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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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UNIDADE I

REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA CULTURA ORGANIZACIO NAL NA ESCOLA

1.1. Antiga Lenda Egípcia do Peixinho Vermelho

No centro de formoso jardim, havia um grande lago, adornado de ladrilhos azuis-turquesa.

Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita. Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias.

Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de Rei, e ali viviam plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça. Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho menosprezado de todos. Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos. Os outros, vorazes e gordalhudos arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso. O peixinho vermelho que nadasse e sofresse.

Por isso mesmo era visto em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome. Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse. Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia com precisão, onde se reuniriam maior massa de lama por ocasião de aguaceiros. Depois de muito tempo, à custa de longas procuras, encontrou a grade do escoadouro. À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo: – "Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?" Optou pela mudança.

Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando votos renovadores, avançou otimista pelo rego d'água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu embriagado de esperança... Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos. Encontrou peixes de muitas famílias diferentes que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhes mais fácil roteiro. Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredos. Habituado com pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e agilidade naturais.

Conseguiu desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo. De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária. Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas. O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações. Plenamente transformado sem suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz. Vivia, agora, sorridente e calmo, no palácio de coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio, a saber, que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano. O peixinho pensou, pensou... E sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles. Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? Não seria nobre ampará-los, prestando-lhes o tempo valiosas informações? Não hesitou. Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no palácio de coral, compreendeu cumprida viagem de volta. Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar. Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade

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e procurou ansiosamente os velhos companheiros. Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supõe que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia. Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, nos repimpados mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis. Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali havia dado pela ausência dele. Ridicularizado, procurou então o Rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura. O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse. O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu com ênfase que havia outro mundo líquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insignificância que podia desaparecer de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades costeiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzí-los ao palácio do coral, onde viveriam todos, prósperos e tranqüilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à aventurosa jornada. Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção. Ninguém acreditou nele. Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes, que o peixinho vermelho delirava que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente. O soberano da comunidade para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a grade de escoamento e, tentando de longe, a travessia, exclamou borbulhante: – "Não vês que não cabe aqui nem uma só das minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não nos perturbe o bem-estar... Nosso lago é o centro do universo... Ninguém possui vida igual à nossa!..." Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no palácio de coral, aguardando o tempo. Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca. As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a aparecer, atolada na lama... Reflexão:

A lenda do peixinho vermelho e a cultura organizacional na escola em

relação ao ambiente escolar são elas:

O grande lago : A organização;

A comunidade de peixes : A cultura da organização;

O rei de guelras enormes : O poder da organização;

O peixinho vermelho : O agente de Mudanças;

O oceano : O universo de inserção das organizações;

A grade de escoadouro : Os obstáculos para a mudança;

A baleia: O perigo da precipitação;

A seca: O destino das organizações estanques.

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1.2 – Atividades Pedagógica

Os Cursistas deverão fazer um paralelo entre a lenda do peixinho

vermelho e a cultura organizacional na escola, identificando e

comentando todas às partes sinalizadas.

Com base nas informações do texto e no diálogo do grupo, escreva

uma carta ao Diretor de uma escola, solicitando-lhe que adote

medidas de venham contribuir para a melhoria do ambiente escolar.

Coloque data e vocativo. Não assine a carta, use apenas

iniciais. Redija no mínimo 20 linhas.

http://www.portal- p.com.br/bibliotecavirtual/culturaorganizacional/0113.htm

acesso em 20/04/2010 Autoria Anônima

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UNIDADE II

2. O PEDAGOGO NO CONTEXTO PARANAENSE

2.1. Atuais exigências para o pedagogo na Escola Pública do Paraná

No Estado do Paraná, de acordo com a Lei Complementar nº. 103/2004

observa-se a junção das funções de Orientador educacional e Supervisor escolar.

Entretanto, é importante lembrar que o cotidiano de muitas escolas foi marcado

pela presença desses dois profissionais que dividiam o trabalho. Nesses

atendimento estavam envolvidas ações como supervisionar, acolher, orientar,

mas também vigiar, cobrar, punir, ameaçar. Dessa forma cada profissional

cumpria suas funções, tarefas e atividades separadamente. O ambiente e as

ações desses profissionais era fragmentado dificultando uma visão de conjunto da

escola.

