DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2008€¦ · o Mundo do Trabalho, enfatizando a imagem como fonte...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
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Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2008
Título TÍTULO – A IMAGEM ARTÍSTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA
Autor Sergio Aguilar Silva
Escola de Atuação Colégio Estadual Costa Viana
Município da escola São José dos Pinhais
Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul
Orientador Profa. Dra. Luciana Martha Silveira
Instituição de Ensino Superior UTFPR
Área do Conhecimento História
Produção Didático-Pedagógica OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa
Relação Interdisciplinar Arte- Sociologia - Filosofia
Público Alvo Professores e Alunos do Ensino Médio
Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual Costa Viana – São José dos Pinhais
Apresentação: Este OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) visa discutir a questão das imagens - mais especificamente as imagens artísticas – e sua melhor utilização no ensino de história do ponto de vista do estudo iconográfico, dialogando com o ensino da Arte e com outras áreas disciplinares como Sociologia e Filosofia. Este material didático-pedagógico insere-se nas Diretrizes Curriculares de História (DCE) para o Ensino Médio, no Conteúdo Estruturante: Relações de Trabalho, e no Conteúdo Básico: Urbanização e Industrialização - Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) História, Imagem artística, Ensino e Mundo do Trabalho
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MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO PDE 2008/2009 Autor - Prof. Sergio Aguilar Silva / PDE
Orientadora – Profa. Dra. Luciana Martha Silveira /UTFPR
OAC – OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO
RECURSO DE EXPRESSÃO
TÍTULO – A IMAGEM ARTÍSTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA
Um estudo inicial sobre as possibilidades de trabalho com a imagem artística
no ensino de História, a partir do registro do Mundo do Trabalho, na Arte Mural de
Poty Lazzarotto.
APRESENTAÇÃO
Este OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) visa discutir a questão
das imagens - mais especificamente as imagens artísticas – e sua melhor
utilização no ensino de história do ponto de vista do estudo iconográfico,
dialogando com o ensino da Arte e com outras áreas disciplinares como
Sociologia e Filosofia.
Este material didático-pedagógico insere-se nas Diretrizes Curriculares de
História (DCE) para o Ensino Médio, no Conteúdo Estruturante: Relações de
Trabalho, e no Conteúdo Básico: Urbanização e Industrialização - Urbanização e
industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo.
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PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO
Partimos da seguinte problemática: como a cultura visual contextualizada
pode não só ilustrar, mas também dialogar com o texto de História?
JUSTIFICATIVA
Na maioria das vezes, ao abordamos os conteúdos de história em sala de
aula, damos pouca importância ao tratamento das imagens, enquanto fonte
histórica, que também precisa ser criticamente interpretada e contextualizada.
Geralmente toma-se a imagem como mero elemento ilustrativo do texto, do
conteúdo, seja ela artística ou técnicamente produzida ( neste caso por meio de
aparelho fotográfico, cinematográfico, televisivo ou computadorizado).
Utilizam-se as imagens apenas como ilustrações do passado ou do presente,
como provas irrefutáveis daquilo que realmente aconteceu ou que está
acontecendo, apenas como reforço do texto. Esquece-se muitas vezes, que assim
como o registro histórico pode ser construído e manipulado conforme os
interesses hegemônicos, as imagens que consumimos também podem sê-las.
Pois, do ponto de vista da nova historiografia e dos estudos de arte, a imagem não
fala por si só, deslocada de seu contexto, e não é o retrato fiel da realidade. Ela
foi produzida por alguém que não está isento de ideologia e por isso não é neutra,
isto é, está carregada de significados, pretende expressar algo, está inserida num
contexto sócio-histórico e cultural, segundo MACHADO (1984).
Portanto, partimos da noção ampliada de fontes e documentos históricos
conforme nos apontou a Escola de Annales e a Nova História, e nesse sentido,
consideramos assim também a imagem artística, ou seja, também como um
documento/monumento (LE GOFF, 1986), uma fonte e construção histórica, que
pode ser problematizada, questionada e contextualizada.
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Por exemplo, a imagem artística que predomina nos textos didáticos sobre os
bandeirantes do século XVII/XVIII no Brasil, é a pintura de Benedito Calixto, de
1903, onde se encontra representado Domingos Jorge Velho (fig. I). Trata-se de
uma imagem idealizada e estereotipada do bandeirantismo seiscentista no Brasil.
Estes bandeirantes representados nesta imagem parecem nobres cavaleiros
europeus, bastante longe dos mamelucos e mestiços pobres que eram, ou seja ,
esta imagem tem o objetivo de reforçar o lado heróico e desbravador do
bandeirantismo, que por outro lado também escravizava indígenas, capturava
escravos fugitivos e combatia quilombos. Temos aqui um exemplo clássico de
manipulação histórica da imagem, como forma de legitimar uma determinada
visão de mundo dominante.
I – Domingos Jorge Velho, Benedito Calixto, Museu Paulista.
Fonte - http://commons.wikimedia.org/wiki/Benedito_Calixto
Outro exemplo está nas pinturas sobre Tiradentes, produzidas por Pedro
Américo em 1893 (fig. II) e Aurélio de Figueiredo em 1905 (fig.III). Segundo
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MURILO DE CARVALHO (1990), as referidas pinturas foram produzidas no
contexto histórico e político de imposição do regime republicano no Brasil, que
precisava legitimar-se socialmente, e, portanto, passou a incentivar a produção de
imagens simbólicas de si mesmo. Nesse sentido, a figura de Tiradentes foi
recuperada enquanto primeiro herói republicano nacional, e consigo a
Inconfidência Mineira, politicamente muito mais moderada que a Conjuração
Baiana. Além do mais, fundiu-se a figura de Tiradentes com a de Jesus Cristo, o
que evidencia novamente a possível manipulação das imagens artísticas
instituídas historicamente, o que também acontece com as imagens televisivas
que são editadas, construídas e desconstruídas, ao sabor dos interesses
dominantes.
II . Tiradentes esquartejado. Pedro Américo. Museu Mariano Procópio . fonte http://commons.wikimedia.org/
A imagem de Tiradentes como herói cívico nacional, foi pouco a pouco
instituída pelo regime republicano, como forma de se contrapor ao deposto regime
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político monárquico. E frente a uma população maciçamente de iletrados, a
imagem toma uma grande importância simbólica, como forma de popularização e
legitimação política.
