PORTIFÓLIO

Aluno de jornalismo cria projeto de revista interativa que ultrapassa a academia. Leia mais na página 3

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Pensamento: uma revista interativa e multiplataforma

Portifólio Livros, jornais, revistas, tablets, portaisUm apanhado dos principais trabalhos realizados na área do Design Editorial e arquitetura de informação. Página 2

Perfil A história do profissionalEm um relato, conheça o perfil de Tiago Lobo e saiba quais foram suas experiências. Contracapa

RepRodu

ção

Publicação está disponível gratuitamente para Tablets IOS e Android, além de edição impressa com Realidade Aumentada

O estudante de Jornalismo da PUC, Tiago Lobo, 22 anos, lan-çou a revista Pensamento, publi-cação para dispositivos móveis e com edição impressa, que pre-tende concorrer com a intera-tividade dos tablets através da tecnologia de realidade aumen-tada. Com tiragem bimestral, a primeira edição da publicação traz reportagens, arte de capa original, ensaio fotográfico, arti-gos e um encarte especial de fic-ção. Desenvolvido ao longo de um ano, o projeto, que nasceu como um projeto acadêmico na disciplina de Design Gráfico, contou com muita pesquisa e vários colaboradores.

De acordo com Tiago, o ob-jetivo era encontrar uma forma de transportar todo o potencial de interatividade e conteúdo dinâmico das publicações de tablets, para a versão de papel. Dessa forma, ele testou os QR Codes – códigos digitais -, mas desistiu do recurso por achar que eles interferiam no layout das páginas. “Interatividade precisa ser discreta e funcionar apenas como um complemento de conteúdo editorial. Descobri a tecnologia de recognição de imagens, ou realidade aumenta-da, e fiquei fascinado”, explica.

Para colocar o projeto em prática, contatou diversas em-presas, solicitando suporte para o desenvolvimento do trabalho. A catarinense Newex e a para-naense Magtab aceitaram apoiá--lo, sem custo algum. A porto--alegrense Ideograf também auxiliou com a impressão de 50 capas da revista. A edição digital da Revista Pensamento está dis-ponível para download gratuito na App Store e na Google Play.

Publicado em www.coletiva.net

Quarta-feira, 06 de novembro de 2013 Portifólio Tiago Lobo

2 QuARtA-feiRA, 06 de NoVeMBRo de 2013poRtifÓLio

Carlos Scliar, certa vez, disse o se-guinte: “Eu tinha que fazer com a ilustração,com a

tipologia, com a organização doespaço, um trabalho que desse ritmo aquela matéria para que você fosse induzido a ler, depois a responsabilida-de não era mais minha, eu ti-nha feito o que estava ao meu alcance: fazer você começar a

ler”. Fui fisgado. Fiquei fasci-nado pela descoberta de que o Design Editorial faz parte do processo de contar his-tórias e decidi que precisava buscar conhecimentos que me permitissem aprimorar a estética e fluência das repor-tagens não somente pelo texto e sua edição, mas pelos ele-mentos gráficos e sua possi-bilidade de facilitar o entendi-mento de certos conteúdos. .

O motivo do Design Editorial

SínteSe do deSenvolvimento

Projeto gráfico, infografia e diagramação de publicação impressa e virtual para a Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento sob coordenação do jornalista Alexandre Elmi.

ConSultor muniCipal

No final de 2012 Tiago Lobo foi contratado pelo jornalista Altair Nobre como repórter para uma revista de 68 páginas especializada em finanças públicas e na questão do movimento municipalista. Além da reportagem Lobo acabou desenvolvendo a logotipia, projeto gráfico, diagramação e infografia para a publicação.

relatório BanriSul 2012

Desenvolv imento do projeto gráfico e diagramação do primeiro relatório de sustentabilidade a seguir as diretrizes da Global Repor t In i t ia t ive (GRI ) de uma empresa gaúcha. O trabalho que teve apenas saída digital, contou com menus de navegação interativos entre páginas e capítulos, índice remissivo inteligente e adaptação a deficientes visuais.

Publicações

Revistas

PrinciPais trabalhos

QuARtA-feiRA, 06 de NoVeMBRo de 2013poRtifÓLio 3Publicações

JoRnais

Da cidade ao bairro em cinco colunas

Não adianta, edi-tores só que-rem s ab er de t ablóides . “O mel hor c usto

de impressão”, defendem. Se-ja um jornal de bairro, como o JÁ Bom Fim, da JÁ Edito-res, que teve seu projeto grá-fico redesenhado em outubro deste ano, seja o projeto para uma cooperativa de editores que pretendia fazer um sema-nário metropolitano chama-do Rede Jornal, só se fala em “Tablóide” e “cinco colunas”. E é interessante que cada ta-blóide tem formato próprio. Uns ficam no 28 x 38, outros crescem ou diminuem 1cm ou alguns milímetros.

JÁ editoreSCriação de identidade visual, projeto gráfico do Jornal JÁ Bom Fim, layout e arquitetura de informação do Portal JÁ de notícias e projeto gráfico da revista JÁ, sob edição de Elmar Bones.

rede Jornal

Projeto gráf ico para jornal semanal de editores associados à Cooperativa Rede Jornal

deSpertar rio vermelHo

Projeto gráfico e diagramação p a r a j o r n a l d e b a i r ro d e Florianópolis (SC), sob edição do jornalista Renan Antunes de Oliveira.

FatinHo

Projeto editor ial , gráf ico e diagramação de jornal escolar e c o m u n i t á r i o d e n t ro d o programa do Governo Federal Mais Educação, para escola municipal Olga Benário Prestes, em Alvorada.