Historicamente o pedagogo é visto como controlador do processo escolar e

essa herança foi substituída pela atuação de um multitarefa, um “faz tudo”. E

nesta imposição do fazer tudo, fica para segundo plano a organização do trabalho

pedagógico, que é a principal ação que envolve a aprendizagem do aluno. É

neste contexto de melhoria da qualidade de ensino, que no Estado do Paraná,

acontece mudanças na nomenclatura e no papel do pedagogo nos espaços

escolares, buscando atender aos anseios de educadores e pesquisadores da

área, no sentido de valorizar o pedagogo escolar e reduzir com a fragmentação

do trabalho pedagógico na escola.

Art. 33. Os cargos de Professor e Especialista de Educação, que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de Professor, sendo que os ocupantes dos referidos cargos ficam enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor, obedecidos os critérios estabelecidos nesta Lei.

Art. 39. Ficam considerados em extinção, permanecendo com

as mesmas nomenclaturas, os cargos de Orientador Educacional, Supervisor Educacional, Administrador Escolar na medida em que vagarem, assegurando-se tratamento igual ao que é oferecido na carreira, para aqueles que se encontra em exercício (PARANÁ, 2004).

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Assim, nas Escolas Públicas do Paraná, ocorre a junção de atribuições e

funções que cabiam ao orientador educacional, assistência e auxílio ao aluno no

processo de aprendizagem e, por outro lado, ao supervisor escolar, assessoria ao

trabalho do professor para acompanhá-lo nas atividades de planejamento,

docência e avaliação, fornecendo-lhes subsídios para atualização e

aperfeiçoamento constante.

Existem escolas em que a coordenação restringe-se à disciplina em que o

coordenador é especialista; em outros, a coordenação se faz em relação a todas

as disciplinas. Outra atribuição que cabe ao coordenador pedagógico é o

relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente no que se refere ao

funcionamento pedagógico curricular e didático da escola e comunicação e

interpretação da avaliação dos alunos (LIBÂNEO, 2004, p. 130).

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED no Edital n°.

10/2007, das normas relativas à realização do Concurso Público para o

provimento de vagas no cargo de Professor Pedagogo, do Quadro Próprio do

Magistério, atuação nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio,

descreve como atividades do cargo nos Estabelecimentos de Ensino da

Educação Básica da Rede Estadual do Paraná:

Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político e do Plano de Ação da Escola; coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Curricular da Escola, a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola; participar e intervir, junto à Direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função e a especificidade da educação escolar; sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às necessidades do educando; participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar; analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa; coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto Político- Pedagógico e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, intervindo na elaboração do calendário letivo, na

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formação de turmas, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, da hora atividade, no preenchimento do Livro de Registro de Classe, de acordo com as Instruções Normativas da SEED e em outras atividades que interferem diretamente na realização do trabalho pedagógico; coordenar junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais, pedagógicos e didáticos e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola; organizar e acompanhar a avaliação do trabalho pedagógico escolar pela comunidade interna e Externa; apresentar propostas alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e aprimoramento do trabalho pedagógico escolar, conforme o Projeto Político Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e as Políticas Educacionais da SEED; coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático pedagógico, a partir da Proposta Curricular e do Projeto Político Pedagógico da Escola; participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como o processo de aquisição de livros e periódicos; orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de professores da escola; subsidiar o aprimoramento teórico metodológico do coletivo de professores da escola, promovendo estudos sistemáticos, troca de experiência, debates e oficinas pedagógicas; organizar a hora atividade do coletivo de professores da escola, de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo pedagógico desenvolvido em sala de aula; atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de propostas de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para efetivação do processo de socialização e apropriação do conhecimento científico; organizar a realização, dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de formulação do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de intervenção decorrentes desse processo, informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar; coordenar o processo coletivo da elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar; orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um processo pedagógico numa perspectiva transformadora, ampliar os espaços de Participação, de democratização das relações de acesso ao saber da comunidade escolar; participar do Conselho Escolar, subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar; propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola; Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais (SEED, 2007, p. 2-3).

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O Professor Pedagogo tem enfrentado vários desafios, assumido vários

papéis, desviando-se muitas vezes do trabalho de acompanhar a efetivação do

Projeto Político Pedagógico e do Plano de Ação da Escola, vê-se a necessidade

de uma mudança na prática do pedagogo, que permita orientar a comunidade

escolar dentro de uma perspectiva transformadora.

E ainda percebe-se que o essencial para desempenhar o verdadeiro papel

do Professor Pedagogo, é o compromisso por uma Educação de qualidade, e

para que isso aconteça é necessário que a organização didático-pedagógica e a

estrutura administrativa da escola, estejam de acordo com princípios e

procedimentos democráticos. Exercer a função de Professor Pedagogo não é

fácil, existe um padrão tradicional de condutas que interfere no desempenho de

nossas funções, mas acredita-se que um grande passo já foi dado, e cabe a nós

lutarmos por essas mudanças. Sabemos que nesta conquista o diálogo, o

esclarecimento e a postura do Professor Pedagogo são de grande valia,

lembrando que nenhum sistema educacional, nenhum instrumento didático, será

melhor que a qualidade de seus profissionais.

