DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · FUTURO”, desenvolvido no PDE- Programa de...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

1

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

MARLI TOLEDO ESTEVAM

“A ÁGUA TEM FUTURO”

QUATIGUÁ – PARANÁ

2011

2

MARLI TOLEDO ESTEVAM

ARTIGO CIENTÍFICO

Trabalho apresentado à Universidade do Norte Pioneiro – UENP Campus de Jacarezinho, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Geografia, para a obtenção do título professora PDE, sob a orientação do professor: Aécio Rodrigues de Melo.

QUATIGUÁ – PARANÁ

2011

3SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................06

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................06

2.1. LEI DAS ÁGUAS ................................................................................................07

2.2. O CICLO DA ÁGUA ...........................................................................................10

2.3. DA SUPERFÍCIE PARA A ATMOSFERA ..........................................................11

2.4. DA ATMOSFERA DE VOLTA À SUPERFÍCIE ..................................................12

2.5. PROCESSOS HIDROLÓGICOS ........................................................................12

2.6. COMPOSIÇÃO QUÍMICA ..................................................................................13

2.7. SERVIÇOS AMBIENTAIS PRESTADOS PELA ÁGUA ......................................13

2.8. ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O RECURSO ÁGUA ..............................14

2.9. CONFORTO E AMEAÇA ...................................................................................16

2.10. PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS ........................................................17

2.11. DISTRIBUÍÇÃO NA TERRA .............................................................................17

3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO ......................................................................18

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................22

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................23

4 A ÁGUA TEM FUTURO

Marli Toledo Estevam¹

Aécio Rodrigues de Melo²

RESUMO

Este artigo visa apresentar os resultados obtidos com o Projeto “A ÁGUA TEM FUTURO”, desenvolvido no PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional, turma 2009. Tendo como Objetivo a reflexão sobre o consumo e o desperdício da água bem tão precioso e que se encontra escasso devido o mau uso e a falta de conscientização que o ser humano deveria ter tido. Isto provoca inúmeros problemas de ordem ambiental, em especial a forma que é tratada sem nenhuma preocupação. O incorreto uso e o desrespeito sua distribuição no planeta, em especial no Brasil e no município de Quatiguá, são fatores regular que contribuem para agravar ainda mais a escassez deste recurso natural. Sendo assim, a prática deste projeto foi desenvolvida junto aos alunos da 6ª e 7ª série do Ensino Fundamental do Colégio Estadual João Marques da Silveira EFM, em Quatiguá - Paraná. Através de pesquisas bibliográficas, trabalhos de campo, palestras de conscientização, apresentação aos demais alunos da comunidade escolar. Os alunos através da visita ao local onde se faz a captação da água de nosso município, juntamente com um técnico da Sanepar, aprenderam sobre mata ciliar e, que tipo de mata pode ser plantada nas margens do Ribeirão Lajeado (local de estudo), para evitar a erosão que hoje se faz presente no local.

Palavras-chave: água, desperdício, mata ciliar, erosão, Ribeirão Lajeado.

¹Professora de Geografia do Colégio Estadual João Marques da Silveira, Ensino Fundamental e Médio – Professora PDE 2009, Graduada em História pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Pirajú – SP (FAFIPI) e Pedagogia pela (FAFIPI); Especialista em História pela FAFIJA. E-mail: [email protected] ²Artigo orientado pelo Professor Aécio Rodrigues de Melo, do Departamento de Geografia da UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio.

5ABSTRACT

This article seeks to present the results of the Project WATER HAS FUTURE, developed by PDE - Educational Development Program, class of 2009. The objective is the reflection about the consumption and waste of water which is such a precious resource. It has become more and more limited due to its bad use and lack of awareness, something that human beings should have. This causes numerous problems to the environment, particularly when it is considered the way it is treated without any preoccupation. The misuse and disregard to the planet, especially in Brazil and in the district of Quatigua, are resource. So, the development of this Project was performed together with elementary school students from the sixth and seventh grades at Colégio Estadual João Marques da Silveira (EFM), in Quatiguá - Parana. The work was developed through bibliographical researches, field activities, awareness lectures and presentations to other students from the school community. The students and Sanepar’s technicians visited the place where the water capitation is done in our district and they learned about what kind of forest can be planted in Ribeirão Lageado’s margins (place of study), in order to avoid the erosion which has been found in the region nowadays.

