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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

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CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Rosane do Carmo Machado 1 Maria do Carmo Duarte Freitas 2

Resumo: Trata-se de, através de pesquisa bibliográfica, propor um check list para análise das condições ergonômicas em laboratório de informática. Partiu-se da pesquisa bibliográfica e utilizou-se parâmetro do laboratório do Programa Paraná Digital, proposto pelo Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação. Este estudo, além proporcionar o apontamento/levantamento dessa listagem, contribui no fornecimento de subsídios para a adequação das estruturas em funcionamento, buscando a otimização do trabalho realizado nos laboratórios de informática das escolas paranaenses. Área Temática: Ergonomia Palavras-Chave: Laboratório de informática, Sala de aula, Ergonomia, Informática na educação.

1 INTRODUÇÃO

O tema ergonomia, com uma proposta de check list para uma análise das condições ergonômicas em laboratório de informática, demanda conhecimento multidisciplinar. A principal motivação é proporcionar o conforto ao usuário e otimizar os recursos públicos nas ações de implantados dos laboratórios de informática nas escolas estaduais do Paraná e abrir uma discussão sobre as condições ergonômicas que estes necessitam para o seu funcionamento de forma otimizada.

Essa preocupação é pedagógica, administrativa e técnica. No campo pedagógico envolve decisões sobre a forma de utilização o computador no ensino e quais as contribuições desta ferramenta como meio de propiciar a aprendizagem.

As questões administrativas e técnicas passam pela disponibilidade do laboratório em determinados horários de aula ou, em contraturno, contratação de monitorias para acompanhar sua utilização e apoio técnico para sua manutenção, em condições de uso e com atualizações de equipamentos e programas permanentes.

Além dessas considerações, há uma demanda natural que parte dos alunos, ou seja, o contato e interação com o computador em contraste, muitas vezes, com o conhecimento e disponibilidade que o professor possui para atender essa demanda. Preocupação emergente e necessária de uma maior discussão.

1 Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná – UFPR

2 Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

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Desta forma, muito mais que uma análise simples das condições físico-estruturais é necessária a verificação da utilização dos laboratórios permeie igualmente a cultura escolar sobre o tema.

Para tanto, faz-se propõe-se uma análise das condições ergonômicas das variáveis ambientais, infra-estrutura e organizacionais. Tenciona-se estimular a reflexão sobre as condições de usabilidade do laboratório de informática como sala de aula tecnológica e verificabilidade do layout empregado no laboratório de informática. Para tanto, cabe entender conceitos e aplicabilidade da ergonomia neste contexto.

2 ERGONOMIA

A ergonomia é uma disciplina científica que possibilita atender, com sua aplicação prática, às mais variadas formas de atividades ocupacionais e em decorrência fornecer subsídios para propiciar qualidade de vida adequada às pessoas nas suas diversas ocupações. Para entender esta inserção Rio e Pires (2001, p. 34) apresentam a ergonomia como “uma ciência ou conjunto de ciências com uma diretriz ética e técnica fundamental: a adaptação do trabalho ao ser humano”.

Iida (2005, p. 3) acrescenta que a ergonomia “estuda tanto as condições prévias como as conseqüências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente durante a realização desse trabalho. Tudo isso é analisado de acordo com a conceituação de sistema, onde os elementos interagem continuamente entre si.”

A Associação Brasileira de Ergonomia - Abergo reforça o conceito ao descrever que a ergonomia “é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, 2008).”

Crescem as pesquisas, onde o homem e tudo o que precisa para organizar seu ambiente e melhorar a qualidade de vida no trabalho, é valorizado. Oliveira (1997, p. 25) trouxe a aplicação da ergonomia na informação e afirma que esta abrange tanto a pesquisa quanto o desenvolvimento do design ergonômico relacionados ao sistema homem-máquina. Para se chegar ao design de um sistema de informação há necessidade de se embasar em estudos sobre os objetivos, conhecimento, experiência e modo de trabalho dos usuários dessa informação.

Neste contexto e considerando a definição da Abergo (2008) de que é função do ergonomista “contribuir para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas”, torna-se relevante compreender o ambiente de trabalho escolar para propor alternativas de melhoria, elaborando diretrizes para análise e avaliação do laboratório de informática das escolas.

Santos (2008) em seus estudos aplicando a ergonomia na educação complementa que “a Ergonomia preocupa-se em contribuir para o processo de ensino-aprendizagem, melhorando as condições e a organização do trabalho em sala de aula. Neste caso podemos considerar tanto o aluno como o professor como agentes do trabalho.”

Observa-se, desta forma, que dentre as áreas das atividades de serviço em que a ergonomia atua está a relacionada ao ensino e que, cada vez mais, a ergonomia tem-se interessado por esta área visando torná-la mais eficientes, pois “a possibilidade de se verificar objetivamente as questões técnico-funcionais irá influenciar diretamente na

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qualidade dos serviços, e seus reflexos serão verificados na diminuição dos problemas decorrentes dessa área” (MORAES, 2003, p. 80).

