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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

SILVANA TEREZINHA GUBIANI TREVISOL

Produção Didático-Pedagógica

Caderno Pedagógico

LITERATURA E ARTES PLÁSTICAS

TOLEDO

2009

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SILVANA TEREZINHA GUBIANI TREVISOL

Produção Didático-Pedagógica

LITERATURA E ARTES PLÁSTICAS

Projeto de Intervenção Pedagógica apresentado

ao Programa de Desenvolvimento Educacional do

Paraná (PDE) como requisito parcial dos

trabalhos propostos para participação e execução

deste Programa.

Orientador: Antonio Donizeti da Cruz.

TOLEDO

2009

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1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

NOME: Silvana Terezinha Gubiani Trevisol

ÁREA: Língua Portuguesa/Literatura

NÚCLEO: Toledo

ORIENTADOR: Antonio Donizeti da Cruz

IES: UNIOESTE

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Jardim Porto Alegre

PÚBLICO ALVO: 3ª Série – Ensino Médio

2 – TEMA

LITERATURA E ARTES PLÁSTICAS

3 – TITULO

IDENTIDADE NACIONAL E MODERNIDADE EM TARSILA DO

AMARAL: IMAGENS PICTÓRICAS E O SENTIDO DE

BRASILIDADE.

INTRODUÇÃO

A literatura vem sendo estudada, muitas vezes, de um modo “engessado”,

privilegiando apenas os aspectos cronológicos da história literária. Como alternativa

interdisciplinar, este projeto propõe relacionar literatura com as artes plásticas, através da

conexão entre a arte escrita e a pictórica. Para este propósito, as pinturas de Tarsila do

Amaral mostram-se interessantes não só por despertarem o lado curioso e fantástico, mas

também por representam o desejo dos modernistas da construção da nacionalidade

brasileira. Assim, este trabalho permitirá que se fomente mais a pesquisa através da busca

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de informações e conhecimentos relacionados com as áreas aqui mais relevantes, sendo

elas principalmente literatura brasileira e artes visuais (pictóricas). Dentro de tais grandes

áreas, serão investigadas as pinturas de Tarsila do Amaral relacionando-as com poesias de

vários autores que tratam sobre a brasilidade e a identidade nacional dentro do

Modernismo. Apesar de este ser um grande desafio, uma vez que teremos que buscar meios

e condições necessárias para realizar esta conexão desejada, motivando os alunos a

participarem da construção deste projeto. Certamente tal projeto servirá para ampliar

conhecimentos nas áreas de artes e literatura, além de proporcionar uma forma mais

interdisciplinar e contextualizada de trabalhar com os conteúdos relacionados a arte

pictórica e literária. A partir disso, será possível que vislumbremos tanto a arte visual

quanto a literatura como uma expressão da realidade. Sendo assim, é possível ampliar os

horizontes de expectativa do aluno/leitor, “[...] aprimorar o pensamento e trazendo sabor ao

saber.” (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 77).

As condições de modernidade do Brasil, nos anos 20, são bastante singulares. A

atualização, tanto na arte como na cultura, partiu mais de um desejo de modernidade do

que de condições existentes na sociedade. Porque, a rigor, aspirava-se o desejo de ser

modernos. Aí aparece a verdade deslocada – o simples ‘querer ser’ prova que não éramos.

O importante é que buscava-se um sentido com a nossa vanguarda – a afirmação da

identidade nacional, a brasilidade. (BRITO apud CONONGIA, 1986, p. 18).

O Modernismo, nascido da civilização industrial, constitui um movimento que

rompe radicalmente com as influências clássicas que dominaram as artes ao longo de

vários séculos. (FERREIRA, 2004 p. 336) Neste cenário, de buscas e contradições, é que

surge Tarsila do Amaral, juntamente com outros artistas, escritores, escultores, musicistas

que revolucionaram as artes e as letras no Brasil. Ela fazia parte do chamado “o grupo dos

cinco”, formado por Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de

Andrade e Menotti Del Picchia. Tanto na literatura quanto na pintura esses artistas

conseguiram exaltar a brasilidade e a atualização da linguagem.

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TARSILA: trajetória artística e social.

