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DESINDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO Caio Mega de Andrade Jhean S. Martines Jonas M. de Carvalho Filho Jônatas Henrique Santos Karina B. Tarda Lucas Urbano Kleindienst

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO

Caio Mega de Andrade

Jhean S. Martines

Jonas M. de Carvalho Filho

Jônatas Henrique Santos

Karina B. Tarda

Lucas Urbano Kleindienst

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INTRODUÇÃO

O que é desindutrialização? “Doença Holandesa”;

Por que a questão surgiu? Modelo desenvolvimentista; Neoliberalização e Plano Real;

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INTRODUÇÃO

Desindustrialização é ruim? Desindustrialização como efeito normal do

desenvolvimento;

Tipos de desindustrialização: Relativa; Absoluta; Positiva;

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INTRODUÇÃO

Diferentes métodos de análises; Comparação entre as médias industriais

mundiais; Percentagem da indústria no PIB; Produtividade da indústria;

Diferentes formas de obtenção dos dados: Cálculo da produtividade;

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DOENÇA HOLANDESA E FALHA NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICOEDGARD ANTONIO PEREIRA

Recursos Naturais: “benção” ou “maldição”?

Defesa da tese da Doença Holandesa A abundância de recursos naturais leva a um nível

de desenvolvimento mais baixo que o alcançado na ausência dessa fartura

Dados de 97 países em desenvolvimento no período de 1970 a 1989

Constata-se a relação negativa entre a razão exportações de produtos de base natural sobre o PIB e a taxa de crescimento da economia

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QUAIS SERIAM AS RAZÕES?

Modelo doença holandesa original

Economia 3 fatores: Comercializáveis de recursos naturais, Manufaturados e Serviços

Demanda mais alta pelo primeiro setor leva à menor alocação de capital e trabalho do setor manufatureiro e deslocamento para o setor de serviços.

Expansão do primeiro setor leva ao encolhimento do setor manufatureiro via efeito da taxa de câmbio sobre os custos comparativos de produção.

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DIFERENCIAIS DE PRODUTIVIDADE Assimetria entre produtividade dos fatores no setor

produtor de bens de base natural(mais alta dada fartura de recursos naturais) e do setor manufatureiro(baixa intensidade tecnológica)

Por causa desse diferencial as taxas de cambio de “equilibrio” são distintas: estratégia bastante utilizada pelo Brasil via cambio múltiplo e sistemas de proteção como instrumento importante na implantação dos setores industriais

Isso interferiu no que seria o ajustamento “natural”, ou seja, a total especialização na produção de produtos de recursos naturais.

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Analisando a participação dos salários no valor adicionado dos diferentes setores:

Bens processadores de recursos naturais: baixa participação dos salários bens intensivos em capital

Setores mais intensivos em trabalho: são os primeiros a sentir os efeitos da valorização cambial já que operam no limiar da competitividade.

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TERMOS DE TROCA Estudo avaliando dados de 1980 a 2006 da

evolução de preços das commodities identifica forte relação entre a variação dos termos de troca e o comportamento da taxa de câmbio real efetiva

Em geral os preços das commodities tem comportamento cíclico, fazendo com que o padrão de evolução dos termos de troca seja o mesmo no longo prazo.

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BALANÇA COMERCIAL “Maldição dos recursos” crescimento das

exportações de produtos de recursos naturais deveria levar a uma deterioração do balanço de pagamentos

Verifica-se no caso brasileiro que essa tendência realmente ocorre.

Após a taxa de câmbio se tornar flutuante (1999), houve uma tendência de desvalorização até 2003 que foi revertida após esse período.

Valorização cambial queda da competitividade externa do setor manufatureiro com maior conteúdo tecnológico juntamente com a exportação de bens de menor intensidade tecnológica

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Fator Petróleo

Protagonista da mudança estrutural da industria no período recente

Duplo impacto no mercado de câmbio : ampliação das exportação e redução das importações Alívio na balança comercial

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Tendências do fenômeno da doença holandesa não são tão alarmantes para o Brasil

Indústria diversificada

Conjunto amplo de setores exportadores de recursos naturais

estratégias de industrialização utilizadas impediram de certa forma a tendência que a especialização e atrofia do setor industrial prevalecesse e prejudicasse o desenvolvimento econômico.

