DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · recepção da literatura, ou seja, na leitura do texto...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
Autora:Ivanete Mazzieri Walz
PDE – Língua PortuguesaNRE – Londrina
Orientadora:Sonia Aparecida Vido Pascolati
Londrina - Paraná2009/2010
SumárioApresentação ….........................................................................................................04
Atividade 1 - Trilhando o caminho da poesia ….........................................................05
Atividade 2 - Sensibilizando-se para a poesia ….......................................................09
Atividade 3 - Navegando pelo mundo do Haicai …....................................................23
Atividade 4 – Assim nasce um texto poético …..........................................................29
Apêndice …................................................................................................................32
Sugestões de leitura para o professor …...................................................................41
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APRESENTAÇÃO
O presente Caderno Pedagógico é uma atividade didático-metodológica e de
linguagem e faz parte de um projeto que busca promover o resgate dos trabalhos com
poesia em sala de aula, tomando como aporte os haicais da poetisa paranaense Helena
Kolody. Como trabalhá-los de forma a promover o a ampliação dos horizontes culturais
dos alunos, promovendo a interação entre leitura, análise e produção de haicais, como
também outras manifestações poéticas que perpassam o cotidiano no qual os alunos
encontram-se inseridos?
A linha de pesquisa adotada para o desenvolvimento das atividades aqui
apresentadas é a Estética da Recepção. A escolha dessa concepção deu-se por
considerar que a ideia da supremacia do autor em relação às leituras possíveis, ou seja,
como detentor dos únicos sentidos alcançáveis pela obra, precisa ser desconstruída.
Torna-se imprescindível, no momento atual do trabalho com literatura com turmas
da educação básica, considerar o papel do leitor como significativo no processo de
recepção da literatura, ou seja, na leitura do texto literário. Dessa forma, este caderno
pedagógico intenciona um processo de “convergência” entre texto e leitor, e a Estética da
Recepção propõe exatamente a consideração desses dois participantes do processo de
leitura do texto literário, que, aliados ao autor, configuram a tríade “autor-texto - leitor”, não
estando mais subordinados unicamente à perspectiva do primeiro.
O material que serve de base para as atividades de leitura, interpretação e
produção orais e escritas consiste em um conjunto de recursos didáticos como mídias
orais, textos, vídeos, clips, internet, música, fotografia, entre outros, de forma a levar o
aluno a explorar a linguagem, aproveitando todos os seus recursos expressivos.
Tais pressupostos encontram embasamento nas Diretrizes Curriculares Estaduais
para a Educação Básica proposta pelo Estado do Paraná para o trabalho com literatura,
com o qual espera-se contribuir para o ensino da literatura, por meio do desenvolvimento
de sequências didáticas que privilegiem o gênero poema, mais especificamente, haicais.
A autora.
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ATIVIDADE 1
TRILHANDO O CAMINHO DA POESIA A poesia é liberdade, espontaneidade, subjetividade, emoção pessoal levada a
extremos. O sonho é seu parente mais próximo. Todos possuem algo de poético em sua
forma de se expressar, em seus gestos, em seu olhar, em seu sentir e muitas vezes não
precebem. A introdução dessa atividade proporciona a cada um saber um pouco mais
sobre o que realmente conhece sobre poesia.
Roda de Conversa a respeito de poesia:
A) Você conhece poesia?
B) O que é poesia para você?
C) Você gosta de poesia?Por quê?
D) Você já ouviu falar em poesia haicai?
E) Qual é a função da poesia?
F) De que é feita a poesia? Qual a sua matéria-prima?
G) Quem faz a poesia?
H) Quais assuntos uma poesia pode abordar?
I) Poema e poesia são a mesma coisa?
J) Que autores poéticos você conhece?
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K) Conhece algum poeta paranaense? E suas poesias?
L) É possível escrever poesia sem ser poeta?
M) Sabem declamar algum poema para a turma? Esse é o momento.
A) Dos textos abaixo, identifique os que são poemas:
( ) Texto 1
Bravo! exclamou Filipe, entrando e despindo a casaca, que pendurou em um
cabide velho. Bravo!... interessante cena! mas certo que desonrosa fora para casa de um
estudante de Medicina e já no sexto ano, a não valer-lhe o adágio antigo: - o hábito não
faz o monge.
- Temos discurso!... atenção!... ordem!... gritaram a um tempo três vozes.
- Coisa célebre! acrescentou Leopoldo. Filipe sempre se torna orador depois do
jantar...
A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo. Disponível em < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000008.pdf>.
Acesso em 13/04/2010
( ) Texto 2
Educação ambiental é, sem dúvida, um dos meios mais indicados para se resgatar
valores que incluem o respeito pela diversidade cultural e biológica, fundamentais para a
conservação e para um convívio harmônico entre diferentes culturas e entre essas e a
natureza.
A importância da educação ambiental na proteção da biodiversidade do BrasilDisponível em < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000102.pdf>
Acesso em 13/04/2010
( ) Texto 3
As RosasAs Rosas amo dos jardins de Adônis,
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Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
As Rosas, Fernando Pessoa. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/pe000011.pdf>
Acesso em: 13/04/2010
( ) Texto 4
O que é? O que é?
Sem vem de cobra pode matar, se vem de navio pode salvar?
Adivinha. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo, 2003 – p. 14
( ) Texto 5
Elogio do PoetaAlvorecia a vida
E o céu da madrugada inda floria estrelas,
Quando o poeta sentiu pulsar, indefinida,
A própria inspiração.
Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 53
B) Ao efetuar sua escolha, o que considerou nos textos para classificá-los como poemas?
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C) Por que são diferentes de uma narrativa, de uma bula de remédio, de um texto
científico?
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D) Como tarefa, pesquise poemas de sua preferência. A pesquisa também pode ser feita
com familiares, amigos, vizinhos. Depois da apresentação para a turma, vocês deverão
montar um mural para a exposição do material recolhido em sala de aula.
Para saber mais:
✗ AGUIAR, Vera e JACOBY, Sissa. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 2002.v.2.