É primordial a realização de reflexões sobre a nossa atuação. Sabe-se que

o Professor Pedagogo necessita de apropriação dos instrumentos culturais, do

saber teórico de cultura e de sua especialidade para realizar de forma clara uma

interpretação social da sua profissão, do papel que ocupa na sociedade e na

escola. Como Gaultier (2006, p.21) aponta que “falar de exercício, de trabalho e

de reflexão sobre a própria ação é colocar em evidência a necessidade de

praticar certas habilidades e de refletir sobre sua própria ação”.

Compreende-se que a construção de uma sociedade mais justa, igualitária

está diretamente atrelada ao tipo de educação transmitida pela escola. É nesse

ambiente educacional que o trabalho do Professor Pedagogo pode contribuir de

forma efetiva desde que, o mesmo tenha bem claro qual a função social da escola

nesse modelo de sociedade em que vivemos. A partir desse entendimento as

ações e encaminhamentos relativos aos conhecimentos científicos, às

metodologias, à avaliação mudam por completo, e quem vai articular todas as

ações e toda essa práxis senão o próprio pedagogo? Para isso, a formação

continuada, a leitura, a formação de grupos de estudos, o amplo diálogo com os

profissionais da educação, entre outras ações são indispensáveis para dar conta

de contribuir de maneira positiva nesse processo, e para isso devemos não só

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dominar as teorias e práticas, mas colaborar na transformação da realidade,

promover ações integradas com profissionais de diferentes áreas, assim como

com as pessoas da comunidade, terem capacidade de assumir compromissos

políticos para articular estratégias pedagógicas escolares e não escolares, uma

vez que a Educação não pode ser percebida como um fenômeno isolado,

desvinculado de outras prioridades sociais, mas como uma das expressões mais

relevantes do desejo coletivo da sociedade que queremos. O Professor Pedagogo

deve articular para que a escola seja um lugar de apropriação crítica, criativa e

sistematizada.

O Professor Pedagogo, em sua função, apropriar-se das tendências

pedagógicas ao buscar soluções para os problemas encontrados em sua ação

cotidiana e refletir sobre a prática pedagógica a partir desta apropriação.

As tendências pedagógicas são referências norteadoras para a prática

educativa e por sua vez sofrem influências dos movimentos sócio-políticos e

filosóficos.

A Pedagogia Histórico-Crítica está presente na Escola Pública desde 1990,

quando foi construído o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (1990,

p.15), que apresenta as bases epistemológicas desta concepção. Para esta

compreensão pedagógica cabe à escola dosar e seqüenciar o saber

sistematizado, o conhecimento científico, tendo em vista o processo de sua

transmissão-assimilação. Isto implica dosá-lo de modo que o aluno passe do seu

não domínio para o domínio elaborado. A mediação da escola visa à passagem

do saber difuso, parcial, desarticulado que mais organicamente articulado ao final

da escolarização do aluno favorecendo, desta forma, a compreensão das

relações sociais nas quais está inserido e instrumentalizando-o, ainda que

parcialmente, para nela atuar. O acesso à cultura erudita possibilita a apropriação

de novas formas através das quais se podem expressar os próprios conteúdos do

saber popular. Cabe, pois, não perder de vista o caráter derivado da cultura

erudita por referência à cultura popular cuja primazia não é destroná-la. Importa

tornar a escola concreta, como local de apropriação do conhecimento científico,

por parte de todos que dela participam.

Para Saviani (2005, p. 141), a Pedagogia Histórico-Crítica

Trata-se de uma dialética histórica expressa no materialismo histórico, que é justamente a concepção que procura compreender e explicar o todo desse processo, abrangendo desde a forma como são produzidas

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as relações sociais e as condições de existência até a inserção da educação nesse processo.

O autor faz relação entre a Pedagogia Histórico-Crítica e a realidade

escolar conectadas, afirmando que é possível a tarefa a que se propõe esta

pedagogia em relação à educação escolar implicando em:

a) identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o

saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua

produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as

tendências atuais da transformação;

b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo

assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares;

c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas

assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de

sua produção bem como as tendências de sua transformação (1991, p.9).

