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“Eu sou o , a e a . Ninguém vem ao a não ser por .” Caminho Verdade Vida Pai mim FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 127 • Nº 2.163 • Junho 2009 D EUS , C RISTO E C ARIDADE JESUS e a Verdade R$ 5,00 ISSN 1413 - 1749

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“Eu sou o ,a e a .Ninguém vem ao a não ser por .”

CaminhoVerdade Vida

Paimim

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

Ano 127 • Nº 2.163 • Junho 2009D EUS , CR I S TO E CAR I D ADE

JESUS e

a Verdade

R$ 5,00

ISSN 1

413

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749

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

Revista de Espiritismo CristãoAno 127 / Junho, 2009 / N o 2.163

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO E EVANDRO NOLETO

BEZERRA

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça)CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES PEREIRA

Editorial

Verdade e opinião

Entrevista: César de Jesus Moutinho

Espiritismo no Planalto Central

Presença de Chico Xavier

O anjo solitário – Irmão X

Esflorando o Evangelho

Escamas – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

44o Congresso Brasileiro de Esperanto – Affonso Soares

Pietà/Pietà – Neide de Barros Rego

Conselho Federativo Nacional

Reunião da Comissão Regional Nordeste

Seara Espírita

Jesus e os Evangelhos (Capa) – Juvanir Borges de Souza

Jesus – Amaral Ornellas

As emoções – Joanna de Ângelis

Razão e sofrimento – Mauro Paiva Fonseca

Ingenuidade e esperteza – Richard Simonetti

Amigos espirituais – Christiano Torchi

A Palestina no tempo de Jesus – Leonardo Machado

Em dia com o Espiritismo – A Via Láctea e o

Sistema Solar – Marta Antunes Moura

Cristianismo Redivivo – Revelação Divina (Capa) –

Haroldo Dutra Dias

Deus quer misericórdia – Maria Dolores

Lauro de Oliveira São Thiago

Instituições Espíritas Centenárias em funcionamento

no Brasil em 2009 – Washington Luiz Fernandes

5

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual R$ 339,00Número avulso R$ 55,00

PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 335,00

Assinatura dde RReformador: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

E-mmail: [email protected]

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4 Reformador • Junho 2009220022

a questão 628 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec1 pergunta: Por quenem sempre a verdade foi colocada ao alcance de todos? E os EspíritosSuperiores respondem: “É necessário que cada coisa venha a seu tempo.

A verdade é como a luz: é preciso habituar-se a ela pouco a pouco, senão ela ofus-ca. Deus jamais permitiu que o homem recebesse comunicações tão completas einstrutivas como as que hoje lhe são dadas. [...]”

Uma simples observação na história da Humanidade permite constatar que Deussempre atendeu ao homem em suas necessidades evolutivas, no tempo certo, comrevelações adequadas ao seu grau de adiantamento moral e intelectual.

Vencidas as primeiras etapas da sua evolução, permitiu-lhe Deus o contato coma Lei Divina, aprendendo com Moisés os rudimentos da Justiça. Tempos depois,veio Jesus aprofundar os ensinamentos da Lei de Deus, explicando e vivendo a prá-tica do Amor no sentido mais abrangente e profundo que é dado ao homem com-preender. Com a Humanidade mais evoluída, no século XIX chega à Terra aDoutrina Espírita, o Consolador, o Espírito de Verdade que, como observa Jesus,“é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coi-sas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.

As verdades trazidas pelo Espiritismo venceram os 150 anos de maior progressoda Humanidade, sem que nenhum dos seus princípios fosse questionado. Ao con-trário, vêm sendo comprovados pelos avanços científicos. Essas verdades chegaramaté nós pela revelação dos Espíritos Superiores e, também, pelo cuidado, bom senso,vigilância e raciocínio lógico do Codificador, que soube filtrar as “verdades” revela-das e publicadas na Codificação Espírita, separando-as das “opiniões” de outrosEspíritos que levianamente as manifestaram, mais por vaidade do que por conhe-cimento. Para tanto, Allan Kardec, inspiradamente, criou e utilizou o método quedenominou “Controle Universal do Ensino dos Espíritos”, descrito na Introduçãode O Evangelho segundo o Espiritismo, o qual merece permanente estudo.

Se nós, que procuramos estudar e praticar o Espiritismo, utilizarmos o métodocitado, assiduamente, em nossas atividades, por certo evitaremos muitas desilusõesque a invigilância e a precipitação acabam nos proporcionando.

N

Verdade eopinião

Editorial

1Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Ed. Comemorativa do Sesquicentenário. Rio de Janeiro: FEB,2007.

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esus, o Cristo de Deus, Espíri-to puro, conforme a Revela-ção dos Espíritos superiores,

Governador Espiritual da Terra,cuja formação acompanhou desdesua origem, é o divino missioná-rio designado pelo Criador paraorientar e acompanhar o progres-so deste orbe, desde o princípio.

Em determinada fase de suaevolução, quando este mundo jáse transformara em habitação, es-cola, e em experiências vivenciaispara milhões de Espíritos imper-feitos, que aqui passaram a encar-nar e reencarnar, em busca do pro-gresso, lei natural para a evoluçãode todas as criaturas de Deus, oCristo, que sempre assistiu e acom-panhou, através de seus missioná-rios, a toda a população, divididaem povos e raças diversificadas,julgou útil e necessária a sua pre-sença pessoal junto aos homens,para retificar erros e caminhos,desvios e crenças diversas adota-dos pelas populações terrenas.

Essa resolução do Cristo, de ex-trema importância para todos oshabitantes deste mundo, efetivou--se há cerca de dois mil anos.

A vinda do Mestre ao nossomundo material, que fora anun-ciada pelos profetas, a seu serviço,com cerca de oito séculos de ante-cedência, constituiu-se num fatomarcante, gerando nova fase evo-lutiva na vida da Humanidade.

Antes da presença de Jesus, to-dos os povos, com exceção do po-vo judeu, no seio do qual se apre-sentou o Mestre, cultivavam o po-liteísmo, ou seja, a crença e o cultoda pluralidade de deuses.

Os ensinos do Mestre,não somentereafirmarama existênciade um únicoDeus, o Cria-dor do Uni-verso infinitoe de tudo o queexiste, como dei-xaram lições eexemplos que ja-mais seriam es-quecidos pelaHumanidade.

A simplicida-de e a bondade comque agia, nas circunstân-

cias mais difíceis, como nas inúme-ras curas que realizou e nas perse-guições que sofreu injustamente,marcaram indelevelmente sua pre-sença entre os homens.

Jesus e osEvangelhos

JU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

5Junho 2009 • Reformador 220033

J

Capa

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As criaturas mais simples, ossofredores e os doentes aceitarame compreenderam com relativa fa-cilidade as lições do Mestre.

O contrário ocorreu com os or-gulhosos, com as classes dirigen-tes e com os chefes religiosos dasociedade hebraica de então, quese opuseram às lições e aos exem-plos trazidos por aquele Ser supe-rior aos habitantes deste mundo,tão necessitado de renovação.

Felizmente para todos nós,apesar das incompreensões dosque se opuseram ao Mestre, aca-bou prevalecendo o Bem, repre-sentado pelos seus ensinos.

Mas no decorrer dos séculos edos milênios, os interesses huma-nos impuseram acréscimos e dis-torções interpretativas ao legadodo Filho de Deus.

Entretanto, nosso GovernadorEspiritual não só previu as difi-culdades que a ignorância e os in-teresses oporiam à sua obra re-dentora, como estabeleceu, para ofuturo, a renovação de seus ensi-nos, com o acréscimo do conheci-mento de coisas novas, para gáu-dio e regozijo dos que lutam pelaevolução e progresso contínuos.

A promessa de Jesus de que pe-diria ao Pai a vinda de outro Conso-lador, para relembrar seus ensinose trazer o conhecimento de coisasnovas, é a comprovação de que oMestre sabia que sua obra seriadistorcida por interesses humanos.

Sua promessa foi cumpridacom a vinda do Espiritismo, aTerceira Revelação dos Espíritossuperiores, tendo à frente o Espí-rito de Verdade.

É interessante notar que Jesusnão deixou nada escrito, no pe-ríodo de sua vivência entre oshomens.

Seus ensinos, dirigidos aos dis-cípulos e ao povo em geral, eramouvidos e retransmitidos oralmen-te, de acordo com o entendimen-to de cada um.

Somente muitos anos após seusacrifício no Gólgota, surgiram asdiversas narrativas que se transfor-maram nos Evangelhos, escritospor alguns de seus discípulos, comoMateus, João e Filipe, e por outrosseguidores dos ensinos do Mestre,mas que não o conheceram direta-

mente, colhendo com os seus discí-pulos e com Maria, a Mãe Santís-sima, as informações que se trans-formaram em outros Evangelhos,como é o caso de Marcos e Lucas.

Além dos quatro Evangelhosconsiderados autênticos e fiéis àstradições cristãs (Mateus, Marcos,Lucas e João), aceitos pela Igrejasem oposições e contestações, cer-ca de vinte outros foram escritos ecitados por diversos cristãos, e ti-veram origem nos três primeirosséculos do Cristianismo.

Os Evangelhos denominadossinópticos, escritos em hebraicopor Mateus, Marcos e Lucas, ex-pressam o pensamento cristão--hebraico dos apóstolos e pri-meiros cristãos.

Já o Evangelho de João foi es-crito sob forma e influência dife-rentes.

João, conhecido como o dis-cípulo amado, recebeu de Jesus,já pregado à cruz, o encargo decuidar de sua mãe, Maria. En-quanto viveu a Mãe Santíssima,João a assistiu e protegeu.

Após algum tempo, João re-solveu deixar a Judeia, indo resi-dir e trabalhar na difusão de seusideais cristãos na cidade de Éfe-so, juntamente com Maria.

Foi nesse novo ambiente, já nosfins do século I, que João escreveuseu Evangelho, que tem caracte-rísticos diferentes dos anteriores.

São de Emmanuel, no livro (O Consolador, Ed. FEB, questão284), as seguintes palavras, quebem caracterizam a diferença en-tre os sinópticos e o Evangelho deJoão, conhecido como místico:

Papiro que data da metade do século II A. D., e contém João, 18:31--33, 37-38.

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67, p.

114

6 Reformador • Junho 2009 220044

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[...] As peças nas narrações

evangélicas identificam-se natu-

ralmente, entre si, como partes

indispensáveis de um todo, mas

somos compelidos a observar

que, se Mateus, Marcos e Lucas

receberam a tarefa de apresen-

tar, nos textos sagrados, o Pastor

de Israel na sua feição sublime,

a João coube a tarefa de revelar o

Cristo Divino, na sua sagrada

missão universalista.

Assim, podemos perceber que,enquanto os Evangelhos sinópti-cos receberam a influência diretado pensamento dos primeiros cris-tãos e dos apóstolos do Cristo,todos com sua formação cristã--judaica, o Evangelho de João re-flete o Cristianismo, na sua faseinicial, sob a influência da filoso-fia grega de Sócrates e Platão, queconsiderava o Cristo como o ver-bo, o logos, o portador das verda-des eternas que vêm de Deus, oCriador.

Todos os Evangelhos mostramJesus como o divino Missionáriode Deus, o Espírito puro e pode-roso que veio a este mundo paradar a todos o exemplo de uma vi-da simples, mas de uma grandezaincomparável, de sacrifícios e ab-negação, na qual se encontram to-das as perfeições.

A Doutrina, que Jesus ensina eexemplifica, é toda de amor e luz.

Dirigia-se, de preferência, aospobres, aos humildes e sofredorese às inteligências subjugadas pelossofrimentos e provações, mas seuobjetivo era sempre o de ajudar atodos os irmãos menores da reta-

guarda, em um mundo de expia-ções e provas, como o nosso.

Em todas as circunstâncias, co-locava o Mestre, ao alcance de to-dos, a realidade da imortalidadedo Espírito e a existência de Deus,o Criador do Universo infinito.

Os apóstolos escolhidos peloMestre para a continuação de suamissão, apesar de o haverem com-preendido e nele depositarem suafé e esperança, tinham conheci-mentos limitados e não puderamcorresponder integralmente aoque deles se esperava.

Seu trabalho essencial, alémdos que se ocuparam com a ela-boração dos Evangelhos, foi o de

formar, nas diversas cidades, gru-pos de cristãos, aos quais transmi-tiam os princípios que com Elehaviam aprendido.

Os Evangelhos sinópticos e osque, escritos nessa época, foramproscritos pela Igreja refletem otumultuado mundo judaico deentão, com as muitas discussõesque caracterizam os primeirostempos do Cristianismo, após osacrifício de Jesus.

O Consolador prometido e enviado por Jesus, que já se en-contra na Terra, visa restaurar, emtoda a sua pureza, os ensinos e osexemplos deixados pelo MestreIncomparável.

Reis, juízes, heróis, generais e tiranos,Entre o ouro e o poder, de vitória, em vitória,Comandaram na Terra a vida transitória,Erguendo sobre o povo os braços soberanos.

E passaram fremindo, arrojados e insanos,Ébrios de ostentação e famintos de glória,Detendo-se, porém, nos túmulos da História,Relegados à dor de cruéis desenganos.

Mas o Cristo, na palha, humilde e pequenino,Traz consigo somente o Coração Divino,Na exaltação do bem que ilumina e socorre...

E, brilhando por sol generoso e fecundo,Em todas as Nações que engrandecem o mundoÉ sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.

Amaral Ornellas

Jesus

Fonte: XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do Natal. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2002. Cap. 18.

7Junho 2009 • Reformador 220055

Capa

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8 Reformador • Junho 2009 220066

palavra emoção provém doverbo latino emovere, quesignifica mover ou movi-

mentar, sendo, portanto, qualquertipo de sentimento que produzana mente algum tipo de movimen-tação, que tanto pode ser positiva,negativa ou mesmo neutra.

Importantes na ocorrência des-se fenômeno são o seu propósitoassim como as suas consequências.Quando se direciona ao bem-es-tar, à paz, à alegria de viver e deconstruir, contribuindo em favordo próximo, temo-la como positi-va ou nobre, porque edificante erealizadora. No entanto, se inquie-ta, estimulando transtornos e an-siedade, conduzindo nossa mentea distúrbios de qualquer natureza,temo-la negativa ou perturbado-ra, que necessita de orientação eequilíbrio.

Os resultados serão analisa-dos pelos efeitos que produzamno indivíduo assim como na-queles com os quais convive, es-tabelecendo harmonia ou ge-rando empecilhos.

São as emoções responsáveispelos crimes hediondos, quandotranstornadas, assim como pelasgrandes realizações da Humani-dade, quando direcionadas paraos objetivos dignificantes do ser.

No primeiro caso, desfruta-seda alegria de viver e de produzir obem, enquanto que, no segundo,proporciona sofrimento e angús-tia, desespero e consumpção.

