DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · motivador, como o lúdico, o recreativo e o...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

VOLMIR ANTONIO BEGNINI

VOLEIBOL NA ESCOLA: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO E INTERVENÇÃO

PEDAGÓGICA

MEDIANEIRA

2011

VOLEIBOL NA ESCOLA: uma proposta de integração e intervenção pedagógica

SCHOOL VOLLEYBALL: a proposed integration and pedagogical intervention

Autor: Prof. Volmir Antonio Begnini 1

Orientador. Prof. Dr. Luís Sérgio Peres 2

Resumo

O voleibol é uma das modalidades esportivas que é ensinada na escola durante as aulas de Educação Física, o qual é considerado como atividade fundamental para o desenvolvimento integral do aluno, proporcionando movimentos que, além de privilegiar o desenvolvimento motor das crianças, promovendo também os valores coletivos imprescindíveis para a formação do ser humano, através do aprimoramento das capacidades físicas, melhorando a saúde e a integração social dos alunos. Atualmente, em atividades desenvolvidas em algumas escolas, constatou-se que, nas aulas de Educação Física, os docentes desenvolviam a modalidade apenas em forma de jogo. Na busca da mudança deste panorama do ensino, a implementação desta proposta teve como objetivo principal a apresentação de procedimentos no trabalho docente diário para o desenvolvimento da modalidade do voleibol e ofertou atividades diferenciadas do praticado usualmente, para promover uma ação pedagógica da disciplina de maneira mais prazerosa e motivadora, dando espaço também para o lúdico, o recreativo e o cooperativo. A amostra participante da implementação foi composta por 60 alunos dos sexos masculino e feminino das 5ª séries A e B do Colégio Estadual Belo Horizonte, do município de Medianeira, com idades entre 11 e 12 anos. Para procedimento das atividades propostas, desenvolveu-se atividades de caráter teórico e prático, respeitando-se as dificuldades motoras apresentadas e desenvolvendo atividades de superação e aceitação de forma inclusiva participativa. Após a intervenção concluiu-se que houve grande aceitação das atividades no aprendizado do voleibol, inclusive despertando o gosto pela modalidade, uma vez que a maioria dos alunos apresentavam maior interesse por outras modalidades esportivas, principalmente pelo futsal. Constatou-se também que as aulas de Educação Física antes de realizar o projeto de voleibol na escola, estavam um tanto monótonas e repetitivas, tornando-as até excludentes, onde só os mais habilidosos jogavam e dominavam as partidas. Agora houve significativa mudança por parte dos alunos, aumentando a aceitação das atividades propostas, e consequentemente, a participação nas aulas. Palavras-chave: voleibol; inclusivo; valores coletivos; movimento.

1 Professor da Rede Estadual de Ensino, participante do PDE 2009.

2 Professor Doutor do Curso de Educação Física da UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido

Rondon - Orientador.

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Abstract

Volleyball is one of those sports that is taught in school during physical education classes, which is regarded as a fundamental activity for the development of the student, giving that movement, and focus on motor development of children, while also promoting the values essential for the collective training of human beings through the improvement of physical capacities, improving health and social integration of students. Currently, in activities in some schools, it was found that in physical education classes, teachers developed the kind only as a game. In the pursuit of education to change this scenario, implementation of this proposal had as main objective the presentation of procedures in teaching daily for the development of the sport of volleyball and offered different activities of commonly practiced to promote a pedagogical action of the discipline in a more enjoyable and motivating, giving space also to the playful, recreational and cooperative. The implementation of the participant sample was composed of 60 students of male and female of five grades A and B of the State College Belo Horizonte, the city of Medianeira, aged between 11 and 12 years. Procedure for the proposed activities, it has developed activities in theoretical and practical character, respecting the motor difficulties presented and developing activities of resilience and acceptance of an inclusive participatory. After the intervention was concluded that there was wide acceptance of the learning activities of volleyball, including awakening the love of sport, since most students were more interested in other sports, mainly for indoor soccer. It was also found that physical education classes before taking the project of volleyball in school, were somewhat monotonous and repetitive, making them even exclusive, where only the most skilled and dominated the matches played. Now there was a significant change on the part of students, increasing the acceptance of proposed activities, and consequently, participation in class.

Keywords: volleyball; inclusive, collective values; movement.

1 Introdução

Atualmente entre os esportes de maior aceitação nas escolas durante as

aulas de Educação Física é o voleibol, fato este devido a popularidade do mesmo

junto a resultados apresentados a nível mundial e pelo incentivo demonstrado pela

mídia em divulgá-lo. Este esporte é considerado como um dos fundamentais para o

desenvolvimento integral dos alunos, proporcionando movimentos que além de

privilegiar o desenvolvimento motor das crianças, desenvolve também os valores

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coletivos, imprescindíveis para a formação do ser humano, através do aprimorando

das capacidades físicas, melhorando a saúde e a integração social. O professor

como educador, criou situações visando esta abordagem.

Nas atividades apresentadas em algumas escolas observou-se que

atualmente as aulas de Educação Física se desenvolvem apenas em forma de jogo.

Refletindo sobre esta ação e tendo conhecimento, foi desenvolvido de forma

diferenciada a fim de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais prazeroso e

motivador, como o lúdico, o recreativo e o cooperativo, levou-se o aluno a inserir-se

voluntariamente nas atividades ofertadas. O objetivo desta proposta foi fazer com

que as aulas tenham maior participação dos alunos no desenvolvimento do

conteúdo de voleibol, o entendimento e o objetivo do jogo, os valores coletivos

através dos fundamentos como o uso dos três toques para passar a bola para a

quadra adversária, os passes, levantamentos e ataques, o rodízio correto para que

todos possam sacar, fazer as três posições do fundo de quadra e as do ataque

junto a rede, para que pudessem se incluir espontaneamente nas atividades,

evitando a exclusão e dando continuidade implementando as atividades conforme a

evolução do nível de aprendizado dos alunos, não só nas 5ª séries, mas dando

continuidade nas séries seguintes.

2 Esporte na escola como meio de reflexão das práticas pedagógicas

O esporte na escola tem como objetivo: resgatar a importância no contexto

escolar, através de leitura, reflexão e discussão das abordagens apresentadas. O

esporte deve ser oferecido no sistema de ensino como atividade inerente ao

componente curricular da Educação Física inserido no projeto pedagógico da escola.

