DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · momentos onde os alunos podem expressar-se, agir e interagir...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
_______________________________________ ¹ Professora formada na Universidade Estadual de Maringá, em 1994, em Letras, habilitação única em Língua Inglesa. Pós-graduada em Didática e Metodologia do Ensino, pelas Faculdades Integradas Norte do Paraná – UNOPAR. Professora de Língua Inglesa da Rede Pública do Estado do Paraná e inserida no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2009. ² Professora orientadora da Universidade Estadual de Maringá.
A UTILIZAÇÃO DA LUDICIDADE COMO ATIVIDADE INCENTIVA DORA NUM
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA
Autora: Gislaine Rejane Martins¹ Orientadora: Professora Maria de Lourdes Grillo Tilio²
Resumo
O presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância da utilização das atividades lúdicas num processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa. Foram tomados por base de sustentação teórica as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) e autores como Antunes (2003), Nunes (2010), Marcuschi (2009), Cristovão (2007) e outros. Foi desenvolvido um material didático permeado por atividades diversificadas e significativas com o intuito de incentivar o aluno à aprendizagem da Língua em questão. Nesse material o foco central foi a utilização da ludicidade, a partir do trabalho com um gênero textual “Recipe” e aplicados por meio de uma sequência didática. Sendo assim, a metodologia utilizada foi de base etnográfica, com a aplicação de uma unidade didática elaborada no 1° semestre de 2010. O material foi aplicado durante o 2° semestre d e 2010, em uma 6ª série do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual “Tânia Varella Ferreira”, em Maringá - PR. Os dados foram coletados a partir de anotações feitas após as aulas, de uma avaliação de aprendizagem e de uma avaliação pessoal dos alunos acerca do projeto. A partir dos resultados obtidos concluímos que as atividades diversificadas, no caso as lúdicas, podem despertar mais interesse e participação nos alunos e estes ficam mais incentivados em desenvolverem os conteúdos propostos durante as aulas. Em suma, a ludicidade pode contribuir de forma positiva na aprendizagem da Língua Inglesa.
Palavras-chave : Língua Inglesa; ludicidade; incentivo; ensino/aprendizagem.
1 Introdução
Percebemos, muitas vezes, durante as aulas de Língua inglesa, um grande
desinteresse e desmotivação dos alunos ao realizarem as atividades propostas, o
que consequentemente resulta num desempenho insatisfatório. Um dos fatores que
leva a essa insatisfação está ligado ao fato de que geralmente os conteúdos
trabalhados e as atividades desenvolvidas durante as aulas estão desligados da
realidade dos alunos.
Desta forma, a proposta de elaborar e aplicar um material didático, voltado
para a realidade dos alunos, em uma 6ª série do Ensino Fundamental, do Colégio
Estadual “Tânia Varella Ferreira”, justificou-se pelo fato de levarmos em
consideração a importância e necessidade que se tem atribuído à implementação de
atividades diversificadas durante as aulas, a fim de despertar mais interesse no
aluno em relação ao aprendizado da língua inglesa, bem como a relevância de
contextualizar, ou melhor, de aproximar os conteúdos à realidade dele, fazendo,
assim, com que a aprendizagem ocorra de forma significativa.
Acreditamos que a prática desenvolvida em sala de aula, mediante a
utilização da ludicidade, a partir do trabalho com gêneros textuais e aplicados por
meio de uma sequência didática, é um dos possíveis caminhos para melhorarmos
ou, até mesmo, facilitarmos a aprendizagem da Língua Inglesa, pois o aluno, ao ser
incentivado através destas atividades, terá mais estímulo em aprender, o que poderá
ocorrer de forma mais prazerosa e eficaz.
O professor, ao desenvolver atividades lúdicas durante as aulas, proporciona
momentos onde os alunos podem expressar-se, agir e interagir com o outro e
perceber a presença e a importância da Língua Inglesa no seu dia a dia e, desta
forma, acaba contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino nas escolas
públicas paranaenses.
Diante do exposto, um dos nossos objetivos, neste artigo, é descrever a
implementação do referido material didático, uma vez que foram feitas anotações ao
término de cada aula, a fim de coletar dados para análise dos resultados do material
desenvolvido. Assim, também objetivamos mostrar os resultados obtidos no final da
aplicação do material intitulado: “A utilização da ludicidade como atividade
incentivadora num processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa” através de
uma avaliação de aprendizagem e de uma avaliação pessoal dos alunos acerca do
projeto em sua totalidade.
Para uma melhor compreensão deste artigo, o mesmo encontra-se dividido
em quatro partes além desta introdução.
2 Fundamentação Teórica
O ensino-aprendizagem da Língua Inglesa nas escolas públicas apresenta,
muitas vezes, resultados insatisfatórios e isso nos leva a repensar a nossa prática
pedagógica, a fim de melhorarmos a qualidade das aulas, uma vez que observamos,
durante estas, a falta de interesse dos alunos em relação aos conteúdos
trabalhados.
Sabemos que a disciplina de Língua Inglesa, assim como as demais
disciplinas, deve contribuir para a formação do aluno, como também para o seu
acesso ao conhecimento. Por reforçar tal idéia, destacamos dos PCNS (1999, p.
148) a seguinte citação:
Torna-se, pois, fundamental, conferir ao ensino escolar de Línguas Estrangeiras um caráter que, além de capacitar o aluno a compreender e a produzir enunciados corretos no novo idioma, propicie ao aprendiz a possibilidade de atingir um nível de competência lingüística capaz de permitir-lhe acesso a informações de vários tipos, ao mesmo tempo em que contribua para a sua formação geral enquanto cidadão.
Com essa colocação pode-se observar a importância da função do educador
nesse processo de aprendizagem. Este profissional, por meio do ensino da Língua
Inglesa, pode levar o aluno a fazer uso da língua em situações significativas,
entretanto, geralmente observa-se que tal objetivo acaba não sendo atingido de
maneira satisfatória, pois são vários os fatores que levam à insatisfação e ao
fracasso na aprendizagem da língua em questão. Desta forma faz-se necessário que
o professor desenvolva atividades diversificadas com o intuito de superar tais
dificuldades e incentivar o aluno para que a aprendizagem da língua aconteça de
forma eficaz. Tomitch (2009, p.199) corrobora com esta proposta ao apresentar que
“variar o tipo de aprendizagem não só atende os diferentes tipos de aprendizagem,
como funciona também como um fator motivador, e os alunos podem obter mais
prazer ao fazer a atividade”.
Nunes (2010, p. 01) indica, também, que:
As atividades lúdicas, geralmente, são mais empregadas no ensino da matemática, contudo, elas devem ser inseridas na prática de outras disciplinas, como é o caso da língua estrangeira, Pois, assim, ela facilitará o aprendizado da mesma e motivará, tanto crianças como adultos, a aprenderem. Desse modo, percebe-se o quão é importante a ludicidade no contexto escolar, visto que ela proporciona uma maior interação entre o estudante e o aprendizado, fazendo com que os conteúdos fiquem mais fáceis aos alhos dos alunos, os quais ficam mais interessados em assistir as aulas.
