DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · moro na Rua do Sol”. ... É como o corpo sem arma E o...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
IES – UNICENTRO - GUARAPUAVAPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
CORDEL DIGITAL: LITERATURA E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO
CLARISE APARECIDA DE MELO
GUARAPUAVA – PARANÁ2010
1- APRESENTAÇÃO:
CORDEL DIGITAL: LITERATURA E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO
É com muito prazer que apresento o material sobre Literatura de Cordel, uma paixão pelo popular, resultado de pesquisas e estudos no PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, no Estado do Paraná.
No CD você encontrará a teoria sobre Literatura de Cordel, textos de cordelistas brasileiros, textos da autora do trabalho, desenhos, a criação de blogs e atividades que poderão ser realizadas em sala de aula.
Espero ter contemplado um pouco da riqueza de cordéis que temos em nosso país.Bom trabalho!
CORDEL DIGITAL (Clarise Melo)
Já me perguntaram por que
O Cordel resolvi trabalhar
e com puros e simples versos
eu quero e vou justificar
gosto de entender a vida,
e sua cultura popular.
De rimas sempre gostei
de causos e diversão
de uma prosa bem amiga
histórias ao pé do fogão
procurando sempre guardar
em versos no coração
Pesquisei dificuldades
que os alunos tem pra ler
e como é difícil
fazê-los escrever
E procurando o encantamento
um blog resolvi fazer
Para deixar mais bonito
e com jeito de estudantes
a idéia lancei pra eles
que o blog fosse importante
e desde então não me canso
de pesquisar a todo instante.
Como é pesquisa acadêmica
e teoria tem que constar
Recorri a Bakhtin
Para ele me ajudar
e a análise do discurso
Veio bem a calhar
E como precisava
ter a internet ao meu dispor
No livro Sociedade Midiatizada
Tem textos de muito valor
e passei a entender melhor
as idéias do autor
Então com dois pensadores
Denis de Moraes e Bakhtin
Pude perceber que a teoria
cabia bem para mim
E a minha pesquisa
Desenrolava enfim
E a cada dia mais apaixonada
pelo tema que escolhi
por isso canto em rimas
e posso dizer que sim
O cordel é encantador
pela experiência que vivi.
Espero que os estudantes
encontrem o prazer também
de entender como é belo
e quanta riqueza que tem
um cordel que fale da realidade
da vida grandiosa de alguém.
E assim justifico
o motivo do cordel estudar
quem deseja conhecer mais
o blog queira visitar
será bem vindo e aceito
os comentários que postar.
2-AULAS
1ª AULA : O QUE É CORDEL?
O cordelista Moreira de Acopiara, em seu livro “Um Cordel sobre Cordel “, faz a
seguinte definição:
“Por ser um livreto impresso,
Mesmo em precário papel
Exposto em pequena corda,
O seu leitor mais fiel
Depressa o batizou de
Poesia de cordel. “
Isso porque havia o costume, na Espanha e em Portugal, de se colocarem os
livretos sobre barbantes(cordéis) estendidos em feiras e lugares públicos, de forma
semelhante a roupa em varal.( Luyten,2005)
A Literatura de Cordel é considerada um dos elementos de maior comunicabilidade
dos meios populares. Isto é, do povo para o povo.(Luyten,2005). Dessa forma,
consideramos a Literatura de Cordel como uma cultura popular mais voltada para os
problemas do povo, sejam eles urbanos ou rurais.
A MÉTRICA DO CORDEL
Cada verso é uma linha,
Como você vê aqui.
Os versos dois, quatro e seis,
Esses rimam entre si
Mas os ímpares não rimam,
Foi assim que eu aprendi.
(Moreira de Acopiara)
Observe:
VERSO: é uma sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica ou
melódica, correspondente em geral a uma linha do poema.
ESTROFE: é um agrupamento de versos e os agrupamentos podem variar em cada
estrofe.
Veja como se chamam os tipos de estrofes:
Dístico: dois versos
Terceto: três versos
Quadra ou quarteto: quatro versos
Quintilha: cinco versos
Sexteto ou sextilha: seis versos
Sétima ou septilha: sete versos
Oitava: oito versos
Nona: nove versos
Décima: dez versos
A métrica é a medida de versos, isto é, o número de sílabas poéticas apresentadas
no verso.
A divisão silábica poética obedece a princípios diferentes dos que orientam a
divisão silábica gramatical: as vogais átonas são agrupadas em uma única sílaba e a
contagem das sílabas deve ser feita até a última tônica.(Cereja e Magalhães, 2005)
Na Literatura de Cordel, os versos de seis sílabas são os mais usados, conforme
demonstra Moreira de Acopiara:
Esse estilo de seis linhas
É o mais utilizado
Hoje pelos bons poetas,
Como era no passado.
Mas SETE LINHAS também
É bastante apreciado.
