DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · contexto da contemporaneidade. A proposta do trabalho...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Leitura e teatro: o diálogo da diversidade

Autor Mery Terezinha Arruda dos Santos

Escola de Atuação Col. Estadual D.Pedro I _ E.F.M.P.N

Município da escola Pitanga

Núcleo   Regional   de Educação

Pitanga

Orientador Profa Dra Níncia Cecília Borges Ribas Teixeira

Instituição de Ensino Superior

UNICENTRO

Disciplina/Área  Língua Portuguesa

Produção   Didático­pedagógica 

Unidade Didática

Relação Interdisciplinar  Literatura

Público Alvo  Alunos da terceira série do Ensino Médio

Localização  Colégio Estadual D.Pedro I – E.F.M.P.N , Rua João Gonçalves Padilha, nº 151

Apresentação:  A   leitura   no   Brasil   tem   sido   alvo   de   inúmeras pesquisas   e   discussões,   nesse   sentido,   faz­se necessário refletir sobre atividades que colaborem e estimulem   o   processo   de   formação   do   leitor   no contexto   da   contemporaneidade.   A   proposta   do trabalho busca a construção de significados que é necessário   para   a   formação   de   um   leitor competente.   Existem   várias   formas   de   colaborar nesse   processo,   a   leitura   ligada   a   representação teatral,  é  um desses meios, pelo qual a interação, imaginação   e   criatividade,   tornam­se   mecanismos eficazes de construção de sentidos. Assim, a leitura 

passa a ser uma atividade vivenciada, fazendo com que   não   se   fique   apenas   nos   limites   da decodificação.   Tal   atividade   deve   ser   entendida como parte de um processo maior, no que se inclui o letramento. A metodologia é unir a racionalidade da linguagem com a representação, oportunizando ao   educando   a   ampliação   do   seu   horizonte   de expectativas. O trabalho unirá o letramento literário ao   prazer   estético   da   arte   de   representar, colaborando efetivamente para a prática social. 

Palavras­chave  Leitor, texto teatral, letramento, literatura

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIDADE DIDÁTICA

                LEITURA E TEATRO: O DIÁLOGO DA DIVERSIDADE

Mery Terezinha Arruda dos Santos

NRE de Pitanga

Professora orientadora:

Níncia Cecília  Borges Ribas Teixeira

UNICENTRO

PDE/2010

SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO............................................................................................05

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................06

CENA I  ..................................................................................................................................08

CENA II ..................................................................................................................................20

CENA III ................................................................................................................................25

CENA IV  ...............................................................................................................................34

CENA V  .................................................................................................................................38

CENA VI ................................................................................................................................44

CONCLUINDO ESTA UNIDADE ......................................................................................51

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................52

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ESCOLA: Colégio Estadual D. Pedro I ­ EFMNP

NRE: Pitanga

                NOME DO PROFESSOR: Mery Terezinha Arruda dos Santos

NOME DO ORIENTADOR: Níncia Cecília Borges Ribas  Teixeira

NÍVEL DE ENSINO: Ensino Médio 

TEMA: Letramento Literário

TÍTULO:  Leitura e teatro: o diálogo da diversidade

DISCIPLINA: Língua Portuguesa

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR: Literatura

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDO ESPECÍFICO: Leitura

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ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDEPRODUÇÃO DIDÁTICO­PEDAGÓGICA

APRESENTAÇÃO

Caro Professor:

A   presente   produção   didático­pedagógica   –   atividade   integrante   do   projeto   de 

intervenção pedagógica na escola – consiste em uma Unidade Didática a ser utilizada 

como subsídio ao trabalho pedagógico do professor de Língua Portuguesa e Literatura. O 

material apresenta metodologia e linguagem direcionadas ao que julgamos de interesse 

de alunos do ensino médio.

 A razão deste projeto tem a ver com minha própria experiência em sala de aula 

como professora de literatura, unindo a pesquisa na área de leitura / formação de leitores, 

com a minha experiência  com algumas atividades de  teatro  na escola,  propondo um 

diálogo   entre   três   eixos   paralelos:   literatura,   leitura   e   teatro.   Sua   intenção   é   propor 

atividades voltadas ao título do trabalho que nos propomos aplicar na escola: “Leitura e 

teatro: o Diálogo da Diversidade”.

Tem como objetivo possibilitar o acesso dos alunos às atividades voltadas para a 

leitura do texto teatral com o princípio de que a leitura deste gênero pode constituir um 

momento  oportuno para  o  desenvolvimento  de  exercícios  que  extrapolem o   limite  da 

recepção passiva do texto dramático e se situam na intersecção da leitura e dos diversos 

aspectos da representação do texto teatral. Com a justificativa de que a efetivação da 

leitura do texto dramático no contexto escolar assim o exige e pela crença de que o teatro 

pode fazer­se presente na escola e que a leitura é a sua via de entrada na sala de aula.

Importante   lembrar   que   nesta   unidade   nos   limitamos   a   apresentar   somente 

algumas atividades de uma gama de propostas sugeridas por autores e professores de 

Língua Portuguesa e de teatro, bem como algumas sugeridas e modificadas pela própria 

organizadora desta unidade. O que não impede que o(a) professor(a),  ao aplicar esta 

unidade com seus alunos, também pesquise e crie atividades que possibilitem ao aluno 

entrar e transitar pelo universo do teatro, interagindo com os elementos cênicos por meio 

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de jogos e improvisações, com vistas à encenação, à compreensão e interpretação do 

texto teatral, desde que com a intenção de possibilitar o conhecimento e a  aproximação 

dos textos literários dos alunos. 

Recomenda­se aos colegas professores que no decorrer das atividades, levem em 

consideração   o   contexto   social,   político   e   cultural   dos   alunos,   para   que   possam 

compreender   e   refletir   sobre   o   seu   papel   enquanto   sujeito   capaz   de   transformar   a 

realidade. Lembrando que o(a) professor(a) deve agir como mediador, fazendo, assim, a 

instituição escolar cumprir o seu papel na formação de leitores, que, segundo Kleiman 

(2000), é o de fornecer um conjunto de instrumentos e estratégias para o aluno realizar 

esse trabalho de forma progressivamente autônoma.

Mery Terezinha Arruda Dos Santos

Pitanga, PR ­  2010

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AUTO DA COMPADECIDAARIANO SUASSUNA

CENA I – (p. 22 a 34)

1. MOTIVAÇÃO

 Alunos do grupo de teatro “Arte.Com”, do colégio, entram em cena. 

*Esta   atividade   poderá   ser   realizada   a   partir   de   um   vídeo   com   a   primeira   parte   do   filme   “Auto   Da 

Compadecida”, ou com a encenação da primeira parte do texto do livro, das páginas 22 a 34, com alunos 

que já tenham experiência em teatro(de preferência alunos de outras séries).

Professor (a): providenciar com antecedência o vídeo e demais equipamentos para 

a apresentação da cena em sala de aula. No caso da encenação, reunir os alunos 

com antecedência, dividir os personagens e preparar a  apresentação da cena. Esta 

atividade requer ensaio; por isso, deve­se disponibilizar tempo para tal tarefa, bem 

como orientar os alunos. 

                             Esta atividade tem por objetivos envolver os alunos numa atmosfera 

próxima a do texto (obra), possibilitando um prévio conhecimento das personagens 

e   das   situações   em  que   elas   estão   envolvidas   no   texto,   bem   como,despertar   a 

curiosidade a partir de uma cena, como um exercício introdutório à leitura posterior, 

individual e particular.

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Ao abrir  o  pano,  entram  todos os atores,  com exceção do que vai   representar 

Manuel, como se tratasse de uma tropa de saltimbancos, correndo, com gestos largos, 

exibindo­se ao público. Se houver algum ator que saiba caminhar sobre as mãos, deverá 

entrar  assim.  Outro   trará  uma corneta,  na  qual  dará  um alegre   toque,  anunciando  a 

entrada do grupo. Há de ser uma entrada festiva, na qual as mulheres dão grandes voltas 

e os atores agradecerão os aplausos, erguendo os braços, como no circo. A atriz que for 

desempenhar o papel de Nossa Senhora deve vir sem caracterização, para deixar bem 

claro   que,   no   momento,   é   somente   atriz.   Imediatamente   após   o   toque   de   clarim,   o 

Palhaço anuncia o espetáculo.

PALHAÇO (grande voz)

Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um sacristão, um 

padre e um bispo, para exercício da moralidade. (Toque de clarim)

PALHAÇO

A intervenção de Nossa Senhora no momento propício, para triunfo da misericórdia. Auto 

da Compadecida! (Toque de clarim)

A COMPADECIDA

A mulher que vai desempenhar o papel desta excelsa Senhora, declara­se indigna de tão 

alto mister. (Toque de clarim)

(. . .)

JOÃO GRILO (cortante)

Quer dizer que benze, não é?

PADRE (A Chicó) 

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Você o que é que acha?

 CHICÓ 

Eu não acho nada de mais.

PADRE 

Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.

JOÃO GRILO 

Então fica tudo na paz do Senhor, com cachorro benzido e todo mundo satisfeito.