Tarsila por Tarsila

Tarsila por Tarsila, a biografia familiar da maior pintora brasileira - O livro escrito

pela homônima Tarsila do Amaral, sobrinha-neta da pintora, chega às prateleiras pela

editora Celebris - Todos os baús, caixas e gavetas foram abertos, mexidos e remexidos.

Durante cinco anos, mais de 15 entrevistas com familiares e amigos próximos foram

realizadas, cursos de História da Arte, arquivos de jornais e revistas pesquisados.

Agora, Tarsila do Amaral, sobrinha-neta da modernista, lança Tarsila por Tarsila

livro que retrata de forma simples o dia-a-dia da pintora, ora humanizando o mito -

expondo seu olhar caipira sobre Paris, por exemplo -, ora mostrando pelos detalhes o que

fez dela o maior nome da pintura brasileira de todos os tempos. "Sempre tive muito

orgulho do meu nome. Desde pequena eu sabia que era em homenagem à minha tia-avó.

Não achava estranhos aqueles quadros antropofágicos; pelo contrário, meus olhos

brilhavam ao contemplá-los, e até hoje me lembro onde eles ficavam expostos no

apartamento dela", conta a autora na apresentação do livro, com a naturalidade que só

quem esteve perto de um mito pode ter. Até os oito anos, para Tarsila-sobrinha, a Tarsila-tia

era apenas mais um familiar, ainda não era Tarsila do Amaral.

É esse olhar próximo que joga luz às simplicidades que por vezes os artistas e seus

biógrafos tendem a esconder. Cartas e mais cartas enviadas pela artista para os pais e para a

filha são preciosos relatos históricos de uma época.

Tarsila por Tarsila é um quebra-cabeças de épocas e histórias - pessoais e públicas

- que pela primeira vez mostra fatos e passagens da vida de Tarsila do Amaral (1886 -

1973) vividas com intensidade pela artista, que na época foram divididas apenas com os

mais próximos. As imagens - A biografia de uma artista plástica não poderia ser contada

apenas por palavras. Muitas imagens também fazem parte do livro, além de cartas,

depoimentos de amigos, poesias de escritores e amigos de Tarsila. É um livro que nos

encanta e nos emociona ao lê-lo.

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Tarsila do Amaral, a modernista.

O livro Tarsila do Amaral, a modernista, escrito por Nádia Battella Gotlib,

mostra a artista-mulher vencendo todos os preconceitos da época, a identidade individual

da mulher-artista e de sua luta no campo familiar, social, artístico e da literatura. É a força

da sua individualidade correlacionada à abertura da artista para o coletivo das coisas Brasil

e dos brasileiros. O leitor vai lendo e recriando a imagem da artista através deste texto

sintético e ao mesmo tempo cativante que é a leitura deste livro.

Estes são os dois livros que buscar-se-á subsídios para embasar o texto em relação a

Tarsila do Amaral, sobre sua vida e obras, além daqueles que estão citados nas referências.

PRIMEIRO MOMENTO

Conteúdo: Biografia de Tarsila.

Objetivo: Conhecer a vida de Tarsila do Amaral, traçando um panorama geral sobre a

vida da artista, curiosidades e algumas obras.

Procedimentos metodológicos: Tal apresentação será feita em ppt (slides), no

multimídia, o que proporcionará a visualização de fotografias variadas da artista, de itens

relacionados a seu cotidiano e de sua produção artística. Explanar oralmente sobre a vida

de Tarsila, mostrando alguns slides sobre sua família, infância, vida social e artística.

Depois de trabalhar com as questões de reflexão e promover um debate, entregar-se-á a

biografia de Tarsila do Amaral, em folhas digitadas, as quais embasarão a produção de um

pequeno comentário sobre a vida da artista.

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BIOGRAFIA

Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo,

município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral

e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o

milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São

Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a

infância e adolescência.

Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na

Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casa-

se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se

dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo.

Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a

Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de

Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses.

Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista.

Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário

de Andrade e Menotti del Picchia.

Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade com

quem depois se casa. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22”, integra-se ao

Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.

Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam:

intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger,

grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-

suiço que visita o Brasil em 1924. Tarsila foi uma mulher extraordinária, uma artista

revolucionária dentro das Artes Plásticas, pelas cores vivas que usava e nas imagens

simbólicas retratadas em suas telas. Falava várias línguas, adorava música clássica e

pintava com cores fortes e vivas, mostrava em seus quadros o momento que estava

vivendo.

