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ABIM 005 JV Ano IX - Nº 79 - Nov/16

SEJAMOS PARTE

DA SOLUÇÃO!

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

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PROMOÇÃO

Revista Arte Real

Edição Impresssa

22 exemplares

Avulsas - R$ 13,00/exemplar

EditorialNesta edição, através da matéria de autoria do

irmão Roberto Bondarik, intitulada “A Instrumentação para a Evolução do Maçom”, apresentamos uma excelente oportunidade de reflexão aos nossos leitores, quanto ao seu aperfeiçoamento em sua caminhada iniciática.

O ilustre Irmão Hercule Spoladore, como de praxe, oferece-nos mais uma pérola de seu repleto acervo de trabalhos: “Altar de Juramentos - Posicionamento nas Lojas do REAA”, cujo título original é “Posição do Altar de Juramentos em Loja do REAA”. Trabalho de profunda pesquisa, elaborado com a maestria que lhe peculiar.

Abrilhantando, ainda, mais esta edição, o Sapientíssimo Grão-Mestre Adjunto, o Irmão Eurípedes Barbosa Nunes, maçom dedicado à cultura maçônica, oferece-nos a matéria de sua lavra, intitulada “Só Sei Que Nada Sei”, publicada no Jornal Diário da Manhã, em 13 de abril de 2013, onde, com muita propriedade, apresenta o homem mais sábio do mundo, segundo o Oráculo de Delfos, chamando-nos à reflexão quanto à vaidade e a necessidade de estarmos abertos ao conhecimento.

Por fim, de nossa lavra, conclamamos o Povo Brasileiro a não fugir à luta, através da Matéria de Capa “Sejamos Parte da Solução!”, despertando para

ação, exigindo a moralidade e a prática da ética nas instituições públicas.

Jamais, deixaremos de cumprir com a missão que nos cabe. Como instrumento de comunicação e de conscientização dos verdadeiros valores, não nos calaremos, pois estamos comprometidos com a recuperação de nossa Pátria, tão subtraída por malfeitores que estão no poder, e na calada da noite, aproveitam-se para arquitetam o golpe no povo brasileiro.

Encontrar-nos-emos na próxima edição!

Trata-se de uma coleção histórica de 22 edições publicadas, no período de jul/12 a fev/16. Nada tem a ver com a edição virtual. Confeccionada em 28 pg, em papel couchê, diagramação e edição de imagens de alto padrão. Solicite-nos através do e-mail [email protected]

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A Instrumentação para a Evolução do Maçom!

Roberto Bondarik

Praticamente, a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicou importantes e substanciais linhas,

senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria. Torna-se praticamente impossível referir-se à Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos.

Cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise, por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original.

A visão que se possui sobre um símbolo é, sempre, pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão à Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem.

Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas: Simpatia; Intuição; Inteligência; Compreensão ou Discernimento; Graça ou Revelação.

Na Maçonaria, a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provem da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais. Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais, corporativamente organizados, constituíam a Maçonaria Operativa, que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas: “Embora, não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois, caso contrário, não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna. A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (...), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (...)” (PETERS, 2003)

O escritor Ambrósio Peters, coloca-nos, ainda, que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais à existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica). Cabe destacar, também, que são desses símbolos que os Maçons, metaforicamente, retiram os princípios básicos e os

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seus principais ensinamentos éticos e morais: “O trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua, para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas; o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada; o nível e o prumo, para assentá-las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto, três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (...)” (PETERS, 2003)

Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos. Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização: A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras; O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras; A aplicação e o assentamento das pedras na construção.

Estes conjuntos de instrumentos, que são necessários à execução de cada etapa da obra, indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente, os diversos Graus que nela existem. Cada Grau representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.

Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante às mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos. A reflexão e a consequente meditação são essenciais à compreensão da linguagem maçônica.

O avanço pelos diversos graus, portanto, não deve ser considerado pelo tempo que está sendo empregado, não deve ser conduzidos pela pressa. O que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar, com segurança e sabedoria, os degraus da Escada de Jacó.

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ALTAR DE JURAMENTOS Posicionamento nas Lojas do REAA

Hercule Spoladore

O Altar dos Juramentos faz parte do mobiliário de uma Loja, aqui no Brasil, nos seguintes Ritos: REAA, Adonhiramita, Brasileiro e Rito de York

Americano (Lojas Azuis). Não fazendo parte nos Rito Francês ou Moderno, Trabalho de Emulação, Rito de Schröder ou Alemão e no Rito Escocês Retificado.