✗ TAVARES, Ulisses. Viva a poesia viva. São Paulo: Saraiva, 1998. (Col. Jabuti)
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ATIVIDADE 2
Sensibilizando- se para a poesia
Palavras!!! Que expressão significativa! Quantas revelam sentimentos de dor, de
amor, de alegria, quantas cantam saudades, belezas, outras desvendam mistérios,
denunciam injustiças, desigualdades, anunciam calamidades, contam histórias, traduzem
encantamento, surpresas. Enfim, podemos afirmar que as palavras revelam ou traduzem
o modo de ser, de pensar, de sentir de quem as usa.
Sendo assim, vamos viajar pelo mundo encantado das palavras!!
A) Para confirmar isso, dê exemplos de palavras:
✗ que revelam sentimentos
✗ que cantam saudades
✗ que traduzem encantamento
✗ que expressam amizade
✗ que lembram férias
B) Retire da caixinha do professor uma palavra e escreva o que ela significa para você.
Em seguida, converse com o colega a fim de trocar suas impressões sobre a
representação de sua palavra. Alguém quer apresentar para a turma ? Esse é o momento.
C) Vamos montar um dominó de significados? Pense em uma palavra muito importante
para você e escreva-a num papel. Junte-se em grupo, cada um lê oralmente a palavra
escolhida e, em comum acordo, selecione uma delas para iniciar a atividade. Em seguida,
um aluno dá a partida na participação a partir da última letra, dando um outro significado à
palavra escolhida e assim, sucessivamente, sempre a partir da última letra, vamos achar
vocábulos que mantêm relações de sentido com a palavra escolhida. Depois de montado,
cada integrante do grupo apresenta e justifica cada palavra.
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D) Na caixinha do professor há várias perguntas cujas respostas vocês darão por meio da
escolha de uma cor. Agora justifique sua resposta. Escolha um sentimento e o escreva
com a cor que, em sua opinião, mais combina com a palavra escolhida. Com cada uma
das letras dessa palavra, escreva outras, relacionadas pelo sentido. Terminada a
atividade, represente-a com um desenho bem colorido.
E) Após assistir ao vídeo referente à música ”Coração de Estudante”, de Milton
Nascimento, analise seu coração e escreva em forma de versos o que ele gostaria de
falar.
Definindo poema e poesia
A) Nesta atividade, faremos uma visita ao Laboratório de Informática e lá
desenvolveremos uma pesquisa sobre os seguintes conceitos:
✗ Poesia.
✗ Poema.
✗ Verso.
✗ Estrofe.
✗ Rima.
✗ Ritmo.
✗ Metro ou Métrica.
Vocês identificaram, durante a pesquisa, algumas especificidades características
de um texto poético.
A) Faça a leitura atenta do texto a seguir e observe como sua autora Helena Kolody
explora alguns destes conceitos relembrados acima:
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Voz da Noite
O sol se apaga.
De mansinho,
a sombra cresce.
A voz da noite
diz, baixinho:
esquece...esquece...Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 26
A) Qual é o assunto do poema?
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B) Que sensações ou sentimentos o texto desperta em você?
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C) Qual é o número de versos?
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D) E de estrofes? Quantos versos em cada estrofe?
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E) Há palavras que rimam no poema? Se elas existem, pinte-as da mesma cor.
F) Que classes gramaticais foram usadas para construir as rimas?
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G) Por que você acha que a autora escolheu essas classes gramaticais? Que sentido elas
dão ao texto?
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________________________________________________________________________
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H) Reescreva o poema, substituindo as rimas existentes por outras que você vai inventar.
Voz da Noite
O sol se apaga.
De...................................,a sombra.........................
A voz da noite
diz,...................................:.......................................... … ........................................ …I) Associe as palavras abaixo com outras que lhe vierem à mente.
✗ apaga: ____________________________________________________________
✗ sombra: ___________________________________________________________
✗ noite:______________________________________________________________
J) Relacione essas ideias ao título do poema. Por que ele se chama “Voz da Noite”?
________________________________________________________________________
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Um outro recurso sonoro utilizado nas criações poéticas é a aliteração que é a
repetição de consoantes, fonemas iguais ou próximos, com a finalidade de sugerir ideias,
sons, imagens contidas no texto.
A) Nesse poema, que sons se repetem nos versos?
________________________________________________________________________
B) A que imagem pode estar associada a repetição desses sons?
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C) Que efeito essas aliterações criam no poema?
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D) No caça-palavras a seguir, estão as palavras com o mesmo fonema(som), mas
expresso por letras diferentes. Para encontrá-las, responda às questões abaixo.
v g h o u d e t r s s o l p l n e t a m j l k d f t g u s o o y t j e l m f g t a e i c r e s c e l o m a t o u o z p ç o c a s a k j m l e q s e l o u c o p o r l e s m s o m b r a w e n t r e d o a u l e i x d u o i m a s d o p y e t g h k o u e c b l o f g t r c u a e i g k d e k u m a n s i n h o l d e i u a e d c g i u d e i d u i g t e n h s b a i x i n h o e s q u r c e s a s d f g h u e s q u e c e n f e d s t y u n h o s d e a i ç a d e s g h u j i o l ç p i g f v b a e r f f u i p o z g h a e t r e q u e n t j i u i o p ç l k m h b g d f
1) O mesmo que pacato, sereno sossegado, tranquilo, mas no grau diminutivo.
2) A luz e o calor desse astro proporciona a vida na Terra.
3) Eu me arrumo, você se arruma, ele …....arruma (pronome reflexivo)
4) Perde da lembrança.
5) Verbo dizer na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.
6) Antônimo de alto no grau diminutivo.
7) Lugar não alcançado pelo sol. Espaço sem luz, ou escurecido pela interposição
dum corpo opaco. Reprodução numa superfície mais clara, do contorno duma
figura que se interpõe entre esta e o foco luminoso.
8) Som ou conjunto de sons emitidos pelo aparelho fonador.
9) O adolescente entre 13 e 16 anos está cada dia mais alto. Ele …....................,em
média, 10 a 12 centímetros por ano.
F) No poema aparecem expressões no diminutivo. Identifique-as no texto, usando sua
cor preferida.
G) O que a autora quis reforçar com o uso dessas expressões diminutivas :
( ) indica afetividade.
( ) sugere tamanho pequeno.
( ) expressa inferioridade.
( ) reforça, intensifica a ideia contida no texto.
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H) Que recurso a autora utilizou na última estrofe como forma de garantir ritmo,
musicalidade e ênfase às ideias e palavras?
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I) Se uma dessas expressões fosse substituída por outra, o sentido seria o mesmo? Por
quê?
