean-Baptiste Antoine Rivail, magistrado íntegro, e Jeanne Louise Duhamel [...]. O futuro codificador do Espiritismo recebeu um nome querido e respeitado e todo um passado de virtudes, de honra e probidade. Grande número de seus antepassados se ti-nha distinguido na advocacia, na magistratu-ra e até mesmo no trato dos problemas edu-cacionais. Bem cedo, o menino se revelou altamente inteligente e agudo observador, denotando franca inclinação para as ciências e para os assuntos filosóficos, compenetrado de seus deveres e responsabilidades, como se fora um adulto (¹).

Primeiros estudos. O Instituto de Yverdon

Conforme nos conta Henri Sausse [biógrafo de Kardec], Rivail realizou

Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)(03/10/1804 --- 31/03/1869)

seus primeiros es-tudos em Lião, sua cidade natal, sendo educado dentro de severos princípios de honradez e re-tidão moral. É de se presumir que a influência paterna e materna tenham sido das mais bené-ficas na sua infân-cia, constituindo-se em fonte de nobres sentimentos. Com a idade de dez anos, seus pais o enviam a Yverdon (ou Yver-dun), cidade suíça do cantão de Vaud, situada na extre-midade S. O. do lago Neuchâtel e na foz do Thiele, a fim de completar e

enriquecer sua bagagem escolar no célebre Instituto de Educação ali ins-talado em 1805, pelo professor filan-tropo João Henrique Pestalozzi [...]. Frequentado todos os anos por gran-de número de estrangeiros, citado, descrito, imitado, era, numa palavra, a escola modelo da Europa (²).

Altas personalidades políticas, científicas, literárias e filantrópicas voltavam maravilhadas de suas visitas ao famoso Instituto. Louvaram o cria-dor dessa obra revolucionária, e por ela também se interessaram Goethe; o rei da Prússia, Frederico Guilher-me III, e sua esposa Luísa; o czar da Rússia, Alexandre I; o rei Carlos IV da Espanha; os reis da Baviera e de Wurtemberg; o imperador da Áustria; a futura imperatriz do Brasil, D. Leo-poldina de Áustria, e muitos expoen-tes da nobreza europeia e do mundo cultural (³). O menino Denizard Ri-vail, ao qual os destinos reservariam sublime missão, logo se revelou um dos discípulos mais fervorosos do in-

signe pedagogista suíço [...]. Possui-dor de inteligência penetrante e alto espírito de observação, e, ainda mais, inclinado naturalmente para a solução dos importantes problemas do ensino e para o estudo das ciências e da fi-losofia, – Rivail cativou a simpatia e a admiração do velho professor, deste se tornando, pouco depois, eficiente colaborador. Os exemplos de amor ao próximo fornecidos por Pestalozzi [para quem o amor é o eterno funda-mento da educação] norteariam para sempre a vida do futuro Codificador do Espiritismo. Aliás, até mesmo aquele bom-senso, que Flammarion com felicidade aplicou a Rivail, foi cultivado e avigorado com as lições e os exemplos recebidos no Instituto de Yverdon, onde também lhe desa-brocharam as ideias que mais tarde o colocariam na classe dos homens pro-gressistas e dos livres-pensadores (¹²).

Referências Bibliográficas

(¹). WANTUIL, Zêus. Grandes espíri-tas do Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2002, Allan Kardec, p. 15.

(²) WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco. Allan Kardec. 5. ed.Rio de Janeiro: FEB, 1999, vol. 1, cap. 2 (Formação escolarde Rivail...), p. 32-33.

(³) WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco. Allan Kardec. 5. ed.Rio de Janeiro: FEB, 1999, vol. 1, cap. 2 (Formação escolarde Rivail...), p.33.

(¹²). WANTUIL, Zêus. Grandes espíri-tas do Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2002, Allan Kardec, p. 17.

Fonte: Estudo Sistematizado da Dou-trina Espírita - Programa Fundamen-tal, tomo I, Editora FEB.