PADRE

 Digam ao major que venha. Eu estou esperando. (Entra na igreja)

Professor(a): com a encenação ou vídeo até esta parte do texto deixa­se a 

curiosidade do desfecho dessa história. Assim, após as próximas atividades, 

os alunos terão a oportunidade de ler as páginas que darão continuidade à 

leitura.

2. INTRODUÇÃO: CONVERSANDO SOBRE O TEXTO (ENCENAÇÃO)

Professor(a):  Questionar a situação e as personagens envolvidas na parte 

lida.  No  caso   temos:  1ª   João  Grilo   –  Chico  –  Padre   João:  a   bênção  do 

cachorro   da   mulher   do   padeiro.   Expediente   de   João   Grilo:   o   cachorro 

pertence ao Major Antônio Morais.

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Professor(a):  Para a realização da próxima atividade, os alunos precisam 

estar de posse do texto a seguir, auxiliando o (a) professor(a) a desenvolver, 

uma recepção significativa, informando e inserindo o texto a respeito da obra 

num período fundamental da dramaturgia brasileira.

Segundo o autor, a peça “Auto Da Compadecida” nasceu da fusão de três folhetos 

de cordel: O enterro do cachorro, O cavalo que defecava dinheiro e O castigo da soberba. 

Auto, como designado no título, é um tipo de encenação popular, corrente durante 

muito tempo no nordeste do Brasil, e que se propunha a um ensinamento religioso. O 

texto propõe­se como resultado de uma pesquisa sobre a tradição oral dos romanceiros e 

narrativas nordestinas, fixados ou não em termos de literatura de cordel. Propõe, portanto, 

um enfoque regionalista ou, pelo menos, organiza um acervo regional com vistas a uma 

comunicação estética mais trabalhada.

O   auto   aqui   é   da   compadecida,   porque   fala   justamente   de   nossa   Senhora 

Aparecida,   padroeira   dos   brasileiros.   (Compadecida   porque   se   compadece   do   ser 

humano, conforme pode ser visto no final  da história, quando a mesma é  chamada a 

interceder em favor de João Grilo.)

   Escrita pelo dramaturgo e escritor pernambucano Ariano Suassuna, em meados 

da década de 50, reproduz o modelo de textos religiosos encenados em procissões e 

átrios de igrejas, como era comum naquele tempo, mantendo­se uma tradição medieval e 

renascentista que parece ter vindo de Portugal, ou do mundo ibérico (entre os autores 

mais conhecidos podemos referir Lope da Veja, Calderon de La Barca e Gil Vicente), e 

sido introduzido entre nós no século XVIII .

De acordo com o próprio Suassuna, baseado em romances e histórias populares 

do Nordeste, e em certa tradição circense. Tradição, aliás, claramente reconhecível na 

estruturação dos seus dois personagens principais: João Grilo é o palhaço espertalhão, 

secundado por Chico, ingênuo e covarde.

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 A síntese de um modelo medieval com um modelo regional resulta, na peça, como 

concebida pelo Autor. Se verificar que as tendências mais importantes do Modernismo 

definem­se   no   esforço   por   uma   síntese   nacional   dos   processos   estáticos,   pode­se 

concluir que o texto do Auto da Compadecida se insere nas preocupações gerais desse 

estilo de época, deflagrado a partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna, em São 

Paulo. Um modelo característico dessa síntese se encontra em Macunaíma, de Mário de 

Andrade,  de  1927,  e  em  Grande Sertão:  Veredas,  de  Guimarães Rosa  (1956),  entre 

outros.

Lendo esta peça, podemos sentir sua força poética e popular, o catolicismo que ela 

transmite, a simplicidade dos diálogos. A estrutura teatral e os tipos vivos fazem desta 

obra   um   exemplo   raro   na   dramaturgia   brasileira.   Vemos   os   tipos   de   personagens 

nordestinos,  e  vemos  também o  tipo bem brasileiro  neles,  que é  o  de  “dar  conta do 

recado” com o famoso “jeitinho” brasileiro. O catolicismo está presente devido ao grande 

apego que os nordestinos tem a DEUS e o grande medo do diabo, vemos também que os 

personagens masculinos expressam o tipo “machões”, mais na verdade alguns deles são 

muito medrosos, principalmente quando se envolve a figura de forças superiores.

O livro mostra a esperteza de muitos personagens também, é o caso de João Grilo, 

que aplica vários “golpes” ao decorrer da história, dando uma de  personagem malandro e 

aproveitador dos idiotas e ingênuos.

O  Auto  da  Compadecida   é,   principalmente,   um documento   sobre  a  sociedade 

brasileira. Retrata seu lado burlesco, ou seja, aquele em que a própria figura humana, 

mesmo vista  na sua miserável lida, torna­se engraçada.

Cômicas parecem ser as histórias, sem dúvida, porém enormemente trágicas. São 

tragicômicas   as   tramas   destas   histórias,   intricadas   por   personagens   tipicamente 

brasileiras,  na grandeza de sua  fé,  na pequenez de pequenos gestos  sorrateiros,  na 

ingenuidade e na esperteza da viva inteligência de alguns, na malfadada sina de outros, 

nas   traições  habilmente  urdidas,  no  poder  de  poucos  sobre  muitos  e,   sobretudo,  na 

crença da vitória do amor e da justiça divina.

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Nas próprias palavras de Ariano Suassuna, o autor deixa   claro que seu teatro é 

mais   aproximado   dos   espetáculos   de   circo   e   da   tradição   popular   do   que   do   teatro 

moderno. 

Para o (a) professor(a) saber:

Aqui vemos a forma de criação dos personagens segundo o autor:

Meus   personagens   ora   são   recriações   de   personagens   populares   e   de 

folhetos de cordel, ora são familiares ou pessoas que conheci.

No Auto da Compadecida, por exemplo, estão presentes o   Palhaço e João 

Grilo.   O   Palhaço   é   inspirado   no  palhaço   Gregório   da   minha   infância   em 

Taperoá. Já o João Grilo é o típico nordestino amarelo, que tenta sobreviver 

no sertão de forma imaginosa.

Costumo dizer que a astúcia é  a coragem do pobre. O nome dele é  uma 

homenagem ao personagem de cordel e a um vendedor de jornal astucioso 

que eu conheci na década de 50 e que tinha esse apelido.

2.1 OFICINA DE TEATRO

Proposta da professora­autora desta pesquisa, baseada no jogo “Boca­de­forno”, 

apresentada no livro  de Ricardo Ottoni Vaz Japiassu. Metodologia do ensino de teatro. 

4. ed. Campinas, SP: Papirus, 2001. pp.104­105­106. 

Palhaço conduzirá a atividade “Boca do Forno” como mestre do coro.

Desenvolvimento:

1º Momento: Dividir a classe em dois grupos. O Palhaço distribui aos alunos uma tirinha 

de papel  em branco,  onde eles escreverão uma ação que um aluno da outra  equipe 

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deverá fazer. Como por exemplo: andar a cavalo, comer uma banana, segurar um ovo 

cozido bem quente, assisti a um jogo da Seleção brasileira numa final de copa do mundo ( 

. . .)

2º Momento: Pede­se as duas equipes que se posicionem na área de jogo (centro da 

sala).  As  equipes  posicionam­se  voltadas  uma para  a  outra.  Define­se  por   sorteio  a 

equipe que será “mestre” e a equipe que será “coro”, na 1ª parte do jogo. Os participantes 

da equipe­mestre, juntamente com o Palhaço “mestre do coro” interagem verbalmente por 

uma espécie de “canto antifonal”, descrito a seguir. Ao final do canto, o Palhaço determina 

uma ação lida em um dos papéis. Todos os membros da equipe “coro” devem mostrá­la 

(sem o uso de palavras, apenas através de gestos) e continuar desenvolvendo­a até que 

o Palhaço,quando achar conveniente, reinicie o “canto antifonal”­ que interrompe a ação 

teatralizada e prepara a equipe para novo desafio.

Estrutura antifonal que instala o jogo:

Palhaço: Boca de forno?!

Coro: Forno!

Palhaço: Tirar um bolo?!

Coro: Bolo!

Palhaço:Vão fazer tudo que o mestre mandar?!

Coro: Tudo!

Palhaço: Então todo mundo . . .(Determina uma ação sorteada no papelzinho)

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Professor(a):  Durante   a   atividade   da   equipe   na   área   do   jogo,   chame 

atenção para que todos mantenham­se desenvolvendo a ação até que seja 

feita   a   nova   chamada   para   a   boca   do   forno.   Devem   deixar   que   os 

observadores vejam o que estão fazendo. Só quando a nova chamada para 

a boca do forno for feita é que eles deixam de fazer a ação. Após todas as 

ações feitas pela 1ª equipe, invertem­se os papéis (quem era equipe “coro” 

passa a ser  equipe “mestre”e segue­se novamente as regras do jogo.)

Avaliação coletiva e autoavaliação:  todos os jogadores mostraram as ações de forma 

semelhante? O que é  necessário  para  mostrar  uma ação sem usar  as palavras? Há 

diferença entre usar palavras para descrever uma ação e mostrá­la sem palavras, com o 

corpo? Qual/quais? 