O autor destaca a educação como mediação no interior da prática social

Global:

A prática é o ponto de partida e o ponto de chegada. Essa mediação explicita-se por meio daqueles três momentos: problematização, instrumentação e catarse. Assinalo também que isto corresponde, no processo pedagógico, ao movimento que se dá, no processo do conhecimento, em que se passa da síncrese à síntese pela mediação da análise, ou dizendo de outro modo, passa-se do empírico ao concreto pela mediação do abstrato. Se a educação é mediação no seio da prática social global, e se a humanidade se desenvolve historicamente, isto significa que uma determinada geração herda da anterior um modo de produção com os respectivos meios de produção e relações de produção. E a nova geração, por sua vez, impõe-se a tarefa de desenvolver e transformar as relações herdadas das gerações anteriores (...) cabe possibilitar que as novas gerações incorporem os elementos herdados de modo que se tornem agentes ativos no processo de desenvolvimento e transformação das relações sociais (SAVIANI, 2005, p.143).

Atualmente, no Paraná, tenta-se organizar a função do Professor Pedagogo, mas em âmbito nacional o papel do mesmo está atrelado aos PCNs e nos quatro pilares da educação. E é nesse contexto em que a SEED oportuniza a formação continuada desse profissional, pois há uma política paranaense visando melhoria na educação, tendo no pedagogo o mediador desse processo ensino-aprendizagem. Agora, é preciso que se analise a prática do pedagogo em seu dia-a-dia no sentido do alcance das metas sobre o cotidiano escolar, pois, segundo Penin (apud FERNANDES, 2004, p.112),

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[...] o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas razões. Primeiro, porque, sendo conhecido, é possível conquistá-lo e planejar ações que permitam transformá-lo, assim como lutar por mudanças institucionais no sentido desejado [...] Segundo, porque o cotidiano, sendo conhecido, pode fornecer informações a gestões institucionais democráticas que queiram tomar medidas adequadas para facilitar o trabalho ao nível cotidiano das escolas e melhorar a qualidade do ensino aí realizado.

Não se pode esquecer que esse conjunto de ações está pautado pela tendência pedagógica que norteiam o trabalho escolar. Assim pode-se concluir que o Professor Pedagogo atua sobre “Ação Pedagógica” em: Currículo=Didática=Avaliação. Deve-se lembrar também que o Pedagogo aponta para o coletivo da escola e tem no professor seu principal foco. Segundo Medina (1997, p.32), é o trabalho do professor que dá sentido ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e das dificuldades pedagógicas do professor será construída a ação conjunta, voltada para o trabalho em sala de aula. 2.2 - Atividades Pedagógica Celso Vasconcellos (2002, p.86-87), apresenta o que o professor pedagogo não faz. [...] não é fiscal do professor; não é quem entrega os professores para a direção ou mantenedora (dedo duro), não é pombo-correio ( que leva recado da direção para os professores e vice-e-versa), não é coringa/tarefeiro/quebra- galho/salva-vidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social,etc. não é tapa buraco ( que fica “toureando” os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é burocrata ( que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores preencherem – escola de “papel”), não é gabinete ( que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário ( que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é generalista ( que entende quase nada de quase tudo).

• Agora, descreva como o professor pedagogo pode desempenhar bem seu papel em prol do desenvolvimento institucional da escola e da prática pedagógica do professor em sala de aula. Socializar com os demais Cursistas.

Referências Bibliográficas

PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Documento Síntese. Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, 2007.

- SEED Edital n°. 10/2007, das normas relativas à r ealização do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de Professor Pedagogo Lei complementar nº. 103/2004 –PR.

