DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · 5 Fonte: Jornal Conversa Pessoal, SERH, n.107.Out. 2009...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Secretaria de Estado da Educação - SEED
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE
Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA
Material Didático elaborado pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE/SEED,
através da Faculdade Estadual de Educação,
Ciências e Letras de Paranavaí – FAFIPA
Orientador: Me. Flávio Brandão Silva
Maria de Lourdes Neves Olsen – professor PDE
2009/2010
Secretaria de Estado da Educação - SEED
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE
Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí
UNIDADE DIDÁTICA
MARIA DE LOURDES NEVES OLSEN
PROFESSOR PDE 2009/2010
ORIENTADOR: Me. FLÁVIO BRANDÃO SILVA
Unidade Didática – PDE 2010
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora: Maria de Lourdes Neves Olsen
Área: Língua Portuguesa
Núcleo Regional: Loanda
Professor Orientador: Me. Flávio Brandão Silva
IES: Universidade Estadual de Maringá
Escola de Implementação: Colégio Estadual Paraná – Ensino Fundamental e
Médio Profissionalizante
Público objeto da intervenção: 8a. Série do Ensino Fundamental
Produção Pedagógica: Unidade Didática
Assunto: Gênero Textual – Cartas Pessoais: Uma proposta para a Leitura e
Escrita
4
UNIDADE DIDÁTICA
QQuueessttiioonnaannddoo......
PPeennssaannddoo ......
Você acha que escrever uma carta é coisa do passado?
Tem dificuldades em compreender esse gênero textual?
Se comunica com pessoas de diferentes locais? Escreve e-mails?
Se corresponde apenas profissionalmente?
Tem algum parente distante?
Gosta de ler textos que apresentam cartas de amor, descobertas, ficção
científica?
Acha desnecessário o gênero cartas numa aula de português?
A história da humanidade seria a mesma se não houvesse esse gênero
textual?
Então vá pensando...
Mas estudar cartas? Para
que isso? Quem escreve
carta ainda?
5
Fonte: Jornal Conversa Pessoal, SERH, n.107. Out. 2009
Você acha que se cartas pessoais escritas por pessoas que fizeram parte
da história da humanidade fossem escritas pelos nossos jovens de hoje, da
forma como se comunicam na internet, será que conseguiríamos receber a
mensagem transmitida da mesma forma?
Trecho da epístola
1 de Paulo enviada aos romanos (www.lectionautas.com/el-ano-paulino).
1 (grego epistolé, -és, ordem transmitida por um mensageiro, carta, missiva). s. f .1. Carta, missiva. 2. Composição poética em forma de
carta. 3. carta dedicatória de obra literária. 4. Parte da missa em que se lêem! alguns versículos de uma epístola dos apóstolos.(dicionário
Priberam da Lingua Portuguesa, disponível em www.priberam.pt).
Agora complicou.
Será que vou ter que
aprender a escrever uma
carta? O que uma carta pode
mudar na história da
humanidade?
6
Algumas cartas podem nos auxiliar e serem pontos de partida para
despertar o interesse por disciplinas como história, geografia, motivar-nos a
escrever com zelo ortográfico e ainda, despertar uma paixão pela leitura.
Observe como João, o apóstolo do amor, escreveu um trecho de sua
carta, conhecida como primeira epístola de João.
Nisto está o amor,
não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que
ele nos amou a nós, e enviou
seu Filho para propiciação
pelos nossos pecados.
1João 4:10 (Edição Almeida
Revista e Atualizada)
João na Ilha de Patnos.
Fonte das imagens: www.avozdedeus.org.br
E se fosse hoje? Se fosse escrever para os jovens internautas?
Nisto tah o amor, naum q
nois tenhamo amado a God, mas que ele nos amou e mandou seu filho pracabah cum nossos pecados.
1João 4:10 (passada para a
linguagem usual na internet
pelo autor deste trabalho).
Ao pensarmos nesta questão, uma pergunta é formulada em nossa
mente: Será que receberíamos a mensagem de 1ª. João com a mesma carga
emocional se fosse na linguagem escrita da internet?
Pensando nisso, fica claro a importância de uma carta pessoal, mais
que passar uma ideia, ela deve ser capaz de transmitir um sentimento. Nisso,
fica claro a importância de respeitar a forma escrita.
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Atualmente, os profissionais da língua portuguesa têm questionado o
“internetês” (forma de comunicação escrita na internet). Alguns são categóricos
em condená-la, outros, a utilizam como uma ferramenta pedagógica. O
importante é que não há como negar a facilidade que a tecnologia nos traz,
porém, não podemos nos esquecer de que a história a ser contada daqui
centenas de anos será escrita por nós. Nosso papel é fundamental da história.
Cabe-nos relatar os acontecimentos atuais para que futuramente nossos
descendentes compreendam suas origens, os problemas que enfrentarão e
que tiveram seu decurso em nossa época.
Essa discussão foi capaz de proporcionar alguma reflexão em você?
Você já começou a entender a importância da escrita no estudo da
história?
Se suas respostas foram positivas, nesse momento, você já começou a
despertar um certo interesse em aprimorar sua maneira de escrever, ou seja de
se comunicar via linguagem escrita. Vejamos um outro exemplo.
Imagine a importância que uma carta de alforria tinha na vida de um
negro em 1865. Agora imagine se uma carta como essa fosse escrita com
abreviações, símbolos, etc. Talvez isso pudesse trazer algumas complicações
para o seu portador.
Quando pensamos nesse exemplo, algumas questões são levantadas:
O que é uma carta de alforria?
R: A carta de alforria era um ato jurídico pelo qual o senhor transferia para
o escravo a posse e o título de propriedade que tinha sobre ele. Para ser
reconhecida, a alforria devia ser oficializada: em cartório. O escravo
liberto era habitualmente chamado de negro forro.
Como ela era conquistada?
R: Antes da Lei do Ventre Livre, a carta de alforria podia ser obtida
gratuitamente ou mediante alguma forma de pagamento, de acordo com a
vontade senhorial (Malheiro, 1976, p. 105).
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O que significava a carta de alforria?
R: Para o escravo a alforria era a oportunidade de livrar-se do cativeiro e
para isto usavam recursos variados como cuidar bem do senhor,
demonstrarlhe amor, amizade ou submissão, cuidar bem de seus
interesses.
Ser liberto não era ser livre. A sociedade não reconhecia o liberto como
igual. O estigma da escravidão acompanhava o forro. Fosse através da
denominação jurídica fosse através da cor da pele. O liberto não era livre.
Após o seu nome, sempre constava a informação: forro. Se, antes de ser
alforriado, Pedro era classificado como Pedro, homem preto, da nação
mina, escravo de fulano. Após a alforria Pedro seria identificado como
Pedro, preto forro, da nação mina. A identidade jurídica já era um
elemento de discriminação.
“comentar com os alunos sobre o significado da palavra liberdade”. O que
é liberdade para eles?
Quando estas questões surgem em nossa mente, estamos nos
envolvendo com a história de nosso país, estamos adquirindo conhecimento,
aumentando nosso vocabulário, etc. Podemos dizer que “estamos trabalhando
nossa curiosidade para o despertar do conhecimento”.
As cartas pessoais têm esta característica. Elas nos informam algo e
também exprimem algo.
Pense numa carta de amor escrita por dois jovens apaixonados e que
não podiam se encontrar pessoalmente.
Ao receber a carta do seu amado, os sentimentos são avivados, a
adrenalina nos traz uma sensação de saciedade, de êxtase.
Mesmo vivendo na era da tecnologia, não podemos perder a
característica de exprimir sentimentos via comunicação escrita. Para isso é
necessário produzir textos, estudar os gêneros textuais. Conhecer e trabalhar
com o gênero textual: cartas pessoais. É necessário adequar à escrita de
cartas pessoais ao contexto vivido por quem a escreve. Uma carta de amor
exprimirá sentimentos como saudades, carinho, paixão. Uma carta comercial,
uma necessidade imposta na relação do comércio, pela profissão. O e-mail é a
carta tecnológica. Precisamos nos adequar ao uso de ferramentas na internet.
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Exemplos da linguagem da internet
A "linguagem" da internet também
fornece informações sobre o estado de
espírito de quem escreve. Confira algumas
amostras.