2. APRESENTAÇÃO DO AUTOR / OBRA

Professor(a): Preparar os slides com antecedência e demais equipamentos.

SLIDE 1

AUTO DA COMPADECIDA

ARIANO SUASSUNA

Ariano Suassuna, nascido na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba é um 

dos   maiores   representantes   da   forte   e   pura   raiz   popular   da   Arte   e   da   Literatura 

nordestinas. Traz ele, em sua bagagem literária, histórias cheias de brasilidade.

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SLIDE 2

O TÍTULO

* Segundo Hênio Tavares, auto significa toda obra representativa e dramática de assunto 

religioso  muito   comum na   idade  média.  Procede  de   “actum”  –  aito­auto.  Este   termo 

assume, hoje, um sentido geral o qual se refere a peças teatrais populares.

* A peça recebeu o nome Auto da Compadecida devido ao fato de ser a compadecida 

aquela   que   auxilia   seu   filho,   Manuel   –   Jesus   Cristo   ­,   durante   a   reflexão   de   cada 

personagem nos dois planos: no celestial, onde se reflete a essência de cada indivíduo, e 

no terrestre, onde se reflete a aparência de cada um.

* Dessa forma, a compadecida acaba por estimular cada personagem a refletir sobre eles 

mesmos, fazendo um diagnóstico de suas vidas. No grupo, há pecados de toda natureza: 

mentira, adultério, assassinato, ganância. . . E o diabo é o promotor. Quando tudo parece 

perdido, João Grilo apela para Nossa Senhora, que surge e se compadece.

SLIDE 3

PERSONAGENS

*   A   peça   apresenta   quinze   personagens   de   cena   e   uma   personagem   de   ligação   e 

comando do espetáculo. As personagens assumem uma posição simbólica, e é  desse 

simbolismo que deriva a importância do texto.

* PRINCIPAL: João Grilo

João Grilo é a personagem principal, porque atua como criador de todas as situações da 

peça.   Além   disso,   representa   o   nordestino,   astuto,   inteligente.   Seu   nome   também 

simboliza a cultura nordestina, da mesma forma que : Severino, Encourado e Chico.

* OUTRAS (compõem o quadro de cada situação) 

17

Chicó,   Padre   João,   Sacristão,   Padeiro,   Mulher   do   Padeiro,   Bispo,   Cangaceiro,   o 

Encourado,   Manuel,   a   Compadecida,   Antônio   Morais,   Frade,   Severino   do   Aracaju, 

Demônio.

• LIGAÇÃO: Palhaço.

Representando o autor, liga o circo à representação do Auto da Compadecida.

SLIDE 4

PERSONAGENS

*   JOÃO GRILO é uma figura típica do nordestino sabido e analfabeto. Habituado a 

sobreviver e a viver a partir de expedientes, trabalha na padaria, vive em desconforto, 

e a miséria é sua companheira. Sua fé nas artimanhas que cria, reflete, no fundo, uma 

forma   de   crença   arraigada   na   proteção   que   recebe,   embora   sem   saber,   da 

Compadecida.

*  CHICÓ : Companheiro constante de João Grilo e, especialmente, seu diálogo. Chico 

envolve­se nos expedientes de João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do 

que por convicção íntima. Mas é um amigo leal.

*   PADRE     JOÃO,   O   BISPO   e   o   SACRISTÃO.   Essas   personagens,   embora   de 

atuação diversa, estão concentradas em torno de simonia e da cobiça, relacionada 

com a situação contida no testamento do cachorro.

SLIDE 5 

PERSONAGENS

*  ANTÔNIO  MORAIS:  É   a   autoridade  decorrente   do  poder   econômico,   resquício   do 

coronelismo nordestino, a quem se curvam a política, os sacerdotes e a gente miúda.

18

*  PADEIRO  e   sua  MULHER:  Encarnam,  por  um  lado,  a  exploração do  homem pelo 

homem e, de outro, o adultério.

*  SEVERINO DO ARACAJU  e o  CANGACEIRO:  Representam a crueldade sádica,  e 

desempenham   um   papel   importante   na   seqüência   de   número   cinco,   porque   nessa 

seqüência matam e são mortos. Com isso, propicia­se a ressurreição e o julgamento.

SLIDE 6

PERSONAGENS

* O ENCOURADO e o DEMÔNIO: Julgam, aguardando seu benefício, isto é, o aumento 

da clientela do inferno. O encourado é uma espécie de auter ego do diabo, que, segundo 

uma crença do sertão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste como um 

vaqueiro. Daí o nome Encourado.

* MANUEL: É o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo e da lei. Atua como 

julgador  da prudência mundana, do preconceito,  do  falso  testemunho,  da velharia,  da 

arrogância, da simonia (venda dos objetos sagrados, venda de indulgências), da preguiça. 

De   personagem   a   personagem,   todos   têm   seu   pecado   definido   e   analisado,   com 

sabedoria e prudência.

SLIDE 7

PERSONAGENS

*  A COMPADECIDA: É Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser que lhe dará a 

segunda   oportunidade   da   vida.   Funciona   efetivamente   como   medianeira,   plena   de 

misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê, João Grilo.

19

*  O PALHAÇO:  Realiza, nessa peça, o papel do Corifeu (mestre do couro), como no 

teatro clássico, e sua intervenção corresponde à paráfrase da comédia clássica – trecho 

fora do enredo dramático em que as idéias e as intenções ficam claramente expressas, 

quando um personagem se dirige ao público.

2. CONVERSANDO SOBRE O PROJETO

_ O que é o projeto;

_ Atividades diversas;

_ Quantas aulas por semana;

Professor(a): * Relatar aos alunos, principalmente, que a proposta do projeto 

procura contemplar o significado do texto no contexto histórico­cultural  em 

que surge, em diálogo com os significados que o texto pode ter para um leitor 

na atualidade.

* A atividade é somente um enfoque artístico diferenciado na metodologia do 

ensino da literatura, que privilegia a leitura do texto dramático.

* Trata­se de uma experiência de leitura distinta, que parte da oralização do 

texto   em   direção   a   sua   atualização   (encenação),   promovendo,   nesse 

processo, a construção do sentido do texto em questão.

20

CENA II

3. LEITURA EM CASA ( Páginas 35 à 71)

Professor(a): Para a realização desta atividade os alunos já devem estar de 

posse do livro ou xérox.

3.1 MOTIVAÇÃO (Próxima aula)

OFICINA DE TEATRO  ­  A linguagem do corpo

Faça um cumprimento legal ao seu colega

No gênero teatral, a transmissão das mensagens não é feita exclusivamente pela 

fala.  Há   também o papel   importante  da  expressão corporal,  dos  gestos  do  ator,  que 

controla e explora o corpo para transmitir as emoções imaginadas  para as cenas.

 Desenvolvimento:

Ao som de uma música,  os alunos movimentam­se pela sala.  Cada vez que a 

música parar, eles devem cumprimentar seu colega mais próximo com diferentes partes 

do   corpo   nominadas   pelo   (a)   professor(a).   Ex:   palma   das   mãos,   cotovelos,   joelhos, 

quadris, testa, nuca, nariz, pés. Observação: Ao invés de cumprimentar com as mãos, 

como normalmente fazemos, os alunos deverão bater seu joelho no joelho de seu colega 

e assim por diante. Devem ocupar todos os lugares da sala. 

21

Avaliação coletiva e autoavaliação: E aí? Quantas partes do seu corpo você utilizou? 

Qual a sensação de cumprimentar seu colega utilizando partes de seu corpo? Foi difícil? 

Qual foi sua maior dificuldade?

CONVERSANDO SOBRE A LEITURA FEITA EM CASA

Professor(A): Questionar a situação   e as personagens envolvidas na parte lida. 

No caso temos:

 2ª.  João Grilo ­ Chicó ­ Antônio Morais ­ Padre: chega o Major Antônio Morais. 

Expediente de João Grilo: o Padre João está maluco, benze a todos e chama todo 

mundo de cachorro.

3ª. João Grilo ­ Padre ­ Mulher ­ Padeiro ­ Chicó ­ Sacristão ­ Bispo: o testamento 

do cachorro morto. Expediente de João Grilo: o cachorro morto, encomendado em 

latim e tudo mais, deixa no seu testamento dinheiro para o Sacristão, para o Padre 

e para o Bispo. Fonte do dinheiro: o Padeiro e sua mulher.

3.2 DIÁLOGO DE LEITURA: Trecho da obra “O Pagador De Promessa”

Um texto teatral pode brincar com situações engraçadas, como você viu, ou tratar 

de assuntos sérios que abordam mensagens que nos levam a refletir sobre situações e 

conflitos que envolvem a vida humana. Você lerá a seguir um trecho da obra “O Pagador 

de Promessas” de Dias Gomes (1922­1999), um autor também de grande importância 

para o teatro nacional.

(...) 