O menino Hippolyte

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Instruções dos Espíritos no Pentateuco Espírita

Perguntais se é licito ao homem abran-dar suas próprias provas. Essa questão, equivale a esta outra: É lícito, àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Aquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligên-cia, tanto quanto a paciência e a resigna-ção. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as consequên-cias dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem sucedido; nun-ca, porém, numa negligência que seria mais preguiça do que virtude.

Essa questão dá lugar naturalmente a outra. Pois, se Jesus disse: “Bem-aventu-rados os aflitos”, haverá mérito em pro-curar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos vo-luntários? A isso responderei muito posi-tivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimen-tos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.

Grande distinção cumpre aqui se faça: pelo que vos respeita pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volu-me, já de si por vezes tão pesado; aceitá--las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que ne-cessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. Torturar e martirizar volunta-riamente o vosso corpo é contravir a lei de Deus, que vos dá meios de sustentá-lo e fortalecê-lo. Enfraquecê-lo sem neces-sidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis, tal a lei. O abuso das melhores coisas tem a sua punição nas inevitáveis consequências que acarreta.

Muito diverso é o quê ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se supor-tardes o frio e a fome para aquecer e ali-mentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o vosso corpo disso se res-sente, fazeis um sacrifício que Deus aben-çoa. Vós que deixais os vossos aposentos perfumados para irdes à mansarda infecta levar a consolação; vós que sujais as mãos delicadas pensando chagas; vós que vos privais do sono para velar à cabeceira de

um doente que apenas é vosso irmão em Deus; vós, enfim, que despendeis a vossa saúde na prática das boas obras, tendes em tudo isso o vosso cilício, verdadeiro e abençoado cilício, visto que os gozos do mundo não vos secaram o coração, que não adormecestes no seio das volúpias ener-vantes da riqueza, antes vos constituístes anjos consoladores dos pobres deserdados.

Vós, porém, que vos retirais do mun-do, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Ter-ra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor próprio; enrijai-vos contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente do que a dor física. Aí tendes o verdadei-ro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vos-sa submissão à vontade de Deus.

Um anjo guardião. (Paris, 1863.)

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiri-tismo, cap. V: 26, Editora FEB.

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Clareando as Ideias com Kardec

Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o re-pouso não é também uma lei da Natureza?

“Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.”

Qual o limite do trabalho?“O das forças. Em suma, a esse

respeito Deus deixa inteiramente livre o homem.”

Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, im-pondo a seus inferiores excessivo trabalho?

“Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo exces-so de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fa-zendo, transgride a lei de Deus.” (ver q. 273)

Tem o homem o direito de re-pousar na velhice?

“Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas for-ças.”

a) Mas, que há de fazer o ve-lho que precisa trabalhar para viver e não pode?

“O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.”

Nota de Kardec : Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do traba-lho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quan-

Limite do trabalho. Repouso

Estudar Kardec é libertar-se de dogmas, crendices e superstições. É aprender a viver como espírito imortal, a caminho da perfeição. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Jesus, (João, 8:32)

do se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remé-dio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na ba-lança e sem o qual a ciência eco-nômica não passa de simples teo-ria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos refe-rimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábi-tos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torren-te da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus pró-prios instintos, serão de espan-tar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreen-dida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábi-tos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a im-previdência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de parti-da, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.

Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 682 a 685, Editora FEB.

Anotação em Caminho

Sob os riscos da jornadaNa vereda transformadaEm sombra pedindo luz,Recorda que, em tuas mãos,No amparo aos próprios irmãos,Brilha o ideal de Jesus.

Age, auxilia, perdoa...Na essência, em toda pessoa,O Amor plantado produz:Essa semente divina,Se cultivada germinaPara servir com Jesus.

Dores, mágoas, desenganosSão instrumentos humanosFormando as bênçãos da cruzDe vida, esperança e paz,Pela qual encontrarásA redenção com Jesus.