Diante do exposto, a utilização das atividades lúdicas, durante as aulas de
inglês, como proposta incentivadora, pode ser uma alternativa pela qual a
aprendizagem aconteça com sucesso.
Ao nos referirmos às atividades lúdicas, é interessante tomarmos
conhecimento das definições das palavras que estão relacionadas ao lúdico, pois
este sempre fez parte da nossa epistemologia e hoje, no meio educacional, é uma
das práticas que mais tem alcançado destaque, por ser incentivadora, prazerosa e
causar mais interesse e concentração no aluno.
Ferreira (2004) nos apresenta as seguintes definições relacionadas com a
ludicidade:
Lúdico. Adj. Relativos a jogos, brinquedos e divertimentos (p. 465) Jogo: sm. 1. Atividade física ou mental fundada em sistema de regras que definem a perda ou ganho. 2. Passatempo. [...] (p. 439) Brinquedo sm. 1. Objeto para as crianças brincarem. 2. Jogo de criança; brincadeira. [...] (p. 117). Brincadeira sf. 1. Ato ou efeito de brincar. 2. Brinquedo. 3. Entretenimento, passatempo, divertimento, brinquedo. [...] (p. 117). Divertimento sm. Entretenimento, distração (p. 263).
Busca-se, também, suporte em um texto de Cristovão (2007, p. 89), que
baseia-se em Kishimoto (1998) para justificar as definições desses mesmos
vocábulos, quando legitima a presença do jogo no contexto educacional. Segundo
essa estudiosa, Kishimoto (1998) procura evitar a não diferenciação dos termos
relacionados ao jogo, brinquedo e brincadeira, sendo que para ela o brinquedo se
refere ao objeto e até mesmo ao suporte da brincadeira; a brincadeira como um
procedimento estruturado com regras, já o jogo compreende tanto o objeto como
também as regras do jogo da criança, no caso, o brinquedo e a brincadeira.
De acordo com as definições apresentadas, percebe-se que a palavra lúdico
está relacionada aos jogos e suas regras, à brincadeira, ao entretenimento, ao
brincar. Almeida (2010, p. 01) nos apresenta outra perspectiva do assunto:
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. A evolução semântica da palavra “lúdico”, entretanto, não parou apenas nas suas origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O lúdico faz parte das necessidades da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório.
Assim posto, observa-se a amplitude do assunto, uma vez que o lúdico pode
ser considerado um tipo de atividade histórica, social e cultural e que, além de
proporcionar divertimento, tanto à criança quanto ao adulto, contribui para a
comunicação, socialização e até mesmo para a construção do conhecimento.
As atividades lúdicas, como jogos, brinquedos e brincadeiras, estão
presentes desde os primórdios e fazem parte do mundo da criança e até mesmo do
adulto. Nessa perspectiva Kishimoto, (apud CRISTOVÃO, 2007, p. 88-89) faz um
levantamento histórico dos jogos, mencionando que o berço dos primeiros estudos
seria a Roma e a Grécia antigas. Ainda, segundo a autora, Aristóteles já propunha a
utilização destes como uma maneira de educar as crianças, preparando-as para a
vida adulta.
No Cristianismo, a pesquisadora ressalta que o jogo passou a ser
compreendido como a prostituição e a embriaguez, uma vez que a sociedade cristã
determinava uma educação rígida. Já no Renascimento o jogo passou a ser apenas
uma diversão para fazer parte da vida juvenil, algo natural do ser humano. No século
XVII o jogo passou a ter objetivos didáticos e educativos, mas no século seguinte,
com o aparecimento do movimento científico, ocorre a diversificação dos jogos, que
passam a ser destinados ao ensino de ciência aos reis e aristocratas.
Nesse século, também, os jogos tornaram-se populares, pois até então,
eram somente destinados aos príncipes e nobres e depois passaram a servir de
suporte de divulgação e crítica. Kishimoto, ainda enfatiza que, com a Revolução
Francesa surgem inovações pedagógicas e o jogo passa a fazer parte da educação
infantil. Dessa forma, para a autora, o jogo funciona como facilitador da
aprendizagem e hoje, com a expansão do comércio e dos meios de comunicação,
surge a necessidade do ensino de línguas, estimulando a criação de jogos, também,
para esse propósito.
Podemos, então, observar que, o lúdico, como instrumento educativo,
sempre fez parte do mundo criativo do homem e, em todas as fases da vida, o ser
humano está constantemente descobrindo e adquirindo novos conhecimentos, pelo
contato com o outro e até mesmo pelo domínio sobre o meio, o qual está inserido.
Ele nasceu para descobrir, aprender e fazer uso de suas descobertas e apropriar-se
dos conhecimentos, garantindo, desse modo, a sobrevivência e integração na
sociedade como um ser criativo, participativo e até mesmo crítico. Para Moyles
(2002, p. 11) “o brincar é sem dúvida um meio pelo qual os seres humanos e os
animais exploraram uma variedade de experiências em diferentes situações, para
diversos propósitos”. Ainda para essa autora:
O brincar em situações educacionais, proporciona não só um meio real de aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes aprendam sobre as crianças e suas necessidades. No contexto escolar, isso significa professores capazes de compreender onde as crianças ‘estão’ em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que por sua vez, dá aos educadores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos domínios cognitivos e afetivo. (MOYLES, 2002, p. 12 – 13).
Cabe ao professor ter consciência de que a ludicidade constitui uma
ferramenta pedagógica promotora do desenvolvimento cognitivo e social do aluno,
proporcionando-lhe a criatividade, imaginação e o entusiasmo, além de dar ao aluno
condições de expressar-se. Percebe-se, então, que o professor, ao fazer uso das
atividades lúdicas nas aulas de Língua Inglesa, bem como nas demais disciplinas,
deve ter em mente os cuidados ao utilizá-las, para não esquecer a sua importância.
Antunes (2003, p.11) pondera que:
Jogos bem organizados ajudam a construir novas descobertas, a desenvolver e enriquecer sua personalidade e é jogando que se aprende a extrair da vida o que a vida tem de essencial. Nesse sentido, toda essência do jogo se sintetiza em suas regras, pois é operando dentro de algumas regras e percebendo com clareza sua essência que vivemos bem e nos relacionamos com o mundo. Jogar é plenamente viver.
Quanto aos cuidados que o professor deve ter ao aplicar os jogos, Antunes
(2003, p.13) ressalta que o importante não é apenas conhecer e aplicar os jogos,
mas principalmente refletir sobre suas regras e, ao explicitá-las, fazer destas uma
ferramenta de afeto e até mesmo um processo de realização do eu por meio da
descoberta do outro. Para esse estudioso, um verdadeiro educador é aquele que
entende as regras de um jogo como uma lição de ética e moral, sendo que as quais,
se bem trabalhadas, podem ensinar a viver, a transformar e efetivamente educar.