Tarsila do Amaral. Biografia. Disponível em:

< http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_frame.htm >. Acesso em: 30 dez. 2009.

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Questões para reflexão:

• Como foi a infância de Tarsila? É igual a sua? Por quê?

• Como foi a educação de Tarsila? Onde ela estudou?

• Por que Tarsila gostava tanto do campo e da vida na fazenda?

• Na sua opinião, Tarsila foi uma personalidade importante para o Modernismo e para

o Brasil? Comente.

Depois desta reflexão, promover um debate sobre a vida e obra de Tarsila do Amaral e

escrever um pequeno comentário sobre as impressões que ficaram desta artista.

SEGUNDO MOMENTO

Conteúdo: Fases da pintura de Tarsila.

Objetivo: Apresentar as três fases da pintura de Tarsila do Amaral: Pau-brasil,

Antropofágica e Social e promover um comentário sobre as obras mais importantes de

cada fase e sobre as vanguardas em que Tarsila participou.

Procedimentos Metodológicos: Usar-se-á multimídia com as imagens pictóricas de cada

fase da pintura de Tarsila, acompanhadas de explicações orais e questionamentos

professor/aluno ou aluno/professor. Buscar-se-á na Biblioteca da escola, livros para

conhecer-se mais sobre cada fase e no Laboratório de Informática, em websites, buscando

imagens e reforçando a aprendizagem deste conteúdo.

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FASES DA PINTORA TARSILA DO AMARAL

Sua pintura passou por diversas fases:

• Neo-impressionista (“Pátio do Colégio” e “Chapéu Azul”)

• Cubismo (uso de figuras geométricas, “A Negra”, “São Paulo”, “Gare”).

• Pau-Brasil (cores bem brasileiras, “Auto-retrato”, “A Cuca”).

• Antropofágica (“Abaporu”, “O lago”, “Antropofagia”).

• Social (temas sociais, “Operários” e “Segunda Classe”).

FASES DA PINTORA

• Neo-Impressionista (Pátio do Colégio e Chapéu Azul)

Fase Impressionista ou neo-impressionista – Tarsila se encontra em Paris, início dos

anos vinte e estuda na Academia Julian com Emile Renard. Nesta época, ela aparece como

artista de vanguarda pintando seus primeiros quadros que são: “Pátio do Colégio” em 1921

e “Chapéu Azul” em 1922. Cumpre destacar que estas telas possuem uma grande

suavidade e uma atmosfera lírica.

• Cubismo (técnica de figuras geométricas).

Fase Cubista – Esta fase representa o movimento artístico do século XX (Cubismo), na

qual, Tarsila do Amaral faz parte e pinta a primeira imagem pictórica “A Negra”, a qual

empolgou seu professor da época. Esta obra “A Negra”, exprime a junção das vanguardas

européias com o nativismo brasileiro. Essa negra de seios grandes, provavelmente, fez

parte de sua infância, pois seu pai era um grande fazendeiro que possuía muitos escravos e

as negras eram as amas-secas, babás que cuidavam das crianças. Essa negra fez parte da

infância de Tarsila e ela a representa simbolicamente na tela (pintura).

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Dentro desta fase temos, como exemplo, a obra “São Paulo”, de 1924 e “A Gare”, de 1925

que se destacam com formas cubista e cores vivas e fortes.

• Pau-Brasil (cores vivas e bem brasileiras).

Fase Pau-Brasil – As obras desta fase levam este nome porque trazem as cores e temas

bem brasileiros e traduzem a nossa terra e a nossa gente. Como exemplo: “A Cuca” de

1924, a qual Tarsila dedica a sua filha Dulce. Destaca-se nesta tela as cores: verde,

amarelo, azul e branco (cores brasileiras). “O Mamoeiro” de 1925, mostra o cotidiano do

Brasil, pessoas andando, casas, roupas penduradas, e a natureza sendo impregnada das

cores de Tarsila.

• Antropofágica ( Abaporu, O lago, Antropofagia).