Coração, não vais sozinho,Entre as pedras do caminho,A que o serviço faz jus;No trabalho e no perigo,Guarda esta nota contigo:- O companheiro é Jesus.

Fonte: Caminhos do Amor, Ma-ria Dolores, psicografia de Fran-cisco Cândido Xavier, Editora CEU.

A vida emPoesia

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 14

Artigo

1. IntroduçãoTodas as criaturas estão mergulhadas no

fluido divino, envolvidas pela Lei de Ação e Reação.

2. Conceito de gratidãoDenomina-se gratidão ao sentimento posi-

tivo e harmonizador pelo qual reconhecemos o bem que outrem nos proporcionou.

3. Compreensão fluídico energética da gratidão

O sentimento de gratidão se expressa por emanações energéticas de alta frequência e de ondas curtas (ondas finas de baixo compri-mento ondulatório).

Estas ondas produzem luminosidade e se traduzem por cores claras e nitidamente bri-lhantes.

4. Consequências do sentimento de gratidão

Estabelece-se, por este sentimento, sinto-nia no plano extrafísico com outras energias da mesma frequência. Em consequência deste fato, ao expressarmos gratidão, ampliamos nossos contatos com esferas suaves e escla-recidas, as quais nos envolvem em luz. Além disso, ao direcionarmos a gratidão a outro in-divíduo, este, ao receber o impacto das ondas luminosas e suaves, passa a sentir uma agra-dável sensação de bem estar. Pode-se chamar de felicidade ao estado psíquico em que ben-feitores se apresentam pelo contínuo envolvi-mento energético das ondas de gratidão dos beneficiados.

5. Conceito de ingratidãoDenomina-se ingratidão ausência de um

sentimento positivo e harmonizador ao não reconhecermos o bem que outrem nos propor-cionou, acrescida de emoções de baixo teor vibratório típicas do ser ingrato.

6. Emoções associadas à ingratidãoA ingratidão frequentemente se apresenta

seguidas por atitudes não elevadas por parte do indivíduo ingrato. Exemplificando: Não é raro a ocorrência de uma sensação de rai-va em relação àquele que prestou o auxílio. O beneficiado se considera humilhado devido à sua natureza orgulhosa. Observa-se, também, a presença de inveja, sentimento que direcio-na contra o benfeitor. O indivíduo auxiliado sente um misto de tristeza e rancor por não possuir o bem ou a qualidade ética daquele que o orientou. Em muitas ocasiões houve precipitação do benfeitor que não aguardou

o momento oportuno no amadurecimento do seu assistido. Como disse Jesus: “Não atirai pérolas aos porcos para que eles não as pisem com os pés”.

7. Compreensão fluídico energético da ingratidão

A ingratidão caracteriza-se por emanações energéticas de baixa frequência e ondas lon-gas (grande comprimento ondulatório). Estas ondas produzem cores escuras e opacas; por-tanto, destituídas de brilho e luminosidade.

8. Consequências do sentimento de ingratidão

Ao se deixar envolver pelo sentimento de ingratidão, o indivíduo estabelece sintonia, no plano extrafísico, com energias de mesma frequência. Em razão deste fato, amplia seus contatos com esferas espirituais de baixo teor vibratório. Passa, ao se deter nesta postura ingrata, a se distanciar da luminosidade dos Espíritos protetores e a se identificar com a frequência vibratória de entidades sofredoras, as quais intercambiam energias neste nível de pensamento e emoção.

9. Consequências da ingratidão do be-neficiado sobre o benfeitor

9.1. Quando o benfeitor compreende: perdoa. Neste caso, cresce espiritualmente ao exercitar o entendimento e a humildade. Per-doando o ingrato, atrai para si maior simpatia e amor dos Espíritos de luz (e dos protetores do ingrato), sintonizando sua mente em faixas superiores.

9.2. Quando o benfeitor se magoa e sofre: passa, neste caso, a entrar em sintonia com ondas de tristeza e mágoa que ampliam seu sofrimento. Há uma queda de nível vi-bratório que fragiliza o benfeitor, tornando-o, portanto, suscetível à influência dos Espíritos sofredores.