As atividades lúdicas carregam um grande valor educativo e os professores,
quando as utilizam, têm o intuito de melhorar o processo de ensino/aprendizagem,
fazendo com que sua aula se torne um espaço atrativo e dinâmico.
O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor emocional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário. [...] As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais.
Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psiconeurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. [...] As atividades lúdicas integram as várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e operações, a ludicidade aciona as esferas motora e cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve (TEIXEIRA, 1995, p. 23).
Em sua prática pedagógica, os professores, muitas vezes, relacionam o
lúdico com algo que leva à indisciplina, à desorganização, principalmente com os
adolescentes, mas Luckesi (2010, p. 02) aponta como deve ser a interação entre
professor e aluno, direcionando o professor a propor atividades diversificadas, no
caso lúdicas, “[...] compatíveis com o seu desenvolvimento, sua compreensão, seu
entendimento, seu desenvolvimento mental...”
No nosso lugar de educadores, necessitaremos de possibilitar aos nossos adolescentes uma educação que seja significativa e compatível com sua idade e suas características. Só dessa forma ela poderá ser lúdica, incluindo aí atividades de entretenimento assim como atividades de auto-compreensão e auto-construção. Não serão atividades “sérias”, mas sim atividades que possibilitem o contato com a profundidade da sua alma. Os adolescentes necessitam disso, o mundo está aberto a sua busca de compreensão. Usualmente, os adolescentes são generosos; então, o que importa é dar-lhes suporte para que façam contato e dêem forma a sua capacidade generosa de ser. Então, a educação será lúdica, assim como o é a poiética adolescente; auto-construção que o adolescente produz a partir de si mesmo. (LUCKESI, 2010, p. 02-03).
Ainda para esse estudioso, o educador pode e deve agir de forma lúdica com
os adolescentes, devendo brincar com eles, mas não sendo adolescentes como
eles, ou até mais adolescente que os próprios adolescentes. Para ele, o educador
precisa manter o seu lugar e papel de adulto e, por meio do contato com um adulto
amoroso, o adolescente aprenderá a brincar sem ser destrutivo e perverso com os
outros, não servindo-se a favor de sua vitalidade. Diante dessa interação,
professor/aluno e até mesmo aluno/aluno, as aulas de Língua Inglesa torna-se um
espaço onde o aluno possa trocar ideias, adquirir novos conhecimentos e até
mesmo reconhecer e compreender a diversidade cultural e linguística. Nessa
perspectiva as Diretrizes Curriculares da Língua Estrangeira Moderna (2008, p. 53)
propõe que:
[...] a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social.
A aprendizagem de uma segunda língua é um dos caminhos, por meio do
qual o aluno pode ter contato com a diversidade cultural, podendo, assim, agir e
interagir criticamente diante das situações apresentadas a ele, sendo isso possível
por meio do trabalho realizado em sala de aula, utilizando os diversos gêneros
textuais existentes na esfera social. Segundo as DCES (2008, p.58) o trabalho com
a Língua Estrangeira Moderna deve ser fundamentado na diversidade de gêneros
textuais, buscando aumentar a compreensão dos variados usos da linguagem,
assim como a ativação de procedimentos interpretativos no que diz respeito ao
processo de construção de possíveis significados ao leitor.
Dessa forma, acredita-se que, com o trabalho desenvolvido por meio da
ludicidade em sala de aula, juntamente com o ensino por meio de gêneros e
sequência didática, o aprendizado poderá ocorrer de forma significativa e não de
forma solta, descontextualizada. O ensino de língua inglesa e as atividades
desenvolvidas durante as aulas devem ser elaboradas a partir de uma diversidade
de gêneros textuais. Assim, com a aplicação de atividades lúdicas, partindo de
gêneros textuais e sequência didática, o aluno terá melhores condições de absorver,
de compreender os elementos lingüístico-discursivos presentes nos textos
propostos. Percebe-se, então, que os gêneros textuais são considerados
ferramentas que proporcionam a realização de ações de linguagem. Ao
apropriarmos dos gêneros, possibilitamos a inserção do indivíduo nas atividades
comunicativas humanas. Sendo assim, torna-se indispensável o fato de tomarmos
conhecimento de que os gêneros textuais são, na verdade, os diversos textos
disponíveis em vários ambientes de discurso na sociedade, da qual fazemos parte.
De acordo com Bakhtin (apud FIORIN, 2006, p.61) “Os gêneros são, pois, tipos de
enunciados relativamente estáveis, caracterizados por um conteúdo temático, uma
construção composicional e um estilo. Falamos sempre por meio de gêneros no
interior de uma dada esfera”.
Segundo Bronckart (2006, p. 143) os gêneros textuais são:
[...] produtos de configurações de escolhas, que se encontram momentaneamente “cristalizados” ou estabilizados pelo uso, escolhas essas que se originam no trabalho desempenhado pelas formações sociais de linguagem, para que os textos sejam adaptados às atividades que eles comentam, adaptados a um dado meio comunicativo, eficazes diante de um desafio social.
Portanto, a escola, em especial o professor, deve propor um trabalho com a
diversidade de gêneros textuais, sejam eles orais ou escritos, de uma maneira
organizada. Assim, a sala de aula será um ambiente, o qual oportunizará a
apropriação de diferentes gêneros utilizados socialmente, proporcionando a
interação humana e a participação social do aluno.
Segundo Cristovão (2007, p.106) “[...] o estudo de gêneros textuais na escola
como objetos de ensino-aprendizagem pode criar condições para a construção dos
conhecimentos lingüístico-discursivos necessários para as práticas de linguagem em
sala de aula”. Ainda para essa autora, o trabalho com gêneros ajuda no crescimento
dos alunos, quando empregados numa interação prática e se for dando espaço para
que os mesmos analisem e reflitam a respeito da sua utilidade social. Para ela, o
aluno, por meio da prática com gêneros textuais, estará mais próximo do seu
cotidiano e do mundo em que vive.
Assim, torna-se importante o trabalho desenvolvido com gêneros textuais,
bem como as variedades socioculturais apontadas em cada texto, pois fazem parte
do cotidiano do aluno. Desse modo podemos incentivar o aluno e levá-lo a
desenvolver uma visão crítica em relação aos textos que o rodeiam, colaborando,
consequentemente, para que ele respeite a diversidade existente no seu meio.
Marcuschi (2010, p. 01) considera trivial a ideia de que os gêneros textuais
são fenômenos históricos, vinculados à vida social e cultural. O autor afirma que eles
contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas presentes no dia-
a-dia e acredita que são entidades sócio-discursivas e formas de ação social
incontornáveis em qualquer situação comunicativa.
Ainda para esse mesmo autor (2000? p. 01) “[...] o texto é o melhor ponto de
partida e chegada para o tratamento da língua em sala de aula.” Dessa forma, o
trabalho a partir dos diversos gêneros textuais, acaba se transformando num espaço
onde o aluno possa agir diante da linguagem em situações diferenciadas. Aí vem a
necessidade de o aluno ter acesso à variedade de gêneros textuais, fazendo-o
investigar, questionar e compreender os recursos implicados em seu uso, bem como
a forma e função de cada um destes.