Para um ou outro objetivo sãonecessárias ferramentas específi-cas, tais como o amor, a bondade,a compaixão, a gentileza, a carida-de, a fim de se lograr os resultadosnobres, ou, do contrário, a ira, acólera, o ódio, o ressentimento,a desonestidade, que levam ao cri-me e a todas as urdiduras do mal.

No primeiro caso, encontra-mos a nobreza de caráter e dossentimentos edificantes, enquan-to que, no segundo, constatamosa pequenez moral, o primarismoem que se detém o ser humano.

As emoções, do ponto de vistapsicológico, podem ser agradáveisou perturbadoras, estabelecendoidentidades, tais como aproxima-ção, medo, repugnância e rejeição.

O importante, no que concer-ne às emoções, é o esforço quedeve ser desenvolvido a fim deque sejam transformadas as no-civas em úteis.

Quando se expressam preju-diciais, o indivíduo tem o deverde trabalhá-las, porque algo em simesmo não se encontra saudávelnem bem orientado. Ao invés de

dar expansão às suas tempestadesinteriores, deve procurar examinarem profundidade a razão pela qualassim se encontra, de imediato, ten-tando alterar-lhe o direcionamento.

As emoções têm sua origemnas experiências anteriores do ser,que se permitiu o estabelecimentode paisagens internas de harmo-nia ou de conflitos.

Não se deve lutar contra as emo-ções, mesmo aquelas denomina-das prejudiciais, antes cabendo oesforço para desviar-se a ocor-rência daquilo que possa signifi-car danos em relação a si mesmoou a outrem.

Inevitavelmente ocorrem mo-mentos em que as emoções noci-vas assomam volumosas. A indis-ciplina mental e de comporta-mento abrem-lhes espaços paraque se expandam, no entanto, avigilância ao lado do desejo deevitar-se danos morais oferece re-curso para impedir-lhe as sucessi-vas consequências infelizes.

Nem sempre é possível evitar--se ocorrências que desencadeiamemoções violentas. Pode-se, po-rém, equilibrar o curso da suaexplosão e o direcionamento dosseus efeitos.

Raramente alguém é capaz depermanecer emocionalmente neutro

A

As emoções

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em uma situação conflitiva, es-pecialmente quando o seu ego éatingido. Irrompe, automatica-mente, a hostilidade, em forma deautodefesa, de acusação defensiva,de revide...

Pode-se, no entanto, evitar quese expanda o sentimento hostil, ad-ministrando-se as reações que pro-duz, mediante o hábito de respei-tar o próximo, de tê-lo em trânsitopelo nível de sua consciência, seem fase primária ou desenvolvida.

Torna-se fácil, desse modo, su-perar o primeiro impacto e corri-gir-se o rumo daquele que setransformou em emoção de ira oude raiva...

Se tomas consciência de timesmo, dos valores que te carac-terizam, das possibilidades de quedispões, é possível exercer umcontrole sobre as tuas emoções,evitando que as perniciosas semanifestem ante qualquer moti-vação e as edificantes sejam equi-

libradas, impedindo os excessosque sempre são prejudiciais.

Quando são cultivadas as re-miniscências das emoções dano-sas, há mais facilidade para queoutras se expressem ante qual-quer circunstância desagradável.Como não se pode nem se deveviver de experiências transatas, oideal é diluir-se em novas expe-riências todas aquelas que causa-ram dor e hostilidade.

Isso é possível mediante o cul-tivo de pensamentos de paz e desolidariedade, criando um campomental de harmonia, capaz de ma-nifestar-se por automatismo, dian-te de qualquer ocorrência gerado-ra de aflição.

Gandhi afirmava que não se de-ve matar o indivíduo hostil, masmatar a hostilidade nesse indiví-duo, o que corresponde ao com-portamento pacífico encarregadode desarmar o ato agressivo dequem se faz adversário.

Eis por que a resistência passi-va consegue os resultados exce-

lentes da harmonia. Provavelmen-te, o outro, o inimigo, não enten-derá de momento a não-violênciadaquele a quem aflige, mas issonão é importante, sendo valiosopara aquele que assim procede,porque não permite que a insâniade fora alcance o país da sua tran-quilidade interior.

A problemática apresenta-secomo necessidade de eliminar ossentimentos negativos, o que nãoé fácil, tornando-se mais eficientediluí-los mediante outros de na-tureza harmônica e saudável.

Acredita-se que a supressão daangústia, da ansiedade, da raivaproporciona felicidade. Não seráo desaparecimento de um tipo deemoção que fará com que se des-frute imediatamente de outra. Aquestão deve ser colocada de ma-neira mais segura, trabalhando-se,sim, pela eliminação das emoçõesperturbadoras, porém, ao mesmotempo, cultivando-se e desenvol-vendo-se aquelas que são as sau-dáveis e prazenteiras.

9Junho 2009 • Reformador 220077

As emoções podemgerar ira, cólera...

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Não se torna suficiente, por-tanto, libertar-se daquilo que geramal-estar e produz decepção, masagir de maneira correta, a fim deque se consiga alegria e estímulopara uma vida produtiva.

Viver por viver é fenômeno bio-lógico, automático, no entanto, éimprescindível viver-se em paz,bem viver-se, ao invés do tradicio-nal conceito de viver de bem comtudo e com todos, apoiado em re-servas financeiras e em posiçõesrelevantes, sempre transitórias...

Pensa-se que é uma grandeconquista não se fazer o mal aninguém. Sem dúvida que se tratade um passo avançado, entretan-to, é indispensável fazer-se o bem,promover-se o cidadão, a cultura,a sociedade, ao mesmo tempo ele-vando-se moralmente.

Quando se está com a emoçãodirecionada ao bem e à evoluçãomoral, o pensamento torna-se edi-ficante e tudo concorre para a am-pliação do sentimento nobre. O in-verso também ocorre, porquantoo direcionamento negativo, as sus-peitas que se acolhem, a hostili-dade gratuita que se desenvolve,contribuem para que o indiví-duo permaneça armado, porquesempre se considera desamado.

Mediante o cultivo dasemoções positivas, aclara-se a

percepção da verdade, dasatitudes gentis, dos senti-

mentos solidários, enquanto quea constância das emoções prejudi-ciais faculta a distorção da ópticaem torno dos acontecimentos, ge-rando sempre mau-humor, indis-posição e malquerença.

Quando se alcançar o amoraltruísta, haverá o sentimento da realfraternidade e o equilíbrio real noser em busca de si mesmo e deDeus.

Jesus permanece como sendo oexemplo máximo do controle dasemoções, não se deixando pertur-bar jamais por aquelas que são con-sideradas perniciosas. Em todosos Seus passos, o amor e a benevo-lência, assim como a compaixão ea misericórdia estavam presentes,caracterizando o biótipo ideal, guiae modelo para todos os indivíduos.

Traído e encaminhado aos Seusinimigos, humilhado e condena-do à morte, não teve uma emoçãonegativa, mantendo-se sereno econfiante, lecionando em silên-cio o testemunho que é pedidoa todos quantos se entregam aDeus e devem servir de modeloà Humanidade.

Não se podendo viver sem asemoções, cuidar daquelas que edi-ficam em detrimento das que per-turbam, tal é a missão do homeme da mulher inteligentes na Terra.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo

Pereira Franco, na manhã de 9 de março

de 2009, no Centro Espírita Caminho da

Redenção, em Salvador, Bahia.)

10 Reformador • Junho 2009 220088

...ou proporcionarbem-estar, paz

e alegria

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Reformador: Como se desenvol-ve o Movimento Espírita no Dis-trito Federal?Moutinho: Essencialmente pelaintegração e união das pessoas

que fazem o Movimento Espíri-ta do Distrito Federal, porque,por trás de todas as instituiçõesque o compõem, encontramospessoas, e com estas pessoas es-tabelecemos e estreitamos rela-ções que fortalecem cada vez

mais os elos de união, poisquando realizamos ativida-des com as entidades queparticipam do Movimento,vamos ao encontro de ami-gos, criando e fortalecendoo sentimento da nossa famí-

lia espírita; o Movimentotem se solidificado àmedida que as relaçõesvêm se consolidando.Esta integração é reali-zada por meio de ativi-

dades de preparação do Planeja-mento Estratégico do Movimen-to Espírita do Distrito Federal,em diferentes níveis e momen-tos, seja dos dirigentes da FEDFe dos Conselhos Distrital e Re-gionais, seja através da Direto-ria da Federação e dos departa-mentos das casas espíritas. Con-sequentemente, na execução des-te planejamento, nas atividadesde capacitação, integração e sen-sibilização, o Movimento se for-talece e a rede de colaboraçãoaumenta, com o acréscimo denovos trabalhadores ou com ocomprometimento dos que jáestão atuando.

Reformador: E como estes plane-jamentos se efetivam?Moutinho: Na prática realizam--se em diversos encontros, emum momento, com as lideran-ças para planejar e, em outro, pa-ra executar o planejamento comos colaboradores e os diversos

11Junho 2009 • Reformador 220099

CÉ S A R D E JE S U S MO U T I N H OEntrevista

Espiritismo noPlanalto Central

César de Jesus Moutinho, presidente da Federação Espírita do Distrito Federal(FEDF), comenta sobre o Movimento Espírita na sua área de abrangência e

destaca o “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2007-2012)”

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públicos para os quais a ativi-dade é destinada. Estes encon-tros ocorrem de forma centra-lizada na FEDF e, de formadescentralizada, em encontrositinerantes nas diversas entida-des espíritas. São ciclos anuaisque vêm crescendo em partici-pação e qualidade das ativida-des executadas. Estruturalmen-te, o Movimento Espírita do Dis-trito Federal é coordenado pe-lo Conselho Federativo Distrital(CFD), com membros eleitos pa-ra mandatos de três anos. O CFDelege os dirigentes da Federati-va. A FEDF coordena a eleiçãodos dirigentes dos ConselhosRegionais Distritais, em núme-ro de três, abrangendo as re-giões administrativas do Distri-to Federal.

Reformador: No momento, quan-tos centros estão unidos à Federação?Moutinho: Já cadastramos cer-ca de 138 casas e entidades espí-ritas em nosso território e en-torno. Entretanto, temos cercade 70 a 80 destas, que partici-pam ativamente das atividadesfederativas.

Reformador: Quais são as prin-cipais ações da Federação?Moutinho: Após a finalizaçãodo Planejamento Estratégico,no final de cada ano, as ações seconcentram em coordenar asatividades para a sua execução.Este planejamento se traduz nasseguintes atividades: ciclo de vi-sitas a todas as casas do DistritoFederal, a fim de divulgar as ati-

vidades e conscientizar sobre otrabalho federativo; encontrosmensais denominados Espaço Fe-derativo, para capacitação e sen-sibilização dos trabalhadores edirigentes espíritas; ciclo de se-manas espíritas, realizadas nascidades-satélites e Plano Piloto,ou em grupos de cidades próxi-mas, visando integrar trabalha-dores e criar espaço para que ascomunidades regionais tenhamcontato com a mensagem espí-rita; COJEDF – trabalho direcio-nado para envolver o jovem noMovimento Espírita; TREINAR– atividade centralizada ouregional especificamente paracapacitação de trabalhadoresespíritas; ENTRAE – espécie deminicongresso para os traba-lhadores espíritas do DistritoFederal, que ocorre de forma des-centralizada por CRD, visandointegração e união dos traba-lhadores; FACE-DF – Fórum deArte e Cultura Espírita –, um es-paço de debate, estudo, planeja-mento e direcionamento da Ar-te Espírita do Distrito Federal.

Reformador: E os principais pro-jetos programados e em execuçãopara este ano?Moutinho: Este ano, nossoprincipal projeto é a realizaçãodo 1o Congresso Espírita doDistrito Federal, nos dias 9, 10e 11 de outubro, para onde to-das as outras atividades serãoconvergidas.

Reformador: Como vocês sentema atuação federativa em nível de

Reuniões das Comissões Regionaise da Reunião do Conselho Fede-rativo Nacional?Moutinho: É de suma impor-tância para o trabalho de unifi-cação. Atualmente, estamos im-plementando o “Plano de Tra-balho para o Movimento Espí-rita Brasileiro (2007-2012)”, di-recionado para um conjunto de estratégias comuns, unindoem torno delas todas as Federa-tivas.

Reformador: Qual mensagemdeixa para os leitores de Refor-mador?Moutinho: O trabalho no Mo-vimento Espírita exige maior de-dicação e comprometimento detodos os que assumiram respon-sabilidades na seara espírita, im-pondo renúncias que muitas ve-zes sacrificam o convívio fami-liar e outras relações sociais. Noentanto, é uma grande oportu-nidade de trabalho, crescimen-to espiritual e pessoal, pois, àmedida que lidamos com as di-ficuldades que o trabalho exige,vamos estabelecendo relaciona-mentos cada vez mais fraternos,desenvolvendo habilidades eatitudes que nos tornam pes-soas melhores e mais felizes.Não podemos deixar de levarem consideração as companhiasespirituais e toda a assistênciadecorrente deste convívio, tra-zendo-nos à consciência que otrabalho no Movimento Espíri-ta é uma bendita oportunidade,de que somos os maiores bene-ficiados.

12 Reformador • Junho 2009 221100

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13Junho 2009 • Reformador 221111

entre as leis morais a queas criaturas inevitavelmen-te estão sujeitas, destacare-

mos, para apoio de nosso raciocí-nio, a Lei do Progresso. Em cum-primento a seus impositivos, odeterminismo Divino nos impul-siona, obrigando-nos a progredir.

Como todas as demais, tambémesta lei possui, entre seus atributos,o automatismo. A ninguém a Divi-na Sabedoria outorga prerrogativasde cobrança do esforço evolutivo,porque a evolução será sempre ine-vitável. Assim, a involução é apenasuma palavra sem sentido porque,em realidade, jamais o Espírito re-trocede em seu caminho ascensio-nal. A velocidade com que cadacriatura progride é infinitamentevariável, já que ela estará sujeitatambém a um número igualmenteinfinito de fatores e circunstâncias.

Se é verdade que ninguém “in-volui”, não é menos verdade que aestagnação pode ocorrer quandoalguém, acomodado ao estágio

em que se encontra, se negue aoesforço de conquista e prática dosatributos libertadores colocados àsua disposição.

Referindo-nos aos seres huma-nos em geral, será necessário re-conhecer que somos situados navida, conforme o estágio em quenos encontramos, na posição de-terminada pelas necessidades quetrazemos, implícitas em a nature-za espiritual que nos caracterize.