2.1 AÇÃO ERGONÔMICA

Em agosto de 2000, o Conselho da Associação Internacional de Ergonomia (AEI, 2008) aprovou uma definição oficial, na qual a ergonomia é dividida em três domínios de especialização, a saber:

• física - está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Ou seja, trabalha com as reações do corpo humano à carga física e psicológica. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde;

• cognitiva - refere-se aos processos mentais, tais como: percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento, conforme se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas;

• organizacional - concerne à otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade.

O ambiente ergonômico abrange esses três domínios e é definido por Gomes Filho (2003, p. 204) como aquele que “abrange um diversificado universo de espaços criados, construídos e organizados. Igualmente, abrange e acolhe inumeráveis atividades humanas e, por conseguinte, apresenta também categorias, várias classes e características de uso.”

De acordo com esse autor (2003, p. 205) o ambiente pode ser classificado em três níveis que se inter-relacionam.

O primeiro diz respeito a configuração física do ambiente, ou seja, a sua estrutura arquitetônica.

O segundo é voltado aos componentes físicos do ambiente que englobam desde os objetos isolados ou o conjunto de objetos (posto de trabalho ou posto de atividade), até os objetos que se configuram em comunicações do ambiente, como aparelhos, acessórios e equipamentos.

Por último, o conforto ambiental, que pode ser tanto mecânico, natural ou misto pela sua origem e abrange refrigeração, iluminação, acabamentos, etc., seguindo padrões e normas de configuração e utilização.

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2.2 REGULAMENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS

A Norma Regulamentadora n° 17 – Ergonomia, item 17. 5, afirma que as condições ambientais de trabalho, “devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.” A Portaria N.º 3751 de 23/11/90 acrescenta e especifica recomendações para as atividades de processamento de dados e itens genéricos sobre mobiliário, ambiente de trabalho, equipamentos e organização de trabalho para qualquer outra atividade profissional.

O foco na saúde dos trabalhadores é incorporado à NR-17, incluindo a organização do trabalho como aspecto a ser analisado na avaliação das condições de trabalho e aumentando a abrangência da Ergonomia. Wisner (1987) comenta a caracteriza como um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.

CCOHS (2008) aponta a necessidade de propiciar condições ambientais adequadas que influem no bem estar dos trabalhadores e a na sua produtividade. É importante verificar as condições da área de trabalho que, sendo muito fria ou muito quente, pouco iluminada, barulhenta, pouco ventilada, ou com odores desagradáveis, pode causar aborrecimento, stress, fadiga, cansaço visual, dor de cabeça e outros problemas, assim como em casos extremos, um ambiente inadequado no escritório pode causar doenças.

A NR-17 discute os aspectos relacionados aos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de aula, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto (NR17-1990):

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados);

c) velocidade do ar não-superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não-inferior a 40 (quarenta) por cento.

Santos (2008) amplia essa discussão quando afiram que “não só os recursos pedagógicos determinarão o êxito do processo educacional, pois o ambiente físico é determinante neste processo. Fatores físico-ambientais interferirão no processo educativo caso estejam ou não adequados aos fatores humanos”.

Acrescenta ainda que “a utilização de mobiliários e equipamentos com design adequados a realização das tarefas nas salas de aula, aliados aos fatores ambientais (iluminação, ventilação, temperatura, organização espacial e higiene), são fundamentais para uma alta produtividade.” (SANTOS, 2008).

Para Castro (2008) é necessário que mobiliários, equipamentos e demais condições de trabalho atendam todos os usuários. A isso é chamado de Desenho Universal que é um modo de concepção de espaços e produtos visando a utilização pelo espectro de usuários, incluindo crianças, idosos e pessoas com restrições temporárias ou permanentes.

O desenho universal baseia-se no respeito à diversidade humana e na inclusão de todas as pessoas nas mais diversas atividades, independente de suas idades ou habilidades. Com ele, a meta atingir qualidade no qual a concepção de espaços beneficie a todos. Assim, a ergonomia auxilia a melhoriar das condições de trabalho, independente

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de restrições apresentadas, modificando e adaptando ambiente físico, mobiliário e equipamentos para atender os diferentes usuários. (CASTRO, 2008). São princípios do desenho universal (CASTRO, 2008):

1. Uso Eqüitativo - O desenho é utilizável por pessoas com habilidades

diversas. 2. Uso flexível - O desenho acomoda uma ampla faixa de preferências e

habilidades. 3. Uso simples e intuitivo - O desenho é fácil de ser compreensão e

independe da experiência, conhecimento, habilidades de linguagem, ou nível de concentração do usuário.

4. Informação de fácil percepção - O desenho comunica a informação necessária para o usuário, independente de suas habilidades ou das condições do ambiente.

5. Tolerância ao Erro - O desenho minimiza riscos e conseqüências adversas de ações acidentais ou não intencionais.

6. Baixo Esforço Físico - O desenho pode ser usado eficientemente, confortavelmente e com o mínimo de fadiga.

7. Dimensão e espaço para aproximação e uso – Prover dimensão e espaço apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso independente do tamanho do corpo, da postura ou mobilidade do usuário.