PARA PRATICAR:
1-Com a ajuda de seu(sua) professor(a) e colegas, faça a divisão silábica poética dos
seguintes versos:
Sob o céu, sob as estrelas,
Desde que o Brasil nasceu,
Até hoje, em nossos dias,
Muita coisa aconteceu,
Que os anos não destruíram,
Nem muita gente esqueceu.
(Francisco de Souza Campos)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ACOPIARA, Moreira de. Cordel em Arte e Versos. São Paulo, Acatu, 2008.
CAMPOS, Francisco de Souza. Enfrentando a morte. Editora Luzeiro Limitada.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens: volume 1: ensino médio. 5ª ed.São Paulo: Atual, 2005.
LUYTEN, Joseph M. O que é Literatura de Cordel. 1ª ed. Editora Brasiliense, São
Paulo, 2005
AULA 2: ILUSTRAÇÕES NOS CORDÉIS
Uma das coisas que mais chamam a atenção, ao observar um folheto é a capa.
Frequentemente ela apresenta uma gravura, quase sempre condizente com o conteúdo
do livreto. Como a matriz dessa gravura é de madeira, o produto se chama “xilogravura”.
(Luyten,2005)
XILOGRAVURA: sf. 1. Gravura em relevo sobre prancha de madeira. 2. Estampa tirada
por esse processo.(Dicionário da Língua Portuguesa/Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira-1977)
A xilogravura de cordel responde a um desejo de ilustrar os folhetos.( Luyten, 2005)
Observe a capa de um livreto de cordel, de autoria de Antonio Carlos de Oliveira
Barreto, natural de Santa Bárbara-BA, professor, poeta e cordelista com mais de 100
folhetos publicados:
O Cordelista expressa sua opinião sobre determinados temas com seus versos,
muitas vezes tristes, dramáticos e também com uma certa dose de humor.
Nesse folheto de Cordel, Antonio Barreto faz uma crítica a Caetano Veloso. Veja as
estrofes:
Artista Santo Amarense
Amante da burguesia
Esse baiano arrogante
Cheio de filobostia
Discrimina o presidente
Esbanjando ironia..
(...)
Já pensou se Caetano
Fosse então educador?!
Mataria seus alunos
Pela falta de pudor
Pela discriminação
Pelo brio de ditador.
(...)
PARA PRATICAR
1- Observe a capa do cordel a seguir e sem olhar para o título, diga quais temas
poderiam ser abordados a partir dessa xilogravura?
2-A xilogravura do Cordel é condizente com o título desse folheto? Justifique sua
resposta.
3 – Analise uma estrofe desse folheto de Cordel de Luiz Melo e baseando-se
nela, crie uma nova estrofe e um desenho retratando o ensino na atualidade.
“Um povo que tem escola
E um Professor ao seu lado
pode fazer seu destino
ter consciente traçado:
Não ficará precisando
de seguir manipulado.”
(Luiz Melo)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso. Edições Akadicadikum
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa,
1ª ed, Editora Nova Fronteira S.A, Rio de Janeiro, 1977.
LUYTEN, Joseph M. O que é Literatura de Cordel. 1ª ed. Editora Brasiliense, São
Paulo, 2005
MELO, Luiz. Desafio contra a barbárie ou vida de professor. Editora Corrente
AULA 3 -
TEXTOS DE CORDELISTAS BRASILEIROS
Ele viveu há três mil anos atrás
José Severino Cristovão
O santo filho de Deus
Eu cheguei a conhecer
Eu sou o mais velho
Porque o vi nascer
Trinta e três anos na terra
Com ele aprendi viver
(...)
ABC da saudadeLuiz da Costa Pinheiro
Ausente de ti querida
Que alegria posso ter
Quanto mais tempo se passa
Suspiro por não ti ver
Tanto tem a tua ausência
Como tem meu padecer
(...)
Arrebenta MundoJoão José da Silva
O jovem Arrebenta Mundo
Vivia bem sossegado
Mas vendo o irmão sair
De casa com um machado
Julgou-se ser competente
De também ser um errado
Primeiro disse ao pai
Que tinha dado veneta
De fazer uma viagem
E sua maior tineta
Era de levar consigo
Uma possante marreta
O pai lhe disse: — Viaje
Mas vou lhe recomendar
Quero que mate um milhão
Se acontecer de brigar
Mas se chegar apanhado
Torna de novo apanhar!
(...)
Peleja de Leandro Gomes com uma velha de SergipeLeandro Gomes
Eu ainda estava orelhudo
Com estes versos que faço
Porque nunca achei poeta
Que me fizesse embaraço
Porém uma velha agora
Quase me quebra a cachaça
A velha fez-me subir
Onde nem urubu vai
Andei numa dependura
Já está cai ou não cai
Ainda chamei tio o gato
Tratei cachorro por pai de Barros
(...)