9.3. Quando o “benfeitor” reage e revida contra o ingrato: passa a entrar na mesma fre-quência vibratória do ingrato; torna-se igual a ele e assimila a ação dos obsessores espiri-tuais. Pode, neste caso, enfermar-se física ou psiquicamente.

10. Consequências da ingratidão sobre o próprio ingrato

A imaturidade espiritual é o que caracteriza o ingrato. Desta forma, como todo ser imatu-ro, necessita amadurecer pela experiência.

10.1. Amadurecimento pela reflexão (es-clarecimento):

a. No plano espiritual: sob a orienta-ção dos Espíritos maiores, poderá rever sua postura, modificando-se parcial ou integral-mente;

b. Nas próximas existências: além do esforço desenvolvido no sentido de corrigir-se durante o período de erraticidade no plano es-piritual, passará a exercitar nas próximas en-carnações o sentimento de gratidão em novas oportunidades de esclarecimento e reflexão.

10.2. Amadurecimento pela dor: no plano espiritual e nas próximas encarnações.

O amadurecimento pela dor só se faz ne-cessário quando o ingrato não amadurece pelo esclarecimento ou reflexão e não aceita as oportunidades de trabalho regenerativo que lhe são oferecidas. A dor não é imposta pelos Espíritos superiores (muito menos por Deus), mas é consequência automática da Lei de Ação e Reação, comentada na introdução deste trabalho.

11. A ingratidão mais frequente Culparmos Deus pelos nossos sofrimentos

e dificuldades.Lembremo-nos de que, na visão espírita,

Deus não pune. As leis são perfeitas e justas. O automatismo da Lei de Ação e Reação é que gera situações difíceis para aquele que se dis-tancia do amor. Ao nos afastarmos da Lei de Harmonia Universal, portanto de Deus, cria-mos situações de sofrimento. Desta maneira, não fez sentido responsabilizarmos Deus pe-los nossos sofrimentos.

12. Deus: gratidão plena12.1. À medida que pensamos de forma

positiva e salutar, estabelecendo sintonia com as energias cósmica superiores, a Lei de Deus, que é gratidão plena, retribui-nos com fluidos que vitalizam nossos corpos espirituais, proporcionando-nos equilíbrio e saúde.

12.2. À medida que trabalhamos geramos veículos espirituais e a Lei de Deus, sendo gratidão plena, retribui-nos com um banho energético de paz e harmonia interior.

12.3. À medida que amamos o próximo criamos determinadas situações energéticas e a Lei de Deus, sendo gratidão plena, respon-de-nos com amor, gerando em nós felicidade.

Ricardo Di Bernardi

Fonte: Reformador, julho, 1997.

Um estudo sobre ingratidão

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Obras Póstumas - Derradeiros Escritos

O espiritismo transformando a arte(*)

Durante as épocas primitivas, em que os homens não conheciam senão a vida material, onde a filo-sofia divinizava a Natureza, a arte procurou, antes de tudo, a perfei-ção da forma. A beleza corpórea era, então, a primeira das qualida-des; a arte dedicou-se a reproduzi--la, a idealizá-la. Mais tarde, a fi-losofia entrou num caminho novo; os homens, progredindo, reco-nheceram, acima da matéria, uma força criadora e organizadora, re-compensando os bons, punindo os maus, fazendo da caridade uma lei, um mundo novo, um mundo moral se edifica sobre as ruínas do antigo mundo. Dessa transfor-mação nasceu uma arte nova, que fez palpitar a alma sob a forma e acrescentou, à perfeição plástica, a expressão de sentimentos desco-nhecidos dos antigos.

