DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · A intenção na sua utilização concentra-se na idéia...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
O JOGO DE XADREZ COMO UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA NAS 5ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
FERRARESI, Ari Claudio Pizzini1
Pitanga/PR-CEP: 85 200 [email protected]
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED – SETI – UNICENTRO
RESUMO
Os seres humanos se destacam pela aquisição da capacidade de agir, mudar e pensar logicamente. Dentro deste contexto, tem-se a implantação do xadrez como atividade de suma importância para o tratamento deste raciocínio lógico. De acordo com o desenvolvimento dos jogos de xadrez em escolas e colégios, percebe-se que este apresenta um importante objetivo no que se refere ao enriquecimento não só no nível cultural do indivíduo, mas em várias outras capacidades como a memória, a agilidade no pensamento, a segurança na tomada de decisões, o aprendizado na vitória e na derrota e a capacidade de concentração. Tomando como base a importância do xadrez para o incentivo a prática do jogo na escola, bem como o favorecimento do pensamento lógico, o poder de concentração e o espírito de responsabilidade dos alunos, o presente estudo analisou através da pesquisa bibliográfica e a de campo, bem como o projeto de implementação, a prática do xadrez com base em cinco diferentes jogos: “O Gato e o Rato”, “Batalha Naval”, “o Jogo da Velha” e a “Batalha dos Peões”. A pesquisa de deu em duas 5ª séries do ensino fundamental em duas turmas distintas: “A” e “B”. Além da aplicação dos jogos, foram distribuídos entre os alunos, um questionário contendo 10 perguntas objetivas os quais serviram para o pós-testes, sendo que o pré-teste foi realizado nos primeiros dias de intervenção. Deste modo, pode-se ensinar todas as regras e fundamentos do Xadrez, bem como avaliar de maneira positiva o desempenho dos estudantes.
Palavras-chave: Xadrez, Pedagogia; Desenvolvimento; Aprendizagem.
ABSTRACT
Humans stand by acquisition of ability to act, renaming and thinking logically. Within this context, the deployment of chess as paramount activity for the treatment of this logical reasoning. According to the development of chess games in schools and colleges, this presents an important goal in relation to enrich not only on the cultural level of the individual, but in several other capabilities such as memory, agility in thought, security in decision-making, learning in victory and defeat and the ability to concentration. Considering the importance of chess for encouraging the practice of
1 Professor de Educação Física formado pela UNICENTRO – Universidade do Centro Oeste.
game at school, as well as favouring logical thinking, power of concentration and the spirit of responsibility of students, this study analysed by bibliographical and field, as well as the project implementation, the practice of chess based on five different games: "Cat and mouse", "Battleship", "the game of old" and "Battle of pedestrians." The search has two 5th series elementary school in two distinct classes: "a" and "b". In addition to the application of the games, were distributed among pupils, a questionnaire containing 10 questions objective which served to post tests, and the pre-test was performed in the first days of intervention. This way, you can teach all rules and basics of chess, as well as assess positively the performance of students.
Keywords: Chess, pedagogy; development; learning
INTRODUÇÃO
Aprender jogar xadrez não é uma tarefa tão difícil como aparenta.
Contudo, para se chegar aos melhores, assim como em qualquer atividade, é
necessário dedicação e estudo.
Além disso, o Xadrez pode ser praticado por pessoas em qualquer
faixa etária, podendo começar desde a infância até o fim da vida. Outro ponto
importante é que este jogo não requer muitos equipamentos para a sua prática,
apenas um tabuleiro e peças é o suficiente.
Sendo assim, o presente trabalho aborda o jogo de xadrez como uma
ferramenta pedagógica aplicada às 5ª séries do ensino fundamental. Ao analisar
duas turmas “A” e “B”, procurou-se oportunizar e incentivar a prática do Xadrez na
escola, visando favorecer o pensamento lógico, o poder de concentração e o espírito
de responsabilidade dos alunos. Além disso, foi possível desenvolver nos alunos,
através do jogo de Xadrez, a capacidade de atenção, memória, raciocínio lógico,
inteligência e imaginação, favorecendo a assimilação das características do jogo
para a contribuição com o desenvolvimento intelectual, moral e ético da
personalidade e sua capacidade de raciocínio;
Outro ponto importante foi estimular a valorização da participação em
equipe, resgatando para uso pedagógico, o aspecto lúdico do jogo de Xadrez;
melhorando o desempenho escolar em todas as áreas de estudo e, em particular,
em matemática.
Para que se efetivasse e concluísse o estudo, o trabalho dividiu-se em
partes, das quais a primeira aborda a historicidade do jogo de xadrez, a segunda
2
analisa o lúdico no campo da aprendizagem, a terceira o valor do xadrez nas
instituições escolares e na educação e a quarta a interdisciplinaridade do jogo.
Além desta divisão proposta como forma de entendimento e
organização do estudo, há a análise dos questionários propostos à duas turmas de
5ª séries que totalizam 70 entrevistados, metodologia, discussões e resultados e
finalmente as considerações finais.
ORIGEM DO JOGO DE XADREZ
No que se refere à origem do xadrez, pode-se dizer que sua invenção
já foi atribuída a Chineses, Egípcios, Persas e até mesmo Árabes, porém, a história
não confirma tais lendas.
Ao que tudo indica, o Xadrez surgiu no norte da Índia, durante os
séculos V e VI da era cristã. Nesta época o jogo não se chamava Xadrez nem tinha
as formas conhecidas hoje. Nesta época era chamado de chaturanga e era jogado
por quatro jogadores que moviam suas peças de acordo com o resultado de um
dado arremessado, assim os movimentos das peças não eram todos iguais aos do
Xadrez de hoje.