Keywords: Water; Waste; Ciliary forest; Erosion; Ribeirão Lageado's.

61. INTRODUÇÃO

O incorreto uso da água e consequentemente o desrespeito a natureza, gerou

a necessidade de uma preocupação maior com água e a forma que vem sendo

utilizada este bem tão precioso, principalmente quando se refere ao Ribeirão

Lajeado na cidade de Quatiguá, PR. Além disso notamos o que pode ser feito para a

preservação, Quatiguá assim como a maioria dos pequenos municípios apresentam

muitas pequenas propriedades rurais próximos ao Riberirão Lajeado , que não

tiveram orientações de como preservar este Ribeirão causando desequilíbrio na

natureza. Há a necessidade urgente por parte de Governo do Estado e do Município,

com a criação de planos de conscientização de preservação de nascentes e mata

ciliar para só assim poder proteger a natureza local. Essa relação de problemas que

enfrentamos se reflete nas mudanças que acontecem no meio ambiente. A ausência

de políticas públicas para que tais problemas sejam solucionados juntamente com

fatores socioeconômicos provenientes da globalização precisa de um

posicionamento de profissionais ligados a educação para que juntos busquemos

novas perspectivas, de vida e contribuindo de fato com fortalecimento e valorização

da natureza. Na escola percebe-se que existe uma dificuldade em relação à

preservação ao desperdício de água. Mas sabemos que tudo é possível quando nos

dedicamos com amor e responsabilidade em defesas das causas ambientais.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O processo de desenvolvimento humano, nos seus primórdios, onde a cultura

e a Educação era passada aos aprendizes, seus mestres eram anciãos de

comunidade. Hoje o acúmulo de informações e a velocidade com que acontece

7foram dando forma à educação escolar, a necessidade de um saber histórico

produzido (SAVIANI, 2003).

Nesse sentido salienta Saviani a necessidade de uma nova inovação de

saberes construídos a partir da sociedade que vive nos dias atuais, e a comunidade

escolar buscando esse novo saber.

2.1. Lei das Águas

Das leis ambientais (federais), muito recentes, que atingirão de forma

significativa todos os cidadãos deste País e que vêm sendo debatidas em

seminários, visando analisar seus aspectos e suas influências no cotidiano das

pessoas físicas e jurídicas, se destaca a Lei das Águas, Lei no 9.433 de 8 de janeiro

de 1997 e a Lei dos Crimes Ambientais, Lei no 9.605 de 12 de fevereiro de 1998.

A idéia da Lei das Águas nasceu, provavelmente, na França, baseada na

necessidade de recuperar o estado precário do Rio Sena e extrapolou para o fato

imperativo de se dar um tratamento mais nobre a esse bem escasso no Planeta, que

é a água doce.

Tornar-se-ia cansativo repetir aqui porque a água doce é um bem escasso; a

grande maioria já sabe que as disponibilidades de água doce no nosso planeta são

mínimas e que já há até guerras, devidas a sua escassez.

A Lei das Águas pretende descentralizar a gestão dos usos da água por

bacias hidrográficas e gerar recursos financeiros a serem empregados na própria

bacia.

O que pode e deve ser feito através da política?

8Na prática, política aqui se refere a duas realidades intimamente relacionadas,

mas diferentes. Por um lado, a ator político, um indivíduo naturalmente partidário,

que carrega uma ideologia e um sistema de valores, que defende certa concepção

da vida, da sociedade e da economia, e que busca obter aceitação para essa

concepção através de mobilização política. Por outro lado, há o Estado, que constitui

a expressão organizada da política definida e desejada pela sociedade dos seres

humanos. A política estatal tem a função básica de promover e garantir o interesse

geral da população de um país como um todo, sem discriminação por raça, gênero,

religião, níveis de renda e assim por diante. A realidade cotidiana mostra que isso

não é uma tarefa fácil. Diante do que foi exposto vemos que está nas mãos do

Estado mobilizar ações que venha beneficiar toda a sociedade, com relação ao uso

dos recursos hídricos, sejam elas rurais ou urbanas. Ele possui subsídios para

implantar leis para tentar amenizar esse grave problema da escassez da água.

