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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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LLEEIITTUURRAA VVIIVVAA NNAA EESSCCOOLLAA

FFÁÁBBUULLAASS

UUnniiddaaddee DDiiddáátt iiccaa

TUNEIRAS DO OESTE

2010

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EEssttrruuttuurraa OOrrggaanniizzaacciioonnaall GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO DE CIANORTE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

AAuuttoorr iiaa ROSEMAR ULIANA

(PROFESSORA PDE) TANIA BRAGA GUIMARÃES

(ORIENTADORA)

ÁÁrreeaa ddee AAttuuaaççããoo LÍNGUA PORTUGUESA

TUNEIRAS DO OESTE

2009

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................

1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..............................................................................

2 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO ......................................................................

2.1 VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA A PALAVRA FÁBULAS? ..............................

2.2 OS FABULISTAS ...............................................................................................

2.3 DE ONDE VÊM AS FÁBULAS? .........................................................................

2.4 CARACTERÍSTICAS DAS FÁBULAS ................................................................

3 O QUE SÃO GÊNEROS TEXTUAIS? ..................................................................

3.1 TEXTO 1 ............................................................................................................

3.1.1 A Cigarra e a Formiga ...................................................................................

3.1.2 Quem foi Esopo? ..........................................................................................

3.2 TEXTO 2 ............................................................................................................

3.2.1 A Cigarra e a Formiga ...................................................................................

3.2.2 Quem foi Jean de La Fontaine? ...................................................................

3.3 TEXTO 3 ............................................................................................................

3.3.1 A Cigarra e a Formiga ...................................................................................

3.3.2 Ruth Rocha é Imortal da Academia Paulista ..................................................

3.4 TEXTO 4 ............................................................................................................

3.4.1 Sem Barra (José Paulo Paes) ......................................................................

3.5 TEXTO 5 ............................................................................................................

3.5.1 A Cigarra e a Formiga (A Formiga Boa) ......................................................

4 SUGESTÕES DE ATIVIDADES ...........................................................................

4.1 LEITURA DE FÁBULAS .....................................................................................

4.2 DEFININDO A FÁBULA .....................................................................................

4.3 DESCOBRINDO SIGNIFICADOS JUNTO AO DICIONÁRIO ............................

4.4 ESTABELECENDO VALORES ..........................................................................

4.5 LEITURA DRAMATIZADA DA FÁBULA “A CIGARRA E A FORMIGA” ............

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4.6 TRABALHANDO A ESTRUTURA DO TEXTO..................................................

4.7 COMPARANDO AS VERSÕES DE UMA MESMA FÁBULA .............................

4.8 ESCREVENDO UM BILHETE OU UMA CARTA ...............................................

4.9 MUDANDO O FINAL DA HISTÓRIA ..................................................................

4.10 REFABULANDO E ILUSTRANDO ...................................................................

4.11 ORGANIZANDO UMA COLETÂNEA DE FÁBULAS .......................................

5 SUGESTÕES DE VÍDEOS....................................................................................

REFERÊNCIAS .......................................................................................................

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RESUMO

O projeto “Leitura Viva na Escola” será desenvolvido nas quintas séries de forma lúdica, com o objetivo de resgatar o gosto pela leitura, sendo construídas atividades diversificadas que incentivem a ler e, posteriormente, a escrever, uma vez que ambas caminham juntas. Assim, pretende-se que a sala de aula saia do ambiente tradicional, repetitivo e monótono, associado a um perfil de aluno permanecendo quase sempre desanimado e desinteressado ao conteúdo do professor. Logo, o foco principal será a realidade que o educando traz, ou seja, seu conhecimento prévio, para, posteriormente, desenvolver uma metodologia diversificada, transformar a escola em um ambiente agradável, significativo, de construção de saberes e conhecimentos para o cotidiano do aluno. Este projeto é voltado para a leitura e a escrita, pois muitos dos alunos não gostam de ler e sucessivamente de escrever, sendo que ocorrem altos índices de evasão e reprovação escolar - problema presente em todas as disciplinas do ensino fundamental e médio e não somente na disciplina de língua portuguesa. Por isso, este trabalho será interdisciplinar, para que “todos” possam trabalhar numa prática pedagógica, possibilitando ao aluno uma aprendizagem de forma consistente, com criticidade em seu espaço social, pois sabemos que, por vezes, o aprendizado fora dos limites da instituição escolar é mais motivador e a linguagem da escola nem sempre é a do aluno, resultando em uma redução na clientela escolar. Com este projeto, busca-se envolver ao ler, após, desenhar, parodiar, construir poesias, livrinhos, apresentar teatros, organizando mural, enfim, tudo que for enriquecedor e criativo para melhoria da leitura e da escrito no processo ensino-aprendizagem. Palavras-chave : Criatividade; Escola; Incentivo; Interdisciplinaridade; Leitura.