EMOTICONS
Sorriso :-) (-: :) =) :o) Muito feliz (ou sorrindo muito)
:-D
Triste ou indiferente :-( (:-( :-c :-< :-(((( :-t :-/
Sem expressão ou entediado
:-| :-I
Surpreso ou de boca fechada
:-X
Boca fechada (sem dizer uma palavra)
:-v
Pensando ou assimilando
:-I
Gritando :-O :-@ Chorando :,-( :'-(
Diabólico ou travesso
]:-)> ):-)
Piscando o olho ;-> ;-) ;) '-) Beijo :-x :-*
De óculos 8-] 8-) B-) Mostrando a língua :-J :-p
Bobo :-B Bocejando |-O Assoviando :-"
Abraço ((( ))) []'s Rosa @->-
ABREVIAÇÕES
beleza blz se c
que q quando qd ou qdo também tb, tbm ou tbém
tudo td você vc
EXEMPLOS DE UMA ORTOGRAFIA PARTICULAR
achar Axar
assim Axim
é Eh
então Entaum
coloquei Koloqei
como Komo
amigo Miguxo
não Naum
nunca Nunk
chegar Xegar
qual ql
quis qz
você você ou vc
vocês V’6s ou vcs
só soh
A escrita no meio cibernético, que é
escrita de última geração, coloca
questões que nos levam a repensar a
relação fala e escrita e a considerar
modos mistos e heterogêneos de
construção.
CHARTIER, R. (1997). A aventura do
livro: do leitor ao navegador. Editora
UNESP, São Paulo.
Fonte: Microsoft (fabricante do MSN Messenger) e
Maria Teresa de Assunção Freitas, professora da
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e
autora do livro Leitura e Escrita de Adolescentes na
Internet e na Escola. Veja, março, 2009.
ACRÔNIMOS
Riso rs (abreviação de 'risos') ou kkkkkk
Gargalhada lol (iniciais de "laughing out loud", ou "rindo muito", em português)
Pensando ou assimilando
hmmm ou huuum
Logo que der asap (inciais de "as soon as possible", ou "assim que possível",
em português)
Já volto bbs (inciais de "be back soon", ou "volto logo", em português)
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Gênero Textual: Cartas Pessoais
A partir de agora, iniciaremos a leitura de textos com esclarecimentos
sobre cartas pessoais e realizaremos atividades e dinâmicas relacionadas à
produção de textos para cartas pessoais, fazendo uso da língua portuguesa
para emitir opiniões, expressar dúvidas, desejos, emoções, idéias e para
receber mensagens.
Sabendo que a linguagem é uma ferramenta poderosíssima de
comunicação, antes de tudo, devemos considerar a importância da língua, suas
leis combinatórias e a ocorrência de variedades linguísticas.
A língua
De acordo com Chagas,
(2010) a língua é heterogênea,
múltipla, variável, mutante, instável
e está sempre em desconstrução e
reconstrução. Pode-se dizer que a
língua é um trabalho coletivo,
produzido por todos os seus
falantes, cada vez que eles se
interagem por meio da fala ou da
escrita.
Quando entendemos que a
língua como um trabalho coletivo
dos falantes, conforme definido
acima por Chagas, (2010),
entenderemos também o que são
as variedades linguísticas.
Uma língua pode variar de
acordo com vários fatores, tais
como: geográfico, social e
individual. Podemos dizer que é
impossível acreditar que a língua
possa um dia parar, pois ela é a
imagem e a voz de um povo.
Variedades Linguisticas
Nós iniciamos nosso
processo de aprendizagem da
língua dentro de casa, no contato
com a família e as pessoas que nos
cercam. Com o passar do tempo,
aperfeiçoamos nosso vocabulário,
passamos a fazer uso das leis
combinatórias e nos aperfeiçoamos
no uso da língua.
No Brasil, encontramos uma
grande variedade linguística.
Para uma pessoa se
comunicar por meio da língua, além
de conhecer seu vocabulário e suas
11
leis combinatórias, ela necessita,
também, perceber a situação em
que se dá a comunicação, isto é, ter
consciência do seu “contexto”
(Bechara, 1991; Camara Jr, 2001).
A linguagem é um fator de
discriminação social, pois as
diversidades lingüísticas provocam
preconceitos dos falantes.
Continuando nosso estudo
sobre variedades lingüísticas, que
tal dar uma lida em alguns trechos
do livro "Nada na língua é por acaso",
de Marcos Bagno? O livro é da
Editora Parábola.
Escrever cartas é fazer uso de
uma língua, é trabalhar as leis
combinatórias de modo a atingir o
objetivo para o qual a carta precisa
ser escrita.
Quando se fala em leis
combinatórias, não precisamos nos
assustar, pois, já a empregamos,
mesmo que inconscientemente. A lei
combinatória exprime a necessidade
de uma combinação adequada para
que haja um significado lógico numa
determinada frase. Observe o
quadro a seguir.
Variedades lingüísticas são as
variações que uma língua
apresenta de acordo com as
condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é
utilizada.(CEREJA & MAGALHÃES,
2005).
Petróleo de Bacia animais Guanabara
morte causa derramamento o
A frase acima nada significa para nós,
porque não foram respeitadas as leis
de combinação das palavras. Mas veja
agora:
Derramamento de Petróleo na Bacia
Guanabara causa morte de animais
A gíria é uma variedade que uma língua pode apresentar.
Em 2001, a jornalista Kárin Fusaro escreveu o livro “Gírias de Todas as
Tribos”, com o significado de 2.154 gírias. Ao longo da pesquisa, que durou um
ano e meio, Kárin fez 228 entrevistas – com coveiros, presidiários, policiais,
dependentes de drogas, metroviários, skatistas, prostitutas, travestis e mais
uma porção de gente. Descobriu, por exemplo, as várias “marias” que vivem
atrás de homens para se casar: no futebol, maria-chuteira; nas artes marciais,
maria-tatame; no quartel, “maria-batalhão”; no surfe, “maria-parafina”(Fusaro,
2001).
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ATIVIDADES 1
O ser humano tem necessidade de estar em contato com o outro,
para se comunicar, interagir...
Responda Oralmente:
1) O que vocês entendem por comunicação?
2) Cite as formas de comunicação que você conhece.
3) Quais os meios de comunicação mais utilizados? Quais os que vocês mais
utilizam?
4) Para vocês a comunicação por cartas, ainda é utilizada?
5) Atualmente quem utiliza as cartas pessoais como forma de comunicação?
6) Para você a comunicação no MSN é oral ou escrita?
7) O que é o e-mail para você? Qual a linguagem do e-mail?
8) Cite exemplos de textos que vocês conhecem (oral, escrito, sonoro, etc.)
9) Que gêneros textuais vocês costumam produzir?
A Carta Pessoal
A correspondência de Vicent Van Gogh constitui um testemunho de cartas
e documentos pessoais. As cartas dele foram por muito tempo consideradas como
alguns dos mais valiosos documentos do mundo da arte.
As cartas pessoais de Vicent Van Gogh ao seu irmão Theo são uma
extensão das pinturas e das imagens, uma forma de arte própria do artista.
As suas cartas apresentam uma forma de comunicação individual e
subjetiva que refletem diretamente o seu mundo interior. Van Gogh utiliza o
“expressionismo” para expressar os seus sentimentos e emoções. Ele faz uso das
cores (amarelo e vermelho) de desenhos, frases, pontuações específicas.
Suas cartas mostram que ele sabia o que estava a fazer e que estava
muito à frente do seu tempo e por isso consideravam-no louco. Mas, tudo o que
escreveu e produziu foi planejado. Sua correspondência traça o percurso de
sofrimento de epilepsia e a sua solidão quando apenas seu irmão acreditava na
sua arte.
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Assim, por meio de seus escritos, desenhos, pintura, conhece o artista e
sua obra, de épocas remotas (1880 a 1890). Percebe-se, portanto, o valor das
cartas pessoais. Por meio delas conhecemos outras formas de linguagem e de
expressão de pensamento.
Fonte: www.publico.pt/Cultura/cartas-pessoais-de-vin...
As cartas e desenhos do artista holandês, Vincent Van Gogh,
estão em exposição no seu museu de Amesterdã, sob o título de “Van Goghs
Letters, The Artist speaks”. (colocar a tradução)
Há diferentes formas de linguagem para a comunicação entre os homens
promovendo a interação. A Comunicação acontece de formas variadas, de acordo
com o tempo, o lugar e as necessidades, seguindo uma forma adequada a cada
situação ou propósitos comunicativos. Uma das formas de interação com o outro é
a carta. O cotidiano das pessoas é envolvido por uma série de textos diversos que
são produzidos e utilizados nas mais variadas atividades, tais como: “escrevi uma
carta”, “recebi um e-mail”, “achei o anúncio interessante”, entre outros.
A carta é um gênero textual que costuma apresentar uma estrutura padrão,
composta de local e data, vocativo (nome da pessoa a quem se dirige a carta),
texto e assinatura.
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É também a mais livre das formas de comunicação, a qual utilizamos para
entrar em contato com nossos amigos e parentes. É uma correspondência informal
onde você pode escrever com suas palavras do dia a dia, fazer desenhos e até
contar piadas.
