CUSTOS E RENTABILIDADES DA PRODUÇÃO DE SOJA NO … · Z XNX CST NV A Q A L L PC NP R NR S PGM S S...

Ago./2017Universidade de São Paulo - BrasilEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – www.cepea.esalq.usp.br

Pesquisadores do CepeaGeraldo S. C. BarrosLucilio R. A. AlvesMauro OsakiRenato Garcia RibeiroFábio F. de LimaFernando Perez CapelloMilena Emi Nishikawa

CUSTOS E RENTABILIDADES DA PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL:

safra 2016/17 e perspectivas para 2017/18

Lucilio Rogerio Aparecido AlvesProf. Dr. da ESALQ/USP

Pesquisador do Cepea/ESALQ/USP

E-mail: [email protected]

Fone: 55 19 3429-8847

Fax: 55 19 3429-8829

http://www.cepea.esalq.usp.br


• Metodologia;

• Resultados da safra 2016/17;

• Evolução de custos de 2009/10 a 2016/17;

• Relações de trocas;

• Expectativas de custos para 2017/18;

• Perspectivas de preços médios.

Agenda


Levantamento primário coletado via painel;

Estrutura-se na planilha eletrônica, considerando uma propriedade representativa em tamanho, sistema de produção, produtividade, combinação de atividades e tecnologia mais comum na região de pesquisa (Norton e Hazell,1986 and Deblitz et al., 1998).

Importante:

Os participantes (técnicos, produtores, consultores, etc.) são selecionados e convidados por associações e/ou sindicatos rurais de cada região/município.

Observa-se que, historicamente, esses produtores tendem a utilizar as tecnologias recomendadas e disponíveis no mercado.

Em razão disso, mesmo entre diferente regiões há relativa similaridade de uso de tecnologia e métodos administrativos.

Metodologia para coleta de dados


PAINÉIS:

Reuniões entre pesquisadores, técnicos e produtores na região de referência;

Os agentes discutem em conjunto com o objetivo de se identificar o sistema típico (predominante) de produção em determinada localidade – interesse pelo portfólio;

Todos as etapas do custo são detalhadas:

Os equipamentos, sua potência e consumo de combustível por unidade de tempo; os coeficientes técnicos dos equipamentos, em especial o número de horas necessárias por hectare para a realização de determinado trato cultural; os insumos utilizados, com seu princípio ativo, quantidade e preço pago; dentre outros;

Durante as discussões, o grupo preenche uma planilha de custo que representará uma situação típica da região.

Metodologia: operacional do painel


• Fertilizantes• Def. agrícolas• Sementes/mudas• Combustível• Manutenção preventiva• Mão de obra• Serviços• Custos gerais• Comercialização• Seguro• Impostos• Assistência técnica• Capital de giro

• Máquinas• Implementos• Benfeitorias

COE

Depreciação

• Máquinas• Implementos• Benfeitorias• Terra

Remuneração do capital

Venda antecipada

RB

Troca por insumos(barter)

Venda na safra

Armazenado

Venda de subproduto

Arrendamento

COT

CT

RLO/MB

RL/ML

RLT/L ou P

Fonte: Matsunaga et al (1976) e atualizado pelos autores

Estrutura de custos de produção e receita bruta


Depreciação

• Máquinas;• Implementos;• Equipamentos;• Formação de pastagem

• Capital de giro• Impostos• Seguro da produção

• Fertilizantes• Defensivos agrícolas• Combustível;• Animais de reposição;• Sementes/Mudas;• Outros

COT

CT

COE

Remuneração do capital investido(terra, máquina, implementos,

rebanho e benfeitoria) Remuneração da terra (Arrendamento)

+

++

Estrutura de custos


1. BLS: Balsas (MA);2. CALTA: Cruz Alta (RS);3. CMQ: Camaquã (RS);4. CNP: Campo Novo do Parecis (MT);5. CNV: Campos Novos (SC);6. CRS: Cristalina (GO);7. CRZ: Carazinho (RS);8. CST: Castro (PR);9. CVEL: Cascavel (PR);10. DRD Dourados (MS);11. GPVA: Guarapuava (PR);12. LDN: Londrina (PR);13. MNR: Mineiros (GO);14. NVR: Naviraí (MS);15. PGM: Paragominas (PA);16. PRL: Primavera do Leste (MT);17. QRC: Querência (MT);

18. RVD: Rio Verde (GO);19. SGO: São Gabriel do Oeste (MS);20. SNP: Sinop (MT);21. SRS: Sorriso (MT);22. TPC: Tupanciretã (RS);23. UBR: Uberaba (MG);24. UNAI: Unai (MG);25. URC: Uruçuí (PI); e,26. XNX: Xanxerê (SC).