22

ZÉ   –   Sim,  é   um   candomblé   que   tem   duas   léguas   adiante   da   minha   roça.  (Com   a 

consciência de quem cometeu uma falha, mas não muito grave.) Eu sei que seu Vigário 

vai ralhar comigo. Eu também nunca fui muito de freqüentar o terreiro de candomblé. Mas 

o pobre Nicolau estava morrendo. Não custava tentar.  Se não fizessem bem, mal não 

fazia. E eu fui.  Contei  pra Mãe­de­Santo o meu caso. Ela disse que era mesmo com 

Iansã, dona dos raios e das trovoadas. Iansã tinha ferido Nicolau, pra ela eu devia fazer 

uma obrigação, quer dizer: uma promessa. Mas tinha que ser uma promessa bem grande, 

porque  Iansã,  que  tinha  ferido Nicolau com um raio,  não  ia  voltar  atrás por  qualquer 

bobagem. E eu me lembrei então que Iansã é Santa Bárbara e prometi que se Nicolau 

ficasse bom eu carregava uma cruz de madeira de minha roça até a Igreja dela, no dia de 

sua festa, uma cruz tão pesada como a de Cristo. 

PADRE –  (Como se anotasse as palavras.)  Tão pesada como a de Cristo.  O senhor 

prometeu isso a... 

ZÉ – A Santa Bárbara. 

PADRE – A Iansã! 

ZÉ – É a mesma coisa... 

PADRE – (Grita.) Não é mesma coisa! (Controla­se.)  Mas continue... (p. 44­45)

(. . .)

PADRE – (Procurando, inicialmente, controlar­se.) Em primeiro lugar, mesmo admitindo a 

intervenção de Santa Bárbara, não se trataria de um milagre, mas apenas de uma graça. 

O burro podia ter­se curado sem intervenção divina. 

ZÉ – Como, Padre, se ele sarou de um dia pro outro... 

PADRE –  (Como se não o  ouvisse).  E além disso,  Santa Bárbara se   tivesse de  lhe 

conceder uma graça, não iria fazê­lo num terreiro de candomblé! 

ZÉ – É que na capela do meu povoado não tem uma imagem de Santa Bárbara. Mas no 

candomblé tem uma imagem de Iansã, que é Santa Bárbara... 

PADRE –  (Explodindo.)  Não é  Santa Bárbara! Santa Bárbara é uma santa católica.  O 

senhor foi a um ritual fetichista [11]. Invocou uma falsa divindade e foi a ela que prometeu 

esse sacrifício! 

23

ZÉ – Não, Padre, foi a Santa Bárbara. Foi até a igreja de Santa Bárbara que prometi vir 

com a  minha  cruz.  E  é   diante  do  altar  que  vou  cair   de   joelhos  daqui   a  pouco,  pra 

agradecer o que ela fez por mim! (p. 46) 

(. . .)

ZÉ – (Em desespero). Mas Padre, eu prometi levar a cruz até o altar­mor! Preciso cumprir 

a minha promessa! 

PADRE – Fizesse­a então numa  igreja.  Ou em qualquer  parte,  menos num  antro de 

feitiçaria. 

ZÉ – Eu já expliquei... 

PADRE – Não se pode servir a dois senhores, a Deus e ao Diabo! 

ZÉ – Padre... 

PADRE – Um ritual pagão, que começou num terreiro de candomblé, não pode terminar 

na nave de uma igreja! 

ZÉ – Mas Padre, a igreja... 

PADRE – A igreja é a casa de Deus. Candomblé é o culto do Diabo! 

ZÉ – Padre, eu não andei sete léguas para voltar daqui. O senhor não pode impedir a 

minha entrada. A igreja não é sua, é de Deus. 

PADRE – Vai desrespeitar a minha autoridade? 

ZÉ – Padre, entre o senhor e Santa Bárbara, eu fico com Santa Bárbara. 

(GOMES, Alfredo Dias. O pagador de promessas. 36. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, 

p. 48­49)

INTERPRETAÇÃO

A obra “O pagador de promessa “ de Dias Gomes foi escrita na década de 60 e 

retrata a saga de Zé do Burro, uma homem do interior que faz uma promessa para salvar 

seu burro de estimação. Desde o início da trama , Zé do Burro desperta a curiosidade das 

24

pessoas que circurdam pela praça e muitas são as opiniões a seu respeito. O Bonitão o 

considera um idiota; Marli, um beato pamonha; Minha Tia, um homem bom; Rosa, um 

homem bom até demais. Mais importante do que estas opiniões pessoais são aquelas 

que   refletem   a   perspectiva   do   povo   e   da   igreja.   O   próprio   autor   admite   que   sua 

preocupação não se restringe à intolerância religiosa, como podemos deduzir a partir do 

confronto entre o Padre Olavo e Zé­do­Burro, mas abarca a intolerância universal. 

a) A partir da leitura da obra, percebe­se também que o burro tem uma importância 

diferente para cada personagem. Para você, com base no trecho lido, o que seria 

esta intolerância universal com relação à  promessa de Zé  do Burro, na visão do 

padre Olavo?

R­ (Resposta pessoal)  Espera­se que o aluno perceba que  fazer uma promessa para 

receber   uma   “graça”   seria   considerado   normal,   se   não   se   tratasse  de   um   animal   e 

também pelo   fato  mencionado  de que Zé   do  Burro  prometeu  carregar  uma cruz   tão 

pesada como a de Cristo para salvar o amigo Nicolau, não a humanidade. Ou seja, na 

visão de muitos, tudo o que fez, foi considerado exagero.

b) Na simplicidade de Zé  do Burro, na sua opinião , qual seria a importância do 

amigo Nicolau? Justifique.

R­ Resposta pessoal.

c)Você tem animal de estimação? Faria algo parecido para salvá­lo? Justifique.

R­ Resposta pessoal.

25

CENA III

4.LEITURA EM CASA (Páginas 72 à 100)

MOTIVAÇÃO (Próxima aula)

OFICINA DE TEATRO (Conduzir e ser conduzido) 

Proposta   da   professora­autora   desta   pesquisa,   baseada   no   jogo   “Pique   dos 

carros”, apresentada no livro de Ricardo Ottoni Vaz Japiassu. Metodologia do ensino de 

teatro. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 2001. p.180­181. 

Desenvolvimento: 

Divide­se o grupo em equipes. Define­se a ordem de apresentação das equipes na 

área de jogo. As equipes são subdivididas em duplas. Em cada dupla, decide­se quem 

será   (condutor)  e quem será   (conduzido).  O  jogador­condutor  agirá  de acordo com o 

código de sinais a seguir.

a) Seguir em frente: dedo indicador do condutor no meio das costas do conduzido.

b) Parar: mão do condutor sobre a cabeça do conduzido.

c) Virar à direita: mão do condutor sobre o ombro esquerdo do conduzido.

d) Virar à esquerda: mão do condutor sobre o ombro esquerdo do conduzido.

e) Marcha   à   ré:  as   duas   mãos   do   condutor   simultaneamente   sobre   os   ombros 

esquerdo e direito do jogador­conduzido.

26

Após   alguns   minutos   do   desenvolvimento   do   jogo,   o(a)   professor(a)   a   um 

determinado   sinal,   por   exemplo:   bater   palmas,   os   papéis   de   condutor   e   conduzido, 

deverão ser invertidos sem interrupção da atividade, ou seja, quem é “condutor” passará a 

ser “conduzido” e vice­versa.

Avaliação coletiva e autoavaliação: os jogadores mantiveram o acordo “de comando” 

necessário para o desenvolvimento da atividade durante todo o tempo? O parece ser 

mais difícil: “conduzir” ou ser “conduzido”? Como cada um se sentiu sendo “conduzido”? E 

quando estava  “conduzindo”? 

CONVERSANDO SOBRE A LEITURA FEITA EM CASA

Professor(a): Questionar a situação e as personagens envolvidas na parte 

lida. No caso temos:

4ª. João Grilo – Chico – Mulher : a mulher do Padeiro lamenta a perda se seu 

cachorro. Expediente de João Grilo: arranja­lhe um gato que descome 

dinheiro. Vende­o e faz seu lucro.

3.2 DIÁLOGO DE LEITURA: História do boi leitão ou o vaqueiro que não mentia.

Ao entrarmos no mundo da leitura há um processo contínuo de texto puxa­texto, 

isso   porque   um   tema   nunca   está   inserido   dentro   de   um   único   gênero   textual.   Ele 

aparecerá sempre nos mais variados gêneros do discurso. Vamos ler o texto a seguir, 

fazendo um diálogo entre as histórias e conhecendo melhor a Literatura de Cordel.

Professor(a):  Providenciar o texto para a leitura em sala de aula com seus 

alunos.  Se  possível,  apresentar  o   texto  em  forma de  cordel  e   levar  mais 

27

livrinhos com outras histórias para os alunos conhecerem. 

HISTÓRIA DO BOI LEITÃO OU O 

VAQUEIRO QUE NÃO MENTIA

1

Numa cidade distante

Há muito tempo existiu

Um distinto fazendeiro

O mais rico que se viu

E tinha um jovem vaqueiro

Homem que nunca mentiu.

(...)

10

Disse o doutor aos amigos

Nós temos que apostar

Dará vinte contos cada

Se o que diga aprovar

Perderei duzentos contos

Se a meu vaqueiro falhar.