III. O martírio de Tiradentes, Aurélio Figueiredo, Museu Histórico Nacional .Fonte: http://www.museuhistoriconacional.com.br/
Os exemplos citados evidenciam que a imagem não fala por si só, mas sim
que precisa ser lida e interpretada, e no caso do ensino de história, principalmente
tomada também como fonte ou documento. Para tanto, é preciso contextualizar as
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imagens e também desconfiar delas, pois segundo SORLIN (1994) as imagens
são enganosas, contudo necessárias.
Ao mesmo tempo, temos que considerar o caráter subjetivo da produção
artística, pois ela não tem uma função racional e científica de estudo ou análise da
realidade, como se dá nas Ciências Humanas. Antes de tudo a imagem artística é
uma representação do real, uma leitura do artista sobre o mundo, carregado
dialeticamente, tanto pela sua visão subjetiva, quanto pelas estruturas sociais de
sua época. Ou seja, o artista, o criador não deixa de ser fruto de sua época, de
sua cultura histórica.
RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
ARTE E HISTÓRIA: POTY E O MUNDO DO TRABALHO NO PARANÁ
Este material didático-pedagógico tratará particularmente da relação entre
arte mural do curitibano Poty Lazzarotto - encontrada amplamente em Curitiba - e
o Mundo do Trabalho, enfatizando a imagem como fonte histórica. Procuraremos
identificar como o artista, através da sua obra, expressa e registra o mundo do
trabalho e suas mudanças históricas, também como ele representa estas
mudanças e concebe o trabalho humano e suas contradições sociais.
Entendemos que o referido artista ao retratar um painel histórico do Paraná,
sobre tecnologias, profissões, ou da cidade de Curitiba, mesmo sob encomenda
oficial, deixa transparecer a presença do trabalho humano em todos os momentos,
pois está presente em seus murais o trabalho indígena, escravo, do colono na
lavoura, do ferreiro, do criador de gado, ou do operário da construção civil ao
fundo ou em primeiro plano. As Relações de Trabalho presentes no processo de
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Urbanização e Industrialização do Paraná estão representadas e registradas de
alguma forma na arte mural de Poty. (figs. IV, V,VI e VII)
IV.Detalhe do Mural “História da Tecnologia” em Lajota cerâmica, no Centro Politécnico da UFPR. (1966).Foto do autor.
Podemos perceber na fig. IV que o trabalho apresenta-se para o artista como
uma categoria ontológica de sua vida e sua arte. Agricultores, ferreiros e artesãos
são registrados como produtores de técnicas e tecnologias de trabalho. Portanto,
a dimensão do trabalho, transparece como elemento fundamental na sua de visão
mundo e conseqüentemente artística, a partir do momento também, que seu
muralismo, pressupõe um projeto que se concretiza através do trabalho coletivo,
construído por muitas mãos contratadas para o empreendimento criativo.
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V. Detalhe do Mural "Emancipação Política do Estado", monumento ao
centenário do Estado localizado na Praça 19 de dezembro (1953).Foto do autor. A história do estado, da cidade e seu cotidiano, ou mesmo das mudanças
tecnológica e industrial retratada pelo artista em seus murais, passa pela produção
essencialmente humana, feita pelos homens em suas relações. E isto nos parece
uma dimensão social da produção e do trabalho. A máquina, a indústria, o
artefato, a cidade, a atividade agrícola e pecuária e os meios de transporte
registrados pelo artista, são produtos culturais e, portanto, humanos. Ao mesmo
tempo, Poty retrata e enaltece o avanço urbano e tecnológico nas suas obras
murais, deixando também transparecer as desigualdades sociais entre patrões e
colonos pobres, entre trabalhadores e autoridades, como percebemos na fig. V.
Sendo assim, identificamos que o artista percebia tanto as positividades, quanto à
alienação no mundo trabalho, conforme aponta os estudos de formação marxista
(ALVES, 2000; ANTUNES, 1999).
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Em nosso ponto de vista, existe uma materialidade na obra mural de Poty,
quando a contextualizamos historicamente em relação as mudanças percorridas
no mundo do trabalho. Os murais em foco expressam esta relação entre o
subjetivo e o social em processo de mutação, pois os últimos cinqüenta anos de
intensa produção mural do artista coincidem com a acelerada modernização
urbano-industrial brasileira/paranaense, na qual processou-se um gradativo
predomínio do trabalho urbano sobre o rural, do fabril sobre o artesanal. Portanto,
décadas de profundas transformações sociais, produtivas e culturais foram
testemunhadas pelo artista e representadas em sua arte mural.
Sob o ponto de vista do ensino de História, poderíamos trabalhar o processo
de urbanização e industrialização paranaense entre os séculos XIX e XX - tendo
Curitiba como principal cenário – através da arte mural e pública de Poty
Lazzarotto. Buscando nas obras do referido artista paranaense, sugeridas neste
material didático, as possíveis relações com a urbanização, a industrialização e o
mundo do trabalho no Paraná, inserido no contexto histórico de expansão mundial
das relações capitalistas de produção, desencadeadas pela Revolução industrial.
No entanto, como o Brasil só inseriu-se no contexto da industrialização
capitalista tardiamente, foi a produção primário-exportadora e seus
desdobramentos que predominou até meados da segunda metade do século XX.
A economia cafeeira na região sudeste, entre a segunda metade do século XIX e
meados do XX proporcionou um determinado acúmulo de capital bancário,
desdobrado no capital industrial nascente. Mas a consolidação e expansão da
industrialização brasileira viabilizou-se pela presença de um Estado
modernizador, típico da Era Vargas e JK, nos moldes do nacional-
desenvolvimentismo.
Por outro lado, o processo de urbanização brasileira vem de longa data,
desde o auge da mineração do século XVIII até o desenvolvimento da economia
cafeeira no sudeste a partir da segunda metade do XIX. Ainda, é bom lembrar que
a urbanização independe da industrialização, mas que o processo de
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industrialização certamente desencadeia novas demandas sociais e, portanto,
acelera a urbanidade, que passa a ter características urbano-industriais.
Contudo, se no Brasil o efetivo processo de industrialização se deu após a
década de 1940, no estado do Paraná também foi diferenciado, dado às
características de nossa economia predominantemente agrária até a década de
1970.