O Estado, por sua vez, não deve somente promover e garantir o

gerenciamento permanente e integrado dos recursos hídricos do país (levando em

consideração todas as dimensões básicas de uma política para a água). Ele deve

também dadas as características especiais da água como fonte de vida e, portanto,

como um bem comum, adotar uma visão global baseada em abertura, solidariedade

e cooperação no tratamento com os outros países, especialmente países fronteiriços

que compartilham as mesmas fontes de água. (Petrella, pg. 16, 2001).

Existem vários tipos de usuários de água. As primeiras expressões que

surgem para serem entendidas são: Usuário-Pagador e Usuário-Poluidor.

Usuário-Pagador é fácil de definir. Se alguém usar água advinda de qualquer

parte da Natureza, deverá pagar pelo volume utilizado desta água. No caso, esse

pagamento é independente do pagamento que normalmente se faz pelos serviços

que as companhias de água cobram para colocar água tratada em nossas torneiras,

sejamos pessoas físicas ou jurídicas.

Usuário-Poluidor – para essa definição a coisa é mais complexa. Não há

dúvida que qualquer uso da água a polui. Seríamos, então, todos, poluidores. Para

isso foram criados parâmetros e padrões. Parâmetro significa o tipo de poluente e

padrão é a quantidade máxima desse poluente admissível de ser lançada a um rio

9(lago, mar etc.) para que desapareça de nossas costas a pecha de poluidor. Vamos

citar um exemplo para a indústria: para o parâmetro chumbo é permitido, por lei, um

lançamento de 0,5mg em cada litro de água servida. 0,5mg/l são então o padrão de

lançamento para o parâmetro chumbo. Se o usuário da água lançá-la de volta ao rio

em quantidade maior que 0,5mg/l ele é poluidor e teria que ser classificado com

Poluidor-Pagador. Mas, aí é que vem a primeira dúvida: e se ele pegou para uso no

rio uma água que já continha essa quantidade ou maior de chumbo e a devolveu

acima do padrão; ele teria que pagar? Devolveu-se com quantidade menor ele não

teria direito a um crédito? Devolveu-se acima de que recebeu, não teria que pagar

só pelo acréscimo? Esses são os primeiros questionamentos.

Tomemos, agora, o exemplo do simples usuário doméstico da água para o

uso diário. Somos Usuários-Pagadores. Quando devolvemos a água que usamos

para o rio, seremos Usuários-Poluidores?

Como se sabe, a nossa água servida está poluída. Se não houver tratamento,

estaremos cada um de nós, poluindo o rio com a média de 54 gramas de equivalente

em carga orgânica, a cada dia. É uma taxa poluidora, pois o ideal seria que essa

taxa fosse oito ou dez vezes menor. Acontece que, para esse caso, já pagamos a

tradicional conta mensal de água e esgoto, no pressuposto de que alguém irá cuidar

de despoluir nossas águas servidas, antes de lançá-las de volta ao rio, haja vista

que às companhias de água, a rigor, cabem: pegar a água do rio (captar); tratar;

distribuir (colocá-las pressurizadas nos canos até chegarem às nossas casas);

coletar as águas servidas (redes de esgoto) e finalmente, tratá-las (reduzir a carga

orgânica) para, então, devolvê-las ao rio.

Nesse caso, não nos cabe a pecha de poluidores, pois, é de se supor que a

obrigação de tratar essas águas servidas não é nossa e, se essas águas estão

sendo devolvidas ao rio acima do padrão, quem está poluindo é a companhia de

águas e com isso, ela é quem deveria pagar a taxa como Usuária-Poluídora. Tal

aspecto deve ser muito bem abordado quando da regulamentação da lei.

Outro fato interessante é o consumo de água subterrânea (poços) por

indústrias e populações em geral. Como medir o consumo e a taxa poluidora quando

essa água for despejada no rio?

10A questão fica mais complicada quando se vai para a agricultura. É na

agricultura onde se localiza o maior consumo de água e é lá onde estão aqueles que

têm menor poder econômico para pagar. Como contornar? Talvez uma saída seja

através do controle pelo lado poluidor, com o estabelecimento de regras rígidas no

uso dos defensivos e nutrientes (fortes poluidores das águas).