Assim, com o passar dos anos, o jogo foi se desenvolvendo, não só
como brincadeiras, ou jogos propriamente ditos, mas com uma grande participação
na escola. Segundo Pitanga (2009) a invenção do jogo de Xadrez se relaciona
diretamente com a matemática, a partir de um antigo pergaminho que relata o
seguinte:
Estava enfermo certo Rei na Índia e lhe indicaram que deveria se distrair com algo agradável. Para ele Dahir al-Hindi elaborou o jogo de xadrez. Depois de ter expressado sua alegria pela invenção, o Rei disse: "Peça uma recompensa". Dahir al-Hindi pediu um dirhem (moeda de prata utilizada pelos árabes na Idade Média) para a primeira casa do tabuleiro e que fosse dobrando progressivamente este número a cada uma das casinhas restantes, a que o Rei comentou: "Me assombra que um homem como você, capaz de criar um jogo tão maravilhoso, aceite recompensa tão pequena. Que receba o que pede". Mas quando o assunto chegou aos ouvidos de seu Vizir, este se apresentou diante o Rei e disse: "Precisas saber, oh Rei, que mesmo vivendo mil anos e recolhendo para ti todos os tesouros da Terra, não poderá pagar o que lhe foi pedido. A quantidade queresulta de dobrar o primeiro número para cada uma das casas do tabuleiro resulta em: 18.446.744.073.709.551.615.2
2 PITANGA, Nelson. O ensino de xadrez nas escolas. Disponível em: <www.xadrezdemestre.kit.net>. Acesso em 10 de Out. de 2009.
3
Sendo assim, pode-se salientar que esta lenda já foi contada de muitas
maneiras, trocando os nomes dos protagonistas e até o motivo da recompensa.
Porém, segundo Pitanga (2009), os ancestrais do xadrez provavelmente surgiram a
40 séculos antes desta era, dada a escrita pictórica e escultura, que servem para
iniciar as investigações sobre o jogo.
Conforme o autor anteriormente mencionado, nota-se que foi no último
período da Idade Média, que o jogo recebe sua denominação atual, isto é, o nome
Xadrez propriamente dito. O processo de difusão do jogo ocorre entre os séculos VI
e IX quando chega a Europa com a invasão dos mouros pela península ibérica, Itália
e Grécia. Na Espanha o jogo teve grande desenvolvimento e contou com apoio
oficial. Como consequência da assimilação cultural entre os muçulmanos e os
católicos. Nesta etapa se publica o “Libro de ajedrez”, em 1232, durante o reinado
de Alfonso X, o Sábio, que fora o seu autor.
Segundo Pitanga (2009), a obra mais importante sobre o xadrez na
Idade Média foi o “Códice do mesmo Alfonso X”, Sevilha 1283, cujo original se
conserva no Monastério de Escorial. Também na Espanha aparecem outros livros
de importância para a história do xadrez como o de Lucena (1497) que contém três
movimentos das peças antigas e o livro da “Invención Liberal y del juego de Ajedrez”
dos espanhos Ruy López de Segura.
A Itália contribui, conforme Pitanga (2009), com as obras de Carrera
(1617) e de Greco (1688), que foram os precursores do xadrez moderno. No século
XVII e princípios do século XVIII surgiram outros valores como o árabe Felipe
Stamma (1735), o francês André Danican Philidor (1740), e os italianos Ercole do
Rio, Loky e Ponziani.
De acordo com Silva (2009), para o estudo do Xadrez e sua melhor
compreensão se propõem a divisão de sua história e desenvolvimento em dois
grandes períodos: o antigo e o moderno.
No período antigo, desde sua origem até início do século XVII, quando
se consolida as regras fundamentais e no período moderno que se inicia na
Espanha e compreende de 1600 até os dias de hoje.
Para o entendimento de seu estudo foi necessário dividi-lo em duas
etapas, considerando as características técnicas do jogo. Romântica ou Clássica:
(1600-1886), caracterizada pelos sacrifícios e combinações ao estilo de um dos mais
4
representativos enxadrista desta etapa e Científica: (1886), definida tecnicamente
pelo austríaco Wilhelm Steinitz, que a partir de um estudo profundo da obra de
Morphy e de outros famosos jogadores da etapa anterior, criou as bases para o
estudo do xadrez com critérios formais.
Quanto à sua importância na escola, pode-se dizer, segundo Silva
(2009) que atualmente, o xadrez faz parte do rol das atividades desenvolvidas nas
séries iniciais do Ensino Fundamental e até mesmo no Ensino Médio, em grande
parte das escolas particulares e também nas escolas públicas.
Praticar o jogo é uma maneira eficiente de desenvolver o raciocínio
lógico, a capacidade de memorização, a capacidade de resolução de problemas e
melhorar a concentração e sociabilização de seus praticantes.
Desta maneira, de acordo com Silveira (2009), o Jogo de xadrez nas
escolas tanto para os professores quanto para os alunos é de livre participação.
A intenção na sua utilização concentra-se na idéia de que este
contribuirá para desenvolver habilidades, tais como a memorização e o raciocínio
lógico-dedutivo, com a finalidade de motivar e despertar o interesse dos educandos.
Com o interesse no aprendizado do jogo surge uma nova hipótese
pedagógica, ou seja, o jogo torna-se uma alternativa para a socialização de muitos
jovens evitando a vulnerabilidade e a violência, pois este configura-se como um
excelente exercício de raciocínio que envolve e motiva seus jogadores. Segundo
Cobra (2009)3:
O xadrez é realmente um excelente exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial a memória. O xadrez trabalha a imaginação, memorização, planejamento e paciência. Nas escolas do primeiro mundo, o xadrez já é praticado há décadas, onde os alunos além de todo esse desenvolvimento melhoram muito sua disciplina, relacionamento com as pessoas, respeito às leis, às regras.