Quando foi no outro dia
Arrumei-me, fui embora
Com medo que a tal serpente
Tornasse a vir cá fora
Jurei não voltar mais
Aonde o tal diabo mora
O patinho feio nas ondas da internet
(Antonio Carlos de Oliveira Barreto)
O patinho feio estava
solitário num jardim
de repente apareceu
a garota Yasmim.
Ela disse: “eu me enganava
ao pensar que era feio,
mas você é muito lindo!
Vou lhe dar o meu emeio;
Anote , querido Pato:
Yasmim @bol
ponto com ponto br
moro na Rua do Sol”.
O passarinho que foi aprisionado na cidade grande
(Antonio Carlos de Oliveira Barreto)
Era um passarinho
nascido lá no sertão,
que aprendeu a voar cedo
explorando a imensidão
daquela caatinga virgem
longe da poluição.
O seu canto de nobreza
era festa contemplada;
antes mesmo do arrebol
já animava a bicharada,
alegrando até a raposa
quando estava aperreada.
Big Brother Brasil: Um programa imbecil.
(Antonio Carlos de Oliveira Barreto)
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
é preguiçoso mental
e adora baixaria.
(...)
É um grande constrangimento
de pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas as baladas
Corpos belos na piscina
A gastar adrenalina
Nesse mar de palhaçadas.
(...)
E saiba caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados.
Que ligações são diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A história de um aluno que não gostava de estudar
(Antonio Carlos de Oliveira Barreto)
(...)
Genioso valentão,
sempre mal acompanhado,
no colégio ele aprontava:
era pau pra todo lado.
Não atendia a ninguém,
só vivia injuriado.
Desafio contra a barbárie ou vida de professor
(Luiz Melo)
(...)
Porque o que mais irrita
o Professor brasileiro
é o sono que não acaba
desse país todo, inteiro,
que em vez de berço adormece
mergulhado em atoleiro.
O professor poderia
ajudá-lo a despertar
mas interesses impedem
esse ato singular:
A Educação para o povo
é perigo a se evitar.
(...)
Aos poetas clássicos
Patativa do Assaré
Poeta niversitaro,
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.
Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.
Se um dotô me perguntá
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficá,
A minha resposta é esta:
— Sem a rima, a poesia
Perde arguma simpatia
E uma parte do primô;
Não merece munta parma,
É como o corpo sem arma
E o coração sem amô.
(...)
O VaqueiroPatativa do Assaré
Eu venho dêrne menino,
Dêrne munto pequenino,
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhô.
Eu nasci pra sê vaquêro,
Sou o mais feliz brasilêro,
Eu não invejo dinhêro,
Nem diproma de dotô.
(...)
A doença do rico é a saúde do pobreJota Rodrigues
(...)
Ou senhora Aparecida
Santa padroeira nodre
Abençoai este livro
Que minha pena descobre
Sobre a doença do rico
Ou a saúde do pobre
(...)
Cria-se o menino rico
Com maiores regalia
Não toma banho na chuva
Não pisa em terra fria
Não pode apanhar poeira
Porque sofre de elegia
Cria se o menino pobre
Dormindo pelas calçada
Tomando banho na poeira
E nas valas enlamaçada
Papando barro e tijolo
E a barriga toda inchada
(...)
História de Aladim e a Lampada Maravilhosa
(Patativa do Assaré)
Na cidade de Bagdá
Quando ela antigamente
Era a cidade mais rica
Das terras do Oriente
Deu-se um caso fabuloso
Que apavorou muita gente.
(...)
Esta lampada tinha um gênio
Que obedecia a ela
Aparecia vexado
Quando se apertava nela
Pronto para obedecer
A quem fosse dono dela.
Emigração e as consequências
(Patativa do Assaré)
Neste estilo popular
Nos meus singelos versinhos,
O leitor vai encontrar
Em vez de rosas espinhos
Na minha penosa lida
Conheço do mar da vida
As temerosas tormentas
Eu sou o poeta da roça
Tenho mão calosa e grossa
Do cabo das ferramentas.
(...)
O poeta da roça
(Patativa do Assaré)
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha choupana é tapada de barro,
só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, a percura de amô.
(...)
O retrato do Sertão.
(Patativa do Assaré)
Se o poeta marinheiro
Canta as belezas do mar,
Como poeta roceiro
Quero meu sertão cantar
Com respeito e carinho
Meu abrigo, meu cantinho,
Onde viveram meus pais.
O mais puro amor dedico
Ao meu sertão caro e rico
De belezas naturais.
(...)
A pedra do meio-dia ou Artur e Isadora
(Bráulio Tavares)
(...)
Artur era um andarilho
que vivia a vaguear
atravessando países
pela terra e pelo mar
em busca de injustiças
que ele pudesse acabar.