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1 INTRODUÇÃO

Por mais que o ensino no Brasil tenha evoluído e venha sendo muito discutida à

questão da leitura e da escrita, precisa-se ainda de técnicas diferenciadas, por parte de

alguns educadores, para que a linguagem seja vista e entendida como uma prática

social, assim como uma forma de interlocução entre sujeitos, que a utilizam oralmente e

por escrito para a produção de sentidos, não deixando de vivenciá-la em textos reais

dentro dos diversos tipos de gêneros utilizados no dia a dia na sala de aula.

Assim, o enfoque problematizado neste projeto de intervenção pedagógica é a

questão da maioria dos alunos não gostar de ler e sucessivamente de escrever, fato

este vivenciado na prática pedagógica como professora, sendo que este está se

tornando um problema que vem afetando todas as disciplinas da educação básica do

ensino fundamental e médio.

Logo, cabe à escola realizar um trabalho interdisciplinar com os profissionais da

educação, numa ação pedagógica que leve o educando a interagir com a sociedade

num trabalho voltado para a leitura e a escrita. Com isso, o professor possivelmente

tornará a sala de aula um ambiente agradável, significativo, lúdico e prazeroso, a partir

do momento em que o processo de ensino e de aprendizagem passa a ser centrado em

situações inovadoras, ou seja, desenvolvido numa perspectiva sociointeracionista de

língua. Assim, compreende-se a língua que é constituída pela leitura e produção, com o

intuito de formar sujeitos históricos autônomos, de espírito crítico e criativo,

proporcionado ao educando ferramentas para que ele mantenha-se informado e

procurar participar cada vez mais da comunidade a qual está inserido, num espaço

aberto à liberdade.

A sala de aula é comumente identificada como um ambiente tradicional,

monótono e repetitivo, associado a um perfil de aluno que quase sempre permanece

desanimado e praticamente desinteressado ao conteúdo que o professor vai

desenvolver, não gostando de ler e muito menos escrever. Partindo dessa constatação

que encontramos em nosso cotidiano de trabalho como professores, podemos fazer os

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seguintes questionamentos: por que os alunos não gostam de ler e escrever nas quintas

séries inicial no Colégio Estadual Duque de Caxias, Ensino Fundamental e Médio? Será

possível formar um leitor literário na escola, ou devemos repensar esse objeto para

outros mais plausíveis no contexto social e econômico em que vivemos? Quais as

condições de a escola, de fato, não estarem promovendo o ensino de qualidade, ou

ensino efetivo na leitura na escola?

Após esta problematização desenvolveremos esse projeto a fim de que possa

levar o educando a interagir com a sociedade, pois um contexto social em constantes

mudanças e transformações como esta, o conhecimento deve ser mais flexível para que

juntos professor e aluno possam acompanhar as mudanças ocorridas também na

aprendizagem.

Assim, o objetivo desta pesquisa, é desenvolver uma metodologia diferenciada

para poder transformar a escola em um ambiente agradável, significativo e de

construção de saberes e conhecimentos para o dia a dia do aluno. Logo, o foco principal

deste projeto é voltado para a leitura e a escrita, pois o mesmo será desenvolvido numa

filosofia voltada para a prática real, através de uma concepção intertextual,

interdisciplinar e com um espaço aberto à liberdade, para que o educando possa

vivenciar a prática da leitura de livros do gênero textual fábula de forma viva. Uma vez

que, a função primordial da escola é a de propiciar aos alunos caminhos para que eles

aprendam de forma consistente, possibilitando a criticidade em seu espaço social,

porque o aprendizado fora dos limites da instituição escolar, às vezes é muito mais

prazeroso e motivador e a linguagem da escola nem sempre é a do aluno, resultando

uma redução na clientela escolar.