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UNIDADE III

3. PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA

3.1 – Por uma nova ação do traba lho Pedagógico escolar

A educação tem suas origens na humanização do homem, processo pelo qual o homem produz a sua existência no tempo, agindo sobre a natureza, vai construindo o mundo histórico, o mundo da cultura, o mundo humano. Com a prática de muitos educadores a Pedagogia Histórico-Crítica nasceu das necessidades postas, pois as pedagogias tradicionais, nova e tecnicista não apresentavam características historicizadoras; faltava-lhes a consciência dos condicionantes histórico sociais da educação (SAVIANI, 2007). É neste contexto que Saviani desenvolveu a Pedagogia Histórico-Crítica, que se empenha na defesa da especificidade da escola, objetivando resgatar a importância da escola e reorganizar o processo educativo, enfatizando o problema do saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade do saber escolar. O método de ensino visa estimular a atividade e a iniciativa do professor; favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos. Os cinco passos, de acordo com Saviani (2007), para o desenvolvimento do método são os seguintes: Primeiro passo: (Prática Social), é o ponto de partida; este é comum a professor e alunos, porém seus posicionamentos são diferenciados, pois são agentes sociais diferentes. Segundo passo: (Problematização), é a identificação dos principais problemas postos pela prática social. Terceiro passo: (Instrumentalização), trata-se de apropriar-se dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. Quarto passo: (Catarse), momento de expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que o aluno ascendeu. Quinto passo: (Prática Social) essa elevação dos alunos ao nível do professor é essencial para se compreender a especificidade da relação pedagógica, manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto era a do professor no ponto de partida. Na Pedagogia Histórico-Crítica, a escola tem como papel a difusão de conteúdos, tendo como métodos partindo da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado, a relação professor-aluno é pautada pelo papel do aluno como participador, e do professor como mediador entre o saber e o aluno, a aprendizagem é baseada nas estruturas já existentes nos alunos.

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Essa teoria tem sua manifestação em Makarenko, B. Charlot, Suchodolski, Manacorda, G. Snyders e Saviani. É no contexto dessa teoria, em que a ação do Pedagogo é voltada para a esfera pedagógica, na busca de parcerias políticas com professores, onde a ênfase é na mediação para a definição crítica dos conteúdos significativos para a aprendizagem. Deve-se lembrar também que a ação do pedagogo está centrada no coletivo da escola, mas é no professor seu principal foco, pois o trabalho do professor que dá sentido ao trabalho do pedagogo, pois a partir da realidade e das dificuldades pedagógicas do professor em sala é que será construída ação conjunta, (Práticas Pedagógicas), voltada para o ensino-aprendizagem, promovendo atividades variadas, debates etc. ações estas que estimulam a criatividade, mantêm um ambiente de ânimo e interesse pelo aprender. 3.2 - Atividades Pedagógica

• Ouvem-se reclamações, tais como: alunos desatentos, desinteressados, agitados, rebeldes, descompromissados..., em sua opinião o que tem a ver esses comportamentos com falta de planos de aulas adequados, metodologias diversificadas, emoção no ensinar?

• Em sua opinião, o sucesso no processo da Mediação Pedagógica com os professores, pode contribuir para a melhoria da aprendizagem?

• O professor como “autoridade” do conhecimento específico e o Pedagogo como “especialista” em estratégias metodológicas, que media a aprendizagem entre professor e aluno.

Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta. • O professor como “autor” de sua aula, deve cuidar-se para não se limitar

ao quadro e giz. Comente

Produzir um texto (uma lauda) com a reflexão das questões acima. Elabore, sugerindo, um Plano de Ação semanal ou mensal onde possa abordar a intervenção do Professor Pedagogo, no *sentido pedagógico.

*Grifo meu.

Referências Bibliográficas SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações . 8ª ed.

Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

ESCOLA E DEMOCRACIA de Dermerval Saviani, 39. Ed. Campinas: Autores Associados, 2007. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

SILVA, Aida Maria Monteiro ET al. XIII ENDIPE, p. 161-184. Edições

SP: Autores Associados, 2003.

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UNIDADE IV

4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA CONCEPÇÃO DA MEDIAÇÃO DI ALÉTICA

4.1 - Metodologias da Mediação dialética

O Plano de aula na Mediação Dialética possibilita aos professores a organização dos conteúdos de ensino, tendo em vista a aprendizagem significativa objetivando uma prática educativa que transforma. É um norte para o ensino aprendizagem, quando articula o método, a metodologia e a lógica, pois esses elementos é o centro do processo educativo. Mediação dialética é uma proposição de aula interessante. A aula como práxis que expressa à relação de tensão entre a teoria e a prática e o ensino como potencializador da aprendizagem do aluno. Compreende o conteúdo de ensino como objeto de aula e a organização metodológica do conteúdo de ensino como movimento dialético da aula. Movimento da aula : resgatando/sistematizando/ problematizando/ Produzindo.

Conteúdo de Ensino: ponto de partida.