Você não precisa ficar preso a formalização. Pode iniciar uma carta
pessoal de acordo com sua imaginação. Porém, não pode esquecer: remetente,
destinatário, saudação e mensagem.
A carta é uma forma de redação livre, pois nela pode aparecer a
narração, descrição, reflexão ou dissertação. O que determinará a redação de
sua carta são seus aspectos formais, ou seja, o fim a que ela se destina: um
amigo, um negócio, ao amado (a), um familiar, uma seção de revista, jornal,
etc.
A estética da carta varia consoante a finalidade (Cunegundes, 2010).
Se o destinatário é um amigo, você tem liberdade ao iniciar sua escrita, porém
se o destinatário é um órgão do governo, deverá seguir algumas formalidades
quanto a disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do
destinatário), do remetente e a assinatura.
Informal: que não é formal, que não tem formalidades.
Formal: que apresenta cerimônia, etiqueta.
Uma carta deve conter: Cabeçalho (lugar e data)
Saudação (cumprimentos iniciais)
Mensagem (aquilo que você quer transmitir).
Final (despedida e assinatura)
REMETENTE: quem escreve a carta.
DESTINATÁRIO: quem recebe a carta.
MENSAGEM: o assunto da carta.
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Resumo
ATIVIDADES 2
Circulação do Gênero Pessoal Cartas Pessoais
Responda:
1) O que é uma carta?
Carta é o tipo de correspondência que usamos para entrar em contato com
os nossos amigos e parentes.
2) Quem é que escreve cartas nos dias de hoje?
Parentes e amigos distantes que não possuem outros meios de
comunicação, empresários, comerciantes e órgãos públicos.
3) Para quem é que escrevemos cartas?
Para os interlocutores distantes e também para a comunicação entre órgãos
públicos, comércio e empresa.
Para chegar ao seu destino a carta pessoal deve ter ser envelope preenchido
corretamente. Na parte da frente deve conter o nome e o endereço completo do
destinatário. No verso é preciso colocar o nome e endereço completo do remetente.
Lembre-se: Destinatário é aquele a quem a carta se destina. Remetente é aquele que envia a carta
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4) Em que momento é necessária a produção de cartas?
No momento em que o remetente necessita dar uma notícia, passar uma
informação, entrar em contato com familiares ou amigos...
5) Como a carta chega até a pessoa que desejamos? Foi sempre assim?
Pelos correios. Não foi sempre assim. Antigamente as cartas eram enviadas
por pombos-correio, mensageiros a cavalo...
6) E vocês, já escreveram cartas? Para quem? Em que momento?
Resposta pessoal.
7) Que tipos de cartas vocês conhecem?
Resposta pessoal.
8) Agora iremos preencher um envelope...
O professor deverá orientar o aluno quanto a forma de preenchimento
de envelopes.
Após trabalhar o preenchimento do envelope com o endereço
completo, observando o remetente e o destinatário e o CEP, discutir a
importância do suporte para vincular o gênero textual cartas pessoais – o
envelope.
9) Atividade Externa: conhecimento dosprocedimentos adequados para o
envio de cartas.
ATIVIDADE EXTERNA
Para a postagem, a turma irá à empresa que presta esse seviço
(CORREIOS), para que os alunos conheçam os procedimentos corretos de
envio de cartas. Durante a visita as agencias dos CORREIOS, algumas
questões serão trabalhadas:
ENVELOPE (RPC) A Empresa Barsileira de Correios recomenda o uso do envelope RPC (Recomendado pelos Correios), branco para as cartas nacionais e com tarjas verdes e amarelas para as internacionais. Preenchê-lo com tinta azul ou preta. Coloque o CEP de oito algarismos nos quadradinhos e cole o selo no lugar apropriado. Lembre-se de colocar o seu endereço e o CEP de sua cidade no verso do
envelope.
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- O que acontece com as cartas depois que as encaminhamos ao seu destino?
- Como a Empresa desenvolve seu trabalho?
- Quais são as funções da agência de Correios de sua cidade?
- Quais os regulamentos, formas corretas de envio de cartas?
- Realizaçao de leitura dos folhetos e encartes fornecidos pela ECT (Empresa
de Correios e Telégrafos)
Conversa com os alunos
A carta possui sua funcionalidade e transita pelos mais diferentes
setores das atividades sociais, como: relações pessoais, negócios,
departamentos públicos, trabalhos... Dessa diversidade de funções surgem os
sub-gêneros: Carta Familiar, Carta de Solicitação, Cartas de Reclamações,
Carta de Agradecimento, Carta ao Leitor, Carta Comercial e outras.
Essas cartas possuem suportes diversificados como: envelopes,
murais, revistas, jornais, livros, manuais...
Entre todas essas cartas que circulam nas esferas sociais, neste
momento trabalharmos a carta pessoal (familiar) a qual tem por finalidade a
INTERAÇÃO com um locutor, com o objetivo de informar, convidar, agradecer,
aconselhar, solicitar, sugerir, dentre outros, contemplando a situação do
momento.
O QUE É CEP?
CEP é a sigla do Código de endereçamento Postal. É o conjunto de númenros
que identificam um local (cidade). No envelope o CEP vem na frente ou abaixo do
nome da cidade em que mora o remetente e o destinatário. Se usamos o CEP,
correto, a carta chega mais rápido ao seu destino e não se extravia.
Esta é uma ótima oportunidade para
alertar aos alunos sobre a função
social da escrita na vida das pessoas
e não deixar de responder às cartas
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ATIVIDADES 3
Reconhecimento do Gênero Textual – Carta Pessoal
Explore a função social de cada texto e seu veículo de circulação;
relacione-os aos avanços tecnológicos para promover reflexões sobre os
benefícios (ou prejuízos) que trouxeram para a interação humana.
Texto 1: Carta ao leitor publicada na revista Galileu, n. 226. Maio de 2010.
Texto 2: Carta do funcionário Fernando ao seu chefe Josemildo.
Leitor questiona a omissão aos ETs na entrevista com o astronauta Dan Barry
página 19 da edição 225.
É impressionante como alguém com tantas horas de cosmo nem sequer toque no
assunto de vida inteligente fora da Terra. Até quando? E por que o interesse em
Marte? Claro, porque já se sabe que outras civilizações já moraram por lá. Dúvidas?
Vejam o site da agência espacial européia com algumas fotos de Marte, utilize uns
filtros simples do Photoshop e vocês vão saber. “A verdade está lá fora.” E sendo
muito encoberta aqui dentro.
Ciro Viegas, Recife, PE
Prezado Sr. Josemildo Lopes Soares
Venho por meio desta apresentar meus agradecimentos
pelo apoio e oportunidade que me foram concedidos.
O tempo que passei em companhia de pessoas excelentes
contribuiu imensamente para meu crescimento pessoal e
profissional, graças ao companheirismo de todos.
Desejo a todos muita sorte e sucesso!
Muito obrigado por tudo.
Atenciosamente,
Fernando Matias
19
Texto 3:
Texto 4:
São Paulo, 26 abril de 2009.
Mãezinha Querida
Estou escrevendo para dizer que estou bem.
As provas já acabaram e estou aguardando as
notas com boas expectativas.
O dinheiro anda curto, mas quero ver se
consigo guardar um pouquinho para comprar
um presente lindo para a senhora. A Nina disse
que vai me levar num lugar ótimo para fazer
compras. Quem sabe, eu consiga comprar aquele
casaco que a senhora tanto queria.
Beijos , Drica
São Paulo,
Prezado
Sr. Carlos da Silva
CTPS 00906 - série 040
Ref.: "Dispensa por Justa Causa"
Não tendo V. S.ª atendido, dentro do prazo estipulado,
a notificação que lhe fizemos para reassumir o seu cargo
nessa empresa, em data de 05/06/1996, vimos por meio
desta, comunicar-lhe que nos termos do art. 482, I, da
CLT, consideramos rescindido o seu contrato de trabalho,
achando-se a sua disposição, em nosso escritório, os
documentos de sua propriedade, que podem ser retirados
imediatamente.
Atenciosamente,
Usifabril – confecções Infantis
20
Após a leitura e comentários desses quatro modelos de carta, complete
o quadro com dados de cada uma.
Produtor
(autor) do
texto
Papel social
do produtor ao
escrever a
carta
Interlocutor
Papel social
do
interlocutor
Objetivo
CARTA 1 Ciro Viegas Formar opiniões Revista
Galileu
Formar
opinião
Manifestar
opinião a
respeito de
uma
reportagem
CARTA 2 Fernando
Matias
empregado Josemildo Transmitir
mensagem
agradecimento
CARTA 3 Drica Relacionamento
com a mãe
Mãe Receber
notícias
Cuidado
Mandar
noticias
CARTA 4 Usifabril notificar Carlos Silva Ser notificado dispensar
(BARBOSA, 2005)
Após completar o quadro acima, responder as seguintes questões
(BARBOSA, 2005):
1) O que esses textos têm em comum?