(...)
A moça sorriu e disse:
“O meu nome é Isadora
moro pertinho daqui,
a pé se vai numa hora,
mas estou numa viagem
que não sei quanto demora.
A greve dos bichos
(Zé Vicente)
Muito antes do dilúvio
Era o mundo diferente,
Os bichos todos falavam
Melhor do que muita gente
E passavam boa vida
Trabalhando honestamente.
(...)
Naquele tempo existia
Teatro da natureza
Borboleta era querida
Por sua grande beleza,
Era a melhor dançarina
Que se via na redondeza.
O Brasil rompeu com eles.
(Zé Vicente)
Chegou também pra nós
O momento decisivo.
Nosso Brasil sobranceiro
Não nasceu pra cativo.
Da liberdade, no peito
O sentimento tem vivo.
Vamos agora lutar
É contra a barbaridade.
O Brasil nessa missão
Age agora de verdade,
Pois vai bem alto gritar
Pelo bem da humanidade.
(...)
PARA PRATICAR:
1 -Visite o site: http://www.ablc.com.br e conheça a vida e obras dos cordelistas
mais conhecidos no Brasil. .
2- O professor distribuirá para cada dupla de estudantes um dos textos
apresentados nessa aula.
Roteiro de atividades:
• Em duplas, façam a leitura, ensaiem para apresentar aos demais colegas em forma
de declamação ou canto.
• Anotem o que vocês podem verificar sobre a arte poética: as rimas e a métrica
encontradas nos cordéis lidos.
• Discutam o tema do cordel: quais assuntos foram retratados nesses trechos de
cordéis? Há alguma semelhança com a realidade do local onde você vive, isto é,
os textos atingiram o público? Como vocês demonstrariam através da literatura de
Cordel, um momento relevante vivido pela comunidade que você está inserido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ACOPIARA, Moreira de. Cordel em Arte e Versos. São Paulo, Acatu, 2008.
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. A história de um aluno que não gostava de estudar. 3ª Ed. Edições Akadicadikum
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. Big Brother Brasil, um programa imbecil. Edições Akadicadikum
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso. Edições Akadicadikum
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. O passarinho que foi aprisionado na cidade grande. Edições Akadicadikum. Salvador, 2006.
BARRETO, Antonio Carlos de Oliveira. O patinho feio nas ondas da internet. 3ª ed.
Edições Akadicadikum.
CAMPOS, Francisco de Souza. Enfrentando a morte. Editora Luzeiro Limitada.
CARVALHO, Gilmar de(org.). Patativa do Assaré Antologia Poética. 3ª ed. Edições
Demócrito Rocha, Fortaleza, 2004
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens: volume 1: ensino médio. 5ª ed.São Paulo: Atual, 2005.
LUYTEN, Joseph M. O que é Literatura de Cordel. 1ª ed. Editora Brasiliense, São
Paulo, 2005
MELO, Luiz. Desafio contra a barbárie ou vida de professor. Editora Corrente
Patativa do Assaré uma voz no Nordeste/ Introdução e seleção de Sylvie Debs. São
Paulo: Hedra, 2000. Biblioteca de cordel.
TAVARES, Bráulio. A pedra do meio-dia ou Artur e Isadora. 2ª ed. Editora 34, São
Paulo, 2005
Zé Vicente: poeta popular paraense/ Introdução e seleção Vicente Salles – São Paulo:
Hedra, 2000. Biblioteca de cordel.
AULAS 4 e 5
PRODUÇÃO DE CORDÉIS
1- Agora que você já conheceu um pouco da Literatura de Cordel, chegou o
momento de agir:
• Forme grupos conforme a localidade que você reside e programe visitas aos
moradores locais mais antigos. Geralmente as pessoas mais idosas conhecem
histórias nunca antes escritas, que são apenas contadas oralmente, de pai pra
filho, e assim por diante. É importante resgatar essas histórias para que as
mesmas não fiquem no esquecimento. Realizem as entrevistas e ouçam causos
verossímeis ou inverossímeis e organizem relatórios dessas visitas.
• Após ter feito o relato das histórias, organizar os causos em formas de cordéis.
Você poderá recorrer a métrica estudada. Lembre-se: As sextilhas (estrofes de seis
versos) são as mais usadas nos cordéis.
• Reestruturação:
Fazer a leitura, Verificar as rimas e o ritmo do cordel. A sua produção não deverá ter
necessariamente 7 sílabas poéticas, visto que trabalharemos com versos livres.
AULA 6 – ILUSTRAÇÃO E SONORIZAÇÃO DO CORDEL
• Ilustração:
Todo cordel deve ser feito uma ilustração para melhor transmitir a mensagem que se quer
passar ao leitor. Você deverá optar entre: desenho, fotografia, pintura ou qualquer outro
recurso artístico para fazer a ilustração do seu cordel. Mas, atenção! O trabalho deverá
ser inédito.