As Diretrizes afirmam que,

No processo ensino-aprendizagem, é importante ter claro que quanto maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais possibilidades se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões de mundo. A ação pedagógica referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações (PARANÁ, 2008, p. 55).

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Segundo Freire (1988), o professor deve procurar sempre estimular a oralidade

dos alfabetizando nos debates, no relato de estórias, nas análises dos fatos e desafiá-

los a que comecem também a escrever.

Então, a partir deste projeto de intervenção pedagógica, pretende-se resgatar o

gosto pela leitura e escrita através do gênero fábula, após leitura das fábulas, os alunos

farão apresentação em teatros, paródias, poesias, desenhos, construção de livros,

exposição em mural, com síntese e contextualização com sua realidade.

1.1 OBJETIVO GERAL

Promover a leitura do gênero fábulas.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Proporcionar a leitura de textos literários;

• Realizar a leitura do gênero fábulas;

• Contextualizar autores e versões;

• Recontar as fábulas em forma de oficinas por meio de textos diversos, em

forma de poesia, paródia, dramatização, síntese, desenhos e construção de

livros;

• Contextualizar a moral da fábula com a realidade do aluno.

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2 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

Neste momento, o professor vai apresentar aos alunos da quinta série, o

significado da palavra fábulas por meio da oralidade, logo após, os mesmos irão

pesquisar no dicionário o que significa a palavra fábulas e transcrever para o caderno o

que pesquisou. Em seguida, o professor vai pedir para dois ou três alunos ler para

todos da sala sobre o resultado da palavra pesquisada.

2.1 VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA A PALAVRA FÁBULAS?

Segundo o dicionário Aurélio, fábula significa:

Fábula: substantivo feminino singular;

Fábula: é uma narração breve cujas personagens via de regra são animais que

pensam, agem e sentem como os seres humanos. Esta narrativa tem por objetivo

transmitir uma lição de moral.

Do latim fábula, fabulari: falar, contar, oralmente, o termo corresponde ao grego

mythos: mito, coisa inventada, imaginada.

Fábulas são narrativas curtas, de caráter crítico, que expõem fatos da vida, é

uma das mais antigas maneiras de se contar uma história. Surgida no Oriente e

desenvolvida por um escravo chamado Esopo. O autor grego Esopo usava muitos

bichos como personagens de suas fábulas, como tartarugas, lebres, raposas, formigas,

cigarras e outros. Ele inventava histórias entre os bichos por meio de diálogos em que

os animais eram personagens. Através das situações que os envolviam, Esopo

procurava transmitir em suas histórias sabedoria de caráter moral ao homem, criticando

os valores da sociedade de sua época, para mostrar o que é certo e o que é errado.

Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem. Exemplo:

O leão representa a força;

A raposa representa a astúcia;

A formiga representa o trabalho;

A cigarra representa o lazer.

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Agora, os alunos passarão a conhecer os principais fabulistas de origem

americana e brasileira por meio de um quadro sinopse, contendo o nome do autor,

dia em que nasceu e/ou morreu, sua origem, exemplos de algumas obras e uma

pequena síntese.

2.2 OS FABULISTAS

1 – ESOPO: Célebre fabulista grego (+/- 620 a.C.)

2 – LA FONTAINE : Fabulista francês (1621 – 1695)

3 – CHARLES PERRAULT : Fabulista francês (1628 – 1703)

4 – IRMÃOS GRIMM: Fabulista alemão (1785 -1863)

5 – HANS CHRISTIAN ANDERSEN : Célebre poeta dinamarquês (1805 – 1875)

6 – MONTEIRO LOBATO : Expoente brasileiro (1882 – 1948)

7 – José Paulo Paes : Escritor brasileiro (1926 – 1988)

8 – Ruth Rocha: Escritora brasileira (1931)

9 – Ziraldo : Escritor brasileiro (1932)

10 – Ana Maria Machado : Escritora brasileira (1942)

Esopo +/- 620 a.C.

Grego *A lebre e a tartaruga; *O galo e a raposa; *O vento e o sol...

Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Trácia, região da Ásia Menor, tornando-se escravo na Grécia. Outro historiador, Heráclites do Ponto, afirma ser o roubo de um objeto sagrado a causa da morte do fabulista. Como era costume no caso de sacrilégios, Esopo teria sido atirado do alto de um rochedo.

