Da Revolta à Guerra Civil
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Do governo de Palmela (verão de 1846) à Patuleia (Outubro de 1846 a Junho de 1847)
Da Revolta à Guerra Civil 1
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Comem a seara os pardais?É por culpa dos Cabrais.
Não medram os milheirais?Pois a culpa é dos Cabrais.
… Primavera de 1845 -
46
O Cabral fugiu para Espanhacom uma carga de sardinha.Tal a pressa que levava,nem disse adeus à rainha.
Verão de 1846Aprende, rainha, aprende,Mede agora o teu poder,Tu de um lado, o povo doutro,Qual dos dois há-de vencer.
Outono - Verão de 1846 - 47
A musa contestatári
a
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Primavera de 1846 / Primavera de 1847 – evolução política
“Comem a seara os pardais? …” •Maria da Fonte•Março – Maio de 1846
“O Cabral fugiu para Espanha…”
•Governo Palmela•Verão de 1846
“Aprende rainha aprende…”
•Guerra civil da Patuleia•Outubro de 1846 – Verão de
1847
G
E
R OU
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ER O
U
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- Leis da Saúde;- Reforma fiscal.
- Fraude eleitoral;
- Promiscuidade
na relação Estado /
Companhias.
- Controlo do poder
executivo sobre o legislativo;
- Desrespeito pelos princípios constitucionais;
- - Desrespeito pela autonomia
local
Acusações da oposição a Costa Cabral
Legislação inadequada à situação do povo
CorrupçãoDespotismo
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Governo Palmela – 21 de Maio de 1846 / 6 de Outubro de 1846
Empossado em 21 de Maio de 1846
Objectivos
Conseguir acalmia política do país de modo
a …
… isolar os irreconciliáveis;
… obter a dissolução das
juntas revolucionárias
Processos
Gerir uma política de
cedências que, em simultâneo…
- permitisse responder às exigências da
oposição Setembrista;- pudesse ser
aceite pela rainha e pelo cartismo
moderado
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Dificuldades políticas – conciliar os opostos
A oposição Setembrista exigia:
Revogação das “Leis da Saúde”
Revogação da reforma fiscal
Revisão do Código Administrativo
Demissões de figuras públicas – civis e militares – conotadas
com o cabralismo
Convocação de eleições para a reunião de Cortes Constituintes
Posição da Rainha
Alguma oposição
Alguma oposição
Recusa
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Artigo de “ O Grito Nacional” – 5 de Junho de 1846
“Os militares não querem as demissões? Leve-lhas
o Ministério, escritas em sangue. O trono não que
abraçar deveras o povo? Pois retire-se o Ministério
do seu lado. E se a Corte vier depois para nos abrir
os braços, já temos a resposta pronta – é muito
tarde.”
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Dificuldades financeiras – a dívida pública
Total da Dívida Pública Portuguesa
Divida interna Divida externa20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
55000
60000
65000
70000
75000
80000
85000
90000 83000
3900044000
Dívida Pública Portuguesa em 1851 (em milhares de contos)
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1841-42 1842-43 1843-44 1844-455
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15 14 14
12
11
9
10 10
9
Despesas e receitas do Estado português (em milhares de contos)
DespesasReceitas
Dificuldades financeiras – problemas orçamentais
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Dificuldades financeiras – a balança comercial
"1844" "1846"4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
6580
9826
8543
10806
Exportações e Importações (em milhares de contos)
Exportações
Importações
Exp. Imp.0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
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Dificuldades financeiras – os credores internos
Banco de Lisboa – banco emissor de moeda em
papel
“Companhias” – Confiança Nacional -
Tabaco, Sabão e Pólvora - Obras Públicas
Cre
dore
s In
tern
os
do
Est
ado
Alguma
liquidez
Insolvência ou próxim
o
♦ Desvalorização dos títulos;
♦ Suspensão de pagamentos.
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Dificuldades financeiras – os problemas fiduciários
Unidade monetária – o Real (plural – reis);
moeda metálicaTipo de moeda em circulação
notas (Banco de Lisboa)
1846 moeda
circulante
Pânico – quem não tem notas não quer recebê-las; quem as tem tenta desembaraçar – se delas.
Situação gerada
pela queda de
Costa Cabral?
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Dificuldades financeiras – os problemas fiduciários
Decretado o curso forçado e inconvertibilidade das notas
Medida do
Governo Palmela
Desvalorização das notas – deixam de circular pelo seu valor facial
Reflexo nos montantes dos pagamentos.
Consequências da medida
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Oliveira Martins analisando a situação do país no Verão de 1846
Os financeiros perdiam-se, olhando o Tesouro vazio; e
sob o nome de economias decretavam uma
bancarrota duas vezes má: porque rematava a crise,
acabando de arruinar o crédito (…) sem ficarem com
isso habilitados a pagar o resto dos juros, nem dos
ordenados.
A dívida interna, já com o desconto de uma décima,
recebia segunda, e duas de uma vez a externa.
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Oliveira Martins analisando a situação do país no Verão de 1846 (continuação1)
Ao mesmo tempo os empregados sofriam uma
dedução de duas décimas (Decreto de 21 de Agosto).
A Bolsa fecha: não há quem dê um real pelas
inscrições; e o rebate das notas cresce, cresce
sempre.
Em 1 de Outubro uma medida rasgada, acompanhada
de conselhos prudentes e de exortações patrióticas,
apareceu no Diário. As moratórias, o curso forçado
das notas, prorrogavam-se até ao fim do ano. Mas
descansem (…) o
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Governo punha um fiscal seu no Banco e nesses três
meses ia arranjar-se o dinheiro para lhe pagar e ele então
pagar as notas.(…) Criava-se a Caixa de Amortizações (…)
e (…) essa Caixa havia de encher-se depressa. (…) Eram
palavras ou poeira a ver se cegavam a vista dos credores.
Baldado empenho que só deu de si pô-los decididamente
do lado da reacção tramada, uma vez que a fraqueza
“palmetista” não era capaz de resolver uma crise na qual
Oliveira Martins analisando a situação do país no Verão de 1846 (continuação2)
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tinham as fortunas arriscadas.
Passou o dia 6 de Outubro; ganhou-se a vitória; mas
deram todos com inimigos imprevistos. Protestava,
insurgia-se o Reino. (…) Em vez da paz era a guerra;
em vez da fortuna a ruína total.
Oliveira Martins analisando a situação do país no Verão de 1846 (continuação3)
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1818
♦ Redução do
poder de
compra;
♦ Alta de
preços
♦ Atrasos nos
pagamentos;
♦ Desemprego.Descontentamento social
♦ Questão
eleitoral
♦ Dificuldades em:
♦ gerar
consensos;
♦ combater a
crise
Os três eixos da
“fraqueza“palmelist
a”