D I S C I P L I N A Leitura, Interpretação e Produção Textual · Nossas experiências sociais...

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Maria Divanira de Lima Arcoverde Rossana Delmar de Lima Arcoverde Leitura, Interpretação e Produção Textual DISCIPLINA Leitura: antes e além da palavra Autores aula 04

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Maria Divanira de Lima Arcoverde

Rossana Delmar de Lima Arcoverde

Leitura, Interpretação e Produção TextualD I S C I P L I N A

Leitura: antes e além da palavra

Autores

aula

04

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Aula 04  Leitura, Interpretação e Produção TextualCopyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

A6751 Arcoverde, Maria Divanira de Lima. Leitura, interpretação e produção textual./ Maria Divanira de Lima Arcoverde, Rossana Delmar de Lima Arcoverde. – Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.

15 fasc.“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.Conteúdo: Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções; Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas; Fasc. 3 - o jogo discursivo no processo de leitura; Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra; Fasc. 5 - a leitura como prática social; Fasc. 6 – produção textual-perspectivas teóricas; Fasc. 7 – a tessitura do texto; Fasc. 8 – gêneros textuais ou discursivos; Fasc. 9 – gêneros textuais e ensino; Fasc. 10 – a escrita como processo; Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão; Fasc. 12 – recursos de textualidade – coerência; Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo; Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais – a resenha; Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial

ISBN: 978-85-87108-59-3

1. Leitura (Lingüística). 2. Produção de textos. 3. Educação a Distância. I. Título.22 ed. CDD 418.4

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresBruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)

Revisoras de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

ApresentaçãoNossas conversas têm transcorrido de forma que você, à medida que for estudando,

tenha cada vez mais interesse de aprender.

Nesta aula, continuaremos trabalhando o conteúdo leitura, num conceito mais abrangente. A leitura que antecede a palavra e a que vai além dela, aprendendo a ler com as imagens o papel constitutivo delas para os sentidos do texto.

Como nas demais aulas, apresentaremos teorias e trabalharemos atividades que possam envolvê-lo(a) como um(a) efetivo(a) usuário(a) da língua.

Desse modo, nesta aula vamos discutir e realizar atividades de leitura com as quais nos defrontamos no nosso cotidiano, considerando a diversidade de signos verbais e não- verbais que circulam socialmente.

Lembre-se de que para a melhor compreensão de nosso estudo é preciso que você realize todas as atividades propostas e tire dúvidas quando necessário.

ObjetivosCom esta aula, esperamos que você

aprenda que a linguagem não-verbal se constitui por meio de diversos signos não lingüísticos;

compreenda a linguagem não-verbal como aspecto fundamental para a constituição dos sentidos do texto.

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Para começo de conversa...Nossas experiências sociais com a leitura acontecem antes mesmo de freqüentarmos à

escola, como já discutimos na primeira aula.

A assertiva de Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, evidencia há muito tempo a importância da leitura que precede e a que vai além da palavra escrita.

Realmente, nas nossas primeiras relações sociais com o mundo, estamos sempre reagindo com o que nos cerca, o que nos irrita, o que nos agrada.

A visão, o tato, a audição, o olfato e até o paladar, ou seja, todos os nossos sentidos são apontados como referenciais para nossas mais elementares leituras.

Érico Veríssimo em seu livro “Solo de Clarineta” já dizia:

Estou convencido de que meu primeiro contato com a música, o canto, o conto e a mitologia se processou através da primeira cantiga de acalanto que me entrou pelos ouvidos, [...] um conjunto ritmado de sons para me induzir ao sono. [...]

MARTINS, M. H., 1989, p. 41.

Sensorial

Sensorial diz respeito aos sentidos..

Semiótica

Teoria geral dos signos em todas as suas formas e manifestações. Designa

também a ciência que estuda todos os

fenômenos da cultura como se eles fossem sistemas de signos.

Essa leitura sensorial revela um prazer singular.

Para a Semiótica, ciência que estuda os signos em geral, a linguagem não-verbal expressa sentidos, revela ideologia. Tanto a linguagem verbal quanto a não-verbal utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os signos são constituídos dos códigos da língua escrita ou falada. Na linguagem não-verbal exploram-se outros signos (imagem, gestos, notas musicais, cores, danças) que dispensam o uso da palavra.

Os signos são objetos específicos, mas podem adquirir sentidos que ultrapassam suas propriedades particulares. Vamos entender melhor essa questão, analisando o signo abaixo.

A balança é um instrumento que serve para pesar substâncias, produtos, objetos. É constituída de uma haste vertical, na qual repousa um travessão móvel com dois pratos pendentes, um em cada extremidade, um dos quais recebe os pesos e o outro, aquilo que se quer pesar.

