Da Roménia para o mundo

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O novo agregador das comunicações 16 Novembro de 2011 www.fibra.pt IntErnEt Da Roménia para o mundo A BitDefender é vista, na Roménia, como uma bandeira. A prova de que é possível a uma empresa de um país pequeno vencer o preconceito e ser bem sucedida no panorama mundial. O orgulho está patente na entrevista do ceo, Florin Talpes, ao Fibra, em Bucareste e Alemanha. O plano é estender- -se ao Dubai e ao Médio Oriente a muito curto prazo. Na conferência mundial em que anunciou o rebranding da marca, Florin Talpes sublinhou que “o melhor ano ainda está para che- gar” e isso acontece porque a BitDefender está agora a atraves- sar uma nova fase na qual “o valor da empresa vai aumentar signifi- cativamente nos próximos anos”. “Esta nova fase inclui várias li- nhas, produtos, entre outros”, acrescentou. Ainda assim, tanto os colabora- dores da empresa, como o pró- prio ceo falam da companhia com alguma emoção. É uma questão de orgulho: “A Romé- nia é um pequeno player a nível mundial. Portugal é similar. Pre- cisamos, enquanto nação, de ser bem sucedidos. Na Roménia, temos um sistema de educação muito forte na área da Matemá- tica e da Ciência, pessoas muito bem preparadas, porque é que não podemos ter sucesso global- mente ao nível do conhecimento “‘O melhor ano ainda está para chegar’ e isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual ‘o valor da empresa vai aumentar significativamente nos próximos anos’” Filipe Santa Bárbara jornalista* fsb@briefing.pt A empresa tem nacionalidade romena e, actualmente, é um dos grandes players do merca- do no segmento da segurança informática. Florin Talpes, ceo da BitDefender, disse, na sede da empresa, em Bucareste, que a ambição não se fica pelos re- sultados conseguidos até agora. Querem mais. Actualmente, a empresa vende os seus produtos em mais de 100 países e está presente com as suas próprias equipas nos EUA, Canadá, Reino Unido, Espanha

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O novo agregador das comunicações16 Novembro de 2011

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Da Roménia para o mundo

A BitDefender é vista, na Roménia, como uma bandeira. A prova de que é possível a uma empresa de um país pequeno vencer o preconceito e ser bem sucedida no panorama mundial. O orgulho está patente na entrevista do ceo, Florin Talpes, ao Fibra, em Bucareste

e Alemanha. O plano é estender--se ao Dubai e ao Médio Oriente a muito curto prazo. Na conferência mundial em que anunciou o rebranding da marca, Florin Talpes sublinhou que “o melhor ano ainda está para che-gar” e isso acontece porque a BitDefender está agora a atraves-sar uma nova fase na qual “o valor da empresa vai aumentar signifi-cativamente nos próximos anos”. “Esta nova fase inclui várias li-nhas, produtos, entre outros”, acrescentou.

Ainda assim, tanto os colabora-dores da empresa, como o pró-prio ceo falam da companhia com alguma emoção. É uma questão de orgulho: “A Romé-nia é um pequeno player a nível mundial. Portugal é similar. Pre-cisamos, enquanto nação, de ser bem sucedidos. Na Roménia, temos um sistema de educação muito forte na área da Matemá-tica e da Ciência, pessoas muito bem preparadas, porque é que não podemos ter sucesso global-mente ao nível do conhecimento

“‘O melhor ano ainda está para chegar’ e

isso acontece porque a BitDefender está agora a atravessar uma nova fase na qual ‘o valor da empresa vai aumentar significativamente nos

próximos anos’”

Filipe Santa Bárbarajornalista*

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A empresa tem nacionalidade romena e, actualmente, é um dos grandes players do merca-do no segmento da segurança informática. Florin Talpes, ceo da BitDefender, disse, na sede da empresa, em Bucareste, que a ambição não se fica pelos re-sultados conseguidos até agora. Querem mais.Actualmente, a empresa vende os seus produtos em mais de 100 países e está presente com as suas próprias equipas nos EUA, Canadá, Reino Unido, Espanha