O trabalho com gêneros textuais, com fins de aprendizagem para a prática
da linguagem, pode ser desenvolvido por meio de sequências didáticas e não
simplesmente trabalhar um texto meramente como um pretexto para se ensinar a
gramática propriamente dita. O estudo, por meio de gêneros textuais e das
sequências didáticas, conduz o aluno a novas descobertas e até mesmo a
redescobrir novos conceitos e sentido para o mundo em que vive.
Machado (2000, p. 7), apresenta a seguinte definição de Sequência Didática:
A unidade de trabalho escolar, constituída por um conjunto de atividades que apresentam um número limitado e preciso de objetivos e que são organizadas no quadro de um projeto de apropriação de dimensões constitutivas de um gênero de texto, com o objetivo de estruturar as atividades particulares em uma atividade englobante, de tal forma que essas atividades tenham um sentido para os aprendizes.
De acordo com Bronckart (apud CRISTOVÃO, 2007, p. 20):
[...] as seqüências são unidades estruturais relativamente autônomas que integram e organizam macroproposições, que, por sua vez, combinam diversas proposições, podendo a organização linear do texto ser concebida como o produto da combinação e da articulação de diferentes tipos de seqüências.
A sequência didática pode ser organizada e utilizada como uma estratégia
facilitadora na elaboração de materiais que sejam adequados às capacidades dos
alunos. Ela pode contribuir para o desenvolvimento do senso crítico do aluno e até
mesmo do professor.
Para que a sequência didática, elaborada a partir de um gênero textual, se
efetive, as atividades nela organizadas, devem contemplar as capacidades de
linguagem. Cristovão (2007, p. 107) busca as definições dessas capacidades nos
estudos de Dolz, Pasquier e Bronckart (1993) e também em Dolz e Schneuwly
(1998) e afirma que seriam de três tipos: A capacidade de ação, a capacidade
discursiva e a capacidade lingüístico-discursiva.
Entende como a capacidade de ação, o reconhecimento do gênero e de sua
relação com o contexto de produção e mobilização do conteúdo.
Define a capacidade discursiva como o reconhecimento do plano textual
geral de cada gênero, os tipos de discurso e de seqüência mobilizados.
Apresenta a capacidade linguístico-discursiva como o reconhecimento e a
utilização do valor das unidades linguístico-discursivas inerentes a cada gênero para
a construção do significado global do texto.
O professor, ao sistematizar o conteúdo trabalhado em um Gênero Textual,
por meio de uma sequência didática, deve estar atento para que esta contemple as
capacidades de linguagens citadas acima, pois assim contribuirá para a promoção
social e intelectual dos alunos.
Em suma, conforme o discutido, a literatura pertinente aponta que a
ludicidade é importante à aprendizagem do aluno, pois se esta for bem aplicada e
até mesmo compreendida, poderá proporcionar a melhoria na qualidade do ensino.
Entretanto, para que a aprendizagem se efetive de forma satisfatória, é preciso que,
ao desenvolver as atividades lúdicas em sala de aula, o professor, constantemente,
reflita e avalie o desenvolvimento, bem como a aceitação por parte dos alunos e a
eficácia das mesmas.
Vale destacar ainda mais a importância da ludicidade no processo de ensino-
aprendizagem da Língua Inglesa se esta for desenvolvida juntamente com um
trabalho partindo de gêneros textuais e aplicados por meio de uma sequência
didática, pois desta forma o aluno aprende o que lhe é ensinado de forma
significativa e prazerosa.
3 Metodologia
Para se chegar até esse artigo foram necessários: a elaboração do Projeto de
Intervenção Pedagógica na Escola, a construção de uma Produção Didático-
Pedagógica e a implementação da mesma na escola.
O Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola foi elaborado durante o
1°período do PDE e intitulado “A utilização da ludicid ade como atividade
incentivadora num processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa”. O mesmo
teve como objetivo principal desenvolver as aulas de Língua Inglesa, por meio da
utilização da ludicidade, partindo de gêneros textuais e sequência didática,
proporcionando, desta forma, um espaço onde a aprendizagem pudesse acontecer
de forma mais interessante, prazerosa e significativa. Este projeto justificou-se pela
falta de interesse e incentivo que os alunos, na maioria das vezes, demonstram
durante as aulas de Língua Inglesa.
O material didático, previamente elaborado, foi implementado durante o 2°
semestre de 2010, em uma 6ª série do Ensino Fundamental, do Colégio “Tânia
Varella Ferreira”, na cidade de Maringá - PR. A turma era numerosa, no total eram
36 alunos, sendo 21 meninas e 15 meninos, com idade entre 11 e 13 anos e só um
aluno com 14 e outro com 15 anos. Estes, embora com idade avançada em relação
a série em que foram matriculados, não eram indisciplinados e não apresentavam
dificuldades ao desenvolverem as atividades propostas. Eram interessados, só o de
15 anos que, às vezes, gostava de chamar a atenção da turma, inclusive da
professora. Havia um aluno transferido e nenhum remanejado para outra turma. A
turma conversava demais, se distraía facilmente, mas era participativa e desenvolvia
as atividades com interesse, principalmente quando as atividades eram lúdicas. Eles
contribuíam bastante quando estávamos comentando sobre um determinado
assunto durante a implementação do material. Havia dois alunos com dificuldade de
relacionamento com os demais, um deles se envolvia, participava bastante durante
as aulas, era aplicado. O outro era apático, não demonstrava muito interesse em
relação aos conteúdos e atividades desenvolvidas. Ambos eram disciplinados e
havia um bom relacionamento entre eles.
A princípio foram previstas 22 aulas para a implementação do projeto, mas
foram necessárias 25. A implementação teve início em agosto de 2010 e término em
dezembro deste mesmo ano.
Antes de iniciarmos a implementação do material foi colocado, aos alunos, a
importância e necessidade em desenvolvê-lo, bem como a justificativa em aplicá-lo e
os objetivos que pretendíamos alcançar com o desenvolvimento do mesmo. Foi
falado que, no decorrer da implementação, seriam trabalhadas várias atividades
lúdicas, sendo que o trabalho teria como ponto de partida um Gênero textual, mais
especificamente o texto “Fruit Salad Recipe”, o qual foi escolhido por fazer parte da
esfera cotidiana dos alunos. Além destes, o material propunha várias atividades
diversificadas, a fim de que as aulas se tornassem interessantes, despertando um
maior interesse por parte deles. Vale lembrar que esse trabalho foi aplicado por meio
de uma sequência didática, de tal modo que essas atividades tenham realmente
sentido ao aluno. Os alunos demonstraram interesse, ficaram ansiosos e felizes por
terem sido escolhidos para o desenvolvimento do material em questão.