Fase antropofágica – esta fase dá início ao Movimento Antropofágico que liderado por

Oswald de Andrade propunha a “deglutição” da cultura européia, transformando-a em algo

bem brasileiro. São desta fase: “Abaporu” de 1928, a qual foi dada de presente a Oswald,

seu marido na época. Abaporu é uma palavra indígena que significa “o homem que come”.

Outra tela, “O Lago” de 1928, traz o colorido e o tema típicos de Tarsila. Destaca-se ainda

a tela “Antropofagia” de 1929, nela temos a junção de “Abaporu” e de “A Negra”, os quais

estão em posição invertida, formando uma outra simbologia. Tanto no “Abaporu” como na

“Antropofagia” as cores verde e amarelo são predominantes, reforçando o tema de

brasilidade.

• Social (temas sociais, Operários e Segunda Classe).

Fase Social - Tarsila, nesta fase, inicia a pintura com temas sociais, após ter visitado a

URSS (1933) e realizado aí uma exposição. Depois desta visita, sua pintura adquire uma

aparência mais realista, com certeza influenciada pela mobilização socialista. Pertencem a

esta fase as telas “Operários” de 1933 e “2ª Classe” de 1933. Os dois quadros chamam a

atenção para os rostos das pessoas retratadas, suas expressões de tristeza, de luta, de busca,

preocupados com as dificuldades sociais e políticas da época.

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Algumas questões para debater:

• Por que o nome da fase Pau-Brasil? A que nos remete este nome?

• Por que o nome da tela intitula-se Antropofagia? De onde vem este nome?

• Por que foi chamada de fase Social? Que relação tem esta fase dentro do

Modernismo e da trajetória de Tarsila?

Sugestão para a atividade escrita:

• Escolha uma das fases da pintura de Tarsila do Amaral, dentro desta fase escolha uma

imagem pictórica, pesquise na web ou em livros sobre esta fase e esta tela e elabore um

breve comentário sobre este assunto.

Sugestões de Sites para pesquisar as telas de Tarsila do Amaral em cada fase de sua

pintura:

Disponível em: <http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_frame.htm > Acesso em:

20/jan./2010.

Disponível em:<http://policromiadigital.blogspot.com/2008/03/retrato-social-por-tarsila-

do-amaral.html > Acesso em: 20/jan./2010.

Disponível em: <http://www.tarsiladoamaral.com.br/images/JPG/CUCA50.JPG > Acesso

em: 20/jan./2010.

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TERCEIRO MOMENTO

Conteúdo: Pesquisa: Tarsila do Amaral e o Modernismo.

Objetivo: Aprofundar o conhecimento dos alunos acerca de Tarsila e o movimento

modernista, através de pesquisa na internet em websites pré-estabelecidos e biblioteca da

escola.

Encaminhamento Metodológico: Levar-se-á os alunos no laboratório de informática e

pesquisar-se-á nos sites previstos, depois ir-se-á à biblioteca e completar-se-á a pesquisa

em livros. Contextualizar-se-á historicamente a vida de Tarsila do Amaral no modernismo

com as informações levantadas através da pesquisa. Após isso, abaixo tem outras sugestões

de atividades.

Questões a serem discutidas/pesquisadas:

1. Que importância teve para o Brasil a Semana de Arte Moderna (SAM) de 1922?

2. Quais os principais participantes da SAM? Que papel desempenhavam?

3. Quem foi Tarsila do Amaral?

4. Que vanguardas artísticas estão presentes nas obras de Tarsila? Comente.

5. Que papel desempenhou Tarsila do Amaral nas artes plásticas, dentro do

modernismo?

6. Indique as exposições de pintura que Tarsila do Amaral fez no Brasil e no exterior,

obras expostas e as datas em que ocorreram.

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DISCUSSÃO PÓS-PESQUISA

Objetivo: Relatar as informações obtidas durante a pesquisa através de apresentações orais

e escritas de ideias principais referentes a questões solicitadas na aula anterior.

Encaminhamento Metodológico: Depois das apresentações, iremos à sala de informática

para jogar o “Jogo de Memória” sobre as telas de Tarsila do Amaral. (EstúdioWeb – Baú de

Atividades) e assistir o vídeo na TV pendrive “Tarsila e o Modernismo” de 6.52 min.