Assim, nota-se, segundo Cobra (2009), que muitas pesquisas
educativas relacionadas com o xadrez provam a influência positiva deste jogo sobre
seus praticantes.
3 COBRA, Nuno. Jogar Xadrez Exige Preparo Físico. Disponível em <http://www.fexpar.esp.br/Leituras/nunocobra/QualidadedeVida.htm>. Acesso em 05 de Julho de 2009.
5
Conforme Silva (2009), o ensino de xadrez merece crédito, porque
ensina às crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar
e entender a realidade que se apresenta.
Desta forma, é comum notar crianças fracassando em matemática, por
exemplo, por não entenderem o que o enunciado do problema lhes diz. Não sabem
analisá-lo, aprendem fórmulas de memória; quando encontram textos diferentes não
acham a resposta correta. Logo, em uma época na qual os conhecimentos
ultrapassam em quantidade e a vida é efêmera, uma das melhores lições que a
criança poder aprender na escola é como organizar seu pensamento.
O LÚDICO NO CAMPO EDUCACIONAL
A importância do jogo para o desenvolvimento humano tem sido objeto
de estudo das mais diferentes abordagens.
Segundo Wallon (1994), a criança é um ser social desde o seu
nascimento e proclama os seus processos efetivos que são anteriores a quaisquer
outros tipos de comportamento. Ele defende a afetividade e o movimento como
formas de interação da criança pequena tanto com o mundo físico como social, ou
ainda que, a sociabilidade é a capacidade de trocas sociais que possibilitam
adaptação da criança ao meio social e as trocas sociais, ou seja, as interações são
consideradas como a ação do outro em relação à própria ação.
É através da emoção que a criança adquire ações diferenciadas e
instrumentos intelectuais, capazes de realizar a sua construção e diferenciar-se dos
outros sociais compreendendo a si mesma.
Desta forma, entende-se que os jogos são classificados conforme
funções predominantes funcionais em puramente funcionais, que são jogos
elementares, de ficção, ou jogos simbólicos, que consistem em atividades mais
amplas de interpretação, de aquisição, os que se relacionam com a capacidade de
perceber e compreender, e os de fabricação, que consistem em agrupamento,
combinação, modificação e criação. Segundo Wallon (1994): “Desde o momento em
que uma atividade se torna utilitária e se subordina como meio a um fim, perde a
atração e as características de jogo”. (WALLON, 1994, p. 24).
6
Pode-se dizer que a atividade lúdica foi enfocada sob o ponto de vista
filosófico e suas teorias elaboradas até o presente momento enfatizam elementos
diferentes, o que as tornam úteis para a análise de determinados aspectos
particulares do fenômeno lúdico. Não existe, portanto, uma teoria universalmente
aceita sobre ele.
Por outro lado, verifica-se um movimento crescente visando a
introdução do lúdico em todos os níveis de ensino, pretendendo-se espandi-lo para
além das classes pré-escolares. Não obstante, nenhuma transformação em
profundidade foi absorvida no plano curricular, sendo que o debate em torno das
vantagens e desvantagens desta evolução fazem parte de uma discussão mais
ampla sobre o modo de compreender a natureza do processo educacional
(UNESCO, 1999).4
Em suma, ao que tudo indica, segundo Wallon (1994), é que a
implementação da aprendizagem lúdica no ensino depende da superação do
paradoxo que consiste em adotar o jogo, para mediar uma tarefa concebida no
sentido de atingir objetivos acadêmicos externamente estabelecidos.
O VALOR EDUCATIVO DO XADREZ
Segundo Saviani (1991), na Suíça, o xadrez é utilizado no ensino para
desenvolver várias qualidades, dentre as quais, pode-se destacar a atenção,
concentração, raciocínio lógico-matemático, julgamento, planejamento, imaginação,
antecipação, autocontrole, perseverança, espírito de decisão.
Em uma partida de xadrez, os jogadores efetuam etapas básicas do
raciocínio, definidas por Saviani como: fazer um plano, agrupar as alternativas,
aprofundar progressivamente a investigação, estipular a ordem de investigação,
escolher e tomar a decisão.
Porém, o principal mérito da aprendizagem enxadrística, desde que
adotada ludicamente, repousa no fato de permitir que cada aluno possa progredir
4 UNESCO. O aspecto lúdico da aprendizagem. Disponível em:
<http://www.brasilia.unesco.org/>. Acesso em 10 de Out. de 2009.
7
seguindo seu próprio ritmo e, assim, atender a um dos objetivos primordiais da
educação moderna.
Diversos trabalhos, como de Pitanga (2009) e Silva (2009), entre eles
muitos artigos e reportagens destacam que o Xadrez pode constituir atividade
indicada para um trabalho junto a uma população apresentando dificuldade de
adaptação social.
Ao ser incluído em classes de baixo rendimento escolar, ele funciona
como um suporte pedagógico para que os alunos alcancem a auto-estima essencial
para qualquer processo educativo.
Em vista do fator motivacional subjacente ao ato de jogar xadrez, é
possível favorecer o interesse e a habilidade necessários para o bom desempenho
em outras matérias. Aliás, o xadrez tem se mostrado um excelente instrumento para
o acompanhamento do desenvolvimento cognitivo. Segundo Villar (1998), isto é
particularmente notável no que tange ao ensino de matemática, pois auxilia a
aprendizagem de:
• Aritmética: com a ajuda das noções de troca e valor comparado das peças e de controle das casas.
• Álgebra: graças à representação gráfica do tabuleiro e ao cálculo do índice de performance dos jogadores que pode ser assimilado a um sistema de equações com "n" incógnitas.• Geometria: o movimento das peças introduz as noções de vertical, horizontal, diagonal, entre outros. (VILLAR, 1998, p. 78).