Claro que o estado de inativi-dade evolutiva não será indefini-do, pois o determinismo Divinonos aponta o rumo da perfeiçãocomo meta a alcançar; entretanto,quando nos confiamos ao ócio, ànegligência, à indiferença ou à re-beldia, repetindo erros e crimes,entra em ação o automatismo dalei com a terapia de choque. É oremédio amargo representado pe-lo sofrimento e a dor a que noscondicionamos ao rejeitar todosos argumentos da lógica, do direi-to, do bom senso e da razão. Deus

não pune nem castiga ninguém;entretanto, deu-nos a consciênciapara podermos diferenciar o bemdo mal, o certo do errado. Destemodo, ninguém é culpado pornossos padecimentos, senão nóspróprios, quando violamos as leisinflexíveis que governam a vida.Os fatos que ocorrem, trazendo--nos padecimentos de variada na-tureza, na realidade são recursosutilizados pela Lei de Justiça a fimde repararmos os desequilíbrioscriados em nossa existência, vi-sando restabelecer o equilíbrioperdido. Para que não paire dúvi-da quanto à conduta a adotar navida de relação com os semelhan-tes, Jesus estabeleceu o princípioacessível a todo e qualquer enten-dimento, sentenciando: “Não fa-çais aos outros o que não quiser-des que vos façam [...]”.1

Razão esofrimento

DMAU RO PA I VA FO N S E C A

1 KARDEC, Allan. O evangelho segundo oespiritismo. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB,2007. Cap. 11, item 9.

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e os Espíritos reencarnam,e consequentemente tran-sitam do plano físico para

o espiritual e vice-versa, comojustificar o crescimento da popu-lação mundial?

No início da Era Cristã haviaperto de trezentos milhões de ha-bitantes na Terra. Seremos oito bi-lhões em 2020, vinte e sete vezesmais.

De onde essa gente toda vem seé sempre a mesma gente que vai?

Esse, amigo leitor, é o mais fre-quente questionamento dos quecombatem o princípio das vidassucessivas.

Há os ingênuos, que não se dãoao trabalho de estudar o assunto.

Pior são os espertos que, embo-ra conhecendo a resposta, faltamà verdade com a intenção de darum nó em nossos miolos.

Segundo informações da Espiri-tualidade, através de médiuns con-fiáveis, como Chico Xavier, nossoplaneta tem vinte e cinco bilhõesde Espíritos que aqui desenvolvem

experiências evolutivas. Aproxima-damente seis bilhões e setecentosmilhões encarnados; os restantes,desencarnados.

Portanto, a população podecrescer à vontade. Enquanto nãose exaurirem os recursos do Pla-neta, sempre haverá gente de lápara cá aportar.

Ainda que toda a populaçãoplanetária possa, hipoteticamen-te, encarnar, não haverá proble-ma. Espíritos de outros mundosaqui aportarão, obedecendo à mi-gração interplanetária, já que nãosão estanques suas coletividades.

E mais: nunca faltarão Espíri-tos para compor populações emqualquer estância do Universo,porquanto a Criação é infinita.

Diante de fariseus e saduceusorgulhosos da descendência deAbraão, João Batista, o precursor,dizia, significativamente (Mateus,3:9):

Não penseis que basta dizer: te-mos por pai a Abraão. Eu vos digo

que destas pedras Deus pode susci-tar filhos a Abraão.

Simbolismo ilustrativo.Deus cria incessantemente Es-

píritos para povoar o Universo.São mais numerosos na vastidãodo infinito do que os átomos quecompõem o mar de pedras que hána Terra.

Sempre os teremos para aqui en-carnar, se assim o Criador o desejar.

Indagará você, leitor amigo:Por onde andam os perto de

dezoito bilhões e trezentos mi-lhões de moradores do Além?

Digo-lhe que depende da con-dição espiritual.

Essa população desencarnadaestende-se em vários níveis, a par-tir da crosta terrestre. Por aqui,trombando com os homens, hágrande parcela de Espíritos que,libertando-se dos laços da matériapelo fenômeno da morte, perma-necem presos aos vícios e paixões

14 Reformador • Junho 2009 221122

S

Ingenuidadee esperteza

RI C H A R D SI M O N E T T I

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que caracterizam o comporta-mento de muita gente.

Vivem como se fossem encar-nados. Convivem conosco. Influen-ciam-nos e não raro nos explorame oprimem, na medida em que nosrendamos à sua influência.

Surpreendido ao tomar conhe-cimento dessa realidade, um ami-go indagava:

– Se for tomar banho, eles meverão? Haverá outras indiscrições?

Depende de nós, de estaremabertas ou fechadas as portas denosso lar a essas influências.

Se o ambiente é desajustado, sehá vícios e destemperos; se mem-bros do agrupamento familiarnão cultivam a oração e um senti-do idealista de vida, fatalmenteperderemos a privacidade. Muitosde nossos problemas de saúde,desvios de comportamento, víciose paixões, surgem e se agravam apartir dessa presença.

Se cultivarmos os valores doCristo, no empenho de renovação,no esforço do Bem, estaremos res-guardados.

Há o velho ditado:

Diz-me com quem andas e te di-rei quem és.

Com pequena alteração pode-mos aplicá-lo em relação às in-

fluências espirituais:

Diz-me como fazes e te direia natureza das influências que tecercam.

Em última instância, sempredependerá de nós.

Há a indefectível questão doesquecimento, sempre evocadoquando se pretende contestar areencarnação.

Se estamos pagando dívidas, sesofremos dores e dissabores rela-cionados com nossos comprome-timentos do pretérito, não seriamais fácil e coerente tomar co-nhecimento deles? Não estaría-mos mais conformados, aceitan-do melhor o disciplinamento damestra Dor?

Puro engano. Durante anos, vi-sitei prisões e raramente encon-trei alguém que julgasse justa asua condenação. A maioria esper-neia, revolta-se, cuida de fugir…

– Achei uma mala cheia de di-nheiro, veio a polícia e me pren-deu sob a alegação de que a haviaroubado.

– Tropecei num cadáver ensan-guentado e manchei minhas rou-pas. Não adiantou explicar. Con-denaram-me por um crime quenão cometi!

– Bandidos perversos enfia-ram-me num automóvel e meobrigaram a acompanhá-los numassalto. Absurdo ser acusado dementor do bando!

– Estava amolando uma facaquando o elemento tropeçou ecaiu sobre a lâmina, que entrouem seu peito e atingiu o coração.

Da mesma forma, imagino aspessoas recordando suas defecçõesdo passado, a clamarem aos céus:

– Não me conformo ter nasci-do com a língua presa, como se ti-vesse sido contumaz fofoqueiro.Afinal, na vida anterior nada fizsenão defender a verdade, reve-lando as faltas alheias.

– Deus foi injusto comigo, dan-do-me um corpo debilitado, braçosfrágeis. Logo eu, que na vida ante-rior defendia a justiça, ao espancaraqueles que me contrariavam.

Portanto, caro leitor, não vejoporque teríamos maior facilidadepara enfrentar o resgate de nossosdébitos, lembrando a origem deles.

Examinemos objetivamente aquestão.

A família humana está na Terrahá pelo menos duzentos mil anos.Estimativa modesta, porquanto secalcula que o ser pensante surgiuhá pelo menos um milhão de anos.

Estabelecida uma média de cin-co reencarnações a cada milênio,o que é, também, um cálculo mo-desto, teríamos muita gente comcentenas de reencarnações. MesmoEspíritos mais jovens certamentepor aqui passaram, em existênciasbreves, longas, médias; experiências

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variadas – homem, mulher, euro-peu, asiático, americano, africano,nas alternâncias evolutivas...

Quando é curto o intervalo en-tre reencarnações, o Espírito podeguardar fortes lembranças da per-sonalidade anterior, algo pertur-bador, gerando uma confusão ter-rível em sua cabeça.

Imaginemos o que seria a so-breposição de incontáveis perso-nalidades de vidas anteriores emnosso mundo íntimo. Toda umapopulação convivendo na caixacraniana! Não haveria juízo queresistisse.

Consideremos a oportunidadedo recomeço:

Um homem é condenado porter cometido atrocidades, crimi-noso famigerado.

Após anos de prisão, a cons-ciência desperta, atormenta-sepelos crimes praticados.

Ao sair da prisão, qual seria oseu grande desejo, em relação aoassunto?

Ah! Se pudesse esquecer e co-meçar tudo de novo, num lugaronde ninguém o conhecesse, nemo discriminasse pelo seu passado!

É exatamente o que a reencar-nação nos faculta, oferecendo-nosinfinitas chances de reabilitação.

Há o problema da convivênciaentre desafetos.

Diz Kardec, quando aborda aquestão do esquecimento do pas-sado, no capítulo V, item 11, de OEvangelho segundo o Espiritismo:

Frequentemente, o Espírito renas-ce no mesmo meio em que já viveu,estabelecendo de novo relações comas mesmas pessoas, a fim de repa-rar o mal que lhes haja feito. Se re-conhecesse nelas as a quem odia-ra, quiçá o ódio se lhe despertariaoutra vez no íntimo. De todo mo-do, ele se sentiria humilhado empresença daquelas a quem houvesseofendido.

A sabedoria divina costumareunir no lar desafetos do passa-do, a fim de que superem suasdesavenças e se harmonizemdiante das leis divinas.

Mas, como ensaiaríamos umareconciliação, se tivéssemos co-nhecimento dos males que nosfez o familiar de hoje, nosso ini-migo ontem?

Seria impossível a convivência.O esquecimento é uma bênção.

Kardec acrescenta:

Para nos melhorarmos, outorgou--nos Deus, precisamente, o de quenecessitamos e nos basta: a voz daconsciência e as tendências instinti-vas. Priva-nos do que nos seria pre-judicial.

Ao nascer, traz o homem consigoo que adquiriu, nasce qual se fez;em cada existência, tem um novoponto de partida. Pouco lhe impor-ta saber o que foi antes: se se vêpunido, é que praticou o mal. Suasatuais tendências más indicam oque lhe resta a corrigir em si pró-prio e é nisso que deve concentrar--se toda a sua atenção, porquanto,

daquilo de que se haja corrigidocompletamente, nenhum traço maisconservará. As boas resoluções quetomou são a voz da consciência,advertindo-o do que é bem e do queé mal e dando-lhe forças para resis-tir às tentações. (Op. cit., cap. V,item 11.)

Esquecemos o passado, emnosso benefício, mas não perde-mos o fruto de nossas experiên-cias, do que fomos, a se manifes-tarem em tendências instintivas.

A maior facilidade que todosexperimentamos em relação a de-terminada atividade é fruto denossas vivências anteriores.

Não raro, essas experiênciassão tão marcantes e persistentes,envolvendo milênios de aprendi-zado, que o Espírito, ao reencar-nar, revela, desde a mais tenra in-fância, surpreendente vocação.

Tal acontece com as criançasgeniais.

Noutro dia vi uma japonesinhade apenas cinco anos, cega, tocan-do música erudita com desenvol-tura, num programa de televisão.Espantoso!

Casos assim multiplicam-se naatualidade. Como explicar essa in-crível precocidade, sem admitir quesão Espíritos com largo aprendi-zado em vidas anteriores?

De qualquer ângulo que oapreciemos, leitor amigo, pode-mos constatar que o esquecimen-to é fruto da Misericórdia Divina,para que possamos cuidar do pre-sente sem nos perturbarmos como passado, em favor do futuro debênçãos.

16 Reformador • Junho 2009 221144

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nquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-seo céu em Jerusalém e entidades angélicas, emgrupos extensos, desceram sobre o Calvário

doloroso...Na poeira escura do chão, a maldade e a igno-

rância expeliam trevas demasiadamente compactaspara que alguém pudesse divisar as manifestaçõessublimes.

Fios de claridade indefinível passaram a ligar omadeiro ao firmamento, embora a tempestade seanunciasse a distância...

O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplavaa celeste paisagem, aureolado pela glória que lhebafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraísochegavam, em bandos, a entoarem cânticos de amore reconhecimento que os tímpanos humanos jamaispoderiam perceber.

Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido,como a lhe insuflarem energias novas.

Os portadores da Consolação ungiram-lhe os péssangrentos com suave bálsamo.

Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando ins-trumentos delicados, formaram coroa viva, ao redorde sua atribulada cabeça, desferindo comovedorasmelodias a se espalharem por bênçãos de perdãosobre a turba amotinada.

Os Emissários da Beleza teceram guirlandas derosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.

Os Distribuidores da Justiça, depois de lhe oscu-larem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogaçãodos culpados para chamá-los a esclarecimento e rea-juste em tempo devido.

Os Doadores de Carinho, em assembleia encan-tadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lheos cabelos empastados de sangue.

Os Enviados da Luz acenderam focos brilhantes naschagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno doSublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exal-tando-o, como a lhe prepararem o banquete da res-surreição, quando um anjo aureolado de intraduzívelesplendor apareceu, solitário, descendo do impériomagnificente da Altura.

Não trazia seguidores e, em se abeirando do Se-nhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enterneci-do. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefaque, naturalmente, cabia aos companheiros, masprocurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansieda-de que não se observara em nenhum dos outros.

Dir-se-ia que o novo representante do Pai Com-passivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antesde tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pou-sara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou obusto do Inesquecível Supliciado, com inexcedívelcarinho, e colou, por um instante, o ouvido atentoem seus lábios que balbuciavam de leve.

Jesus pronunciou algo que os demais não escuta-ram distintamente.

O mensageiro solitário desprendeu-se, então, dolenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, deimediato, desceu do monte ensolarado para as som-bras que começavam a invadir Jerusalém, procuran-do Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.

Se os homens lhe não viram a expressão de grande-za e misericórdia, os querubins em serviço tambémlhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no mar-tírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhan-do-lhe a excelsa missão, em silêncio.

Esse, era o anjo divino da Caridade.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Estante da vida. 9. ed. 1. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2008. Cap. 34.

O anjo solitário

17Junho 2009 • Reformador 221155

E

Presença de Chico Xavier

Pelo Espírito Irmão X

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18 Reformador • Junho 2009 221166

Providência Divina mani-festa-se, incessantemente,em todas as situações e lu-

gares, proporcionando vasta gamade recursos, com vistas à proteção,ao futuro e ao progresso das criatu-ras. Esse amparo acontece de infini-tos modos. Um deles dá-se por in-termédio de tutores espirituais, co-nhecidos, no meio espírita, pelo no-me de guias ou amigos espirituais.