O pensamento viveu sob a maté-ria; ele, porém, revestiu as formas severas da filosofia cuja arte inspi-rava. Às tragédias de Ésquilo, aos mármores de Milo, sucederam as descrições e as pinturas de torturas físicas e morais dos condenados. A arte se eleva; reveste um caráter grandioso e sublime, mas sombrio ainda. Está, com efeito, toda intei-ra na pintura do inferno e do céu da Idade Média, de sofrimentos eternos, ou de uma beatitude tão longe de nós, colocada tão alto, que nos parece quase inacessível; talvez seja porque esta última nos toque tão pouco quando a vemos reproduzida sobre a tela ou sobre o mármore.

Hoje ainda, ninguém poderia contestá-lo, o mundo está num pe-ríodo de transição, sacudido entre

O livro Obras Póstumas “representa o testamento doutrinário de Allan Kardec. Reúne os seus derradeiros escritos e anotações íntimas, destinados a servir, mais tarde, para a elaboração da História do Espiritismo que ele não pôde realizar. (...) Essa obra nos desvenda os segredos de uma vida missionária. Quanto à grandeza, basta vermos o que os Espíritos Superiores dizem em suas comunicações aqui (neste livro) reproduzidas”.

(J. Herculano Pires, Introdução do livro Obras Póstumas, 8ª edição, 1987, Editora LAKE).

os hábitos antiquados, as crenças insuficientes do passado, e as verdades novas que lhe são pro-gressivamente reveladas.

Como a arte cristã sucedeu a arte pagã transformando-a, a arte espírita será o complemento da transformação da arte cristã. O Espiritismo nos mostra, com efeito, o futuro sob uma luz nova e mais ao nosso alcance; por ele, a felicidade está mais perto de nós, está ao nosso lado, nos Espíritos que nos cercam e que jamais deixaram de estar em relação conosco. A morada dos eleitos, a dos condenados, não estão mais isoladas; há solidarie-dade incessante entre o céu e a Terra, entre todos os mundos de todos os Universos; a felicidade consiste no amor mútuo de todas as criaturas chegadas à

perfeição, e numa constante atividade tendo por objetivo ins-truir e conduzir, a essa mesma perfeição, aqueles que estão atra-sados. O inferno está no próprio coração do culpado que encontra o castigo nos seus remorsos, mas não é eterno, e o mau, entrando no caminho do arrependimento, reencontra a esperança, este su-blime consolo dos infelizes.

Que fontes inesgotáveis de inspiração para a arte! Quantas obras-primas, de todos os gêne-ros, as ideias novas não pode-riam produzir, pela reprodução das cenas tão múltiplas e tão variadas da vida espírita! Em lugar de representar os despojos frios e inanimados, ver-se-á a mãe tendo ao seu lado a sua filha querida, na sua forma radiosa e

etérea: avítima perdoa o seu carrasco; o

criminoso fugindo em vão do es-petáculo, sem cessar renascente, de suas ações culposas! O isola-mento do egoísta e do orgulhoso, no meio da multidão; a pertur-bação do Espírito nascendo na vida espiritual, etc., etc.; e se o artista quer se elevar acima da esfera terrestre, nos mundos su-periores, verdadeiros Édens onde os Espíritos avançados gozam da felicidade adquirida, ou reprodu-zir algumas cenas dos mundos inferiores, verdadeiros infernos onde as paixões reinam sobera-nas, quantas cenas emocionan-tes, quantos quadros palpitantes de interesse não haverá para se reproduzir!

Sim, certamente, o Espiritis-mo abre à arte um campo novo, imenso e ainda inexplorado; e quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais su-blimes inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros, por-que às preocupações materiais e efêmeras da vida presente, subs-tituirá o estudo da vida futura e eterna da alma.

(*) Título criado para este trecho do texto. Título do texto completo: Sobre as artes em ge-ral; a regeneração delas por meio do Espiritismo.

Fonte: Obras Póstumas, Allan Kardec, 1ª parte, capítulo : In-fluência Perniciosa das Ideias Materialistas, Editora FEB.

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Espiritismo e Ecologia

Caso você precise de mais evidências de que os homens estão fazendo um belo trabalho de destruição do planeta, considere o seguinte: se continuarmos desse jeito, vai haver mais plástico que peixes nos oceanos.