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Atividade 1

A balança, no entanto, se reveste do sentido de justiça na esfera jurídica, adquirindo um valor semiótico pelo modo de funcionar como um signo ideológico. No caso em questão, a esfera jurídica ao fazer uso desse signo quer mostrar que julga (pesa) na medida certa, justa.

Imagine situações diversas e teça comentários sobre as imagens abaixo, mostrando como elas poderiam funcionar como signos ideológicos, a exemplo da imagem da balança.

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Atividade 2

Compreendemos, então, que a pluralidade de sentidos dos signos é imensa e as possibilidades de ampliação desses sentidos são múltiplas, resultando em leituras diversificadas, de acordo com o contexto e a situação de uso desses signos.

Assim, a visualidade de um texto não-verbal permite a existência de uma forma material (cor, cheiro, sons, melodia, imagem fílmica, pintura) com propriedades particulares e com possibilidades múltiplas de efeitos de sentidos, que reafirmam seu status de linguagem.

Enfim, o trabalho de leitura de um texto não-verbal se institui entre o não-verbal e o olhar do leitor multidirecionado para a imagem que vê, pois sendo dinâmico, o não-verbal exige uma leitura sem ordem preestabelecida, convencional ou sistematizada. Em outras palavras, se trata de uma leitura que se dá de modo diferente da leitura que fazemos dos signos lingüísticos, ou seja, da esquerda para a direita.

Vários conceitos, então, podem ajudar na compreensão desse tipo de linguagem, tais como: reiteração de traços semânticos, conotação, metáfora, metonímias.

Ler o texto não-verbal é antes de tudo se envolver numa prática social distinta e singular, por meio de olhares e de percepções diferentes, em que o leitor “viaja” no texto, dialoga e percorre os caminhos dos novos sentidos que dali emergem. O leitor é, então, aquele que lê o dito e o não dito pelo simples fato de se embrenhar na diversidade de sentidos que uma imagem pode revelar.

A atividade a seguir, consiste em uma proposta na qual você deverá ler uma imagem e nela descobrir um novo texto, por meio de um olhar crítico, de acordo com o sentido que ela provoca.

Metáfora

Metáfora é uma alteração do significado de um

termo para estabelecer laços de similaridades

com outro termo.

Metonímia

Metonímia consiste na transposição do

significado de um termo, feita não mais com base

em traços de semelhança, mas sim por existir um

relacionamento entre os significados.

Vincent Van Gogh

homem de extrema sensibilidade e talento que passou a vida atormentado

por constantes acessos de loucura. Conheça

sobre a vida desse pintor holandês. O livro traz fotos e reproduções de quadros, além de muita informação.

O quarto de Vincent em Arles, 1880. Pintura óleo sobre tela. GREEN, J. Vincent Van Gogh. Coleção

Grandes Mestres. Tradução de Maria da Anunciação Rodrigues. São Paulo: Ática, 2002, p. 22.

Leia atentamente a pintura de Van Gogh e responda à questão a seguir.

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sua

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Van Gogh usou as cores, sobretudo o amarelo, para ampliar a emoção transmitida por suas pinturas. Ele dizia: “O amarelo é a personificação... do amor.” Assim, que sentidos você pode atribuir à pintura de Van Gogh (1889)?

Continuando nossa conversa...

A linguagem não-verbal, muitas vezes, pode vir relacionada à linguagem verbal. Por exemplo, nos cartuns, nas pinturas, nas charges, nas histórias em quadrinhos, no cinema, na televisão, entre outros. Essas duas linguagens formam um “continuum”,

pois são categorias que se imbricam por ocasião do processamento do texto.

A leitura da cidade: um imenso texto pluridiscursivo...

Imbricar

Imbricar significa cruzar reciprocamente, perpassar.

A cidade é um pluriespaço, fonte informacional rica que apresenta as “muitas faces de um texto”. Nela, os textos não-verbais não se impõem, apenas à observação, mas são incorporados à realidade.

O texto não-verbal espalha-se em profusão pela cidade e acolhe as decorrências de várias outras linguagens: a urbanização, a paisagem, a arquitetura, a publicidade.

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Atividade 3

Na cidade, o texto verbal liberta-se da sucessão gráfica dos caracteres e adiciona-se aos índices dispersos em quilômetros de ruas, avenidas, edifícios, multidões em locomoção, ruídos, luzes, cor, volume. Os textos não-verbais acompanham nossas andanças pela cidade, produzem-se, completam-se, alteram-se ao ritmo de nossos passos e, sobretudo, da nossa capacidade de perceber, de registrar essa informação. É esse registro que transforma os textos não-verbais em marcos referenciais da cidade; signos da cidade, esses marcos aglutinam objeto e signos urbanos.

FERRARA, 1993, p. 20.