Todos são cartas. Apresentam nome, local, data.
2) Das cartas lidas na atividade, em quais há só uma solicitação?
Nenhum.
3) E em quais delas, além de solicitar, o autor da carta também
reclama?
Carta 1. O autor reclama a respeito da opinião do entrevistado
numa revista e manifesta a sua opinião.
4) Leia a seguir um texto bastante informal, pois trata da carta de uma
amiga para outra
21
Campina Grande, 03 de junho de 2010.
Querida amiga Zuleica
Há muito tempo estou para lhe
escrever. Sinto muito a sua falta, mas você sabe
muito bem como é, o trabalho não deixa tempo para
nada. Mas hoje eu consegui chegar mais cedo em
casa e decidi que não faria mais nada antes de lhe
escrever. Preciso te contar algumas novidades.
A família vai bem. O Tião parou de
beber e agora está trabalhando na prefeitura, no setor
de limpeza pública. Mariazinha está de seis meses e
vai ter gêmeos. Imagine eu com dois netinhos de uma
só vez! Francisco agora arrumou uma namorada
ajuizada. Eles trabalham perto e à noite vão juntos
para a escola. Espero que terminem os estudos.
Eu agora estou trabalhando numa
ONG. Parei de fazer diárias e agora tenho carteira
assinada, fundo de garantia e plano de saúde. Esse
emprego foi uma verdadeira benção. O pessoal de lá
Data Local
Cabeçalho
Me
nsag
em
22
me ajuda muito e me valoriza. Tenho aprendido
muitas coisas.
E você, Claudiomiro e os meninos, como
vão?
Olha, vai juntando um dinheirinho porque
no ano que vem faço questão de recebê-los em minha
casa no carnaval. Não se preocupe, não estou te
convidando para participar do carnaval, mas quero
que venha comigo no “Encontro da Nova
Consciência” que é organizado pela ONG que eu
trabalho. Seu Dionísio disse que é ótimo para a
busca do autoconhecimento e do bem estar individual e
coletivo. Não entendi muito bem, mas como sei que
você é muito ligada nesse lance de busca interior,
achei que ia gostar.
Bem, vou ficando por aqui, mas espero
anciosamente por sua resposta positiva.
Da amiga de sempre,
Matilde.
Despedida
Assinatura
23
ATIVIDADES 4
Atividades de Análise Linguística
Com relação a carta apresentada como exemplo na pagina 11,
responda:
1) No texto, a expressão Querida amiga Zuleica , demonstra que a autora
da carta apresenta uma certa intimidade com a interlocutora. Qual é a
relação da autora com a interlocutora?
R: Relação de amizade.
2) No texto: “Há muito tempo estou para lhe escrever. Sinto muito a sua
falta...” As palavras destacadas se referem a quem?
R: Referem-se a Zuleica.
3) “Francisco agora arrumou uma namorada ajuizada. Francisco e a
namorada trabalham perto e à noite vão juntos para a escola”.
a)Que palavras se repetem no trecho acima?
R: Francisco e namorada.
b) De que maneira a autora do texto escreveu esse texto para não repetir
essas palavras?
R: Francisco agora arrumou uma namorada ajuizada. Eles trabalham perto
e à noite vão juntos para a escola.
c) Cite cinco palavras do texto que têm por objetivo substituir nomes,
evitando repetições.
R: Você, eu, te, eles, esse, me, los, se, seu, sua.
4) Observe os fragmentos da carta e analise as palavras em negrito. Volte
ao texto e aponte a quem ou a que estes termos se referem:
a) “Preciso te contar...” R: Zuleica.
b) “... no ano que vem faço questão de recebê-los...” R: Zuleica.
c) “... espero ansiosamente por sua resposta.” R: Zuleica.
d) “ Há tempo estou para lhe escrever.” R: Zuleica.
24
5) A autora escreve na carta: “Francisco agora arrumou uma namorada
ajuizada”.
a) A palavra negritada é um ADJETIVO, isto é, uma característica que
acompanha um nome, no caso, “namorada”. Por que a autora usou esse
adjetivo para caracterizar a namorada?
R: Para dizer que a namorada foi aprovada e aceita pela família de
Francisco.
b) Se ela dissesse: “Francisco agora arrumou uma namorada “prudente”,
auteraria o sentido? Por quê?
R: Sim, pois prudente subtende-se uma conotação mais que ajuizada,
alguém que pensa e age com cuidado.
c) Pense nos sentidos se usar os seguintes adjetivos:
- A namorada sensata. R: Que tem bom senso.
- A namorada discreta. R: Reservada.
- A namorada ajuizada. R: Que tem juízo.
-A namorada prudente. R: Sábia.
AATTEENNÇÇÂÂOO: observe as palavras que você escolhe no momento da produção
textual, pois cada palavra provoca sentido determinado. Por isso, leia e releia o
texto que você produzir para verificar se as palavras empregadas estão de
acordo com o sentido que você queria dar.
As palavras negritadas sevem para substituir nomes, evitando a repetição de palavras. São denominadas pela Gramática Normativa, de PRONOMES. PRONOMES são palavras que acompanham ou substituem nomes (substantivos), indicando a pessoa do discurso e tem outras ideias como: posse (meu, tua, sua, nosso...), demonstração (este, esse, aquele, isto, isso, aquilo), falar dos seres de maneira indefinida (alguém, ninguém, nada, pouco, muito, tudo...). Essas palavras também indicam masculiono e feminino, singular e plural. Há os pronomes que são usados para indicar as pessoas do discurso (quem fala: eu/nós; para quem se fala: tu/vós; e de quem se fala: ele/eles) e sempre substituem o nome, são os PRONOMES PESSOAIS. FONTE: TRAVAGLIA, Luiz Carlos, Gramática e Interação, São Paulo, Cortez, 1997.
25
6) Escreva algumas expressões do texto que são características da
linguagem informal.
R: Tião (Sebastião);
...está de seis meses (grávida de seis meses);
...o pessoal de lá (as pessoas que trabalham na ONG);
...vai ajuntando um dinheirinho (economizando);
...nesse lance (nesse assunto);
...vai ficando por aqui (está encerrando a carta).
7) Reescreva as frases seguintes substituindo as palavras grifadas por
um pronome pessoal:
A família vai bem. Ela vai bem.
Mariazinha está de seis meses e vai ter gêmeos. Ela ...
Francisco e a namorada trabalham perto e à noite vão juntos para a
escola. Eles...
O Tião parou de beber e agora está trabalhando na prefeitura, no
setor de limpeza publica. Ele...
8) Classifique os pronomes pessoais e de tratamento sublinhados:
a)... Mas você sabe bem como é, .. (Pronome de tratamento)
b) Preciso te contar algumas novidades. (Pronome pessoal do caso
oblíquo)
c) Mas hoje eu consegui chegar mais cedo em casa e decidi que não
faria mais nada antes de lhe escrever. (eu- pr, pessoal do caso reto;
lhe- pr. pessoal do caso obliquo).
d) Não se preocupe, não estou te convidando participar do carnaval,
mas quero que venha comigo no “Encontro da nova consciência”. Seu
Dionizio disse que é ótimo para busca do autoconhecimento. (se: pr.
pessoal do caso obliquo; te pr. pessoal do caso obliquo, pr. pessoal do
caso obliquo; seu.. senhor- pr. pessoal de tratamento).
Pronomes de Tratamento: são pronomes que, apesar de indicarem a pessoa
a quem se está dirigindo a palavra (segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa.
26
Pronome de tratamento Abreviatura Usado para se dirigir a
Vossa Alteza V.A. príncipes, duques
Vossa Eminência V.E.mª. Cardiais
Vossa Excelência V.Exª. altas autoridades- generais
Vossa Magnificência V.Magª. reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores.
Vossa Santidade V.S. papa
Vossa Senhoria V.Sª. tratamento cerimonioso
(Projeto Arribá – Português 6ª. Série. 2006).
Observe as frases abaixo com atenção:
Seu José, venha depressa.
Seu garçom, por favor, traga o cardápio.
Nessas frases, a palavra seu não é pronome
possessivo, mas uma abreviação familiar do
pronome de tramamento. senhor.
Observações
1. Os pronomes de tratamento usados para designar a terceira
pessoa, é necessário substituir Vossa por sua, obtendo os
pronomes, Sua Alteza, Sua Eminência, Sua Excelência, etc...
2. São também pronomes de tratamento: O Senhor, a Senhora e
você vocês. O senhor e a senhor, são empregados no
tratamento cerimonioso; você e vocês, no tratamento familiar.
3. Os pronomes de tratamento utilizam o verbo e outros pronomes de
terceira pessoa: Sua Senhoria decidiu apresentar seus projetos.
