Custo do salário sobe em dólar e ameaça...

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1 Boletim 1014/2016 – Ano VIII – 05/07/2016 Custo do salário sobe em dólar e ameaça ajuste Por Fabio Graner e Tainara Machado Um dos principais pontos do ajuste econômico que o Brasil enfrenta desde 2015 tem perdido fôlego neste ano. O chamado custo unitário do trabalho (CUT), indicador que aponta a relação entre a folha de salários e o valor da produção, em dólares, já subiu 23% neste ano até maio, em comparação com dezembro de 2015, segundo dados do Banco Central. Apesar do crescimento no ano, o CUT, na média dos cinco primeiros meses, ainda está 12,3% menor do que a média verificada no mesmo período de 2015. A recente alta nesse indicador é um fator de preocupação porque torna o Brasil mais caro para os investidores estrangeiros que procuram um local para expandir ou abrir novos negócios, sobretudo aqueles com perfil exportador. Além disso, pode atrapalhar a recuperação do setor externo, um dos poucos segmentos que têm contribuído positivamente para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, as exportações líquidas adicionaram 1,5 ponto percentual ao PIB do período, evitando assim uma queda maior do que o recuo de 0,3% observado. A alta do real ante dólar é o principal motor desse movimento, mas a elevação nominal dos salários neste ano também tem influência, ainda que, descontada a inflação, a renda do brasileiro esteja em queda. Para o cálculo do custo do trabalho, considerase a relação entre a massa salarial e a produção industrial. Como a primeira caiu menos que a segunda, o custo tem aumentado. E quando se soma o efeito cambial, a perda de competitividade se acentua significativamente. Diante da forte valorização do real, de 20% no semestre, o Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio, por meio da redução dos estoques de swaps cambiais. Em entrevista ao Valor, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, acenou até com a volta da compra de dólares para reservas internacionais, ainda que depois de limpar o estoque de swaps. Na semana passada, durante a apresentação do relatório de inflação, o atual diretor de política econômica do BC, Altamir Lopes, também disse que o ritmo de alta dos salários

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Boletim 1014/2016 – Ano VIII – 05/07/2016

Custo do salário sobe em dólar e ameaça ajuste Por Fabio Graner e Tainara Machado Um dos principais pontos do ajuste econômico que o Brasil enfrenta desde 2015 tem perdido fôlego neste ano. O chamado custo unitário do trabalho (CUT), indicador que aponta a relação entre a folha de salários e o valor da produção, em dólares, já subiu 23% neste ano até maio, em comparação com dezembro de 2015, segundo dados do Banco Central. Apesar do crescimento no ano, o CUT, na média dos cinco primeiros meses, ainda está 12,3% menor do que a média verificada no mesmo período de 2015. A recente alta nesse indicador é um fator de preocupação porque torna o Brasil mais caro para os investidores estrangeiros que procuram um local para expandir ou abrir novos negócios, sobretudo aqueles com perfil exportador. Além disso, pode atrapalhar a recuperação do setor externo, um dos poucos segmentos que têm contribuído positivamente para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, as exportações líquidas adicionaram 1,5 ponto percentual ao PIB do período, evitando assim uma queda maior do que o recuo de 0,3% observado. A alta do real ante dólar é o principal motor desse movimento, mas a elevação nominal dos salários neste ano também tem influência, ainda que, descontada a inflação, a renda do brasileiro esteja em queda. Para o cálculo do custo do trabalho, considerase a relação entre a massa salarial e a produção industrial. Como a primeira caiu menos que a segunda, o custo tem aumentado. E quando se soma o efeito cambial, a perda de competitividade se acentua significativamente. Diante da forte valorização do real, de 20% no semestre, o Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio, por meio da redução dos estoques de swaps cambiais. Em entrevista ao Valor, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, acenou até com a volta da compra de dólares para reservas internacionais, ainda que depois de limpar o estoque de swaps. Na semana passada, durante a apresentação do relatório de inflação, o atual diretor de política econômica do BC, Altamir Lopes, também disse que o ritmo de alta dos salários

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em termos nominais (8,2% em 12 meses até abril) ainda está acima da produtividade e é alvo de preocupação pelo BC. Para Paulo Gala, gestor e estrategista da Fator Administração de Recursos, o aumento do custo unitário do trabalho é resultado basicamente da valorização do real desde o início do ano. "A velocidade com que o câmbio se ajusta é muito maior do que a dos salários", comenta ele. "Três meses de câmbio se valorizando desmonta o ajuste de salários feito em um ano e meio".