• Sonorização:
Buscar alternativas para musicalizar seus cordéis é uma forma de demonstrar maior
intimidade com o que você escreveu. Para isso, você deverá criar uma música para seu
cordel. Você pode pedir ajuda às pessoas da comunidade que saibam tocar algum
instrumento: gaita, viola, violão...Ou ainda, criar instrumentos com materiais de sucata
( que tal???). O importante é que sua música deverá ser inédita.
AULA 7 -
CRIAÇÃO DO BLOG
No laboratório de informática da sua escola, você criará o seu blog, para expor seus
desenhos e seus cordéis.
Na web você encontrará diversos sites que indicarão como proceder para construir um
blog.
Você deverá inserir seus artigos e personalizar a aparência do seu blog.
Avise seus amigos e boa sorte!
Observe o exemplo no blog: www.paixaopelopopular.maisblog.net
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
1- Literatura de Cordel , Recursos tecnológicos e EducaçãoA educação passa por muitas transformações e o ato de ensinar está cada vez
mais complexo. Diante das novidades tecnológicas apresentadas pelo mundo atual, o
educador passa a encontrar dificuldades para desempenhar seu trabalho.
Aos estudantes é assegurado o direito a uma escola de qualidade. Diante disso, a
inovação no campo educacional é uma tarefa que deve ser constante no trabalho diário,
para que os professores possam acompanhar o ritmo das mudanças sociais.
Quando o estudante começa a investigar a sua realidade, pesquisar e entender os
fatos e histórias, a maneira de como ele ouviu as histórias e o modo que ele irá expressar
tudo isso será carregado de sentidos, e isso é o “saber”, o conhecimento adquirido
através da pesquisa.
A literatura de Cordel, sendo uma poesia de narrativa popular, pode ser
considerada um dos elementos que permitem uma maior comunicação nos meios
populares, visto que é feita do povo para o povo, com uma linguagem simples e de fácil
entendimento.
Como a maior parte da população, em especial aos povos residentes no interior,
tem a memória como único recurso para guardar o que julgam importante, portanto, a
maneira de contar um causo ou uma história deve ser interessante e criativa. Usar
recursos como ritmo, por exemplo, pode facilitar essa memorização e assim o fato ser
levado para muitas gerações.
M. Diégues Júnior (1975, p. 22) compara a literatura de cordel como uma receita,
passada de mão em mão, até que muitas pessoas possam tomar conhecimento do
assunto: “Folhas soltas ou cadernos de papel registravam a tinta ou a lápis os versos, os
fatos, a poesia; e iam passando de mão em mão, circulando de uma área a outra, e assim
divulgando-se”. Como as pessoas não tem muita habilidade com a leitura, ou ainda não
tem condições financeiras de adquirir livros , revistas ou jornais, a literatura de cordel é
uma forma de comunicação, ou seja, permite que fatos sejam relatados, histórias não
sejam esquecidas.
M. Diégues Júnior (1975, p. 22) defende ainda: “É o instrumento que o põe em
contato com seu meio, fazendo-o conhecedor das coisas de seu mundo”. Se o estudante
que tiver a oportunidade de fazer a pesquisa de campo sobre os fatos vivenciados pelos
moradores de suas comunidades e registrar em forma de cordel, os mesmos serão
conhecidos e divulgados, fazendo assim com que muitas pessoas tenham acesso e o
conhecimento beneficiará toda a comunidade envolvida.
Para ilustrar os cordéis, são usados xilogravuras, cujas matrizes são feitas de
madeira e quase sempre condizem com com o que está sendo relatado no livreto. Para
desenvolver o trabalho com os estudantes, poderemos usar além da xilogravura,
fotografias que retratem o cordel escrito.
A filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin, um dos maiores pensadores do século
XX poderá embasar o estudo da literatura de Cordel, pois para ele, não se pode entender
a língua isoladamente, mas qualquer análise linguística deve incluir outros fatores, tais
como o contexto, a relação do falante com o ouvinte e o momento histórico e isso é
imprescindível no trabalho de análise textual.
Mikhail Bakhtin (1992, p.113) nos diz que “a palavra é uma espécie de ponte
lançada entre mim e os outros”, é uma ligação existente entre o locutor e o interlocutor. É
a atividade do diálogo e do confronto de idéias e valores , uma interação entre pessoas a
respeito de um mesmo assunto, numa determinada sociedade.
Segundo Solange Jobim e Souza(2003, p. 83), “É com o olhar do outro que que me
comunico com meu interior. Tudo o que diz respeito a mim chega a minha consciência
através do olhar e da palavra do outro, ou seja, o despertar de minha consciência se
realiza na interação com a consciência alheia”. Através dessa reflexão, constatamos que
uma palavra sempre dependerá da compreensão, da interação com outra para que seu
sentido seja completo. Em um trabalho a ser desenvolvido com estudantes, cada um com
suas idéias e a maneira de ver o mundo, promover a interação é fundamental, haja visto
que poderão verificar um grande número de opiniões e isso fará com que ampliem seu
conhecimentos.