A sua prática deve evitar a hipercompetitividade dos alunos e priorizar o seu

desenvolvimento integral, incluindo a sua formação para a cidadania e lazer. O

esporte e os demais conteúdos devem ser orientados para promover o estilo de vida

ativo, para o lazer e a fruição, fazendo com que hábitos e atitudes que são próprias

do esporte sejam utilizados com fatores de bem estar, de paz, de cooperação e de

exercício da ética. (RUBINHO, 2009).

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Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (PARANÁ, 2008,

p. 63), preconizam que os conteúdos estruturantes “esporte”, deve garantir aos

alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas esportivas, além de

adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas na rede pública de

ensino. A prática pedagógica de Educação Física não deve limitar-se ao fazer

corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas,

destrezas motoras, táticas de jogo e regras.

Portanto, nestas Diretrizes, o esporte é entendido como uma atividade

teórica-prática é um fenômeno social que, em suas várias manifestações e

abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o

aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais.

No entanto, o profissional de Educação Física deve enfatizar a reflexão crítica

e a didatização desse conteúdo, pode reforçar algumas características como a

sobrepujança, a competitividade e o individualismo. A título de exemplo, a

profissionalização esportiva foi analisada criticamente, discutindo-se com os alunos

as consequências dos contratos de trabalho que levam à migração e a

desterritorialização prematura de meninos e meninas; às exigências de esforço e

resistência física levados a limites extremos.

A exacerbação e a ênfase na competição, na técnica, no desempenho

máximo e nas comparações absolutas e objetivas fazem do esporte na escola uma

prática pedagógica potencialmente excludente, pois, desta maneira, só os mais

fortes, hábeis e ágeis conseguem viver o lúdico e sentir prazer na vivência e no

aprendizado desse conteúdo. Superar isso é um dos grandes desafios da Educação

Física, o que exige um trabalho intenso redimensionamento do trato com o conteúdo

esporte na escola, repensando os tempos e espaços pedagógicos de forma a

permitir aos estudantes as múltiplas experiências e o desenvolvimento de uma

atitude crítica perante esse conteúdo escolar.

Nesta mesma linha de pensamento Bojikian e Bojikian (2008, p. 22), afirmam

que: se um Professor de Educação Física quiser dar sua parcela de contribuição

para que formemos em nosso país cidadãos conscientes, participativos,

responsáveis e honestos, faz-se necessário que em suas aulas, para crianças e

adolescentes, sejam praticados valores comportamentais, de modo a propiciar aos

estudantes crescimento e desenvolvimento, praticando princípios da boa cidadania.

A prática de atividades físicas que agreguem equilíbrio emocional, confiança,

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motivação, perseverança, espírito crítico, melhora da auto-estima, participação,

comprometimento, responsabilidade, respeito ao próximo e ao coletivo,

solidariedade e tolerância pode ser de muito valia para que nossos estudantes

cresçam já como cidadãos.

As DCE’s (PARANÁ, 2008, p. 64) sugerem uma abordagem que privilegie o

esporte da escola, e não somente o esporte na escola. Ainda, o ensino do esporte

deve propiciar ao aluno uma leitura de sua complexidade social, histórica e política.

Busca-se um entendimento crítico das manifestações esportivas, as quais devem

ser tratadas de forma ampla, isto é, desde sua condição técnica, tática, seus

elementos básicos, até o sentido da competição esportiva, a expressão social e

histórica e seu significado cultural como fenômeno de massa.

Portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim

contemplar o aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades

esportivas, mas não se limitar a isso. É importante que o professor organize, em seu

plano de trabalho docente, estratégias que possibilitem a análise crítica das

inúmeras modalidades esportivas e do fenômeno esportivo que, sem dúvida, é algo

bastante presente na sociedade atual (PARANÁ, 2008, p. 64).

Assim o professor, ao trabalhar o esporte, deve levá-los a refletir de forma

crítica, não só sobre os problemas que envolvem o esporte de forma negativa na

sociedade, tais como a utilização de drogas ilícitas para a melhoria do desempenho,

a corrupção e a violência, mas também sobre seus aspectos positivos, como a

geração de empregos, o desenvolvimento de pesquisas científicas, tanto no tocante

a novas tecnologias, como na área da saúde.

Darido (2005, p.180-181) define estas manifestações esportivas da seguinte

maneira: O esporte-educação focaliza-se na escola, nas aulas de Educação Física,

tem por finalidade democratizar e geral cultura pelo movimento de expressão do

indivíduo em ação como manifestação social e de exercício crítico da cidadania,

evitando a e exclusão e a competitividade exagerada. Assim o professor, ao

trabalhar o esporte-educação, além de proporcionar aos alunos a vivência de

diferentes modalidades, deve levá-los a refletir de forma crítica, não só sobre os

problemas que envolvem o esporte na sociedade, tal como utilização de drogas

ilícitas para a melhoria do desempenho, como os anabolizantes e outras drogas

similares, a corrupção e a violência, mas também seus aspectos positivos como o

desenvolvimento de pesquisas científicas para a melhoria da saúde da população

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em geral e não só dos atletas e também na geração de empregos que o esporte

proporciona.

O esporte-participação, referenciadas pelo princípio do prazer lúdico, essas

manifestações ocorrem em espaços não comprometidos com o tempo e livres de

obrigações da vida cotidiana, apresentam como propósito a descontração, a

diversão, o desenvolvimento pessoal e a interação social. O esporte-participação

pode ser praticado por crianças, jovens, adultos, indivíduos da terceira idade,

portadores de necessidades especiais, homens e mulheres. É comum observarmos

as pessoas se organizando para jogar futebol, futsal, basquetebol, voleibol, ciclismo,

ginástica, realizar caminhadas ou ainda esportes de aventura, em espaços públicos

de lazer e esporte, nos clubes, nas praias, nas ruas e também em algumas

instituições de ensino que cedem espaço para a realização de tais atividades nos

finais de semana ou nos períodos de ociosidade das atividades cotidianas.

O esporte-performance, ou de rendimento traz consigo os propósitos de

novos êxitos e a vitória sobre os adversários. As diferentes modalidades esportivas

estão ligadas a instituições (ligas, federações, confederações, comitês olímpicos)

que organizam as competições locais, nacionais ou internacionais e têm a função de

zelar pelo cumprimento das regras e dos códigos de ética das competições. É

exercido sobre regras universalmente preestabelecidas, e apresenta uma tendência

a ser praticado pelos talentos esportivos, tendência que mar a o seu caráter

antidemocrático. Certamente que, em meio a tantos aspectos negativos, o autor

sustenta que há um grande número de aspectos positivos: cita o esporte como uma

atividade cultural que proporciona intercâmbio nacional e internacional; o

envolvimento de recursos humanos qualificados, o que provoca a existência de

profissões especializadas no esporte; a geração de turismo; o efeito-imitação como

influência ao esporte popular e o crescimento de mão-de-obra especializada na

indústria de produtos esportivos. Exemplos de esporte-performance podem ser

vistos, algumas modalidades com maior ou menor freqüência, pelas transmissões

televisivas dos campeonatos nacionais e internacionais de futebol, voleibol, vôlei de

praia, automobilismo, basquetebol, surf, judô, ginástica artística, natação, entre

outros.