As aplicações do xadrez na área da matemática são bastante vastas e
não necessariamente de nível elementar, pois, entre outras, elas concernem a
análise combinatória, cálculo de probabilidades, estatística, informática, teoria dos
jogos de estratégia.
De acordo com Silveira (2009), do ponto de vista heurístico, um
problema de xadrez pode ser concebido como um problema de matemática. Por
tudo isto, constata-se que a atividade enxadrística é útil para a educação
matemática na medida em que oferece múltiplas possibilidades no campo da
resolução de problemas, além de intermediar para o indivíduo a construção de sua
própria matemática, situando-se assim, entre as abordagens atuais da educação em
geral.
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A INTERDISCIPLINARIDADE DO XADREZ
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais - DCEs5, a
interdisciplinaridade pode ser concretizada pela articulação entre as disciplinas.
Desta forma, é possível pensar em relações interdisciplinares quando conceitos ou
práticas de uma disciplina são incorporadas à discussão do conteúdo de outra ou,
quando, ao abordar o objeto de estudo de uma disciplina específica, estabelecem-se
relações com outras de modo a explicar que elas não são fechadas em si, mas que,
apesar de suas especificidades, tratam de conhecimentos em interfaces.
De acordo com as Diretrizes, o objetivo é proporcionar elementos de
reflexão visando estabelecer relações entre o xadrez e as seguintes áreas:
• Matemática: O xadrez e a matemática são ciências exatas, ambas ricas em
interdisciplinaridade, no qual, diversos conceitos enxadrísticos podem ser
aplicados à matemática. Alguns deles são: estimativa, coordenadas
cartesianas, valores absolutos, noções espaciais e de lateralidade, geometria,
área e perímetro, probabilidade, estatística, problemas de lógica, progressão
geométrica (PG), e vários outros.
• História e Geografia: Como se sabe, o xadrez possui uma longa história. Ele
esteve presente em períodos de transformação histórica, que podem ser
trabalhados articularmente, relacionando-se História geral e Geografia com a
história do desenvolvimento do xadrez. Assim, ao se estudar a expansão
islâmica e as contribuições que os árabes trouxeram à Europa, pode-se
relacioná-las com os excelentes estudos árabes sobre o jogo, e a expansão
territorial e cultural islâmica que levou o xadrez a Europa. Para isso poderá
ser consultado a obra de MURRAY, que oferece ótimo referencial.
• Português: O xadrez ajuda no enriquecimento do vocabulário do aluno, pois
ele conhecerá novas palavras e termos utilizados pelos enxadristas através
da prática e estudo, como por exemplo: “Xeque”, no qual eles conheciam
apenas o “Cheque” escrito “com “ch”, outra palavra nova para eles seria o
5 BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12991:diretrizes-urriculares-cursos-de-graduacao-&catid=323:orgaos-vinculados>. Acesso em 19 de Out. de 2009.
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“Roque” que para eles seriam um estilo musical que é escrito com “ck”,
também outros termos.
Segundo Silveira (2009), atualmente, de acordo com o levantamento
efetuado, o ensino oficial do xadrez escolar está instituído em cerca de 45 países. Já
na Alemanha, os primeiros esforços voltados para a introdução do xadrez nas
escolas datam do século XIX. Em 1985, a Universidade Schiller de Jena criou um
curso facultativo com duração de um ano. Os diplomados podem em seguida dirigir
os clubes escolares de xadrez.
O autor menciona que na Argentina, os 18.000 alunos cursando as 4ª,
5ª e 6ª séries do Estado de Santa Fé recebem um ensino obrigatório de xadrez,
sancionado por decreto-lei.
Conforme Silveira (2009), no Canadá, o Ministério da Educação
aprovou, em 1984, o programa "Defi-mathématique", composto por seis projetos,
dentre os quais "Échecs et Maths". Desta maneira, o xadrez encontra-se integrado
ao programa de matemática, no qual uma hora semanal é reservada para o ensino e
prática deste esporte. Mais de 45.000 alunos são beneficiados por esta iniciativa.
A partir de 1975, a Universidade Louis Pasteur propõe aos alunos um
ensino sobre os aspectos culturais, científicos e técnicos do xadrez. Desde 1976, o
Ministério da Educação da França apóia sua utilização pedagógica nas escolas,
atendendo, assim, mais de 200.000 estudantes do pré-primário à universidade.
Uma resolução do Ministério da Educação da Holanda, autorizando a
inclusão do xadrez como esporte escolar no currículo de 1º grau durante meia hora
semanal, atinge atualmente cerca de 300.000 estudantes.
A Universidade Técnica de Budapeste, Hungria, organiza cursos de
xadrez a partir de 1987.
Villa (1998) menciona que desde 1943, uma Associação para o Ensino
de Xadrez está instalada em Londres. Na Inglaterra, o xadrez é ensinado na escola,
fora do horário de aula, o que o caracteriza como uma atividade desenvolvida em
meio periescolar, isto é, inserindo-se no espaço institucional, mas não integrando o
currículo.
Na Rússia, em 1966, foi criada a Faculdade de Xadrez no Instituto
Central de Educação Física de Moscou. Após quatro anos de estudos sobre a teoria,
10
a pedagogia e a psicologia do xadrez e do esporte, os estudantes tornam-se
professores no secundário.
Nota-se que no Brasil, segundo Villar (1998), a primeira iniciativa em
favor do ensino e da prática do xadrez escolar data de 1935. De lá para cá, tais
experiências multiplicaram-se e diversificaram-se. O quadro atual indica que o
xadrez vem sendo gradativamente admitido no campo da educação, predominando
como atividade periescolar. Recentemente, em prol da difusão do xadrez nas
escolas, o MEC publicou uma cartilha distribuída gratuitamente em cerca de 1.500
municípios do país (VILLAR, 1998).