Fazendo o fechamento destas atividades dar alguns depoimentos de que apreendeu desta

pesquisa e vídeo.

Disponível em: <

http://www.edukbr.com.br/estudioweb/ativ_antigas/tarsila/arte_brasil2.htm . > Acesso

em: 12 fev. 2010.

Observação:

Antes de iniciar com a leitura e análise de telas, sugiro passar para os alunos os “Seis

passos para análise de uma obra de Arte”. (MULTIVERSO DAS ARTES, 2004, p. 5).

a) Tema: Qual é o assunto abordado? Saber olhar com atenção e analisar o que o

artista colocou na tela é muito importante para estudar o tema.

b) Técnica: Como é feita a obra de arte? A maneira como o pintor traça suas linhas e o

efeito que cria através das cores é fundamental para analisar uma obra.

c) Espaço e Luz: Onde tudo se revela? É um espaço aberto ou fechado? É claro ou

escuro? O espaço e a luz determinam a avaliação de uma obra.

d) Simbologia: Dentro do universo de obras-de-arte há inúmeras simbologias e o

conhecimento delas pode nos revelar muitas curiosidades sobre a história e sobre

épocas diferentes.

e) Movimento histórico: Cada período da História desenvolve o seu próprio estilo. E

as obras, destes períodos trazem a simbologia e a influência deles. Cada pintura que

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é analisada representa o modo de pensar e de ver o mundo de diferentes épocas.

f) Interpretação Pessoal: Valorizar sua observação pessoal é saber olhar, sentir e ousar.

É preciso concluir o que testemunhou através da observação desta obra.

QUARTO MOMENTO

Conteúdo: Retratos de Tarsila.

Os poetas escrevem para emocionar, podem fazer rir ou chorar e refletir sobre assuntos

diversos, dentro de cada época e de diferentes maneiras e abordagens. Até chegar ao leitor

a poesia trilhou vários caminhos, foi lapidada, pensada em cada palavra e em cada verso.

Dentro do Modernismo temos vários tipos de poesias, porém as que abordarei trazem o

retrato da artista Tarsila do Amaral que emocionou Oswald de Andrade e fez para ela a

poesia Atelier. Carlos Drummond também enaltece a artista com a poesia Brasil/Tarsila.

Objetivo: Instigar os alunos a buscar traços de brasilidade nas pinturas de Tarsila,

comparando-as com algumas poesias compostas dentro da temática brasileira e expor os

seus trabalhos.

Encaminhamento Metodológico: Trabalhar-se-á, nestas atividades, com imagens

pictóricas “A Caipirinha” (1923) e “Auto-retrato” (1923), em slides no multimídia ou na

TV pendrive, analisando estas imagens dentro dos “seis passos para uma obra de Arte”,

que já foi citado. Far-se-á xérox dos poemas que serão trabalhados como o “Atelier” e

“Brasil/Tarsila”, os quais serão lidos pelo professor e pelos alunos, far-se-á uma análise

oral sobre este gênero, buscando informações referentes a cada poema. Solicitar-se-á aos

alunos a observação das telas, analisando-as oralmente, depois passar para a leitura de cada

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poema. Far-se-á uma leitura silenciosa, depois o professor lê para os alunos, e por último,

ler com eles. Depois, trar-se-á o contexto histórico e social das duas poesias, explicar-se-á

o significado de determinadas palavras dentro deste contexto, após isso, sugerir-se-á que

respondam algumas questões apresentadas abaixo e exponham os auto-retratos feitos (em

primeiro momento sem o nome do aluno e em segundo momento com o nome de quem é o

auto-retrato).

Poema “Atelier”, de Oswald de Andrade para Tarsila, publicado em 'Pau Brasil', em 1925:

fragmento:

Atelier

Caipirinha vestida por Poiret

A preguiça paulista reside nos teus olhos

Que não viram Paris nem Piccadilly

Nem as exclamações dos homens [...]”. (AMARAL, 2004, p. 100).

Poema: “BRASIL/TARSILA” de Carlos Drummond de Andrade para Tarsila do Amaral,

encontra-se no livro: Tarsila do Amaral, a modernista, 2000, p. 12-15, fragmento:

BRASIL/TARSILA

A “[...]