11

Eu mandarei minha filha

A Dorgival seduzir

E fazer todo o possível

Dele na laço cair,

E depois veremos ele

Falar verdade ou mentir.

12(...)

13

O vaqueiro Dorgival

Morava um pouco afastado

Em uma grande fazenda

Aonde era encarregado

Ali existia um boi

Do patrão muito estimado.

14 (...)

21

Vá lindamente vestida

Com lindos trajes vermelhos

No rio próximo à fazenda

Preste atenção meus conselhos

Vá passear e levante

A roupa até aos joelhos.

22 (...)

23

A moça chegou no rio

Pôs­se ali a passear

Com as vestes aos joelhos

Alegremente a cantar

O vaqueiro ouvindo a voz

Veio fora observar.

24

Dorgival vendo a donzela

28

Disse rindo: oh! minha santa

Me alegro em ver e ouvir

Quem assim tão linda canta

Venha pra lado de cá

Longe assim não adianta.

25

Respondeu ela: eu irei

Se matar o boi Leitão

E tirar ligeiramente

O fígado e o coração

Mandar fazer um cozido

Pra comermos com pirão.

26

O vaqueiro francamente

Deu resposta imediata

Donzela você merece

Por ser gentil e exata

Mas lhe digo: o boi Leitão

Do meu senhor não se mata.

27(...)

28

O vaqueiro não sabia

Que aquela moça bela

Era filha de seu amo

Pois não conhecia ela

Quase não dormiu a noite

Com o pensamento nela.

29 (...)

30

Amanhã você levante

Até as coxas o vestido

Se ele chamar, você diga

Vou se fizer meu pedido

De matar o boi Leitão

Pra comermos um cozido.

31(...)

32

Meu anjo venha pra cá 

— Só vou se matar o boi

— Não, assim é impossível

Minha santa me perdoe

— Tem razão respondeu ela

Rapidamente se foi.

33(...)

34 

A moça disse: meu pai

Desse jeito é imoral

Disse o doutor: pode ir

Que não lhe "sucede" mal

Eu sei o que estou fazendo

E confio em Dorgival.

35(...)

45

No outro dia o vaqueiro

Amanheceu pensativo

E disse: meu amo pensa

Que o boi Leitão está vivo

Mas vou lhe dizer que não,

Gosto de ser positivo.

46

Ali botou um chapéu

Na cabeça do mourão

29

Se afastando montou­se

Em um cavalo cardão

Pôs­se a dirigir ao pau

Como se fosse ao patrão.

48

— Bom­dia, senhor meu amo,

— Bom­dia, meu bom vaqueiro,

Como vai o nosso gado?

— Vai lindo gordo e fagueiro

E o nosso boi Leitão?

— Morreu em um atoleiro.

49(...)

50

— Bom­dia, meu bom patrão,

— Bom­dia, meu nobre moço.

Como vai o nosso gado?

— Patrão está um colosso

— E o nosso boi Leitão?

— Caiu, quebrou o pescoço.

51(...)

52

— Bom­dia, senhor. Bom­dia,

Nosso gado ainda existe?

— Tudo em paz graças a Deus

Seu gado a tudo resiste.

— E o nossa boi Leitão?

— Morreu, patrão, dum mal triste.

53(...)

57

Como vai o nosso gado?

— Está gordo e à vontade.

— E o nosso boi Leitão

Também vai sem novidade?

— Ah, meu amo o boi Leitão

Vou lhe falar a verdade.

58

Surgiu por lá uma moça

De rosto lindo e corado

Um olhar muito atraente

Corpo esbelto aveludado

Fiquei hipnotizado.

59

Guardei respeito, porém

Palpitou­me o coração

Chamei­a para minha casa

E matei o boi Leitão

Do coração e o fígado

Comemos um bom pirão.

60

Dorgival que moça é essa?

— Não a conheço patrão

— É minha filha rapaz!

Disse o vaqueiro perdão

Pois eu não a conhecia

Disse o doutor: tem razão.

61

Doutor Cristino Gardano

Abraçou a Dorgival

Disse aos amigos: perderam

Passem logo o capital

Meu vaqueiro e minha filha

Vão dar um belo casal.

30

62 (...)

64

O dinheiro da aposta

Com a fazenda juntamente

O doutor Gardano fez

Ao seu genro presente

Passou de vaqueiro a dono

Viva o homem que não mente.

Dorgival ficou com sua

Estrela do coração

Provou que era fiel

Adquiriu proteção

Urgente ele enriqueceu

Lamento o que sucedeu

Ao pobre do boi Leitão

(BRANDÃO, Téo. Seis contos populares do Brasil. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do 

Folclore; Maceió, Universidade Federal de Alagoas, 1982, p.111­113)

DIÁLOGO DE LEITURA

Este texto que acabamos de ler vem da Literatura popular, impressa em forma de 

versos, apresentada em pequenos  folhetos que trazem histórias  fantásticas saídas da 

imaginação dos seus criadores (“A mãe que xingou o Filho no  Ventre e ele Nasceu com 

Chifre e com Rabo") ou relatam tragédias ("As Enchentes no Brasil no Ano 74"), fatos 

históricos   ("A   Guerra   de   Canudos")   etc.   Por   os   folhetos   ficavam   expostos   à   venda 

pendurados  num barbante   (cordão,   cordel),   criou­se  o   termo  Literatura  de  Cordel.  A 

origem do folheto de Cordel, segundo Luís da Câmara Cascudo, deve­se à iniciativa dos 

cantadores de viola em  imprimir  e vender a sua poesia e à   "adaptação à  poesia das 

histórias em prosa que vieram de Portugal e da Espanha".

Os   folhetos  são   livrinhos de 4  por  6  polegadas,   impressos  em papel  barato  e 

geralmente têm a capa ilustrada por uma xilogravura. Por muito tempo, esses folhetos 

31

foram a única fonte de informação e divertimento da população mais pobre do Nordeste e 

ainda hoje eles são encontrados em feiras­livres e mercados populares. 

Disponível em: http://www.amoremversoeprosa.com/P465cordel.htm

Para ilustrar ainda mais sobre a Literatura de cordel vamos ouvir uma música do 

professor   Francisco   Diniz,   que   faz   palestras   e   exposições   nas   escolas   da   Região 

Metropolitana de João Pessoa­PB, estimulando o resgate da literatura de cordel. 

O que é Literatura de Cordel? Texto de: Francisco Diniz

Literatura de CordelÉ poesia popular,

É história contada em versosEm estrofes a rimar,

Escrita em papel comumFeita pra ler ou cantar.

A capa é em xilogravura,Trabalho de artesão,

Que esculpe em madeiraUm desenho com ponção

Preparando a matrizPra fazer reprodução.

Mas pode ser um desenho,Uma foto, uma pintura,

Cujo título, bem à mostra,Resume a escritura.É uma bela tradição,

Que exprime nossa cultura.

7 sílabas poéticas,Cada verso deve ter

32

Pra ficar certo, bonitoE a métrica obedecer,

Pra evitar o pé quebradoE a tradição manter.

Os folhetos de cordel,Nas feiras eram vendidos,Pendurados num cordãoFalando do acontecido,De amor, luta e mistério,De fé e do desassistido.

A minha literaturaDe cordel é reflexão

Sobre a questão socialE orienta o cidadãoA valorizar a cultura

E também a educação.

Mas trata de outros temas:Da luta do bem contra o mal,

Da crença do nosso povo,Do hilário, coisa e tal

E você acha nas bancasPor apenas um real.

O cordel é uma expressãoDa autêntica poesia

Do povo da minha terraQue luta pra que um dia

Acabem a fome e miséria,Haja paz e harmonia.

Professor(a):                Este texto faz parte do CD Literatura de Cordel, de Francisco Diniz, disponível em: http://literaturadecordel.vilabol.uol.com.br/o_que_e_cordel.htm

33

INTERPRETAÇÃO

Você   já   ouviu   repentistas?   Esses   poetas   populares,   também   chamados   de 

cantadores, são comuns no Nordeste brasileiro. Uma das formas de   os repentistas se 

apresentarem   é   o   desafio,   disputa   poética   cantada,   em   que   um   começa   e   o   outro 

responde,   e   assim   seguem   se   alternando.   Os   repentistas,   mais   usualmente,   criam 

estrofes   de   seis   versos   (denominadas   sextilhas)   com   sete   sílabas   poéticas 

(heptassílabos) e rimas entre o segundo, o quarto e o sexto versos. Veja este trecho de 

desafio:

1

Senhor Manuel do Riachão,Que comigo vem cantar,O que é que os olhos vêemQue a mão não pode pegar,De pressinha me responda,Ligeiro, sem imaginar . . .

2

Você, Maria Tebana,Com isso não me embaraça, Pois é o Sol e é a Lua,Estrela, fogo e fumaça.Eu ligeiro lhe respondo, se tem mais pergunta, faça . . .