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J) Nesse gênero, as repetições enriquecem o texto ou não? Em que textos esse recurso
é considerado defeito?
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K) No texto há expressões conotativas, isto é, termos usados fora de seu sentido real?
Localize-as e explique seus possíveis significados .
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O uso de termos em linguagem conotativa acontece porque há situações nas
quais temos que utilizar nossos conhecimentos linguísticos para transmitir uma ideia, uma
imagem: a imagem de uma pessoa, de uma paisagem, de uma situação, como também
para expressar sentimentos e emoções. E para dar conta disso, a língua dispõe dos
recursos conotativos os quais possibilitam essas transmissões.
A linguagem poética utiliza-se desses recursos linguísticos conotativos à medida
que a linguagem denotativa não exprime com todo o vigor e originalidade os nossos
sentimentos ou modos de ver as coisas. Nesse contexto, as palavras fazem parte de um
jogo no qual predomina a polissemia, o sentido figurado que, dessa forma, constrói
sentidos e produz novos significados.
Esses recursos linguísticos utilizados para criar um efeito inesperado, para reforçar
uma ideia, dar vida e colorido aos pensamentos, àquilo que se quer expressar são
chamados figuras de linguagem. Há vários tipos de figuras. Entre elas:
✗ a comparação: estabelece a relação de ideias em que há alguma característica
semelhante.Em geral, é feita com o uso de conectivos: como, parece, tal qual, etc.
✗ a metáfora: baseia-se em uma relação de semelhança como a comparação, mas
sem os conectivos.
✗ a sinestesia: é a combinação de sensações referentes a diferentes órgãos do
sentido (tato, paladar, olfato, audição, visão).
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✗ a antítese: a aproximação de palavras cujos sentidos são opostos.
✗ a prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir ações, características
humanas a seres inanimados, não-humanos.
Leia os textos e responda às questões propostas:
A) Nunca e sempre (Helena Kolody)
Sempre cheguei tarde
ou cedo demais.
Não vi a felicidade acontecer.
Nunca floresceram
em minha primavera
as rosas que sonhei colher.
[...]Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 36
1) Nos versos acima, Helena Kolody, por meio de uma figura de linguagem, contrapõe o
tempo vivido com aquele que poderia ter sido vivenciado. Qual é a figura utilizada? Retire
as expressões que justificam sua resposta.
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4) Quais possíveis sentidos podem ser expressos pelo uso da figura empregada no
poema?
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5) O que o eu-poético quis dizer ao afirmar que “Não vi a felicidade acontecer”?
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6) De acordo com o eu–poético, quais as possíveis causas dessa situação?
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7) Para você, o que poderiam ser essas rosas sonhadas, mas nunca colhidas?
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B) Água Clara (Helena kolody)
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Os meninos são uma água clara,
Um rio de fonte no árido caminho. Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 83
1) Qual é a figura utilizada?
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2) Transcreva o verso e explique que ideias são sugeridas nesse trecho.
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C)Alegria ( Helena Kolody)
Trêmula gota de orvalho
Presa na teia de aranha,
Rebrilhando como estrela.Helena Kolody. Luz Infinita. Museu – Biblioteca Ucarianos em Curitiba. Curitiba,1997 – p. 88
1) No texto foram aparecem duas figuras de linguagem. Identifique-as.
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2) Explique cada uma delas de acordo com o contexto do poema.
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D) Pássaros libertos ( Helena Kolody)
Palavras são pássaros,
Voaram!
Não nos pertencem mais.Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 76
1)Qual é a figura de linguagem evidenciada no poema? Transcreva a passagem em que
aparece.
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2) Que relação de semelhança o poeta vê entre as palavras e os pássaros?
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3) E para você, o que significam as palavras? E os pássaros? Explique por meio de
linguagem poética, que tal usar a metáfora?
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E) Cantiga de Recordar ( Helena Kolody)
Doce lembrança orvalhada
de madrugadas antigas.
Fumaça de chaminé
sumindo na manhã fria.
Florescida malva-rosa
debruçada no jardim.
Uma revoada de sonhos
na vida que amanhecia.
Cantiga de recordar...
Ai, que saudade de mim!
Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 26
1)Nos versos acima, há um apelo a uma série de imagens por meio das quais o poeta
expressa sensações:
auditivas: ________________________________________________________________
visuais: _________________________________________________________________
olfativas: ________________________________________________________________
2) De qual figura de linguagem se trata? Em que consiste essa figura?
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3) Mencione alguns sentimentos presentes, de forma explicita ou implícita, no texto lido.
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4) Releia a primeira e a última estrofe. Preste atenção à carga significativa de cada termo
utilizado. A partir disso, pode-se concluir que o eu-poético recorda-se de quê?
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5) E de que fase ou momento de sua vida o eu-poético sente saudade?
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6) Qual é o elemento de referência que sugere a construção do espaço como também
marca profundamente a memória do eu-poético?
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7) Há no poema dois sinais de pontuação bastante significativos: as reticências e os
pontos de exclamação. Diante da temática exposta pelo texto, como esses sinais
contribuem para a construção da significação do poema?
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F) Pense em uma palavra e registre-a. Agora, retire da caixinha do professor uma outra
palavra. Nesse momento, analise-as, compare possíveis elementos semelhantes ou não e
crie uma imagem poética por meio de uma associação entre ambas. Use a comparação.
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A voz que fala no poema
Enquanto em um texto narrativo o autor transfere a palavra ao narrador, em um
texto poético, o autor cede a palavra a uma voz que se expõe no poema, voz essa a qual
chamamos de eu-poético ou eu-lírico, o “eu” que expressa suas ideias, sentimentos,
indagações... Esse “eu” conduz o leitor a ler o que há dentro de si mesmo, o que há ao
seu lado, o que há no mundo. Encontre essa voz no texto abaixo:
Advertência
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É meio-dia em minha vida.
Um mensageiro inesperado
Vem prevenir que apresse a lida,
Como se fosse anoitecer.
Vento da noite, ainda é cedo!
...e nem lavrei a terra agreste. Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 49
1) Qual é o tema do poema?
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2) Nos versos acima, como identificamos a presença do eu-poético?
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3) Quais são os sentimentos expressos pelo eu-poético?