E as poluições das águas devidas aos lixões? E a utilização das águas para

fins de navegação, controle de enchentes e geração de energia elétrica?

Como pode se depreender, a implantação da Lei das Águas é complexa,

passando pela análise da qualidade da água antes de ser usada, a escolha dos

parâmetros a serem adotados e as respostas às dúvidas aqui colocadas.

A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios

principais: os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma

circulação contínua, o ciclo da água ou ciclo hidrológico. Este ciclo é responsável

pela renovação da água no planeta.

O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido pela energia solar e pela

gravidade.

Na atmosfera, o vapor de água que forma as nuvens pode transformar-se em

chuva, neve ou granizo dependendo das condições climatológicas. Essa transformação

provoca o fenômeno atmosférico ao qual se chama precipitação.

2.2. O ciclo da água

A água é a única substância que existe, em circunstâncias normais, em todos

os três estados da matéria (sólido, líquido e gasoso) na Natureza. A coexistência destes

três estados implica que existam transferências contínuas de água de um estado

para outro; esta sequência fechada de fenômenos pelos quais a água passa do

globo terrestre para a atmosfera é designado por ciclo hidrológico.

A água da evapotranspiração (nome cientifico dado ao vapor de água obtido da

transpiração e da evaporação) atinge um certo nível da atmosfera em que ele se

11condensa, formando as nuvens. Nas nuvens, o vapor de água condensa-se

formando gotículas, que permanecem em suspensão na atmosfera. Estas gotículas,

sob certas condições, agregam-se formando gotas maiores que precipitam-se, ou

seja, chove. A chuva pode seguir dois caminhos, ela pode infiltrar-se e formar um

aquífero ou um lençol freático ou pode simplesmente escoar superficialmente até

chegar a um rio, lago ou oceano, onde o ciclo continua.

2.3. Da superfície para a atmosfera

O ciclo da água inicia-se com a energia solar que incide sobre a Terra. A

transferência da água da superfície terrestre para a atmosfera, passando do estado

líquido ao estado gasoso, processa-se através da evaporação direta, por transpiração

das plantas e dos animais e por sublimação (passagem direta da água da fase sólida

para a de vapor). A vegetação tem um papel importante neste ciclo, pois uma parte

da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba por voltar à atmosfera pela

transpiração ou pela simples e direta evaporação. Durante esta alteração do seu

estado físico absorve calor, armazenando energia solar na molécula de vapor de

água à medida que sobe à atmosfera.

Dado a influência da energia solar no processo de evaporação, a água

evapora-se em particular durante os períodos mais quentes do dia e em particular

nas zonas mais quentes da Terra.

A evaporação é elevada nos oceanos que estão sob a influência das altas

subtropicais. Nos oceanos equatoriais, onde a precipitação é abundante, a

evaporação é menos intensa. Nos continentes, os locais onde a precipitação é mais

elevada existem florestas e onde a precipitação é mais baixa, existem desertos.

Em terra, em algumas partes dos continentes, a precipitação é maior que a

evaporação e em outras regiões ocorre o contrário, contudo predomina a

precipitação, sendo que os oceanos cobrem o terreno evaporando mais água que

recebem pela precipitação.

122.4. Da atmosfera de volta à superfície

O vapor de água é transportado pela circulação atmosférica e condensa-se

após percursos muito variáveis, que podem ultrapassar 1000 km. Poderá regressar à

superfície terrestre numa das formas de precipitação (por exemplo, chuva, granizo

ou neve), como voltar à atmosfera mesmo antes de alcançar a superfície terrestre.

Em situações menos vulgares, poderá ainda transformar-se em neve e cair em cima

de uma montanha e permanecer lá. Toda esta movimentação é influenciada pelo

movimento de rotação da Terra e das correntes atmosféricas.

A água que atinge o solo tem diferentes destinos. Parte é devolvida à

atmosfera através da evaporação, parte infiltra-se no interior do solo, alimentando os

lençóis freáticos. O restante, escorre sobre a superfície em direção às áreas de

altitudes mais baixas, alimentando diretamente os lagos, riachos, rios, mares e

oceanos. A infiltração é assim importante, para regular a vazão dos rios, distribuindo-

a ao longo de todo o ano, evitando, assim, os fluxos repentinos, que provocam

inundações. Caindo sobre uma superfície coberta com vegetação, parte da chuva

fica retida nas folhas. a água interceptada evapora, voltando à atmosfera na forma

de vapor.