Luís da Câmara Cascudo. Vaqueiro e cantadores. Rio de Janeiro, Ediouro, 2000. 

p. 163. IN (Trabalhando com a linguagem 9º ano / Givan Ferreira ... [et al.]. _ 1.ed.atual. _ 

São Paulo: Quinteto Editorial, 2009. _ Coleção trabalhando com a linguagem).

a) Aponte semelhanças entre a forma como é  construída o texto História do boi 

leitão e ou vaqueiro que nunca mentia e a forma dos repentistas construírem a 

conversa cantada no desafio.

34

R­ A exemplo dos repentistas, as estrofes que compõem o texto de cordel são sextilhas 

de sete sílabas poéticas com rimas entre o segundo, o quarto e o sexto versos. Outro 

ponto comum é que, assim como procedem os repentistas,narrador, patrão, empregado e 

a moça se alternam na apresentação das falas. 

b) Apresente uma possível razão para o autor do texto ter feito essa escolha de 

semelhanças com o desafio.

R­ Com o estabelecimento de relações intertextuais com o desafio (forma de literatura oral 

bem característica no Nordeste brasileiro), o autor busca aproximar seu texto do leitor ou 

espectador.

CENA IV

5.LEITURA EM CASA ( Páginas:101 a  134 )

MOTIVAÇÃO (Próxima aula)

VÍDEO “A Gaita  que fecha o corpo”

CONVERSANDO SOBRE O VÍDEO E A LEITURA FEITA EM CASA

Professor(a):  Questionar a situação e as personagens envolvidas na parte 

lida. No caso temos: 

5ª. João Grilo ­ Chicó ­ Bispo ­ Padre ­ Padeiro ­ Frade ­ Sacristão ­ Mulher ­ 

35

Severino  (do Aracaju)   ­  Cangaceiro:  o  assalto  do  cangaceiro  Severino do 

Aracaju. Expediente de João Grilo: a gaita que fecha o corpo e ressuscita. A 

bexiga cheia de  sangue.  Evento  especial:   todas as personagens morrem, 

inclusive João Grilo. Salva­se Chicó.

5.1 DIÁLOGO DE LEITURA: leitura do conto “Morreu Mesmo”

Conto: “Morreu mesmo”

http://www.polishposter.com/Merchant2/merchant.mvc?Screen=PROD&Product_Code=0583

Professor(a): Apresentar aos alunos o conto abaixo, sem o final.

36

   INTERPRETAÇÃOFoi  um dia  um  jovem empregar­se    na  prefeitura  de  uma cidadezinha  do   interior.  No seu 

primeiro  dia  de   trabalho   lhe  mandaram podar  umas  árvores.  Como não  tinha  prática  desse 

serviço e era um tanto tapado, apoiou a escada num dos galhos e pôs­se a serrá­lo, quando deu 

de  acontecer  que  passava  por  ali  o  vigário  da   freguesia,  numa mulinha   troncha,  vermelha, 

guarda­sol aberto e advertiu­o:

— Menino, serrando desse modo, vai cair daí!

          O novato era, além de estúpido, teimoso. Fingindo não ter escutado o padre, continuou o 

trabalho.

(...)

— A bença, seu vigário.

— Deus te abençoe.

— Vossa Reverendíssima me falhou que eu havia de cair  da árvore e,  dito  e feito,  caí 

mesmo. Bem... queria que agora me adivinhasse o dia de minha morte.

Bonachão, o padre achou muita graça do pedido que o jovem lhe fazia e resolveu zombar 

um pouco com ele.

(...)

— Morri!

Não se moveu mais, certo de que estava morto. Vai daí, que logo depois passaram por ali 

uns  trabalhadores  que deram com ele estendido no meio do caminho. Acreditando­o morto, 

foram buscar uma rede no vizinho mais próximo, puseram­no dentro e o conduziram para sua 

casa, rezando um terço.

Não muito adiante, havia uma encruzilhada. Os trabalhadores ficaram bestando: qual delas 

seria o caminho mais curto para chegarem à casa do morto.

(...)

Ricardo Sérgio:  Disponível em:  http://www.recantodasletras.com.br/contos/938708

37

a)Antes de lermos o final do conto, façam um grupo de até 5 alunos e debatam as 

seguintes indagações: (Respostas pessoais)

­O que representa , para cada um de vocês , uma encruzilhada?

­Na opinião de vocês, a que levam os dois caminhos de uma encruzilhada?

­Com   base   na   resposta   anterior,   você   se   considera   um   místico,   ou   prático   ou   um 

esperançoso?

b)Mão na Massa: Cenas Improvisadas

Objetivo:  Trabalhar   com   a   improvisação   criando   cenas   que   serão   assistidas   pelos 

colegas.

Chamamos de improvisação quando um ator interpreta uma cena sem ter se preparado 

anteriormente,   sem   ter   decorado   suas   falas.  O   ator,   ou  atriz   deve,   a   partir   de   uma 

situação dada, soltar sua imaginação e criar, com ou sem falas, os movimentos e ações 

de uma personagem.

Situação a ser improvisada: Criar um final para o conto lido usando a criatividade para 

encenar se o jovem morreu ou não morreu.

O grupo terá de 5 a 10 minutos para improvisar a cena e depois apresenta aos 

colegas.   Façam   silêncio   durante   a   apresentação   dos   colegas.   Eles   deverão   fazer   o 

mesmo quando forem assistir à de vocês.

38

Professor(a):  Após   as   apresentações,   ler   o   final   original   do   conto   fazendo 

indagações a respeito das semelhanças e / ou não, com as improvisações feitas 

pelos alunos. 

CENA V

6. LEITURA EM CASA ( Páginas:135 a 170)

MOTIVAÇÃO (próxima aula)

OFICINA DE TEATRO: Vestindo as personagens com jornal

Proposta   da   professora­autora   desta   pesquisa,   baseada   nos   exercícios   nº4. 

p.159­160 e nº 5. p.186­188, apresentadas no livro _   Teatro de se ler: o texto teatral e a 

formação do leitor / Fabiano Tadeu Grazioli. – Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo, 

2007.

   

Professor (a): ­Visualizamos um maior aproveitamento desta atividade, tendo em 

vista a sua potencialidade literária e a sua representação, se for realizada depois 

que os alunos já estabeleceram um bom contato com o texto em questão.

 ­ A dinâmica aqui descrita pretende, mais uma vez, viabilizar atividades teatrais a 

partir do texto dramático. Isso possibilita ao aluno o entendimento de que o texto 

39

teatral   (   de   forma   geral   e   especialmente   o   texto   em   questão)   possui   uma 

completude   e   é   eficiente   tanto   para   a   leitura   quanto   para   uma   possível 

representação.

 – É importante refletir, neste contexto, sobre a função das rubricas de orientar a 

leitura e a montagem do texto, reafirmando a potencialidade deste elemento do 

texto dramático.

Desenvolvimento:

Divide­se a turma em grupos e indica a cada um, uma das personagens : Chico, 

João Grilo, padre,sacristão, padeiro, mulher do padeiro,Antônio Morais, Bispo, Severino, 

Cangaceiro,Demônio,  o Encourado (o Diabo),  Manuel   (Nosso Senhor Jesus Cristo),  a 

Compadecida ( Nossa Senhora). Na seqüência, disponibiliza jornal, cola e fita adesiva e 

solicita a cada equipe que crie o figurino para a personagem que lhe foi  indicada. Em 

seguida, realizar um desfile no qual cada personagem, com seu figurino, seja apresentada 

por alguém.

 Avaliação coletiva e autoavaliação: Promover uma discussão evidenciando a maneira 

que cada grupo encontrou  para expressar as características das personagens por meio 

dos figurinos.

Professor   (a):  Para  o  desenvolvimento  do  exercício  propomos a  utilização  de 

jornal, para que cada grupo disponha do mesmo material, o que não aconteceria 

se se solicitasse que os figurinos fossem elaborados a partir de peças de vestuário. 

Além   disso,   perpassa   pela   idéia   da   utilização   do   jornal   uma   questão   estética 

40

importante:  os alunos podem agir  sobre um material  considerado descartável  e 

transformá­lo, com o uso de sua criatividade, em peças de figurino. Cabe destacar 

que a utilização do jornal dá coerência visual ao conjunto de figurinos, contribuindo 

esteticamente com a encenação, mesmo que esta seja simples.

CONVERSANDO SOBRE A LEITURA FEITA EM CASA

Professor(a): Questionar a situação e as personagens envolvidas na parte 

lida. 

6ª. Palhaço – João Grilo – Chico – Todas as demais personagens Demônio – O 

Encourado   –   Manuel:   ressurreição   no   picadeiro   do   circo.   O   julgamento   pelo 

Demônio, pelo Encourado e por Manuel (Cristo). Expediente de João Grilo: forçar o 

julgamento, ouvindo os pecadores.

6.1 DIÁLOGO DE LEITURA: fragmento da obra “Barca do Inferno” (Gil Vicente)

Escrita em 1517, Auto da Barca do Inferno é uma das obras mais representativas 

do teatro vicentino. Como em tantas outras peças, nesta o autor aproveita a temática 

religiosa como pretexto para a crítica de costumes.