Os dados deste estudo foram coletados no final de cada aula durante a
implementação deste material, produzido no decorrer do PDE. Os dados consistiam
de anotações realizadas após cada aula, de uma avaliação de aprendizagem e de
uma avaliação pessoal acerca da implementação do material.
4 Análise dos resultados e discussão dos dados
a) Quanto às anotações realizadas
Salientamos a necessidade da descrição das aulas para uma melhor compreensão da análise das anotações.
A implementação do material didático teve início, na série já mencionada, em
agosto de 2010. Antes de iniciarmos a aplicação do material, houve o primeiro
contato entre a professora e os alunos (apresentação). Em seguida destacou-se a
importância e a presença da Língua Inglesa em nosso dia a dia e finalmente
conversou-se sobre a implementação do material didático previamente elaborado
durante o PDE. Foi colocada a justificativa em desenvolver tal material, bem como
os objetivos pretendidos com a aplicação do projeto.
Na aula 1 foi realizada a contextualização, onde os alunos responderam
oralmente questões relacionadas a alguns costumes familiares (se costumam ir ao
supermercado; o que costumam comprar; entre os alimentos e bebidas que
consomem, quais consideram saudáveis; se têm o hábito de consumir frutas, etc.).
Os alunos participaram ativamente, um queria falar mais que o outro, foi preciso
discipliná-los a fim de respeitarem a vez do colega. Em seguida realizaram um
“game”, onde pintariam somente os números pares e no final teriam que registrar as
palavras que surgiram, no caso “fruit salad”. No final da aula os alunos responderam
oralmente algumas questões referentes às palavras que surgiram no “game” (o que
as palavras que surgiram despertaram neles; se as famílias têm o hábito de comer
sobremesas; se já comeram salada de frutas e quem a preparou; quem cozinha na
casa deles; se costumam seguir receitas e já copiaram algumas, etc.). Os alunos
ficaram entusiasmados e demonstraram interesse em desenvolver as atividades nas
aulas seguintes.
Na aula 2 os alunos receberam o texto “Free and Easy Fruit Salad Recipe” e
fizeram a leitura silenciosa. Em seguida responderam, individualmente, no caderno,
algumas questões referentes ao gênero em questão (a que gênero pertence o texto;
em qual suporte podemos encontrá-lo; a quem é destinado; onde foi retirado; em
quantas e quais partes a receita foi dividida, etc). Nesta mesma aula a professora
apresentou/explicou o conceito de gênero textual. Observou-se que muitos alunos
desconheciam tal conceito, embora eles estão constantemente presentes no nosso
cotidiano.
Na aula seguinte foi retomada a leitura do texto “Free and Easy Fruit Salad
Recipe”, para que os alunos destacassem as palavras transparentes e as
conhecidas. Mas antes de destacá-las foi feito um levantamento prévio dos alunos
sobre o conceito dessas palavras. Percebeu-se que alguns alunos desconheciam
tais conceitos. Com o levantamento das palavras transparentes e conhecidas e até
mesmo a estrutura do gênero e a imagem nele presente, tornou-se fácil a
compreensão do mesmo. Assim, pode-se provar que o uso constante do dicionário,
a tradução de palavra por palavra não é necessário para adquirir e até mesmo
compreender uma língua estrangeira. Nesta mesma aula os alunos realizaram
atividades como: relacione as colunas, assinale verdadeiro ou falso e a retirada de
algumas informações do texto (tempo de preparo, quantidade de porções, etc.),
lembrando que essas atividades eram referentes ao texto em questão. Percebeu-se
que os alunos desenvolveram as atividades com facilidade. No final da aula foi
requisitado que os alunos trouxessem, para a aula seguinte, a receita preferida por
eles e pelas famílias deles, a fim de que fossem observadas as semelhanças e
diferenças da estrutura de uma receita brasileira e uma estrangeira. Os alunos
gostaram da idéia e a professora aproveitou para sugerir que fosse montado, na
aula seguinte, um painel com essas receitas.
Na aula 4 os alunos participaram ativamente. Eles ficaram eufóricos para
comentar sobre as receitas levadas por eles e que foram escritas com a ajuda da
família. Poucos não levaram a receita, alegando que não tiveram a ajuda da família.
Alguns comentaram sobre sua receita (quem geralmente a executa em casa, com
que frequência costumam executá-la, etc.). Nesta mesma aula foi aplicado o “game”,
onde os alunos decifraram os códigos e descobriram alguns utensílios que foram
utilizados na receita. Depois de descobertos, os alunos os ilustraram e em seguida
registraram, em um quadro, como podemos utilizá-los em nosso dia a dia. Foi muito
divertido. As ilustrações impressas chamaram a atenção deles. Enquanto os alunos
desenvolviam essa atividade, os que iam terminando ajudaram a professora montar
o painel com as receitas dos alunos. O painel foi exposto na parede do corredor para
que os outros alunos pudessem apreciar o trabalho deles. No final foi solicitado aos
alunos que pesquisassem e fizessem uma listagem, para a próxima aula, dos
utensílios mais utilizados por eles e suas famílias na execução das receitas
culinárias.
Na aula 5 foram listados, com o auxílio da professora, os utensílios
pesquisados, em casa, por alguns alunos (nem todos fizeram a pesquisa) e alguns
da escola que são utilizados na execução da merenda escolar. A listagem foi feita no
quadro, em inglês, para que pudéssemos fazer a leitura desses vocábulos e a
realização de um “game” (bingo). Os alunos participaram com interesse e euforia.
Pode-se perceber que com a realização do bingo tornou-se mais fácil a assimilação
de novos vocábulos, os quais os alunos os adquiriram de forma prazerosa.
Na aula seguinte foi aplicado outro “game”, um caça-palavras, onde os
alunos tinham que encontrar, em inglês, alguns ingredientes utilizados na execução
da receita “Free and Easy Fruit Salad Recipe”. Depois de localizados, os alunos
escreveram os nomes dos mesmos embaixo de cada um. Os alunos realizaram a
atividade com facilidade, sem o auxílio da professora. Assim como o bingo, ao
fazerem o caça-palavras, os alunos assimilaram os vocábulos com mais facilidade e
com descontração. Nessa mesma aula, em outra atividade, os alunos circularam
outros ingredientes que também foram utilizados na execução da receita e nela os
alunos localizaram em qual parte da mesma estão incluídos mais dois ingredientes.
Os alunos desenvolveram essas atividades com concentração.
Na aula 7, para explorar o vocabulário das frutas, um dos ingredientes
utilizados na “fruit salad”, foi aplicada a “dinâmica da bexiga”, onde foi entregue uma
bexiga para cada aluno contendo, dentro dela, o nome de uma fruta em inglês. Os
alunos encheram a bexiga e, ao estourá-la, falaram o nome da fruta em português.
Os nomes das frutas foram registrados no quadro para a assimilação do vocabulário.