“A Metodologia da Mediação dialética representa um processo que viabiliza o ensino e a aprendizagem do trabalho educativo. A questão problematizadora estimula o aluno a responder ao questionamento, utilizando seus saberes disponíveis. A produção, da mesma forma que no Resgatando, pode ser expressa em diferentes formas (oralidade, desenho, mímica etc.), representando o ponto de chegada que se torna, imediatamente, um novo ponto de partida”. Metodologia da Mediação dialética (ARNONI, 2003) A Metodologia da Mediação dialética representa um processo que viabiliza o ensino e a aprendizagem do trabalho educativo. Didaticamente, é composta por quatro etapas interligadas e interdependentes, cujo limite entre elas não é claramente de marcado. São elas: 1ª etapa - Resgatando e registrando: ponto de partida do trabalho educativo. É quando o professor deve de alguma forma, fazer com que o seu aluno demonstre a sua visão (saber imediato ou cotidiano) sobre o objeto de estudo (saber mediato ou científico). Resgatar o conhecimento do aluno é uma tarefa difícil, no entanto, é de extrema importância. Ao conhecer o saber do aluno, o professor possui possíveis hipóteses para planejar as problematizações para a aula. O aluno pode expressar o seu conhecimento de várias formas, entre as quais, a oralidade, o desenho, o recorte, a dramatização, a mímica, a poesia, a música, a colagem, o relato, o texto escrito, entre outras; 2ª etapa - Problematizando: gerar contradição entre o saber cotidiano do aluno e o saber científico pretendido. A questão problematizadora estimula o aluno a responder ao questionamento, utilizando seus saberes disponíveis. No entanto, como esses saberes não são suficientes para a elaboração de uma resposta coerente, o aluno é estimulado a buscar novas investigações, articulações e aprendizagens para que ele consiga elaborar o seu novo saber;

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3ª etapa – Sistematizando: discutir a questão problematizadora e examinar o saberes imediato e científico a ela pertinentes, propiciando elaboração de sínteses pelos alunos, o que caracteriza a aprendizagem; 4ª etapa – Produzindo: expressar a síntese elaborada sobre o conteúdo de ensino desenvolvido por intermédio da Metodologia da Mediação dialética. A produção, da mesma forma que no Resgatando, pode ser expressa em diferentes formas (oralidade, desenho, mímica etc.), representando o ponto de chegada que se torna, imediatamente, um novo ponto de partida.

De um modo geral, a síntese cognitiva expressa “o aprendido”, e a proposta metodológica, “o processo da aprendizagem”. Resgatar é o meio pelo qual, o professor busca um mesmo ponto de partida para o processo de ensino, comum a ele e ao aluno, utilizando diferentes linguagens: oralidade, dramatização, poesia, música, desenho, colagem, recorte, relato, mímica, texto escrito, filme, vídeos etc. Nesse momento, o professor apresenta aos alunos uma série de atividades que envolvem o conteúdo trabalhado, e o aluno, ao desenvolve las, apresenta suas idéias iniciais sobre o referido conteúdo. Essa produção, ainda que de forma confusa, representa a objetivação do saber subjetivo do aluno. (saber imediato). Para o professor o registro dos alunos possibilita a problematização, que é a contradição entre as representações iniciais dos alunos e o conteúdo de ensino na “metodologia da mediação dialética”. Sistematizar é o momento da aula onde se pretende desenvolver situação de ensino que oportunizem ao aluno compreender as relações do sentido entre os aspectos do seu saber imediato e elementos do saber mediato (científico) que se objetiva alcançar, por intermédio do diálogo, é o momento do aluno superar o conhecimento imediato no mediato, é quando o mesmo elabora uma síntese cognitiva. Produzindo é o momento em que o aluno elabora o conhecimento científico (imediato ao mediato) é a produção do conhecimento “aprendido”.

Nesta perspectiva, as teorias pedagógicas que admitem a necessidade da tensão entre o professor e o aluno, afirmando que a tensão é propiciada pela diferença entre o conhecimento do professor, que está fundamentado na ciência e o do aluno que tem por base as experiências do cotidiano, estão equivocadas quanto à natureza da relação.

Finalizando, a compreensão da teoria pedagógica desde uma perspectiva ontológica (natureza do ser), transforma a relação pedagógica que deixa de ser centrada no Conhecimento para centrar-se no Ser, o Ser Social. O transformar da relação pedagógica implica a mudança radical das relações na sala de aula que, deixam de ser centradas no professor, como quer a pedagogia tradicional, ou no aluno como propõe as pedagogias novas. Estas relações passam a expressar a tensão entre o professor (plano do mediato) e o aluno (plano do imediato), em relação ao mediato organizado pelo professor.

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4.2 – Atividades Pedagógica

Elaborar três Planos de aulas em disciplinas diferentes, de acordo com o formulário apresentado.

Poderá ser elaborado juntamente com professores na Hora Atividade.