Como visto, nos princípios acima, principalmente no que se refere a flexibilidade e dimensão e espaço para aproximação e uso, há necessidade de que o ambiente esteja adequado aos usuários. A Secretaria de Estado da Educação adota o critério de 1m² (um metro quadrado) por aluno, seguindo a Deliberação 004/99, de 05/03/1999, do Conselho Estadual de Educação, mais 3m² (três metros quadrados) para o professor, como espaço físico da sala de aula (CEE, 1999).

Em se tratando de usuários dos laboratórios de informática, temos uma faixa etária e tipo físico a ser atendida que abrange alunos desde as séries finais do ensino fundamental até o ensino médio, das escolas estaduais, os quais demandam mobiliários que possam sofrer esses tipos de adequação para uso, entre eles: colocar os elementos importantes no campo visual de qualquer usuário, sentado ou em pé, fazer com que o alcance de todos os componentes seja confortável para qualquer usuário, sentado ou em pé e acomodar variações da dimensão da mão ou da empunhadura.

Acrescente-se ainda a verificabilidade das condições ambientais de conforto que o ambiente deverá ter, tais como: acústica, térmica, ilumínica e ventilação.

2.2.1 Condições Acústicas

A NRB 10152 estabelece limite de ruído a ser avaliado nos ambientes, em função da tarefa desenvolvida neles. De acordo com estes limites existem categorias classificadas conforme as reações fisiológicas que podem ser desencadeadas, sendo a insalubre a pior delas.

Nesta categoria, a escala de pressão sonora encontra-se acima de 70 dB (A), por exemplo, a voz do docente ministrando aulas. As reações fisiológicas que podem ocorrer são: estresse degenerativo, infarto, e problemas nas cordas vocais (OITICICA, 2004, p. 2543).

Segundo Spoendlin, apud Oiticica, (2004, p. 2542), “o ruído atinge diferentemente as estruturas do órgão de corti, que é a estrutura receptora auditiva”, sendo que "os

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ruídos contínuos e prolongados originam alterações mais para exaustão metabólica das células sensoriais e seus cílios.”

2.2.2 Condições térmicas

Dentre as variáveis ambientais que interferem na saúde e desempenho humano, está a condição térmica. Castro (2008) conceitua temperatura, calor e sensação térmica:

Temperatura é o grau de agitação molecular de um corpo, é uma característica da matéria. Calor é um tipo de transferência de energia entre dois corpos que se encontram em temperaturas diferentes. Sensação térmica é a percepção da temperatura pelo indivíduo. É na verdade uma composição da temperatura ambiente, temperatura do corpo, umidade do ar e velocidade do vento.

Para adequar as condições do ambiente aos trabalhadores causados pelas

variáveis térmicas de temperatura e umidade do ar, muitas vezes são utilizados recursos como a instalação de equipamentos, como por exemplo, ar condicionado, ventiladores, etc. para diminuir ou suprimir os transtornos causados ao organismo.

Iida (2005, p. 500) afirma que existe uma zona de conforto térmico que é “delimitada entre as temperaturas efetivas de 20 a 24ºC, com umidade relativa de 40 a 80%, com uma velocidade do ar moderada, da ordem de 0,2m/s”. “...com o organismo adaptado ao frio, essa zona de conforto situa-se entre 18 e 22ºC”.

Para Santos (2008), as variações do desempenho do homem no trabalho em função do ambiente térmico são conhecidas, sendo que nas tarefas motoras a influência é mais evidente do que nas atividades intelectuais.

No entanto, as novas tecnologias exigem uma climatização que pode dificultar a realização das tarefas, pois a climatização é realizada procurando, muitas vezes, o conforto das máquinas.

2.2.3 Condições de iluminação

Além dos aspectos apresentados, anteriormente, as condições de iluminação causam efeitos fisiológicos importantes que devem ser observados para os projetos dos postos de trabalho.

De acordo com Iida (2005, p. 462) o “nível de iluminamento3 interfere diretamente no mecanismo fisiológico da visão e também da musculatura que comanda os movimentos dos olhos.” Para ele, existem fatores importantes e controláveis no local de trabalho, dentre eles a quantidade de luz.

Sobre a quantidade de luz, afirma Iida (2005, p. 463) que o rendimento visual aumenta com a quantidade de lux empregada até o ponto de 1000 lux e a fadiga visual se reduz. A partir desse ponto, o rendimento não amplia e a fadiga visual começa a aumentar. A faixa recomendada de iluminação geral em locais de trabalho varia, de acordo com a atividade desenvolvida, entre 200 a 1500 lux.

3 Iluminamento: Lux é o fluxo luminoso de 1 lúmen que incide sobre uma superfície de 1 m2.

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Outra causa, de redução da eficiência visual, é o ofuscamento, que de acordo com Iida (2005, p. 466), “é provocado por objetos ou superfícies de grande luminância4, presentes no campo visual, à qual os olhos não estão adaptados. O ofuscamento é produzido pelo sol, janelas, presença de lâmpadas no campo visual ou reflexões em superfícies polidas.” Castro (2008) apresenta um resumo do planejamento da iluminação, como segue:

− Deve-se tentar usar a luz natural − As janelas devem ficar na altura das mesas e devem ser altas,

para atingir pontos mais profundos da sala. − A distância da janela ao posto de trabalho não deve ultrapassar 2

vezes a altura da janela. − Para evitar o ofuscamento, utilizar muitas luminárias longe do

campo visual, promover grandes níveis de iluminação geral e evitar superfícies refletoras.