Essa é a conclusão de um novo relatório do Fórum Econômico Mundial e da Fundação Ellen MacArthur. “As melhores pesquisas disponíveis hoje estimam que haja mais de 150 milhões de toneladas de plásticos no oceano hoje”, diz o relatório. “Num cenário em que nada mude, espera-se que o oceano contenha 1 tonelada de plástico para cada 3 toneladas de peixes em 2025 e, em 2050, mais plásticos que peixes (por peso).”

Em outras palavras, em apenas 34 anos, a quantidade de lixo plástico no oceano vai superar, em peso, a de peixes.

O estudo descreve os plásticos como “material faz-tudo ubíquo da economia moderna” e afirma que, depois de um curto primeiro ciclo de uso, 95% do valor material das embalagens plásticas, entre 80 bilhões e 120 bilhões de dólares anualmente, são perdidos.

Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico - o equivalente a um caminhão de lixo por minuto - são despejadas no oceano anualmente, segundo o Fórum Econômico Mun-dial.

O relatório, “A Nova Economia do Plástico: Repensando o Futuro dos Plásticos”, também oferece esperanças. Novos materiais e tecnologias in-dicam que é possível erradicar o desperdício de plástico.

Alcançar tal mudança sistêmica, diz a Fundação Ellen MacArthur, vai exigir

uma importante colaboração, incluindo empresas de bens de con-sumo, fabricantes de plásticos, em-presas

envolvidas na reciclagem e autoridades.“Esse relatório demonstra a im-

portância de começarmos uma revo-lução no ecossistema industrial dos

plásticos”, disse em comunicado Dominic Waughray, do Fórum Econômico Mundial, “e é um pri-meiro passo para mostramos como transformar a maneira que os plásticos se movimentam na nossa economia”.

Hoje, só 14% das embalagens plás-ticas são coletadas para reciclagem, segundo o Fórum Econômico Mun-dial. Em comparação, o índice de reciclagem de papel é de 58%, e o de ferro e aço está entre 70% e 90%.

Claramente há margem para melhoras.(Chris D’Ângelo)

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/2050-oceanos-terao-mais-plastico-peixes-934325.shtml

630. Como se pode distinguir o bem do mal?“O bem é tudo o que é conforme a lei de Deus e o mal, tudo o que

dela se afasta. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus; fazer o mal, é infringir esta lei.”

631. O homem tem meios de distinguir, por si mesmo, o que é bem do que é mal?

“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para discernir um do outro.”

733. Entre os homens da Terra existirá sempre a necessidade da destruição?

“Essa necessidade se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. Assim é que, como podeis observar, o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral.”

734. Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais?

“Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele tem, de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso jamais constitui direito.”

843. O homem tem o livre-arbítrio de seus atos?“Visto que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-

arbítrio, o homem seria uma máquina.”

Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Edição CELD.

Complementação doutrinária

Mais plástico que peixe no mar em 2050

"Os bens da Terra não são somente os produtos do solo, mas sim, tudo o que o homem pode gozar neste mundo”. (o Livro dos Espíritos, Allan Kardec – questão 706).

“(...) Imprevidente não é a Natureza, é o homem que não sabe regrar o seu viver.” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – questão 705).

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Campanha CEIC

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À Luz do Espiritismo

A provação é a experiência requerida ou proposta pelos Guias Espirituais antes do renas-cimento corporal do candidato, examinadas as suas fichas de evo-lução, avaliadas as suas probabi-lidades de vitória e os recursos ao seu alcance para o cometimento. Apresenta-se como tendências, aptidões, limites e possibilida-des sob controle, dores suportá-veis e alegrias sem exagero, que facultem a mais ampla colheita de resultados educativos. Nada é imposto, podendo ser alterado o calendário das ocorrências, sem qualquer prejuízo para a progra-mação iluminativa do aprendiz.(...)