(Disponível em http://www.alunosonline.com.br/potugues/pronomes-pessoais.)
27
ATIVIDADES 4
Pronomes de Tratamento
1) Na carta de Zuleica, cirucle os pronomes de tratamento, copie-os, coloque a
abreviatura e escreva à quem se dirige.
Exemplo:
Você → v., usado no tratamento familiar.
Seu (Senhor) → Sr., empregado em tratamento cerimonioso.
2) Da carta de Tereza Albuquerque, retire o pronome de tratamento.
R: Senhor. Sr., tratamento cerimonioso.
3) Na carta de Virgílio. Ilmos. Srs. São abreviaturas de quais pronomes de
tratamento?
R: Ilmos = ilustríssimos.
Srs. Senhores
4) Na carta de Bernadete Campos, o pronome de tratamento é Ilmo. Sr.
(ilustríssimo Senhor).
5) Indique o pronome de tratamento referente a:
a) Juízes:
(X ) Meritíssimo
( ) Vossa Alteza
( ) Senhor
b) Altas autoridades:
( ) Doutor
( X ) Vossa Excelência
( ) Vossa Senhoria
c) Papa:
( ) Vossa Reverendíssima
(X ) Vossa Eminência
( ) Vossa Santidade
O pronome você é um pronome de
tratamento, dada sua origem
história: vem de Vossa mercê,
pronome de tratamento antigo que,
ao longo do tempo, transformou-se
em diversas formas populares
(vossemecê, vosmecê, vassuncê,
etc.) até chegar a você. Atualmente
há aindas as formas populares ocê e
cê. O pronome você é usado para
substituir o tu, pronome de 2ª.
Pessoa. Como você é de 3ª. Pessoa,
exige verbo em 3ª. Pessoa (Projeto
Arribá – Português 6ª. Série. 2006).
28
6) Abrevie esses pronomes de tratamento.
a) Vossa Senhoria. V.Sa.
b) Vossa Santidade. V. S.
c) Vossa Excelência. V. Exa.
d) Vossa Reverendíssima. V. E.ma.
PPeennssaannddoo eemm aallgguuéémm??
7) Leia a tira: “Snoopy – De dois em dois dias” e reflita com base nas
questões propostas a seguir.
Qual o vocativo?
Por que usá-lo?
Faz diferença em pensar todos os dias, um dia ou a cada dois dias?
Quem é o destinatário?
(SEED/DESU – 1996, p.61)
8) Para escrever uma carta informal, é preciso pensar no destinatário?
R: sim.
9) Você tem dificuldades de escrever seus sentimentos?
R: pessoal.
10) Se fosse escrever um carta, para quem o faria? Sobre o que
escreveria?
R: pessoal.
A carta pessoal de caráter informal (correspondência pessoal) usada
não segue modelo pronto. Apesar da abundância de “modelos” encontrados à
disposição de quem queira utilizar, principalmente “modelos de cartas de
amor”, não aconselho utilizá-los. Ao usar um “modelo” você estará correndo o
risco de utilizar uma linguagem artificial, surrada, ultrapassada e ainda, não
29
expressar o sentimento verdadeiro, aquele que faz parte de sua emoção como
remetente.
Não há regras fixas (nem modelos) para se escrever uma carta pessoal
Afora a data, o nome (ou apelido) da pessoa a quem se destina e o nome (ou
apelido) de quem a escreve, a forma de redação de uma carta pessoal é
extremamente particular (Coirano, 2009).
A linguagem adequada (formal ou informal) é aquela que reflete a
relação existente entre o emissor e o destinatário (a linguagem que você utiliza
com um amigo íntimo é bastante diferente da que utiliza com um parente
distante ou mesmo com um estranho) (Coirano, 2009).
ATIVIDADES 5
Leituras de Textos do Gênero Carta Pessoal
A seguir é apresentado alguns trechos de cartas, músicas ou modelos de
cartas.Observe-as.
Texto 1
Loanda, 27 novembro de 2009.
Minha querida
Meu coração anda apertado por
demais, pois, a saudade que sinto de
você tem me sufocado. Penso em você o
tempo todo, nem consigo me concentrar
direito no trabalho.
Beijos ardentes do seu amado
30
Texto 2:
Texto 3:
...Amar não é ter sempre certeza é aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém é poder ser você mesmo e não precisar fingir é tentar esquecer e não conseguir fugir(fugir). Trecho da Música: Carta de Amor (Jota Quest)
Cartas de Amor (Love Letters) Roberto Carlos
Composição: Victor Young / Edward Heyman / Versão : Lourival Faissal
Ontem amor eu reli As cartas que te escrevi Frases repletas de Amor Que por você eu senti, sofri Ontem amor, revivi Lembranças do nosso amor Nas velhas frases que meu coração Ditou Naquelas cartas de amor Ontem amor, revivi...
31
Texto 4:
Agora, com seus colegas e discuta com base nas questões a seguir.
1) Vocês gostam de receber cartas?
2) A carta recebida pela internet provoca as mesmas emoções que as
cartas recebidas por correio?
3) As cartas apresentadas nos modelos de 1 a 5 têm algo em comum?
4) Vocês costumam escrever cartas de amor? Têm dificuldades de fazê-lo?
5) O que vocês pensam sobre as cartas de amor?
6) A poesia de Vinícius de Moraes, conforme apresentada acima é uma
carta de amor? E as músicas?
Soneto de Maior Amor (Vinícius de Moraes)
Maior amor nem mais estranho existe Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste Que de uma vida mal aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante Numa paixão de tudo e de si mesmo.
32
Descrição
A descrição é a forma escrita usada para definição de alguma coisa.
Caracteriza-se por ser um “retrato verbal” de pessoas, objetos, animais,
sentimentos, cenas ou ambientes.
Na produção de cartas, o uso da descrição, torna-se extremamente
importante, pois, é uma ferramenta utilizada não só enumeração pura e
simples, mas para captar o traço distintivo, particular, o que diferencia aquele
elemento descrito de todos os demais de sua espécie. Os adjetivos e locuções
adjetivas são os elementos mais importantes na caracterização, usados para
enriquecer o texto.
A descrição pode ser subjetiva (quando há interferencia da emoção,
elementos particulares são privilegiados) ou objetiva (uma apresentação
fisicamente real).
Podemos recorrer ao uso da descrição nos variados tipos de cartas,
desde uma carta familiar na qual queremos “descrever a casa nova que
compramos” até numa carta formal em que é necessário descrever nossas
habilidades ao concorrer a uma determinada vaga de emprego.
Se você deseja fazer uma boa descrição, procure levar em conta seus
objetivos (por que utilizar esse recurso) e procurar reconhecer o objeto (coisa,
pessoa, lugar, etc.).
Treine:
1) Escolha um objeto. Observe-o atentamente.
2) Verifique todas as impressões que o objeto causa em você (sentidos,
lembranças, morais, etc.)
3) Descreva-o oralmente para os colegas de sala.
Quando estudamos sobre o descobrimento do Brasil, deparamo-nos
com as cartas de Pero Vaz de Caminha. Imagine se Pero Vaz não tivesse
relatado fielmente a terra recem descoberta. Será que o interesse de Portugal
pelo Brasil teria sido o mesmo a princípio?
Observe um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha:
33
“... em tal maneira é graciosa, que querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo
por bem nas águas que tem. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me
parecde que será salvar esta gente.”(Pero Vaz de Caminha) (Edição de base:
Carta a El Rei D. Manuel, Dominus, São Paulo, 1963).
4) Imagine-se na missão de Pero Vaz de Caminha, tendo de escrever ao
rei de Portugal sobre o descobrimento do Brasil e construa um texto
descrevendo o Brasil de hoje (paisagem, povo, aspectos culturais).
5) Tendo em vista que no decorrer de nossas aulas, passaremos a nos
corresponder com alunos de outros colégios, que provavelmente você
não o conheça, faça uma descrição sua para ser enviada na primeira
carta trocada com este colega.
Vamos analisar a sócio-histórica do gênero, isto é, como eram escritas
e lidas as cartas antigamente. Vale lembrar que nessa época (não tão
distante), a grande maioria das pessoas não sabia ler nem escrever. Quem as
escrevia e as enviava era outra pessoa que recebia pela escrita.
Para explorar a sócio-história do gênero, assistiremos cenas do filme:
“Central do Brasil”, com Fernanda Monte Negro, as quais mostram a época em
que muitas pessoas recorriam a outras para escrever-lhes cartas que seriam
enviadas a parentes distantes.
TÍTULO DO FILME: CENTRAL DO BRASIL (Brasil-1998)
DIREÇÃO: Walter Salles
ELENCO: Fernanda de Oliveira, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus
Nachtergaele, Soia Lira, Otávio Augusto, Caio Junqueira e Stella Freitas.