Segundo Villar (1998), através do jogo de xadrez, desenvolvem-se na
criança diversos aspectos, como:
• Aspecto Cognitivo: Por ser onde o praticante constantemente necessita
realizar exercício de análise de posições, raciocínio e memorização de
possibilidades existentes, julgamento e síntese de todas as análises feitas
para decidir a melhor solução entre muitas que se apresentam. É uma
atividade de grande exercício mental, permitindo o desenvolvimento de
fatores essenciais ao domínio cognitivo: raciocínio lógico, concentração,
associação de idéias e memória.
• Criatividade: Sendo um jogo de múltiplas possibilidades e situações
semelhantes de pura estratégia (há pessoas que comparam o jogo de xadrez
à estratégia militar), permite ao aluno o desenvolvimento das seguintes
características da personalidade criadora: originalidade; capacidade de
renovação e de adaptação à realidade, envolvendo a realização para
objetivos orientados e solução de problemas, persistência nas atividades
visando o desenvolvimento, avaliação e elaboração de idéias originais.
• Aspecto Psicológico: O jogo de xadrez, por sua natureza lúdica e com
característica de ser um jogo de combate (dois exércitos em luta), envolve
seu praticante numa atmosfera de liderança e tomada de decisões a cada
lance executar, permitindo o desenvolvimento das qualidades de auto-
confiança, liderança e gerenciamento, fatores esses importantíssimos para a
auto-realização do individuo e essenciais ao sucesso.
• Aspecto Social: Por ser um jogo que permite o diálogo constante, pois cada
lance é um questionamento e cada resposta é um resultado, ou seja, o
11
feedback, a realimentação da comunicação (embora não verbal), a criança
aprende: a se relacionar com outra pessoa; a respeitar os pontos de vista do
seu oponente; a aceitar a derrota ou mesmo a vitória como situações comuns
do cotidiano; a compreender e aceitar sua posição no grupo, facilitando assim
a melhor e maior integração no contexto social.
Portanto, o Jogo de Xadrez nas escolas poderá colaborar para que as
escolas se tornem mais atraentes motivando mais a atuação dos alunos. Como um
tabuleiro e um jogo de peças têm custo reduzido e muita durabilidade, terá longa
duração e muito contribuirá para o processo de ensino-aprendizagem. Desta forma,
esta nova alternativa educacional poderá configurar-se como excelente meio de
recreação e de formação do caráter dos jovens.
MATERIAIS E MÉTODOS
Segundo Ariés (2003), a metodologia configura-se como sendo uma
dimensão muito importante do processo de investigação e deve ser utilizada com o
objetivo de levar a investigação a dados concretos, ou seja, procurar dar resposta à
pergunta de investigação.
Deste modo, para efetuar a pesquisa, foi utilizado a pesquisa
bibliográfica, a qual auxiliou no suporte teórico do tema e a pesquisa de campo, que
foi exploratória proporcionando maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Foram realizadas 10 perguntas que pediam respostas objetivas, para
uma população de 106 alunos, os quais integram duas 5ª séries “B” e duas 5ª séries
“C”, do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Júlia H. de Souza. Logo, foram
analisados levantamentos bibliográficos; entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema estudado; análise de exemplos que
estimularam a compreensão.
A pesquisa foi realizada em 10 aulas marcadas nos respectivos dias: 3,
5, 10, 12, 17, 19, 24, 26, 31 de maio de 2010 e dia 2 de junho de 2010. Nestes dias
os alunos puderam através de 4 diferentes jogos: “O Gato e o Rato”, “Batalha
12
Naval”, “o Jogo da Velha” e a “Batalha dos Peões” aprender a prática do xadrez,
bem como conhecer de maneira concreta as peças e tabuleiro do mesmo.
Finalmente foi realizado o Pós-teste, fotografado o tabuleiro com todos
os movimentos de peças com suas respectivas movimentações, todos os lances
especiais, também os tipos de empates e registrado os lances ou jogadas. O estudo
foi colocado no Power Point, e gravação em Pen Drive para a TV multimídia.
ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise de dados foi realizada uma pesquisa onde foram
entrevistados um total de 106 alunos, estudantes da 5ª série do Ensino Fundamental
do Colégio Júlia H. de Souza do município de Pitanga/PR. Destes, 44 estudam na 5ª
série “B”, divididos em duas salas, uma com vinte alunos e outra com vinte e quatro.
Na 5ª série “C” estudam 62 alunos também divididos em duas turmas com trinta e
um alunos cada.
A estes estudantes foram feitas dez diferentes afirmações em relação
ao jogo de xadrez, as quais envolviam a parte técnica do mesmo, com o objetivo de
identificar se os mesmos conheciam o jogo, bem como as peças que o compõe. Os
alunos tinham cinco alternativas, das quais poderiam optar objetivamente o que
acreditavam ser correto.
A primeira afirmação foi com relação ao tabuleiro de Xadrez, na qual
mencionou-se: “O tabuleiro de Xadrez tem 64 casas”. Dos entrevistados obteu-se as
seguintes respostas:
13
GRÁFICO 1 – PRÉ – TESTE 5ª SÉRIE “B”
0
2
4
6
8
10
12
Estácerto etenhocerteza
Achoque está
certo
Não sei Achoque estáerrado
Estáerrado etenhocerteza
O Tabuleiro de xadrez tem 64casas
Ganha o jogo quem capturar o reido adversário?
O jogador que está com as peçaspretas é quem começa o jogo?
No jogo de Xadrez cada jogadortem 16 peças?
A única peça no Xadrez que nãoana para trás é o peão
O cavalo pode pular outras peçasno jogo de Xadrez?
Com uma peça, um jogadorconsegue capturar o rei doadversário?
No Xadrez convencional um jogopode durar até quatro horas?
O Jogo de Xadrez pode terminarempatado?
A dama pode andar só uma casaem qualquer direção?