As expiações, todavia, são impos-tas, irrecusáveis, por constituírem a medicação eficaz, a cirurgia cor-retiva para o mal que se agravou. (...)

As expiações podem ser atenua-das, não, porém, sanadas.Enquanto as provações consti-tuem forma de sofrimento repa-rador que promove, as expiações apenas restauram o equilíbrio perdido, reconduzindo o delituo-so à situação em que se encontra-va antes da queda brutal. (...)

Fonte: Plenitude, Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Fran-co, capítulo III, Editora LEAL.

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"O médium deve excluir de si todo e qualquer pensamento de vaidade. Quem espera ser médium para atender ao próprio personalismo não sabe o que está fazendo... Em muitos casos, a mediunidade é uma porta para obsessão - e uma porta sem tranca." Fonte: "Orações de Chico Xavier" - Carlos A. Baccelli

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Prova ou expiação?

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“ Dedica uma das sete noites da semana ao

Culto do Evangelho no Lar, a fim de que Jesus

possa pernoitar em tua casa.”Joanna de ÂngelisFonte : S.O.S. FamíliaMédium: Divaldo Pereira Franco

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Yvonne Pereira - Uma Seareira de Jesus

Pergunta: A senhora poderia expli-car por que diz que todos nós viemos a este mundo com uma missão?

Resposta: Nem todos viemos com missão. Há muitos que vêm com puro resgate; é preciso distinguir missão de resgate. Eu, por exemplo, não tenho missão. Vocês estão enganados quan-do pensam isso.

Pergunta: Como poderíamos reco-nhecer se temos uma missão?

Resposta: Eu acho que uma mis-são obrigatória, tanto para a mulher, como para o homem, é a família. A mulher tem a missão de cuidar da sua família, dos seus filhos e encaminhá--los para Deus. O homem e a mulher se completam, quando são casados, se existe amor. Há casos em que não se completam. O homem ou a mulher que abandona seu lar, sem querer sa-ber dos filhos, não cumpre a missão. Essa missão é geral, não resta a menor dúvida.

É preciso distinguir missão de provação. Eu, por exemplo, não tive a missão do casamento, de ter filhos e educar os filhos, mas tive outra, que não considero, propriamente, missão. O que fiz nesta vida, como médium, foi um dever, uma necessidade para o meu progresso e para o resgate dos erros que cometi, porque errei tanto que, se eu fosse reparar esses erros em existências terrenas, teriam de ser muitas. Assim, Deus me deu a facul-dade mediúnica. Por exemplo, na mi-nha vida passada, eu errei no lar, eu não acertei a missão do lar. Então, nesta, quantos lares eu tenho reunido através da Doutrina? Quantos lares

eu tenho estabilizado, aconselhando, pedindo consultas aos guias? É uma reparação. A misericórdia de Deus me deu isso para reparação. Não creio que a minha mediunidade seja uma missão. Esta é a intuição que tenho sobre mim.

Há pessoas que chegam a dizer que fulano teve a missão de matar sicrano. Isso não é missão. A mãe de família tem. A sua (²) deve ser essa, como a da minha irmã (³). Quando era nova, minha irmã quis se dedicar muito à mediunidade e os guias aceitaram, mas ela estava estudando, não podia... Então, agora, ela lamenta muito não ter desenvolvido bem a mediunidade. Aí, Charles consolou-a, dizendo que a missão dela foi cumprida: criou nove filhos, no caminho reto do dever, no caminho do bem. Todos são pessoas honestas, úteis à sociedade. Estão no caminho que leva a Deus. Então, ela cumpriu a missão que trouxe. Há mui-ta coisa que não é missão... que nós não trazemos... .

(¹) Algumas das perguntas constan-tes no capítulo Quarta Entrevista.

Entrevistadora: Vilma Mendes.(²) Está se dirigindo à entrevistado-

ra.(³) Yvonne refere-se à dona Amá-

lia Pereira Lourenço, irmã com quem residiu durante boa parte de sua exis-tência.