A urbanização paranaense iniciou-se com o tropeirismo na segunda metade
do século XVIII, na rota dos Campos Gerais, entre o Rio Grande do Sul e
Sorocaba. Nesse deslocamento tropeiro desenvolveu-se no atual estado do
Paraná as cidades da Lapa, Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, Castro,
Jaguariaíva, entre outras. Por volta de 1820 o estudioso francês August Saint-
Hilaire visitou a cidade de Castro e assim descreveu-a:
“(...) Castro é composta de centenas de casas que se enfileiravam ao longo
de três ruas compridas. A população era constituída por alguns comerciantes, (...)
e alguns artesãos. Dentre os últimos, os mais numerosos eram os seleiros, o que
não é de admirar numa região onde os homens passam a maior parte do tempo
em cima de um cavalo. (...) os habitantes de terras vizinhas se dedicavam à
criação de bois e cavalos.”(HILAIRE,p.75, 1985)
Fonte: http://www.diadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte/5debret4.jpg
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Um segundo momento histórico de urbanização do atual estado do Paraná,
foi a produção ervateira e madeireira, que se iniciou no século XIX e desenvolveu-
se fortemente na segunda metade deste mesmo século, somado a grande entrada
de imigrantes europeus. Nesta época a erva-mate passou a ser produzida e
comercializada pelos colonos da região e acabou se transformando no produto
mais importante da economia paranaense.
O transporte da erva-mate, que ligava a região do Alto Iguaçu até os portos,
era feito no lombo das mulas, levando dias para ser realizado. Assim, muitos
imigrantes trabalhavam como carroceiros transportando a erva-mate. Novamente
como no tropeirismo, muitos núcleos urbanos foram surgindo e desenvolvendo-se,
desde o alto Iguaçu até os portos de Paranaguá e Antonina. Economia esta que
se somou à atividade madeireira, com a criação de inúmeras serrarias,
significando assim que mais casas e estruturas estavam sendo construídas e,
portanto, demandadas pelos crescentes núcleos urbanos.
Este processo de urbanização e de incipiente industrialização paranaense, foi
ainda mais beneficiado com a construção das primeiras ferrovias em fins do
século XIX - principalmente a estrada de ferro Paranaguá-Curitiba inaugurada em
1885 - e posteriormente com a ampliação destas ferrovias pelo estado na primeira
metade do século XX.
Fonte: http://www.serraverdeexpress.com.br
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Segundo informações contidas no próprio sítio do atual grupo empresarial
mantenedor da ferrovia Curitiba-Paranaguá, foi necessário mais de 9000
trabalhadores na construção, sendo que mais da metade deles morreram em
acidentes de trabalho.
Não podemos esquecer também que um grande impulso à urbanização
paranaense a partir da segunda metade do XIX foi a entrada maciça de colonos
imigrantes europeus, os quais geralmente interiorizaram-se, e no caso do Paraná,
estabeleceram-se em colônias rurais de pequenos proprietários. Estas colônias
rurais foram naturalmente tornando-se pequenas cidades de forte tradição cultural
polonesa, alemã, italiana ou ucraniana.
Um terceiro momento de desenvolvimento da economia paranaense e de
conseqüente crescimento urbano se deu com o aumento da produção cafeeira a
partir da segunda metade do século XX, no norte e noroeste do estado. Que
efetivamente fizeram surgir e serem construídas cidades como Londrina. Mas não
podemos esquecer que a urbanização no interior do estado ao longo do século
XX, até meados da década de 1960 têm origem também nos suspeitosos acordos
comerciais selados entre o poder público e a iniciativa privada nacional e
estrangeira, presente nas poderosas Companhias de Colonização que se
espalharam por todo o estado, e que literalmente lotearam-no. Companhias de
capital estrangeiro que forçaram a criação e o desenvolvimento de determinados
núcleos urbanos no Paraná, pois passaram a concentrar e dirigir o comércio de
terras produtivas, sem dúvida altamente rentável às Companhias e fatalmente
prejudicial aos pequenos proprietários e trabalhadores rurais.
Também não podemos esquecer que as levas de trabalhadores paulistas,
gaúchos, mineiros e nordestinos que se estabeleceram no Paraná - provenientes
do êxodo rural, tanto devido à concentração fundiária, quanto industrial em curso
na segunda metade do século XX - contribuíram consideravelmente à urbanização
do estado.
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Um 4º momento de aceleração da urbanização paranaense se encontra no
processo de industrialização, que vai pouco a pouco constituindo-se a partir do
desenvolvimento da agroindústria, principalmente com o beneficiamento do café e
da madeira no século XX, e mais tarde com o soja e outros produtos agrícolas a
partir de década de 1970. Ou seja, na primeira metade do XX, o capital cafeeiro e
madeireiro via beneficiamento, possibilitou as primeiras pequenas indústrias e de
bens leves e duráveis, como as moveleiras, têxteis e alimentícias.
Nesse sentido, a industrialização localizou-se nos principais centros urbanos
já existentes no estado, levando a um gradativo processo de êxodo rural após
1950, fato correlato em outros estados brasileiros. Em outros termos, após a
década de 50 desencadeou-se um processo de industrialização concentrada no
Brasil, focado na região Sudeste e no eixo Rio-São Paulo.
Somente na década de 1970 foi instalado um pólo industrial automotivo no
Paraná: a Cidade Industrial de Curitiba. E nas décadas de 80 e 90 este pólo
expandiu-se para a região metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais e
Campo Largo. Concentrando também no Paraná a industrialização mais avançada
nos grandes centros urbanos já existentes, provocando assim, mais concentração
urbano-industrial em Curitiba e cidades metropolitanas, e conseqüentemente
grande impulso ao êxodo rural de todo o estado para estas localidades industriais.
Podemos afirmar, que a concentração geográfica do processo de
industrialização paranaense pós 1950 provocou um grande êxodo rural no interior
e, paralelamente, nas décadas de 1980 e 90, um inchaço urbano descontrolado
em Curitiba e região metropolitana, de graves conseqüências sociais. Este fato
levou muitas cidades do interior do estado a reduzirem demograficamente, e,
portanto, empobrecerem, devido a queda na arrecadação, pois junto com as
pessoas deslocam-se também os investimentos de capitais.
Traçamos, portanto um panorama histórico do processo de urbanização e
industrialização do Paraná entre o século XVIII e o XX, para que possamos situar
historicamente a obra mural de Poty Lazzarotto, identificando como o artista
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retrata em sua arte as mudanças no mundo do trabalho. Partindo das seguintes
perguntas: sua representação artística sobre o mundo do trabalho é crítica ou
conformadora? O que nos dizem suas imagens muralistas sobre sua visão de
mundo? Como sua visão de mundo e do trabalho transparece mesmo em murais
sob encomenda? Por que colonos, ferreiros, escravos, pequenos vendedores,
garimpeiros, lenhadores e carroceiros insistem em marcar presença em sua arte
mural? (fig. VII) O que a presença destes trabalhadores significam para a obra, e
possivelmente para o artista?