Gala avalia que, com a evolução recente do real, é possível que a reação das exportações no segundo semestre fique ameaçada. "Há certa defasagem, mas certamente esse é um fator que pode atrapalhar", até porque o real tem subido mais do que a moeda de outros emergentes. Segundo o gestor da Fator, a melhora da confiança, com a redução sobre a percepção do riscopaís, pode compensar parte dessas perdas, com alguma retomada da demanda doméstica, mas ainda não está claro em que ritmo isso pode acontecer. De toda forma, menciona, para a recuperação do setor externo, com incentivo para que as empresas, principalmente as pequenas, voltem a vender para o mercado internacional, a valorização do câmbio é "péssima". Ele acredita que o Banco Central deveria atuar mais rapidamente para desmontar o estoque de swaps, hoje em torno de US$ 60 bilhões, mas não considera essa a hipótese

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mais provável. "O Banco Central parece sinalizar que vai ser mais ortodoxo, com metas de inflação e câmbio flutuante". O economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, avalia que o Brasil está "entregando de volta" o ajuste feito nos salários e que esse movimento é "temerário". Para ele, com o diferencial de juros reais do Brasil com o exterior e a valorização de commodities como o petróleo, a taxa de câmbio ganhou uma tendência de apreciação que deve continuar a impactar o custo do trabalho, encarecendo o Brasil no cenário internacional. Na visão dele, o risco que está colocado é que o BC, sem ajuda do lado fiscal neste e no próximo ano, seja tentado a usar o câmbio como âncora para baixar a inflação ainda que Ilan tenha dito que não pretende fazer isso. "Se deixar o câmbio apreciar demais, isso será um veneno para a economia no médio e longo prazo", disse. "O ajuste nos salários foi o primeiro a acontecer, mas o país está devolvendo esse ganho", acrescentou. Sergio Vale, economistachefe da MB Associados, também avalia que a tendência é de continuidade da valorização do real, especialmente se o governo conseguir ir em frente com o ajuste fiscal. Para ele, o setor exportador será mais afetado no segundo semestre, quando os efeitos do câmbio serão observados com mais intensidade, ao mesmo tempo que as empresas vão continuar a enfrentar custos financeiros elevados, dado que o Banco Central sinalizou que vai manter juros em 14,25% ao ano por um período mais longo. É possível, diz ele, que as recuperações judiciais, que já dobraram no primeiro semestre, continuem a aumentar. "O BC corretamente quer a inflação em 4,5%, mas no curto prazo algumas dores vão ocorrer". Além dos fatores domésticos, o cenário externo também está contribuindo para a alta do real, diz Rafael Bacciotti, da Tendências. Com a saída do Reino Unido da União Europeia, é provável que o Fed demore mais para voltar a subir juros. Se esse movimento for permanente, a reação das exportações podem ficar comprometidas, com efeitos sobre a indústria, que enfim dá sinais menos negativos. Se a produção de junho ficar estável, diz ele, o setor pode ter a primeira alta da atividade na comparação trimestral em dois anos, de 0,3% sobre o primeiro trimestre.

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Petrobras demite por fraudes no RH Por Cláudia Schüffner Assuntos relacionados 1. Petrobras concluiu auditoria de contratos Irregularidades nos contratos de fornecimento de mão de obra pela Hope Recursos Humanos e a Personal Service Recursos Humanos, além de fraudes no Benefício Farmácia, causaram prejuízo de R$ 300 milhões à Petrobras, segundo apurou o Valor. A estatal investigou 26 funcionários, aplicou sanções a 20 e demitiu três na sextafeira. Um deles é Antônio Sérgio Oliveira Santana, que ocupava a gerência executiva de Responsabilidade Social. A Hope e a Personal foram citadas pela Operação LavaJato como veículos para pagamento de "comissões" mensais à empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda, do exministro José Dirceu.