O ciclo hidrológico atua como um agente modelador da crosta terrestre devido

à erosão e ao transporte e deposição de sedimentos por via hidráulica,

condicionando a cobertura vegetal e, de modo mais genérico, toda a vida na Terra.

O ciclo hidrológico é, pois, um dos pilares fundamentais do ambiente,

assemelhando-se, no seu funcionamento, a um sistema de destilação global. O

aquecimento das regiões tropicais devido à radiação solar provoca a evaporação

contínua da água dos oceanos, que é transportada sob a forma de vapor pela

circulação geral da atmosfera, para outras regiões. Durante a transferência, parte do

vapor de água condensa-se devido ao arrefecimento formando nuvens que originam

a precipitação. O retorno às regiões de origem resulta da ação conjunta da infiltração

e escoamento superficial e subterrâneo proveniente dos rios e das correntes

marítimas.

132.5. Processos Hidrológicos

• Precipitação consiste no vapor de água condensado que cai sobre a superfície

terrestre. (Chuva)

• Infiltração consiste no fluxo de água da superfície que se infiltra no solo e nas

rochas.

• Escoamento superficial é o movimento das águas na superfície terrestre,

nomeadamente do solo para os mares.

• Evaporação é a transformação da água no seu estado líquido para o estado

gasoso à medida que se desloca da superfície para a atmosfera.

• Transpiração é a forma como a água existente nos organismos vivos passa

para a atmosfera.

• Evapotranspiração é o processo conjunto pelo qual a água que cai é absorvida

pelas plantas, voltando à atmosfera através da transpiração ou evaporação

directa (quando não absorvida).

• Condensação é a transformação do vapor de água em água líquida, com a

criação de nuvens e nevoeiro.

2.6. Composição química

A água pura (H2O) é um líquido cujas moléculas são formadas por dois

átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Quando na atmosfera, pode reagir com

determinados gases - como dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO, NO2,

N2O5) e dióxido de carbono (CO2) - ocasionando chuvas ácidas.

2.7. Serviços ambientais prestados pela água

14Os serviços ambientais são a ligação entre os ecossistemas, o bem estar

humano e a economia. Na verdade, são os serviços prestados pelo meio ambiente

para sustentar e garantir a vida humana.

A água presta os seguintes serviços ambientais:

• regulação do clima;

• regulação dos fluxos hidrológico;

• reciclagem de nutrientes;

• recreação.

A tabela seguinte apresenta a correspondência entre alguns serviços

ambientais prestados pela água substituíveis por capital humano:

Serviços ambientais prestados pela

água

Serviços ambientais prestados pelo capital

humano

Infiltração, escoamento, reciclagem de

nutrientes

Sistemas de abastecimento de água e de

saneamento

Infiltração Sistemas de drenagem

Reciclagem de nutrientes Sistemas de tratamento de águas residuais

Reciclagem de nutrientes, precipitação Sistemas de rega

2.8. Algumas curiosidades a respeito do Recurso Água:

• Se toda água da Terra - doce salgada e congelada - fosse dividida entre seus

habitantes, cada pessoa teria direito a 8 piscinas olímpicas cheias.

Mas, se dividirmos somente a água potável entre as mesmas pessoas, cada

uma teria direito a apenas 5 litros de água.

• A quantidade de água no mundo é praticamente a mesma há milhares e

milhares de anos. Mas o número de pessoas que vivem na Terra aumenta a

cada dia. Mais gente para a mesma quantidade de água.

• Se nada for feito em relação à água especialistas prevêem que haverá

conflitos entre países por disputa de água em um futuro não muito distante.

15• O Brasil tem 13,7% de toda água doce do planeta, sendo que 80% desse total

está na Bacia Amazônica.

• De toda água utilizada no mundo, 10% vai para o consumo humano, 20% é

para uso industrial e 70% é usado na agricultura.

• Se toda água do mundo coubesse numa garrafa de 1 litro, apenas meia

gotinha estaria disponível para beber.

• A Terra possui 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água (só para você

entender melhor, 1 quilômetro cúbico tem um milhão de litros de água).

• Desse total, 97,5% é água salgada. Sobram 2,5% de água doce, tanto líquida

como congelada.