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2.1 Os jogos cooperativos

Nas DCE’s (PARANÁ, 2008, p.73-74), os Jogos Cooperativos são um

exercício de convívio social, como principal característica do jogo cooperativo é sua

forma de participação. As atividades são realizadas com o objetivo de proporcionar

aos seus participantes a máxima diversão, sem preocupação em competir

exclusivamente. O jogo caracteriza-se pela promoção da auto-estima e a

potencialização de valores e atitudes que melhoram o desenvolvimento da

sociedade, tais como a solidariedade, a confiança e o respeito mútuo.

O jogo cooperativo proporciona, ainda, o trabalho com valores incomuns à

sociedade atual, cujo objetivo é a competição exagerada, a individualidade como

única possibilidade. Trabalha, portanto, a diversidade e reconhecimento que uma

disputa só é possível se considerarmos a coletividade.

Brotto (2002, p. 46), afirma que

os Jogos Cooperativos foram criados com o objetivo de promover a auto-estima, juntamente com o desenvolvimento de habilidades interpessoais positivas. E muitos deles, são orientados para a prevenção de problemas sociais, antes de se tornarem problemas reais.

A esse respeito, Orlick (1989, p. 4) comenta que: “apesar de Jogos

Cooperativos existirem em muitas culturas há séculos, em nossa cultura ocidental

existem poucos jogos que são desenhados de forma a unir os jogadores em direção

a uma meta comum e desejável a todos”.

Darido (2001) e Correia (2006) apontam os jogos cooperativos como uma

nova tendência para a Educação Física. Darido (2001), fazendo um levantamento

das principais tendências e influências sofridas pela Educação Física na última

década do século passado e analisando os trabalhos sobre a temática dos

conteúdos apresentados no Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte

(Conbrace) de 1997 e 1999, Darido (2001, p. 8), afirma que: “[...] os jogos

cooperativos se constituem numa proposta diferente das demais”. Valorizando a

cooperação em lugar da competição. Considera essa nova perspectiva uma

proposta interessante, porque busca a formação de valores mais humanitários e é

possível ser implementada e concretizada na prática cotidiana.

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Pode-se dizer que nos Jogos Cooperativos cada indivíduo representa, com

suas características, uma força que contribui para que todos se sintam

contemplados com o resultado final.

2.2 Jogos cooperativos na escola

As aulas de Educação Física com um perfil voltado para a cooperação pode

fazer a diferença dentro do espaço escolar, qualquer jogo competitivo pode tornar-se

cooperativo dependendo do foco que o professor der a ele. É um momento perfeito

para ensinar e discutir valores, sentimentos, cooperação, pois se trata de um

momento na escola em que o aluno pode se soltar, ser ele mesmo. Assim o

professor observando-o pode intervir e modificar o contexto existente. É o professor

que faz a diferença, pois as atividades esportivas ou de jogos pode desencadear

duas vias de comportamento; uma que contribuí para o crescimento pessoal e social

do aluno, ou outra que gera agressividade e exclusão, tudo depende do enfoque que

o educador possa dar (ROIK, 2010).

A escola é um ambiente onde as pessoas vão com o intuito de aprender,

ensinar fazer amigos, enfim é o local de muitas relações sejam boas ou ruins.

Vislumbrar uma escola onde as relações pudessem ser pacíficas, as práticas

refletidas e discutidas onde os educadores estivessem em constante transformação

ou em cooperação, pois o conhecimento cooperado muda a realidade do meio. Não

se pode extinguir a violência, mas temos a obrigação enquanto escola e educadores

de controlá-la, dando às crianças e jovens oportunidades para o auto-

desenvolvimento, para o exercício da cidadania e da democracia (ROIK, 2010).

Como descreve Soler, (2003, p. 51), os Jogos Cooperativos possuem

algumas características próprias:

Os participantes jogam uns com os outros e não uns contra os outros.

Joga-se para superar desafios e não para derrotar alguém.

Busca-se atingir um objetivo comum e não fins mutuamente exclusivos.

Aprende-se a considerar o outro, que joga como um parceiro, um solidário,

em vez de se tê-lo como temível adversário.

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A pessoa que joga passa a ter consciência dos próprios sentimentos.

Colocam-se uns no lugar dos outros, priorizando o trabalho em equipe.

Joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer de jogar com os outros.

Reconhece-se que todos os jogadores são importantes para se alcançar o

objetivo final.

Não há comparação de habilidades, muito menos de performances

anteriores.

Os profissionais podem utilizar estratégias para iniciar um processo de

reestruturação com base nos esportes e jogos tradicionais, introduzindo

paulatinamente os valores e princípios dos jogos cooperativos. Podem começar

essas mudanças modificando a estrutura vitória – derrota dos jogos tradicionais pela

vitória – vitória. Os jogos devem ser criados ou reestruturados de forma que

terminem sem perdedores, ou seja, que todos possam ser reconhecidos como

vitoriosos.

Os fundamentos dos Jogos Cooperativos nos mostram que o jogo ou o

esporte não são obrigatoriamente sinônimos de competição, que podemos jogar de

forma interessante e desafiadora, sem nos comportarmos como se estivéssemos

numa guerra. Que podemos ter outra visão, outro objetivo a respeito do jogo, onde

todos se sintam responsáveis em contribuir com o resultado, onde o sentimento de

rejeição seja eliminado, e o desejo de se envolver, de fazer parte do grupo aumente.

(PÁDULA, 2008)

Segundo Orlick (1989, p.116), ao introduzir atividades que alterem os

conceitos de vitória e derrota, a vontade de participar do jogo apenas pelos valores

intrínsecos, são reavivados e legitimados. A experiência com esses novos jogos

deve demonstrar que ser aceito como ser humano e aceitar os outros, não depende

de um resultado numérico. Desta forma, posteriormente, poderão encarar a

competição e também a cooperação de modo mais saudável e positivo. Assim os

esportes se tornarão uma busca pelo desenvolvimento pessoal, e não uma

oportunidade de “destruir” os outros.