Tarsila

nome brasil, musa radiante

que não queima, dália sobrevivente

no jardim desfolhado, mas constante [...]”.(GOTLIB, 2000, p. 12-15).

Questões para análise – das telas:

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1. Qual o tema de cada obra?

2. Qual a relevância de se tratar de tal tema?

3. Por que o título ‘A caipirinha’?

4. Quais as cores mais utilizadas?

5. Quais os elementos visuais/simbólicos das telas?

6. Que interpretação/leitura você faria destas telas?

Questões para análise – dos poemas:

1. Qual a relação do poema com a tela?

2. Quais as semelhanças e diferenças entre a imagem e o poema?

3. E hoje, quem seria a caipirinha? Discuta com seu colega e esboce simbolicamente

um auto-retrato desta personagem.

4. Tente, em forma de poesia/desenho, fazer o seu auto-retrato ou de quem você

admira.

5. Expor os auto-retratos dos alunos, na escola.

QUINTO MOMENTO

Conteúdo: Telas, poemas e paródias.

Objetivo: Apreciar a Arte através das imagens pictóricas de Tarsila do Amaral, fazer

conexões com poemas, conhecendo algumas paródias da “Canção do Exílio” e produzir

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uma paródia com a mesma temática.

Encaminhamento Metodológico: Apresentar-se-á as imagens pictóricas, conversar-se-á

sobre estas imagens (cores, desenhos, espaço, pessoas, natureza e a simbologia que

representam), depois ler-se-á o poema “Canção do Exílio” fazendo uma relação com as

telas. Após, comentar-se-á o que é uma paródia e em seguida ler-se-á a paródia “Canto de

regresso à pátria” analisando-a oralmente e relacionando com a Canção do Exílio. Outras

paródias de outros autores poderão ser lidas. Após estas leituras sugeridas e feitas as

questões de reflexão elaborar-se-á uma paródia, produzida pelos alunos, sobre o Brasil na

atualidade. Segue abaixo questões para reflexão.

Telas: “O pescador” (1925), “Carnaval em Madureira” (1924) e o “Mamoeiro” (Tarsila do

Amaral).

Poemas: “Canção do Exílio” (Gonçalves Dias) e paródia feita por Oswald de Andrade:

“Canto de regresso à pátria e fragmentos de outras paródias da Canção do Exílio.”

Questões para reflexão:

• Qual é o tema apresentado nestas telas?

• O que mais chama a atenção? Por quê?

• Que cores são predominantes? E as imagens?

• Que semelhanças e diferenças encontramos nestas telas com a vida real dos

brasileiros?

• Que sentido Tarsila do Amaral quis dar na tela “Carnaval em Madureira” ao colocar

a Torre Eiffel?

Gonçalves Dias

Canção do Exílio

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Kennst du land, wo die Zitronen blühen,

Im dunkeln laub die Gold-Orangen glühen?

Kennst du es wohl? – Dahin, dahin!

Möcht’ich... ziehn.

GOETHE

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar – sozinho, à noite –

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

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Coimbra, julho 1843

Poema publicado no livro Primeiros cantos

(1846)

(CAMARGO, 2000, p. 186)

[“Na antologia de Gonçalves Dias organizada por Manuel Bandeira, o poeta pernambucano

assim traduz a epígrafe: “Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura

fronde os frutos de ouro... Conhece-lo? (sic) Para lá, quisera eu ir!” (CAMARGO, 2000,

p. 182)]

Oswald de Andrade

Canto de Regresso à Pátria

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

[...]

(CAMARGO, 2000, p. 189)

In: CAMARGO, Luis. Revista Mário de Andrade: Marcas da colonização. São Paulo, vol.

58, jan./dez. 2000.

Site para pesquisar as imagens pictóricas citadas acima:

Disponível em: <http://www.tarsiladoamaral.com.br/index_frame.htm > Acesso em: 27

jan. 2010.

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SEXTO MOMENTO

Conteúdo: Análise do poema: BRASIL BRASIS (Antonio Miranda)

Objetivo: Ler, analisar e comentar esta poesia Brasil Brasis que traz a temática

brasilidade e identidade nacional, refletindo sobre o Brasil de ontem e de hoje.