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4) “Vento da noite, ainda é cedo!” - Por que e a quem ele faz essa exclamação? Qual é o
efeito de sentido dessa exclamação?
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5) Que sentidos podem ser atribuídos aos versos da primeira estrofe?
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6) O eu-poético afirma “...e nem lavrei a terra agreste.” Explique.
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7) Como você explica o título do poema?
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8) Com relação à forma (número de versos e estrofes), como o poema acima está
organizado?
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Observe como a natureza é retratada nesse poema de Helena Kolody.
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Nomes
Nomes com cheiro de mato:
corticeira,
guajuvira,
aroeira,
manacá. Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 23
1) Do que fala o poema?
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2) A qual figura de linguagem nos remete a expressão ”Nomes com cheiro de mato”?
Explique o efeito de sentido produzido pelo uso desse recurso poético.
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4) Qual é o sinal de pontuação usado no final do 1º verso? Explique sua função.
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5) A autora associa o conteúdo do poema à disposição gráfica dos versos, ou seja, ao
espaço. A isso chamamos de poema visual. De acordo com o contexto do poema, qual é
a sugestão expressa por essa forma?
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6) Que associação é possível estabelecer entre essas árvores?
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7) Volte ao texto e identifique com um traço a classe de palavras predominante.
Considerando o tema do texto, explique a importância dessa escolha lexical.
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8) Releia o poema em voz alta. Identifique em que sílabas métricas ocorre a incidência de
acentuação, visto que isso ajuda a identificar o ritmo do verso e do poema. Pinte essas
sílabas.
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9) Podemos observar que o ritmo é determinado pelo fato de predominarem palavras:
( )oxítonas ( )paroxítonas ( )proparoxítonas
10) Ao associarmos o ritmo com a disposição gráfica do poema, o que é sugerido?
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Vamos brincar com as palavras?
11) Seguindo a mesma estrutura do poema acima, vamos recriá-lo de forma bem
sugestiva?
✗ Nomes com cheiro de...
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✗ Nomes com sabor de....
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12) Agora, aproveite o que você já aprendeu nas aulas de Arte, escolha um dos poemas
acima, recorte revistas, papéis coloridos e faça uma colagem para retratar e deixar o
poema ainda mais encantador.
Para saber mais:
✗ http://www.edesete.blogs.sapo.pt/28161.html
✗ http://www.sobresites.com/poesia/artigos/poema/htm
✗ PASCHOALIN, Maria Aparecida & Spadoto, Neusa Terezinha. Gramática, Teoria e Exercícios. São Paulo: FTD, 1989.
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ATIVIDADE 3
Navegando pelo mundo do HaicaiQuatro séculos depois de ganhar forma, o haicai virou assunto de sala de aula no
Brasil. Assista ao vídeo cuja reportagem do Jornal da Globo aborda o nosso tema em
estudo. Depois, durante a Roda de Conversa sobre o Haicai, exponha suas impressões
sobre o que assistiu.
Agora, leia com atenção, observe o texto e responda oralmente:
O velho tanque –
Uma rã mergulha,
barulho de água.Bashô Matsuo (1664 – 1694)
Disponível em: http://www.prof2000.pt/users/secjeste/mmanuelr/hbasho.htm. Acesso em 15 abr 2010.
A) Podemos afirmar que o texto acima é um poema?
B) Ele se parece com outras formas de poesia que você conhece?
C) Há imagens sobre a vida na cidade?
D) Está associado à melancolia, à tristeza?
E) Qual é a temática abordada?
F) Quais características, comuns em outros textos poéticos, não se fazem presentes
nesta obra de Matsuo Bashô?
O texto acima é um haicai. Haicai é uma composição poética japonesa organizada
em dezessete sílabas métricas e distribuídas em três versos de 5, 7, 5 sílabas métricas.
Faz referência à natureza e apresenta um fato particular acontecendo no presente, o
momento ( o aqui e agora – o registro de um fato, de um instante concreto como algo que
acontece agora, ou seja, exprime um momento vivenciado no presente e não no
passado). Este fato é associado às estações do ano com um termo da estação (o kigo).
No trabalho com haicai, há que se considerar que o seu tema central, o kigo (palavra de
estação) que faz a ligação da poesia com a natureza e a vida. Cada estação do ano tem
sua sensibilidade poética:
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Primavera: alegria, renovação, amor, flores, juventude;
Verão: vivacidade, liberdade, calor, maturidade;
Outono: melancolia, decadência, nostalgia, colheita, senectude;
Inverno: tranquilidade, reclusão, morte, repouso, frio.
O haicai é como uma fotografia, é repleto de imagens. Sempre leia-o atentamente
e bem devagar, concentre-se na enunciação, desfrute das palavras, solte sua imaginação
e preste atenção à imagem que lhe vem à mente. Para ajudá-lo neste momento, vamos
assistir ao vídeo Caixa de Haikai. Solte-se e aproveite!
Pereira em flor
De grinalda branca,
Toda vestida de luar,
A pereira sonha.Helena Kolody. Luz Infinita. Museu – Biblioteca Ucarianos em Curitiba. Curitiba,1997 – p. 78
Vamos conversar um pouquinho!
A) Ao ler e também ouvir o poema, o que lhe veio à mente, ao coração?
B) Você percebeu o que a autora quis expressar?
C) Lembrou de alguma cena, de alguma coisa que despertou a mesma sensação que a
autora descreve?
D) Compare o haicai de Helena Kolody com o haicai de Bashô Matsuo e observe
diferenças e semelhanças.
Agora, faça a análise atenta do poema e pode também acrescentar aquilo que aqui
não fora abordado.
1) O texto acima é um haicai. Perceba como as suas sílabas correspondem à métrica
clássica do haicai japonês, fazendo a separação:
1º verso: cinco sílabas 2º verso: sete sílabas 3º verso: cinco sílabas
___/___/___/___/___ ___/___/___/___/___/___/___ ___/___/___/___/___
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2) Nele há um kigo. Qual é? O que simboliza?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3) A partir do título do poema, você pode definir a temática apresentada?
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4) Qual sentido foi privilegiado na observação do eu-poético? Aponte palavras ou trechos
que confirmem sua resposta.
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5) Qual é a imagem evocada no primeiro verso do poema?
________________________________________________________________________
6) No último verso foi utilizado um recurso de linguagem conhecido como:
( )comparação ( ) antítese ( )prosopopéia ou personificação
Comprove com passagens do texto.