Os alunos participaram ativamente da atividade. Eles ficaram eufóricos, agitados,
sendo necessário, por algumas vezes, a interferência da professora para que não
fizessem tanto barulho. Foi uma atividade muito válida, uma das preferidas por
muitos alunos durante a implementação do material didático. Foi divertido e
prazeroso, além de contribuir para a aprendizagem dos alunos.
Foi retomado, na aula 8, o vocabulário referente as frutas, o qual foi
explorado na aula anterior, durante a dinâmica da bexiga. Em seguida apresentamos
a estrutura “I like..., but I don´t like...”, onde os alunos receberam uma listagem com
frutas, em inglês, para expressarem suas preferências e aversões, ex: “I like
oranges, but I don´t like bananas”. Primeiramente as frases foram construídas,
oralmente, por alguns alunos, depois eles utilizaram a mesma listagem com as frutas
em inglês para escreverem as sentenças. Os alunos não tiveram dificuldades para
realizar as atividades pelo fato do vocabulário das frutas ter sido bem assimilado.
Foi confeccionado um jogo “memory game” em cartolina, recortado e
aplicado na aula 9 a grupos de 4 e 5 alunos, a fim de explorar ainda mais o
vocabulário das frutas. O jogo foi aplicado fora da sala de aula, pois precisávamos
de um espaço maior. A atividade foi um sucesso. Os alunos jogaram com
entusiasmo e respeitaram as regras. Eles quiseram jogar várias partidas, uns até
levaram o jogo pra casa. Durante o jogo pode-se criar momentos para o aluno agir,
expressar-se e interagir com os colegas.
Nas aulas 10 e 11 fizemos uma contextualização a respeito de algumas
regras que devem ser seguidas antes de executarmos as nossas receitas culinárias
“Remember four important things before you try our recipes”. Nesse momento alguns
alunos relataram pequenos acidentes ocorridos ao cozinharem sozinhos na casa
deles. Destacaram, também, a questão da higiene que devemos ter ao prepararmos
os alimentos que consumimos. Depois eles registraram e ilustraram o item que
consideraram mais relevante na preparação dos alimentos. Após o registro, alguns
alunos comentaram o motivo pelo qual consideraram tal item mais importante. Foi
um assunto válido e que despertou a participação dos alunos.
Na aula seguinte os alunos retiraram da receita, algumas instruções (verbos)
em inglês, completando-os com as letras que faltavam. Em seguida os encaixaram
em uma “cruzadinha”. Os alunos realizaram essa atividade com facilidade.
No início da aula 13 os alunos destacaram o tempo verbal (no caso o
passado) presente na receita “Free and Easy Fruit Salad Recipe”. Aproveitando essa
atividade, foi apresentado o “Modo Imperativo no Inglês” (forma afirmativa e
negativa). Para facilitar a compreensão, foram retirados alguns exemplos da receita.
Em seguida, os alunos organizaram algumas palavras presentes em uma atividade
para construírem sentenças no Modo Imperativo. Ao realizarem essa atividade,
alguns alunos apresentaram dificuldades e precisaram do auxílio da professora e de
outros colegas.
No início da aula 14, os alunos se organizaram em grupos de 3 e 4 alunos e
escreveram instruções passo a passo de como fazer uma “lemonade”. Primeiro eles
ilustraram cada passo da receita e a partir das ilustrações escreveram o modo de
preparo. A maioria dos grupos teve dificuldade para descrever o modo de preparo,
pois queriam utilizar o dicionário para escrever cada palavra em inglês. Deste modo
a turma ficou tumultuada, alguns perderam o interesse e poucos concluíram a
atividade, a qual não foi finalizada com sucesso.
Como a atividade proposta na aula anterior ficou inacabada e não foi bem
sucedida, na aula 15, os alunos preferiram desenvolver a atividade coletivamente,
no quadro. Eles construíram as instruções com o auxílio da professora. Desta forma
a atividade tornou-se mais eficaz, pois contamos com a participação da maioria dos
alunos e auxiliamos os que estavam com dificuldades, fazendo uso da língua
inglesa. No final, registramos a receita em um cartaz e o pregamos na parede da
sala para todos terem acesso ao trabalho e contato com a língua. No final dessa
aula fizemos uma contextualização para iniciar o trabalho com o texto “About the
Food Guide Pyramid”. Na contextualização, os alunos responderam algumas
questões que ligavam a receita da limonada com o assunto abordado no texto.
Algumas dessas questões eram referentes aos alimentos saudáveis e não
saudáveis.
Nas aulas 16 e 17 retomamos a contextualização da aula anterior e os
alunos tiveram contato com o texto impresso. Eles fizeram a leitura silenciosa do
mesmo. Depois retornaram ao texto para nele pintarem os alimentos e bebidas de
uma cor e os benefícios (vitaminas, proteínas, etc.) de outra cor. Tornou-se fácil a
localização e o destaque desses itens solicitados no texto, pois o mesmo
apresentava muitas palavras transparentes e conhecidas. Novamente os alunos não
precisaram traduzir palavra por palavra para compreenderem o assunto e as
informações nele contidas. Nesta mesma aula os alunos preencheram um quadro
com informações do texto (as comidas, bebidas e porções recomendadas por dia em
cada nível da pirâmide). Eles não tiveram dificuldades para preencher o quadro, pois
já tinham destacadas as informações no texto. Por último escreveram, em inglês, e
ilustraram dois alimentos e bebidas em cada nível de acordo com a pirâmide.
Foi solicitado, na aula anterior, que os alunos levassem rótulos e
embalagens de alimentos e bebidas que consomem em casa. Eles coletaram muitos
materiais e assim, na aula 18, foi construída, coletivamente, uma pirâmide enorme
desenhada no quadro. Os alunos colaram os materiais coletados em cada nível da
pirâmide. Como na base e no 2° nível foram colados pou cos materiais, os alunos
concluíram que diariamente consumismo poucos alimentos saudáveis, enquanto
abusamos dos alimentos não saudáveis. Essa atividade foi finalizada com sucesso,
pois proporcionou a conscientização dos alunos e da professora em relação aos
benefícios de uma alimentação saudável (questão social).
Durante as aulas 19 e 20 foram apresentadas as definições de “Junk Food”e
“Healthy Food”. Alguns alunos contribuíram com informações que já tinham
conhecimento sobre o assunto. Baseando-se em tais definições eles classificaram
alguns alimentos impressos em “Junk Food”e “Healthy Food”. Os alunos gostaram
de desenvolver essa atividade, pois as figuras eram coloridas, atrativas. Por último,
eles resumiram e registraram, em português, as definições do conteúdo estudado.
Aproveitando os rótulos e embalagens, na aula 21 os alunos classificaram
esse material em “Junk Food”e “Healthy Food”. Depois registraram em inglês, em
uma folha impressa, os nomes dos alimentos e bebidas. Novamente observamos
que consumimos mais alimentos não saudáveis do que saudáveis. Essa atividade
contribuiu para a assimilação de novos vocábulos.