Poema: Brasil Brasis (Antonio Miranda)

1999

I

O Brasil que eu vejo se imagina

diferente em seus ínclitos fervores

mas que é, nas entranhas férteis

- horrores! -, miragens e estertores.

Um Brasil que se dá negando

seus favores. Palavras vazias,

luzidias, ostentando insígnias

na imensidão insólita,

voraz. Continental. Etc. e tal.

De paredes alcalinas,

ou de pedras de alcantaria;

dormentes pungentes,

vociferando seus rancores.

Seus amores.

(MIRANDA, 2007, p. 69-76).

Quem é Antonio Miranda?

Antonio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense, nasceu em 05 de agosto de 1940.

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Poeta, escultor, dramaturgo e escritor, já publicou romances, poesias e peças de teatro, em

vários países. Possui vários cargos e recebeu inúmeros prêmios. Exerce atualmente a

função de Diretor (interino) da Biblioteca Nacional de Brasília desde fevereiro de 2007.

Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/sobreoautor/sobre_autor_index.html

> Acesso em: 28 mar. 2010.

Miranda apresentar nesta poesia a ironia, a paródia, a antipoesia, fazendo a crítica através

do humor. Neste poema, ele interrompe o fluxo da ilusão estética, causando certo assombro

pela quebra inesperada da seqüência do poema, pois o leitor se encontra desprevenido ao

ler, apronta armadilhas. Ainda traz um tom irreverente de denúncia e tantas imagens

retratadas nestas combinações de palavras. “A antipoesia é uma forma de encontrar um

sentido à vida e de pedir que tudo aquilo que oprime seja modificado” (PÉREZ-

LABORDE, 2007, p. 6).

Propõe-se através desta atividade resgatar a poesia crítica que dialoga com a arte e a

temática brasileira, e ainda, mostrar ao aluno que ele é capaz de refletir e questionar sobre

vários aspectos da nossa realidade.

Encaminhamento Metodológico: Distribuir-se-á cópias do poema para cada grupo, papéis

para a produção da análise, livros para pesquisa, revistas e tudo o que for necessário para

esse encaminhamento.

• Relembrar com os alunos as características e a estrutura deste gênero discursivo com as

quais se diferencia do texto em prosa.

• Além disso, pedir-se-á que os alunos observem nos poemas os seguintes elementos:

estrutura, versos, estrofes, título, tema, o jogo de palavras, as figuras de linguagem e o

sentido de conotação.

• Far-se-á uma relação com o momento de Tarsila do Amaral dentro do Modernismo e a

busca de uma reestruturação nas artes e nas letras. Mostrar-se-á no poema os versos

livres e brancos com pouca ou nenhuma pontuação, que era característica do

modernismo.

• Solicitar-se-á, com antecedência, que os alunos pesquisem e tragam para esta aula

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poemas com a temática brasilidade.

• Ler-se-á para os alunos e com os alunos; leitura silenciosa, oral, em grupos/individual.

• Motivar-se-á os alunos para a discussão e análise da poesia.

• Depois do debate, propor-se-á aos alunos um trabalho em grupo (04 alunos) e cada

grupo se responsabilizará pela interpretação de uma estrofe.

• A apresentação far-se-á oralmente, por slide ou por painel usando figuras e as análises

produzidas pelos alunos.

Reflexão para antes do trabalho escrito:

a) Qual a temática explorada neste poema que lemos?

b) De que o poeta fala (eu-poético), especificamente neste poema Brasil Brasis?

c) Como ele traduz esta fala, através de que imagens?

d) Como se dá o resgate do passado e do presente?

e) Observando a poesia, depois da leitura, você pode estabelecer que há uma

predominância da visão otimista ou da visão pessimista do poeta? Comente e

indique passagens do texto referentes a cada tipo de visão.

f) Que tipo de sentimento ou reflexão um leitor pode ter ao ler esse gênero?

g) Em que condições esse gênero pode ser produzido e pode circular em nossa

sociedade?

SÉTIMO MOMENTO

Conteúdo: Análise das telas: A Negra, Abaporu, Antropofagia.