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e da inovação? É esta a pergunta que as pequenas nações devem fazer a si próprias!”, comenta. “Não podemos ser tão bem suce-didos em alguns factores como a India e a China, porque eles são grandes, mas olhando para Israel, que é um pequeno país, eles são poderosos na construção de pro-priedade intelectual, na constru-ção de inovação. É esse o cami-nho!”. É isso que o leva a acreditar que “é possível ser bem sucedido sendo uma nação pequena”.Talpes considera mesmo que a BitDefender é vista como uma bandeira: “Mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Estamos a fazê-lo, vocês também conse-guem”, justifica ao Fibra.Não obstante o sucesso, o execu-tivo não divulga dados financeiros da empresa, mas garante que a maior parte das receitas vem dos consumidores. No entanto, “no futuro é muito provável que o sector corporativo se torne domi-nante”. E precisamente para o futuro, a BitDefender está concentrada em liderar o segmento de security vir-tualization e, através de diferentes ferramentas, dominar a protecção dos social media. Talpes afirma que estes são os dois segmentos chave para a companhia.

Até porque não tem dúvidas de que o fenómeno do hacktivism veio para ficar. Daí que procu-rar vulnerabilidades seja um dos caminhos que as empresas de segurança têm pela frente. “Tu encontras uma vulnerabilidade, uma desconhecida, e o que é que fazes depois? Partilhas essa vul-nerabilidade com a empresa para que ela a possa corrigir o mais depressa possível ou usas essa falha para penetrar nos utiliza-dores desse hardware ou softwa-re?”, questiona Talpes, respon-dendo que, “actualmente, os dois lados estão a desenvolver-se”. Neste sentido, é também um ob-jectivo da BitDefender educar os utilizadores, organizações e em-presas para a segurança e para a importância de proteger as máquinas e de se protegerem a si próprios. Na convicção de que uma boa educação neste tema é uma protecção muito forte para combater possíveis ataques.Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar lide-rar o mercado da segurança infor-mática. Mas esta não é a sua única meta: propõe-se também elevar o seu país e mostrar que os peque-nos players mundiais também con-seguem ser bem sucedidos. E a BitDefender está a prová-lo.

* Na Roménia

Florin Talpes espera que a empresa continue a crescer e a procurar liderar o mercado da

segurança informática. Mas esta não é a sua única meta: propõe- -se também elevar

o seu país e mostrar que os pequenos players

mundiais também conseguem ser bem sucedidos”

Florin Talpes tem 54 anos e diz que está “a ar-ruinar a média de idades” da BitDefender. É uma das pessoas mais velhas da empresa, mas considera-se muito jovem e com o entusiasmo a crescer de dia para dia.Considera, aliás, que esta é uma indústria para os jovens e que é aqui que está também o seu futu-ro. Daí a proximidade entre a empresa e o meio académico da Roménia: “Trabalhamos muito per-to das universidades. Proporcionamos estágios e tentamos ensinar aos estudantes várias coisas

acerca da indústria”. “Enquanto mercado, preci-samos de qualidade”, afiança, realçando que a qualidade também vem do meio académico. Na sua opinião, “alinhar a indústria com o siste-ma educativo, porque eles não estão necessa-riamente alinhados”, é algo que deve ser feito rapidamente. “É muito possível que o sistema educativo tenha um output que não corresponde às necessidades da indústria”, argumenta, de-fendendo que “é preciso construir o ecossistema certo para a inovação tecnológica”.

Uma indústria para jovensPERFIL

“A BitDefender é vista como uma bandeira: ‘Nós mostramos aos outros que é possível fazê-lo. Nós estamos a fazê-lo, vocês também conseguem!’”