ATIVIDADES 6
Sócio-histórica do Gênero
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Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para
analfabetos na Central do Brasil. Nos relatos que ela
ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e
fascinante, um verdadeiro panorama da população
migrante, que tenta manter os laços com os parentes
e o passado.
Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever
uma carta com seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira),
um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai
que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é
atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a
contragosto, Dora acaba acolhendo o menino e
envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para
o interior do nordeste, à procura do pai.À medida
que vão entrando país adentro, estes dois
personagens, tão diferentes, vão se aproximando...
Começa então uma viagem fascinante ao coração do
Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem
profundamente emotiva ao coração de cada um dos
personagens do filme.
(www.pastis.org/.../www_cinema/ourhali/aurone.htm).
A seguir, serão apresentados dois modelos de CARTAS PESSOAIS,
uma atual e outra antiga. Esses modelos foram retirados do manual “Ensinar e
Aprender – volume 1”de 2010 (CENPEC, 2010).
Carta 1
Curitiba, 2 de Abril de 1992.
Querida mãe,
Estou lhe escrevendo pra contar como é que foi a minha chegada
aqui e como estou me virando bem.
Graças a Deus, o emprego deu certo e já estou indo à fábrica
todos os dias. Agradeça ao seu José por mim. Quando eu disse que tinha
35
sido indicado por ele, todos me trataram muito bem. O seu Agenor
também manda lembranças pra ele.
Mãe, eu sei que a senhora se preocupa muito comigo, mas não
precisa, viu? A comida da pensão é boa, se bem que sinto falto do seu
tempero. Sinto falta também do ar puro que se respira aí. Perto da
fábrica é um horror, é pura fumaça!
Quanto à escola, ainda estou esperando a vaga que a diretora me
prometeu, ela disse que eu estava bem no começo da lista de espera e
que tem muita gente que se matricula e logo desiste. O curso que eu
vou fazer chama-se supletivo. É um curso pra gente como eu, que ficou
muito tempo sem estudar e quer recuperar o tempo perdido.
E como vão as coisas aí no sítio? A Genu já deu cria? Não vejo a
hora de ver os leitõezinhos. E as chuvas, atrapalharam muito a colheita?
Fiquei muito preocupado quando vi as noticias na televisão aqui da
pensão.
E a senhora, mãe, melhorou do reumatismo? E o pai, sarou
daquele machucado na perna? Eu espero que sim. E o Toninho, ta muito
levado? Diga a ele que a melhor coisa da cidade grande é não ter que
escutar os gritos dele. Brincadeira, sabe que eu sinto falta até disso?
Bem, vou terminando por aqui, que amanha eu tenho que
levantar bem cedo, senão chego atrasado. E, no começo, não é bom dar
motivo nenhum pra reclamação.
Dê lembranças minhas pra todos os amigos, pro pai, pro Toninho
e reze pelo seu filho,
Que lhe quer muito bem,
Carlos
P.S. Muito obrigado por tudo o que a senhora mandou pelo seu Anísio.
Se encontrar a Aninha, diga a ela que estou com saudades e que ela não
arranje outro namorado.
36
Carta 2: Leia a carta enviada pelo poeta Mário de Andrade à pintora Anita
Malfatti, no dia em que ela viajou para fazer um curso de cinco anos na
Europa.
S. Paulo 21 de Agosto
Querida amiga:
Estás a partir talvez a esta hora... E eu te escrevo. Escrevo-te com a
alma saudosa, desejosa de tua companhia. E ainda te escrevo porque é a única
maneira de me perdoar a mim mesmo da pena que me fiz. Não imaginas a dor que
senti quando, ao chegar à estação, vi que o trem já tinha partido. Uma surda
raiva contra as circunstâncias me estonteou. Mandei-te aquele telegrama tristonho
e fui distrair-me, a vagar por aí, sem nexo, sem direção. Depois trabalhei. Os
amigos virão aqui à noite. É terça-feira. Mas perdura a amarga decepção de não
ter podido te abraçar mais uma vez.
Mas, Anita, vê como sou egoísta. Penso na minha dor e a descrevo, como
se só eu existisse; e nem me lembro de te pedir perdão da maldade que pratiquei. A
sra. Graz e Débora, que encontrei ainda à porta da estação, disseram-me que te
entristeceras com minha ausência. Perdoa. Sou tão desastrado que mesmo no
instante em que mais te desejara coberta de prazeres, em vez de prazeres causo-te um
pesar. Perdoa. Mas, Anita, o que torna intolerável o sofrimento é imaginar que
poderias tomar meu gesto como um princípio de ingratidão e uma primeira falha à
amizade tão linda e incomensurável que nos une. Acredita: não foi nada disso. Como
é meu costume chego sempre tarde à estação. Desta vez chamei o automóvel com 20
minutos de antecedência! E isso porque pretendia de qualquer maneira ir até
Santos. Nem que fosse sem passagem. Estava disposto a pagar multa. Chamei o
automóvel e descansei nele. Tomei meu café, tranquilíssimo. Fui vestir o sobretudo.
Olho no relógio. Faltavam 5 minutos para a partida do trem. Saio a correr.
Nada de automóvel. Só no Largo das Perdizes encontro um. Eram já 7 e 50.
Mas uma esperança desesperada fazia-me pensar num atraso do trem. Voo. Mas
37
já tinhas partido. E com a imagem de minha ingratidão. Acredita, Anita, que
muito sofri. O desabafar agora, contigo mesma, amaina um pouco o meu remorso.
Vai, Anita. Olha, trabalha, estuda. Sofre. Nessa nossa divida fúria de
arte, o único bem, grande bem que nos fecunda, é o sofrimento que enaltece, que
embebeda, que genializa. Mas sofrer com alegria, com vontade. É o que faço. É o
que desejo que faças. Sem dúvida entre privações e cansaços te verás um outro dia,
nesta nova época de tua vida. Mas entre privações e cansaços já te viste algumas
vezes na tua vida que ficou para trás. E entre esses mesmos rochedos nos apertamos
todos nós, sinceros artistas ou apenas homens da vida. Isso é lugar comum. O que
não é muito lugar comum é saber como eu sei, e como quero que saibas, que as
compensações chegam sempre. Existem sempre. Eu tenho sofrido muito, mas nunca
me abandonou a felicidade porque quando a dor chega eu me ponho a pensar na
alegria que virá depois. Sê como eu. Todos nós aqui estamos ansiosos de ti, do que
farás, do que serás. Pensa em nós e corresponde à nossa riquíssima esperança.
Bem: adeus. Rasga esta carta louca. Sê feliz.
Um longo, longo, longo abraço
Mário
[Transcrito de BATISTA. Maria Rosseti (org.). Mário de Andrade: Cartas a Anita
Malfatti (1921-1939] Rio de Janeiro: Forense Universitária. 1989.p.63.
* Esta carta não foi escrita com finalidade de ser publicada:
foram os herdeiros de Anita Malfatti que, após sua morte,
cederam a correspondência da pintora para o estudo de sua
vida e obra. A forma original foi mantida, inclusive a falta de
vírgula entre o Local e a data, bem como a grafia do nome do
mês em maiúscula. A forma convencional seria: São Paulo, 21
de agosto.
38
Responda:
1) Quem escreveu as duas cartas?
R: A primeira foi a de Carlos para sua mãe; a segunda carta foi escrita
pelo poeta Mário de Andrade para sua grande amiga, a pintora Anita
Malfatti, que havia ganhado uma bolsa de estudos com duração de cinco
anos na Europa. Mario atrasou-se para a despedida na estação de trem.
2) Como vocês souberam quem as escreveu?
R: Pelas assinaturas nas cartas.
3) Para quais pessoas elas foram produzidas?
R: Carlos escreveu para a mãe, e Mário escreveu para sua amiga Anita
Malfatti.
4) Qual o objeto das cartas?
R: O objetivo da primeira era contar as novidades para a mãe e
perguntar como estavam os demais familiares. O objetivo da segunda
carta foi se desculpar por não ter chegado a tempo de despedir da
amiga na estação.
5) Qual o assunto (mensagem) da 1ª carta?
R: A mensagem é comunicar à mãe como seu filho estava na cidade
grande.
6) Tem diferença de linguagem nas cartas apresentadas? Por quê?
R: Sim, porque na primeira carta a linguagem é simples, coloquial,
informal, de acordo com os interlocutores familiares. Já a segunda,
possui uma linguagem mais elaborada, formal, por se tratar de
interlocutores clássicos que utilizam a variante linguística padrão.
7) Quando foram escritas?
R: A primeira foi escrita em 02 de abril de 1992. A segunda, em 21 de
agosto.
8) Onde foram escritas?