É grandiosa e sublime a doutri-na dos guias espirituais, pois revelaa providência, a bondade e a justiçado Criador para com seus filhos,provendo-os de meios para o aper-feiçoamento. Para efeitos didáticos,Kardec classificou os guias espiri-tuais em três categorias: Espíritosprotetores, Espíritos familiares e Es-píritos simpáticos.1

O Espírito protetor, ou anjoguardião, é sempre um bom Espí-rito, mais evoluído. Trata-se de umorientador principal e superior.Sua missão assemelha-se à de umpai com relação aos filhos: a deorientar o seu protegido pela sendado bem, auxiliá-lo com seus conse-lhos, consolá-lo em suas aflições,

levantar-lhe o ânimo nas provas davida. Os Espíritos protetores nãoconstituem seres privilegiados,criados puros e perfeitos, mas sim“[...] Espíritos que chegaram à me-ta, depois de terem percorrido a es-trada do progresso [...]”.2 São as al-mas que já trilharam as experiên-cias de diferentes reencarnações –as mesmas pelas quais estamos pas-sando –, e conquistaram, pelo pró-prio esforço, uma ordem elevada.3

A missão dos Espíritos proteto-res tem duração mais prolongada,pois estes acompanham o protegi-do desde o renascimento até a de-sencarnação, e muitas vezes duran-te várias existências corpóreas. En-tretanto, a atuação do protetor es-piritual não é de intervenção abso-luta, pois, apesar de influir em nos-sa vontade, evita tomar decisõespor nós e contra o nosso livre-arbí-trio. Sente-se feliz quando acerta-mos e sofre quando erramos, em-bora esse sofrimento não seja re-vestido das mesmas paixões huma-nas, porque ele sabe que, mais cedoou mais tarde, o seu tutelado volta-rá ao bom caminho.

Os Espíritos protetores dedi-cam-se mais à orientação de umapessoa, em particular, não deixan-do, entretanto, de velar por outrosindivíduos, embora o façam commenos exclusividade. Exercem su-pervisão geral sobre nossas exis-tências, tanto no aspecto intelec-tual, incluindo as questões de or-dem material,4 quanto moral, em-prestando ênfase a esta última,por ser a que tem preponderânciaem nosso futuro de seres imortais.

Os Espíritos protetores, emrealidade, jamais abandonam osseus protegidos, apenas se afas-tam ou “dão um tempo” quandoestes não ouvem os seus conse-lhos. Desde, porém, que chama-dos, voltam para os seus pupilos,a fim de auxiliá-los no recomeço.Por isso, atentemos aos conselhosde Joanna de Ângelis:

Tem cuidado para que te não

afastes psiquicamente do teu

anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu pro-

tegido, mas este, por presunção

ou ignorância, rompe os laços

Amigos espirituais

ACH R I S T I A N O TO RC H I

1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. Ed. Come-morativa do Sesquicentenário. Rio deJaneiro: FEB, 2007. Q. 489-521.

2Idem. A gênese. 52. ed. 1. reimp. Rio deJaneiro: FEB, 2008. Cap. 1, item 30.

3Idem. O céu e o inferno. 60. ed. 1. reimp.Rio de Janeiro: FEB, 2008. P. 1, cap. 8.

4Idem. Obras póstumas. 40. ed. Rio de Ja-neiro: FEB, 2207. P. 2, A minha primeirainiciação no Espiritismo, item Meu Guiaespiritual, p. 304.

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de ligação emocional e mental,

debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a

solidão, refaze o passo e bus-

ca-o pelo pensamento em ora-

ção, partindo de imediato para

a ação edificante.5

Momento chega, porém, emque o aprendiz deixa de ser tutela-do. Isso acontece quando o Espíri-to atinge o ponto de guiar-se a simesmo, estágio que, por enquan-to, não se dá na Terra, planeta deexpiação e provas.6

Os Espíritos familiares7 sãoorientadores secundários. Embo-ra menos evoluídos, igualmentequerem o nosso bem. Podem seros Espíritos de nossos parentes, fa-miliares ou amigos. Seu poder élimitado e sua missão é mais oumenos temporária junto ao prote-gido. Ocupam-se com as particu-laridades da vida íntima do prote-gido e só atuam por ordem oucom permissão dos Espíritos pro-tetores, como, por exemplo, quan-do o socorrido está recalcitrantee não ouve os conselhos superio-res ou apresenta comportamentoenigmático. Nessa hipótese, o Es-

pírito familiar, por ter mais inti-midade e vínculos sentimentaiscom o protegido, é aceito comocolaborador, de modo a auxiliar nasolução de problemas específicos.Podem, por exemplo, influenciarna decisão de um casamento,8 nasatividades profissionais9 ou mesmona tomada de decisões importan-tes que envolvam o cumprimentoda lei de causa e efeito,10 conformea necessidade do atendido.

Já os Espíritos simpáticos po-dem ser bons ou maus, conforme

a natureza das nossas disposiçõesíntimas. Ligam-se a nós por umacerta semelhança de gostos, deacordo com nossas inclinaçõespessoais. A duração de suas rela-ções, que também são temporá-rias, se acha subordinada a deter-minadas circunstâncias, vincula-das à persistência dos desejos e docomportamento de cada um. Sesimpatizam com nossos ideais,com nossos projetos, procuramnos ajudar e, muitas vezes, tomamnossas dores contra nossos adver-sários, situação em que não con-tam com o beneplácito dos Espí-ritos protetores.

Portanto, ninguém, absoluta-mente ninguém, está desampara-do. Entretanto, Deus não nosatende pessoalmente, conformenossos caprichos, mas por inter-médio das suas leis imutáveis e deseus mensageiros, isto é, Deus au-xilia as criaturas por intermédiodas criaturas. Apesar disso, osorientadores espirituais não fa-zem por nós o trabalho que noscompete para o nosso crescimen-to moral e intelectual. Não existeparcialidade nem privilégio nasleis divinas, ou seja, cada um rece-be de acordo com o seu mereci-mento, de conformidade com

seus esforços.O amigo espiritual compa-

rece quando é invocado, pormeio de uma simples prece.

19Junho 2009 • Reformador 221177

8XAVIER, Francisco C. E a vida conti-nua... Pelo Espírito André Luiz. Ed. Espe-cial. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Cap. 25.

9Idem. Nos domínios da mediunidade. PeloEspírito André Luiz. 34. ed. 1. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2008. Cap. 15.

10Idem. Missionários da luz. 43. ed. PeloEspírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB,2007. Cap. 12.

5FRANCO, Divaldo Pereira. Momentosenriquecedores. Pelo Espírito Joanna deÂngelis. Salvador, BA: LEAL, 1994.Disponível em: <http://www.correioespirita.org.br/in dex.php?option=com_content&task= view&id=129&Itemid=46>.6KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. Ed. Come-morativa do Sesquicentenário. Rio de Ja-neiro: FEB, 2007. Q. 500.7Entenda-se “familiares” num sentido maisamplo e não apenas no sentido da paren-tela corporal.

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Para ele, não há distância, lugar,tempo ou barreiras que o impe-çam de atender a um apelo since-ro, seja onde for: no lar, nos hos-pitais, nas ruas, no trabalho, noscárceres e mesmo nas furnas dadevassidão.

A ação dos orientadores espiri-tuais é oculta, porque, se nos fossepermitido contar sempre com eles,seríamos tolhidos em nossa livreiniciativa e não progrediríamos.Nisso também está a sabedoria di-vina, porque assim desenvolvemosmelhor nossa inteligência e ga-nhamos mais experiência. Docontrário, permanecería-mos estacionados, comono caso de certos paisque sempre fazem tu-do para os filhos, pou-pando-os de aborre-cimentos e dificulda-des, e, com isso, ti-rando deles a oportu-nidade do aprendizadoe da experiência, comgraves prejuízos para asua formação moral.

Os Espíritos infelizes, ain-da presos nas malhas da igno-rância, que se empenham em nosdesviar do bom caminho, por meiodos maus pensamentos e de outrasestratégias que encontram motiva-ção em nossas próprias fraque-zas, não têm missão de fazer o mal.Praticam esses atos por sua própriaconta e responsabilidade e um diaterão que resgatar seus erros.

São Espíritos ainda atrasadosmoralmente, quais fomos um dia– de cujas mazelas também nãonos libertamos integralmente –, e

que, por sua vez, igualmente des-pertarão para o bem. Sua presen-ça, entre nós, é útil, porque per-mite o adestramento de nossasfaculdades, constituindo mesmoum campo de provas ou expia-ções, cujos obstáculos nos compe-te superar, na busca de caminhosalternativos para a libertação denossas imperfeições que, na reali-dade, são o chamariz desses su-postos adversários.

Como visto, o Pai não nos criaa esmo, sem proteção, planeja-mento e finalidade. Dá-nos, emplenitude, todos os suprimentosnecessários ao nosso desenvolvi-mento, tendo nos Espíritos pro-tetores “[...] os mensageiros deDeus, encarregados de velar pelaexecução de seus desígnios emtodo o Universo, que se sentemditosos com o desempenho dessas

missões gloriosas [...]”,11 proteto-res esses que se utilizam do auxí-lio ou assessoramento dos guiasespirituais das classes menos ele-vadas.

Os anjos ou protetores espiri-tuais de hoje são os homens de on-tem, que evoluíram, deixando paratrás a animalidade. Essa ligação einterdependência entre os Espíritosdas diversas faixas evolutivas, empermanente contato com o planofísico, formam o caleidoscópio dagrande família universal, eviden-

ciando as leis da unidade daCriação e da solidariedade

entre os seres.Deus, nosso Pai, não

nos quer como autô-matos, mas sim comoparceiros, cocriado-res, copartícipes, quetemos a ventura dealcançar a perfeiçãopelas próprias forças,

desfrutando o méritoda vitória sobre nós

mesmos.Lembremo-nos, final-

mente, de que cada um denós, encarnados, também pode e

deve amparar o próximo, de acor-do com a nossa capacidade e inde-pendente de nosso estágio evoluti-vo. Assim procedendo, estaremos,por nossa vez, atuando como auxi-liares dos guias espirituais, para ocumprimento dos desígnios divi-nos, na infinita escala que dá acessoaos cumes evolutivos.

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11KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. 80.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. P. 1, cap. 1,item 2, p. 22.

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“E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista.”

(ATOS, 9:18.)

21Junho 2009 • Reformador 221199

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

Escamas

Fonte: XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. 27. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 149.

visita de Ananias a Paulo de Tarso, na aflitiva situação de Damasco, sugere

elevadas considerações.

Que temos sido nas sombras do pretérito senão criaturas recobertas de

escamas pesadas sob todos os pontos de vista? Não somente os olhos se

cobriram de semelhantes excrescências. Todas as possibilidades confiadas a nós ou-

tros hão sido eclipsadas pela nossa incúria, através dos séculos. Mãos, pés, língua,

ouvidos, todos os poderes da criatura, desde milênios, permanecem sob o venenoso

revestimento da preguiça, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da insensatez.

O socorro concedido a Paulo de Tarso oferece, porém, ensinamento profundo.

Antes de recebê-lo, o ex-perseguidor rende-se incondicionalmente ao Cristo; pene-

tra a cidade, em obediência à recomendação divina, derrotado e sozinho, revelando

extrema renúncia, onde fora aplaudido triunfador. Acolhido em hospedaria singela,

abandonado de todos os companheiros, confiou em Jesus e recebeu-lhe a sublime

cooperação.

É importante notar, contudo, que o Senhor, utilizando a instrumentalidade de

Ananias, não lhe cura senão os olhos, restituindo-lhe o dom de ver. Paulo sente que

lhe caem escamas dos órgãos visuais e, desde então, oferecendo-se ao trabalho do

Cristo, entra no caminho do sacrifício, a fim de extrair, por si mesmo, as demais

escamas que lhe obscureciam as outras zonas do ser.

Quanto lutou e sofreu Paulo, a fim de purificar os pés, as mãos, a mente e o

coração?

Trata-se de pergunta digna de ser meditada em todos os tempos. Não te esqueças,

pois, de que na luta diária poderás encontrar os Ananias da fraternidade, em nome

do Mestre; aproximar-se-ão, compassivos, de tuas necessidades, mas não olvides

que o Senhor apenas permite que te devolvam os olhos, a fim de que, vendo clara-

mente, retifiques a vida por ti mesmo.

A

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ara melhor se entender oEvangelho de Jesus é impor-tante não negligenciar a geo-

grafia na qual os acontecimentosque ali são descritos ocorreram.

Canaã

Como se sabe, o Mestre nasceuno território conhecido comoPalestina.

Este, na realidade, é o nomemais recente do local, dado pelosromanos, o qual literalmente sig-nificava “terra dos filisteus”, deri-vado do grego philistia. Antes, erachamado Filístia pelos antigos ha-bitantes. Os hebreus a chamavamCanaã, que certamente significava“Terra da Púrpura”. Era a espera-da Terra Prometida por Iavé.

Atualmente conhecida como“Terra Santa”, ao lado de outrosterritórios, que abrangiam o Egi-to, a Arábia, a Síria, a Mesopotâ-mia, a Armênia, o Irã e a Ásia Me-nor, fazia parte do antigo OrientePróximo, também denominadoÁsia Ocidental ou Ásia Anterior.Nessa região, surgiram as primei-ras civilizações do mundo, muito

embora possuísse grandes deser-tos, estepes e montanhas. Concor-riam, para este florescimento po-pulacional, o fato de ser uma áreaque apresentava vales férteis, degrandes rios, e a localização estra-tégica – passagem obrigatória dasrotas comerciais do local.

A Palestina é uma estreita faixalimitada ao norte pela antiga Fe-nícia, que corresponde hoje ao Lí-bano e a parte da Síria; ao sul pelaPenínsula do Sinai, região monta-nhosa e desértica do Egito; a lestepelo Deserto Arábico, que, naatualidade, se estende da Síria e daJordânia para outros países; e aoeste pelo mar Mediterrâneo, ummar do Atlântico Oriental que ba-nha diversos países.

Estendendo-se de norte a sulpor cerca de 240km e tendo apro-ximadamente 20.600km2, era atra-vessada pelo rio Jordão, palavraque significa “lugar onde se des-ce”. Sua nascente situa-se nosmontes Antilíbano, na encosta domonte Hérmon. Daí, descendo,forma o lago Hulé e, depois, omar da Galileia, também chama-do lago Tiberíades e lago de Ge-

nesaré. Seguindo o seu curso, de-semboca no mar Morto. Tendogrande importância nas narra-ções bíblicas, atualmente é a fron-teira entre Israel, junto com a Cis-jordânia e a Jordânia.

Saliente-se que, no decorrer daHistória, como sói acontecer, oscampos nos quais Jesus nasceutiveram suas fronteiras modificadasreiteradas vezes. Hoje, por exem-plo, certamente menor do que na-quela época do Rabi, a Palestinaestá dividida em três porções. Umafoi transformada no Estado deIsrael. As outras duas são a Faixade Gaza e a Cisjordânia. E, infeliz-mente, ainda continua sendo pal-co de inúmeras guerras, apesar deser chamada Santa.