La Fontaine

1621 a

1695

Francês *O galo e a raposa; *A raposa e a cegonha;

Foi autor de contos, poemas, máximas, mas com as fábulas ganhou

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*A formiga e a pomba...

notoriedade mundial. Resgatando fábulas do grego Esopo (século VI a.C.) e do romano Fedro (século I D. C.), os textos de La Fontaine não apresentam grande originalidade temática, mas recebem um tempero de fina ironia. O autor francês não só tornou mais atuais as fábulas de Esopo, como também criou suas próprias, dentre elas "A cigarra e a formiga" e "A raposa e as uvas".

Charles Perrault

1628 a

1703

Francês *O gato de botas; *Chapeuzinho vermelho; *O pequeno polegar...

Membro da alta burguesia, Perrault foi imortalizado por criar uma literatura de cunho popular que caiu no gosto infantil e contou também com a aprovação dos adultos. Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos filhos. Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira.

Hans

Christian Andersen

1805 a

1875

Dinamarquês *A pequena sereia; *O soldadinho de chumbo; *0 patinho feio...

Era pobre, meio desajeitado e alto demais para sua idade quando criança. Há a hipótese de que quando escreveu “o patinho feio”, o autor tenha inspirado em sua própria infância.

Monteiro Lobato

1888 a

1948

Brasileiro *As caçadas de Pedrinho; *Emília no país da

Seu sucesso imediato entre os pequenos leitores ocorreu de um primeiro e

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gramática; *O sítio do Pica pau amarelo...

decisivo fator: a realidade comum e familiar à criança, em seu cotidiano, é, subitamente, penetrada pelo maravilhoso, com a mais absoluta verossimilhança e naturalidade. Com o crescimento e enriquecimento do fabuloso mundo de suas personagens, o maravilhoso passa a ser o elemento integrante do real.

Ziraldo 1932 Brasileiro *Flicts; *O menino maluquinho; *O menino marrom...

Começou sua carreira nos anos 50 em jornais e revistas de expressão. Além de pintor é cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor. Ziraldo explodiu nos anos 60 com o lançamento da primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor: A Turma do Pererê . Durante a Ditadura Militar (1964-1984) fundou com outros humoristas O Pasquim - um jornal não-conformista que fez escola, e até hoje deixa saudades.

Ana Maria Machado

1942 Brasileira *Cachinhos de ouro; *Curupaco papaco; *Bisa Bia, bisa Bel...

Ana Maria Machado foi professora, jornalista, dona da livraria Malasartes, já fez programa de rádio e hoje vive da e para a literatura. A versatilidade da atual ocupante da cadeira de número 1 da Academia Brasileira de Letras

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revela-se em seus romances e textos teóricos. No ano de 2000, Ana Maria Machado recebeu, pelo conjunto de sua obra, o prêmio internacional Hans Christian Andersen, considerado Nobel da literatura para crianças e jovens.

Ruth Rocha

1931 Brasileira *Marcelo, marmelo, martelo; *O coelhinho que não era de páscoa; *Joãozinho e Maria...

Começou a escrever em 1967, para a revista Claudia, artigos sobre educação. Participou da criação da revista Recreio, da Editora Abril, onde teve suas primeiras histórias publicadas a partir de 1969. “Romeu e Julieta”, “Meu Amigo Ventinho”, “Catapimba e Sua Turma”, “O Dono da Bola”, “Teresinha e Gabriela” estão entre seus primeiros textos de ficção. Ainda na Abril, foi editora, redatora e diretora da Divisão de Infanto-Juvenis.

José Paulo Paes

1926 a

1998

Brasileiro *A revolta das palavras; *Uma letra puxa a outra: *Ri melhor quem ri primeiro...

Poeta, tradutor e ensaísta. Participou de muitos congressos de escritores brasileiros e foi bem prestigiado como escritor.

Após apresentação do significado da palavra fábula, o professor vai fazer um

apanhado por meio da oralidade sobre o surgimento das fábulas aos alunos, ou seja,

de onde elas vieram bem como sua origem.

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2.3 DE ONDE VÊM AS FÁBULAS?

As fábulas são tão antigas quanto às conversas dos homens, às vezes, nem

sabemos quem as criou, pois através da oralidade eram carregadas como vento de um

lado para outro, já que a própria palavra provém do latim FÁBULA = contar.