Auto da Barca do Inferno

Gil VicenteTexto 1

41

Esta barca onde vai ora,que assi está apercebida? [preparada]

DIABOVai pera a ilha perdida, [para o Inferno]e há‐de partir logo ess’ora.

FIDALGOPera lá vai a senhora?

DIABOSenhor, a vosso serviço.

FIDALGOParece‐me isso cortiço...

DIABOPorque a vedes lá de fora.

FIDALGOPorém, a que terra passais?

DIABOPera o inferno, senhor.

FIDALGOTerra é bem sem‐sabor.

DIABOQuê?... E também cá zombais?FIDALGOE passageiros achaispera tal habitação?

Texto 2

PARVOHou daquesta!

DIABOQuem é?

PARVOEu sô.É esta a naviarra nossa?

42

DIABODe quem?

PARVODos tolos.

DIABOVossa.Entra!

PARVODe pulo ou de vôo?Hou! Pesar de meu avô!Soma, vim adoecer [soma = em resumo]e fui má‐hora morrer,e nela, pera mi só. [naquele momento só meu, isto é, ele morreu dediarréia.]

DIABODe que morreste?

PARVODe quê?Samicas de caganeira.

DIABODe quê?

PARVODe cagamerdeira!Má rabugem que te dê!

INTERPRETAÇÃO

Nos textos acima, temos dois fragmentos da peça de Gil Vicente intitulada Auto da barca 

do inferno. De acordo com os textos responda:

a)  O  nível  da   linguagem empregada  nos   fragmentos   transcritos   funciona  como instrumento de caracterização das personagens? Justifique.

43

R­ No tempo de Gil Vicente, os recursos de cenários eram bastante pobres e uma forma 

de caracterizar  a  personagem era através do  recurso da  fala.  Desta  forma,  como no 

fragmento transcrito, uma personagem da corte possui, além das roupas e do criado, um 

nível de linguagem condizente com sua origem sócio­econômica. Já uma personagem de 

origem humilde possui uma linguagem marcada por expressões vulgares. O Fidalgo se 

expressa numa linguagem correta, emprega um vocabulário simples e correto enquanto a 

personagem   Parvo   Joane   emprega   determinados   termos   e   expressões   (Samicas   de 

caganeiras , por exemplo) típicas das pessoas humildes e sem instrução formal.

b)   Ao   dirigir­se   ao   Diabo,   o   Fidalgo   comete   um   engano   e   o   Diabo   o   corrige imediatamente. De que engano se trata?

R­ O Fidalgo confunde o sexo do Diabo, tratando­o por “senhora”, o que faz com que o 

Diabo diga em seguida “Senhor, a vosso serviço”.

Gil Vicente soube ver os erros humanos de sua época. O Auto da barca do inferno 

é uma crença no homem, mesmo se apoiando em certas concepções medievais, pois o 

dramaturgo  acreditou  na  arte,  no   teatro,  como uma  forma de ensinar  aos  homens a 

possibilidade de melhora e de salvação.

c) Numa época como a nossa, em que consumir parece ser o sentido da existência, a peça de Gil Vicente  mostra todo o rigor da sua atualidade, condenando os que se apegam exclusivamente aos valores deste mundo, esquecendo­se de que a virtude e a moral são valores essenciais para uma vida justa. Na sua opinião, os erros das personagens vicentinas são erros humanos, demasiadamente humanos, e por isso podemos aprender com eles?

R­   Resposta   pessoal.   Espera­se   que   o   aluno   perceba   que   somos   instigados   e 

condicionados a acreditar que os objetos constituem uma fonte de prazer e adquiri­los 

deve ser o sentido da vida. Sacrificamos a nossa inteligência, a nossa sensibilidade e a 

nossa atenção com o próximo em troca de um tênis e de um automóvel. Freqüentamos 

shopping center, mas não lemos um livro; beijamos mil pessoas e não provamos a ternura 

de nenhuma; valorizamos o corpo e nos esquecemos do nosso interior.

44

Disponível   em: 

<http:www.escolapassoapasso.nossodom.com.br/dombosco/.../auto_barca_inferno>.

CENA VI

7. LEITURA EM CASA ( Páginas:171 à 203)

MOTIVAÇÃO (Próxima aula)

OFICINA DE TEATRO 

Uma adaptação da professora­autora desta pesquisa para o jogo teatral : Ruas e 

Vielas , Fichário de Viola Spolim – ficha A44+.

Professor(a): Caso o espaço da sala de aula ou níveis de barulho sejam restritos, 

esse jogo deverá ser feito no pátio ou na quadra.

Preparação

Eleja um (a) jogador (a) para ser o ANJO BOM e outro(a) para ser o ANJO MAU. O 

restante da turma será dividida entre os alunos jogadores que serão as ruas ou 

vielas e a outra parte serão os pecadores. O Anjo Bom será o instrutor e o Anjo 

Mau será o caçador dos pecadores.

Descrição

45

Os   jogadores   formam   fileiras   ficando  em  pé   em   linhas   iguais   com  os  braços 

estentidos para os lados na altura dos ombros. A um sinal do instrutor (Anjo Bom), 

todos se viram de frente para ele, bloqueando a passagem do pecador ou do Anjo 

Mau. Quando o sinal dado for  RUAS! todos os jogadores ficam de frente para o 

instrutor e quando é dado o sinal RUELAS!, todos ficam de lado. O Anjo Mau e o 

pecador não podem atravessar o bloqueio formado pelos braços ou cortar uma rua 

ou ruela. Peça para os jogadores formarem a posição de Ruas (veja o diagrama) e 

praticar   a   mudança   entre  Ruas  e  Ruelas  algumas   vezes   antes   de   iniciar   a 

perseguição.

Instrução                                                Instrução

       *Ruas                                            *Ruelas

*____*____*____*              *I      *I       *I      *I

*____*____*____*              *I      *I       *I      *I

*____*____*____*              *I      *I       *I      *I

1) O sucesso do jogo depende do alerta do instrutor ao enunciar as mudanças no 

momento em que o Anjo Mau está na iminência de pegar o pecador ou o pecador 

esteja por demais seguro em relação ao Anjo Mau. O Anjo Bom envolve­se com a 

caça e com o destino do pecador, o que cria um estado de crise. Atuar em crises 

(salvar ou não salvar) é estimulante para a pessoa como um todo e aumenta o 

estado de alerta e as capacidades de aprendizagem.

2)Esse   jogo   tradicional   é     especialmente   útil   para   treinar   os   alunos   como 

instrutores. De  início,  escolha alunos­instrutores que  têm uma atitude de alerta 

natural para o ambiente, pois o jogo deve ser mantido em movimento para evitar 

queda de energia ou fadiga. Com o tempo, todos os jogadores devem assumir o 

papel de instrutores para aprender a lidar com a crise momentânea que o jogo 

apresenta para instrutor.

3)É   favorável  ir   trocando as equipes para que todos tenham visão diferente do 

jogo.

46

CONVERSANDO SOBRE A LEITURA FEITA EM CASA

Professor(a): Questionar a situação e as personagens envolvidas na parte lida. No caso temos:

  7ª.  Todas   as   personagens   ­   A   Compadecida:   condenação   dos   pecadores. Expediente   de   João   Grilo:   apelo   à   misericórdia   da   Virgem   Maria.

7.1 DIÁLOGO DE LEITURA: Vamos ao teatro!

Professor(a): Seria muito interessante levar a classe assistir a uma apresentação 

teatral, já que o próximo passo é ajudá­los a preparar a encenação da peça lida.

Representação Teatral

Um texto teatral “ganha vida” quando conquista a cumplicidade dos espectadores, 

por isso ele não pode ficar só no papel, precisa ser representado. Ele só fica completo 

quando é encenado, seja dentro de um teatro ou na rua, no metrô, na praça ou na escola. 

Quando   é   levado   à   cena,   o   texto   já   não   se   relaciona   com  um   leitor,  mas   com um 

espectador. E para se montar um texto, encená­lo, é preciso que o diretor e as pessoas 

envolvidas na encenação façam uma interpretação, uma leitura desse texto.

Além   do   autor,   que   escreve   a  peça,   no   teatro   contamos   com   os   atores   (que 

interpretam   os   papéis),   com     o   diretor   (que   planeja  e  orienta   a   encenação),   com   o 

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figurinista   (que   cria   os   trajes   das   personagens),   o   sonoplasta   (encarregado   pela 

sonorização), o iluminador (que cuida da luz), além de diversos técnicos e outras pessoas 

que, juntas, possibilitam que o texto “ganhe vida” nos palcos. É por isso que dizemos que 

o teatro é uma arte de equipe.

O objetivo dos realizadores é  envolver o espectador,   levá­lo a se emocionar,  a 

questionar, criando assim um vínculo entre ele e os atores, entre ele e o texto encenado. 

Assistir a uma peça é uma experiência estética em que podemos nos identificar com as 

personagens e reconhecer os conflitos presentes na ação.

O diferencial do teatro em relação a outras artes é  justamente seu caráter vivo, 

imediato, que acontece em frente ao público no momento da apresentação. Por isso uma 

peça teatral é tão deferente de uma novela na televisão, de um filme a que vamos assistir 

no cinema ou da leitura solitária de um livro.