Orlick (1989, p. 104), ainda nos demonstra mais algumas reflexões

norteadoras dos estudos dos Jogos Cooperativos.

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Jogos de aceitação devem substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades, estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios problemas psico-sociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor.

Apesar de observarmos as distinções entre competição e cooperação, não

temos a pretensão de opor uma a outra ou de abolir a competição, sabemos que

ambas fazem parte da vida. Mas se colocarmos que vencer é a única coisa que

importa, que não interessa os meios que se usem, então estaremos reforçando a

cultura competitiva que nos cerca. A Educação Física, pode e deve mostrar que há

alternativas de se trabalhar com este conteúdo, buscando contribuir para uma

sociedade menos excludente. Então, faz-se necessário, intervir, elaborar e difundir

práticas que possibilitem este processo.

2.3 O Voleibol no Contexto das Aulas de Educação Física

2.3.1 Histórico do Voleibol

O voleibol teve sua origem na América do Norte. Seu idealizador foi o

professor Willian Morgan, que em 1895 na Associação Cristã de Moços, idealizou

um jogo cujo principal objetivo era o de ser praticado por senhores executivos de

Massachussets, nos Estados Unidos da América, principalmente durante o forte

inverno, quando era um tanto difícil a prática de outros esportes a céu aberto.

Dessa forma estipulou-se que grandes galpões abrigariam as quadras do

novo divertimento que, fazendo uso da rede de tênis e da parte interna de uma bola

de basquete, pretendia estimular a prática de algum movimento que compensasse a

vida sedentária de seus praticantes e permitisse momentos de recreação e lazer.

Aos poucos, o grupo de praticantes foi sendo alterado, com a chegada e inclusão de

crianças, jovens e mulheres, e pela tropa militar, que o elegeu como esporte

preferido para a prática na areia. Assim é que até hoje, o vôlei se espalha,

ampliando seu número de adeptos e diversificando os grupos que o adotam, de

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modo a encará-lo tanto como uma modalidade meramente recreativa, como uma

prática esportiva escolar e como de alto rendimento (MACHADO, 2006, p.1-2).

O voleibol no Brasil foi introduzido através da ACM por volta de 1917, na

cidade de São Paulo; no entanto só fomos disputar uma partida internacional em

1951, durante a realização do Campeonato Sul-americano, quando o Brasil foi

campeão. No mesmo ano foi criada a Confederação Brasileira de Voleibol, que hoje

é referência do esporte nacional até para outros países, com um moderno centro de

treinamento em Saquarema-RJ, onde abriga os treinamentos de todas as categorias

de base até o adulto na preparação para os campeonatos sul-americanos e

mundiais, além de oferecer cursos para técnicos de voleibol indoor e de praia nos

níveis I, II e III e IV.

O Brasil tem participado em campeonatos sul-americanos, mundiais, Pan-

americanos, Ligas Mundiais, Olimpíadas e outros torneios em todas as categorias

tanto no masculino quanto no feminino com excelentes resultados como duas vezes

campeão Olímpico no masculino em Barcelona, na Espanha em 1992 e em Atenas,

Grécia em 2004 e atualmente é campeão no feminino, tendo conquistado o título em

Pequim, na China em 2008.

O fato é que a história do voleibol mudou, a partir dos anos 80 pra cá, após o

vice-campeonato na Olimpíada de Los Angeles, EUA em 1984 com o masculino e

com o advento da propaganda e da televisão nesse esporte. Com tais resultados, o

Brasil passou a ser uma escola de voleibol respeitada por todas as outras equipes

mundiais. É um tipo de jogo em que combinam a força, a rapidez, grande variação

no ataque e uma forte marcação na rede. O estilo de jogo brasileiro predomina-se

com jogadores versáteis, ágeis e velozes, diferentemente do jogo das equipes

européias que adotam um jogo mais cadenciado, com ataque e bloqueio altos e

fortes e consequentemente mais lentos.

Nas escolas brasileiras, tanto nas públicas, quanto nas privadas, o voleibol é

muito aceito e praticado. O Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de

Educação e Paraná Esporte, promovem anualmente os Jogos Colegiais do Paraná,

com diversas modalidades individuais e coletivas, sendo que o voleibol e o vôlei de

praia são contemplados. A competição é entre escolas públicas e privadas, na

classe A, para alunos de 15 a 17 anos e na classe B, para alunos de 11 a 14 anos

com a participação de milhares de escolas e alunos nas fases municipais, regionais,

macro-regionais e fase final, sendo que em nas fases municipal e regional,

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classifica-se o primeiro colocado de cada classe para a fase seguinte; na fase

macro-regional classifica o campeão e o vice para a fase final estadual, que

credencia o campeão de cada classe e naipe para a Olimpíada Escolar Nacional.

Neste contexto, as escolas que investem em treinamentos especializados para

formação de equipes competitivas é que conseguem chegar às fases finais.

O voleibol é um dos esportes muito praticados em clubes e prefeituras que

contratam profissionais de Educação Física para o desenvolvimento da modalidade.

Portanto uma modalidade em que contribui para a inclusão de professores e

técnicos especializados no mercado de trabalho.

As regras do voleibol também foram uma das que mais sofreram alterações

nos últimos anos, como a permissão de queimar o saque (tocar a rede), sacar de

toda extensão do fundo da quadra e uma das principais foi quanto à contagem dos

pontos, que antes era com vantagem/ponto e os sets iam até 15 pontos, hoje é

disputado no sistema ponto/rally, em que toda jogada vale o ponto, tornando-se o

jogo mais fácil de ser entendido para o público e diminuindo o tempo de duração dos

jogos, sendo que no sistema antigo uma partida de final olímpica chegou a durar

mais de quatro horas, sendo inviável para a as redes de TV transmitir. Hoje os

campeonatos nacionais como a Superliga Nacional de Voleibol são transmitidos em

rede de TV aberta e fechada (por assinatura). Outra regra que mudou drasticamente

o formato do jogo foi a introdução do Líbero, jogador especialista na recepção e na

defesa, contribuindo também para a inclusão no esporte de alto nível de jogadores

mais baixos que a atual média mundial dos demais jogadores.

As características e peculiaridades do voleibol aqui citadas, tornam a

utilização desse esporte um instrumento de grande potencial para colaborar com os

programas de Educação Física, quando estes estão inseridos nos Projetos

Pedagógicos dos colégios que tenham como objetivo maior a formação de bons

cidadãos.