Fonte: A Pesquisa
14
TABELA 1 – PRÉ – TESTE 5ª SÉRIE “B
Perguntas A B C D E
O Tabuleiro de Xadrez tem 64 casas? 7 4 11 0 3
Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário? 12 3 6 2 2
O jogador que está com as peças pretas é quem começa o jogo?
3 4 8 2 8
No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças? 8 6 8 1 2
A única peça no Xadrez que não anda para trás é o peão? 12 5 7 1 0
O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez? 9 4 5 4 3
Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do adversário?
9 2 8 2 4
No Xadrez convencional um jogo pode durar até 4 horas? 8 6 10 0 1
O jogo de Xadrez pode terminar empatado? 6 5 7 2 5
A dama pode andar só uma casa em qualquer direção? 2 3 9 3 8
A - Está certo e tenho certeza B - Acho que está certo C - Não seiD- Acho que está errado E - Está errado e tenho certeza
15
GRÁFICO 2 – PÓS – TESTE 5ª SÉRIE “B”
0
5
10
15
20
25
Estácerto etenhocerteza
Achoque está
certo
Não sei Achoque estáerrado
Estáerrado etenhocerteza
O Tabuleiro de xadrez tem 64casas
Ganha o jogo quem capturar o reido adversário?
O jogador que está com as peçaspretas é quem começa o jogo?
No jogo de Xadrez cada jogadortem 16 peças?
A única peça no Xadrez que nãoana para trás é o peão
O cavalo pode pular outras peçasno jogo de Xadrez?
Com uma peça, um jogadorconsegue capturar o rei doadversário?
No Xadrez convencional um jogopode durar até quatro horas?
O Jogo de Xadrez pode terminarempatado?
A dama pode andar só uma casaem qualquer direção?
Fonte: A Pesquisa
16
TABELA 2 – PÓS – TESTE 5ª SÉRIE “B”
Perguntas A B C D E
O Tabuleiro de Xadrez tem 64 casas? 21 3 1 0 0
Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário? 23 2 0 0 0
O jogador que está com as peças pretas é quem começa o jogo?
0 0 0 4 21
No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças? 15 8 1 1 0
A única peça no Xadrez que não anda para trás é o peão? 21 3 0 0 1
O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez? 23 1 0 0 1
Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do adversário?
4 0 5 7 9
No Xadrez convencional um jogo pode durar até 4 horas? 17 5 2 0 1
O jogo de Xadrez pode terminar empatado? 16 4 0 2 3
A dama pode andar só uma casa em qualquer direção? 14 8 2 0 1
A - Está certo e tenho certeza B - Acho que está certo C - Não sei D- Acho que está errado E - Está errado e tenho certeza
Através da pesquisa pode-se constatar que no Pré-teste aplicado á 5ª
série “B” do período da manhã, os resultados obtidos foram os seguintes.
Na pergunta o tabuleiro de xadrez tem 64 casas, no pré-teste 7 alunos
responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 21 alunos responderam; 4 alunos
responderam: “acho que está certo” no pré-teste, no pós-teste somente 3 alunos. 11
alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que somente 1 no pós-teste.
Nenhum respondeu “Acho que está errado” tanto no pré-teste quanto no pós-teste.
Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 3 no pré-teste e nenhum no pós-
teste.
Na pergunta: “Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário”, no pré-
teste 12 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 23 alunos
responderam; 3 alunos responderam: “Acho que está certo” no pré-teste, no pós-
teste somente 2 alunos. 6 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto
que nenhum no pós-teste. “Acho que está errado” 2 no pré-teste e nenhum no pós-
teste. Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 2 no pré-teste e nenhum no
pós-teste.
Na pergunta: “O jogador que está com as peças pretas é quem começa
o jogo?”, no pré-teste 3 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste,
17
nenhum aluno; 4 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, no pós-
teste nenhum aluno. 8 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que
nenhum no pós-teste. “Acho que está errado” 2 alunos responderam no pré-teste e 4
no pós-teste. Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 8 no pré-teste e 21
no pós-teste.
Na pergunta: “No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças?”, no pré-
teste 8 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 15 alunos; 6 alunos
responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 8 no pós-teste. 8 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 1 no pós-teste. “Acho que está
errado” 1 aluno respondeu no pré-teste e 1 no pós-teste. Quanto à resposta: “Está
errado e tenho certeza” 2 no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Na pergunta: “A única peça no Xadrez que não anda para trás é o
peão?”, no pré-teste 12 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 21
alunos; 5 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 3 no pós-teste.
7 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste.
“Acho que está errado” 1 aluno respondeu no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” nenhum no pré-teste e 1 no pós-
teste.
Na pergunta: “O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez?”,
no pré-teste 9 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 23 alunos; 4
alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 1 no pós-teste. 5 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste. “Acho
que está errado” 4 alunos respondeu no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 3 alunos no pré-teste e 1 no pós-teste.
Na pergunta: “Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do
adversário?”, no pré-teste 9 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 4
alunos; 2 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e nenhum no pós-
teste. 8 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 5 no pós-teste.
“Acho que está errado” 2 alunos responderam no pré-teste e 7 no pós-teste. Quanto
à resposta: “Está errado e tenho certeza” 4 alunos no pré-teste e 9 no pós-teste.
Na pergunta: “No Xadrez convencional um jogo pode durar até quatro
horas?”, no pré-teste 8 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 17
alunos; 6 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 5 no pós-teste.
18
10 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 2 no pós-teste. “Acho
que está errado” nenhum aluno respondeu no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 1 no pré-teste e 1 no pós-teste.
Na pergunta: “O jogo de Xadrez pode terminar empatado?”, no pré-
teste 6 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 16 alunos; 5 alunos
responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 4 no pós-teste. 7 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste. “Acho
que está errado” 2 alunos responderam no pré-teste e 2 no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 5 no pré-teste e 3 no pós-teste.