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7) O verbo ”sonha”, 3º verso do poema, indica:
( )ação ( )estado
8) Desse modo, ele sugere:
( )dinamismo ( ) estaticidade
9) Relacione a imagem evocada no primeiro verso do poema ao verbo sonhar, terceiro
verso. Comente o efeito expressivo dessa associação.
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10) Qual é a sensação sugerida pelo momento, pelo aqui e agora, expresso pelo contexto
do poema?
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11) Qual é a duração da florada de uma pereira?
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12) Associando a duração de uma florada dessa árvore, podemos afirmar que o haicai
Pereira em Flor faz alusão:
( ) a uma noiva em seu casamento.
( ) à importância dessa árvore, a pereira.
( ) ao caráter efêmero, passageiro da vida.
Ao passar para outros países, algumas das regras anteriores do haicai foram
seguidas com maior ou menor intensidade. Como o haicai é uma poesia de
características universais, refletirá a cultura do país onde vive o haicaísta. É o caso de
Helena Kolody que, em seus haicais, faz uso de títulos, utiliza-se da métrica, algumas
vezes da rima e uma temática mais voltada à condição humana, sempre fiel às suas
vivências.
PESQUISA
Reúna-se com seus colegas de equipe e faça uma pesquisa sobre a vida, a obra e
curiosidades da autora paranaense, Helena Kolody. Para tal atividade, o livro sugerido é
Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 e há também o
site http://www.kakinet.com/caqui/kolody.php?t=10 .
Faça também uma visita à Escola Helena Kolody e recolha material, informações,
curiosidades que enriquecerão seu trabalho.
No dia combinado, traga a atividade para a classe. Cada grupo, após o sorteio de
um item da pesquisa, montará um painel bem criativo e depois de apresentado à turma,
será exposto em sala de aula.
Agora que vocês já conhecem a história dessa que foi uma das maiores escritoras
paranaenses, reúnam-se novamente em grupos e, com as informações constantes no
mural, elaborem 10 questões que, depois de analisadas pelo professor, serão colocadas
em sua caixinha.
Em seguida, cada equipe retira dessa caixinha as questões de um outro grupo. De
posse do material, o grupo responde a essas questões.
Ganhará o jogo, o grupo que obtiver o maior número de acertos.
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Faça, agora, uma leitura atenta do haicai a seguir:
Noite
Luar nos cabelos.
Constelações na memória.
Orvalho no olhar.Helena Kolody. Sinfonia da vida. Pólo Editorial do Paraná. Curitiba,1997 – p. 78
1) Podemos afirmar que o poema acima é um haicai?
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2) Possui rimas?
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3) Qual é a temática do poema “Noite”?
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4) O que sugere o momento noite para o ser humano? O que revela esse momento
descrito no poema?
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5) Novamente, na Roda de Conversa, externe a sua opinião sobre o que representam as
constelações para o eu-poético.
6) Observe que o poema se constrói em torno de dois campos semânticos: noite e
velhice. Retire do poema as palavras que remetem às imagens da:
NOITE VELHICE
7) A partir do título e das outras palavras que se associam, explique a importância dessa
escolha lexical para a construção de sentido do poema.
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8) Vamos criar nossos primeiros haicais? Para isso, escolha um dos versos a seguir e
escreva os outros dois, evidenciando as suas impressões.
a) fim de verão
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________________________________________
b) queda das folhas
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c) chuva de primavera
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Para saber mais:
✗ KOLODY, Helena. Viagem no espelho. 5.ed. Curitiba: Editora da UFPR, 1999.
✗ KOLODY, Helena. Poesia Mínima. Curitiba: Criar Edições, 1986.
✗ http://www.kakinet.com/caqui/kolody.php?t=10
✗ http://www.kakinet.com/cms/index.php
✗ http://www.youtube.com/watch?v=qahvC-sacSo
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ATIVIDADE 4
Assim nasce um texto poéticoA beleza dos haicais está disponível na Internet de formas diversas. Para dar início
a essa etapa do nosso trabalho, teremos como aporte visual um vídeo elaborado por Vera
Vilela. Nesse vídeo, o trabalho da linguagem poética está baseado no resultado de
associações e aproximações entre o visual, o sonoro e o semântico. Para cada momento
apresentado, há um haicai para retratá-lo.
Novamente, em Roda de Conversa, identifiquem:
✗ o tema abordado;
✗ o kigo presente nos haicais;
✗ descrevam com detalhes o que você vê nesse vídeo;
✗ que sensações esse vídeo lhes transmitem;
✗ se vocês já viveram momentos parecidos com os do vídeo;
✗ exponham suas opiniões sobre a mensagem emitida pelo vídeo.
Momento ludopedagógico
Em duplas, selecione um haicai exposto no vídeo de Vera Vilela. No papel cartão,
em um dos lados, escreva o haicai escolhido e do outro, ilustre-o. Em seguida, recorte o
material confeccionado em peças e transforme-o em um quebra-cabeça.
Agora, é a sua vez...
Navegando no mundo da poesia, do haicai, você aprendeu muitas coisas
preciosas, aprendeu que poesia é vida e que, por meio dela, podemos expressar ideias,
emoções, sensações...Percebeu como a linguagem é riquíssima e, no poema, as palavras
ganham colorido e diversificam seus significados, criando outras realidades a partir das
coisas simples e comuns da vida. Agora, de posse de recursos básicos e sugestivos à
criação poética, deixe sua sensibilidade falar, sua criatividade fluir, imprima beleza ao
texto pela associação de ideias e de palavras e, assim, produza seu haicai. Selecione
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uma das propostas abaixo e mãos à obra.
A) Faça a análise atenta da imagem fotográfica, da visão do todo, da percepção dos
detalhes, das cores predominantes. Explore o que ela lembra, o que fala. Retire da
imagem os componentes que a constituem enquanto figuras e temas. Em seguida,
desenvolva seu haicai a partir da exploração de seu tema central.
Disponível em: http://valminillo.blogspot.com/2010/01/deus-etica-natureza.html . Acesso em : 26/04/2010
FIGURAS TEMAS
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B) De posse da sugestão inicial de um desenho abaixo, use de sua imaginação e
criatividade, dê sequência ao desenho e depois de finalizado, produza seu haicai a partir
de sua leitura da imagem criada.