VI - Detalhe do Mural "Ciclos Econômicos do Paraná", (1998), localizado no Centro Integrado da FIEP em Curitiba. Foto do autor.
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Este material didático-pedagógico em forma de um Objeto de Aprendizagem
Colaborativo (OAC) transita principalmente entre o ensino de história e sua
relação com o ensino das Artes, mas também com as disciplinas de Sociologia e
Filosofia, e, por conseguinte, melhor situado no ensino médio.
Do ponto de vista da Arte e do ensino de História, pretendemos aprofundar a
relação entre as duas disciplinas, para que a aula de história possa trabalhar as
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imagens artísticas como fontes a serem estudadas e não como mera ilustração.
Como as imagens artísticas podem contribuir ao entendimento de determinado
conteúdo histórico, no caso deste trabalho, exemplificamos com o processo de
urbanização e industrialização paranaense através das obras murais de Poty.
Ao trabalharmos a arte mural de Poty e procurarmos entender como o artista
expressa em sua obra o mundo do trabalho, estamos desenvolvendo uma
perspectiva interdisciplinar entre a disciplina de Arte e a de História.
Podemos estudar as imagens através das seguintes dimensões
interdisciplinares: i – Iconográfico, como fonte histórica para o ensino de história
(ZAMBONI, 1994, BURKE, 2004), situando a representação artística no seu
contexto de produção; ii - Conceitual-estético (JOLY, 2000), enquanto estudo e
análise artística da imagem; iii - Filosófico (FLUSSER, 1985; SONTAG, 2003),
enquanto estudo da imagem como representação do real; iv – Sociológico, do
ponto de vista do Mundo do Trabalho (CIAVATTA, 2004; ALVES, 2000/2006;
ANTUNES, 1999).
Por outro lado, as imagens artísticas sugeridas podem ser trabalhadas
separadamente: em seu aspecto estético-formal, na sua dimensão histórica,
filosófica ou sociológica. Cada área desta pode também fazer a sua leitura
específica da imagem e depois dialogar com as outras áreas.
Vejamos a seguir um exemplo dessa perspectiva interdisciplinar de trabalho
em relação a arte mural e Poty:
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Fig. VII. Mural “Curitiba e sua gente” de 1993.foto do autor.
A obra mural representada na fig.VII, datada de 1993, encontra-se numa via
pública movimentada da cidade de Curitiba. Com base nesta imagem do mural
podemos inferir as seguintes perspectivas interdisciplinares dos pontos de vista:
ARTE – o professor desta disciplina pode explorar os aspectos formais,
estéticos, conceituais e técnicos da obra, como também atividades de releitura.
Discutindo conceitualmente a diferença entre imagem artística e imagem
técnica.
HISTÓRIA - o professor de História pode trabalhar a obra como fonte
histórica. Interpretando o registro que o artista fez sobre a urbanização de
Curitiba. O que significa o carroceiro parado na praça? E a mulher carregando
uma cesta de frutas e verduras em direção à igreja? Qual a relação do registro
artístico e o processo de urbanização de Curitiba? Qual a época histórica
suposta na obra, com base no carroceiro, na mulher, na igreja e na praça? A
gravura pressupõe algum indício de industrialização na cidade? O que o artista
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procurou retratar na gravura sobre Curitiba e sua população? Entre outras
tantas possibilidade de leitura.
SOCIOLOGIA - o professor de Sociologia poderia promover um estudo a
partir do mural em relação à urbanidade, do ponto de vista das relações sociais
e de trabalho que estão ali representados, bem como da igreja, enquanto uma
instituição social e o centro urbano como espaço público de relações.
FILOSOFIA - o professor de Filosofia pode fomentar o estudo conceitual da
imagem artística, como representação subjetiva do artista sobre o real.
Discutindo filosoficamente a questão da imagem na atualidade e seu
predomínio sobre o texto.
CONTEXTUALIZAÇÃO Ao trabalharmos a imagem artística no ensino de história não podemos
deixar de abordar a questão da imagem em sua totalidade no contexto sócio-
econômico-cultural que atualmente vivemos. Certamente, estamos mergulhados
num mar de imagens e signos, que chega mesmo à banalização pela sua fácil e
ampliada difusão. Principalmente quando tratamos de imagens técnicas como as
televisivas, cinematográficas, ou seja audiovisuais, bem como as fotográficas e
digitais.
Vivemos num mundo cercado pelas imagens técnicas e até mesmo
poderíamos dizer numa sociedade onde predominam as imagens sobre a
realidade. A questão é que também as imagens no contexto do capitalismo
cultural, são transformadas em mercadorias: podem ser compradas ou vendidas.
E nesse sentido, as imagens televisivas por meio dos comerciais, atingem a todos
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dentro de sua própria casa, num fluxo contínuo se por acaso deixarmos o
aparelho de TV ligado. (JAMESON,1994)
No entanto, as imagens técnicas televisivas não apenas transmitem
informações mercadológicas, mas também moldam comportamentos e estimulam
desejos, principalmente em relação ao modo consumista de vida. Por outro lado,
as imagens técnicas em geral podem ser construídas, editadas e, portanto muitas
vezes manipuladas, conforme os interesses políticos e econômicos que estão em
jogo.
As agências de informação transnacionais produzem e difundem as imagens
editadas, que interessam à sua corporação. Enfim, as imagens nunca foram
neutras, pois elas carregam a carga ideológica do contexto sócio-histórico-cultural
em que é produzida, inevitavelmente. Certamente são manipuladas.
FLUSSER(1985) aponta que vivemos sob o império das imagens técnicas
desde a invenção da fotografia no século XIX, ampliando-se com o audiovisual e
atualmente mais ainda com a difusão da imagem digital, no contexto do
capitalismo cultural em que a imagem vêm tomando o lugar do texto, da palavra.
Mais ainda, no contexto em que a imagem técnica vem até mesmo tomando o
lugar do próprio real.