Na pergunta: “A dama pode andar só uma casa em qualquer direção?”,
no pré-teste 2 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 14 alunos; 3
alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 8 no pós-teste. 9 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 2 no pós-teste. “Acho que está
errado” 3 alunos responderam no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 8 no pré-teste e 1 no pós-teste.
Chegou-se a conclusão que a diferença entre a aplicação do pré-teste
e do pós-teste revela que os alunos conseguiram assimilar e entender as regras e os
procedimentos do jogo de Xadrez, contribuindo para a aprendizagem dos mesmos.
19
GRÁFICO 3 – PRÉ – TESTE 5ª SÉRIE “C”
0
5
10
15
20
25
Estácerto etenhocerteza
Achoque estácerto
Não sei Achoque estáerrado
Estáerrado etenhocerteza
O Tabuleiro de xadrez tem 64casas
Ganha o jogo quem capturar o reido adversário?
O jogador que está com as peçaspretas é quem começa o jogo?
No jogo de Xadrez cada jogadortem 16 peças?
A única peça no Xadrez que nãoana para trás é o peão
O cavalo pode pular outras peçasno jogo de Xadrez?
Com uma peça, um jogadorconsegue capturar o rei doadversário?
No Xadrez convencional um jogopode durar até quatro horas?
O Jogo de Xadrez pode terminarempatado?
A dama pode andar só uma casaem qualquer direção?
Fonte: A Pesquisa
20
TABELA 3 – PRÉ – TESTE 5ª SÉRIE “C”
Perguntas A B C D E
O Tabuleiro de Xadrez tem 64 casas? 18 7 2 2 2
Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário? 23 4 1 2 1
O jogador que está com as peças pretas é quem começa o jogo?
0 2 7 9 13
No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças? 11 5 8 3 4
A única peça no Xadrez que não anda para trás é o peão? 14 10 5 0 2
O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez? 18 3 4 3 3
Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do adversário?
5 5 7 8 6
No Xadrez convencional um jogo pode durar até 4 horas? 10 9 9 1 2
O jogo de Xadrez pode terminar empatado? 2 2 12 6 9
A dama pode andar só uma casa em qualquer direção? 5 1 10 4 11
A - Está certo e tenho certeza B - Acho que está certo C - Não seiD- Acho que está errado E - Está errado e tenho certeza
21
GRÁFICO 4 – PÓS – TESTE 5ª SÉRIE “C”
0
5
10
15
20
25
30
Estácerto etenhocerteza
Achoque estácerto
Não sei Achoque estáerrado
Estáerrado etenhocerteza
O Tabuleiro de xadrez tem 64casas
Ganha o jogo quem capturar o reido adversário?
O jogador que está com as peçaspretas é quem começa o jogo?
No jogo de Xadrez cada jogadortem 16 peças?
A única peça no Xadrez que nãoana para trás é o peão
O cavalo pode pular outras peçasno jogo de Xadrez?
Com uma peça, um jogadorconsegue capturar o rei doadversário?
No Xadrez convencional um jogopode durar até quatro horas?
O Jogo de Xadrez pode terminarempatado?
A dama pode andar só uma casaem qualquer direção?
Fonte: A Pesquisa
22
TABELA 4 – PÓS – TESTE 5ª SÉRIE “C”
Perguntas A B C D E
O Tabuleiro de Xadrez tem 64 casas? 24 5 2 0 0
Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário? 28 3 0 0 0
O jogador que está com as peças pretas é quem começa o jogo?
0 0 0 8 23
No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças? 25 6 0 0 0
A única peça no Xadrez que não anda para trás é o peão? 16 7 3 2 3
O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez? 25 4 1 0 1
Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do adversário?
6 4 2 9 10
No Xadrez convencional um jogo pode durar até 4 horas? 18 11 2 0 0
O jogo de Xadrez pode terminar empatado? 24 6 0 0 1
A dama pode andar só uma casa em qualquer direção? 13 12 0 1 5
A - Está certo e tenho certeza B - Acho que está certo C - Não sei D- Acho que está errado E - Está errado e tenho certeza
Através da pesquisa pode-se constatar que no Pré-teste aplicado á 5ª
série “C” do período da manhã, os resultados obtidos foram os seguintes:
Na pergunta: “O tabuleiro de xadrez tem 64 casas?” No pré-teste 18
alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 24 alunos responderam; 7
alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, no pós-teste somente 5
alunos. 2 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 2 no pós-teste.
2 responderam “Acho que está errado” no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto
à resposta: “Está errado e tenho certeza” 2 no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Na pergunta: “Ganha o jogo quem capturar o rei do adversário”, no pré-
teste 23 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 28 alunos
responderam; 4 alunos responderam: “Acho que está certo” no pré-teste, no pós-
teste somente 7 alunos. 1 aluno respondeu: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que
nenhum no pós-teste. “Acho que está errado” 2 no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 1 no pré-teste e nenhum no pós-
teste.
Na pergunta: “O jogador que está com as peças pretas é quem começa
o jogo?”, no pré-teste nenhum respondeu ter certeza que sim e nenhum no pós-
23
teste. 2 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, no pós-teste
nenhum aluno. 7 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que
nenhum no pós-teste. “Acho que está errado” 9 alunos responderam no pré-teste e 8
no pós-teste. Quanto à resposta: “Está errado e tenho certeza” 13 no pré-teste e 23
no pós-teste.
Na pergunta: “No jogo de Xadrez cada jogador tem 16 peças?”, no pré-
teste 11 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 25 alunos; 5 alunos
responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 6 no pós-teste. 8 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste. “Acho
que está errado” 3 alunos responderam no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto
à resposta: “Está errado e tenho certeza” 4 no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Na pergunta: “A única peça no Xadrez que não anda para trás é o
peão?”, no pré-teste 14 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 16
alunos; 10 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 7 no pós-teste.