• Excetuando daí a água congelada do planeta e sobram apenas 0,26% de

água líquida na forma de rios, lagos e lençóis subterrâneos.

• Para não secarmos os recursos deveríamos somente usar a água que é

renovada pelas chuvas, que são míseros 0,002% de toda água do planeta.

• A poluição representa alterações na qualidade da água, porém sem prejuízo à

saúde. A contaminação representa alterações da qualidade da água, podendo

apresentar sérios riscos à saúde.

• Portanto, "água poluída não significa necessariamente água contaminada,

mas água contaminada é certamente água poluída."

• Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 80% dos casos

de doenças no mundo resultam da ingestão de água contaminada, com mais

de 25 tipos diferentes de enfermidades.

(www.meioanbientecriancas.pr.gov.br/modules/conteúdos/c).

Segundo Milton Santos o período histórico atual vai permitir o que nenhum outro período ofereceu ao homem, isto é a possibilidade de conhecer o planeta extensiva e profundamente. Isto nunca existiu antes, e deve-se exatamente, aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda, aos progressos da técnica devido aos progressos da ciência) (Milton Santos, 2008).

16Isto nos parece que as técnicas do progresso podem auxiliar a Terra que é

vista em detalhes pelos satélites, onde pode ser observada.

Não podemos ter o entendimento equivocado de deixar os alunos sem saber

que precisam cada vez mais cuidar dos recursos naturais, a água, hoje merece

destaque local nacional e mundial.

O incorreto uso da água pode comprometer a vida. Esse mineral precioso e

caprichoso requer certos cuidados, necessitamos tanto dela, mas ela pode ser boa

ou má para a saúde. “Quem proclama a água como fonte de vida deveria mencionar

que é também uma fonte de morte”. De muitas mortes. As águas de fontes

murmurantes, límpidos regatos, orvalhos reluzentes, chuvas abençoadas e

criadeiras, são as mesmas das tempestades, trombas d’água, inundações,

nevascas, maremotos e tsunamis (tsu = porto, ancoradouro, nami = onda, mar),

aquelas vagas imensas produzidas por terremotos ou erupções vulcânicas. Além

das matanças das cheias, dos afogamentos uns grandes números de doenças

chegam aos humanos por ingestão de água contaminada (MIRANDA p. 18).

Diante de tudo isso é preciso achar urgente a forma de recuperar nascentes,

reflorestar e proteger os rios que são vitais para a vida e a saúde das pessoas. A

água é um bem precioso disponível em nosso planeta que gera vida. Se pararmos

para pensar nossa vida começa envolto por uma bolsa d’água no ventre de nossa

mãe, sem essa, não poderíamos nos formar perfeitamente, então dependemos dela

desde os primeiros minutos de nossa concepção. Dependemos da água para nos

alimentar, para fazer nossa higiene, para manter nossa casa limpa, para produzir

nossos alimentos, enfim esse bem tão precioso é fonte de vida.

2.9. Conforto e ameaça

A água revela, assim, essa dualidade: príncipio feminino , fecundo e maternal,

é também símbolo da cólera avassaladora e da destruição completa; substância

propiciatória para todas as civilizações, é também ameaça pavor e abismo. Por fim,

17embora tenha sido divinizada ao longo de milênios e ainda simbolize a paz e a

pureza no inconsciente coletivo, tornou-se destino dos dejetos das sociedades

industriais. Destituída de qualquer sacralidade, ela parece preparar sua vingança:

calcula-se que num futuro próximo a escassez afetará bilhões de pessoas. Se esse

futuro se concretizará ou não depende das atitudes que tomamos. Nós – indivíduos,

sociedades e governos- podemos escolher se devolvermos á água seu poder

regenerador ou vamos deixá-la transformar-se novamente na mãe terrível e punitiva

dos antigos mitos.(Como cuidar da água,2003). Sabemos que água e homem estão

juntos durante toda vida, a história apresenta de várias maneiras verdadeiras ou

temos que nos responsabilisarmos pelos nossos atos , porque deste bem precioso

depende filhos, netos e toda uma geração que vai chegar, animais , plantas, e de

quem será o futuro do planeta.