“Imagens são mediações entre homem e mundo. O homem existe”, isto é, o
mundo não lhe é acessível imediatamente. Imagens têm o propósito de
representar o mundo. Mas, ao fazê-lo, entrepõem-se entre mundo e homem. Seu
propósito é serem mapas do mundo, mas passam a ser biombos. O homem, ao
invés de se servir das imagens em função do mundo, passa a viver em função de
imagens.Não mais decifra as cenas da imagem como significados do mundo,mas
o próprio mundo vai sendo vivenciado como conjunto de cenas.Tal inversão da
função das imagens é idolatria. Para o idólatra - o homem que vive magicamente-,
a realidade reflete imagens. Podemos observar, hoje, de que forma se processa a
magicização da vida: as imagens técnicas, atualmente onipresentes, ilustram a
inversão da função imaginística e remagicizam a vida.”(FLUSSER, 1985, p.08)
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Além do mais o referido autor lembra que imagem vem etimologicamente de
imago: magia. Nesse sentido, podemos ainda resgatar a dimensão do Mito da Caverna de Platão, no qual os temidos monstros que se viam na parede da
caverna e que prendiam todos a ela, eram apenas imagens, sombras das pessoas
que passavam pela sua entrada projetadas na parede. Ou seja, as pessoas
estavam presas e alienadas a um mundo que não era real, que era constituído de
imagens, sombras, portanto, magia. A libertação dos subjugados à caverna veio
quando a imagem foi desvelada, foi superada pela razão, enfim, desmagicizada.
Isto implica que se faz necessário superar o império das imagens
manipuladas, passando a lê-las com olhar crítico, a desconfiar de suas
representações do real. Esta nos parece a grande função da educação em um
tempo predominantemente visual como o atual. Assim, desmagicizando
constantemente o atual “mundo das imagens”.
No entanto, como afirma SORLIM (1994) as imagens são enganosas, mas
indispensáveis para entendermos o mundo atual, principalmente em relação ao
modo como as imagens técnicas estão presentes na formação cognitiva das
crianças e adolescentes. Como se ensina a ler, escrever e contar, precisamos
ensinar a VER as imagens que nos são oferecidas no dia a dia.
Mas como abordou DEBORD (1997) em A Sociedade do Espetáculo, essa
grande produção e difusão de imagens que nos torna meros espectadores do
processo histórico em curso, tem sua materialidade nas formas concretas de
produção econômica-social de base capitalista, a qual pressupõe a divisão social
do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção, dentro da lógica do
mercado, do capital. Enfim, podemos dizer que vivemos num contexto de
hiperprodução e consumo de imagens.
Por fim, poderíamos dizer que as imagens tradicionais que seriam as
imagens artísticas, depois da invenção e difusão da fotografia e das imagens
técnicas em geral, ficou ainda mais livre e criativa, pois não precisava mais ser fiel
ao real, aprofundando sua representação subjetiva do real.
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Ou seja, a imagem artística após o século XIX deixou de ser mero retrato do
real, este papel pôde ser exercido pelas imagens técnicas, no entanto, estas
imagens foram manipuladas e disseminadas tão poderosamente pelas suas
respectivas corporações dominantes, tais como as agências internacionais de
notícias e a indústria cinematográfica e digital, que o real tende a ser substituído
pela imagem virtual. Exatamente numa época em que o pensamento relativista
pós-moderno/pós-estruturalista nega a possibilidade de se conhecer
cientificamente o mundo real, mas tão somente suas representações, através dos
códigos, linguagens, signos, discursos e práticas. Em suma, a racionalidade
científica sobre o mundo real passa a ser colocada em xeque em nome do
relativismo subjetivista, dada a impossibilidade de se apreender a totalidade do
real, que não seja em suas manifestações fragmentadas e aparentes como o
discurso e as práticas. O que implicaria em dizer que a realidade não tem sentido
e nem o capital teria uma lógica de funcionamento: o acaso e a contingência
seriam os motores da história e não as contradições de classe em relação à
produção.
Como vimos, a imagem não é tudo. Ela não fala por si, pois pode ser
manipulada. Para rompermos com o mundo da imagem alienada, faz-se
necessário desalienar o espectador passivo, como afirma DEBORD (1997),
tornando-o sujeito do processo histórico em curso. E o primeiro passo para essa
desalienação visual seria aprender e ensinar a ler criticamente as imagens
técnicas, oferecidas em escala industrial e consumidas diariamente.
Por outro lado, a imagem artística carrega em si toda a subjetividade do
artista na representação do real. Ela não se pretende um retrato fiel da realidade,
com o a imagem técnica, mas a visão do artista sobre o mundo, as pessoas e as
coisas que lhe dizem respeito. Contudo a imagem artística também pode ser
manipulada, como vimos nas pinturas dos Bandeirantes e de Tiradentes nos
séculos XIX e XX. Portanto, ela também precisa ser contextualizada, inserindo o
artista e sua obra na sua respectiva época histórica, do ponto de vista sócio-
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cultural, para podermos assim entender melhor os significados da representação
artística.
Se a imagem artística é produzida pelas mãos humanas, as imagens
técnicas são produzidas por aparelhos (fotográficos, audiovisuais ou digitais), no
entanto, ambas são produzidas humana, histórica e socialmente, e nesse sentido,
são produtos culturais da humanidade.
RECURSOS DIDÁTICOS
SÍTIOS
1. http://www.bn.br/portal/ Este é o sítio da página principal da Fundação Biblioteca Nacional
vinculada ao Ministério da Cultura e localizada num patrimônio histórico na cidade
do Rio de Janeiro. A Biblioteca Nacional possui um acervo público de História do
Brasil e de Portugal de valor investigativo inestimável. Para o professor de
História e Arte é muito importante acessá-lo para conhecer todas as fontes e
documentos históricos que estão à disposição dos pesquisadores e usuários.
2. http://www.bn.br/bndigital/ Nesta página do sítio da Biblioteca Nacional está à disposição uma grande
variedade de temas históricos sobre a História do Brasil e Portugal. Um rico
acervo e fontes históricas literárias, iconográficas e documentais podem ser
acessados, como abaixo estão relacionados:
Administração - Conselho Ultramarino, Casa dos Contos
23
Alteridades - Povos Indígenas, Imigração Chinesa
Artes - Arte Pictórica, Rupestre, Barroco, Modernismo, Fotografia, Arquitetura
Gravura, Música Popular, Música Erudita, Teatro Brasileiro, Cinema Novo
Ciência - Viagens Científicas Guia de Fontes Observatório Nacional
Costumes - Missão Francesa, Augusto Malta, Avenida Central, Folclore,
Culinária
Escravidão - Escravidão Africana
Imprensa - Periódicos do Séc. XIX
Literatura - Literatura Colonial, Poesia Romântica, Ficção Romântica, Realismo
Política - Guerra do Paraguai, Revolta da Vacina, Conselho de Estado,
Pernambuco Holandês, Independência do Brasil, Revoltas Sertanejas, 1736
Religião - Companhia de Jesus
3. http://catalogos.bn.br/redememoria/poty.html
Nesta página do sítio da BIBLIOTECA NACIONAL está à disposição do
usuário quase toda a obra artística em gravura de Poty Lazzarotto, dentro do
Projeto digital REDE DA MEMÓRIA VIRTUAL BRASILEIRA, que visa conservar e
tornar pública diversas fontes e documentos históricos brasileiros e portugueses.