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Todo o profissional que trabalha com as palavras dedica muito tempo relendo
reescrevendo, consertando, trocando, enfim, mexendo com sua matéria-prima. Desse
modo, ele faz suas correções e deixa seu texto um verdadeiro primor, a fim de encantar o
leitor e deixá-lo apaixonado pelo que escreveu.
Agora é sua vez de fazer tudo isso. Observe se o texto está escrito em versos, se
utilizou os recursos estudados, se criou linguagem e imagens sugestivas. Troque-o com
um colega, aceite sugestões, faça a reescrita e encante seus leitores.
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ApêndiceSUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS E ORIENTAÇÕES GERAIS
Reserve alguns minutos de cada aula para a leitura oral de um poema, de um
haicai trazido pelo aluno ou sugerido pelo professor. Se for recitado, ficará mais bonito e,
com uma música sugestiva, melhor ainda. Isso pode acontecer durante o trabalho com o
gênero ou durante o tempo que o professor achar conveniente.
Para trabalhar significativamente cada texto do material e explorá-lo de forma
proveitosa, você pode seguir alguns passos sugeridos:
✗ Levar o aluno a fazer a leitura silenciosa, sentindo a poesia e captando a amplitude
dos sentidos sugeridos pelo texto a fim de que construa suas impressões iniciais.
✗ Levar o aluno a fazer a leitura oral, a fim de explorar a carga expressiva dos
elementos linguísticos e extralinguísticos. Nesse momento, ao trabalhar a riqueza
expressa pela entonação, pontuação, tom de voz, ritmo...pode-se explorar a leitura
dramatizada ou jogral. Duplas ou grupos diferentes declamam versos ou estrofes
previamente estabelecidas pelo professor. Para isso, oriente seus alunos para que
desenvolvam formas de declamar os textos. Sugira a alternância de vozes
masculinas e femininas. Essa leitura pode ser feita mais de uma vez. A leitura em
voz alta, ao mesmo tempo que ensina, auxilia os alunos a descobrirem a beleza e
os sentidos do texto. Portanto, promova com seus alunos sessões de declamações
poéticas.
✗ Chame a atenção de seus alunos para que observem os aspectos gráfico-visuais,
sonoros, o nível de linguagem, os aspectos semânticos. Este é um momento
importante da interação com o texto a fim de produzir sentidos para uma análise
síntese do poema. Estimule os alunos a refletirem e a valorizarem as informações
contidas no texto, a pluralidade de sentidos e leituras possíveis.
É importante que os alunos socializem suas respostas para que troquem
informações, comparem interpretações dos colegas.
Todas essas atividades de leitura, declamação e interpretação, além de auxiliar na
apreensão dos recursos da linguagem poética e na construção de sentidos dos textos,
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também servem de estímulo para a expressão oral e para a criatividade na produção
escrita.
ATIVIDADE 1
Roda de Conversa Professor(a), as atividades elencadas nessa etapa do trabalho têm por finalidade
fazer um levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero a ser estudado
nesse Caderno Pedagógico. É importante a conversa coletiva a fim de desenvolver nos
alunos a capacidade de levantar hipóteses que antecipam o estudo do gênero. Dessa
forma, o professor tem a oportunidade de resgatar o conhecimento prévio do aluno acerca
do gênero a ser trabalhado como também de identificar possíveis dificuldades que, no
decorrer do trabalho, deverão ser sanadas.
Discuta com seus alunos a respeito da importância desse gênero, suas
características específicas, a esfera de circulação. Compare-o com outros textos. Leve-os
a reconhecer a presença desse gênero em nosso dia a dia em diferentes suportes de
circulação.
Na atividade D, peça para pesquisarem em diversos meios, com outras pessoas,
poemas de sua preferência. Convide-os a apresentarem sua pesquisa. Em seguida,
organize-os em grupos para que confeccionem um ou mais painéis.
ATIVIDADE 2
Professor(a), esse trabalho inicial é o da sensibilização (fase fundamentalmente
lúdica). Deixe-os livres para explorar as palavras e as infinitas possibilidades de
inventividade. Estimule-os a brincar com as palavras, pois esta é uma das características
da poesia. Leve-os a perceber e a respeitar a pluralidade de sentidos criada pelos
colegas. Discuta oralmente os sentidos apresentados pela turma.
Confeccione uma caixinha colorida para usá-la sempre que necessário em algumas
atividades.
Para a atividade B, coloque na caixinha, palavras sugestivas do mundo
adolescente. Se achar interessante, peça para cada aluno escrever duas ou mais
palavras e colocarem nesta caixa.
Para a atividade D, alguns exemplos de perguntas a serem colocadas na caixinha:
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✗ Qual é a cor do amor? E da amizade, das férias, da tranquilidade, do medo, da
adolescência, da velhice, da bondade, da dor?
Ao chegar na atividade E, acesse o link http://www.youtube.com/watch?
v=xwYchA3M0Dg para que os alunos assistam ao vídeo com a música Coração de
Estudante, de Milton Nascimento.
Definindo Poema e Poesia: Uma das propostas dessa etapa é levar os alunos ao
Laboratório de Informática, a fim de realizar a pesquisa sugerida. É importante, nesse
momento de atividade fora da sala de aula, que sejam explicadas aos alunos as regras do
Laboratório de Informática. Peça a eles que anotem as definições que mais lhe chamarem
a atenção. Para esta atividade, damos a sugestão dos sites:
✗ http://www.educacao.uol.com.br/portugues/versifcacao-difinicoes.jhtm
✗ http://www.sobresites.com/poesia/artigos/poema/htm
Trabalho com os textos desta atividade: Professor, oriente seus alunos a
observar e explore com eles a temática apresentada, as rimas, o ritmo, a disposição
gráfica de cada verso, as repetições, a pontuação, a linguagem figurada, enfim, os
diversos recursos característicos de um texto poético. São estes recursos que, além de
estabelecer uma associação com a imagem sugerida, tornam o texto expressivo e
reforçam aspectos da mensagem. Leve-os a perceber que a utilização de determinadas
palavras e o ritmo dos versos imprimem beleza ao texto e auxiliam na construção da
sonoridade do poema.