2.10. Propriedades físicas e químicas

Uma característica comum da água é a sua dilatação anômala. Ela se contrai

com a queda de temperatura, mas a partir de 4ºC começa a se expandir, voltando a

se contrair após sua solidificação. Isso explica porque a água que atinge a

temperatura de 0 º C se torna menos densa a que a água a 4 ºC, conseqüentemente

ficando na superfície. Esse fenômeno também é importante para a manutenção da

vida nas águas frias, pois faz com que também é importante para a água a 4 ºC fique

no fundo e mantenha mais aquecidas as criaturas que ali vivem.

Cerca de dois terços da superfície da Terra está coberta por água, 97,2% dos quais

contêm os cinco oceanos. O aglomerado de gelo do Oceano Antártico contém cerca

de 90 % de toda a água potavél existente no planeta ( região sul do globo). A água

em forma de vapor pode ser vista nas nuvens, contribuindo para o albedo da Terra.

2.11. Distribuição na terra

18Na Terra há cerca de 1 360 000 000 Km³ de água que se distribuem da

seguinte forma:

• 1 320 000 000 Km³ (97%) são água do mar;

• 40 000 000 Km³ (3%) são água doce;

• 25 000 000 Km³ (1,8%) como gelo;

• 13 000 000 Km³ (0,96%) como água subterrânea;

• 250 000 Km³ (0,02%) em lagos e rios.

3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO:

O projeto A Água Tem Futuro foi desenvolvido com alunos de 6ª e 7ª séries

do Colégio João Marques da Silveira Ensino Fundamental e Médio, em Quatiguá-

PR. A idade dos alunos envolvidos no projeto foi de 11 a 13 anos. Na primeira saída

de campo ao Ribeirão Lajeado: As crianças foram divididas em grupos de trabalho,

realizaram observações diretas orientadas pela professora Marli e o técnico da

Sanepar Sr. Antônio, a professora Isaura da disciplina de História – Os alunos

tiveram uma aula de campo bem movimentada, com explicações sobre mata ciliar, o

assoreamento que é um dos problemas que afeta nosso Ribeirão Lajeado.

Na sala de aula:

Voltando da aula de campo os alunos elaboraram relatórios, onde relataram

admirados o que conseguiram apreender, quais as plantas que devem fazer parte da

mata ciliar entre elas, podemos citar: Aroeira branca, Framboesa do campo,

Gabiroba e outras árvores nativas, também animais que lá estavam no rio como a

capivara.

19

Figura 1: Nascente do Ribeirão Lajeado

Fonte:Foto da Autora

Na segunda saída para o Ribeirão Lajeado:

Os alunos saíram em grupos juntos com a professora Marli e a professora de Artes,

Rosiris, também membros do Grêmio Estudantil que acompanhou as turmas, com a

finalidade de observar as situações ecológicas do ambiente trabalhado: como erosão

por exemplo. Os alunos sentiram-se valorizados e compreenderam a importância de

se cuidar da água e preservar o meio ambiente.

20

Figura 2: Técnico da Emater, falando sobre a erosão do local

Fonte: Foto da Autora

Na sala de aula:

As crianças assistiram ao vídeo do material didático da professora e trocaram idéias

de como conscientizar o resto dos alunos do Colégio.

Em seguida os alunos confeccionaram cartazes explicativos de como economizar

Água em nossa escola, e também como a comunidade poderia ajudar nessa tarefa.

Os alunos fizeram poesias sobre a água, auxiliados pela professora de língua

portuguesa: ficam expostas no mural da escola e receberam muitos elogios. Um dos

poemas que a turma elegeu como o mais belo foi este:

ÁGUA É VIDA

A água, dona da vida é natureza,

Na pesquisa é confirmada, que deve

Ser economizada, usada e controlada.

Por isso pedimos, que o ser humano

Seja consciente que dela depende e

21Tem que estar alerta isto é urgente.

Se a água nós não economizar um dia

Ela poderá faltar e ai não adianta chorar

Mas como aprender, com esse bem precioso

Conviver, se o Ribeirão Lajeado se encontra em mau estado

Nós Quatiguaenses unidos venceremos esta responsabilidade

E criatividade com a mata ciliar, as torneiras fechar no banho não demorar

Água sempre terá para sua sede saciar

Água fonte de vida é esperança da humanidade, ou deixamos de poluir

Ou de sede morremos plantações e populações.