O professor de Arte pode selecionar as gravuras de Poty que deseja
trabalhar com seus alunos e usá-las na TV PENDRIVE, a partir das Propostas de
Atividades contidas neste OAC.
Sons e Vídeos SONS
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1 ) TEVÊ – Zeca Baleiro Compositor(es): Zeca Baleiro e Kléber Albuquerque Letra e música para ouvir disponível em: http://vagalume.uol.com.br/zeca-baleiro/teve.html 2 ) SÓ NO CHAT - Seu Jorge Compositor – Seu Jorge Letra e música para ouvir disponível em: http://vagalume.uol.com.br/seu-jorge/so-no-chat.html VÍDEOS
1 ) FILME – O SHOW DE TRUMAN Este é um filme muito bem feito e que aborda com propriedade como as
imagens técnicas, neste caso a televisiva, podem prender milhões de
telespectadores numa situação fictícia de teledramaturgia. Apresentando assim o
poder da imagem manipulada como estratégia para atrair audiência a todo custo.
O filme apresenta a vida comum de um cidadão comum, Truman, que acha
que está vivendo numa cidade real desde sua infância, mas que aos poucos vai
descobrindo pistas que está constantemente sendo filmado, e de que as pessoas
e as situações que o cercam são simulacros do real. Seria, pois, um reality show
levado às últimas conseqüências, tendo Truman como seu protaganista, vivendo
desde criança numa cidade cenográfica em meio à inúmeros personagens do seu
cotidiano.
25
Truman ao descobrir o simulacro da situação, tenta fugir da cidade, mas
depara-se que tanto o mar quanto o céu composições cenográficas. E mesmo sua
tomada de consciência da situação, acaba sendo transformado numa aventura
dramática televisiva e acompanhado de perto pelos viciados telespectadores do
programa. Vale ressaltar a excelente atuação do ator estadunidense Jim Carey no
papel de Truman.
O filme discute assim, como fictício pode ser tomado por real, na medida em
que as imagens técnicas passam a tomar o espaço da realidade. E nesse sentido,
parafraseando Debord, evidenciando que estamos vivendo numa sociedade do
consumo de imagens-mercadoria onde a passividade do espectador é a regra, na
qual não tem lugar o sujeito submetido por uma sociedade do espetáculo.
Em suma, o filme pode ser considerado uma metáfora da hiperprodução de
imagens técnicas cinematográficas/televisivas na atualidade, bem como o poder
devastador das mídias corporativas, apontadas na década de 1930 por Orson
Welles no seu clássico filme Cidadão Kane.
Ficha Técnica
O Show de Truman (The Truman Show)
Direção: Peter Weir Produção: País: EUA Ano da Produção: 1998 Duração: 102 minutos Gênero: Drama Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney, Noah Emmerich, Natascha McElhone
2) FILME – KOYAANISQATSI
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Outro filme que está muito relacionado com a questão da imagem e o
mundo é o documentário Koyaanisqatsi, de 1983, dirigido por Godfrey Reggio com
música do compositor Philip Glass.
Este documentário só trabalha com imagens - sem diálogos ou narrações - a
partir de cenas da vida cotidiana nas cidades e no trabalho, aceleradas ou
desaceleredas, sob o ritmo compassado e repetitivo da música contemporânea
de Glass. A relação entre as imagens, a tecnologia, a urbanidade e o trabalho são
muito bem apresentadas de forma visual.
Podemos dizer que o documentário retrata o real, mas de forma à estranhá-
lo a todo momento, para que o espectador não seja um consumidor passivo de
imagens. Pois as imagens urbanas e do trabalho fora do ritmo normal,
acompanhadas pela musica moderna de fundo, visam também provocar a
passividade assimiladora do espectador. Em suma, as imagens fora de ritmo
seguem o curso atual da forma de vida e produção, ou seja, a hipersaturação, pois
a palavra koyaanisqatsi tem origem na língua Hopi, que quer dizer "vida
desequilibrada", ou "vida louca".
Ficha técnica
Direção: Godfrey Reggio Ano: 1983 País: Estados Unidos Genêro: Documentário Duração: 87 min/cor Título Original: Koyaanisqatsi Título em Inglês: Koyaanisqatsi: Life Out of Balance PROPOSTA DE ATIVIDADES
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A partir dos murais abaixo relacionados - e seus respectivos detalhes
contidos no ítem IMAGENS deste OAC - e nos conhecimentos das disciplinas de
História, Arte, Sociologia e Filosofia, sugerimos a aplicação em sala das
atividades propostas:
• ”Emancipação Política do Estado”(M1);
• “História da Tecnologia” (M2);
• “Ciclos Econômicos do Paraná” (M3);
Identificar, debater e registrar, em colaboração com o Professor de Arte:
1. Pesquisar e estudar, a biografia artística de Poty e sua importância
para a Arte paranaense e brasileira;
2. Identificar e estudar o artista Poty na sua vertente muralista;
3. Estudar sobre o conceito de Arte Mural e sua historicidade;
4. Pesquisar e identificar, as técnicas utilizadas pelo artista nos
referidos murais;
5. Propor releituras orientadas das obras murais de Poty selecionadas
para estas atividades, com base no estudo estético anterior;
6. o contexto histórico, político e econômico brasileiro e paranaense,
em relação à época de produção de cada mural, e suas possíveis
semelhanças e diferenças contextuais;
7. o que cada temática-título dos murais procurou retratar e representar
em relação à história;
8. as percepções subjetivas do artista sobre cada temática histórica
representada;
9. as possíveis semelhanças e diferenças entre as abordagens
temáticas representadas pelo artista, do ponto de vista geral e
contidas nos detalhes de cada obra;
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10. o que os detalhes apresentados de cada mural procuram descrever
e representar;
11. o que os detalhes procuram demonstrar do ponto de vista da história
social, econômica e cultural geral, nacional ou regional;
12. a relação entre o conteúdo da representação artística e a realidade
histórica abordada nos murais;
13. o conceito de conhecimento histórico, e qual a diferença entre este
ser produzido pelas camadas dominantes ou pelas contradições e
lutas sociais;
14. o significado de História Oficial.