R: A primeira foi escrita em Curitiba, a segunda, em São Paulo.
9) Que palavras da 2ª carta não usamos (ou escrevemos) mais da mesma
forma hoje?
R: Causo de pesar (deixo-te triste); sobretudo (casaco); amaina
(suaviza); fecunda (fazer progredir)...
39
10) Qual das cartas possibilita maior aproximação entre os locutores?
R: A primeira carta.
11) Cite a estrutura das cartas (elementos que as compõem).
12) Comentar:
O cabeçalho (cidade e data)
O Vocativo (saudação)
O desenvolvimento (corpo da carta)
A despedida (cumprimento final)
A assinatura (do autor).
Carta Comercial
A "Carta Comercial" é um meio de comunicação muito utilizado na
indústria e no comércio, e tem por o objetivo iniciar, manter e encerrar
transações.
É a comunicação escrita, acondicionada em envelope (ou semelhante)
e endereçada a uma ou várias pessoas, enviada pelo correio. Ultimamente,
cartas comerciais também são enviadas por fax ou e-mail.
Seu objetivo é trocar informações entre os membros empresariais por
meio de um padrão textual formal e conciso.
Ela busca a interação social entre os membros envolvidos,
interessados numa dada relação na qual a linguagem cordial contribui para o
fortalecimento da relação comercial. A carta comercial possui uma linguagem
simples, evitando-se preocupação com enfeites, correta, com exata
observância das normas gramaticais e concisa, informando com economia de
palavras.
A carta comercial tem a finalidade de estabelecer contato estritamente
profissional entre duas empresas, e na sua grande maioria, esse contato
40
geralmente se inicia com uma das partes fazendo uma solicitação (Zanotto,
2005).
Leia a carta a seguir.
1) Você já tinha lido uma carta comercial?
2) Que diferenças você nota entre esta carta e a carta familiar?
3) Discuta sobre essas diferenças com seus colegas e professor.
4) Existe uma forma de tratamento específico para cada destinatário?
5) Observe o desfecho da carta comercial. Quais são os desfechos mais
utilizados normalmente?
Vamos analisar uma carta comercial? Observe os modelos a seguir.
Tereza Albuquerque
Rua Três, 432
87020-200 Maringá PR
Supermercados Monte Castelo
Av. Paranaguá, 1250
86430-100 Maringá PR
Maringá, 8 de março de 2010.
Prezado Senhor Diretor:
Venho pela presente expressar meu interesse em exercer a
função de auxiliar de escritório em sua empresa. Meu currículo
encontra-se anexo para sua apreciação.
Embora não tenha experiência, uma vez que este será meu
primeiro emprego, considero-me apta a desempenhar a função, pois
acabo de me formar no curso de Serviços Gerais de Escritório. Além
disso, terei grande empenho em aprender.
Na expectativa de poder demonstrar minha capacidade de
trabalho e minha boa vontade, subscrevo-me,
Atenciosamente,
Tereza Albuquerque
Tereza Albuquerque
41
Fonte: CENPEC, 2010.
42
Ilmo. Sr.
Diretor do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa – CNPq
Nesta
Prezado Senhor
Venho solicitar do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa –
CNPq – informações referentes à concessão de subsídios para desenvolver
um projeto de pesquisa sobre o valor histórico de publicações clandestinas do
século XVIII, encontradas em Minas Gerais.
Trata-se de uma coletânea de periódicos inéditos que obtive
consultando o arquivo municipal de Congonhas do Campo, os quais atestam
a existência de uma imprensa marginal cujos panfletos teriam circulado nas
cidades de Vila Rica, Mariana, Sabará e são João Del Rei, entre 1780 e 1789.
O estudo desse material permitirá reconstituir fator Conjuração
Mineira não revelados nos autos da devassa, nem registrados pela
historiografia oficial, além de avaliar o caráter emancipacionista que norteou
os ideais políticos libertários dos inconfidentes.
Caberia também a essa investigação apurar a importância desses
documentos usados pelos conjurados para indispor a população das cidades
mineiras contra abusos da metrópole portuguesa no Brasil.
Assim, gostaria de inteirar-me sobre o interesse do CNPq em
subvencionar esse trabalho, pois tenho a intenção de atuar como
pesquisadora.
Desde já aguardo oportuna resposta.
Atenciosamente,
Bernadete Campos Bernadete Campos C.R.H. 04934093458-MG
43
1) Aponte as diferenças e semelhanças, quanto à linguagem e à
organização do texto, entre esta carta, a de solicitação de emprego e
o ofício.
2) Qual delas é mais formal? Discuta as conclusões com os colegas e
professor e registre-as no caderno.
O e-mail
Para entendermos o que é e-mail, primeiramente, é necessário saber
que a palavra “e-mail” (do inglês) é uma abreviatura de “electronic mail” ou na
nossa língua, “correio eletrônico”. Em princípio, qualquer correio feito por meio
de computadores é e-mail, mas o nome é utilizado principalmente para a
comunicação via Internet. www1.uol.com.br/publicidade/glossario.htm. Através
dele é possível enviar e receber mensagens do mundo todo sem a burocracia
ou custos adicionais. O processo é simples e funciona exatamente como um
endereçamento postal comum. Você só precisa ter modem e uma conta num
provedor de acesso.
Uma forma simplificada de definir e-mail é “Sistema para troca de
mensagens na Internet.”
Questionamentos:
1) Você sabe o que é Internet?
2) O que possibilita o uso da Internet?
44
Segundo o site (http://www.knoow.net/ciencinformtelec/informatica/internet.htm)
acessado em 21 de junho de 2010, a palavra e-mail possui duas designações:
ATIVIDADES 8
1) Leia este e-mail:
Segundo o site
(http://www.knoow.net/ciencinformtelec/informatica/internet.htm) acessado em 21
de junho de 2010, a palavra e-mail possui duas designações:
a mensagem enviada através da Internet;
o endereço para onde enviamos essa mensagem.
No Brasil, o endereço eletrônico, geralmente possui a seguinte estrutura:
O nome caracteriza o usuário, o símbolo;
@ (arroba) informa ao computador que esse conjunto é um endereço de
e-mail;
o provedor é a empresa que possibilita o acesso à Internet, mediante o
pagamento de uma taxa mensal;
o termo com, significa comercial; e
br é a sigla de Brasil.
Nesse tipo de correio, as mensagens são enviadas e recebidas
instantaneamente. Por meio do correio eletrônico torna-se possível a
comunicação entre dois ou mais computadores.
Assunto: Olááá!!! Data: Quinta-feira, 01 de julho de 2010 16:25 De: [email protected] Para: [email protected] Olááá!!! Td bem com vc Nay???!!! Nuss...Amei aquela foto q vc enviou! Tah todo mundo... A Antô tah
com uma cara esquisita... huahuahuaan, naum tah?! Só ela msm, né...q figura, só ri! O Dé e o Du fazendo careta!!! Como de costume! :P
O Thi fofiiinho do seu lado...E vc! Ficou mto legal!!! De colar novo e sainha q eu jah tinha dadu :-D
Eu do ooooutro lado...msm jeitão de sempre...rsrsrs Nay, sua festa tava D+! O bolo q tua mãe faz é muuuuito gostoso!!
Mto bom TUDO! Os docinhos e tbm os salgadinhos... Huuuuumm... q DeLíCia! Agora soh ano q vem...buááá!!! Tô soh na espera!
Te amo amigaaa!!! Felicidades!!! Parabéns!!! (+ 1 vez) :-D Bjinhussss De sua friend >*Lari*<
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2) No e-mail em estudo:
a) o endereço eletrônico (e-mail) do remetente é
b) e do destinatário é
3) A palavra Olááá!!! Escrita no campo do assunto resume a mensagem
enviada?
Sim, a pessoa está querendo apenas dar umm Oi, ou seja notícias rápida.
4) Após a data, aparece 16:25. O que significa?
Horário em que o e-mail foi produzido (enviado)
5) No e-mail há: vocativo, assinatura do remetente, assunto e despedida. A
assinatura é facultativa.
Qual a despedida desse e-mail?
Te amo amigaaa!!! Felicidades!!! Parabéns!!! (+ 1 vez) :-D
Bjinhussss
De sua friend >*Lari*<
6) No e-mail de Lari, o assunto começa em Oláááá!!! Td bem com vc Nay???!!!
a) Onde ele termina? Bjinhussss
b) Qual é o assunto desse e-mail? Falar sobre uma festa
c) Que expressão Lari usa para se despedir de Nay? De sua friend
>*Lari*<
7) Se o e-mail é dirigido a uma pessoa íntima, algumas palavras, às vezes,
podem ser abreviadas, como por exemplo: vc (você), to (estou), pq (porque)...