Figuras de Linguagem: Nas atividades que têm como foco as figuras de
linguagem, foram abordadas algumas figuras mais incidentes nos poemas. Se achar
pertinente, acrescente outras. Explique aos alunos que a finalidade primordial desse
conteúdo é aprender novas maneiras de se expressar. Não é imprescindível que os
alunos decorem os nomes das figuras.
Aproveite a diversidade de sentidos das palavras e as figuras de linguagem para
mostrar como a poesia usa da conotação e do recurso da multiplicidade de interpretações
as quais dependem da experiência de leitura de cada pessoa e de sua visão de mundo.
Leve-os a perceber que as imagens sugeridas no poema não são só visuais, mas também
podem ser auditivas, olfativas, sonoras.
Ilustração do Poema – Última Atividade: Professor, para o trabalho de ilustração
do poema, solicite aos alunos que tragam revistas, papéis coloridos ou outros materiais
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que poderão ser usados como recorte e colagem. A exposição da atividade no mural
serve como valorização e estímulo aos alunos.
ATIVIDADE 3
Vídeo do Jornal da Globo: Professor, o link www.youtube.com/watch?v=5-
24eF56FFM&feature=related apresenta uma reportagem que pode ser utilizada a fim de
contextualizar o haicai e de aproximar o assunto dos alunos. Assista ao vídeo com eles e
promova um debate acerca das ideias, imagens e informações nele contidas.
Vídeo – Caixa de Hai Kai: Professor, este é um momento interessante dos alunos
começarem a ter contato com haicais de diversos autores, incluindo a autora em estudo.
Para isso, acesse o link http://www.naoser.hpg.ig.com.br/hai-kai.htm que apresenta uma
síntese sobre o haicai. E, ao clicar o nome do autor, aparece o seu haicai acompanhado
de um fundo musical agradável.
A seguir, converse com eles a respeito dos haicais, de qual mais gostaram, o que
perceberam de diferenças e semelhanças entre os haicais. Se achar conveniente, peça
que escolham um haicai, treinem em casa para apresentá-los à turma.
Já o link www.seabra.com/haikai/ propõe uma navegação aleatória pelas centenas
de haicais. Ao clicar em uma flor, surgem sucessivos haicais para serem lidos e
apreciados.
Professor, lembre-se de, durante a atividade 3, falar um pouco sobre Matsuo Bashô
(1644-1694), o mais famoso dos escritores japoneses e o principal representante do
gênero Haicai. Sempre escolheu uma vida o mais simples possível, invejando as nuvens,
porque podiam percorrer longas distâncias, tendo com elas tudo aquilo de que
necessitavam.
Haicai: Professor, em relação ao haicai tradicional, convém trabalhar o histórico
como também as características gerais referentes ao tema, métrica, ritmo.
A seguir, há um breve histórico do haicai que pode ser enriquecido acessando o site
http://www.sumauma.net .
Informe a seus alunos que um haicai é todo feio de imagens e são essas imagens
que criam as sensações sugeridas. Ensine-os a ler devagar, de forma bem natural,
concentrados na enunciação, nas pausas para a quebra de linhas. Peça para escutarem,
desfrutarem das palavras, usarem a imaginação.
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Tema de Estudo:
Os haicais paranaenses de Helena
KolodyHOKKU, HAIKAI, HAIKU, HAICAI
Segundo Guttilla (2009), o haicai é um poema de origem japonesa, descendente de
uma antiquíssima linhagem que remonta ao século VII depois de Cristo: nesse período
surge o waka (ou “poema à moda do país Wa”, como os chineses chamavam o Japão.
A poesia em Haiku (Haicai) é considerada a forma mais sublime de manter
sentimentos humanos e ocupa uma posição preciosa dentro da literatura japonesa.
Existem duas formas de poemas: o Tanka ou Waka (poemas curtos) e Chôka
(poemas longos). Mais tarde, surge uma nova forma conhecida por Renga e, em seguida,
por renga haikai, ou renku. Enquanto Tanka é um poema que expressa o sentimento puro
da pessoa e foi apreciado pelos nobres e aristocratas, o Haiku (haicai) foi escrito com
uma visão mais objetiva e foi apreciado pelo povo. De acordo com Nakayama (2002), o
formato do poema é extremamente sintético, as palavras são simples, mas o mundo
sugerido dentro dele mostra uma amplitude imensa, que é o ideal de Haiku.
No Brasil, sua chegada se deu no início do século XX e hoje conta com muitos
praticantes e estudiosos brasileiros. Segundo o norte-americano Harold G. Henderson
(1880 – 1974) , em Haiku in English, o haicai clássico japonês sempre tem 17 sílabas
japonesas, divididas em três versos de cinco, sete e cinco sílabas, contém alguma
referência à natureza, refere-se a um acontecimento particular e apresenta esse fato no
presente.
Ao passar para outros países, algumas das regras anteriores foram seguidas com
maior ou menor fidelidade, enquanto outras acabaram mesmo ignoradas, dependendo de
cada poeta ou da escola seguida, como explica H. Masuda Goga (1911 – 2008), que foi o
maior incentivador da modalidade no Brasil.
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Para o haicaísta Franchetti (2008), nem todo conjunto de três versos rimados, que
evoquem natureza e tragam uma “sacada” espirituosa, pode ser considerado um haicai.
Para o autor, é preciso ir além: portar uma estratégia própria de composição e recepção
do poema que demonstre, com sensibilidade, determinada atitude diante do mundo e da
linguagem poética.
Franchetti (2008) afirma que o haicai é ainda a arte de anotar em linguagem
despojada as sensações fugazes (especialmente aquelas provocadas pela passagem do
tempo e pela sucessão das estações do ano). O autor reitera que o haicai não tem por
objetivo a beleza da imagem ou da combinação dos sons, mas sim o registro de uma
sensação, o que julga ser o que realmente importa ao tentarmos incorporar os clássicos
japoneses. Para o autor, o haicai se limita a situar uma dada impressão sensória e revela
para o leitor a presentificação de um instante como algo inacabado, aberto, e não passível
de tornar a acontecer.
No trabalho com haicai, há que se considerar que seu tema central é o kigo (palavra de estação) que faz a ligação da poesia com a natureza e a vida. Cada estação
do ano tem sua sensibilidade poética:
Primavera: alegria, renovação, amor, flores, juventude;
Verão: vivacidade, liberdade, calor, maturidade;
Outono: melancolia, decadência, nostalgia, colheita, senectude;
Inverno: tranquilidade, reclusão, morte, repouso, frio.