− Utilizar sistemas de iluminação adequados. − Pintar as paredes e outras superfícies de cores claras. − Tomar cuidado com a intermitência das lâmpadas fluorescentes.

Castro (2008) afirma que a norma para escritórios é de 500 lux, porém para trabalhos com computadores o nível deve ser reduzido para 300 lux.

2.2.4 Condições físicas-estruturais

Para se avaliar as condições físicas-estruturais devem ser observados os seguintes elementos:

- Configuração física do ambiente: - o espaço arquitetônico global do ambiente de trabalho; - Componentes físicos do ambiente: - Objetos isolados e conjunto de objetos; - Objetos de sistemas de informações/comunicações. - Conforto ambiental: - Mecânico: ventiladores, luminárias, ar-condicionado, piso, pintura, portas,

janelas; - Natural: iluminação, ventilação, odores, temperatura, acústica.

No que se refere aos laboratórios de informática, são diversos os fatores que podem causar desconforto, por exemplo, a claridade das janelas e luminárias refletem sobre as telas dos monitores, impedindo total ou parcialmente a visão ou causando desconforto com a necessidade de mudanças repetidas de posição para o ajuste da visão (figura 1).

4 Luminância; é a medida da claridade de uma superfície.

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Figura 1 - Recomendações sobre a estação de trabalho

Fonte: CCOHS, 2008.

Outro fator pouco verificado ou até mesmo, devido a área dos laboratórios de informática, são descartados, mas que igualmente causam desconforto, é que entre as pessoas existem distâncias que devem ser respeitadas (Figura 2a, 2b).

Figura 2 - Recomendações de adaptação dos equipamentos e mobiliários ao corpo

(a) Fonte: Soares (2008) (b) Fonte: CCOHS (2008)

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A Figura 2b demonstra quais as recomendações ergonômicas para usuários de estação de trabalho com computador, segundo CCOHS (2008):

− Usar um suporte de documentos ajustável. Colocá-lo ao lado

da tela e na mesma altura. A cabeça terá que virar menos e os olhos se acomodarão mais facilmente.

− Alternar a posição do suporte de documentos nos dois lados do monitor, para variar a posição da cabeça.

− Conectar o teclado ao computador com um fio de pelo menos 70 cm de comprimento.

− Verificar ruído excessivo do computador ou da impressora. − Limpar a tela regularmente conforme as instruções do

fabricante. − Relatar ao seu supervisor se tiver problemas com os controles,

instabilidade na tela ou ruído excessivo. Oborne e Heath apud Iida (2005, p. 583) sugerem quatro zonas para esses

espaços pessoais, sendo que o primeiro e mais próximo está de 0 a 45 cm, reservado para contatos físicos com as pessoas de maior intimidade; de 45 a 120 cm para contatos amigáveis com pessoas conhecidas; de 120 a 360 cm para relacionamento profissional com colegas de trabalho e durante eventos sociais; acima de 360 está a distância segura a ser mantida dos desconhecidos. No entanto, o espaço pessoal lateral entre as pessoas ainda é menor do que os frontais, explica Iida (2005, p. 585).

No Brasil, estão disponíveis normas técnicas para os móveis de escritório, dentre eles as mesas de informática, regulamentado pela NRB 13962 (Quadro 1).

Dimensões (cm) Tipos de mesa

Variáveis Mínimo Máximo

Largura 78 Tampo da mesa

Profundidade 75

Altura 64 98 Tampo do monitor

Profundidade 46

Altura 64 75

Largura 50

Tampo do teclado

Profundidade 22

Altura livre para os joelhos 56 66 Profundidade livre para os joelhos 45 Largura para as pernas 60

Acomodação das pernas

Profundidade livre para os pés 57 Distância visual Distância para visualização do monitor 45

Mesa para micro-computadores

Bordas da mesa Raio da borda 0,25 Quadro 1 - NRB 13965 – Recomendações para dimensionamento dos móveis de informática. Fonte: Iida (2005, p. 582)

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3 TECNOLOGIA E ESCOLA

Algumas das mudanças de comportamento e atividades que o homem desenvolve estão relacionadas com a tecnologia e, dessa forma, com a informática. Tais mudanças fazem com que a escola seja um meio que possibilita essa tarefa, com mecanismos de ensaio, treinamento e aprendizagem efetiva. É na escola que o aluno entrará em contato, muitas vezes pela primeira vez, com os recursos disponíveis, criando afinidades para aproveitar e interagir com o mundo globalizado.

Os recursos tecnológicos - multimídia e a Internet - mudam a maneira de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir desta geração. O resultado é a forma abreviada que os jovens estão adotando. Refletir sobre estas alterações é compreender a informática como uma ferramenta que ao ser utilizada permite fazer os links, com os diversos conteúdos existentes, independente do conhecimento ou área de trabalho.