No e-mail de Lari, de acordo com o contexto, a que palavras se referem as
abreviações?
a) nusss? ___nossa___________ d) tô? ____estou___________
b) tah? ______está__________ e) bjinhusss? ____beijos_____
c) td? também
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Observação:
Os e-mails pessoais tratam de assuntos particulares, e os e-mails
comerciais e empresariais tratam de assuntos profissionais e devem ser
escritos em linguagem formal.
INTERNETÊS
É um neologismo (de: Internet + sufixo -es) que designa a linguagem
utilizada no meio virtual, em que “as palavras são abreviadas até o ponto de se
transformarem em uma única expressão, duas ou no máximo cinco letras”,
onde há “um desmoronamento de pontuação e da acentuação”, pelo uso da
fonética em detrimento da etimologia, com uso restrito de caracteres e
desrespeito às normas gramaticais.(http://wikipeda.org/wiki/internetes - acesso
em 26/06/2010).
8) Observe a linguagem usada no e-mail lido e responda:
a) Que palavras ou expressões fogem à variedade padrão formal da língua
portuguesa?
Nuss... Q, vc, Tah, huahuahuaan, naum, mto, jah, dadu, :-D, oooutro, rsrsrs, D+,
huuuuumm... q DeLíCia! , soh, buááá, :-D,
“Naum tow intndndu nd”
Os jovens inventaram uma linguagem para conversar pelo computador, o internetês, que
tem como princípio reduzir o essencial de cada palavra. Por exemplo, vogais, geralmente são
eliminadas, acentos raros, duas consoantes normalmente viram uma... Exemplos:
aham = sim naum = não
blz = beleza 9dades = novidades
fds = fim de semana [+ = até mais
gnt = gente xops = shopping
O uso dessa linguagem só é possível em alguns gêneros da Internet, como no e-mail, no
blog e em conversas na sala de bate-papo, quando há intimidade entre os interlocutores. Em
gêneros não digitais e em e-mails profissionais, o uso dessa linguagem deve ser evitado.
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b) Que palavras ou expressões revelam emoções?
c) Qual a finalidade de Lari repetir vogais em palavras como fofiiinho,
muuuuito, e usou letras maiúsculas em DeLíCia?
d) Na sua opinião, o que justifica o uso desse tipo de linguagem no e-mail
de Lari?
9) Reúna-se em grupos com seus colegas e, juntos, concluam:
a) Para que serve o e-mail e quais são suas características?
b) Na lousa, listar as características do e-mail.
Emoções virtuais As emoções humanas são em sua maioria expressas pelos chamados
emotions que vem do inglês emotion icons e significa “ícones de emoção”.
São criados com letras e sinais do teclado do computador e podem aparecer
com carinhas de diferentes expressões e significados. São usados em e-mails
e em bate-papos virtuais.
Exemplos:
:-( - triste d:-) - de boné
>:( - raiva :-L - zangado
;-) - piscada :* - beijo
:-D - gargalhada :# - guardar segredo
@]--- - uma rosa para você %-I - confuso
B-) - usar óculos X-( - chateado
:’( - chorar [:) - ouvir walkman
8-O - assustado
(http://pt.wikipedia.org/wiki/internetes - acesso em 21/06/2010)
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ATIVIDADES 9
PRODUÇÃO DE TEXTO: GÊNERO E-MAIL
1) Escreva um e-mail, comentando o assunto e convidando seu
destinatário a respondê-lo.
Siga as recomendações:
a) O professor, ou mesmo você deve ter o e-mail (endereço eletrônico) de
seu correspondente.
b) Pense nos assuntos sugeridos, e escolha um de seu agrado:
- Convite para uma festa na escola,
- Troca de informações sobra a copa do mundo de 2010,
- Troca de comentários sobre passeios, visitas, viagens...,
- Troca de comentários sobre filmes e indicações,
- Troca de comentários sobre livros ou revistas,
- Dicas sobre sites de pesquisas, jogos...
c) Autoavaliação do seu e-mail de acordo com as recomendações:
- Leia-o e observe se a mensagem está de acordo com o que você
pretendia comunicar. O vocativo, a despedida e a assinatura são
opcionais. Analise se a linguagem está adequada ao interlocutor e ao
grau de intimidade entre vocês. Veja se o endereço eletrônico do
destinatário está completo
- Preencha todos os campos: assunto, data, de e para.
Envie o seu e-mail, observando as orientações do professor e espere a
resposta.
- Continue a troca de e-mails, se gostar da experiência.
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ATIVIDADES 10
Intercâmbio de Correspondências entre Escolas
Iniciaremos nossas atividades de intercâmbio encaminhando uma carta
coletiva à professora da oitava série do ensino fundamental da escola a qual se
deseja corresponder. Nesta carta será solicitada a lista dos alunos matriculados
na série. De posse da lista de alunos, realizar-se-á um sorteio para formação
dos pares correspondentes.
Durante o período de correspondência, é necessário:
1) planejar o texto – registrar as principais ideias considerando a
intenção da produção e o destinatário;
2) rascunhar a carta – primeira versão para o texto;
3) leitura da produção pelo escritor;
4) revisão em duplas ou individualmente com o auxílio do professor ou
coletivamente na lousa;
5) edição final – forma mais apurada do texto
6) preenchimento de envelope, envio via malote do NRE.
ATIVIDADES 11
Fórum de Debates
Promoveremos juntos com um aprofundamento de um tema polêmico da
atualidade para que se construam opiniões em cima de argumentos que
possam persuadir o leitor.
Esta atividade pode ser concretizada mediante os seguintes passos:
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seleção do tema (meio ambiente, violência urbana, drogas, etc);
convidar uma autoridade responsável para uma palestra sobre o tema
selecionado;
discussão em classe com os alunos, levantando tópicos importantes que
devem ser abordados numa carta debate (coletiva) que poderá ser
enviada ao jornal local;
Pesquise sobre o tema, tenham acesso ao jornal local, conheçam qual o
interlocutor da carta produzida;
a carta produzida deve passar por: revisão, edição final e envio.
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Referências
ARCO_VERDE, Yvelise., F., Souza et AL – DIRETRIZES CURRICULARES
DA EDUCAÇÃO BÁSICA – LÍNGUA PORTUGUESA – SEED (Secretaria de
Estado da Educação do Paraná), Governo do Paraná, Curitiba, 2008.
BAKHTIN, M. (VOLOCHINOV), Marxismo e Filosofia da Linguagem,
Problemas Fundamentais do Método Sociológico na Ciência da Linguagem,11ª
Edição, São Paulo, HUCITEC, 2004.
BARBOSA. P. J. CARTA de Solicitação e Carta de Reclamação:
Trabalhando com os gêneros do discurso. FTD. São Paulo. 2005.
BATISTA. M. R. Mário de Andrade: Cartas a Anita Malfati (1921-1939. Rio
de Janeiro: Forense Universitária.p.63. 1989.
BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? São Paulo:
Ática, 1991.
CENPEC. Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária. Ensinar e Aprender. Volume - 1 Língua Portuguesa Material do
Aluno, cedido pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná à Secretaria
do Estado de São Paulo, para impressão e distribuição. Governo do Estado de
São Paulo, São Paulo, 2010.
CHAGAS, C. E., O Papel social da Língua – Variedades Linguísticas.
UFF/UNESA. Disponível em www.filologia.org.br. Data de acesso: 24 de junho
de 2010.
COIRANO, Z., Redaçao – Carta. Aprenda Fácil, 31 de janeiro de 2009.
CUNEGUNDES, E., Cartas. Algo sobre vestibular. Disponível em
www.algosobre.org.br. Acesso dia 25 de junho de 2010.
INTROVINI, E. J. & STEFFEN, S. Alfabetização – caderno 2. Curitiba,
SEED/DESU, 1996.
MARCUSCHI, L., Antonio. Produção textual análise de gêneros e
compreensão, 2ª edição, São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
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MARCUSCHI, Beatriz e COSTA VAL, Maria das Graças. Gêneros textuais no
espaço extra-escolar e na sala de aula, revista : Na Ponta do Lápis, ano IV,
nº 9, São Paulo: CENPEC, junho de 2008.
MALHEIRO, A. M. P. A escravidão no Brasil: ensaio histórico, jurídico,
social. v. 1. Petrópolis: Vozes, 1976.
MENEGASSI, Renilson. J. Leitura e Ensino: Maringá PR. UEM, 2005.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica: língua portuguesa. Curitiba: 2008.
Disponível online em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_20
09/portugues.pdf?PHPSESSID=6099903b2b5bb4120d65c3e1a433645b
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http://www.alunosonline.com.br/portugues/pronomes-pessoais. data de acesso:
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VIEIRA, J. Funções de Linguagem e Tipo de Função.
ZANOTTO, N. E-mail e carta comercial – estudo contrastivo de gênero
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