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EXISTE DOENÇA HOLANDESA NO BRASIL?BRESSER-PEREIRA E NELSON MARCONI

Cenário Típico: Compatibilidade entre moeda nacional apreciada e

equilíbrio comercial; Redução na participação da produção de bens

manufaturados no total de comercializáveis em relação à participação das commodities;

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Comportamento recente do comércio exterior brasileiro:

Figura

Índice da taxa acumulada de câmbio efetiva real e balança

comercial acumulada em 12 meses

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Início dos anos 90 – Fim de políticas de controles tarifários, alfandegários e cambiais;

1992-2002 – diferença baixa entre a taxa de câmbio corrente e a taxa de câmbio industrial, o que indica uma desindustrialização de baixa gravidade;

2003-2007 - Período favorável para o comércio externo brasileiro, em que houve um grande aumento das exportações com uma taxa de câmbio apreciada – Agravamento da doença holandesa.

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Importância de uma taxa de câmbio competitiva para o processo de industrialização e renda per capita;

Doença holandesa – Bresser:Coexistência de duas taxas de câmbio de

equilíbrio;Rendas Ricardianas são mais vantajosas,

uma vez que sua produtividade é maior;Principal impacto para o Brasil é o

deslocamento para os setores que produzem commodities.

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Avaliação do desempenho da balança comercial por setores:

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Dependência dos produtos manufaturados por uma taxa de câmbio competitiva:

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As exportações de manufaturados não diminuíram:

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A participação dos manufaturados na produção total se manteve constante, mas não em relação aos bens comercializáveis.

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Assim, não se trata de desindustrialização galopante, mas os índices são claros. Há uma apreciação da taxa de câmbio; Balança comercial das commodities evoluiu

positivamente após 1992, enquanto a dos manufaturados sofreu uma retração;

Dissociação entre balança comercial de commodities e taxa de câmbio, enquanto a dos manufaturados é fortemente vinculada;

Aumento da participação do valor das commodities no valor adicionado total;

Diminuição da participação de manufaturados no valor agregado de bens comercializáveis.

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OCORREU UMA DESINDUTRIALIZAÇÃO NO BRASIL? - IEDI

Conotatividade no conceito de desindustrialização.

Nem sempre é negativa Pode ocorrer por declínio da produção

industrial em termos absolutos ou como proporção do produto ou emprego nacional.

Processo normal de um desenvolvimento economico bem sucedido.

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Em um primeiro momento cai a participação da agropecuária no produto interno bruto (PIB) e aumenta a expressão da indústria.

No segundo, é o setor serviços que ganha espaço e a indústria perde peso.

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Trade and Development Report 2003 da UNCTAD

Tigres asiáticos de primeira geração com economia madura em um processo de desindutrialização positiva, fruto de seu notável desenvolvimento econômico.

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• Quase toda a América Latina e Brasil segue o contraponto dos tigres:

• Passando por uma “desindustrialização negativa”.

• Consequências: Desaceleração e queda da importancia do setor industrial.

• Causa: Abertura econômica feita de maneira equivocada e decisões macroeconômicas adversas para o setor produtivo.

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• Retrocesso da industria no PIB antes mesmo da liberalização e das políticas da década de noventa.

• Crise inflacionária e medidas de contenção e sobrevalorização cambial.

• Peso do produto da industria de transformação cai de 32,1% em 1986 para 19,7% do PIB em 1998.

• Desindustrialização relativa (não houve perdas irreparáveis e manteve os setores de ponta).

• Recuperação em 23,1 em 2004.

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• Brasil não acompanha os setores com maior dinamismo.

• Necessidade de se reindustrializar, resgatando a industria como indutora do crescimento.

• Perda nos setores textil e vestuário, elétrico e eletrônico, indicando desindustrialização localizada.