3.1 O PROFESSOR E A TECNOLOGIA

Para compreender o papel dos professores diante da tecnologia, buscou-se os quatro momentos do processo, propostos por Lopes (2002).

O primeiro trata de como o professor reproduz sua aula na sala de Informática. Nesse momento a preocupação central é observar a ferramenta. É manter contato e domínio de forma segura para iniciar com a Informática. Apesar da aula poder ser preparada por um instrumento estranho ou por outra pessoa, é importante que o professor se sinta participativo do processo, consciente que a aula continua sendo dele.

O segundo considera as práticas pedagógicas do professor. Aqui ele percebe que pode fazer mais do que está acostumado, refletindo sobre sua prática e o potencial da ferramenta. Quando supera essa etapa, ele vai da defesa para a descoberta, abrindo canal de comunicação para receber sugestões de melhoria da sua prática pedagógica, que se refere à forma de trabalhar a aula. Ainda nesta etapa, a preocupação se dá com o conteúdo da sua disciplina, apesar de que essa preocupação também é direcionada ao processo de aprendizagem

Já no terceiro momento sobre o processo de aprendizagem e interdisciplinaridade, há uma preocupação com a busca de alternativas para tentar reorganizar o saber, dando chance ao aluno de ter uma educação integral. É importante que o professor possa contar com o apoio pedagógico da escola para melhorar o seu desempenho. Nessa etapa, o professor passa a usar outras tecnologias, softwares e Internet, porém do ponto de vista informativo, ainda para trabalhar o conteúdo escolar.

No quarto momento, há a aprendizagem cooperativa, que é marcado pela transcendência aos muros da escola, e o processo ocorre por meio da comunicação e participação comunitária. Nesse, a preocupação é o processo de aprendizagem, porém o conteúdo é trabalhado dentro de um contexto e a ênfase é dada à coletividade, a participação política e social, à cidadania.

Como observa o mesmo autor (LOPES, 2002, p. 6), seria interessante que a escola passasse por todos esses momentos, mas a maioria não passa do segundo estágio, seja por falta de um projeto pedagógico ou do apoio de uma pessoa que exerça a função de um coordenador de Informática, ou até mesmo de vontade política.

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3.2 A INCLUSÃO DIGITAL

Nos últimos anos, o crescimento das escolas que dispõe de laboratórios de informática mudou o cenário do Paraná. Embora o Estado busque contemplar a LDB 9394/96 quando afirma que a alfabetização digital é necessária em todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior.

No entanto, a iniciativa do governo federal, estadual e municipal, além de apoios da iniciativa privada, não permite afirmar que a exclusão digital nas escolas tenha sido zerada. Presenciam-se inúmeros problemas que atrapalham a inclusão digital, tais como: falta de preparo do professor, manutenção das máquinas, suporte técnico, falta de disponibilidade dos professores ao uso das ferramentas.

5 PROPOSIÇÃO DE CHECK LIST

Este trabalho tomou por base a ação ergonômica nos três domínios específicos, a ergonomia física, a cognitiva e a organizacional. A análise proposta se baseia no modelo de Guérin at al (2005) que apontar as fases para a estruturação da construção do processo de análise ergonômica e as diretrizes dessa ação (Figura 3).

Neste modelo, o primeiro passo é verificar a demanda. É necessário inicialmente conhecer os laboratórios de informática e se esses suprem as necessidades dos alunos e professores. A partir desse conhecimento, que é a origem da demanda, é possível propor as outras fases da ação.

Figura 3 – Fases do processo de análise ergonômica

Fonte: Guérin el al (2001)

O passo seguinte é analisar como se processa o funcionamento do laboratório da escola, quais as características dos alunos e professores, do uso, e das políticas adotadas para se estabelecer uma ação ergonômica compatível.

Em seguida, para se dimensionar a ação ergonômica, é necessária a delimitação e estruturação do campo de estudo, bem como o tempo para ser colocado em prática.

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A próxima fase inclui a proposta de ação ergonômica como um pré-diagnóstico, na qual se elabora um plano de observação e um contrato, mesmo que informal, das condições indispensáveis para que esse trabalho seja viabilizado.

Por último, com a participação de todos os envolvidos é possível criar adequações e alternativas para a implantação de ajustes necessários e acompanhar o desenvolvimento de ações para a continuidade dessas melhorias.

Assim, em uma sala de aula fatores simples como, por exemplo, readequar os mobiliários conforme a existência de janelas frontais, onde são colocados os quadros de giz, ou de janelas do fundo da sala que possam interferir nas projeções de filmes, slides, etc., são possíveis com resultados ergonômicos positivos.

Com o crescimento da utilização da informática, há recomendações específicas para os postos de trabalho que exigem o uso sistemático desses equipamentos.

Apesar do trabalho nos laboratórios de informática, muitas vezes, se apresentar como esporádico nas escolas torna-se importante a observação das recomendações para a diminuição da fadiga no trabalho e do stress, e o aumento da efetividade da tarefa, pois em se tratando de ensino, quanto melhores são as condições, maiores as possibilidades de resultados positivos na aprendizagem.