Legenda de regiões


0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00C

RZ

XN

X

CST

CN

V

GP

VA

CM

Q

CA

LTA

CV

EL

PV

L

TPC

SNP

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CR

S

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M

SRS

BLS

RV

D

CN

P

QR

C

LDN

PA

F

UR

C

R$/

ha

CT COE RB

Safra 2016/17 – COE, CT, RB e produtividade de soja com variedades Tolerantes a Herbicida (TH)

Fonte: CEPEA / CNA – Projeto Campo Futuro

72 70

6066

62 6558 56 58 61

66

53 53 5751

56 52 50 4953

4740 39

49 43 41 40 39 4637 32

43 45 5138 40 41 39 44 41 37 36 40 33 32 28

01020304050607080

CR

Z

XN

X

CST

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V

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C

Saca

de

60 k

g

CT COE Produtividade


0,00

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00C

RZ

XN

X

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BLS

RV

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C

R$/

ha

CT COE RB

Safra 2016/17 – COE, CT, RB e produt. de soja, variedade Tolerantes a Herbicida e Resistentes a Insetos (TH e RI)


71 70

6269

6267

6063

5966

5754

54 53 56 53 51 49 4954

43 3948 43 44 43 39

4836

46 44 5142 42 39 40 44 42 37 35 37 42 35 28

01020304050607080

CR

Z

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CN

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F

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CSaca

de

60

kg

CT COE Produtividade


Evolução do COE, CT e RB para regiões selecionadas entre 2009/10 e 2016/17


0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

3.000,00

3.500,00

4.000,00

4.500,00

5.000,00

5.500,00

200

9/1

0

201

0/1

1

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2

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4

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6

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7

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1

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2

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5/1

6

201

6/1

7

BLS CRZ CVEL RVD SRS

R$

/ h

a

Custo Operacional Depreciação Juros sobre capital investido Custo da terra RB


-1,6

%

56,5

% 71,9

%

42,7

%

24,8

%

-45,

2%

13,6

%

104,

1%

110,

7%

38,8

%

87

,7%

79,6

%

89,4

%

70,4

%

49,6

%

51,3

%

101,

0%

46,5

%

97,4

%

81,7

%

83,8

%

57,4

%

90,9

%

24,0

%

64,4

%

108,

9%

80,0

%

39,8

%

24,9

%

66,8

%

50,4

%

44

,2%

80,2

%

37,5

%

49,8

%

29,2

%

25,6

%

35,2

%

-75,0%

-60,0%

-45,0%

-30,0%

-15,0%

0,0%

15,0%

30,0%

45,0%

60,0%

75,0%

90,0%

105,0%

120,0%

135,0%

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Ren

tab

ilid

ade

rrco

Evolução da rentabilidade sobre o COE para regiões selecionadas entre 2009/10 e 2016/17



-24,

9%

17,9

%

25

,5%

11,5

%

-3,2

%

-56

,9%

-9,8

%

27,2

%

27,2

%

-17,

0%

17,9

%

5,5%

15,5

%

7,3%

1,6%

-7,3

%

27,4

%

-16

,3%

18,9

%

1,2% 8,

8%

-5,9

%

10,1

%

-3,8

%

13,5

%

39,9

%

32,8

%

3,6

%

-7,8

%

16,6

%

8,9% 14

,2%

38,8

%

-0,4

%

13,7

%

2,4%

-2,9

%

7,4%

-70,0%

-60,0%

-50,0%

-40,0%

-30,0%

-20,0%

-10,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

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Ren

tab

ilid

ade

rrct

Evolução da rentabilidade sobre o CT para regiões selecionadas entre 2009/10 e 2016/17



0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

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45,00

50,00

55,00

60,00ja

n/0

9

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Saca

s d

e so

ja p

or

ton

. d

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rod

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Rondonópolis Rio Verde Cascavel Passo Fundo LEM