PLANO DE AULA – METODOLOGIA DA MEDIAÇÃO DIALÉTICA

SUGESTÃO

A – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor (a): Escola:

Nível de Ensino:

Série:

Duração:

B – DADOS PEDAGÓGICOS Curso: Disciplina: Conteúdo :

1. Objetivos: Por que ensinar?

2. Tópicos do conteúdo de ensino

O que ensinar?

3. Metodologia de Ensino (procedimentos) Como ensi nar? 4.1 Resgatando: 4.2 Problematizando (atividades sobre o conteúdo da disciplina): 4.3 Sistematizando (atividades sobre o conteúdo da disciplina):

4.4 Produzindo (atividades sobre o conteúdo da disc iplina):

5 Recursos Pedagógicos: Ex.

Vídeo-clip. TV pendrive. Quadro de giz, giz. Textos diversos. Caderno, caneta, lápis, borracha.

Quais materiais?

6 Avaliação:

Como foi a aula? (Processo de ensino e processo de aprendizagem)

7 Referências bibliográficas consultadas:

Local: Data Assinatura

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Referências

GASPARIN, João Luiz- Uma didática para a pedagogia histórico-crítica - 4 ed. Ver. e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. ARNONI, M.E.B. Trabalho educativo e mediação dialética: fundamento teórico-filosófico e sua implicação metodológica para a prática. In: Seminário Internacional de Educação – Teorias e políticas, 2003, UNINOVE, São Paulo, SP. CD-ROM, Seminário Internacional de Educação – PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública . 2. ed. São Paulo:

PIMENTA, Selma Garrido. Práxis- ou indissociabilidade entre teoria e prátic a

e a atividade docente. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

Teorias e políticas, ISBN 85-89852-03-2. http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo10/metodologiadamediacaodialetica.pdf acesso 14/11/2009 OLIVEIRA, Edilson Moreira de; ALMEIDA, José Luiz Vieira de; ARNONI, Maria

Eliza Brefere. Mediação dialética na educação escolar: teoria e pr ática . SP:

Edições Loyola, 2007.

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UNIDADE V

5 – A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PEDAGOGO NA ESCOLA

“A valorização dos Profissionais da Educação do Estado do Paraná constitui um dos princípios básicos estabelecidos por esta Secretaria. Dentre as inúmeras ações desencadeadas para que esta valorização se efetive, são ofertados eventos de formação continuada aos profissionais da educação, considerando o contido na LDB 9394/96, em seus artigos 67, 80 e 87, bem como na Lei Nacional nº 10172/2001 – Plano Nacional de Educação e Plano Estadual de Educação.” “A Coordenação de Formação Continuada, instituída pela Resolução 1467/04, viabiliza a realização de eventos direcionados a uma rede de 65.000 profissionais do sistema público educacional. Professores, pedagogos, diretores, secretários, merendeiras, inspetores, bibliotecários e auxiliares de serviços gerais são os profissionais que compõem o nosso público alvo. Também são ofertados eventos para representantes da comunidade escolar, APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) e Grêmio Estudantil”.

http://www.diaadia.pr.gov.br/cfc/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4Acesso em 24/04/2010 às 02h04min.

E notável o compromisso da Seed atualmente, quanto à formação

continuada, pois se sabe que os cursos de graduação preparam o profissional para adquirir habilidades em aprender, e nunca alguém se pode dizer “aprendi tudo” “ou já sei tudo”. O processo de aprendizagem é constante e sempre está presente essa necessidade. O conhecimento é agente transformador da sociedade, e, no entanto, professor necessita articular seu conhecimento com a atual conjuntura sociopolítica a qual seus alunos estão inseridos.

A formação continuada hoje, se vê aquela que é realizada fora do ambiente da escola, mas o que se caracteriza uma escola voltada para a busca de qualidade de ensino, é quando a mesma, objetiva, em seu Projeto Político Pedagógico, a formação continuada dos professores, pedagogos e dos demais membros da comunidade escolar, e que ainda proporcione condições para que essa formação se concretize, sempre articulando a teoria e prática em sala de aula.

À escola cabe ensinar, isto é, garantir a aprendizagem de certos conteúdos que são necessários para a vida em sociedade, e ainda, sua função social é ser modificada para atender a necessidade dos alunos, por isso, o professor pedagogo deve trabalhar em cima de idéias de transformação.

5.1- REFLEXÃO

• Como estabelecer um perfil do pedagogo necessário, dentro deste contexto de uma nova organização pedagógica curricular, se o mesmo tem sido formado com ranços da própria história de sua função e identidade e das diversas políticas educacionais impostas?