2.4 Fundamentos básicos de iniciação ao esporte voleibol

Bojikian e Bojikian (2008, p. 53) afirmam que existem várias ordenações para

o ensino das habilidades que compõem o voleibol. Não se deve entrar em discussão

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para definir a melhor delas, a melhor é aquela com a qual o professor consiga

trabalhar bem. Alguns ensinam os fundamentos pela ordem em que são

frequentemente usados no jogo: saque, posição básica, manchete, toque de bola

por cima, ataque, bloqueio e defesa. Alguns autores defendem que se deve começar

pelo toque antes da manchete, pois as crianças quando aprendem a manchete

resistem à idéia de utilizar o toque por achá-lo mais difícil de executar e menos

preciso. Outros iniciam pela posição básica, toque, manchete, saque por baixo,

saque por cima, ataque, bloqueio e defesa. Não importa qual a sequência eleita,

mas sim a adequação dela às características do professor e sua linha metodológica.

O mesmo autor ainda descreve como executar os fundamentos a seguir que

são posicionamento básico, toque de bola por cima, manchete, saque, ataque,

bloqueio e defesa.

A posição básica é aquela que introduz a execução dos demais fundamentos,

deve ser executada de forma que permita a pronta entrada em ação por parte do

aluno, pois a dinâmica do voleibol requer intervenções rápidas. Ela deve favorecer

deslocamentos rápidos em qualquer direção. O executante deve estar com as

pernas em afastamento lateral (na largura dos ombros), semiflexionadas, estando

uma ligeiramente à frente da outra. Os braços devem estar semiflexionados e os

cotovelos com afastamento um pouco maior que os ombros, permitindo a execução

tanto da manchete como do toque por cima. Para favorecer os deslocamentos

devem-se tirar os calcanhares do solo.

O toque de bola por cima é o fundamento mais característico do jogo de

voleibol é responsável, na maioria das vezes, pela preparação do ataque, ou seja,

pelo levantamento. Na iniciação todos os alunos devem aprender esse fundamento,

pois não se sabe ainda quem vai ser o levantador. Na entrada sob a bola as pernas

e os braços devem estar semiflexionados, pernas na direção dos ombros e um pé

ligeiramente à frente do outro. Com a bola próximo da testa, as mãos devem estar

com os dedos quase que totalmente estendidos em forma de concha para acomodar

a curvatura da bola. Os dedos polegares e indicadores formarão afigura de um

triângulo. No momento da execução todo o corpo participa. O contato será sutil com

a ponta dos dedos e uma leve flexão dos punhos. Os braços e pernas se estenderão

totalmente para enviar a bola ao local desejado.

A manchete é o fundamento mais usado na recepção do saque e para a

defesa. Na entrada sob a bola, as pernas devem estar como no toque,

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semiflexionadas, afastadas lateralmente em uma distância semelhante à largura dos

ombros e um pé ligeiramente à frente do outro. Os braços são unidos e estendidos à

frente do corpo. Os dedos unidos de uma mão devem estar sobrepostos aos da

outra, de forma que os polegares estendidos devem se tocar paralelamente. No

momento de ataque à bola, as pernas se estenderão, o peso do corpo é transferido

para a perna da frente. O impacto se dá no antebraço e os punhos devem estar

estendidos em direção ao solo. Ao término do movimento os braços e pernas devem

permanecer estendidos até o impacto da bola.

O jogo de voleibol inicia-se pelo saque, dando-se um golpe na bola solta no ar

pelo jogador que ocupa a posição 1, o qual estará atrás da linha de fundo, em

qualquer lugar dos 9m de comprimento. Na fase preparatória, o aluno em pé, de

frente para a quadra adversária, o aluno deve posicionar-se com o tronco

ligeiramente inclinado à frente, com as pernas em afastamento ântero-posterior, a

perna contrária ao lado do braço que irá sacar deverá estar à frente, num

distanciamento lateral mais ou menos igual à largura dos ombros. A bola deverá ser

segura na palma da mão que não irá sacar, como braço quase que totalmente

estendido. O braço que irá golpear a bola deverá estar estendido para trás. A bola

será lançada para cima, a uma altura aproximada de 30 cm, à frente do corpo. A

mão, posicionada de forma arredondada, com os dedos unidos e quase estendidos

golpeará a bola em grande superfície e deverá estar com a musculatura contraída

para enviar a bola a distâncias maiores. Na iniciação o saque poderá ser iniciado da

linha dos 3m do ataque e aumentando a distância gradativamente conforme a

evolução dos alunos, também como forma de incluir os alunos com menor porte

físico, podendo inclusive executar desta distância na hora do jogo. O saque tipo

tênis ou por cima é executado basicamente com a mesma posição inicial do anterior,

somente a bola será lançada acima da cabeça um pouco à frente do aluno e

golpeada com a palma da mão e trabalho do tronco. O saque por cima só deve ser

ensinado quando os alunos dominarem totalmente o saque por baixo.

O ataque ou cortada é o movimento que finaliza a maioria das ações

ofensivas e visa enviar, por meio de um forte golpe dado com a palma da mão

durante um salto. É a habilidade motora mais complexa, mas que mais atrai os

alunos e depende das características e trajetórias do levantamento. Requer muita

coordenação viso-motora. O ataque é composto de cinco etapas: o deslocamento

que é a corrida de aproximação que pode ser com 1, 2, 3, ou mais passadas de

16

acordo com o levantamento; a chamada, após o deslocamento, ambos os pés tocam

o solo, com o esquerdo (para os destros) ligeiramente mais próximo da rede que o

direito e com afastamento lateral um pouco menor que a largura dos ombros. O

corpo se inclina um pouco para frente e os braços estendidos são lançados para

trás. As pernas são flexionadas a aproximadamente 90 graus; no salto os

calcanhares tocam primeiro o chão num movimento rápido, e a última parte a perder

o contato com o solo são a ponta dos pés, esse movimento é simultâneo de uma

brusca extensão vertical das pernas e lançamento vigoroso dos braços para cima e

pela frente do corpo; na fase aérea os braços são lançados para cima e o que vai

golpear a bola faz um movimento passando sobre a linha do ombro, se

posicionando, semiflexionado, na máxima amplitude escápulo-umeral, o outro

encerrará sua trajetória um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente do

corpo, acontecendo uma hiperextensão do tronco. O golpe acontece no

comprimento do braço de ataque e à frente da cabeça, devendo ser executado o

mais alto possível. A batida na bola deve ser acompanhada de uma flexão de punho

para imprimir uma rotação à bola; o último estágio é a queda, no instante do contato

com o solo, o executante deve amortecer a queda (movimento de molejo), de forma

a se equilibrar, evitando cair na rede, invadir a quadra adversária e evitar lesões.