Portanto, por ser um local onde professores e alunos passam uma parte de seu tempo e por destinar-se à promoção da aprendizagem, o ambiente do laboratório de informática, como o da sala de aula, deve promover bem-estar e conforto. Propõe-se, então, um check list que orientará no futuro as ações mitigadoras dos ambientes – laboratórios de informáticas – avaliados.

6 MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DOS LABORATÓRIOS DE INFORMÁ TICA A PARTIR DE UM CHECK LIST

O check list sobre as condições ergonômicas do laboratório de informática, foi elaborado com base nos passos propostos por Guérin el al (2001), na classificação em níveis proposta por Gomes Filho (2003, p. 204), nas recomendações da NRB 13965 sobre móveis de informática, na NRB 9241 sobre os requisitos ergonômicos para trabalho de escritório com computadores, na Norma Regulamentadora n° 17 sobre as condições ambientais de trabalho, saúde, organização do trabalho e condições de conforto, na Portaria N.º 3751 de 23/11/90 sobre as atividades de processamento de dados, no design e fatores ambientais adequados (SANTOS, 2008), no desenho universal (CASTRO, 2008), e nos três domínios do ambiente ergonômico descritos pela Associação Internacional de Ergonomia.

Foram elencados 81 itens para compor o check list., agrupados em 6 grupos como seguem: Espaço arquitetônico do laboratório de informática , Fatores de conforto ambiental, Componentes físicos dos Equipamentos e Mobiliários, Acessibilidade a pessoas com necessidades educacionais especiais, Comunicação, programas, suporte e complementos técnicos e Cultura de uso (Apêndice).

Padronizaram-se as respostas da listagem em (SIM) para a existência da condição, (NÃO) para a ausência do item no laboratório, (AV) às vezes, para item que pode ser observado esporadicamente, de forma não freqüente ou de forma não regular.

As características propostas no check list se constituem em itens observáveis para avaliação ergonômica dos laboratórios de informática das escolas da rede de ensino da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, tendo em vista que tais itens poderão servir de parâmetro para a adequação dos ambientes, com a finalidade de contribuir com a melhoria da sua utilização.

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Dado que fazem parte do cenário paranaense 2.102 instituições de ensino do Estado e que cada uma dessas escolas, de acordo com o número de alunos matriculados, recebeu um laboratório de informática. A proposta de verificar as condições para possibilitar alternativas de melhoria visa conhecer a realidade para modificá-la, cumprindo com o objetivo ergonômico “saúde, segurança e satisfação do trabalhador” (IIDA, 2005, p.3), para que tais decisões possam se transformar em diferencial nas Escolas Paranaenses.

7 PARANÁ DIGITAL: PROPOSTA DE APLICAÇÃO

Com o Programa "Paraná Digital" e o Projeto "Portal Dia-a-Dia Educação" (PARANÁ DIGITAL, 2007), a Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED buscou difundir o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC. Para atender esse projeto, foram implementadas Coordenações Regionais de Tecnologia na Educação, houve repasse de computadores, com conectividade e foi desenvolvido um ambiente virtual dos dados provenientes das Escolas Públicas do Estado do Paraná.

As ações desenvolvidas pela assessoria de tecnologia da SEED têm o objetivo de levar aos professores e alunos o acesso às tecnologias da informação e comunicação, por meio de uma rede de computadores. (DIAADIAEDUCAÇÃO, 2008).

Conforme projeto, o ambiente permite ter acesso à Internet, facilitar tarefas de escritório, administrar o espaço pessoal, utilizar ferramentas educacionais e acessar programas construídos com o objetivo de viabilizar a aquisição de habilidades ou conhecimentos específicos.

O ambiente para o usuário do Projeto Paraná Digital apóia-se em duas premissas básicas: a adoção da filosofia de software livre e a utilização de interfaces gráficas. Assim, o ambiente incorpora, simultaneamente, vantagens da abordagem de software livre - sistema operacional Linux, às capacidades das interfaces gráficas - representadas aqui pelo ambiente GNOME5.

Mensato (Silva, 2008) explica que os laboratórios são em formato 4head, ou seja, uma CPU para quatro monitores, denominados escravos na linguagem popular. Cada escola receberá seu laboratório, com acesso a internet via fibra ótica e recepção digital por antena parabólica (figura 5).

Figura 4 – Equipamentos que estão sendo recebidos pelas escolas.

5 O GNOME é um projeto Internacional de software livre que provê basicamente duas coisas: o ambiente desktop GNOME, intuitivo e atraente para usuários finais; e a plataforma de desenvolvimento GNOME, um framework extenso para construção de aplicações que se integrem com todo o desktop. O GNOME entende que usabilidade é criar programas que sejam de fácil utilização para todos e não simplesmente abarrotá-los com recursos. (GNOME BRASIL, 2008)

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O laboratório de informática nas escolas estaduais não apresenta um único padrão de disposição física. Existem três modelos de laboratórios de informática adotados pelo Paraná Digital. O primeiro, modelo em “U”, no qual as bancadas ficam encostadas nas paredes e nelas estão os monitores e CPU; o segundo, modelo “Transversal”, no qual as bancadas estão dispostas em fileiras ao longo da sala; e, por último, o modelo “Frontal”, em que as bancadas estão dispostas uma na frente da outra. Figura 5 – Laboratório de informática - modelo transversal

Fonte: Macedo, 2004. (a) Curitiba/PR (b) Maringá/PR, 2004

Os ambientes de informática também são regulados pela NRB 9241 sob o título geral de requisitos ergonômicos para trabalho de escritório com computadores.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse instrumento (check list) foi aplicado em uma escola da rede do Paraná Digital, no município de Tijucas do Sul, na perspectiva de validar a utilização do instrumento, e se o mesmo permite ao avaliador levantar as condições do ambiente para propor melhorias quanto ao conforto ergonômico, desejado para os usuários (alunos, professores e técnicos).