Na época de Jesus

No tempo de Jesus, graças àsconquistas realizadas pela dinastiaasmoniana e por Herodes, Canaãtinha, praticamente, seus primiti-vos limites. Porém, estava divididaem várias regiões. Pode-se dizerque as principais eram a Samaria, aJudeia e a Galileia, mas também

A Palestina notempo de Jesus

LE O NA R D O MAC H A D O

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outras menores existiam, co-mo a Pereia – ou Pareia –, aIdumeia, a Itureia, a Bata-neia, a Traconites, a Abilene ea Gaulanites.

Ao norte da Palestina, ecom uma população bastantemiscigenada – composta defenícios, sírios, árabes e gre-gos –, a Galileia foi o palcoda maior parte do tempo davivência e das pregações doMestre. Situada quase 200mabaixo do Mediterrâneo ecom um povo que, em suamaioria, não sabia ler ou es-crever; era uma região agro-pastoril e de pescadores, gra-ças ao rio Jordão, ao marMediterrâneo e ao lago Ti-beríades. Este último era al-tamente venerado pelos ju-deus, já que ao seu redor avegetação e a fertilidade eramabundantes. Ao longo dotempo, passou a ser a princi-pal fonte de subsistência daregião. Alguns chegaram a afir-mar que, naquele tempo, haviacinco mil barcos pescando a umasó vez. Por isso mesmo, viu flo-rescerem, em seu derredor, inú-meras cidades, inclusive de im-portância nos Evangelhos, comoBetsaida, a nordeste do lago de

Genesaré, e Cafarnaum, Magdalae Tiberíades, todas a oeste do mar.

Em Cafarnaum, onde Mateusera responsável pela Alfânde-ga, existia uma sinagoga – fatoque deveria indicar uma certa im-portância desta cidade –, na qualJesus cura um paralítico e faz os

primórdios de sua vida pú-blica. No extremo norte, ha-via a Cesareia de Filipe, umareconstrução herodiana daantiga Pânias, em homena-gem a Roma, o que causougrande desconforto entre osisraelitas.

Mais abaixo, a sudoeste domar da Galileia, ficava Na-zaré, a cidade na qual Jesuspassou mais tempo, em es-pecial de sua juventude. Es-ta era uma cidade pequena,com um terreno largamenteaberto e um frio rigoroso noinverno, muito embora tives-se clima ameno em outrasépocas. A oeste dela, estavaa cidade de Caná, um dosprimeiros cenários de suaspregações; próximo, estavao monte Tabor, onde se dá atransfiguração que, segundoDivaldo Franco, foi a primei-ra sessão mediúnica da his-tória, com o aparecimento,

também, de Elias e Moisés.A verdade é que em outras re-

giões, como em Jerusalém, as pes-soas com desdém perguntavam:“Vem, porventura, o Cristo daGalileia?”, ou ainda, “Poderá saircoisa boa de Nazaré?”. Entretanto,

Cidade de Nazaré

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apesar de um povo simples, se-gundo muitos, até hoje a hospita-lidade e generosidade são marcasdas pessoas do lugar.

Já ao sul da Terra Prometida,em área montanhosa, a Judeia erao centro do poderio econômico.Em seus campos predominava apecuária, com criação de camelos,vacas e ovelhas, e o cultivo da oli-veira. Além disso, o artesanato e ocomércio ganhavam destaque, in-clusive os de artigos de luxo, estessobretudo na Capital.

Possuía, igualmente, as princi-pais cidades da cultura judaica,bem como o poderio econômico.Jericó, mais ao norte, era uma dascidades mais antigas e de suas ár-vores se extraía bálsamo para fa-bricação de perfumes. Betânia, lo-go abaixo, próxima do monte dasOliveiras e de Jerusalém – João es-creveu que ficava a uns 15 está-dios (cerca de um quilômetro)desta –, foi visitada diversas vezespor Jesus. Isto porque lá residiam,Lázaro e suas irmãs, Marta e Ma-ria. Era uma das poucas casas naqual o Mestre se hospedava.

A Capital estava situada em Je-rusalém, a oeste de Betânia. Lá es-tava o centro global da cultura he-braica. Situada a 760m acima donível do mar Mediterrâneo, rece-bia cerca de 180 mil peregrinos emépocas de festividades. Naquelaocasião,Herodes já havia reerguido eampliado o famoso templo, que,então, passou a ser conhecido como seu nome, e era, sem dúvida, ocentro de Israel. Aí, campeavama soberba e o preconceito. Ao lestedeste centro e depois do vale de Jo-safá, ou vale do rio Cédron, ficava omonte das Oliveiras, uma cadeia decolinas com três picos, em que oCristo esteve algumas vezes pregan-do. Foi lá que ele previu a negação dePedro. No sopé desta colina, estavaum jardim chamado Getsêmani,no qual o Mestre orou antes da Cru-cificação. Também, perto desta cida-de, estava o Gólgota, planície em queJesus foi crucificado e, por ser umtermo em aramaico, significa Cal-vário, ou lugar chamado a Caveira,segundo alguns evangelistas.

Mais ao sul, estava Belém, o localdas tradições do antigo rei Davi.

A Judeia também era atravessadapelo rio Jordão e pelo mar Morto, es-te ao leste de seus principais povoa-dos e descendo até chegar à Idumeia.

Entre, porém, a Galileia e a Ju-deia, apertada como uma ilhota, es-tava a Samaria que, naquele tempo,não desfrutava mais as glórias dopassado. Ao contrário, sofria aindaa discriminação por parte dos ou-tros judeus, sendo, pois, mais po-bre. Isso ainda era reflexo da domi-nação feita pelos assírios, ao talentode Sargão II, na qual, dentre outrascoisas, tivera suas mulheres violen-tadas pelos conquistadores. A partirde então, seus filhos passaram a servistos como mestiços, portanto, im-puros. Porque ficassem proibidosde entrar em contato com outroshebreus, mesmo de adorar a Deusno templo de Jerusalém, os samari-tanos, sob o comando de um sacer-dote de Sião, construíram um san-tuário em cima do monte Garizimpara rivalizar com o da Judeia. Es-te ficava no centro da Samaria.

Entre este monte e o Ebal, ouHebal, contudo, estava, numa alti-tude de quase 600m, a cidade deSicar, ou Siquém, que significavadorso, famosa pelo poço de Jacó,que talvez exista até hoje com onome de Bir Yakub. Eles tinhamo costume de colocar em locaispúblicos nomes de seus antepas-sados. Aí Jesus esteve por algunsdias, num diálogo notável com amulher samaritana. A esta altura,no entanto, a própria cidade da Sa-maria, que fora destruída na épocados macabeus, tinha sido recons-truída por Herodes, agora com onome de Sebaste, ou Augusta, em

O Monte Tabor, conhecido desde os antigos tempos,como o lugar tradicional da Transfiguração

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grego, igualmente em homena-gem ao imperador romano. Estaficava a noroeste de Sicar.

A região da Samaria, como esta-va entre as duas principais regiõesda Palestina, era local de passagemdos viajantes. Na verdade, a estradade Jerusalém, que ligava a Judeia àGalileia, passava a mais ou menosmeia hora de Siquém, no vale entreos dois montes supracitados. Eracomum, entretanto, os judeus per-correrem um caminho mais lon-go, através de grande desvio a leste,passando pela Pereia, evitando, as-sim, o contato com os samarita-nos. Segundo João, porém, oMestre passou pela estra-da tranquilamente.

Na realidade, esta ter-ra foi fonte de inspira-ção para uma das maisbelas parábolas doEvangelho, a do BomSamaritano, quando éproclamada a excelênciada caridade. Outrossim,desde cedo esta região re-cebeu a Boa Nova. Os após-tolos a visitaram depois daCrucificação.

O meigo Rabi ainda passou pordiversas regiões da Palestina, como aPereia, depois da sua quarta estadaem Jerusalém, de acordo com João,e Decápole, em Gerasa, onde fezcuras consagradas pelos apóstolos.

Como seja, porém, nestas pai-sagens, aqueles devem ter sidodias inesquecíveis.

Bibliografia:AQUINO, Rubim Santos Leão de. História

das sociedades: das comunidades primi-

tivas às sociedades medievais. 8. reimp.

Rio de Janeiro: Editora ao Livro Técnico,

1993. p. 21, 87, 130-139.

BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Fer-

reira de Almeida. Edição Familiar: Difusão

Cultural do Livro. p. 7-8, 847-854, 889,

912-913, 951; João, 1:46; 4:1-6; 7:41;

10:40-42; 11:1-7, 18; 19:17; Lucas, 1:5; 3:1;

5:17-26; 8:26-39; 9:28-36; 23:33; Marcos,

2:1-12; 14:26-42; 15:22; Mateus, 2:1, 19,

22; 8:28-34; 17:1-8; 27:33.

BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do

mundo. [Versão brasileira da editora].

São Paulo: Editora Fundamento Educacio-

nal, 2008. p. 96-114.

FRANCO, Divaldo Pereira. Um encontro

com Jesus. Compilado por Délcio Carlos

Carvalho. Salvador: LEAL, 2007. Caps. 2-

-17, 19-24.

______. Pelos caminhos de Jesus. Pelo

Espírito Amélia Rodrigues. Salvador:

LEAL, 2002. p. 15-19.

______. Primícias do reino. Pelo Espírito

Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 2008.

p. 21-29, 109-110.

______. Há flores no caminho. Pelo Espí-

rito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL,

2002. p. 17-22.

______. Sou Eu: a paixão de Cristo na vi-

são espírita. Organizado por Álvaro Chris-

pino com base nos livros ditados por

Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 2007.

p. 11-52, 235-243.

JAGUARIBE, Helio. Um estudo crítico da his-

tória. Tradução de Sergio Bath. São Paulo:

Paz e Terra, 2001. V. 1, p. 207-241, 641-643.

RENAN, Ernest. Vida de Jesus. Tradução

de Eliana Maria de A. Martins. São

Paulo: Martin Claret, 2004. Caps. 1-

-4 e 14, p. 423-467.

VERMES, Geza. Quem é quem

na época de Jesus. Tradução

de Alexandre Martins. Revi-

são técnica de Marcos de

Castro. Rio de Janeiro: Re-

cord, 2008. p. 9, 11-40, 61-

-62, 64-67, 73-76, 80-85,

94, 130-139, 153-164, 209-

-211, 233-237, 241-242, 269-

-271, 278.

WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.

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<http://pt.wikipedia.org/wiki/Palestina>;

< h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /

Deserto_ar%C3%A1bico>;

<http: / /pt .wik ipedia.org/wik i /Pen%

C3%ADnsula_do_Sinai>;

< h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /

Rio_Jord%C3%A3o>;

< h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /

Bet%C3%A2nia_(Israel)>;

< h t t p : / / p t . w i k i p e d i o r g / w i k i /Mon

te_das_Oliveiras>;

< h t t p : / / p t . w i k i p e d i a . o r g / w i k i /

Gets%C3%AAmani>.

Monte das Oliveiras

25Junho 2009 • Reformador 222233

reformador Junho 2009 - b.qxp 23/3/2010 15:52 Page 25

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A Via Láctea e o

Sistema SolarMA RTA AN T U N E S MO U R A

Em dia com o Espiritismo

á mais de cinco mil anosos sumérios, povo que viviana Mesopotâmia (atual Ira-

que), reverenciavam os astros comodivindades e, naquela época, identi-ficaram cinco corpos celestes quese moviam no céu, enquanto outrospermaneciam parados, percebendotambém que alguns cintilavam (asestrelas, como sabemos hoje), co-mo se emitissem luz própria. Maistarde, com o advento da Mitologiagreco-romana, cada astro foi bati-zado com o nome de uma divinda-de, cujas características foram asso-ciadas aos deuses que representa-vam. Nasciam, desta forma, a Astro-nomia e a Astrologia, que iriam ca-minhar juntas por muitos séculos.

Com os estudos teóricos e as ob-servações práticas do polonês Nico-lau Copérnico (1473-1543), do ita-liano Galileu Galilei (1564-1642) edo alemão Johannes Kepler (1571--1630), a Astronomia adquiriu fei-ção científica, separando-se defini-

tivamente da Astrologia. O séculoXVII inicia uma era de notável pro-gresso no campo da Astronomia,assinalada por descobertas e inven-ções sucessivas, culminadas com aviagem do homem à Lua, em 1969,no século XX. Com este aconteci-

mento, o espaço cósmico revela-secomo palco concreto da aventurahumana, oportunidade em que acomunidade científica define umprograma de exploração sistemá-

tica do Sistema Solar, por meio desondas, satélites e viagens espaciais.Na verdade, ainda temos uma lon-ga trajetória a percorrer, a come-çar pela definição de uma teoriaque explique, efetivamente, a for-mação do Sol e do Sistema Solar.

Para o Espiritismo, o Universonasceu de uma substância primi-tiva: o fluido cósmico universal oumatéria cósmica primitiva, comoesclarece o Espírito Galileu, emmensagem transmitida na Socie-dade Espírita de Paris:

A matéria cósmica primitiva

continha os elementos mate-

riais, fluídicos e vitais de todos

os universos que estadeiam suas

magnificências diante da eter-

nidade. Ela é a mãe fecunda de

todas as coisas, a primeira avó

e, sobretudo, a eterna geratriz.

Absolutamente não desapare-

ceu essa substância donde pro-

vêm as esferas siderais; não

H

Nicolau Copérnico

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morreu essa potência, pois que

ainda, incessantemente, dá à luz

novas criações e incessante-

mente recebe, reconstituídos,

os princípios dos mundos que

se apagam do livro eterno.

A substância etérea, mais ou me-

nos rarefeita, que se difunde pelos

espaços interplanetários; esse

fluido cósmico que enche o mun-

do, mais ou menos rarefeito, nas

regiões imensas, opulentas de

aglomerações de estrelas; mais ou

menos condensado onde o céu

astral ainda não brilha; mais ou

menos modificado por diversas

combinações, de acordo com as

localidades da extensão, nada

mais é do que a substância primi-

tiva onde residem as forças uni-

versais, donde a Natureza há tira-

do todas as coisas.1

O Sol e o Sistema Solar fazemparte da galáxia Via Láctea, umaestrutura constituída de duzentos

a quatrocentos bilhões de estrelas,cuja formação, supõe-se, tenhaocorrido há mais de quatro bi-lhões de anos. A teoria científicamais aceita indica que, antes desurgirem o Sol e os planetas, ha-via no local uma enorme nuvemde gases – oxigênio, nitrogênio,mas, principalmente, hidrogênioe hélio – e poeira cósmica, forma-da de elementos químicos: ferro,ouro, urânio, entre outros.

Trata-se de uma galáxia maciça,próxima de outra, a de Andrôme-da, que fica a 2,6 milhões de anos--luz. Ano-luz é medida astronô-mica que compreende a distânciapercorrida pela luz no vácuo, emum ano, viajando à velocidade de300 mil quilômetros por segundo.