Tanto no saque quanto no ataque deve-se dar atenção aos alunos canhotos,

já que a perna da frente para execução dos movimentos deve ser contrária à dos

destros e uma vez aprendido com uma perna, depois fica difícil corrigir quando os

movimentos já estão automatizados. Há vários casos de atletas de alto nível com a

passada trocada, que não impede o jogador de executar o movimento, mas limita o

direcionamento da bola.

O bloqueio é um fundamento que visa interceptar junto à rede, a bola atacada

pelo adversário. Essa habilidade de caráter defensivo pode se tornar ofensiva

quando se consegue enviar a bola contra o solo do atacante. Na fase preparatória o

jogador na posição de expectativa, com os joelhos semiflexionados, pés paralelos

em afastamento lateral à distância dos ombros. Os braços estarão semiflexionados

com as mãos ao lado dos ombros e as palmas voltadas para frente. O tronco deve

estar ereto. Na execução o bloqueador deve estar olhando para a bola e para o

atacante e no momento adequado saltar, estendendo as pernas e os braços

simultaneamente em direção à bola. No bloqueio ofensivo, as mãos invadem o

espaço aéreo adversário e se posicionam abertas, estendidas, firmes, uma ao lado

17

da outra, formando um obstáculo à passagem da bola. O bloqueio pode ser simples

(individual), duplo ou triplo, mas na iniciação ensina-se apenas o simples, uma vez

que poucas bolas serão atacadas durante o jogo. Já no alto nível definem-se as

posições de cada jogador e o central (meio de rede) é o mais especializado para o

bloqueio, sendo geralmente os mais altos e fazem os bloqueios tanto no centro da

quadra como no auxílio das pontas da rede.

A defesa na iniciação é executada de manchete para impedir que a bola vá de

encontro ao solo. No momento da defesa de manchete, a bola deve estar acima dos

joelhos e dentro do triângulo formados por eles e a pelve. A bola defendida deve

tentar ser enviada para o levantado junto à rede dar sequência à jogada. Nos

treinamentos específicos de rendimento também existe a defesa alta, acima da

cabeça com as mãos espalmadas, com rolamento, mais usadas no feminino, e com

mergulho (peixinho) mais utilizado no masculino. No alto nível também tem o jogador

Líbero que é especializado na defesa. Na iniciação não se deve especializar os

alunos em determinada função, mas deve-se explicar que existe a função do líbero e

como se realizam as substituições do mesmo, que entra no lugar de um jogador do

fundo da quadra (geralmente os centrais), e participa de três rodízios no fundo da

quadra e quando for entrar na rede, o jogador que saiu retorna para as posições de

ataque, não contando como substituição regular.

2.5 Sistemas de jogo

Para o desenvolvimento de uma tática de jogo o professor precisará definir o

sistema de jogo que irá adotar e trabalhar. Por sistema de jogo Brunoro (1986, p.

122) define o seguinte:

Sistema é a maneira pela qual uma equipe joga. Os sistemas devem ser escolhidos de acordo com as qualidades individuais dos alunos, nível do voleibol praticado e pretensões táticas. Deverá partir do mais simples e, juntamente com a evolução técnica, promover a evolução tática.

Machado (2006, p.10-11) descreve alguns tipos tradicionais de sistemas de

jogos que são mais utilizados como o 3x3, 4x2, 5x1, 6x0 e 6x6, onde temos

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discriminados os números de atacantes (o primeiro número do conjunto) e o número

de levantadores (os segundos números apresentados). Para uma iniciação na

escola a primeira a ser utilizada é a 6x6, onde todos atacam e todos levantam

quando passam pela posição três. O 3x3 permite que cada atacante tenha o seu

levantador. No entanto, em alguns momentos ele apresentará dois levantadores na

rede e apenas um atacante. Já no 4x2, sempre terá um levantador e dois atacantes

na rede, independente do rodízio. É muito utilizado e de fácil compreensão, além de

permitir uma grande variação, pois favorece a troca de posições na rede e no fundo

de quadra e também é usado com infiltração em equipes de alto nível, onde os dois

levantadores se tornam atacantes quando estão nas posições da rede (de ataque) e

levantadores quando estão nas posições d e fundo da quadra (de defesa).

Tanto a troca como a infiltração são recursos que a regra permite, de forma a

possibilitar um jogo mais ofensivo, visando aproveitar os melhores jogadores em

suas melhores posições.

O 5x1 e 6x0 são sistemas mais complexos que exigem um bom nível técnico-

tático e um bom entrosamento entre os jogadores, uma vez que haverá constantes

trocas e infiltrações, em função do número de atacantes e levantadores para que

cada um ocupe sua posição já definida, que são atacantes de ponta, atacantes de

meio ou centrais, atacante de saída de rede ou oposto, levantador e líbero. O

sistema 5x1 é hoje utilizado praticamente por todas as seleções de alto nível

mundial, onde o levantador assume a maior responsabilidade, pois todas as bolas

passam por ele na preparação das jogadas de ataque. Existe ainda o sistema 6x0,

que já não é mais utilizado, onde todos os jogadores que passam pela posição 1, se

tornam levantadores, tendo sempre 3 atacantes na rede.

Quanto aos sistemas defensivos, existem os sistemas em “U”, com fundo de

quadra recuado, em que o defensor do centro da quadra está bem no fundo da

quadra para defender as bolas que tocam o bloqueio de sua equipe. Em equipes de

alto nível observa-se inclusive que em alguns lances um jogador fica até fora da

quadra para pegar a bola “espirrada no bloqueio”. Também existe a defesa em “W”,

ou centro avançada, quando o jogador do centro está adiante dos demais jogadores

da defesa, com objetivo de recuperar as bolas “largadas” atrás do bloqueio de sua

equipe, sistema este mais utilizado em equipes femininas.

Cabe ao professor definir o sistema de ofensivo e defensivo, ressaltando que

deve iniciar do mais simples para o mais complexo e mesmo que não utilize

19

determinado sistema, os alunos devem saber que existem tais variações, pois

certamente quando assistirem um jogo oficial, de alto nível eles questionarão sobre

o funcionamento de tal sistema de jogo.

A estrutura de uma aula de Educação Física Escolar, com o conteúdo o

voleibol, sugerida por Campos (2006, p.43), pode seguir a seguinte:

- Preparação Prévia (aquecimento);

- Estudo dos elementos que compõe o jogo e suas relações. Fundamentos

e suas técnicas e táticas de jogar, relacionadas à realidade do aluno;

- O jogo;

- Exercícios de relaxamento.