• Maior especialização produtiva da indústria, com ênfase em setores intensivos em recursos naturais (química, metalurgia, celulose e siderurgia se destacando).

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Abertura das importação e não coordenação das políticas macroeconomicas poderia ter tornado o processo de desindustrialização mais precoce.

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Aspectos Macroeconomicos (pós 94) Estabilização dos preços, abertura, pressão

nos preços e custos. Crises economicas e capital especulativo. O processo de abertura nos anos 1990

tornou a economia brasileira suscetível a choques externos, característica que só em 2004/2005começou a ser removida.

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• Evolução dos setores• indústria de transformação não se alterou

significativamente.• O baixo crescimento da industria

manufatureira (1,8% a.a) em detrimento aos outros setores da economia, não é o motor do crescimento nacional. Essa renuncia precoce pode ser um indicativo de desindustrialização.

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Estrutura e Desempenho das Atividades Industriais

Concentração da estrutura de valor adicionado. (setores de máquinas e equipamentos, siderurgia, petroquímica e afins crescem, enquanto texteis e vestuário perdem valor).

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Evolução da Estrutura Industrial Segundo a Intensidade Tecnológica

Valor da transformação industrial (VTI) como indicador de desindustrialização.

Quanto menor for a relação mais próximo o setor está de ser uma indústria “maquiladora” que apenas junta componentes importados praticamente sem gerar valor.

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• Aumento do VTI no setor de refino de petróleo (única ressalva)

• Recuo nos outros subsetores (máquinas e equipamentos por exemplo)

• Conclusão: Melhoramento nos setores de alta tecnologia (liderados pela Petrobrás, e recuo nos setores menos intensivos, texteis e setor eletrônico).

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CONCEITOS

Clark (1957): -País com renda baixa tem maior participação do setor primário na economia -Ao atingir um nível de renda per capta o setor industrial tem maior participação -Turning point: Passagem para o setor de serviços Rowthorn(1990): -Acrescenta a análise da produtividade -Maio peso para emprego total do que para oferta total -Desindustrialização pode não ser ruim,mas sim um processo normal

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PRIMEIRA ANÁLISE

Produtividade do trabalho como sendo a razão entre produção física e pessoal ocupado

Análise gráfica da evolução da produtividade, com produção física e pessoal ocupado

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Forte retração na segunda metade da década de 80 devido aumento mais que proporcional do capital físico

Após 90 ocorre crescimento da produtividade: -Abertura econômica -Aumento da produção física -Enxugando mão de obra

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SEGUNDA ANÁLISE

Produtividade como razão do valor adicionado por pessoal ocupado

Análise gráfica da produtividade e pessoal ocupado na indústria de transformação e o valor agregado

Tendo 1996 como ano base

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Diferente do gráfico 1 observamos retração da produtividade na segunda metade da década de 90, sobretudo após 99

1996-2004: queda anual média de 2,6% na produtividade no setor de trasnsormação

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INVESTIMENTO

Do gráfico podemos apreender retração do investimento a partir de 90

Somado isso com a retração da produtividade pode explicar a queda da participação do setor industrial no PIB

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Perda da participação da agroécuaria Ganho na indústria de transformação Segunda metade de 80: -Transformação perde participação -Aumento da participação de serviços A tendência não se mantêm Assim conclui-se que não se caracteriza um

processo de desindustrialização Cenário de 80 foi devido a queda na produtividade

e inflação

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NOVA DOENÇA HOLANDESA

Palma afirma que o Brasil está com esse mal Debate sobre essa idéia Para ocorrer: -Perda do valor adicionado no total da economia somado a uma queda na exportação do setor de tecnologia intensivos