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Objetivo: Pensar a arte como representação de idéias e levar os alunos a ler/interpretá-las,

comentar sobre elas e apresentar curiosidades e fatos sobre a origem destas obras.

Encaminhamento Metodológico: Nesta aula, usar-se-á o multimídia com as imagens

pictóricas de Tarsila, livros e revistas que tragam estas imagens, fazendo uma exposição

oral sobre elas. Após a discussão, escolher-se-á uma tela e produzir-se-á um comentário,

buscando o conhecimento adquirido nas aulas anteriores.

Questões para discussão em sala:

1. O que você vê nesta tela?

2. Que características você observa na tela?

3. Descreva a tela: o que acontece, qual ação, simbologia, etc.

4. De qual fase artística as telas fazem parte?

5. Qual o significado do nome da tela “Abaporu”?

6. Observe com atenção a tela “Antropofagia”, comente sobre a posição das figuras,

cores e significados.

Sugestão: Seria interessante retomar os “Seis passos para a análise de uma obra de

Arte”, citado no “Terceiro Momento”, pois estas obras trazem muitas simbologias que

nos causam espanto e ao mesmo tempo não dá para ficarmos impassíveis diante de

tamanha originalidade.

OITAVO MOMENTO

Conteúdo: Releitura de obras X Produção de textos poéticos.

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Objetivo: Proporcionar aos alunos a oportunidade de produzir uma releitura de uma

imagem pictórica escolhida, escrever um pequeno poema relacionado com a obra da

pintora e montar um painel como trabalho final.

Encaminhamento Metodológico: Nesta atividade, usar-se-á livros com imagens

pictóricas das obras de Tarsila, livros com poemas, inclusive letras de música dentro do

tema brasilidade, cartolinas, papéis, canetas e lápis coloridos, pincéis, colas e tudo o que

precisar para desenvolver este trabalho.

• Após as discussões conduzidas nas aulas anteriores, os alunos poderão escolher

uma obra de seu interesse para reproduzi-la de acordo com sua criatividade. Para

isso, os mesmos serão divididos em grupos de 02 a 04 integrantes.

• Cada grupo deverá optar por uma obra de Tarsila, analisá-la e usá-la como base

para criar uma obra diferente, dando-lhe um título sugestivo. O mesmo se dará com

a produção de pequenos poemas (paródias ou criação) com o tema brasilidade.

• Depois deste processo de recriação de imagens pictóricas e a produção de poemas,

montar-se-á um painel com os materiais que cada grupo produziu sobre as obras de

Tarsila do Amaral.

NONO MOMENTO

Conteúdo: Encerramento

Objetivo: Socializar todas as atividades realizadas neste Projeto e confraternizar com a

comunidade escolar, participando de um momento de descontração, alegria e cultura.

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Encaminhamento Metodológico: Para encerramento das atividades realizadas, serão

convidados a participarem de uma confraternização pais, alunos, professores, direção e

coordenação, na qual, apresentar-se-á a biografia de Tarsila do Amaral e suas obras

trabalhadas em sala de aula. Usar-se-á slides com imagens pictóricas, o multimídia, Cds

com músicas e textos escritos. Far-se-á a apresentação oral da vida e obras de Tarsila do

Amaral pelos alunos, ler-se-á trechos de poemas e projetar-se-á imagens pictóricas de suas

obras. Durante a comemoração ouvir-se-á a música “Aquarela do Brasil”, letra de Ary

Barroso, com arranjos de Toquinho e Vinícius, Gal Costa e outros. O material

confeccionado pelos alunos ficará exposto para visitação. Ainda, será mandado

confeccionar um banner com as principais imagens pictóricas de Tarsila do Amaral, o qual,

ficará para uso da escola e demais professores. E para finalizar estas atividades

interdisciplinares, em que os alunos trazem para a prática social a vivência de sala de aula,

quero reporta-me às Diretrizes Curriculares e reforçar a junção da Literatura e da Língua

Portuguesa como prática social, pois “[...] constitui forte influxo capaz de fazer aprimorar

o pensamento trazendo sabor ao saber”. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 77).

Obs: A música “Aquarela do Brasil” foi sugestão da aluna Luciane Henderikx Lourenço,

participante do GTR. (Com os agradecimentos).

.

REFERÊNCIAS

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