Na aula 22 foi aplicado um jogo a grupos de 4 e 5 alunos. Inicialmente a
professora explicou as regras. Cada grupo utilizou um dado e marcadores para
sinalizar as casas. A cada rodada o dado era lançado e o jogador percorria conforme
a quantidade indicada no mesmo. Quando o jogador parava em uma casa com
algum comando ele tinha que cumpri-lo. Vencia quem primeiro chegava à casa “You
are the winner”! No jogo foram abordados os conteúdos mais relevantes que foram
estudados até aqui. Por meio do jogo, os alunos assimilaram vocábulos e a
utilização do mesmo serviu para avaliar a aprendizagem dos conteúdos trabalhados.
Percebeu-se a troca de experiência entre os alunos. Observou-se, em alguns
momentos, alunos auxiliando outros com dificuldades. Eles participaram ativamente,
com interesse e entusiasmo. O jogo foi aplicado fora da sala e os alunos ficaram
agitados, mas esse tumulto pode ser considerado normal em atividades como essa.
De maneira geral a atividade contribuiu positivamente para a aprendizagem dos
alunos.
Os alunos coletaram várias frutas e nas aulas 23 e 24 fizemos uma “Fruit
salad”. Depois de preparada, saboreamos a salada. Por último fizemos,
coletivamente, o registro passo a passo da salada no quadro e cada um a registrou
em seu caderno.
Na aula 25 foi aplicada uma listagem com cinco exercícios que
contemplaram os conteúdos mais relevantes que foram estudados durante a
implementação do material didático, com o intuito de avaliar a aprendizagem dos
alunos e observar se os objetivos, ou pelo menos parte deles, foram atingidos. O
resultado da aplicação dos exercícios será apresentado a seguir, na “análise e
discussão dos dados”. Depois de implementado o material, foi requisitado aos
alunos que escrevessem uma avaliação pessoal acerca do projeto na sua totalidade.
b) Quanto à avaliação de aprendizagem realizada no término da implementação
Em relação à listagem dos exercícios aplicados no término da
implementação, sabe-se que essa não é suficiente para medir a aprendizagem, mas
ajuda a detectar alguns avanços e dificuldades e analisar se os objetivos, ou parte
deles, foram alcançados. Essa avaliação pode auxiliar no diagnóstico da
aprendizagem dos alunos, como as atitudes e o desempenho do professor.
O gráfico a seguir demonstra os resultados obtidos na aplicação dos
exercícios.
Levando em consideração que a média bimestral é 6,0 pontos, observou
que dos 35 alunos freque
médias 5,1 – 6,0; dois entre a
onze entre as médias 8,
estavam ausentes. Dos dois alunos que não atingiram a média 6,0, um apresentou
dificuldades no exercício referente ao modo imperativo
dificuldades no exercício relacionado ao vocabulário das frutas e na classificação
dos alimentos em “Junk food”e “Healthy food”. Acredita
um rendimento satisfatório, talvez por falta de atenção ao realiza
durante as aulas o mesmo não demonstrou dificuldades, além de participar
ativamente.
Vale mencionar que essa listagem era composta por cinco exercícios, sendo
que os dois primeiros eram referentes ao vocabulário das frutas
abordava os alimentos saudáveis e não saudáveis (“Junk Food” and “Healthy
Food”), onde os alunos tinham que classificar alguns alimentos. O quarto exercício
contemplava o vocabulário sobre comidas e bebidas, em que o aluno deveria
destacar a palavra que não pertencia a cada grupo. O último exercício da listagem
estava voltado para o modo imperativo no inglês. Após o término da realização
dessas atividades, pode
satisfatório nos exercícios que contemplavam o vocabulário referente aos alimentos
e bebidas, principalmente as frutas, pois acredita
resultados desses exercícios se deu ao fato de que durante a implementação do
projeto foram desenvolvidas atividades
Gráfico 1 – Resultados da Avaliação
Levando em consideração que a média bimestral é 6,0 pontos, observou
uentes dois ficaram entre as médias 4,0
entre as médias 6,1 – 7,0; cinco entre a
8,1 – 9,0 e oito entre as médias 9,1
estavam ausentes. Dos dois alunos que não atingiram a média 6,0, um apresentou
dificuldades no exercício referente ao modo imperativo no inglês e o outro teve
dificuldades no exercício relacionado ao vocabulário das frutas e na classificação
dos alimentos em “Junk food”e “Healthy food”. Acredita-se que esse aluno não teve
um rendimento satisfatório, talvez por falta de atenção ao realiza
durante as aulas o mesmo não demonstrou dificuldades, além de participar
Vale mencionar que essa listagem era composta por cinco exercícios, sendo
que os dois primeiros eram referentes ao vocabulário das frutas. O terceiro exercício
abordava os alimentos saudáveis e não saudáveis (“Junk Food” and “Healthy
Food”), onde os alunos tinham que classificar alguns alimentos. O quarto exercício
contemplava o vocabulário sobre comidas e bebidas, em que o aluno deveria
stacar a palavra que não pertencia a cada grupo. O último exercício da listagem
estava voltado para o modo imperativo no inglês. Após o término da realização
dessas atividades, pode-se observar que os alunos obtiveram um resultado mais
rcícios que contemplavam o vocabulário referente aos alimentos
e bebidas, principalmente as frutas, pois acredita-se que a positividade dos
resultados desses exercícios se deu ao fato de que durante a implementação do
projeto foram desenvolvidas atividades diversificadas para assimilação de
Levando em consideração que a média bimestral é 6,0 pontos, observou-se
4,0 – 5,0; um entre as
entre as médias 7,1 – 8,0;
1 – 10,0. Os demais
estavam ausentes. Dos dois alunos que não atingiram a média 6,0, um apresentou
no inglês e o outro teve
dificuldades no exercício relacionado ao vocabulário das frutas e na classificação
se que esse aluno não teve
um rendimento satisfatório, talvez por falta de atenção ao realizar os exercícios, pois
durante as aulas o mesmo não demonstrou dificuldades, além de participar
Vale mencionar que essa listagem era composta por cinco exercícios, sendo
. O terceiro exercício
abordava os alimentos saudáveis e não saudáveis (“Junk Food” and “Healthy
Food”), onde os alunos tinham que classificar alguns alimentos. O quarto exercício
contemplava o vocabulário sobre comidas e bebidas, em que o aluno deveria
stacar a palavra que não pertencia a cada grupo. O último exercício da listagem
estava voltado para o modo imperativo no inglês. Após o término da realização
se observar que os alunos obtiveram um resultado mais
rcícios que contemplavam o vocabulário referente aos alimentos
se que a positividade dos
resultados desses exercícios se deu ao fato de que durante a implementação do
diversificadas para assimilação de
vocabulário, inclusive as atividades lúdicas, entre elas a dinâmica da bexiga que,
conforme o relato dos alunos, essa foi uma das atividades mais atrativas realizada
no decorrer do projeto.