15. como o conhecimento histórico sobre determinado assunto pode ser
manipulado.Exemplifique;
16. o que significa abordar a história tomando os trabalhadores como
sujeitos do processo histórico;
17. como Poty em seus murais concebe a História do Paraná e geral: na
ótica dos dominantes, dos dominados ou da relação social produzida
entre estes?
18. como o artista concebe e representa os trabalhadores em seus
murais;
19. junto ao professor de Sociologia as diferentes dimensões e modelos
produtivos do Mundo do Trabalho, desde o trabalho agrícola,
agroindustrial e industrial propriamente dito, em suas fases
manufatureira, fordista e toyotista; /home/sergioaguia/Pen-
Drive1/MURAIS OAC def1.doc
20. a dupla dimensão da categoria trabalho do ponto de vista histórico e
sociológico;
21. os conceitos históricos, econômicos e sociológicos como meios e
modos de produção, forças produtivas e expropriação;
22. os conceitos de contradição social ou luta de classes;
23. o conceito de modo de produção capitalista;
29
24. o conceito sociológico de técnica e tecnologia;
25. as relações históricas e sociológicas entre tecnologia, produção e
ciência;
26. como o artista concebe e representa os instrumentos trabalhos e
formas de produção nos murais;
27. a importância e dimensão do Mundo do Trabalho nos murais
apresentados;
28. quais as formas que o Mundo do Trabalho está representado em
seus murais;
29. as contradições sociais do Mundo do Trabalho presentes nos murais;
30. como a categoria trabalho em sua dupla dimensão, tanto de
produção da existência humana, quanto de exploração/alienação
está representada nos murais;
31. como o artista em seus murais concebe e representa a tecnologia;
32. as relações históricas e sociológicas entre urbanização, trabalho e
industrialização;
33. o processo histórico de urbanização paranaense, em linhas gerais.
34. o processo histórico de industrialização do Paraná, em linhas gerais;
35. como o processo de urbanização e industrialização paranaense está
representado nos murais;
36. a dimensão filosófica da imagem artística enquanto apenas uma
representação ou apreensão subjetiva do real, não sendo portanto
um retrato fiel do real;
37. a diferença entre representação do real e realidade;
38. o que são imagens artísticas e técnicas. Exemplifique.
39. a diferença entre imagem artística e técnica do ponto de vista
filosófico-estético;
40. como tanto a imagem artística quanto a imagem técnica podem ser
manipuladas. Exemplifique;
30
41. se o atual hiperconsumo de imagens está sobrepondo-se ao
mundo da palavra, do texto, e suas conseqüências sócio-culturais;
42. as relações entre a atual hiperprodução e consumo de imagens
técnicas e o capitalismo cultural;
43. a relação entre o Mito da Caverna de Platão e a questão do
hiperconsumo de imagens na atualidade;
44. as positividades e negatividades do predomínio do mundo das
imagens na atualidade. A imagem emancipa ou aliena? Ou ambas
as formas?
45. se a produção massiva de imagens técnicas por câmeras de
monitoramento, também significa uma forma de controle excessivo
da vida social;
46. a relação das músicas “Tevê” do compositor Zeca Baleiro e “Só no
Chat” de Seu Jorge com a questão do consumo e predomínio das
imagens técnicas;
47. a correlação entre os filmes Show de Truman e Koyaanisqats com a
questão do mundo das imagens técnicas, no contexto do atual
mundo do trabalho;
48. a relação entre o filme Show de Truman e atuais reality shows da
televisão, exemplificados pelo programa Big Brother;
49. a relação entre os meios de comunicação e a hiperprodução e
consumo de imagens;
50. as possíveis formas de apreensão crítica das imagens técnicas e
artísticas produzidas e difundidas pelos meios de comunicação;
51. as possibilidades de uso crítico das imagens (artísticas ou técnicas)
como fonte histórica;
31
RECURSOS DE INFORMAÇÃO
Sugestões de Leitura ALVES, Giovanni. O Novo (e Precário) Mundo do Trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000. ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho – Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho.São Paulo: Boitempo Editorial, 1999. BURKE, Peter. Testemunha Ocular. História e Imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004. BERGER, J. Modos de Ver. Rio de Janeiro:Rocco,1999. CARVALHO, José de Murilo de. A formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro. Contraponto: 1997. FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta. São Paulo: Ed Hucitec, 1985. disponível em: http://br.geocities.com/vilemflusser_bodenlos/textos/FILOSOFIADACAIXAPRETA.pdf FREITAS, Arthur. História e imagem artística: por uma abordagem tríplice. Estudos Históricos.CPDOC/FGV, Rio de Janeiro,nº 34, 2004. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/394.pdf JAMESON, Fredric. Pós-Modernismo: A lógica do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1996. JOLY,Martine.Introdução à análise da Imagem/trad.Marina Apeenzeller. Campinas, SP: Papirus,1996. KOSSOY, Boris. Fotografia e História. São Paulo, Ática, 1989. MACHADO, Arlindo. Arte e mídia. São Paulo: Jorge Zahar, 2007.
32
SORLIN, Pierre. Indispensáveis e Enganosas, As Imagens, Testemunhas da História. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 7, n º13, 1994, p.81-95. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/138.pdf ZAMBONI, Ernesta. Representações e linguagens no ensino de história. Rev. bras. Hist. [online]. 1998, vol.18, n.36, pp. 89-102.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt **SUGIRO também meu OAC de Sociologia Nº 4470, intitulado TRABALHO, PRODUÇÃO ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL, sobre o FORDISMO e o TOYOTISMO. Disponível para busca em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/apc/frm_buscaAPC_ensino.php?PHPSESSID=2009062015205924 NOTÍCIAS
“Os painéis artísticos que contam a história de Maringá
Cidade possui diversos painéis artísticos, a maioria representando a própria história local; série de O Diário escreverá sobre cada um e leitor escolherá qual o mais belo painel.
Fábio Massalli Maringá ficou famosa como Cidade Canção, pelo seu verde, mas também merece destaque pela quantidade de painéis artísticos que enfeitam suas ruas. Obras que muitas vezes passam desapercebidas pelos próprios moradores - tão acostumados com o seu cenário urbano cotidiano. Hoje, a cidade possui pelo menos nove painéis artísticos espalhados em locais de grande trânsito de pessoas.