No que se refere à metodologia de ensino do voleibol, os estudos sobre o

ensino do esporte, Xavier (1986) propõe três formas de ensino, a saber: o método

global, o parcial e o misto. O vôlei ensinado no método global é quando o professor

parte do jogo; o método parcial é quando o professor divide o e jogo nos

fundamentos que o compõe e ensina esses fundamentos chegando ao jogo, por fim

o método misto é uma integração do método parcial como o global. Neste estudo,

entende-se que esse último método de ensino é o mais apropriado para o ensino do

vôlei nas aulas de Educação Física Escolar.

Iniciando as aulas de voleibol, é necessário que se pense no domínio

corporal, para a faixa etária das 5ª séries, onde a proposta será implementada, que

garantirá o domínio do material com o qual se convive durante as aulas práticas.

São atividades de domínio corporal: rastejar; rolar sobre o solo; engatinhar; andar

ajoelhado; andar, andar rápido; correr de frente, costas e lateral e saltar, com um pé,

com o outro, com os dois juntos, etc.

Através dessas atividades básicas, poderemos incluir e alternar os

movimentos com os membros superiores e inferiores simultaneamente. Com isso,

teremos exercícios com diferentes graus de dificuldades, enriquecendo as aulas, a

cada dia, de acordo com a evolução dos alunos, que estarão sendo preparados e

estimulados aos gestos do voleibol.

O caráter lúdico, recreativo, deverá ser determinante nesta faixa etário, em

que o aluno está em fase de consolidação de suas habilidades motoras, de sua

capacidade cognitiva e de sua afetividade no aspecto socialização, e, portanto, a

riqueza e a quantidade e qualidade dos movimentos será muito importante.

20

Campos (2006, p. 44-46), sugere que a aula seja dividida em quatro partes,

sendo o aquecimento, os fundamentos do jogo, o jogo e por último o relaxamento,

ou “volta à calma”.

O primeiro momento da aula é o aquecimento, que deverá ter o maior número

possível de experiências motoras. Assim, o aquecimento será entendido como um

momento de “quebrar o gelo”, iniciando com uma preparação psicológica, mais

agradável para começar o estudo dos movimentos do vôlei, por fim levar esse

aquecimento em níveis de preparação física, técnica e tática, entrando com

exercícios de alongamentos, exercícios de bate-bola e atividades na rede. É

importante destacar que nesse momento começa a exploração dos conhecimentos e

suas reais necessidades de usar os movimentos do vôlei.

Num segundo momento da aula, serão abordados os fundamentos que

compõem o jogo de voleibol, que são os seis fundamentos básicos: o saque, a

recepção, o levantamento, o ataque, o bloqueio e a defesa de quadra. Existe uma

série de movimentos recreativos que podem determinar a dinâmica de trabalho

desses fundamentos de jogo, tornando-os mais adequados e atrativos às aulas de

Educação Física.

No terceiro momento da aula, caracterizado pelo “jogo”, que é o momento

mais aguardado pelos alunos, o professor deverá estar atento para o desempenho

dos alunos tendo por critérios a satisfação pessoal desses alunos e a variação de

movimentos que eles estão conseguindo executar.

É importante destacar que as regras oficiais da modalidade são um parâmetro

que poderão sofrer alterações para atender a satisfação dos alunos e as

possibilidades do enriquecimento de seus movimentos corporais. Compete ao

professor e ao grupo de alunos determinarem uma série de adequações desse jogo

às suas capacidades físicas e motoras, visando o aspecto lúdico, formador e

recreativo desse esporte, promovendo modificações nas suas regras para tornar o

jogo mais dinâmico e atrativo.

Por último, obedecendo a estrutura da aula sugerida, o professor deverá

finalizar a mesma com uma atividade de “relaxamento” ou “volta à calma”, ou

“alongamento”, ou ainda outra forma com que o aluno volte para sua sala de aula

calmo e preparado para o trabalho cognitivo em sala de aula, haja visto que o aluno

acelera seus ritmo, devida a intensidade das ações motoras.

21

3 Procedimentos Pedagógicos da Proposta de Voleibol na Escola nas aulas de

Educação Física/Voleibol

Inicialmente foi apresentada a proposta para a equipe pedagógica,

professores da área de Educação Física e aos alunos que seria realizado o projeto

de introdução ao voleibol na escola. Na sequência, foi apresentada a modalidade

aos alunos, a forma de desenvolvê-la, a importância da mesma e sua relevância.

Participaram do Projeto de Voleibol na Escola 60 alunos dos sexos masculino

e feminino das 5ª séries A e B do Colégio Estadual Belo Horizonte, do município de

Medianeira, com idades entre 11 e 12 anos.

Na teoria foram apresentadas as regras oficiais do voleibol com estudo e

pesquisa com o histórico do jogo e como é praticado no Brasil, desde o voleibol

como esporte-educação focalizado na escola, nas aulas de Educação Física; o

voleibol participação, referenciado pelo princípio do prazer lúdico, essas

manifestações ocorrem para ocupar o tempo livre dos praticantes, sem obrigações

do cumprimento à risca das regras, apresentam com o propósito da descontração,

da diversão, do desenvolvimento pessoal e a interação social; e o voleibol de alto

rendimento ou esporte-performance, que traz consigo o propósito da competição,

que é o voleibol que aparece nas mídias e nos principais campeonatos nacionais e

internacionais, como jogos Olímpicos.

Na sequência foi iniciado o estudo das medidas da quadra e rede com suas

respectivas alturas nos naipes masculino e feminino e as diferentes alturas da rede

utilizadas nos campeonatos oficiais internacionais, nacionais, estaduais e escolares.

Foram utilizados desenhos no quadro para melhor visualização das áreas de saque,

ataque e defesa. Para melhor aprofundamento também foi utilizada pesquisa na

internet para melhor estudo das regras básicas da modalidade. Em seguida foi

estudado o sistema de rodízio, também o posicionamento correto e a direção do

mesmo. Posteriormente, foi praticado na quadra com o auxílio de desenhos de setas

no piso, para visualizar as posições e o sentido horário do rodízio.

As atividades de voleibol foram variadas para a forma recreativa, jogos pré-

desportivos e cooperativos. Foi utilizado como exemplo o voleibol gigante com

variação de bola maior e mais leve (de plástico) sendo muito bem aceita pelos

participantes. Os fundamentos básicos foram aplicados aos alunos através da

22

prática com a exposição do posicionamento básico para executá-los com variadas

repetições para que o aluno aprendesse jogar o voleibol.