5 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 3 no pós-teste. “Acho
que está errado” nenhum aluno respondeu no pré-teste e 2 no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 2 no pré-teste e 3 no pós-teste.
Na pergunta: “O cavalo pode pular outras peças no jogo de Xadrez?”,
no pré-teste 18 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 25 alunos; 3
alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 4 no pós-teste. 4 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 1 no pós-teste. “Acho que está
errado” 3 alunos respondeu no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto à resposta:
“Está errado e tenho certeza” 3 alunos no pré-teste e 1 no pós-teste.
Na pergunta: “Com uma peça, um jogador consegue capturar o rei do
adversário?”, no pré-teste 5 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 6
alunos; 5 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 4 no pós-teste.
7 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 2 no pós-teste. “Acho
que está errado” 8 alunos responderam no pré-teste e 9 no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 6 alunos no pré-teste e 10 no pós-teste.
Na pergunta: “No Xadrez convencional um jogo pode durar até quatro
horas?”, no pré-teste 10 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 18
alunos; 9 alunos responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 11 no pós-teste.
9 alunos responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que 2 no pós-teste. “Acho
24
que está errado” 1 aluno respondeu no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 2 no pré-teste e nenhum no pós-teste.
Na pergunta: “O jogo de Xadrez pode terminar empatado?”, no pré-
teste 2 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 24 alunos; 2 alunos
responderam: “acho que está certo” no pré-teste, e 6 no pós-teste. 12 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste. “Acho
que está errado” 6 alunos responderam no pré-teste e nenhum no pós-teste. Quanto
à resposta: “Está errado e tenho certeza” 9 no pré-teste e 1 no pós-teste.
Na pergunta: “A dama pode andar só uma casa em qualquer direção?”,
no pré-teste 5 alunos responderam ter certeza que sim, no pós-teste, 13 alunos; 1
aluno respondeu: “acho que está certo” no pré-teste, e 12 no pós-teste. 10 alunos
responderam: “Não sei”, no pré-teste, enquanto que nenhum no pós-teste. “Acho
que está errado” 4 alunos responderam no pré-teste e 1 no pós-teste. Quanto à
resposta: “Está errado e tenho certeza” 11 no pré-teste e 5 no pós-teste.
Assim, como na análise anterior os gráficos demonstraram que a
diferença entre a aplicação do pré-teste e do pós-teste revelaram que os alunos
conseguiram assimilar e entender as regras e os procedimentos do jogo de Xadrez,
contribuindo para a aprendizagem dos mesmos.
25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tomando como base o estudo analisado no decorrer deste período,
pode-se observar que a prática do xadrez é pouco explorada nas escolas, por não
se traduzir como um jogo onde utiliza-se o corpo, mas sim a concentração.
Assim sendo, muitas vezes os docentes de Educação Física, deixam
este esporte de lado não fazendo o uso necessário para o mesmo.
Entende-se o xadrez, mais do que um esporte, mas uma tarefa que
merece dedicação e esforço para desempenhá-la, independentemente da idade.
Além disso, configura-se como sendo de baixo custo, uma vez que é necessário
apenas um tabuleiro e suas peças.
Pode-se verificar ainda a importância do jogo como uma ferramenta
pedagógica, pois auxilia na questão do raciocínio influenciando os alunos a
analisarem e interpretarem cada passo dado. Isto acontece com frequência na
disciplina de Matemática, onde o raciocínio e a atenção são fatores primordiais.
Logo, o xadrez também serve como interdisciplinariedade.
Com base na pesquisa analisou-se que os alunos apreciam o xadrez,
porém, não o praticam frequentemente na escola. O conhecimento dos mesmos
pode ser evidenciado pelas alternativas escolhidas frente às afirmações proprostas.
Constata-se, assim, que através do jogo de xadrez foi possível
desenvolver a capacidade de atenção, memória, raciocínio lógico, inteligência e
imaginação, favorecendo a assimilação das características do jogo para a
contribuição com o desenvolvimento intelectual, moral e ético da personalidade e
sua capacidade de raciocínio. Ainda, o pré-teste e o pós-teste revelaram-se de
grande utilidade, uma vez que os alunos demonstraram grande conhecimento
posterior à prática.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12991:diretrizes-urriculares-cursos-de-graduacao-&catid=323:orgaos-vinculados>. Acesso em 19 de Out. de 2009.
COBRA, Nuno. Jogar Xadrez Exige Preparo Físico. Disponível em <http://www.fexpar.esp.br/Leituras/nunocobra/QualidadedeVida.htm>. Acesso em 05 de Julho de 2009.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
PITANGA, Nelson. O ensino de xadrez nas escolas. Disponível em: <www.xadrezdemestre.kit.net>. Acesso em 10 de Out. de 2009.
PUSCHKIN, V. N. Heurística: a ciência do pensamento criador. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
SILVA, Wilson da. Curso de xadrez básico. Disponível em: <http://www.cex.org.br>. Acesso em 11 de Out. de 2009.
SILVEIRA, Rogério Zanon da. Projeto para ensino de xadrez nas escolas e clubes. Disponível em: <WWW.fesx.com/escola.htm#progsur>. Acesso em 14 de Out. de 2009.
TIRADO, Augusto. Meu primeiro livro de xadrez: curso para escolares. 2. Ed. Curitiba: Expoente, 1995.
UNESCO. O aspecto lúdico da aprendizagem. Disponível em: <http://www.brasilia.unesco.org/>. Acesso em 10 de Out. de 2009.
VILLAR, Marques de Sá. Xadrez: cartilha. Brasília: MEC, 1998.
WALLON, Henri. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Editora Estampa, 1975.
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