No século VIII a.C. já se tinha notícias dessas histórias, sendo que as fábulas

muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia, há 2.600 anos, por um escravo

chamado Esopo. Apesar de gago, corcunda, feio e miúdo, como diziam alguns, era

inteligente, esperto e de muito bom senso; por esse motivo, conquistou a liberdade e

viajou por muitas terras dando conselhos através das fábulas.

A partir dessa época, muitas histórias escritas inicialmente para adultos já

começaram a ser adaptadas para crianças, retirando delas os elementos violentos e os

aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor que vem

apresentando desde os tempos antigos.

No Brasil, temos o grande fabulista, Lobato. Além de recontar as fábulas de

Esopo e La Fontaine, cria suas próprias fábulas com a turma do sítio, como mostra o

seu livro “Fábulas” O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as

injustiças, tiranias, mostrando às crianças a vida como ela é.

Agora, os alunos vão conhecer um pouco sobre a origem das fábulas.

A fábula é um tipo de narrativa originária da tradição popular, caracterizada por

componentes breves e centrados em acontecimentos e personagens fantásticos como

fadas, gigantes, ogros, etc. Tradicionalmente, são pensadas para entreter as crianças.

Vários autores contaram fábulas tradicionais ou criaram novas fábulas retomando

com criatividade os estilos das fábulas tradicionais. As fábulas foram passadas

oralmente de geração em geração durante séculos e quem contava as fábulas sempre

mudava ou misturava os episódios de uma fábula com a outra, dando algumas vezes

origem a novas fábulas.

Estas têm uma origem popular: descrevem a vida das pessoas mais pobres, as

suas crenças, os seus medos, o seu modo de imaginar. Eram contadas por

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camponeses, pescadores, pastores, montanhistas em volta da fogueira, nas colheitas,

no estábulo; não eram consideradas, como agora, história apenas para crianças, mas

representavam uma diversão também para os adultos e tinham grande importância para

a vida da comunidade.

As fábulas sempre contam alguns aspectos reais, com uma aparência de

historinhas infantis e com um belo final feliz: o "Polegarzinho" abandonado nos bosques,

a "Gata Borralheira" deixada de lado e escravizada pela madrasta e a "Branca de Neve"

que foge e se refugia no bosque, são alguns exemplos do dia a dia dos séculos XIX e

XX. As fábulas tradicionais têm um conteúdo moral, principalmente no final da narração

(FÁBULAS E CONTOS, 2009).

O professor explicará aos alunos que as fábulas possuem características muito

importantes que a diferem de outros gêneros textuais e que é de suma importância

reconhecê-las no texto narrativo.

2.4 CARACTERÍSTICAS DAS FÁBULAS

• A fábula trata de certas atitudes humanas, como a disputa entre fortes e

fracos, a esperteza, a ganância, a gratidão, o ser bondoso, o não ser tolo;

• Muitas vezes, no finalzinho das fábulas aparece uma frase destacada

chamada de MORAL DA HISTÓRIA , com provérbio ou não; outras vezes

essa moral está implícita;

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• Não há necessidade de descrever com muitos detalhes os personagens, pois

o que representam nas fábulas (qualidades, defeitos) já é bastante conhecido;

• Tempo indeterminado na história;

• É breve, pois a história é só um exemplo para o ensinamento ou o conselho

que o autor quer transmitir;

• Conflito entre querer / poder;

• O título não deve antecipar o assunto, pois não sobraria quase nada para

contar;

• A resolução do problema deve combinar com a sua intenção ao contar a

fábula e com a moral da história.

É muito importante que o professor transmita para os alunos a necessidade e a

importância de conhecer e saber distinguir os gêneros textuais, principalmente os

gêneros que eles estão participando neste projeto, ou seja, as fábulas. Então, sendo a

fábula um gênero textual contendo narrativas curtas, os alunos necessitam adquirir o

conceito do que são gêneros textuais, por isso, vamos ver o que dizem alguns autores.

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3 O QUE SÃO GÊNEROS TEXTUAIS?

Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários

ou não. São modalidades discursivas, constituem as estruturas e as funções sociais

(narrativas, dissertativas, argumentativas) utilizadas como formas de organizar a

linguagem. Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais:

anúncios, convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,

contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevistas, contratos, decretos, discursos

políticos, histórias, instruções de uso, letras de música, leis, fábulas, mensagens,

notícias, etc. São textos que circulam no mundo, que têm uma função específica, para

um público específico e com características próprias. Aliás, essas características

peculiares de um gênero discursivo nos permitem abordar aspectos da textualidade, tais

como coerência e coesão textuais, impessoalidade, técnicas de argumentação e outros

aspectos pertinentes ao gênero em questão.

Para Marcushi (2008, p. 155),

Gênero textual refere-se aos textos em situações comunicativas, ou seja, são os textos que encontramos no dia a dia que apresentam padrões socio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas.

3.1 TEXTO 1

3.1.1 A Cigarra e a Formiga

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Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar

suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados.

De repente aparece uma cigarra:

– Por favor, formiguinhas me dêem um pouco de comida!

As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e

perguntaram:...

Fábula de ESOPO.

Moral da história: os preguiçosos colhem o que merecem (AS FÁBULAS DE

ESOPO, 2010).

3.1.2 Quem foi Esopo?

Esopo, escravo que viveu na Grécia no século VI a.C. conseguiu ser alforriado,

graças a seu talento e sabedoria. Criava fábulas e as divulgava oralmente, no intuito de

criticar ou esclarecer determinadas situações do mundo real em que vivia.

Fabulista grego, nascido pelo ano de 620 a.C. Ignora-se o lugar de seu

nascimento; alguns dizem ter sido Samos ou Sardes, enquanto Aristófanes o supôs filho

de Atenas. Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Frígia e trabalhava

como escravo numa casa. Há ainda alguns detalhes atribuídos à biografia de Esopo,

cuja veracidade não se pode comprovar: Seria corcunda e gago, protegido do rei Creso.

Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de sacrilégio,

ou talvez porque os habitantes de Delfos estivessem irritados com suas zombarias, ou

ainda porque suspeitassem de que Esopo teria a intenção de ficar com o dinheiro que

Creso lhes tinha destinado.

Esopo não deixou nada escrito: as fábulas que lhe são atribuídas pela tradição

foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, por volta de 325 a.C.

Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louça, em

manuscritos e até em tecidos.

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Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Levanta-se

a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria

popular da antiga Grécia. Seja lá como for o realmente importante é a imortalidade da

obra a ele atribuída. Vejamos alguns exemplos dentre muitos, de nomes das fábulas de

Esopo:

• A formiga e a pomba;

• A galinha e os ovos de ouro;

• A lebre e o cão de raça;

• As árvores e o machado;

• As lebres e as rãs;

• O asno, a raposa e o leão.

VOCÊS SABIAM QUE...

A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas atribuídas a Esopo, mendigo

contador de histórias da Grécia que viveu entre 620 a 560 anos a.C. Suas fábulas é

conhecida em todo o mundo. Esta fábula da Cigarra e a Formiga foram recontadas

por Jean de La Fontaine e acabou muito popularizada.

Agora, o professor apresentará para os alunos da quinta série a mesma

fábula “A cigarra e a formiga”, sendo que esta foi reescrita em outra versão pelo autor

Jean de La Fontaine. Vamos conhecê-la?

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3.2 TEXTO 2

3.2.1 A Cigarra e a Formiga

A cigarra, sem pensar em guardar, a cantar passou o verão.

Eis que chega o inverno, e então, sem provisão na despensa, como saída, ela

pensa em recorrer a uma amiga: sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado,

algum grão, qualquer bocado, até...

(LA FONTAINE, 1992).

3.2.2 Quem foi Jean de La Fontaine?

Jean de La Fontaine (Château – Thierry, 8 de julho de 1621 – Paris, 13 de abril

de 1695) foi um poeta e fabulista francês. De origem burguesa, estuda Teologia e

Direito. É um típico escritor classicista, no sentido de que o classicismo não propicia a

expressão do sentimento, que é o núcleo da poesia lírica.

Os temas das suas Fábulas não são novos, mas sim herdados da tradição

popular, de Fedro e de Esopo, mas são originais os comentários e as digressões, que

formam, em palavras da sua autoria, Mais interessante que a moralidade didática destas

fábulas é a sua delicada sátira, expressa com métrica variada, segurança lingüística e

notável perfeição compositiva.

Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado "Fábulas

Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em seis partes. La

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Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís 14. As fábulas continham histórias de

animais, magistralmente contadas, contendo um fundo moral. Escritas em linguagem

simples e atraente, as fábulas de La Fontaine conquistaram imediatamente seus

leitores.