A introdução ao jogo de voleibol foi feita de forma gradual com exercícios de

menor para maior dificuldade conforme o aprendizado dos alunos. Primeiramente

com pequenos jogos como o mini-voleibol com jogos entre 1 x 1, 2 x 2, 3 x 3, 4 x 4,

com jogos só valendo dar manchete, ou só toque, ou combinando os dois, com um

quique da bola no solo, após sem o quique, até chegar no jogo propriamente dito

com 6 x 6. Na iniciação das variações citadas acima, com menor número de alunos

por equipe, houve maior participação e aproveitamento, pois os alunos tocam mais

vezes na bola do que 6 contra 6 por exemplo, pois eles ainda não têm habilidade e

porte físico para efetuar os três toques como o passe, levantamento e ataque com

precisão.

Assim, através da implementação desta proposta, foram realizadas atividades

diferenciadas das que eram utilizadas anteriormente pelos professores de Educação

Física, desta forma o aluno foi motivado e inseriu-se voluntariamente nas atividades

ofertadas.

Desta forma, ao final da implementação da proposta pedagógica de voleibol

na escola, foi realizado um dia de “festival de voleibol” entre os alunos participantes,

sendo eles divididos em quatro equipes, misturando ambos os sexos e turmas. Para

que houvesse maior cooperação e não a exacerbação da competição pela vitória.

Foram realizados jogos no sistema de rodízio todos contra todos, ou seja, todas as

equipes jogaram uma contra a outra, para que desta forma todos jogassem o

mesmo número de partidas, porém não foi realizada a contagem de pontos, mas sim

determinado um tempo de 20 minutos por set, dados estes que melhor poderão ser

visualizados nas fotos em anexo logo abaixo.

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FOTOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE VOLEIBOL NA ESCOLA

Fonte: Acervo particular

Fonte: Acervo particular

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Fonte: Acervo particular

Fonte: Acervo particular

25

Fonte: Acervo particular

Fonte: Acervo particular

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Fonte: Acervo particular.

Ao final do dia foi realizado um lanche coletivo, no qual todos dividiram com

os colegas, como forma de confraternização entre os participantes do projeto.

Com o encerramento da implementação, entrou-se em contato com os

professores das turmas envolvidas na amostra e foi solicitado a estes um parecer

referente às atividades desenvolvidas de maneira avaliativa. O Mesmo procedimento

foi realizado para alguns alunos e pais para que desta forma obtivéssemos um

parecer relativo à aceitação ou não da atividade desenvolvida.

4 Pareceres

4.1 Parecer dos Professores de Educação Física

Professor 1: “O voleibol é um esporte coletivo que não tem contato

físico, mas um dos mais difíceis de se trabalhar na iniciação pela

complexidade dos seus fundamentos. É mais apreciado por

determinado grupo de alunos e geralmente mais pelas meninas. Com

as atividades ofertadas no projeto de voleibol na escola e aplicadas nas

27

aulas de Educação Física, constatou-se que houve um maior interesse

pela modalidade por parte dos alunos em geral. As atividades agora

são mais aceitas e há maior participação nas aulas não só das 5ª

séries mas de todo o ensino fundamental onde foram ofertadas estas

atividades”.

Professor 2: “Estas atividades ofertadas no projeto nos deram mais

ferramentas para desenvolver o esporte voleibol nas aulas de

Educação Física. São atividades que despertaram maior interesse nas

aulas e a participação aumentou significativamente. Eu já trabalho há

mais de 15 anos com séries iniciais e minha prática pedagógica tornou-

se repetitiva e monótona. Com a introdução destas novas atividades,

minhas aula tornaram-se mais apreciadas pelos alunos”.

4.2 Parecer dos Alunos

Aluno 1: “ Agora eu prefiro jogar vôlei nas aulas porque eu aprendi a

jogar a sacar direito e fazer os toques certos na bola. É um dos

esportes que eu mais gosto de jogar nas aulas”

Aluno 2: “Depois que eu aprendi jogar vôlei nas aulas eu participo

mais porque antes muitos me xingavam quando eu errava algum

toque”.

Aluno 3: “Eu sempre gostei do vôlei, mas agora aprendi mais e fazer

direito os exercícios e sei fazer os toques , a manchete e sacar, daí eu

sempre faço parte dos times”.

Aluno 4: “Como aprendi mais nas aulas agora eu gosto mais do vôlei,

antes eu só queria jogar bola. Inclusive fui chamado para fazer parte do

time da escola nos jogos escolares e quero treinar também pros jogos

inter-séries”.

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Aluno 5: “Como aprendi jogar melhor na escola agora também jogo

com os amigos no quintal da escola e na rua. É nossa diversão nos fins

de semana também”.

4.3 Parecer dos Pais dos Alunos

Pai 1: “Percebi que meu filho se entrosou mais com os colegas, agora

ele vai mais animado pra aula quando tem Educação Física. Ele fez

mais amizades e depois que ele aprendeu jogar volei na escola ele já

está treinando no ginásio de esportes também”.

Pai 2: “Meu filho se animou mais pra praticar o voleibol, depois que ele

começou no projeto da escola, que é uma atividade saudável pra sua

saúde, percebi que ele está se preocupando também em emagrecer, já

que está bem acima do peso normal pra sua idade, tomara que ele

continue a praticar o voleibol”.

5 Conclusão

Concluiu-se que houve grande aceitação das atividades no aprendizado do

voleibol, inclusive despertando o gosto pela modalidade, uma vez que a maioria dos

alunos e alunas apresentava maior interesse por outras modalidades esportivas,

principalmente pelo futsal. Agora, nas aulas de Educação Física, já se percebeu

grande interesse em fazer aula de voleibol e alguns alunos já estão participando de

treinamentos especializados para formação de equipes para competir e representar

o colégio nos jogos escolares do Paraná, bem como em outros projetos como o da

Prefeitura Municipal como o incentivo da prática esportiva.

Cabe aqui destacar que as aulas de Educação Física, antes de realizar o

projeto de voleibol na escola, estavam um tanto monótonas e repetitivas, tornando-

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as até excludentes, onde só os mais habilidosos jogavam e dominavam as partidas.

Agora houve significativa mudança por parte dos alunos, aumentando a aceitação

das atividades propostas, e consequentemente, a participação nas aulas quando os

conteúdos da modalidade voleibol são ofertados.

6 Referências

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