Enquanto texto não-verbal, a cidade é apresentada como espetáculo, como imagem. Essa imagem, contextualizada, redesenha a tridimensionalidade espacial, oportunizando uma leitura dinâmica e significativa, porque capaz de produzir outros significados, outros sentidos.

Vamos, então, observar uma imagem fotografada da cidade de Campina Grande – Paraíba, situação que é possível observar em outras grandes cidades, e procurar nela as múltiplas faces do texto não-verbal.

Leia a imagem e escreva que sentidos esta foto provoca.

http://www2.uol.com.br/guiacampina/album/fotos-cg.htm

Consulta em 16/03/2007

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Um pouco mais de conversa...O texto não-verbal oportuniza ao espectador uma interpretação da imagem pelo olhar.

Nessa perspectiva, o leitor apreende o sentido de uma imagem não por meio de palavras, mas pelos traços significantes do que vê em diferentes contextos.

A autora Tânia Clemente, ao discutir perspectivas sobre o estudo da imagem (fílmica, fotográfica, artística, gráfica, publicitária, entre outras) e os modos de realização de interpretação de imagens, afirma que

o resultado dessa interpretação é a produção de outras imagens (outros textos), produzidas pelo espectador a partir do caráter de incompletude inerente, eu diria, à linguagem verbal e não-verbal. O caráter de incompletude da imagem aponta, dentre outras coisas, a sua recursividade. Quando se recorta pelo olhar um dos elementos constitutivos de uma imagem produz-se outra imagem, outro texto, sucessivamente e de forma plenamente infinita.

http://www.uff.br/mestcii/tania1.htm. Consulta em 16/03/07

O texto não-verbal é, portanto, uma linguagem objeto sobre o qual se debruça o leitor, produzindo o sentido, numa tentativa de organizar convergências e divergências e de saber distinguir, por comparação, o igual e o diferente.

Desse modo, a interpretação desse texto se efetiva pelos efeitos de sentidos que se institui entre o olhar, a imagem e os possíveis recortes.

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Atividade 4Vamos ler o cartum e responder às questões que seguem.

É necessário, então, que o leitor acione valores perceptivos, compreenda o processo de interação entre passado e presente, sensações de ontem e de hoje, refletindo sobre elas, comparando-as e percebendo os pontos de convergência ou divergência. Vale mencionar ainda, que nesse processo o leitor pode transcender a si mesmo, ultrapassar seus próprios limites e proceder uma renovação ilimitada de sentidos em um contexto novo.

A leitura do não-verbal supõe uma íntima relação com o contexto social, histórico e cultural que nos envolve, superando o cotidiano que nos habitua a interagir mecanicamente.

A leitura não-verbal relaciona visão/leitura, espécie de olhar tátil, multissensível, mas tal como na leitura verbal, aciona um processo de construção de sentidos que, da mesma forma, exige que se revele o leitor discursivo. Leitor este que mobiliza discursos ditos e não ditos no não-verbal e, enquanto sujeito social e histórico, se inscreve numa relação dialógica para a constituição do sentido do texto.

A leitura do cartum, a seguir, tem o objetivo de fazer com que você explore o não-verbal e mobilize seu olhar crítico sobre o que vê.

Problematizando a leitura do não-verbal

Pátio: revista pedagógica. Porto Alegre: Artmed,

novembro2001/janeiro/2002, ano V, n. 19, p. 66.

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1) Que realidade a imagem traduz?

2) Que sentido você atribui à linguagem cromática (das cores) utilizada no cartum?

3) Em que sentido o autor estabelece a contradição entre o verbal e não-verbal?

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Um pouco mais de conversa...Nesse sentido, vemos nesta aula que há um jogo de combinação entre as linguagens

verbal e não-verbal e ocorre uma mobilização de discursos que faz emergir a multiplicidade de sentidos, que se entrelaçam e se multiplicam na criação de novos textos.

Pesquisando a linguagem não-verbal: uma propaganda em análise

Pesquise em jornais, revistas ou na Internet uma propaganda que apresente imagem e texto e produza uma análise, seguindo as orientações abaixo. Anexe uma cópia da propaganda e sua análise ao final desta aula.

1) Situe a propaganda: em que veículo foi publicado, local, editora, data, página. Caso você tenha selecionado um texto de Internet, apresente o endereço e data de acesso.

4) Quais as leituras possíveis que podem ser reveladas nesse cartum?

5) Que título você daria a esse cartum? Justifique.

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2) A que tipo de público a propaganda pretende atingir? Justifique.

3) Qual o objetivo da propaganda?

4) Que argumentos o publicitário utilizou para convencer o público-alvo a consumir o produto?

5) Qual o valor utilitário e simbólico dado ao produto pelo publicitário?