E esse número já foi maior. O painel de Violyn, por exemplo, que ficava na Avenida JK, desapareceu quando um prédio foi construído no terreno ao lado. Um outro belíssimo painel que ficava no antigo Pilekinho e retratava a história de Maringá também se foi com a demolição do bar. “Esses painéis correm mesmo o risco de se perder pelo desenvolvimento imobiliário e pela ação do tempo. Se são um bem privado, estão mais suscetíveis ainda”, explica o historiador do Patrimônio Histórico de Maringá, João Laércio Lopes Leal. Na avaliação de Lopes Leal, feita em parceria com a reportagem de O Diário, os mais importantes painéis artísticos existentes em Maringá hoje são o painel do
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Teatro Calil Haddad, criado por Poty Lazzarotto; o do Fórum de Maringá, de autoria de Zanzal Mattar; o painel de Potty Lazzarotto, no Shopping Cidade; o feito por Zanzal Mattar no Atacadão; o de Eder Portalha, no Colégio Santa Cruz; o painel de azulejos construído em 1952 e que hoje está nos fundos do Mercadão Real, na Avenida Getúlio Vargas; o painel indígena na Associação Indígena de Maringá (Assindi) e os do supermercado Super Muffato. A história e detalhes sobre todos esses painéis será tema de uma série de matérias publicadas todas as quintas-feiras em O Diário. O leitor do jornal também poderá escolher qual o mais belo painel artístico de Maringá, numa eleição que termina em 30 de julho. Beleza Para Lopes Leal, a grande quantidade de painéis existentes em Maringá tem a ver tanto com a beleza da cidade quanto com o fato de ela possuir artistas talentosos.A maioria dos painéis artísticos da cidade foi feita por artistas de Maringá ou da região. “Essas obras agregam valor tanto para quem mora na cidade quanto para quem visita”, afirma Lopes Leal. “Maringá tem tradição nas artes plásticas desde os anos 50 e o mural é uma forma de representar isso com a vantagem de socializar para um público bem mais amplo. Além disso, são painéis que usam técnicas e materiais muito variados.”http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/218098
Mural Poty em Maringá disponível em: http://outroladodanoticia.wordpress.com/2009/05/28/os-paineis-artisticos-que-contam-a-historia-de-maringa/
DESTAQUES
Uma quantidade considerável de pinturas sobre paisagens paranaenses,
está à disposição no portal diadiaeducação/banco de imagens da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná - SEED. São fontes históricas importantes e
podem ser utilizadas para estudo nas aulas de História e Arte. O endereço
eletrônico das imagens está abaixo:
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http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte/5debret4.jpg&imgrefurl=http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php%3Fcid%3D4%26min%3D50%26orderby%3DtitleA%26show%3D10&usg=__igZhbb1bIE9hz5-NS_hO9rUI1vU=&h=392&w=700&sz=200&hl=pt-BR&start=7&um=1&tbnid=N9E2ECQFQtVmEM:&tbnh=78&tbnw=140&prev=/images%3Fq%3Dimagens%2Bhistoricas%2Bda%2Bcidade%2Bde%2B%2Bcastro%2Bparana%26hl%3Dpt-BR%26safe%3Doff%26sa%3DN%26um%3D1 PARANÁ
Este Objeto de Aprendizagem (OAC) sob o tema Arte e o Ensino de História,
do ponto de vista artístico enfoca a obra mural do artista paranaense Poty
Lazzarotto, conhecido e reconhecido nacional e internacionalmente como
gravurista, desenhista, ilustrador e muralista. Artista que experimentou diversas
técnicas plásticas, desde gravuras em azulejos em cerâmica, vitrais, concreto,
madeira e tela.
Este renomado artista paranaense sempre foi procurado para retratar a
História do Paraná e de suas mais significativas cidades, como Curitiba, Maringá,
e Lapa. Contudo sempre imprimiu sua visão particular nas encomendas oficiais,
sua subjetividade artística, principalmente em relação à gente, à diversidade
populacional sócio-cultural e histórica paranaense. Desde seus primeiros trabalhos
na década de 1950 até os anos 90.
Por outro lado, além de registrar publicamente a História do Paraná e de sua
gente, podemos perceber em suas obras murais aqui apresentadas e estudadas
um forte registro do mundo do trabalho desde a década de 1950. Momento
histórico da segunda metade do século XX, em que estava ocorrendo um
acelerado processo de industrialização e urbanização brasileira, proveniente da
política nacional-desenvolvimentista varguista, iniciada na década de 1940.
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Nesse contexto de industrialização impulsionada por um Estado
modernizador de caráter nacional-desenvolvimentista, é que distintamente se
inseriu também o processo de industrialização e urbanização paranaense.
Destacando-se o estado do Paraná na industrialização propriamente dita, mais
fortemente a partir da década de 1980, pois até este momento preponderava a
agroindústria.
Em suma, claramente podemos perceber nos murais de Poty que sua
história do Paraná não se detém somente à versão oficial, mas o artista registra
também o mundo do trabalho, do lazer, e do sagrado da gente simples, do povo
que compõe os espaço públicos e privados do denominado de estado do Paraná.
Nos lembrando constantemente em seus murais que a história cotidiana de uma
localidade, seja ela uma cidade, estado ou país é feita primeiramente pelo seu
povo: trabalhadores, ferroviários, quitandeiras, escravos, indígenas, colonos,
roceiros, carroceiros e imigrantes. E este registro artístico é sua marca inegável
em seus murais espalhados principalmente pelo estado do Paraná.
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ANEXOS IMAGENS DOS MURAIS de POTY em Curitiba: MURAL 1 –
M1 - Mural “Emancipação Política do Estado, em comemoração ao centenário do Estado, localizado na Praça 19 de dezembro (1953).Vista Geral. Foto: autor
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M1.2 – Detalhe. Foto: autor
M1.3 – Detalhe. Foto: autor.
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M1.4 – Detalhe. Foto: autor.
M1.5 – Detalhe. Foto: autor.
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MURAL 2 – M2 - "Ciclos Econômicos do Paraná", (1998), localizado no Centro Integrado da FIEP, na Avenida das Torres,Curitiba. Vista geral.
M2 - Detalhe. Foto: autor.
M2 - Detalhe. Foto: autor.
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M2 - Detalhe. Foto: autor.
M2 - Detalhe. Foto: autor.
Mais detalhes do Mural estão disponíveis em: www.ceramicanorio.com/.../potycietep.html
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MURAL 3 – M3
M3 - Mural “História da Tecnologia” em Lajota cerâmica, no Centro Politécnico da UFPR. (1966). Foto: autor.
M3.1 – Detalhe. Foto: autor.
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M3.2 – Detalhe. Foto: autor.
M3.3 – Detalhe. Foto: autor.
43
M3.4 – Detalhe. Foto: autor.
M3.5 – Detalhe. Foto: autor.