Por outro lado, alguns alunos tiveram dificuldades ao desenvolver o exercício
relacionado ao modo imperativo, talvez por não ter sido mais explorado durante a
implementação e estes não demonstraram muito entusiasmo pelo conteúdo em
questão.
Enfim, de um modo geral o resultado foi satisfatório, pois observou-se que os
alunos assimilaram de forma concreta os conteúdos desenvolvidos durante a
implementação do material. Complementando esse aspecto Nunes (2001) indica
que as atividades lúdicas não devem ser inseridas somente no ensino da
Matemática, mas também nas outras disciplinas, inclusive nas aulas de língua
inglesa, apontando que a ludicidade, no contexto escolar, proporciona uma maior
interação entre o educando e seu aprendizado, fazendo com que os conteúdos se
tornem mais fáceis aos alunos, a fim de que esses fiquem mais interessados em
assistir as aulas.
c) Quanto à avaliação pessoal acerca do projeto em sua totalidade
Como foi mencionado anteriormente, após o término do desenvolvimento do
material didático foi aplicada uma listagem com exercícios, abordando os principais
conteúdos que foram trabalhados durante a implementação. Foi requisitado aos
alunos, também, que fizessem um registro, avaliando o material na sua totalidade,
enfatizando os pontos positivos e negativos, ressaltando as atividades mais
interessantes e que contribuíram para uma aprendizagem eficaz, bem como aquelas
em que tiveram dificuldades ao desenvolvê-las.
Nos registros os alunos não mencionaram as dificuldades, mas a maioria
apontou as atividades lúdicas como as mais legais, atrativas, divertidas e que, dessa
forma, as aulas se tornaram mais interessantes e a aprendizagem ocorreu de forma
mais contextualizada, podendo assim, contar com uma maior participação deles.
Este aspecto vem corroborar com a pesquisadora TOMICH (2009) quando salienta
que variar o tipo de aprendizagem funciona como um fator motivador e os alunos
podem ter mais prazer ao realizar a atividade. Outro aspecto importante que os
alunos apontaram na avaliação da implementação é o fato do quanto o trabalho com
a pirâmide alimentar e com os alimentos saudáveis e não saudáveis contribuiu para
que possam ter uma boa saúde.
No decorrer das aulas os alunos, até mesmo a professora, observaram a
grande quantidade de alimentos não saudáveis que consomem diariamente e o
quanto isso é prejudicial à nossa saúde. Nessa perspectiva ANTUNES (2003)
enfatiza que um verdadeiro educador é aquele que entende as regras de um jogo
como uma lição de moral e ética, sendo que estas, se bem trabalhadas, podem
ensinar a viver, transformar e efetivamente educar. Ainda na avaliação um aluno
colocou que o vocabulário das frutas foi bem explorado, facilitando, assim, a
assimilação do mesmo. Com a repetição constante das palavras e conceitos,
observou-se que os alunos adquiriram a língua inglesa com mais facilidade, pois em
vários momentos praticavam as palavras que aprendiam com os amigos e a
professora.
Observou-se, também, certa facilidade ao desenvolver as estratégias de
leitura, visto que, ao trabalhar os textos notou-se a compreensão por meio das
ilustrações atrativas e a grande quantidade de palavras transparentes e conhecidas.
Mesmo com o desenvolvimento da estratégia de leitura, alguns alunos utilizaram o
dicionário e necessitaram do auxílio da professora. Muitos consideraram que o
importante é compreender a ideia central e que o uso do dicionário, muitas vezes,
torna-se dispensável. Outros acreditam que com a tradução torna-se mais fácil o
entendimento das idéias, dos conteúdos abordados no texto.
O material aplicado apresentava muitas figuras coloridas, atrativas,
principalmente as atividades lúdicas e isso tornou as aulas mais divertidas,
incentivando o aluno à aprender de forma mais dinâmica.
Outro fator importante observado durante a aplicação dos jogos foi a
interação aluno/aluno e aluno/professora. Nessa interação notou-se a troca de
informações, o auxílio ao aluno que apresentava dificuldades durante os jogos e
assim pode-se observar uma melhor compreensão do que estava sendo ensinado,
bem como o envolvimento e a motivação dos alunos. Por meio dos jogos, da
interação entre os alunos notaram-se algumas transformações destes ao objeto de
aprendizagem. Nesse sentido, LUCKESI (2010) aponta que nós, educadores,
precisamos possibilitar aos adolescentes uma educação significativa e compatível
com suas características e idade. Ainda para esse estudioso, o educador pode e
deve agir de forma lúdica com os adolescentes e deve brincar com os mesmos, não
sendo adolescentes como eles. Para ele, o educador deve manter o seu lugar e
papel de adulto, pois por meio do contato com um adulto amoroso, o adolescente
aprenderá a brincar sem ser perverso e destrutivo com os outros.
5 Considerações finais
Acredita-se que a implementação do material didático contribuiu de forma
positiva à aprendizagem dos alunos. O mesmo foi estruturado por meio de uma
sequência didática, tendo como ponto de partida o gênero textual “recipe”, mais
especificamente com o texto “Fruit Salad ”, sendo este escolhido por fazer parte da
esfera cotidiana dos alunos. O material apresentou atividades diversificadas, sendo
que, entre elas, as atividades lúdicas foram o foco principal ao se propor tal trabalho.
Tais atividades foram enfatizadas por acreditar que o trabalho via ludicidade é mais
atrativo e prazeroso, oportunizando uma maior interação entre aluno/aluno e
aluno/professor.
Diante das reações e relatos dos alunos, percebeu-se o quanto o lúdico
desperta mais interesse e entusiasmo nos alunos ao realizarem as atividades
propostas. Para eles os jogos, as brincadeiras foram as atividades que mais
gostaram durante a implementação, alegando que por meio delas torna-se mais fácil
a assimilação dos conteúdos. Com a ludicidade o espaço da sala de aula pode
tornar-se um espaço mútuo de aprendizagem, tanto para os alunos quanto para os
professores.
Outro fator que chamou a atenção dos alunos foi o trabalho com a pirâmide
alimentar e com os alimentos saudáveis e não saudáveis, pois esses conteúdos
contribuíram para a alimentação saudável destes.
Enfim, os alunos tiveram, desde o início, interesse pelo desenvolvimento do
material e demonstraram empenho satisfatório durante a realização das atividades
propostas, posicionando-se e contribuindo constantemente a respeito dos assuntos
abordados no projeto. Tomando como base os dados coletados e discutidos,
conclui-se que propor e trabalhar atividades lúdicas a partir de gêneros textuais e
sequência didática oferece condições aos alunos para que possam ver significado
na aprendizagem da Língua Inglesa, pois se cria momentos para que possam agir e
interagir com o outro e perceber a importância da língua no seu cotidiano,
proporcionando, desta forma, a melhoria da qualidade de ensino das escolas
públicas paranaenses.
Esse estudo aponta para a necessidade de novas pesquisas no que tange o
uso da ludicidade no processo de ensino/aprendizagem de línguas.
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