A Via Láctea é formada de duaspartes: uma interna, denominadaNúcleo, constituída de estrelasantigas, poeiras de partículas egases, em constante movi-mento; outra, externa,conhecida comoDisco, contémaglomerado deestrelas mais

jovens, poeira cósmica e gases. Pro-jetam do Disco quatro estruturasou Braços que se movimentam naforma de um catavento.

Na mensagem mediúnica,anteriormente citada, o Espíritoafirma:

Com efeito a Via Láctea é uma

campina matizada de flores sola-

res e planetárias, que brilham em

toda a sua enorme extensão. O

nosso Sol e todos os corpos que

o acompanham fazem parte des-

se conjunto de globos radiosos

que formam a Via Láctea. Mal-

grado, porém, às suas proporções

gigantescas, relativamente à Ter-

ra, e à grandeza do seu império,

ele, o Sol, ocupa inapreciável lu-

gar em tão vasta criação. Podem

contar-se por uma trintena de

milhões os sóis que, à sua

semelhança, gravitam nessa

imensa região, afastados uns

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dos outros de mais de cem mil

vezes o raio da órbita terrestre.2

O Sol, estrela anã e de luz ama-rela, é o centro gravitacional egeométrico do Sistema Solar. Porser uma estrela, é também umafonte de energia

[...] que fornece 99,98% da ener-

gia existente na Terra.O brilho dos

corpos do sistema solar é consti-

tuído, basicamente, pela reflexão

da luz solar em sua superfície.3

O Sol possui uma enorme massa(333 mil vezes maior que a da Terra)de alta densidade, mantida firme-mente coesa por efeito da força dagravidade. A massa solar é formadade 73% de hidrogênio e, o restan-te, basicamente, de hélio. Apenas0,1% da massa solar é constituídade metais pesados. No Núcleo so-lar a temperatura é muito alta, cer-ca de 15 milhões de graus, produ-zindo reações de fusão nuclear comintensa liberação de energia. Nasuperfície, a temperatura é de 5.500centígrados, aproximadamente.

O Sistema Solar é composto denove planetas, planetas anões, saté-lites, meteoros, asteróides e come-tas, distribuídos em uma área dequase vinte bilhões de quilômetros.Os planetas, dispostos na sequência

do mais próximo ao mais distante doSol, são: Mercúrio, Vênus, Terra,Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Ne-tuno e Plutão. Exceto por Plutão, osplanetas são classificados em pla-netas internos (também chamadosplanetas terrestres): Mercúrio,Vênus,Terra e Marte; e externos (conheci-dos como planetas gigantes): Júpi-ter, Saturno, Urano e Netuno. EntreMarte e Júpiter existe uma concen-tração de alguns milhares de aste-róides, de tamanho variável, de al-guns metros a centenas de quilôme-tros. Esta concentração é chama-da Cinturão Principal de Asteróides.

Os cometas encontrados no sis-tema são corpos formados de geloe outros materiais, cuja extensãopode atingir dezenas de quilôme-tros. Os cometas – registra AllanKardec, em A Gênese – são os via-jantes do Cosmo:

[...] serão os guias que nos aju-

darão a transpor os limites do

sistema a que pertence a Terra e

nos levarão às regiões longín-

quas da extensão sideral [...]4

Ao se aproximarem do Sol, par-te do gelo dos cometas evapora,deixando rastros de gás e poeiracósmica, facilmente identificadospela estrutura peculiar das cau-das. Os corpos celestes do Sistema

Solar executam uma dança verti-ginosa marcada por movimentosregulares e órbitas ideais. Sabe-seque o Sol já realizou cerca de 250revoluções completas, ao longo desua existência.

Tudo isto nos faz perceber a gran-diosidade da Criação Divina. Co-mo assinala Camille Flammarion,

[...] a lei suprema, universal,

dirige estes mundos. Em torno

do nosso sol, centro, foco lumi-

noso, elétrico, calorífico do sis-

tema planetário, giram os pla-

netas obedientes.[...]5

E com Denis, acrescentamos:“Tudo vem de Deus e remonta aEle [...]”.6

Referências:1KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de

Guillon Ribeiro. 52. ed. 1. reimp. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2006. Cap. 6, item 17, p. 135.2______. ______. Item 33.3RYBSKI, Diego. Sobre a origem e a evo-

lução do Sistema Solar. Lisboa: Instituto

Superior Técnico Engenharia Física Tecno-

lógica, 2000. p. 6.4KARDEC, Allan. Op. cit., cap. 6, item 28, p. 141.5FLAMMARION, Camille. Deus na natureza.

Tradução de Manuel Quintão. 7. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2002. T. I, cap. 2 “O céu”, p. 49.6DENIS, Léon. O grande enigma. Rio de

Janeiro: FEB, 2008. P. 1, cap. 6, p. 73.

28 Reformador • Junho 2009222266

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requentemente, nas proxi-midades do Tiberíades, oMestre reunia seus discípu-

los para a pregação da Boa Novado reino. Não raro, inúmeraspessoas, entre transeuntes e mo-radores da região, se juntavamao grupo de seguidores do Cris-to, atraídos pela doçura e pelovigor daquelas palavras.

Assim, as primeiras peregrina-ções de Jesus e de seus discípulos

alcançaram inesquecíveis triun-fos, sobretudo entre os desfavo-recidos e marginalizados, que seenchiam de consolações antepromessas divinas do Evangelho.

Naquele tempo, a palavra rei-nava soberana, por se tratar deuma cultura em que predomina-va a transmissão oral do conhe-cimento, reservando-se à escritauma posição secundária.

Na verdade, os textos que com-põem o Novo Testamento repre-sentam apenas uma minúsculaparcela da tradição oral. Podemos

afirmar com segurança que oEvangelho é fruto da pregação e da exemplificação do Cristo. JoãoEvangelista inicia seu livro com afrase: “No princípio era o Verbo”,demonstrando a força da prega-ção na difusão do Cristianismo.

No texto hebraico do AntigoTestamento, a palavra emet (ver-dade) significa aquilo que é fide-digno, confiável, razão pela qualmuitas vezes é traduzida comofidelidade, lealdade, firmeza.

No contexto sociocultural doAntigo Testamento, a verdade

F

Cristianismo Redivivo

“Eu sou [...] a Verdade.”1

Revelação DivinaHA RO L D O DU T R A DI A S

Capa

1Bíblia de Jerusalém. 3. ed. São Paulo:PAULUS, 2004. João, 14:6, p. 1879.

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não era meramente um concei-to abstrato, teórico, localizadoem um âmbito atemporal, ouextra-histórico, mas pelo con-trário era vista como algo quepodia ser comprovado na expe-riência prática, aquilo que era tes-temunhado diariamente na pa-lavra e na conduta do homem.Pode-se confiar em uma verdadedeste tipo, pois ela é firme, se-gura. Daí o sentido de fiel, fide-digno, confiável.

A LXX (Versão dos Setenta) tra-duz emet (verdade) não somentecomo aletheia (verdade), mastambém como pistis (fé ou fideli-dade). Desse modo, pode-se con-cluir que essa palavra hebraicaabarca os dois sentidos, verdade efidelidade, razão pela qual, cons-tantemente, é usada em oposiçãoa engano ou falsidade.

No Novo Testamento, encon-tramos Jesus utilizando a pala-vra verdade em muitas de suaspregações. Seus ditos atacavam ahipocrisia, ou, de modo mais ge-ral, qualquer discrepância entrea palavra e a ação, ou entre a pa-lavra e a realidade. Condenava to-das aquelas atitudes enganosas,baseadas numa contradição en-tre o que se diz e o que se faz.

Jesus é o Messias em palavrase em ações, mostrando uma vi-da íntegra que culmina na cruz.Sua vida fornece o exemplo desuas prédicas. Não apenas pregacomo também testemunha, de-monstrando absoluta corres-pondência entre palavra e ação.

Considerando essa relação en-tre ação e palavra como uma das

características da verdade, foi queJesus ensinou: “Para isso nasci epara isso vim ao mundo: para dartestemunho da verdade. Quem éda verdade escuta a minha voz”.(João 18:37.) Noutra ocasião afir-mou: “Santifica-os na verdade;tua palavra é verdade”. (João,17:17.)

O Benfeitor Emmanuel, compleno conhecimento desse as-pecto do vocábulo verdade, bemcomo da importância da tradi-ção oral, na época do Cristo, as-severou:

Toda dissertação moldada no

bem é útil. Jesus veio ao mun-

do para isso, pregou a verdade

em todos os lugares, fez dis-

cursos de renovação, comen-

tou a necessidade do amor pa-

ra a solução de nossos proble-

mas. No entanto, misturou pa-

lavras e testemunhos vivos, des-

de a primeira manifestação de

seu apostolado sublime até a

cruz. Por pregação, portanto,

o Mestre entendia igualmente

os sacrifícios da vida. [...]2

Um dos usos mais distintivosque Paulo faz da palavra ale-theia (verdade) é o empregodeste vocábulo para designar opróprio Evangelho. (Gálatas, 2:5;5:7.) Nesse contexto paulino, aBoa Nova é a mensagem da sal-vação, revelada por Deus, em

contraste com meras imagina-ções humanas.

Paulo herda o ponto de vistaprofético hebraico de que a ver-dade divina se opõe à idolatria,precisamente porque a idolatriaé logro e ilusão. (Romanos, 1:25.)

Essa nuance de significado dapalavra verdade não passou des-percebida do Espírito Emmanuel:

[...] Alicerçando o serviço salva-

dor que Ele mesmo trazia das

esferas mais altas, proclama o

Cristo à Humanidade que só

existe um Senhor Todo-Poderoso

– o Pai de Infinita Misericórdia.

Sabia, de antemão, que mui-

tos homens não aceitariam a

verdade, que almas numerosas

buscariam escapar às obriga-

ções justas, que surgiriam re-

tardamento, má-vontade, in-

diferença e preguiça, em tor-

no da Boa Nova; no entanto,

sustentou a unidade divina, a

fim de que todos os aprendi-

zes se convencessem de que

lhes seria possível envenenar a

liberdade própria, criar deu-

ses fictícios, erguer discór-

dias, trair provisoriamente a

Lei, estacionar nos caminhos,

ensaiar a guerra e a destruição,

contudo, jamais poderiam enga-

nar o plano das verdades eter-

nas, ao qual todos se ajusta-

rão, um dia, na perfeita com-

preensão de que “o Senhor é nos-

so Deus, o Senhor é um só”.3

2XAVIER, Francisco C. Caminho, ver-dade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 38,p. 92.

3Idem. Pão nosso. Pelo Espírito Emma-nuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Cap. 105.

Capa

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No Evangelho de João, no en-tanto, aletheia (verdade) se liga àpessoa do próprio Cristo. (João,14:6.) Jesus é o caminho e o alvo,ou seja, aquilo que o homembusca e o modo de atingi-lo. Nes-se sentido, a verdade não é abs-trata, pelo contrário é reveladana vida pessoal e real do Cristo.

Por outro lado, Jesus é a reve-lação de Deus aos homens, por-tanto, o testemunho do próprioDeus. Ele diz Deus, na medidaem que reflete o Criador em to-da sua pureza. (João, 14:7.)

Nesse sentido, vale transcrevero ensino de Emmanuel no to-cante a este aspecto do vocábulo:

Diante de cada discípulo, no

reino individual, Jesus é a ver-

dade sublime e reveladora.

Todo aquele que lhe descobre a

luz bendita absorve-lhe os

raios celestes, transformado-

res... E começa a observar a ex-

periência sob outros prismas,

elege mais altos padrões de lu-

ta, descortina metas santifican-

tes e identifica-se com horizon-

tes mais largos. O reino do pró-

prio coração passa a gravitar ao

redor do novo centro vital, glo-

rioso e eterno. E à medida que

se vai desvencilhando das atra-

ções da mentira, cada discípulo

do Senhor penetra mais inten-

sivamente na órbita da Verda-

de, que é a Pura Luz.4

Capa

31Junho 2009 • Reformador 222299

Se confias em Deus, alma querida,Vem com Jesus, do lar, que te resguarda e eleva,Ao vale da aflição onde vagam na sombraOs romeiros da angústia e as vítimas da treva!...Na crença que te nutre, acende a chamaDo amor que te desvende, trilha afora,Os convidados dEle ao banquete da vida,Os que formam na Terra a multidão que chora.Vamos!... Jesus, à frente, nos precede,Insistindo por nós, de caminho a caminho,E pede proteção ao que segue em penúria,Reconforto a quem vai padecente e sozinho...Aqui, passam em bando, aos ímpetos do vento,Pequeninos sem fé, sem apoio, sem nome.Que fazem? de onde vêm? aonde vão? ninguém sabe E nem sabe explicar a mágoa que os consome;Ali, geme, sem teto, o doente esquecido,Além, tropeça e cai, sem a escora de alguém,O velhinho largado à vastidão da noite,Que recebe, por leito, a terra de ninguém;Mais adiante, é a viuvez cansada de abandono,Almas na solidão de torturante espera,Implorando socorro ao telheiro vazioA recolher somente a dor que as dilacera;Flagelam-se, mais longe, os tristes companheiros Que andaram sem pensar, nas veredas do crime,Rogando leve olhar de bondade e esperança,Numa frase de paz que os restaure e reanime!...Ante os erros que encontres, não censuresNem te queixes... Trabalha, alma querida!...Deus quer misericórdia!... Ama, serve, abençoa E Deus te susterá nas provações da vida.Vem como és e auxilia quanto possas,Nem clames pelo Céu, sonhando em vão!...Nosso Senhor te aguarda tão-somente,Traze teu coração!...

Maria Dolores

Fonte: XAVIER, Francisco C. Antologia da espiritualidade. 5. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2002. Cap. 27.

4XAVIER, Francisco C. Vinha de luz. PeloEspírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008. Cap. 175, p. 388.

Deus quer misericórdia

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“ M a n c h e s t e rBrasileira” será,neste ano, o ce-

nário para o grande en-contro anual da famíliaesperantista de nossopaís, e terá como temaprincipal “Juventude eEsperanto: Base para o futuro”, focalizandotambém o sesquicen-tenário de nascimentodo criador do idioma,Lázaro Luís Zamenhof(1859-1917). O eventoterá o patrocínio da Li-ga Brasileira de Espe-ranto <www.esperanto.org.br> e será orga-nizado pela Kultura Es-peranto-Asocio, de Juizde Fora <http://44bke2009.blogspot.com>.

Comporão o progra-ma do evento palestrassobre temas de Ciência,Cultura, Religião, entre outros, bem como lança-mento de livros, CDs, DVDs, selos, além das tra-dicionais manifestações de Arte.