Fonte: Pelos Caminhos da Mediu-nidade Serena, Yvonne A. Pereira, diversos entrevistadores, Editora La-châtre.

Entrevistando Yvonne Pereira(1)

“Esta mulher, extremamente corajosa, enfrentou, sem revoltas, uma encar-nação de renúncias, de sofrimentos e de carências inomináveis e teve como prova mais dura, a meu ver, o conhecimento de várias encarnações passadas em que faliu sistematicamente”. (Vera Leal Coutinho – Revista “O Médium”) - Fonte: O Voo de Uma Alma.

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Clareando / Ano IX / Edição 155 / Agosto . 2016 - Pág . 19

Quando menina eu era preguiçosa e reclamava quando me atribuíam mesmo os mais insignificantes deveres dentro de casa. Sempre que possível eu trans-feria o que tinha a fazer para os meus irmãos. Eles, entretanto, não tinham melhor disposição do que eu, de modo que estávamos sempre discutindo e de cara feia uns para com os outros. Meus pais nada diziam e esperavam que decidíssemos as querelas. Hoje perce-bo que papai simplesmente pensava na maneira pela qual iria nos dar uma lição proveitosa.

Uma das minhas tarefas e a que me deixava sem-pre mal humorada, consistia em pegar uma cesta e ir comprar pão para a ceia.

Um dia meu pai chegou do trabalho e nos encon-trou em conflito, com a cesta no chão, entre nós. Ele estava visivelmente fatigado, porém, ao invés de se sentar um pouco para descansar, voltou-se para mim e me disse em tom carinhoso:

- Filha, dê-me a cesta.Eu acedi de pronto, certa de que tinha levado a me-

lhor e que um de meus irmãos ia ser mandado à pa-daria. Mas não foi isso que aconteceu. Dirigindo-se a nós todos propôs-nos o seguinte:

- Filhos, até aqui eu tenho dado o dinheiro e vocês tem feito as compras. Vamos mudar um pouco. Vocês

vão dar o dinheiro e eu irei fazer as compras. Já estou com a cesta e vou à padaria buscar o pão. Vocês, por favor, me deem o dinheiro para pagá-lo.

Aquela mudança inesperada nos assustou a todos e ficamos por um instante a nos entreolhar sem dizer palavra.

Sem suportar por mais tempo a situação, tomei-lhe a cesta, peguei o dinheiro e fui buscar os pães, muito pensativa, deixando meus irmãos em um silêncio de perplexidade. Papai foi tomar o seu banho como se nada tivesse acontecido.

Voltei e quando já estávamos todos sentados à mesa para a refeição, com muita cordialidade ele se dirigiu a nós:

- Filhos, disse, a ceia representa uma bênção de Deus e o esforço de cada um de nós. Deus nos aben-çoou para que eu pudesse trabalhar e ganhar o dinhei-ro e vocês fizessem as compras com ele e sua mãe cozinhasse a comida. Assim, todos nos alimentamos e nos sentimos satisfeitos. A cooperação é a garantia do lar e da Humanidade inteira. Quando ela falta, a bênção de Deus não pode ser realizada. Ao longo de toda vida vocês verão que tal acontece.

Depois disso, nossa atitude mudou. A lição serviu para todos nós e, ainda hoje, quando nos reunimos, lembramo-nos de papai e daquela ceia. De cada vez que a nossa colaboração, para qualquer trabalho dig-no, nos é solicitada, lembramo-nos daquela cesta de carregar pão e alegremente aceitamos a incumbência, certos de que, assim, a bênção de Deus nos estará be-neficiando e beneficiando todos.

Fonte: E, PARA O RESTO DA VIDA..., Wallace Leal V. Rodrigues, Editora O CLARIM.

Suplemento Infantojuvenil

A cesta

Querido leitorIndicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião .Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos?

Dica do mês :

o enIgma das mesas que falam,rIta foelker, edItora eme.

“Quando você ensina, transmite. Quando você educa, disciplina. Mas, quando você evangeliza, salva”. (Amélia Ro-drigues)