• De que forma o professor – pedagogo pode contribuir com os professores a aproximarem a teoria e a prática, diminuindo a distância entre, o pensar e o fazer a prática pedagógica no interior da sala de aula da Escola?

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5. 2 - PESQUISA COM OS PEDAGOGOS E PROFESSORES!

Prezado Pedagogo e professor (a):

Sabedora da sobrecarga de atividades que está sobr e cada um dos vós, carinhosamente, solicita um

momento de reflexão para responder questões sobre o cotidiano escolar. Esse questionamento é uma ativi dade do

projeto de intervenção e implementação, que tem com o objetivo, “Repensar a Ação e Formação continuada do

professor Pedagogo na escola numa perspectiva Dialé tica” e o mesmo acontecerão nesta Escola, como ativ idade

do PDE.

IDENTIFICAÇÃO: Instituição:_________________________________________data___/____/ 2010 Nome (Iniciais) ______________________________ Sexo: Masc. ( ) Fem. ( ) Área de formação: __________________________________________________ Ano de formação _________Tempo atuação:_____________________________ Função __________________________________________________________ Ensino fundamental: ( ) Ensino médio: ( )

1. Como vê a fundamentação teórica que norteia sua prática? Em qual tendência Pedagógica você media sua ação como Professor e/ou professor pedagogo?

2. O que você entende por formação continuada? Ela está contemplada no

Projeto Político Pedagógico da escola? Quais as maiores dificuldades que encontrou na formação continuada de que já participou? Os estudos realizados contribuíram com sua prática pedagógica? Em sua opinião, como deveria ser a formação continuada do pedagogo?

3. Como vê o papel do professor, hoje no processo de ensino e aprendizagem? A Prática Pedagógica, que utiliza em suas aulas, contribui para a aprendizagem dos alunos? E qual é sua prática de intervenção na participação do fazer pedagógico do professor?

4. Para que um Plano de aula? “O Plano de Aula é muito importante para ter bem claro tudo que se pretende fazer durante uma aula. Ter um plano detalhado que registre seus objetivos, o conteúdo que será trabalhado, o material a ser utilizado, o que será feito e quanto tempo vai levar proporciona uma organização que pode ser a diferença entre uma aula bem sucedida ou não. Na prática se observa que a falta dessa organização pode levar à problemas de indisciplinas e desinteresse dos alunos para aprender”. Você concorda com essa afirmação? Justifique.

5. O Plano de ação do Pedagogo contempla inúmeras responsabilidades, a escola oportuniza um dia de estudos para que o mesmo possa fundamentar sua prática e analisar as situações problemas que está ocorrendo no ambiente escolar?

6. Em sua opinião, aulas bem preparadas diminuiriam a indisciplina e o desprazer em aprender?

5.3 - Atividades em grupos: Sistematização das questões em grupos e socialização das idéias principais.

Referências http://www.diaadia.pr.gov.br/cfc/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=4Acesso em 24/04/2010 às 02h04min.

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UNIDADE VI

6. - AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO INDIVIDUAL

O processo de avaliação, neste momento, não exclui, não pune e nem serve como “medida de conhecimento”. No entanto tem como foco, a produção, ora desencadeada na reflexão dialogada durante o curso. A produção norteia por meio das seguintes palavras: Professor Pedagogo; Formação Continuada; Mediação Dialética e Práticas Pedagógica

6.1 – Produção Individual

Entrega do texto de acordo com a formatação orientada pelo

professor PDE.

6.2 - Referências Bibliográficas

GEORGEN, Pedro; SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: a

experiência internacional sob o olhar brasileiro . Campinas, SP: Autores

Associados, 2000.

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Ministério da

Disponível em: <http://www.mec.gov.br> . (Acesso em 16/07/09.)

Educação. Parecer nº 5/2005 de 13/12/2005.

GASPARIN, João Luiz- Uma didática para a pedagogia histórico-crítica - 4

ed. Ver. e ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.

PARANÁ. Casa Civil. Lei nº 15075 – 04/05/2006: publicada no Diário Oficial nº

7219 de 05/05/2006. Disponível em: <http://www.dioe.pr.gov.br>. (Acesso em

12/10/2009.)

PARANÁ. Secretária de Estado da Educação – SEED. Edital nº. 10/2007 –

GS/SEED. Disponível em: <http://www.seed.pr.gov.br> . (Acesso em 12/10/2009.)

VEIGA, I. P. A.; et alli. Licenciatura em Pedagogia - realidades, incertezas,

utopias . Campinas, São Paulo: Papirus, 1997.

PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Documento Síntese. Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, 2007.

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