(Português: a arte da palavra, /Gabriela Rodella de Oliveira, Flávio Nigro Rodrigues, João Rocha 

Campos ; 1. ed. – São Paulo : Editora AJS Ltda, 2009. p. 58)

Professor(a): Após a leitura e discussão do texto acima,orientar os alunos para a 

encenação da peça lida, lembrando­os que o bom êxito do trabalho depende do 

empenho   de   todos   os   integrantes   do   grupo.   Para   isso,   as   orientações 

apresentadas a seguir também devem ser consideradas.

* De posse da parte de seu texto teatral, o grupo se reúne, dialoga e reparte os 

papéis,   ou   seja,   define   o   personagem   que   cada   integrante   vai   representar.   É 

importante que essa distribuição seja o mais funcional   possível, que cada aluno 

combine e fique satisfeito com seu personagem. Na ocasião, a equipe também 

decide se elege um dos componentes como diretor para coordenar e supervisionar 

todo o trabalho.

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*   Atores   e   atrizes   realizam   exercícios   preparatórios     para   interpretar   com 

expressividade seus personagens e contribuir com a eficiência da apresentação da 

peça.   Seguem   alguns   procedimentos   que   cada   participante   do   elenco   deve 

considerar:

1. Ler o texto todo várias vezes para ter noção de conjunto e saber as relações do 

personagem que vai interpretar com os demais da peça.

2.   Estudar   profundamente   seu   personagem,   considerando   as   rubricas   de 

interpretação   com   indicações   de   traços   físicos,   pensamentos,   atitudes   e 

sentimentos.

3. Memorizar as falas sem perder de vista os contextos da peça em que elas estão 

inseridas.

4. Ensaiar as ações e as falas de seu personagem. A  busca de um estilo próprio e 

natural de interpretação é um ponto que ajudará o desempenho na apresentação.

5. Procurar usar e combinar bem a voz e os movimentos corporais de modo a 

expressar a riqueza de sentidos da peça representada e provocar emoções nos 

espectadores. Para isso, há necessidade do emprego consciente e cuidadoso de 

determinados aspectos, como:

* adequação no volume da voz de maneira que até os ouvintes situados mais longe 

possam escutar e entender com clareza;

* boa dicção na pronúncia de palavras e frases;

* variação no ritmo e na entonação das falas para obter diferentes efeitos;

* realização de pausas para destacar idéias e estabelecer maior interação com os 

espectadores;

*   adoção   de   posturas   (   em   pé,   sentado,   deitado,   de   frente,   de   lado   .   .   .)   e 

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movimentos corporais ( da cabeça, dos olhos, do rosto, do ombro, das mãos, das 

pernas, dos pés . . .) para junto com a voz produzir significados;

* nunca é demais lembrar que a capacidade de recriação e improviso de cada ator 

e atriz é um ingrediente indispensável na interpretação.

6. Encontrar­se algumas vezes com o seu grupo para ensaios coletivos a fim de 

que cada integrante possa se avaliar e aperfeiçoar sua atuação, bem como avaliar 

o andamento geral dos trabalhos e ajudar os colegas no que for preciso.

Obs:  Devido à  complexidade da atividade exigida dos alunos,  é   fundamental  o 

auxílio e orientação do professor(a) aos grupos, estimulando­os para que se sintam 

confiantes no desenvolvimento do trabalho.

A   bagagem   de   experiências   dos   alunos   poderá   ser   muito   enriquecida   se   for 

possível viabilizar que assistam a espetáculos teatrais e conversem com diferentes 

profissionais do mundo do teatro. Cabe esclarecer que o objetivo desta atividade 

não é formar profissionais de teatro, e sim criar condições favoráveis para a prática 

e  desenvolvimento  da expressão oral  e  corporal  dos  alunos.  Assim,  precisa­se 

cuidar   para   que   as   exigências   e   as   avaliações   não   tornem   exaustiva   e 

desprazerosa a atividade.

(Trabalhando com a linguagem. 9º ano / Givan Ferreira ... [et al.]. _ 1.ed. atual. _ São  Paulo:  Quinteto  Editorial,   2009.   _  Coleção   trabalhando   com a   linguagem, p.103 ­ 104).

Em conversa com o(a) professor(a), o grupo deve criar o  cenário,  aproveitando 

coisas simples, úteis e não perigosas; por exemplo, papel e tecido de vários tipos e cores, 

painéis,   pequenos   móveis,   caixas   de   papelão,   caixotes,   embalagens   plásticas,   latas, 

objetos feitos de isopor ou sucata . . . É claro que dependendo do desejo e possibilidade 

do grupo, bem como da adequação à peça, pode­se montar um cenário mais sofisticado, 

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porém mais importante que a sofisticação do cenário é a riqueza de significados nascida 

da improvisação e criatividade do grupo.

Quanto ao  figurino,  os  trajes vestidos pelos atores,  pode­se recorrer  a  roupas 

usadas, vestimentas feitas de papel, jornal, plástico colorido ou de outros materiais leves. 

O grupo tem ampla liberdade para buscar soluções criativas na construção das roupas, 

inclusive   criando   fantasias   típicas.   Mas   não   pode   deixar   de   considerar   um   aspecto 

fundamentas:   o   figurino   deve   estar   adequado,   integrado   às   características   físicas   e 

psicológicas dos personagens e às situações encenadas na peça.

A partir  da análise da peça,  o grupo pode estudar a viabilidade de  trabalhar  a 

iluminação, utilizando recursos adequados (lâmpada, lanterna, lamparina, vela, abajur, 

luminária,   refletor  .   .   .)  que proporcionem luz e brilho ao espetáculo. Mais uma vez a 

ousadia   da   equipe   pode   ser   acionada   para   encontrar   “idéias   luminosas”   para   a 

encenação.

O que acham de usar  sonoplastia  – sons, ruídos, músicas – na peça? Muitas 

vezes,   efeitos   sonoros   aliados   a   momentos   de   silêncio   podem   valorizar   as   cenas 

interpretadas atraindo ou mantendo o interesse dos espectadores. Vale a pena o grupo 

pensar nessa possibilidade. Se a decisão for pelo uso, levem em conta o bom senso e a 

sensibilidade para escolher as cenas e aos recursos especiais de sons adequados a elas. 

Por exemplo, trechos musicais, sons de apitos, de buzinas e imitativos de animais, ruídos 

de passos, barulhos de explosão, de tiros, de batida de porta . . .

O grupo deve escolher o palco – o lugar onde ocorrerá a encenação ­, a data e o 

horário   da   grande   estréia   para   melhor   definir,   por   exemplo,   recursos   de   cenário   e 

iluminação  a   serem  usados.  Sugerimos  que   a  peça   seja  montada  primeiramente  na 

escola para os demais colegas da classe e para as pessoas que queiram convidar, depois 

encenada também em outros espaços sociais da cidade (praça, clube, feira livre, centro 

cultural   .   .   .),   conforme  a  adequação  do  assunto  do   texto   teatral   à   circunstância  de 

interação com os espectadores. Vocês perceberão que fazer  teatro, além de propiciar 

aprendizado   e   prazer,   constitui   um   meio   de   compartilhar   vivências   enriquecedoras, 

questionar coisas do mundo e exercer a cidadania.

51

(Trabalhando com a  linguagem 9º ano  /  Givan Ferreira  ...   [et  al.].  _ 1.ed.atual.  _ São Paulo:  

Quinteto Editorial, 2009. _ Coleção trabalhando com a linguagem, p.104 ­ 105).

Professor(a):  Se  possível,   providenciar   filmagem  da  primeira   apresentação   de 

cada   grupo   para   que,   num   momento   posterior,   eles   possam   conferir   suas 

interpretações e aprimorar as novas representações teatrais que vierem a fazer.

CONCLUINDO ESTA UNIDADE

“O Teatro mostra uma fatia da realidade ou do sonho. Às vezes ácido, às vezes 

doce. Faz pensar, rir e chorar. Reflete, recria, revive o exercício da Vida. Assim, espaço­

autor­espectador forma a química perfeita para um ritual ou cerimônia mágica capaz de 

nos levar à fantasia ou à realidade. Ator e espectador tornam­se cúmplices na busca da 

ilusão ou do conhecimento crítico da realidade – na busca de um olhar consciente e 

sensível  que  projete   um novo  homem,   transformador,   capaz  de   construir   um mundo 

melhor”. (Ana Lúcia F. Cavalieri – Teatro vivo na escola. In. Teatro de se ler: o texto teatral e a 

formação do leitor / Fabiano Tadeu Grazioli. – Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo, 

2007. p.198)

Assim, como Fabiano Tadeu Grazioli, na obra já citada, termino aqui parte de um 

percurso por recantos especiais da atividade teatral, da literatura dramática e da leitura. 

Nesse percurso há a intersecção destas três áreas, com a justificativa de que a efetivação 

da leitura do texto dramático no contexto escolar assim o exige e pela crença de que o 

teatro pode fazer­se presente na escola, tendo na leitura a sua via de entrada na sala de 

aula.

REFERÊNCIAS

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