FolHetim

P r o j e t o e d i t o r i a l , g r á f i c o e d i a g r a m a ç ã o d e j o r n a l especial izado em l iteratura para as faculdades de Letras e Jornalismo da PUCRS, sob coordenação do professor Paulo Kralik.

alguns projetos

Por histórias que façam pensar

Ouvi dizer que o grande jornalista nada mais é do que um sujeito curioso com cer-

ta dose de talento e um pou-co de sorte. Este talento é um sinônimo de esforço e a sorte surge quando ele permite que as oportunidades se criem.

Eu busco histórias. Que-ro descarnar a vida a huma-na, entender motivações, ler pessoas como leio um livro e traduzi-las em um texto que permita que meu leitor reflita e interprete as informações. Acredito em um jornalismo que vá além da função de in-formar e faça pensar.

Foi com isso em mente que resolvi virar jornalista. Eu queria entender um pouco sobre a vida e o mundo lá fo-ra. E ainda não entendo.

Entrei na minha primei-ra redação aos 19 anos, pra um curso de reportagem, e tive aquela tal de sorte. Foi no Jornal JÁ, um decadente jornal de bairro com perfil combativo e crítico da gran-de imprensa. Meu chefe era o Renan Antunes de Oliveira, vencedor de um prêmio Esso nacional de reportagem. Um jornalista romântico e com-pletamente pirado. Calçava uns chinelos amarelos de bor-racha, calça de abrigo e ca-miseta. Mas quando resolvia contar uma história a reda-ção parava. Ele me ensinou e ajudou muito. Como eu não tinha dinheiro e fui morar

sozinho muito cedo, se gas-tasse as passagens de ônibus só comeria quando chegasse em casa, se tivesse comida. Ele me pagava almoços e me tornou uma espécie de office--boy do jornal. E eu era feliz, pois saía pelas ruas olhando pras pessoas com bloco e ca-neta, conhecendo histórias e ampliando o meu universo.

Como eu era diagramador autodidata acabei conseguin-do trabalho numa pequena editora que me explorou tudo o que pôde. Viram que eu ti-nha pique e acabei indo, em seis meses, de diagramador até editor-assistente. É claro que não me pagavam por isso. Mas o saldo foram 6 livros diagramados e a produção editorial da antologia Cami-nhos Fantásticos. Meu pri-meiro trabalho como editor e designer de livro no campo da literatura.

Mas me afastei do jornalismo e quando me dei conta voltei correndo pra uma redação que estava uma bagunça. Aquele jornal JÁ havia mudado de pré-dio e encolhido. Eram tempos difíceis para o veículo.

E nte nd i qu e pre c i s av a aprender mais e apurei a gra-de curricular dos cursos de jornalismo de cada univer-sidade do estado. A que me pareceu melhor era particular e das mais caras. Com ajuda da família durei quatro se-mestres, de oito, e tranquei os estudos. Os estágios que conseguia não pagavam nem

metade das cadeiras que eu fazia. Mas conheci o Alexan-dre Elmi e, por incentivo de-le, na mesma época, ganhei um concurso de design gráfi-co que me rendeu uma bolsa integral num curso de design gráfico do Senac. Agradecia todos os dias por não ficar sem estudar.

Antes de me formar técnico em Design eu tinha sido res-ponsável pelo projeto gráfico e diagramação de um relatório anual da Secretaria de Desen-volvimento e Promoção do In-vestimento do RS (SDPI), pelo projeto gráfico multiplatafor-ma e interativo do Relatório de Sustentabilidade 2012 do Ban-risul, projeto gráfico da revista Consultor Municipal e um re-design completo dos jornais JÁ, JÁ Bom Fim, Revista JÁ e Por-tal JÁ de notícias.

Eu estava perdido, não po-dia estagiar e ninguém con-tratava um pseudo-repórter sem diploma. Visitei todos os veículos da cidade pedindo trabalho, só consegui alguns freelas. Então recebi uma li-gação do Altair Nobre.

A gente se conhecia há tempos: dias depois que me matriculei na faculdade, em 2011, bati na porta do jornal Zero Hora, onde ele traba-lhava, e ofereci texto e foto. Uma história sobre um picha-dor que escalava prédios para deixar sua marca. A matéria foi recusada, mas ele gostou de mim. E quase dois anos depois resolveu me contra-

tar como repórter para uma empresa recém-aberta. Foi a primeira vez que me senti um repórter de verdade. Eu recebia o piso da categoria e aprendi muito. Escrevi sobre finanças públicas em um pro-jeto e fiz toda a reportagem de uma revista para tablets sobre cervejas feitas com arte.

Durante a faculdade ama-dureci minha visão sobre jor-nalismo, fiz oficinas no jornal Correio do Povo, Rádio Gua-íba, cursos no Knight Center, curso de investigação parti-cular, fui finalista de um con-curso de reportagens do jornal Zero Hora e, inspirado pelo jornalismo praticado pela New Yorker, o qual sou fã, criei uma revista para tablets cha-mada Pensamento, com apoio de uma editora brasileira.

Como jornalista assinei ma-térias para as revistas Com-putação Brasil, Sempre Bem, Revista Ligado na Net, Con-sultor Municipal, Beer Art, Pensamento, The Brazilian Post, Jornal JÁ, Portal Terra, UOL, e artigos na Zero Ho-ra e Correio do Povo. Atual-mente edita uma revista para tablets chamada Pensamento, publicação especializada em reportagens, um encarte ex-perimental de “jornalismo de ficção”, escreve matérias para as revistas Beer Art e Consul-tor Municipal.

Neste momento busco um caminho para viabilizar a re-tomada dos meus estudos e me formar o quanto antes.

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