No REAA, na maioria das lojas, ele está, atualmente, situado no Ocidente, no centro da Loja. Entretanto, em muitas Lojas ele está no Oriente, seu verdadeiro lugar.

No Rito de York Americano, também, ele está localizado no centro da Loja, aliás, esta, sempre, foi sua posição desde a criação do Rito. Nos Ritos Adonhiramita e Rito Brasileiro ele, sempre esteve localizado no Oriente.

Quanto à sua posição em Loja, tem que se considerar vários aspectos: ele seria um símbolo de origem puramente maçônica, criado a partir do pedestal ou altar do Venerável, onde nos ritos antigos, especialmente na Inglaterra, os iniciados, ajoelhados em frente ao Altar, prestavam seu juramento; o Altar dos Juramentos seria uma cópia do Altar-Mor das Igrejas Católicas. Sabemos que a Maçonaria copiou muita coisa da Igreja, inclusive o Templo, o qual, de Templo de Salomão não tem nada ou, apenas, o lembra. Quando se fala em Templo de Salomão tudo é simbólico ou alegórico. Quando a Maçonaria começou a existir perto à Igreja Católica, simplesmente, já existia há mil anos. E a Maçonaria copiou muita coisa da Igreja Católica, aliás, não só da Igreja Católica, bem como de entidades iniciáticas antigas, da Bíblia e, também, assimilou muita coisa da cultura dos antigos, seus símbolos suas lendas; ou ele seria um símbolo equivalente a uma peça

do Templo de Salomão, correspondente ao Altar dos Holocaustos.

Têm Irmãos estudiosos como Teobaldo Varoli Filho e João Nery Guimarães, Pedro, Juk, além de outros, que defendem que este símbolo tem seu verdadeiro lugar no Oriente, alegando que na Maçonaria Primitiva os compromissos eram tomados no próprio Altar do Venerável sendo, portanto, uma tradição que deveria ser respeitada. A Maçonaria Inglesa, através do Trabalho de Emulação e o Rito Escocês Retificado, ainda, usam esse sistema. Na França, quando o REAA foi reorganizado em 1804, quando o iniciando fazia seu juramento no primeiro grau, ficava ajoelhado em frente ao Altar do Venerável.

Posteriormente, por comodidade e diversidade de potências e de ritos, criou-se um complemento prismático triangular no próprio Altar e que com o tempo criaram um tamborete ou móvel triangular, posteriormente, de forma quadrangular completamente desvinculado do mesmo, porém com localização no Oriente. Esse seria um dos poucos símbolos genuinamente maçônico, já que os demais são todos emprestados de outras entidades iniciáticas esotéricas, da Igreja Católica, da Bíblia e da cultura e crenças de povos antigos, etc., e que a correspondência do Altar dos Juramentos seria com o Altar–Mor da Igreja Católica, isso, inicialmente, quando a Maçonaria começou a trabalhar em Templos, porque depois criaram um móvel próprio para as Iniciações. Mas, inicialmente, teria sido cópia do Altar-Mor, segundo o escritor maçônico José Castellani.

Outros autores defendem que a posição do Altar dos Juramentos seria no Ocidente, copiando ou

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comparando com o Templo de Salomão, que seria uma alegoria ao Altar dos Holocaustos, o qual, a exemplo do Mar e Bronze, Colunas J e B, Altar dos Perfumes, que na descrição bíblica estavam fora do templo, foram interiorizados para dentro dos templos maçônicos e ganharam vida própria e outras interpretações simbólicas.

Segundo outros autores, o Altar dos Holocaustos, situado no centro do pátio do Templo de Salomão, para os judeus, era um altar de sacrifícios, onde ofereciam uma vítima para louvar a Deus, geralmente um animal. No Altar dos Juramentos, para muitos autores, o Iniciando oferece o sacrifício de vencer suas paixões, e renascer para uma nova vida. Tudo o que se está falando é puramente simbólico. Os autores que interpretam assim acham que o Altar deva estar no centro da Loja, porque ele estava no centro do pátio, por fora do Templo de Salomão. Parece que essa

intepretação não tem respaldo pela maioria dos autores.

Para certas Potências no Brasil, que praticam o REAA, o Altar dos Juramentos está no local correto, ou seja, no Oriente, já que, historicamente, ele estava no Oriente, desde sua origem. Simbolicamente, o lugar dele é no Oriente. Outras Potências o colocaram no centro da Loja, dando a sua própria interpretação desse símbolo.

Possivelmente, foi para facilitar o trânsito dos Diáconos e do Mestre de Cerimônia durante a sessão, já que em muitos templos, o Altar dos Juramentos, no Oriente, atrapalha essa deambulação por se ter pouco espaço.