A sua grande obra, “Fábulas”, escrita em três partes, no período de 1688 a 1694,

seguiu o estilo do autor grego Esopo, o qual falava da vaidade, estupidez e

agressividade humanas através de animais.

La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna. Sobre a natureza da fábula

declarou: “É uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato” (JEAN DE

LA FONTAINE, 2010).

Neste momento, os alunos também passarão a conhecer uma outra versão da

fábula, “A cigarra e a formiga” adaptada pela autora brasileira de livros infantis, Ruth

Rocha, após, os mesmos conhecerá sua biografia.

3.3 TEXTO 3

3.3.1 A Cigarra e a Formiga

A cigarra passou todo o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos.

Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe

desse o que comer. ...

(ROCHA, 1993).

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3.3.2 Ruth Rocha é Imortal da Academia Paulista

Ruth Rocha (São Paulo, 1931) é uma escritora brasileira de livros infantis.

Formou-se sociologia política e começou a trabalhar como orientadora

educacional no Colégio Rio Branco. Escreveu artigos sobre educação na Revista

Cláudia.

Em 1967, começou a escrever artigos sobre educação para várias revistas. Em

1976, publicou seu primeiro livro, Palavras Muitas Palavras e hoje tem mais de 130

títulos publicados, com traduções de 25 idiomas. Sua obra mais conhecida é Marcelo,

Marmelo, Martelo, que já vendeu mais de um milhão de livros.

Lançou livros no Parlamento Brasileiro e na sede da Organização das Nações

Unidas, em Nova Iorque.

Em 1998 foi condecorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com a

Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, além disso, ganhou

outros prêmios. Em 2002 foi escolhida como membro do PEN CLUB – Associação

Mundial de Escritores no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, com o seu livro Escrever e

Criar recebeu o prêmio Jabuti (ROCHA, 2010).

Aqui você vai poder ler a fábula original de La Fontaine “A cigarra e a formiga” e

também a versão escrita por Monteiro Lobato e José Paulo Paes. Monteiro Lobato e

José Paulo Paes escreveram sua versão no século XX, e La Fontaine no século XVII.

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3.4 TEXTO 4

3.4.1 Sem Barra (José Paulo Paes)

Enquanto a formiga

carrega comida

para o formigueiro,

a cigarra canta,

canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho. ...

(POEMAS PARA BRINCAR, 1990).

3.5 TEXTO 5

3.5.1 A Cigarra e a Formiga (A Formiga Boa)

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só

parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina

de abastecer as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram às chuvas, os animais todos,

arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metido em grandes apuros,

deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu

para o formigueiro. Bateu:

– Tique, tique, tique...

Apareceu uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

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Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

– Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

(LOBATO, 1994).

Depois de feito todo esse trabalho com as fábulas em várias versões e com

autores diferentes, os alunos em pequenos grupos irão trabalhar com algumas

sugestões de atividades.

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4 SUGESTÕES DE ATIVIDADES

4.1 LEITURA DE FÁBULAS

O professor distribui para cada grupo as cinco fábulas diferentes, as quais

ilustram os textos anteriormente apresentados. Os grupos trocam os textos entre si, até

que todos tenham lido todas as fábulas. A atividade tem o propósito de familiarizar os

alunos com a linguagem e o gênero textual fábula.

4.2 DEFININDO A FÁBULA

O professor solicita aos alunos que apontem, oralmente, características comuns a

todos os textos lidos. Também, poderá fazer perguntas que chamem atenção dos

alunos sobre a mensagem transmitida pela história, bem como, a presença de

personagens animais que age como seres humanos. Também poderá pedir aos alunos

que formulem oralmente ou por escrito um conceito de fábula.

4.3 DESCOBRINDO SIGNIFICADOS JUNTO AO DICIONÁRIO

Procure no dicionário alguns significados da palavra “moral”.

a) _______________________________________________________________

b) _______________________________________________________________

c) _______________________________________________________________

d) _______________________________________________________________

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4.4 ESTABELECENDO VALORES

A partir da discussão com os colegas de grupo, complete o quadro abaixo,

apontando, valores que, em sua opinião são em geral aceitos pela sociedade, em

oposição àqueles que são condenados. Observe os dois exemplos dados pelo

professor:

Valores Aceitos Valores Condenados

1 – Honestidade Corrupção

2 – Amor e união Desamor e desunião

3 –

4 –

5 –

4.5 LEITURA DRAMATIZADA DA FÁBULA “A CIGARRA E A FORMIGA”

Neste momento, o professor pedirá aos grupos que se preparem para realizar a

leitura dramatizada de sua fábula. Esta apresentação é de criatividade de cada grupo.