No Haicai não há a obrigatoriedade de rima nem título. O haicaísta, profissional ou
não, deve captar o instante, o “aqui e agora” e colocá-lo em seu poema. Considerado um
diálogo entre o autor e o apreciador, sua linguagem deve ser simples, despojada, e falar
tudo em poucas palavras, sem explicações desnecessárias. O haicai refletirá a cultura do
país onde vive o haicaísta, sempre respeitando-se sua estrutura e concisão, atendo-se ao
essencial, ao despojamento do ego. Aliberti (2008, página, p. 1) afirma que
o haicai sempre exprime um momento vivenciado no presente. Sendo baseado na natureza, obrigatoriamente fala de coisas concretas, com existência física. E ao falar do presente através de coisas concretas, necessariamente alude à temporalidade, ao provisório e ao efêmero, marcas do mundo terreno. Em outras palavras, o haicai é um veículo para a expressão da transitoriedade, e esta é evidenciada através do uso dos termos-de-estação ou kigos. Signos de um mundo em constante mutação, os kigos se sucedem ao longo do ciclo anual, representando a própria imagem da transitoriedade.
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Da mesma forma que não há obrigatoriedade na utilização de rima e título, também
não há a obrigatoriedade no uso de letras maiúsculas no início dos versos nem a
preocupação exacerbada com a aplicação da pontuação.
Referências
ALIBERTI, Rosangela. Uma singela contribuição a respeito de haicais. Disponível em <http://rosangelaaliberti.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=55502008> Acesso em 12/04/2010.
FRANCHETTI, Paulo. Oeste/Nishi. Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2008.
GUTTILLA, Rodolfo Witzig. Boa Companhia: haicai. São Paulo: Companhia da Letras, 2009.
NAKAYAMA, Haruka. Haiku e Kigo: Origem, evolução e universo terminológico. In: Anais de XIII. Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa. São Paulo, Centro de Estudo da USP.2002.
Professor, mostre que no Ocidente as regras clássicas do haicai são mais flexíveis,
que o assunto não é limitado somente à natureza, pois o uso de imagens percebidas
pelos demais sentidos também faz parte da natureza. E a autora em estudo produz seus
haicais dessa forma.
As questões 7 e 8 que falam sobre o sonho podem gerar discordâncias, mas,
afinal, interpretação de texto literário deve ser assim mesmo. Caso ocorra algum impasse,
deixe claro, professor, que sonho é um estado se pensarmos na condição de quem
sonha, mas é uma ação do ponto de vista da configuração do próprio sonhar, que é
dinâmico!
Atividade de Pesquisa sobre a autora: Professor, estimule seus alunos à
pesquisa, oriente-os quanto à bibliografia, ofereça outras. Lembre-se de que a pesquisa, a
montagem do painel e sua divulgação para a turma ampliam o contato do aluno com a
vida e a obra da autora em estudo.
Converse previamente com a direção ou supervisão da escola a fim de pedir
autorização para o trabalho de seus alunos.
Exercício 8 (Pesquisa): Professor, convide seus alunos a continuar o haicai. A
sugestão dada auxilia, principalmente, aqueles que apresentam certa dificuldade de iniciar
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seu poema. Deixe-os livres para mudarem esse início.
É importante sua gentileza e aceitação das tentativas de criação, recriação de seus
alunos. Encorage-os sempre a prosseguir com suas produções.
Relembre a seus alunos de que um haicai é todo feito de imagens e que eles
devem buscar na concentração e percepção atenta o momento de expressarem-se.
ATIVIDADE 4
Vídeo de Vera Vilela (Haicais de Verão): Professor, antes de acessar o site
http://www.youtube.com/watch?v=uoCEZJ1okII, solicite aos alunos que observem
atentamente a composição harmônica do vídeo o qual, além dos recursos visuais, utiliza
recursos sonoros e semânticos.
No decorrer das atividades orais, questione, explore cada um desses elementos
que, combinados e associados, participam da construção de sentidos de todo o contexto.
Use-o como uma atividade socializadora de saberes que dão sentido ao trabalho
com haicai.
Em seguida, cada dupla seleciona e copia um dos haicais do vídeo. Peça que
façam uma releitura do poema. Convide-os a explicar a escolha como também uma
abordagem da sugestão, da mensagem presente no haicai.
Após essa atividade oral, auxilie-os na confecção do quebra-cabeça. Para esse
trabalho de ilustração do poema e confecção do quebra-cabeça, solicite, com
antecedência aos alunos que tragam o material a ser utilizado. Depois de pronto, cada
dupla troca com outra o seu trabalho para brincar em sala de aula. Uma boa sugestão é a
doação deste material à biblioteca para a apreciação de outros alunos.
Produção e reescrita: Professor, converse com seus alunos sobre os aspectos
que envolvem a produção de um texto, a situação de comunicação. Reforce a sua
posição enquanto autor do texto, o que pretende expressar, para quem, com qual
finalidade.
Caso seja necessário, retome, oralmente ou faça um breve resumo acerca dos
recursos poéticos trabalhados. Incentive-os a usar esses recursos, a brincar com as
palavras, com as imagens e os sons a fim de imprimir em seu texto o seu olhar especial,
particular de ver o mundo e de expressar com sensibilidade tudo o que foi captado,
percebido por eles. Lembre-os da necessidade de fazer a releitura do texto produzido .
No momento da reescrita, auxilie-os, quando solicitado, a fazer os ajustes
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necessários, sem interferir no estilo de cada um.
Lembre-os também da exposição que será organizada.
Professor, determine o momento e organize a exposição dos trabalhos (na
biblioteca ou em uma sala preparada para visita da comunidade escolar).
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Sugestões de leitura para o professor
✗ GEBARA, Ana Elvira Luciano. A Poesia na Escola: Leitura e Análise de poesia para Crianças. Coleção Aprender e Ensinar com Textos. 1ed. 1Vol. São Paulo: Cortez, 2002.
✗ GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. São Paulo: Ática, 2007.
✗ LYRA, Pedro. Conceito de Poesia. São Paulo: Ática, 1986.
✗ MASSAUD, Moisés. A criação literária. São Paulo: Cultrix, 1998.