Para Bakhtin,O autor não encontra de imediato para a personagem uma visão não aleatória, em sua resposta não se torna imediatamente produtiva e de princípio, e do tratamento axiológico único desenvolve-se o todo da personagem: esta exibirá muitos trajeitos, máscaras aleatórias, gestos falsos e atos inesperados em função das respostas volitivo-emocionais e dos caprichos da alma do autor, através do caos de tais respostas, ela terá de inteirar-se amplamente de sua verdadeira diretriz axiológica, até que sua feição finalmente se constitua em todo estável e necessário. Quantos véus necessitamos tirar da face do ser mais próximo- que nela foram postos pelas nossas reações causais e por nossas posições fortuitas da
vida- que nos parecia familiar, para que possamos ver-lhe a feição verdadeira e integral. A luta do artista por uma imagem definida da personagem é, em grau considerável, uma luta dele consigo mesmo. (BAKHTIN, 2006, p.4).
Apresentar condições para que o estudante possa desenvolver e demonstrar suas
habilidades nos textos orais e escritos é imprescindível e baseando-se em Bakhtin, pode-
se afirmar que a tarefa de produzir textos não é fácil, pois o autor deverá passar por
diversos momentos de reflexão e de entendimento, lutando consigo mesmo, com suas
palavras, até desvendar segredos em algo que parecia familiar. Para que o texto
produzido esteja de acordo com o que o autor deseja exprimir, há necessidade de
transformações e de constante busca pela perfeição. É necessário também que haja
interações entre autor e leitor, permitindo a troca de experiências.
Para Solange Jobim e Souza,
Uma dada pessoa, no seu ângulo de visão, pode mediar, com seu olhar, aquilo que em mim não pode ser visto por mim. Portanto a construção da consciência de si é o fruto do modo como compartilhamos o nosso olhar com o olhar do outro, criando, dessa forma, uma linguagem que permite decifrar mutuamente a consciência de si e do outro no contexto das relações socioculturais. (SOUZA, 2003, p. 84).
Nessa perspectiva, pode-se afirmar que cada autor depende da visão do outro
para que possa apresentar em sua obra a visão de alguém que está fora do contexto, a
forma diferente de como é enxergado determinado o assunto por outra pessoa , para
ampliar conhecimentos através das experiências com a linguagem.
Segundo Bakhtin, a palavra chave da linguística é o diálogo, sendo ela qualquer
comunicação verbal, e a luz dos conceitos de dialogismo e exotopia, serão realizados os
estudos e produções dos estudantes. Dialogismo é o processo de interação entre textos
e se dá a partir da noção de recepção e compreensão de uma enunciação. Exotopia
refere-se à posição do autor diante de personagem considerando-se um campo de visão
comum. O diálogo é, portanto, a mais importante forma de interação verbal e as formas
de vivenciar o texto são essenciais para o processo de criação.
2. Literatura de cordel: Do povo para o povoMas na hora de escreverFoi que pude constatarQue minha paixão maiorEra mesmo o popularE as origens do cordelEu resolvi pesquisar
(Moreira de Acopiara,2008, p.11)
A poesia popular inscreve-se na tradição oral de uma determinada região,
envolvendo os acontecimentos, as aventuras e outras temáticas.
Moreira de Acopiara (2008, p.21) caracteriza o cordel, sustentando que ele é
geralmente escrito em sextilhas, que são estrofes de seis versos, ou septilhas, que são
estrofes de sete versos. Escreve-se também em décimas e em oitavas, mas com menos
frequência. As metrificações de dez e onze sílabas são mais usadas por violeiros
repentistas. Repentistas cantam seus versos de improviso e acompanhados por violas,
enquanto os cordelistas escrevem.
O estudo da Literatura de Cordel é de grande relevância, pois levará o estudante a
compreensão de textos que são da sua própria vivência. Através de pesquisas de campo
ele poderá ampliar o seu vocabulário, descobrindo ou relembrando palavras que fazem
parte do dia-a-dia dos entrevistados, o que poderá facilitar na produção oral e escrita. A
interação com colegas de sala e também com todas as pessoas que são atraídas por
essa maravilhosa fonte de informações promoverá o diálogo e permitirá que o estudante
possa olhar o seu texto com criticidade.