4.6 TRABALHANDO A ESTRUTURA DO TEXTO

a) Enumere, pelos menos, quatro adjetivos definidores do caráter da cigarra e da

formiga.

A formiga é: A cigarra é:

1 – 1 –

2 – 2 –

3 – 3 –

4 – 4 –

b) O encontro da cigarra e da formiga acontece “numa floresta”. É possível

determinar a localização exata do cenário onde se passa à ação? Justifique sua

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resposta.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

c) No verso de La Fontaine “Tu cantavas? Que beleza! Muito bem: pois dança

agora”. A expressão grifada permite qual entendimento? Explique sua resposta.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

d) O que nos permite afirmar que a cigarra e a formiga eram velhas conhecidas?

Comente sua resposta.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

e) A fábula apresenta um ensinamento ao leitor. Que ensinamento é este? Quem

o transmite?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4.7 COMPARANDO AS VERSÕES DE UMA MESMA FÁBULA

Você vai ler agora como a fábula “A cigarra e a formiga” foi contada por vários

autores diferentes – Esopo, na Grécia antiga, cerca do século IV a.C., La Fontaine, no

século XVII, Monteiro Lobato e Ruth Rocha no início do século XX. Agora, compare as

fábulas, de acordo com os aspectos indicados no quadro abaixo, e veja o que muda e o

que permanece nas suas sucessivas reescrituras:

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Esopo La Fontaine Monteiro

Lobato

Ruth Rocha

Caracterização

das

personagens

Apresentação

de cenários

Presença de

diálogos e tipo

de linguagem

Moral

4.8 ESCREVENDO UM BILHETE OU UMA CARTA

Escreva um bilhete ou uma carta para um destinatário, alguém próximo a você ou

uma pessoa conhecida. Para quem você aconselharia a leitura dessa fábula? Por quê?

Apresente razões para isso.

4.9 MUDANDO O FINAL DA HISTÓRIA

A fábula, “A cigarra e a formiga”, de La Fontaine, foi recontada por Monteiro

Lobato, bem como outros escritores. Como você mudaria o final dessa fábula?

Reescreva.

4.10 REFABULANDO E ILUSTRANDO

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Leia a fábula “A cigarra e a formiga”, na versão de Esopo, e reconte-a utilizando

as suas próprias palavras. Após, faça a sua composição artística e crie uma fábula a

partir da ilustração.

4.11 ORGANIZANDO UMA COLETÂNEA DE FÁBULAS

Você já deve ter reparado que existem vários tipos e versões de fábulas com

moral uma diferente da outra. Organize, junto com o professor e os colegas de classe,

uma coletânea de fábulas. Como sugestão, o professor poderá organizar com os alunos

um livro e promover uma sessão de autógrafos na escola.

A partir dessas atividades realizadas em sala de aula, o professor juntamente

com os alunos passará a realizar oficinas em pequenos grupos de trabalho, assistindo

a sugestão dos vídeos para1, melhor compreensão e desempenho nas oficinas:

Primeiro grupo : construção de uma poesia ilustrativa;

Segundo grupo : realização de forma escrita de uma síntese ilustrativa;

Terceiro grupo : apresentação dramatizada;

Quarto grupo : construção de uma paródia e apresentação;

Quinto grupo : desenhos e montagem de painel com todos os trabalhos;

Sexto grupo : construção de livros ilustrativos (podendo ser a coletânea de fábulas

trabalhadas na atividade de número 11).

5 SUGESTÕES DE VÍDEOS:

http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY

http://www.youtube.com/watch?v=hyZXhAk_fuo

http://www.youtube.com/watch?v=qmCmfZh4D-c

http://www.youtube.com/watch?v=vMWK4Ql5DzY

http://www.youtube.com/watch?v=v8DUm5waD74

http://www.youtube.com/watch?v=_EvYa7sHdrs

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REFERÊNCIAS

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