Produtividade tem de subir, diz OIT Por André Ramalho O crescimento do nível de vida da população brasileira dependerá do aumento da produtividade da economia, na avaliação do diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Peter Poschen. A estrutura econômica do país, segundo ele, está em retrocesso, em direção a uma "economia colonial" e precisa ser repensada. "Se no futuro o Brasil não conseguir se desenvolver de maneira a aumentar a produtividade dos empregos, vai estancar o nível de vida", disse, na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Poschen destacou que 21 milhões de empregos formais foram criados no Brasil de 2003 a 2014, mas que muitos deles têm baixa produtividade. "A renda que gera esse trabalho é bem modesta, não muito acima da linha de pobreza. Isso é um desafio para o futuro." Segundo ele, nos últimos dez anos a produtividade média do Brasil aumentou 1% ao ano, "praticamente nada" para fazer frente ao envelhecimento da população. Disse que o maior potencial de crescimento da produtividade está na pequena e média empresa. "A população de trabalhadores ativos não vai aumentar mais em dez anos no Brasil. Vai depender só da produtividade. E a estrutura econômica está retrocedendo. Daqui a dez anos o Brasil vai depender disso [aumentar a produtividade]. É um problema da região, do Chile, Peru e Colômbia."

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(FONTE: Valor Econômico dia 05/07/2016)

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Greve na Eletrobras será mantida até quarta-feira

Categoria segue cronograma inicial definido por sin dicalistas. Representantes reivindicam ajuste nos salários, mas até ontem não tinham receb ido retorno da estatal sobre negociação

São Paulo - A greve dos funcionários da Eletrobras está mantida até quarta-feira (6), seguindo o cronograma inicial dos sindicalistas. Os representantes da categoria reivindicam ajuste nos salários, mas até ontem não tinham recebido retorno da estatal sobre a negociação. A Eletrobras propôs reajuste de 5% nos salários, em um acordo com validade de dois anos frente a negociações que são válidas, geralmente, por um ano, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), Emanuel Torres. "Pedimos reajuste em linha com a inflação de 9,32% acumulada nos últimos 12 meses, qualquer coisa abaixo disso é impraticável", citou ele. Segundo Torres, a paralisação atingiu quase 95% das áreas administrativas da estatal ontem, mas não alterou o fornecimento de energia pelo grupo. Caso não cheguem a um acordo de reajuste, Torres disse que uma paralisação de parte das operações da Eletrobras deve ser estudada pela categoria. A assessoria de imprensa da empresa não foi localizada até o fechamento da edição. Jéssica Kruckenfellner

Mais de 12,5 milhões de pessoas trabalham hoje em c ooperativas - Uma em cada seis pessoas faz parte ou é cliente das cerca de 2,6 milhões de cooperativas, que empregam cerca de 12,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Os cálculos foram feitos pela Organização das Nações Unidas para a comemoração do Dia Internacional do Cooperativismo (2 de julho). Sob o lema "Cooperativas: o poder de agir para um futuro sustentável", o levantamento mostra que as pessoas envolvidas já acumulam bens no valor de US$ 20 trilhões produzindo uma receita anual que chega a US$ 3 trilhões, o que demonstra que o cooperativismo ajuda oferece resiliência econômica, social e ambiental em tempos difíceis, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele destaca ainda o potencial da contribuição destas associações para o desenvolvimento sustentável. "As cooperativas podem fazer contribuições significativas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] em desafios como emprego, pobreza, fome e igualdade", disse. Segundo ele, as cooperativas atendem a mais de 857 milhões de pessoas no setor financeiro que incluem "dezenas de milhões" de beneficiários que vivem na pobreza. Após a crise global de 2008, as cooperativas de crédito provaram ter força e valor, segundo a entidade. (FONTE: DCI dia 05/07/2016)