Relação de troca do adubo 20-00-20 – Saca de 60 kg



0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

55,00

60,00

jan

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16

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/17

Saca

s d

e so

ja p

or

ton

. d

e p

rod

uto


Relação de troca do adubo MAP (Fosfato Monoamônico -52% P2O5) – Saca de 60 kg



Relação de troca do adubo KCl (cloreto de potássio 60% K2O) – Saca de 60 kg


0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

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60,00

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jan

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mai

/17

Saca

s d

e so

ja p

or

ton

. d

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rod

uto



36,6 37,1 44,4 44,2 41,4 42,4 33,1 36,9 48,8 48,440,6 41,2

52,4 53,743,8 43,7 36,6 40,4

49,8 50,5

0,0%3,0%6,0%9,0%12,0%15,0%18,0%21,0%24,0%

01020304050607080

TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI

RVD SRS BLS CVEL CRZ

Var

iaçã

o d

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s em

eq

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rod

uçã

o p

or

hec

tare

saca

s d

e 60

kg

/ h

a

CO 2016/17 CO 2017/18 Produtividade média Variação CO

Produtividade e Preço de nivelamento sobre CO –2016/17 e 2017/18 – Base produtividade média de cinco anos


42,0 42,6 44,9 44,6 54,4 53,5 35,0 39,1 42,4 45,1

45,7 46,4 49,7 51,0 53,3 53,1

38,1 42,048,5 49,2

-3,0%0,0%3,0%6,0%9,0%12,0%15,0%18,0%21,0%24,0%

-10,000,00

10,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,00

TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI TH TH e RI

RVD SRS BLS CVEL CRZ

Var

iaçã

o d

e p

reço

n

eces

sári

a

R$

/sc

de

60

kg

Preço equil. CO 2016/17 Preço equil. CO 2017/18 Preço Médio safra 2016/17 Var. Preço Equilíbrio CO


Preços passados e futuros de soja na CME Group

Fonte: CME Group; B3

0,000

0,400

0,800

1,200

1,600

2,000

2,400

2,800

3,200

3,600

4,000

4,400

-

170,00

340,00

510,00

680,00

850,00

1.020,00

1.190,00

1.360,00

1.530,00

1.700,00

1.870,00ja

n/0

9

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19

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/20

jul/

20

R$/

US$

Cen

ts U

S$/B

ush

el

Soja CME Groupcents US$/bushel

Câmbio R$/US$


Preços no mercado físico brasileiro e negociações FOB Porto de Paranaguá de soja em grão

Fonte: CEPEA/ESALQ-USP; B3

0,000

0,400

0,800

1,200

1,600

2,000

2,400

2,800

3,200

3,600

4,000

4,400

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

110,00

jan

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v/1

9

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20

set/

20

R$/

US$

R$/

sc d

e 60

kg

Soja Média PRLotes - R$/sc 60 kg

Soja ParanaguáLotes - R$/sc 60 kg

FOB ParanaguáR$/sc

Câmbio R$/US$


• Na safra 2016/17:

– A receita foi superior ao custo operacional em todas as regiões analisadas;

– Sobre o custo total, a Receita Líquida foi negativa em 33% das estruturas de custos analisadas;

• Nos últimos oito anos:

– Houve uma tendência crescente dos custos, reduzindo as margens: é preciso maior produtividade com custos marginais decrescentes;

– As regiões Nordeste e Norte do país foram as que mais sofreram com perdas sobre custos operacionais;

– Sobre os custos totais, as margens são apertadas, quando não negativas.

Considerações gerais


• As relações de troca apontam um cenário de custos maiores para a próxima temporada, comparativamente a 2016/17;

• Tomando como referência a produtividade média dos últimos cinco anos e os preços de insumos de 2017, a produtividade deveria aumentar até 21% ou os preços, até 15%, para equilíbrio entre receita e custos;

• Os preços em Chicago não sinalizam grandes alterações para os próximos vencimentos;

• No Brasil, se os dados de oferta e demanda se confirmarem, oscilações mais expressivas das cotações vão depender da taxa de câmbio.

Considerações gerais


Pesquisadores do CepeaGeraldo S. C. BarrosLucilio R. A. AlvesMauro OsakiRenato Garcia RibeiroFábio F. de LimaFernando Perez CapelloMilena Emi Nishikawa

CUSTOS E RENTABILIDADES DA PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL:

safra 2016/17 e perspectivas para 2017/18

Lucilio Rogerio Aparecido AlvesProf. Dr. da ESALQ/USP

Pesquisador do Cepea/ESALQ/USP

E-mail: [email protected]

Fone: 55 19 3429-8847

Fax: 55 19 3429-8829

http://www.cepea.esalq.usp.br

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