Joseph M. Luyten afirma que,
A Literatura de Cordel é considerada um dos elementos de maior comunicabilidade dos meios populares. Luiz Beltrão, já nos anos 1960, definiu esse fenômeno como parte da folkcomunicação, isto é, sistemas de comunicação por meio dos fenômenos folclóricos.Em suma, do povo para o povo. Hoje em dia estamos interessados em como um sistema de comunicação utiliza o outro, já que é impossível alguém se manter isolado diante da onipresença da também chamada Indústria Cultural. Chamamos, assim, de folkmídia a utilização de elementos de folkcomunicação pela mídia e vive-versa. (LUYTEN, 2005, p. 8).
A comunicação, o diálogo citado por Bakhtin e a sua importância, torna-se cada vez
mais claro diante do trabalho a ser realizado com a Literatura de Cordel: Essa literatura é
do povo para o povo e através dela é estabelecido um diálogo entre leitor e autor levando-
os para uma maior compreensão e interação.
M. Diegues Júnior (1977, p.21) fala da importância de transmitir as velhas
narrativas, de registrar os acontecimentos, “A literatura de Cordel de constituiu, portanto,
um meio de comunicação, um instrumento de interligação entre as sociedades que se
formavam.” O registro de histórias que são passadas de geração para geração não deve
ser entregue ao esquecimento. Novas gerações estão vindo e essas histórias devem ser
preservadas com o intuito de conhecimento e propagação da cultura brasileira,
especificamente das comunidades nas quais estamos inseridos.
3.Internet: Um espaço para a interação
Atualmente, os jovens gostam de passar horas e horas diante do computador,
estabelecendo diálogos, fazendo novas amizades e adquirindo novos conhecimentos. A
internet é usada diariamente para estabelecer essas relações. Diante do exposto,
aproveitar esse momento oportuno para estudar e trocar idéias sobre determinado
assunto é uma das formas de despertar o interesse dos estudantes.
No livro Sociedade Midiatizada, organizado por Denis de Moraes, encontramos
textos que nos mostram a necessidade de interação e a importância de compreender a
mídia e saber usá-la em favor da educação.
Está presente na palavra midiação o significado da ação de fazer ponte ou fazer comunicarem-se duas partes (o que implica diferentes tipos de interação), mas isto é na verdade decorrência de um poder originário de descriminar, de fazer distinções, portanto de um lugar simbólico, fundador de todo conhecimento. A linguagem é por isto considerada mediação universal. (SODRÉ, 2006, p.20).
Diante do exposto, pode-se afirmar que necessitamos do outro, das diversas
opiniões para que haja interação, e quando há interação, há comunicação, e, a
comunicação realizada com eficácia produzirá o conhecimento.
O uso da tecnologia da informação, especialmente a internet, para mostrar os
trabalhos realizados(tanto na forma oral quanto escrita), contribuirá para que os
estudantes possam buscar essa interação, pois sendo um meio que possibilita a
comunicação entre muitas pessoas, certamente ampliará o número de leitores.
Jesús Martín-Barbero cita que:
[...] os novos saberes remetem a novas figuras de razão que nos interpelam desde a tecnicidade. Com o computador estamos não em frente a uma máquina com a qual se produzem objetos, mas sim, diante de um novo tipo de tecnicidade, que possibilita o processamento de informações e cuja matéria prima são abstrações e símbolos. O que inaugura uma nova fusão de cérebro e informação que substitui a tradicional relação do corpo com a máquina. (MARTÍN-BARBERO, 2006, p. 57).
Os estudantes de maneira geral estão habituados a utilizar o computador não
como um auxiliar para o aprendizado, geralmente usam como forma de comunicação
através de msn, twiter, e-mails, e outros, porém, mostrar aos mesmos que o computador
pode ser um excelente aliado para a construção do saber e troca de informações é o
desafio maior desse projeto. Por outro lado, há estudantes que ainda não tem
conhecimentos da informática, seja por falta de acesso ou habilidade, então é papel do
educador levá-los de encontro a esse conhecimento e propor atividades que despertem a
vontade de aprender.
Muitos estudantes são criticados pela falta de praticar leituras em livros, jornais ou
revistas. Que hoje em dia já não tem o hábito de ler, porém, por vezes não percebe-se
que isto não é correto, visto que, mudaram apenas os meios de leitura, mas que
continuam lendo.
É nas novas gerações que essa cumplicidade opera mais fortemente, não porque os jovens não saibam ler ou leiam pouco, mas, sim, porque sua leitura já não tem o livro como eixo e centro da cultura. Desse modo é a própria noção de leitura que está em questão, obrigando-nos a pensar na desordem estética que as escritas eletrônicas e a experiência audiovisual introduzem. (MARTÍN-BERBERO, 2006, p. 74).
É dever do educador permitir que o aluno entre em contato com diferentes tipos de
leitura, que aprenda a valorizar a sua cultura, o seu modo de viver, as peculiaridades de
sua região. O trabalho proposto com a Literatura de Cordel permite que o estudante entre
em contato com a cultura dos moradores de determinada região e após usar o
computador e a internet para expor seus trabalhos, fazendo com que tecnologia e
educação caminhem na mesma direção.