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Nova regra aumenta rombo na Previdência Quem se aposenta pela fórmula 85/95, em vigor há um ano, recebe 52% mais do que o aposentado que opta pelo fator previdenciário BERNARDO CARAM - O ESTADO DE S.PAULO

BRASÍLIA - Em meio ao debate travado pelo governo Michel Temer para endurecer as regras

da aposentadoria, a chamada fórmula 85/95 – editada há um ano pela presidente afastada

Dilma Rousseff – está piorando a situação das contas da Previdência, que já estão em estado

crítico. Desde que foi instituído, o novo modelo garantiu um pagamento mensal médio de R$

2.798,38 aos beneficiários. O desembolso é 52% mais alto que o valor pago aos que optaram

pela fórmula tradicional, do fator previdenciário, de R$ 1.840,53.

Os dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostram que, em um ano, a

Previdência gasta, em média, R$ 11,5 mil mais com cada pessoa que optou pelo modelo

85/95, na comparação com os que escolheram o fator previdenciário. Mesmo significando, ao

menos no curto prazo, um aumento da despesa com benefícios, a fórmula 85/95 consta entre

as alternativas em estudo pelo governo Temer para a reforma da Previdência. É uma das

propostas das centrais sindicais.

No ano passado, o Congresso aprovou a criação do modelo 85/95 de forma permanente. Para

se aposentar, homens precisariam atingir 95 pontos na soma de idade e tempo de

contribuição. No caso das mulheres, a soma deveria totalizar 85 pontos. Argumentando que as

contas do governo sofreriam forte impacto, Dilma vetou o texto e apresentou uma proposta

alternativa com a mesma fórmula, mas prevendo uma elevação progressiva dessa pontuação

exigida para a aposentadoria. Ao passar pelo Congresso, a progressão foi flexibilizada e ficou

definido que a soma aumentará gradualmente a partir de 2019, até atingir 90/100 em 2027, e

não em 2022 como havia proposto o governo.

Desde que o modelo alternativo foi adotado, as aposentadorias pelo fator ainda são a maior

parte das concessões – 130 mil ante 93 mil pela fórmula 85/95. Mesmo assim, o gasto com o

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pagamento das novas concessões pelo formato 85/95, entre julho de 2015 e maio deste ano,

de quase R$ 1,3 bilhão, superaram em R$ 156 milhões o que foi pago no mesmo período às

novas aposentadorias com fator.

Idade média. “Esse governo ainda não tem uma posição sobre a 85/95”, disse uma fonte do

Palácio do Planalto que participa das negociações. A expectativa é que uma resposta seja

dada em breve. O entendimento entre os sindicalistas é que a fórmula atende a um dos

objetivos do governo com a reforma, que é elevar a idade média das pessoas que se

aposentam.

Sobre os valores mais elevados de pagamentos no 85/95, a presidente do Instituto Brasileiro

de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, ponderou que a alta foi influenciada pelos

casos de pessoas que estavam aguardando para perder menos dinheiro com o fator

previdenciário e viram na nova fórmula uma oportunidade de ter ganhos. “Havia uma

expectativa reprimida”, disse.

Segundo ela, dificilmente o fator é vantajoso ao trabalhador. “Uma mulher com 30 anos de

contribuição e 55 anos de idade, por exemplo, tinha perda de 30% com o fator previdenciário.

Se enquadrando na regra 85/95, ela deixa de perder esse valor”, disse. Jane ressaltou ainda

que havia uma demanda represada por aposentadorias, já que o INSS passou quatro meses

em greve em 2015, o que pode ter afetado nos números.

Na direção contrária, técnicos do governo lembram que existem pessoas que poderiam se

aposentar pelo fator previdenciário, mas ainda estão esperando para se enquadrar na 85/95.

Esse movimento, dizem, é de caráter permanente. É possível que a adoção do 85/95 não

implique no crescimento do número de pessoas se aposentando. O custo, no entanto, será

maior. / COLABOROU LU AIKO OTTA (FONTE: Estado de SP dia 05/07/2016)

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