As crianças dramatizaram o poema – Água é vida, no Colégio e conseguiram

mobilizar a todos os presentes sobre a importância das nascentes, mata ciliar, e

cuidados com o meio ambiente.

Também fizemos uma visita no lixão de Quatiguá e observamos a forma que é

tratada a natureza sem nenhum cuidado, vimos lixo misturado sem ser separado e

aprenderam como é importante o cuidado e a seleção dos resíduos sólidos em

contato com a natureza.

Figura 3: Apresentação do poema Água e Vida, em forma de música.

Fonte: Foto da Autora

224. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A temática deste projeto baseou-se na preocupação com o meio ambiente,

sendo a nascente e o curso do Ribeirão Lajeado muito agredido pelo homem com

sérios problemas de ocupação, de erosão, desmatamento e nas margens, causando

sérios impactos ambientais.

Tendo em vista que a sociedade precisa ser conscientizada, buscando

alternativas e atitudes que consistam no ato de aprender a economizar água,

energia, não desperdiçar é o que pode salvar o planeta.

Nesse contexto a Educação tem um papel fundamental em ajudar alunos,

comunidades a consumir de forma correta com carinho provocando com certeza

menos danos a natureza sem depredar e matar nossas nascentes.

E partindo dos próprios hábitos cotidianos podemos sim fazer alguma coisa

para modificar nosso envolvimento com a natureza, uma boa medida é calcular

quanto se gasta com água em casa, na irrigação, na agricultura e nas indústrias.

O envolvimento de cada um em defesa da água depende dessa geração que

veio com defeito de fabricação, fomos mal educados no trato com a água e o meio

ambiente, portanto isto deixa mais difícil a responsabilidade, mas também devemos

saber que seremos as grandes vítimas da tragédia ambiental do planeta se nada for

feito. Há críticos que não percebem que a proteção do planeta só depende do ser

humano. Será que se a sociedade conseguisse compreender que nessa catástrofe

nós somos os mais prejudicados e ameaçados? Finalmente teríamos uma chance

de ver o futuro do planeta e da humanidade com mais comprometimento e qualidade

da biosfera.

Há uma característica do movimento ecológico mundial que merece análise

mais profunda da que é feito usualmente. Não há menor dúvida de que um meio

ambiente limpo, belo e saudável é a aspiração de toda a humanidade, mas o que a

história mostra é que poucos no passado e nos dias de hoje podem se dar ao luxo

de tê-lo.

23 Com o desenvolvimento e aplicação do projeto da professora PDE 2009, a

Água Tem Futuro, foi notado que de certa forma alcançou-se resultados bastante

positivos com relação ao tema em questão, pois alunos e até mesmo pessoas da

comunidade passaram a ter mais consciência na hora de consumir esse precioso

bem que é a água.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SAVIANI, DERMEVAL, Pedagogia Histórico – Crítica: primeiras aproximações.

São Paulo: Editora VER E ampl, 2003,8ª ed.

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação: lei 9.394/96. Rio de Janeiro:

Esplanada, 1998.

SANTOS, MILTON, Por outra globalização: do pensamento único. 16ª. ed. Rio de

Janeiro: Editora Record, 2008.

MIRANDA, EVARISTO EDUARDO de. Água na natureza e na vida dos humanos

e na vida dos homens – Aparecida (SP): Editora Idéias e Letras, 2004.

SEMA – Recursos hídricos Agenda 21 – Conferência das Nações Unidas Sobre

Meios Ambiente e Desenvolvimento.

PETRELLA, RICCARDO. O Manifesto da água. Petrópolis (RJ): Vozes, 2002.

Como cuidar da nossa água/ [coordenação projeto editorial e gráfico BEI

comunicação; ilustração Marcelo Cipis; ilustração e mapas Luiz Fernando Martini] –

São Paulo: Bei Comunicação, 2003. (Coleção entenda e aprenda).

24Sites Acessados:

http://www.meioambientecriancas.pr.gov.br/modules/conteudos/c. Acesso em: 24 de

fevereiro de 2010.

http://pt.wikipedia.org/wikj/ciclo_hidrol%C3%B3glco. Gil Portugal (outubro de 1988)

Acesso em: 17 outubro de 2009.