Quando se trata da educação e do modo como os estudantes reagem aos
estímulos dados pelos professores, é inseguro dizer que todos atingirão o objetivo
esperado, visto que cada pessoa tem sua própria personalidade e se adapta em
determinados ambientes quanto mais se identificar.
Guillermo Orozco Gómes coloca uma dúvida para refletirmos:
Será que a nova tenologia de fato nos permitirá modificar substancialmente as condições de produção de conhecimento que queremos, ou só nos facultará certas categorias de liberdade e criatividade maiores, mas sempre enquadrados em condições que não foram nem de nossa produção nem de nossa escolha? (GÓMES, 2006, p. 91).
Espera-se que os educadores tenham habilidade e criatividade para usarem a
tecnologia de informação a seu favor e fazer com que os estudante desenvolvam
conhecimentos e que obtenham sucesso em seus trabalhos.
4. O Professor e a Internet
O professor enquanto coordenador de um processo de ensino aprendizagem
deverá estar atento às novas tecnologias que surgem a cada dia. Se permanecer na
“mesmice” em sala de aula certamente estará comprometido, visto que as mudanças
acontecem rapidamente e que os estudantes acompanham essas transformações, seja
em casa, escola, lan-house ou outro meio, mas de qualquer forma estarão em contato
com o que há de novo na área tecnológica.
A internet pode se tornar uma grande aliada do professor que deseja mudanças em
suas aulas e consequentemente atrair os estudantes para um ambiente de interação e
comunicação.
É um desafio para o professor compreender essa tecnologia e aplicá-la da melhor
forma nas aulas. Todo professor devem buscar informações, sentir vontade de lançar-se
ao novo e incorporá-lo em seu dia-a-dia. A tecnologia está presente em quase todos os
lugares da nossa sociedade, então, trazê-la para o ambiente escolar torna-se mais que
necessário.
A comunidade escolar depara-se com três caminhos: repelir as tecnologias e tentar ficar fora do processo; apropriar-se da técnica e transformar a vida em uma corrida atrás do novo; ou apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o controle das tecnologias e de seus efeitos. Consideramos a terceira opção como a que melhor viabiliza uma formação intelectual, emocional e corporal do cidadão que lhe permita criar, planejar e interferir na sociedade. (BRITO, 2008, p.25).
As escolas que optarem por defender o uso consciente da tecnologia nas aulas,
certamente contribuirão para a formação de cidadãos mais críticos e capazes de interagir
com habilidade diante das diversas situações que se encontrarem, já que ela desperta,
mais especificamente a internet, um novo olhar para a comunicação.
Aliar o estudo da Literatura de Cordel com o uso da mídia pode ser um grande
desafio tanto para o professor quanto para os estudantes, e isso permitirá a conquista dos
resultados desejados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ACOPIARA, Moreira de. Cordel em Arte e Versos. São Paulo: Acatu, 2008.
BAKHTIN, Mikhail. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem.São Paulo:Hucitec, 1995.
BARBERO, Jesús Martín. Tecnicidades, identidades, alteridades:mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES.Dênis de(org). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.
BRITO, Glaucia da Silva; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e Novas Tecnologias:um re-pensar. Curitiba: Ibpex, 2008.
FREITAS, Maria Tereza; SOUZA, Solange Jobim e.; KRAMER, Sônia.(orgs).Ciências Humanas e Pesquisa:Leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003.
GOMEZ, Guilhermo Orozco. Comunicação social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos. In: MORAES.Dênis de(org). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.
JÚNIOR, M.Diégues. Literatura de Cordel. Editado pelo autor, 1977.
LUYTEN, Joseph Maria. O que é Literatura de Cordel. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MORAES.Dênis de.O Planeta Mídia:Tendências da Comunicação na Era Global. Campo Grande: Letra Livre, 1998.
MORAES.Dênis de(org). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.
SOUZA,Solange Jobim e. Dialogismo e Alteridade na utilização da imagem técnica em pesquisa acadêmica:questões éticas e metodológicas. In: FREITAS, Maria Tereza; SOUZA, Solange Jobim e.; KRAMER, Sônia.(orgs).Ciências Humanas e Pesquisa:Leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003.
CRÉDITOS:
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ – SEEDPDE- PROGRAMA DO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PROFESSORA PDE – DISCIPLINA DE PORTUGUÊS: CLARISE APARECIDA DE MELO
PROFESSOR ORIENTADOR: FRANCISMAR FORMENTÃO
IES VEICULADA: UNICENTRO(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE –
PARANÁ)
MÚSICA: “VIAJANTE” - RODRIGO MOREIRA
DESENHOS: THAÍS DE MELO
PRODUÇÃO DO CD: ZAQUEU RIBEIRO