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Refino de petróleo explica aumento do setor no VA Queda da indústria capital intensivo Setor de alta tecnologia se manteve Aumento da participação da indústria recursos

naturais intensivo e tecnologia caiu Porém não se afirma a doença Ressalva: com cenário de alta taxa de câmbio e

perda da indústria de alta tecnologia pode ocorrer a desindustrialização

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A DESINDUSTRIALIZAÇÃOBRASILEIRA EM DEBATE

Existência ou não de um processo de

redução da participação relativa da indústria

Complexidade da questão

Possíveis causas dessa desindustrialização

Valorização cambial

Avanço da China nos mercados globais de

manufatura

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HISTÓRICO

Parcela da produção da Indústria de

transformação no PIB

20% em 1947

36% em 1985

16% em 2008

Forte instabilidade pela qual passou a

economia brasileira entre 1994 e 2002

Abertura comercial 1990 e 1992

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HISTÓRICO

Análise do emprego na Indústria de

Transformação como parcela da população

ocupada (base PNAD)

12,8% do total em 1992

14,4% em 2008

Pesquisas Industriais Anuais (PIA) do IBGE

7,44% da população ocupada total, em 1996

8,36% em 2008

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HISTÓRICO

Analisando à evolução do investimento fixo

14,4% em 1996

18,5% em 2008

Participação do investimento na Indústria de

Transformação na formação bruta de capital

fixo total (FBCF).

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EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Panorama global da participação da indústria

no PIB

Grupo de 185 países, de 1970 a 2007

Queda mundial, em termos relativos, do

produto industrial

25% do PIB mundial, em 1970

17% em 2007

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EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Produção industrial brasileira, analisando um

grupo de 16 países semelhantes, era alta

para a média do período (1970-1972)

25,3% do PIB, sendo 4,9 pontos percentuais

maiores que a média do grupo

Possui a segunda maior média do grupo

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EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Quase todas essas 16 economias tiveram

uma redução relativa da indústria no PIB

Entre 1970 e 2007, diminuição de 5,8 pontos

percentuais do grupo como um todo

O Brasil recuou 9,6 pontos percentuais

Sua média passou a ser de 15,7%, ainda

estando 1,1 ponto percentual acima da média do

grupo

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EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

A desindustrialização no Brasil não existe,

em termos relativos

Nos anos 1970 e 1980, o Brasil se tornou um

país “sobreindustrializado”

Política de substituição de importação

A partir da década de 90, houve um retorno

à normalidade industrial

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MOMENTO ATUAL

O Brasil vêm apresentando uma tendência

crescente nos déficits em conta corrente,

desde 2008

Nesse contexto, com valorização cambial,

surgem preocupações sobre os impactos da

moeda forte sobre a indústria

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MOMENTO ATUAL

Se até 2008 não havia evidência de

desindustrialização no Brasil

Será que essa valorização da moeda,

somada ao “efeito China”, pode gerar um

processo de desindustrialização?

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MOMENTO ATUAL

Durante a crise, a China manteve o nível de

seu câmbio nominal

Com o fim dos efeitos da crise, as moedas

dos países emergentes se valorizaram ante o

dólar e, consequentemente, diante do yuan

Processo rápido nesses países

Beneficiavam com a alta nas commodities

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MOMENTO ATUAL

O consumo nos países ricos se retraiu

China tende a exportar para países

emergentes

Produtos manufaturados chineses entram em

competição com os brasileiros

Na América Latina e domesticamente

Tais fatos, contribuíram para a “primarização”

da pauta de exportação brasileira

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MOMENTO ATUAL

É cedo para decretar que o Brasil sofre de

desindustrialização

Porém, principalmente após a crise, há novos

sinais de perda de competitividade industrial

Deve-se atentar para tal questão, sem agir

de forma precipitada

Regime macroeconômico e cambial

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CONCLUSÃO

Diferentes resultados são apresentados a partir de diferentes variáveis e métodos de cálculos, porém são fundamentalmente análises baseadas em preceitos econômicos diferentes:

Teoria Neoclássica vs Teoria Schumpteriana;

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CONCLUSÃO

Não podemos aferir se existe uma industrialização, porém os dados não abrangem todo o período recente;

Mesmo quando não se confirma a desindustrialização, o modelo cambial e o comércio de produtos primários preocupa para uma possível desindustrialização.