Esse instrumento propõe que seja observado, nos laboratórios, o ambiente na sua totalidade desde as questões estruturais até os detalhes, assim como os níveis em que se inter-relacionam, tendo em vista que a relação entre esses níveis passa pela funcionalidade, como: disposição dos equipamentos, mobiliário em sala de aula, disponibilidade para uso, equipe de apoio e suporte técnico para instalação de software, assessoria sobre os sistemas e programas utilizados, apoio sobre as questões administrativas e higiene do espaço utilizado.

Também se espera verificar como ocorre o funcionamento do laboratório de informática nas questões sobre o espaço físico e sua adequação sobre os fatores de iluminação, ventilação, temperatura, espaço das bancadas, máquinas, disposição das cadeiras e número de alunos por máquina.

Como os ambientes são desenvolvidos para atender a demanda de uso e de fluxo de pessoas, também é importante observar como os alunos e professores compartilham desse espaço, uma vez que normalmente dois alunos utilizam um micro e os professores devem ter acesso aos trabalhos realizados em cada máquina.

Por último, se o número de máquinas e a disponibilidade de uso permitem ao professor empregar estratégias pedagógicas favoráveis a aprendizagem, que atendam o planejamento de aula e ainda verificar se essa utilização apresenta conforto e eficiência.

Concluindo, os requisitos apresentados para o check list são fundamentais para que um laboratório de informática possa funcionar atendendo as normas de um ambiente ergonômico e proporcionando condições de melhorias no ensino-aprendizagem.

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CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Nome da Escola: ________________________________________________________________ Nível/Modalidade de ensino: ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Profissional ( ) Educação de jovens e adultos Turno de funcionamento/número de turmas: Manhã/___ turmas - Tarde/___turmas - Noite/___ turmas Número de alunos Manhã/________ - Tarde/________ - Noite/_________ - Total de alunos: _________ tel: (____) ____________________ e-mail: __________________________________________ Endereço: ____________________________________ Município/UF: ___________________ Responsável pela avaliação: ___________________________ Data da avaliação: ______/______/________

Leia : S (sim) N (não) CP (condições precárias) AV (as vezes) A) Espaço Arquitetônico do laboratório de informátic a

1. O número de estações de trabalho atende a demanda dos alunos da escola? 10 turmas / laboratório

S N AV

2. O laboratório é disponibilizado para uso em contraturno e/ou nos finais de semana? S N AV 3. O horário disponibilizado para uso atende a demanda dos alunos da escola? S N AV 4. O número de estações de trabalho atende as estratégias pedagógicas dos professores? S N AV 5. O horário disponibilizado para uso atende a demanda dos professores? S N AV 6. O espaço físico atende a exigência mínima de 1 m2 por aluno e 3 m2 para o professor? S N AV 7. O espaço físico entre os alunos é de no mínimo 45 cm? S N AV 8. O leiaute do laboratório propicia ao professor livre circulação pelo ambiente e aproximação

dos alunos para explicações individualizadas? S N AV

9. O leiaute possibilita ao professor acompanhar o que os alunos estão trabalhando no computador?

S N AV

10. A disposição das máquinas permite o uso em duplas de alunos? S N AV 11. O laboratório está posicionado acima do nível do chão? S N AV 12. As condições de acabamento como pintura, paredes, cortinas e vidros são boas? S N AV 13. A instalação elétrica está em bom estado? S N AV 14. As janelas estão posicionadas na altura das mesas e são altas? S N AV 15. As paredes e outras superfícies têm pintura de cores claras? S N AV 16. O número de máquinas possibilita o uso individual por aluno? S N AV 17. O ambiente possui dispositivos de controle de incêndio? S N AV

B) Fatores de conforto ambiental 18. As condições de luminárias e janelas são boas? S N AV 19. O laboratório possui iluminação natural? S N AV 20. O laboratório possui iluminação artificial? S N AV 21. A iluminação artificial e natural estão posicionadas de forma a não refletir ou ofuscar a tela dos

monitores? S N AV

22. A iluminação está na faixa de 300 a 500 lux? S N AV 23. A iluminação é geral e difusa? S N AV 24. A quantidade e qualidade de janelas / ventiladores / ar condicionado garante a climatização

adequada do ambiente com todas as máquinas ligadas? S N AV

25. Os ruídos do ambiente estão abaixo de 70 dB? S N AV 26. Existe a incidência de ruídos provocados pelo entorno como ruas e outros S N AV 27. O ruído ocasionado pelas máquinas ligadas e outros equipamentos como impressora,

ventiladores, etc., interfere na explanação do professor? S N AV

28. A acústica ocasiona reverberação? S N AV 29. A temperatura dos laboratórios se mantém entre 20ºC (vinte) e 24ºC (vinte e três graus

centígrados); S N AV

30. A umidade relativa do ar está entre 40% a 80% (quarenta a oitenta por cento)? S N AV 31. A distância da janela ao posto de trabalho ultrapassa 2 vezes a altura da janela? S N AV