A Comissão Organi-zadora gentilmente abriusignificativo espaço noprograma, dentro dasnormas que regulam oscongressos de esperan-to, para que os espe-rantistas-espíritas cele-brem o centenário dasatividades da FederaçãoEspírita Brasileira emtorno da Língua Inter-nacional Neutra. A fes-tividade, que terá o pa-trocínio conjunto daFEB, da Sociedade Edi-tora Espírita F. V. Lo-renz (Societo Lorenz) eda recém-fundada As-sociação Brasileira deEsperantistas-Espíritas(ABEE), desenvolveráum rico programa, comhomenagens aos pionei-ros do Movimento Es-perantista de Juiz de Fo-

ra, momentos de Arte com a participação da es-critora, poetisa e declamadora Neide de BarrosRego, lançamento dos livros Almanako Lorenz 2009,

44o Congresso Brasileirode Esperanto

Juiz de Fora – 12 a 17 de julho

A

A FEB e o Esperanto

AF F O N S O SOA R E S

Cartaz de divulgação do Congresso

32 Reformador • Junho 2009223300

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Mi Estas Spirito, de Márcia de Castro Soares, e O Romance de Zamenhof, de José Carlos Leal,todos de edição da Societo Lorenz.

Também constará do programa uma palestra, aser proferida em português, na instituição CentroEspírita, pela expositora Sandra Ventura, deBrasília (DF), sobre o vulto de Francisco Valdo-miro Lorenz, baseada na obra O Homem que Sa-bia Demais, também de José Carlos Leal. Sobre o livro Mi Estas Spirito (Sou um Espírito) falará aprópria autora, Márcia de Castro Soares. A pales-

tra sobre os cem anos de apoio da FEB ao Espe-ranto, para a divulgação internacional da Doutri-na Espírita, estará a cargo de Affonso Soares.

Um simpósio dará oportunidade a que os con-gressistas possam abordar temas ligados preferen-cialmente ao tríplice ideal EEE (Evangelho – Espiri-tismo – Esperanto), por meio de questões formula-das aos membros da mesa diretora dos trabalhos.

Contamos com a maciça presença dos esperan-tistas-espíritas, para maior brilho do Congresso,em geral, e de nossa festa, em especial.

Senhora da Piedade – imagem da tristeza –

e cabeça pendida... e Jesus em seus braços!...

Depois de tanta mágoa e de tantos cansaços,

quase a desfalecer, exaurida, indefesa;

após vê-lo na cruz suportar a vileza,

os martírios, o escárnio, em todos os seus passos,

sem poder socorrê-lo, envolvê-lo em abraços;

veria padecer bem mais (tenho certeza)

outra pobre mulher, ao ver o filho morto,

Judas, o traidor, numa corda, enforcado.

Quanto desgosto e dor lhe deu o filho amado!

De ninguém recebeu palavras de conforto,

Somente a mãe de Cristo olhou-a complacente

e, abraçando a infeliz, chorou piedosamente.

Madono de Kompato – pro tristo kurbigita –

kun la pendanta kapo... kaj Kristo /e la sino!...

Post multe da /agreno kaj laco en kulmino,

en preska9sven’, senhelpa, miene plormedita;

vidinte lin sur kruco, sub la rigard’ bandita

plenplena je sarkasmo, pro lia nigra fino,

7i certis, ke pli estas tenebra la destino

de la patrin’ mizera de l’ apostol’ perfida

per 7nuro pendigita pro vunda pentsufero.

La povra, /ar de l’ filo alvenis nur doloro,

amarajn larmojn /erpis el sia povra koro...

kaj ne ricevis vortojn konsolajn de espero.

Nur la patrin’ jesua, post rigardado bena,

7in ame /irka9brakis kun plor’ kompatoplena.

Pietà Pietà 1

Neide de Barros Rego

33Junho 2009 • Reformador 223311

1Poema traduzido para o esperanto por Sylla Chaves e Affonso Soares, retirado do livro Revelação.

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Sessão de Abertura

No dia 3, às 20 horas, ocorreu aSessão de Abertura, iniciada pelopresidente da Federação Espíritado Estado de Sergipe, Júlio CésarFreitas Góes, que fez a saudação aoscomponentes das Federativas visi-tantes e passou a palavra ao coor-denador das Comissões Regionaisdo Conselho Federativo Nacional daFEB, Antonio Cesar Perri de Car-valho. Seguiu-se a saudação dopresidente da FEB, Nestor João Ma-sotti, sendo a prece proferida porOlga Lúcia Espíndola Freire Maia.

Em seguida, houve a apresenta-ção do “Projeto Centenário de Chi-

co Xavier”, realizada pela secretá-ria da Comissão Regional Nor-deste, Olga Lúcia Espíndola FreireMaia e por Antonio Cesar Perri deCarvalho, coordenador do referi-do Projeto. Houve lançamento doopúsculo da Campanha O Evan-gelho no Lar e no Coração.

O coordenador das ComissõesRegionais convidou os presiden-tes das Federativas a apresentaremsuas equipes e fez a apresentaçãodas equipes das Áreas do CFN daFEB. A reunião contou com a par-ticipação das nove Entidades Fede-rativas Estaduais da Região: Mil-ton José Ramos (Federação Espí-rita do Estado de Alagoas), Creuza

Santos Lage (Federação Espírita doEstado da Bahia), Sérgio José Pon-tes (representando o presidenteda Federação Espírita do Estado doCeará), Ana Luiza Nazareno Fer-reira (Federação Espírita do Estadodo Maranhão), José Raimundo deLima (Federação Espírita Paraiba-na), Waldeck Xavier Atademo (Fe-deração Espírita Pernambucana),Rosa Maria da Silva Araújo (Fede-ração Espírita Piauiense), SandraMaria Borba Pereira (FederaçãoEspírita do Rio Grande do Norte)e Júlio César Freitas Góes (Federa-ção Espírita do Estado de Sergipe).A Associação Brasileira de Divul-gadores do Espiritismo (Abrade)

Conselho Federativo Nacional

Reunião da ComissãoRegional Nordeste

A Reunião da Comissão Regional Nordeste, em seu vigésimo terceiro ano, desenvolveu-se de 3 a 5 de abril de 2009, nas dependências do

Hotel Bello Mar, em Aracaju, Sergipe

Dirigentes das Entidades Federativas do Nordeste

34 Reformador • Junho 2009223322

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esteve representada pelo confradeJoão Cabral.

Na noite do dia 4, houve pales-tra sobre “Histórico do Movimen-to Espírita de Sergipe”, desenvol-vida por Idair Reis.

Reunião dos Dirigentes

Ocorreu durante o dia de sába-do. A direção dos trabalhos coubeao coordenador das Comissões Re-gionais e à secretária da ComissãoRegional Nordeste, com participa-ções do presidente da FEB, NestorJoão Masotti, do vice-presidenteAltivo Ferreira, de Edimilson No-gueira e Edmar Cabral Júnior, inte-grantes da Secretaria-Geral do CFN.

Os dirigentes das Federativas rea-lizaram análise conjunta das suges-tões para o aprimoramento do do-cumento “Diretrizes da Dinamiza-ção das Atividades Espíritas”(apro-vado pelo CFN em 1983), com o ob-jetivo de dar origem ao documento“Orientação aos Órgãos de Unifica-ção”, e para o “Curso de Capacitaçãopara Dirigentes e Trabalhadorespara as Atividades dos Órgãos Fede-

rativos e de Unificação do Movi-mento Espírita”, com base em mi-nuta elaborada pela Secretaria-Ge-ral do CFN, já incorporando suges-tões recebidas de Entidades Fede-rativas Estaduais. Também levandoem consideração a minuta citada, foiamplamente discutido o tema dareunião “Gestão Federativa”. Em se-guida, foram trocadas informaçõessobre os itens da Pauta: “ProjetoCentenário de Chico Xavier”, distri-buindo-se material de divulgação àsFederativas; comemorações dos 60anos do Pacto Áureo; preparativospara a Reunião Conjunta das Co-missões Regionais no dia 15 de abrilde 2010, em Brasília. Houve apre-

sentação de experiência federativapela equipe da Federação Espírita doEstado da Bahia, seguindo-se tro-cas de informações. Definiu-se umasequência de cidades-sedes para asReuniões das Comissões Regio-nais do Nordeste até o ano de 2020.Em 2010, será realizada a ReuniãoConjunta das Comissões Regionais,antecedendo o 3o Congresso Espí-rita Brasileiro, no dia 15 de abril,em Brasília. A Reunião seguinte serárealizada em Salvador, nos dias 1o, 2e 3 de abril de 2011, tendo como te-ma:“Experiências positivas de açãointegrada e articulada com base noPlano de Trabalho para o Movimen-to Espírita Brasileiro (2007-2012)”.

Mesa coordenadora da Reunião dos Dirigentes

Apresentação do “ProjetoCentenário de Chico Xavier”

35Junho 2009 • Reformador 223333

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Reuniões Setoriais

Simultaneamente, realizaram-seas reuniões das Áreas especializa-das, todas elas com a participaçãode trabalhadores dos Estados daRegião: Atendimento Espiritual noCentro Espírita, Atividade Mediú-nica, Comunicação Social Espíri-ta, Estudo Sistematizado da Dou-trina Espírita, Infância e Juventu-de, e Serviço de Assistência e Pro-moção Social Espírita.

Sessão Plenária

Ao final, na manhã de domin-go, houve uma reunião plenária,

desenvolvida como mesa-redon-da, dirigida pelo coordenador dasComissões Regionais, com a par-ticipação do presidente da FEB,Nestor João Masotti, do vice-pre-sidente da FEB Altivo Ferreira, dasecretária da Comissão RegionalNordeste, Olga Lúcia EspíndolaFreire Maia. A secretária da Co-missão Regional e os representan-tes das Áreas das Comissões Re-gionais do CFN fizeram apresen-tação sintética acerca do tema dis-cutido e a indicação do tema para

a próxima reunião, seguindo-se aparticipação do Plenário com di-versas manifestações.

Eis os relatos dos trabalhos rea-lizados nas seguintes reuniões se-toriais:

Reunião da Área do AtendimentoEspiritual no Centro Espírita, coor-denada por Maria Euny Herrera

Masotti, com assessoria de VirgíniaRoriz. Assunto da Reunião: “Siste-matização do Trabalho do Passe eMagnetização de Água”. Tema pa-ra a próxima reunião: “O Atendi-mento Espiritual na Casa Espíritanas diretrizes do Plano de Trabalhopara o Movimento Espírita Brasi-leiro (2007-2012)”.

Reunião da Área da AtividadeMediúnica, coordenada por MartaAntunes de Oliveira Moura, comassessoria de Aldenice de Carvalho.Assunto da Reunião: “Organizaçãoe Funcionamento de Grupo Me-diúnico e o Plano de Trabalho pa-ra o Movimento Espírita Brasilei-ro”. Tema para a próxima reunião:“Correlacionar à prática mediúnicaas sete diretrizes definidas no Pla-no de Trabalho para o Movimento

Área da Atividade Mediúnica

Área da Comunicação Social Espírita

Área do Atendimento Espiritual

36 Reformador • Junho 2009223344

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Espírita Brasileiro (2007-2012)”. In-formou-se sobre o projeto de se rea-lizar um Encontro Nacional da Áreada Atividade Mediúnica, em 2011,como parte das comemorações dos150 anos de O Livro dos Médiuns.

Reunião da Área da Comunica-ção Social Espírita, coordenada porMerhy Seba, com assessoria de Iva-na Leal S. Raisky. Assunto da Reu-nião: “Capacitação dos Trabalha-dores para Ocupação de Espaçosna Mídia, com ênfase na eletrôni-ca”. Tema para uma próxima reu-nião: “Avaliação e novas estratégiasda Comunicação Social Espírita emrelação à diretriz e ação do Planode Trabalho para o Movimento Es-pírita Brasileiro (2007-2012)”.

Reunião da Área do Estudo Sis-tematizado da Doutrina Espírita,

coordenada por Sônia Arruda, comassessoria de Tossie Yamashita.Assunto da Reunião: “Elabora-ção de um Plano de Ação doESDE Federativo”. Tema para apróxima reunião: “Apresenta-ção de açõese atividadesque contem-plem as se-guintes dire-trizes do ‘Pla-no de Ação’pa-ra o Nordeste:difusão, uni-dade de prin-cípios e capaci-tação de traba-lhadores”.

Reunião da Área da Infância eJuventude, coordenada por Rute

Ribeiro, com assessoria de CirneFerreira. Assunto da Reunião: “Ju-ventude Espírita”. Tema para apróxima reunião: “Apresentaçãode um plano de ação e dos resul-tados, com base nos problemasdetectados no censo da Juventudeou na constatação da realidade de cada Estado”.

Reunião da Área do Serviçode Assistência e Promoção SocialEspírita, coordenada por José Car-los da Silva Silveira, com asses-soria de Maria de Lourdes Perei-ra de Oliveira. Assunto da Reu-nião: “Diagnóstico do SAPSE noNordeste – Como o MovimentoEspírita está reagindo em rela-

ção à Proposta do Manual”.Tema para a próxima reunião:“O SAPSE e o Plano de Trabalhopara o Movimento Espírita Brasi-leiro (2007-2012)”.

Encerrando os trabalhos, ocor-reram manifestações de despedi-da dos dirigentes das Entidades Fe-derativas Estaduais; o coordena-dor das Comissões Regionais e opresidente da FEB agradecerama colaboração e apoio de todos, e ovice-presidente da FEB proferiu aprece de encerramento.Área da Infância e Juventude

Área do Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita

Área do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

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m 16 de abril do correnteano, regressou à pátria espi-ritual, após quase 94 anos

de existência no plano da matéria,o nosso confrade Lauro de Olivei-ra São Thiago.

Ao velório e sepultamen-to, na Ordem Terceira doCarmo, no Caju, compare-ceram inúmeros familiares,clientes, ex-alunos, confra-des e membros do CentroEspírita Bezerra de Menezes,do Andaraí. Representandoa Federação Espírita Brasilei-ra, seu presidente e o Con-selho Diretor, fizeram-se pre-sentes os confrades IlcioBianchi, Sady GuilhermeSchmidt, Tânia de Souza Lo-pes e Affonso Borges GallegoSoares. Após as palavras defilhos e netos, Tânia de Sou-za Lopes falou em nome daFEB e Affonso Soares fez to-cante prece.

Lauro nasceu em SãoFrancisco do Sul, Santa Ca-tarina, em 23 de agosto de1915, sendo o quinto dos doze fi-lhos do casal Arnaldo Claro de SãoThiago e Maria Eugênia de Oli-veira São Thiago.

Vivendo na terra natal a pri-meira etapa de sua existência, ab-sorveu a doçura de sua mãe, a in-tegridade moral e intelectual deseu pai e os princípios cristãos eespíritas de seus familiares, tor-

nando-se um jovem prestativo eeducado, conduzindo com res-ponsabilidade seus estudos, suaslições de piano e o auxílio à mãe

nos afazeres domésticos e cuida-dos com os irmãos menores.