6) De que maneira o discurso da propaganda pode afetar as práticas cotidianas do público a que se destina?

7) Que efeito de sentido aparece na propaganda?

Concluindo nossa conversa...

A produção de sentidos de toda manifestação lingüística verbal e não-verbal se dá no confronto de discursos ditos e não ditos, destinados a serem compreendidos, questionados e decifrados pela riqueza da polissemia dos signos, que permite a

ruptura de um dizer e, nesse movimento dialógico, ser (re)criado e (re)significado.

Para se divertir e refletir sobre a atribuição de valores e

emoções às imagens, assista ao filme...

O SORRISO DE MONA LISA

Dirigido por Mike Newell (Donnie Brasco) e com Julia Roberts, Kirsten Dunst, Julia Stiles e Marcia Gay Harden no elenco.

Katharine Watson (Julia Roberts) é uma recém-graduada, professora que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, Katharine decide lutar contra estas normas e acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.

Polissemia

Polissemia é o fenômeno que consiste na multiplicidade de significações para uma só palavra.

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Leituras complementaresSugerimos como leituras fundamentais para o aprofundamento da conversa que

tivemos nesta aula:

FERRARA, L. D´Aléssio. Leitura sem palavras. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1993

A autora aborda questões sobre a leitura do não-verbal, reconhecendo a existência de signos que falam sem palavras. Para Ferrara, o texto não-verbal possui muitas faces e se diversificam entre o signo visual pictórico, o sonoro, a cor, a luz, a sombra e tem no espaço (lugares) sua propriedade plurissígnica. O livro foi relançado em 2007.

A análise do não verbal e os usos da imagem nos meios de comunicaçãoSOUZA, Tânia C. C. deLeia no site: http://www.uff.br/mestcii/tania3.htm

O texto da autora apresenta um trabalho, na perspectiva da Análise do Discurso da escola francesa, em que discute o estudo da imagem (fílmica, fotográfica, artística, gráfica e publicitária) em sua materialidade, no caso, o não verbal.

MARCONDES, B.; MENEZES, G e TOSHIMITSU, T. Como usar outras linguagens na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2000.

A discussão das autoras sobre o uso de outras linguagens na sala de aula se dá no sentido de indicar possibilidades de ampliação com o trabalho sobre a linguagem em sala de aula, enfatizando o aspecto social para o desenvolvimento de alunos críticos e para a formação do cidadão. Sendo assim, elas propõem várias atividades voltadas a analisar e discutir os textos veiculados nos jornais, na televisão, nas revistas dirigidas ao público infanto-juvenil, nos outdoors e nos rótulos de produtos e medicamentos.

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Resumo

Auto-avaliaçãoLeia as afirmações a seguir e teça comentários.

Seus comentários ajudarão você a identificar os pontos positivos de sua aprendizagem e também os aspectos que você ainda deverá melhorar. Assim, avalie seu desempenho como aluno nesta aula.

A linguagem não-verbal impõe-se como signo plural que propicia

leituras diversas.

A linguagem não-verbal precede a linguagem verbal e permanece como signos plurais que propiciam leituras diversas, uma vez que esses signos são combinados entre si, de forma que o leitor construa sentidos. Esta linguagem apresenta-se de forma heterogênea e, muitas vezes, conforme o gênero textual veiculado, forma um continuum. As imagens foram as referências pluridiscursivas para ampliar esse conteúdo, exemplificando a incorporação e a decorrência de várias outras linguagens na leitura textual (a pintura, a publicidade, a fotografia, o cartum, entre outros). A leitura não-verbal, assim como na leitura verbal, consiste numa atividade de produção de sentidos. O leitor mobiliza discursos ditos e não ditos no não-verbal e, enquanto sujeito social e histórico, se inscreve numa relação dialógica para a constituição do sentido do texto.

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Ler o texto não-verbal é antes de tudo se envolver numa prática

social distinta e singular, que permite ao leitor percorrer os

caminhos dos novos sentidos que dali emergem.

ReferênciasBAKHTIN, M. (VOLOCHINOV). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1929.

FERRARA, L. D´Aléssio. Leitura sem palavras. Série princípios. São Paulo: Ática, 1993.

MARCONDES, B.; MENEZES, G e TOSHIMITSU, T. Como usar outras linguagens na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2000.

SIMÕES, D. Semiótica aplicada à leitura de textos verbais e não-verbais. In: LEFFA, V. J. e PEREIRA, A. E. O ensino da leitura e produção textual: alternativas de renovação. Pelotas: EDUCAT, 1999, p. 199-215.

SOUZA, Tânia C. C. de. A análise do não verbal e os usos da imagem nos meios de comunicação. http://www.uff.br/mestcii/tania3.htm. Consulta em 03/04/07.

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Anotações

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SEB/SEED