C) Componentes físicos dos Equipamentos e Mobiliário s 32. Cada estação de trabalho possui todos os componentes necessários como monitor, mouse,

teclado, CPU (1/4)? S N AV

33. A altura do monitor está entre 64 e 98 cm? S N AV 34. Existe proteção de tela nos monitores? S N AV 35. O brilho e contraste dos monitores são ajustáveis? S N AV 36. A distância para visualização do monitor está a mais de 45 cm do aluno? S N AV 37. Existe apoio para o punho no uso do mouse? S N AV 38. A altura do teclado é ajustável? S N AV 39. O nível do mouse é igual ao do teclado? S N AV 40. O teclado está conectado ao computador com um fio de pelo menos 70 cm de comprimento? S N AV

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41. Os equipamentos podem ser usados eficientemente, confortavelmente e com o mínimo de fadiga?

S N AV

42. Os equipamentos possuem dimensão e espaço apropriados para acesso, alcance e manipulação, com conforto?

S N AV

43. A qualidade dos equipamentos do laboratório atende as necessidades pedagógicas da escola?

S N AV

44. A bancada tem altura e profundidade que possibilita acomodação das pernas: altura livre para os joelhos, largura para as pernas, profundidade livre para os joelhos e profundidade livre para os pés?

S N AV

45. A base do teclado está com altura entre 64 e 75 cm? S N AV 46. O espaço para trabalho no teclado é de no mínimo 50 cm de largura? S N AV 47. O teclado está afastado da beirada da mesa em pelo menos 22 cm de profundidade? S N AV 48. A bancada tem largura mínima de 78cm (por aluno) e profundidade de no mínimo 75cm? S N AV 49. O mobiliário e equipamentos acomodam as diferenças físicas ocasionadas pela faixa etária

dos alunos? S N AV

50. O mobiliário (cadeiras, armário, bancadas, mesas, quadros) está em bom estado de conservação?

S N AV

51. O mobiliário (cadeiras, armário, bancadas, mesas, quadros) é adequado para uso no laboratório? (observar idade e altura dos usuários)

S N AV

52. A altura do assento fica na altura da rótula? S N AV 53. A cadeira possui assento e encosto reguláveis? S N AV 54. A cadeira possui apoio para os braços? S N AV 55. A cadeira é giratória? S N AV 56. A cadeira possui beirada da frente arredondada? S N AV 57. Há apoio para os pés para aqueles que não alcançam com os pés no chão? S N AV

D) Acessibilidade a pessoas com necessidades educac ionais especiais 58. O espaço arquitetônico possui rampas e portas com acessibilidade? S N AV 59. Os equipamentos estão adaptados para pessoas com deficiência física? S N AV 60. Os equipamentos são previstos para pessoas destras e canhotas? S N AV 61. Existem softwares instalados que possibilitam o acesso de pessoas com deficiência visual? S N AV 62. Os equipamentos estão dispostos de forma que possibilite o uso, independente do tamanho do

corpo, da postura ou mobilidade do usuário? S N AV

E) Comunicação, programas, suporte e complementos té cnicos 63. Existem manuais e normas para uso do laboratório? S N AV 64. O ambiente possui informativos claros e objetivos sobre o uso adequado do laboratório. S N AV 65. Existe acesso a Internet? S N AV 66. Os programas instalados atendem ao ensino nos laboratórios? S N AV 67. Os programas estão funcionando adequadamente? S N AV 68. Existe equipe de suporte técnico dos laboratórios na própria escola? S N AV 69. Existe monitoria técnica durante as aulas no laboratório? S N AV 70. O horário de atendimento do suporte técnico atende a demanda do número de alunos e turma

que utilizam os laboratórios? S N AV

71. Existe sistematização na manutenção dos equipamentos? S N AV 72. Existe sistematização na manutenção dos programas? S N AV 73. Existe modernização sobre as instalações de programas? S N AV

F) Cultura de uso 74. A equipe pedagógica incentiva o uso dos laboratórios? S N AV 75. O laboratório é utilizado sistematicamente pelas turmas? S N AV 76. O laboratório é utilizado pelos alunos, fora do horário de aulas? S N AV 77. Os professores utilizam o laboratório? S N AV 78. Os professores apresentam facilidade no uso dos equipamentos? S N AV 79. Os alunos apresentam facilidade no uso dos equipamentos? S N AV 80. As instalações apresentam cuidados com a limpeza e higiene? S N AV 81. O laboratório possui periodicidade de serviços de limpeza para os equipamentos? S N AV

Observações complementares: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________