Iniciando em 1930 a segundaetapa de sua existência, mudou-separa o Rio de Janeiro, matriculan-do-se no Internato do Colégio

Nacional, onde concluiu ocurso de Humanidades, em1934. Simultaneamente, deuprosseguimento aos seus es-tudos de piano com a pro-fessora Francisca Bessoni.

Em 1935, ingressou nocurso de Medicina e, em1936, no de Química, colan-do grau em 1939, como ba-charel e licenciado em Quí-mica, pela Faculdade Nacio-nal de Filosofia, e, em 1941,como médico, pela Faculda-de Nacional de Medicina.Foi também neste períodoque conheceu Neide, jovemespírita, filha de seu conter-râneo, Bento da Costa Perei-ra Sobrinho, e neta de donaElisa de Santa Izabel da Cos-ta Pereira (conhecida comodona Yayá), portadora de di-

ferentes capacidades mediúnicase que realizava, semanalmente,reuniões mediúnicas e de estu-dos doutrinários em sua residência.

Lauro de Oliveira

E

Obra de interesse para espíritas e adeptos daHomeopatia, editada pela FEB em 1972

São Thiago

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Lauro passou a frequentar taisreuniões e a namorar Neide, porquem nutriu extremado amor,admiração e afinidade, e comquem contraiu matrimônio em12 de dezembro de 1940. Destaforma, preparado moral e intelec-tualmente, Lauro ingressou naterceira e última etapa de sua exis-tência, executando com pleno êxi-to as tarefas com as quais se com-prometera ao reencarnar, e queresumimos a seguir:

Chefe de família: constituiuuma grande família formada por10 filhos, 33 netos, 38 bisnetos,genros e noras, todos espíritasatuantes.

Médico homeopata: exerceu aclínica médica homeopata duran-te 66 anos, tornando-se grandeconhecedor e fervoroso adeptoda doutrina médica de SamuelHahnemann. Membro efetivo doInstituto Hahnemanniano, foipor vários anos seu orador, e par-ticipou de diversos cursos, comoprofessor.

Professor: lecionou Químicaem vários estabelecimentos par-ticulares e na Rede Pública Esta-dual do Rio de Janeiro (RJ) até1985, quando foi compulsoria-mente aposentado por ter com-pletado 70 anos.

Espírita: passou a atuar efeti-vamente no Movimento Espíri-ta a partir de 5 de fevereiro de1939 quando, juntamente comseu pai, dona Yayá (avó de sua noi-va Neide), vários membros dasfamílias São Thiago e Costa Pe-reira, ajudou a fundar o CentroEspírita Bezerra de Menezes, do

Andaraí. Em 18 de março de1948, foi eleito seu presidente,cargo que exerceu até 2008, por-tanto, durante 60 anos.

Atuou no atendimento ambu-latorial, nos ciclos de estudos e nadiretoria da Sociedade de Medici-na e Espiritismo do Rio de Janeiro.

Foi um dos fundadores do Ins-tituto de Cultura Espírita do Brasil(ICEB), onde lecionou Psicologia.

Fez inúmeras palestras em dife-rentes entidades espíritas do Riode Janeiro e em outros Esta-dos do País.

Iniciou suas ativida-des na Federação Espíri-ta Brasileira como sim-ples médico homeopa-ta, nos seus ambulató-rios assistenciais. A par-tir de 1970 passou a in-tegrar sua Diretoriacomo 3o secretário e, apartir de 1980, como di-retor-substituto de Refor-mador (até janeiro de 1983)e de vice-presidente da Insti-tuição (até março de 2002).

Dirigiu, durante longo tem-po, a Biblioteca da FEB, promo-vendo sua reorganização. Em inú-meras oportunidades re-presentou a FEB juntoa entidades espíri-tas e não-espí-

ritas, sendo sócio efetivo e mem-bro do Conselho Superior da Ca-sa de Ismael.

Em todas essas tarefas, Laurofoi sempre um exemplo de amorao próximo, abnegação e renún-cia, vivendo em cada momento daexistência aquilo que deverá ser ohomem regenerado e cristianiza-do do terceiro milênio. (Texto deNilton São Thiago).

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NorteAmazonasFederação Espírita Amazonen-se, fundada em 1904, Manaus(AM)

ParáUnião Espírita Paraense, fundadaem 20/5/1906, Belém (PA)

NordesteAlagoasCentro Espírita Alagoano MeloMaia, fundado em 15/1/1899,Maceió (AL)Grupo União Espírita, fundadoem 23/12/1899, Maceió (AL)Federação Espírita do Estado deAlagoas, fundada em 6/1/1908,Maceió (AL)

BahiaCentro Espírita Aristides Spínola,fundado em 1905, Caetité (BA)

PernambucoFederação Espírita Pernambuca-na, fundada em 8/12/1904, Recife(PE)

Centro-OesteMato GrossoCentro Espírita Mateus, fundadoem 1/1/1896, Cáceres (MT)Centro Espírita Cuiabá, fundadoem 6/1/1906, Cuiabá (MT)

SudesteMinas GeraisGrupo Espírita Dias da Cruz, fun-dado em 1895, Caratinga (MG)Centro Espírita Fé e Amor (rural),fundado em 28/8/1900, FazendaSanta Maria, entre Conquista eSacramento (MG)Centro Espírita União, Humildadee Caridade, fundado em 2/4/1901,Juiz de Fora (MG)Centro Espírita Paz, Luz e Amor,

fundado em 8/5/1902, Cataguazes(MG)Grupo Espírita Esperança e Ca-ridade, fundado em 27/1/1905,Sacramento (MG)Grupo Espírita Paz, fundado em31/3/1906, Conselheiro Lafaiete(antiga Vila Real de Queluz) (MG)Centro Espírita Amor ao Próxi-mo, fundado em 3/6/1906, Leo-poldina (MG)Centro Espírita Paz, Amor e Cari-dade, fundado em 22/11/1906,Santos Dumont (MG)Culto do Evangelho de Eurípe-des, iniciado em 1907, Sacramen-to (MG)União Espírita Mineira, fundadaem 24/6/1908 (sucessora da UniãoEspírita de Belo Horizonte, funda-da em 1/10/1904, unida e incorpo-rada pela Federação Espírita Minei-ra em 5/7/1908), Belo Horizonte(MG)

Instituições EspíritasCentenárias em funcionamento

no Brasil em 2009

WA S H I N G TO N LU I Z FE R NA N D E S

Localizamos no Brasil 55 Instituições Espíritas centenárias e dois periódicos,verdadeiros pioneiros, que ainda estão em funcionamento e circulação,

e os classificamos por Região e Estado

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Rio de JaneiroFederação Espírita Brasileira,Rio de Janeiro (RJ), fundada em2/1/1884; sede em Brasília (DF)Grêmio Espírita de Beneficência,fundado em 23/6/1886, Barra doPiraí (RJ)Centro Espírita João Batista, fun-dado em 8/8/1888, Amparo, NovaFriburgo (RJ)União Espírita Fernandes Figuei-ras e Bezerra de Menezes, fun-dada em 12/12/1888, Rio de Ja-neiro (RJ)Grupo Espírita Regeneração –Casa dos Benefícios, fundado em18/2/1891, Rio de Janeiro (RJ)Grupo Espírita Discípulos do Sa-muel, fundado em 1/1/1899, Riode Janeiro (RJ)Associação Espírita Rita de Cás-sia, fundada em 22/5/1901, Rio deJaneiro (RJ)Grêmio de Propaganda EspíritaLuz e Amor, fundado em 1/6/1901,Rio de Janeiro (RJ)Centro Espírita João Batista, fun-dado em 24/6/1902, Rio de Janei-ro (RJ)Centro Espírita de Jacarepaguá– Casa de Agostinho, reorgani-zado em 1904, Rio de Janeiro(RJ)Centro Espírita Cristófilos, fun-dado, em 1/4/1904 em Leopoldina(MG), e em 1912 transferiu-se pa-ra o Rio de Janeiro (RJ)Instituto Espírita Bezerra de Me-nezes (ex-Federação Espírita doEstado do Rio de Janeiro, funda-da em 30/6/1907), Niterói (RJ)Grêmio Espírita Nazareno, fun-dada em 25/12/1908, Rio de Ja-neiro (RJ)

São PauloCentro Espírita João Evangelista,fundado em 24/6/1880, Sete Bar-ras (SP)Sociedade Espírita “Anjo da Guar-da”, fundada em 2/11/1883, San-tos (SP)Instituição Beneficente Verdade eLuz, fundada em meados da déca-da de 1890, São Paulo (SP)Centro Espírita Allan Kardec, fun-dado em 25/5/1890, Itapeva (SP)Centro Espírita Fé e Caridade,fundado em 1903, São Manuel(SP)Centro Espírita União e Caridade,fundado em 1/1/1903, Taubaté (SP)Centro Espírita Esperança e Fé,fundado em 1904, Franca (SP)Centro Espírita Verdade e Luz,atividades começaram em 1904,Jaú (SP)Centro Espírita O Clarim, suces-sor do Centro Espírita Amantes daPobreza, fundado em 15/7/1905,Matão (SP)Centro Espírita Fraternidade, fun-dado em novembro de 1905, Jun-diaí (SP)Centro Espírita Luz e Caridade,fundado em 18/3/1906, Limeira(SP)Grupo Espírita Fora da Carida-de não há Salvação, fundado em23/3/1906, Piracicaba (SP)Sociedade Espírita 25 de De-zembro, fundada em 25/12/1906,Barretos (SP)Centro Espírita Deus e Caridade,fundado em 13/7/1907, Sertãozi-nho (SP)Centro Espírita Fé e Caridade, fun-dado em 5/8/1907, Rio Claro (SP)Centro Espírita Caridade e Fé,

fundado em 13/5/1908, Jabotica-bal (SP)Centro Espírita do Calvário aoCéu, fundado em 6/8/1908, Bebe-douro (SP)

SulParanáFederação Espírita do Paraná, fun-dada em 24/8/1902, Curitiba (PR)

Rio Grande do SulSociedade Espírita Allan Kardec,fundada em 13/7/1894, Porto Ale-gre (RS)Sociedade União e Instrução Es-pírita, fundada em 27/12/1901, Pe-lotas (RS)Sociedade Espírita Kardecista, fun-dada em 1903, Rio Grande (RS)Instituto Espírita Dias da Cruz,fundado em 27/1/1907, Porto Ale-gre (RS)

Santa CatarinaCentro Espírita Caridade de Jesus,fundado em 21/7/1885, São Fran-cisco do Sul (SC)

Periódicos EspíritasCentenários que aindacirculam em 2009

Distrito FederalReformador, Brasília (DF), funda-da em 21/1/1883

São PauloO Clarim, Matão (SP), fundadoem 15/8/1905

Enfim, fica este interessante e vivoregistro da caminhada do Conso-lador em nosso país.

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FEB: 3o Congresso Espírita BrasileiroO “Projeto Centenário de Chico Xavier”, aprova-do pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, in-clui a realização do 3o Congresso Espírita Brasilei-ro, programado para os dias 16 a 18 de abril de2010, nas dependências do Centro de ConvençõesUlysses Guimarães, em Brasília. O tema central é“Chico Xavier: Mediunidade e Caridade comJesus e Kardec”. Informações e inscrições pela pági-na eletrônica: <www.100anoschicoxavier.com.br>.

R. G. do Sul: Família e Recepção no CentroA Federação Espírita do Rio Grande do Sul promo-veu, no dia 9 de maio, em sua sede, o 1o Seminário daCampanha “Repensando a Vida em Família”. O temaprincipal foi “Diga sim à vida – Uma reflexão sobreo suicídio”, com atuação de Volnei Matias. No dia 31 demaio, promoveu o Encontro Estadual sobre Recepçãona Casa Espírita. Este último ocorreu na SociedadeEspírita Paz e Amor. Informações: <www.fergs. org. br>.

Argentina: Livros Espíritas em Feira Internacional

No dia 23 de abril, o presidente da FEB e secretário--geral do Conselho Espírita Internacional, NestorJoão Masotti, participou da abertura do stand do CEIna Feira do Livro de Buenos Aires. Esta se estendeuaté o dia 11 de maio, divulgando-se livros de Kardece psicográficos de Chico Xavier, editados pelo CEIem espanhol. Divaldo Pereira Franco proferiu pa-lestras no recinto da Feira e em instituição espíritadaquela cidade, como convidado do CEI. Informa-ções: <spiritist@spi ritist.org>.

Espírito Santo: Encontro de TrabalhadoresA Federação Espírita do Estado do Espírito Santopromoveu, no dia 31 de maio, o Encontro de Traba-lhadores Espíritas da Região Sul (ENTRAE), em Ca-choeiro do Itapemirim. Participaram trabalhadoresde três Conselhos Regionais Espíritas, divididos nasáreas: infância e juventude, orientação mediúnica,

atendimento espiritual, estudo sistematizado e outras.Informações: <www.feees.org.br>.

Estados Unidos: 3o Simpósio EspíritaNo dia 11 de abril ocorreu o 3o Simpósio Espírita dosEstados Unidos, em Boston, que contou com a pre-sença de dirigentes e colaboradores de todas as re-giões dos EUA. Na oportunidade, o diretor da Fede-ração Espírita Brasileira e do Conselho Espírita In-ternacional Antonio Cesar Perri de Carvalho fez aabertura do evento, participou de reunião sobre pla-nejamento de ações para aquele país, e proferiupalestras em Baltimore e Washington. Informações:<www.spiritistsymposium.org>.

Bahia: Confraternização de JuventudeEspírita

A 5a Confraternização das Juventudes Espíritas deSalvador, realizada em 31 de maio, na sede da Fede-ração Espírita do Estado da Bahia, teve como tema“Sexualidade: educar é o caminho”. O público-alvoforam jovens na faixa etária de 13 a 25 anos. Infor-mações: <www.feeb.com.br>.

Santa Catarina: Encontro MacrorregionalO I Encontro Macrorregional do DepartamentoDoutrinário, realizado pela Federação Espírita Cata-rinense, teve suas atividades iniciadas no mês de mar-ço, no Centro Espírita Jesus de Nazaré, em Caçador.A continuidade ocorreu no dia 30 de maio, no Cen-tro Espírita Bezerra de Menezes, em Balneário Cam-boriú. Informações: <www.fec.org.br>.

Mato Grosso: Reunião sobre Arte EspíritaA Federação Espírita do Estado de Mato Grosso rece-beu a Associação Brasileira de Artistas Espíritas, nodia 18 de abril. A reunião ocorreu na sede da FEEMT.O objetivo desse encontro foi apresentar a Abrarteaos artistas espíritas do Estado de Mato Grosso eestabelecer diálogo sobre a proposta de Arte Espírita.Informações: <www.abrarte.org.br>.

Seara Espírita

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