Todavia, tradição é tradição e o local correto do Altar dos Juramentos é no Oriente, segundo a maioria dos autores.

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Só Sei Que Nada Sei

“Sábio é aquele que conhece os limites de

sua própria ignorância.”

Barbosa Nunes

Volto, neste artigo, ao período entre 469 a.C. a 399 a.C., em que viveu o filósofo da Grécia Antiga, Sócrates, nome que significa “aquele

que tem autocontrole nos atos e nas palavras”. É considerado um dos fundadores da filosofia ocidental. Renomado por sua contribuição no campo da ética, foi peça fundamental no mundo da filosofia, dividida em dois tempos, anterior e pós Sócrates. De acordo com estudiosos e pesquisadores, apesar de ter sido considerado um dos homens mais inteligentes, não foi reconhecido pela aristocracia grega, pois suas ideias eram contrárias ao funcionamento da sociedade da época.

As pessoas que eram contra Sócrates afirmavam que ele tinha contato com demônios, não era pessoa normal e que necessitava de tratamento e até mesmo da morte. “Sócrates, sempre, acreditou que existia vida após a morte, que somos todos uma família, homens e espíritos são os mesmos. Suas teorias ligadas à vida após a morte e ao espiritismo são tão importantes que elas foram colocadas em dois livros espíritas, que são: Livro dos Espíritos, que é o melhor livro e o mais conhecido do espiritismo, e o Livro dos Médiuns, que fala sobre mediunidade e tudo mais”, ambos de autoria de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.

Angariava mais e mais discípulos, deixando irados os professores da época. Eles não concordavam com os pensamentos de Sócrates, o que lhe trouxe muitos inimigos e intrigas. A ele foram proferidas três acusações: “Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado, de introduzir divindades novas e, ainda, culpado de corromper a juventude”. Castigo pedido: “A morte”.

O tribunal constituído por 501 cidadãos o condenou, não à morte, mas ao exílio para sempre, ou a lhe ser cortada a língua, impossibilitando-o assim, de ensinar aos demais. Caso negasse, seria morto. Após receber a sentença disse: “Vocês me deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos. A outra, que eu não conheço, que é a morte. Escolho pois, o desconhecido”.

Sócrates foi resoluto em suas posições e não fez nenhuma concessão. Para ele, propor qualquer penalidade, mesmo que fosse uma pequena multa, seria aceitar a culpa que queriam lhe imputar. Não abrindo mão de suas ideias foi condenado a beber o veneno da morte, extraído de uma planta chamada cicuta, hoje, também, conhecido como “veneno de Sócrates”.

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Muitos leitores poderão interpretar que Sócrates foi radical, fanático e não cedeu em um ponto sequer, para salvar sua vida. Aplicando, simbolicamente, esse posicionamento no mundo de hoje, vamos identificar, com raríssimas exceções, homens que defendem suas ideias com essa firmeza, pois os de hoje têm o seu preço e se vendem na medida em que as boas ofertas aparecem e vão aumentando.

Em uma oportunidade, foi apontado pelo Oráculo de Delfos como “o mais sábio de todos os homens”, ao que ele reagiu: “Só sei que nada sei”. Falava que o verdadeiro sábio, aquele que tendo consciência da sua ignorância, abre o coração para ouvir, ler, viver, enfim, aprender.

Estou cansado de ouvir pessoas que dizem: eu sei isso, sei aquilo, sei tudo. Já vivi muito e não tenho mais o que aprender. Na verdade, estes nada sabem. Carregam dentro de si o substantivo feminino “vaidade”, que significa ilusão, futilidade, frustração, frivolidade, insignificância, sem valor e sem sentido. São pessoas que se consideram donas da verdade, que não conversam de “olho para olho”, que não tem diálogo aberto, mas, às escondidas, atuam muito e são perigosos.

Vaidade, no idioma hebraico, significa sopro, vapor, bolha, qualquer coisa invisível que logo desaparece. Vaidade não combina com gentileza, esta contribui com um mundo mais humano e eficiente para todos, ela é muito bem traduzida nas duas últimas

estrofes da poesia “Vaidade”, de autoria da poetisa portuguesa Florbela Espanca: “Sonho que sou alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, aos pés de quem a terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, e quando mais no alto ando voando, acordo do meu sonho... Eu não sou nada!”

“Só sei que nada sei”, tornando-se frase cada vez mais significativa, resistindo há mais de 2.300 anos, não é uma simples sentença, é bússola, indicativa de reflexão que cada um de nós devemos fazer, colocando-nos na condição de eternos aprendizes.

Faço uma ilação de que a frase: “Só sei que nada sei”, é extremamente atual e não nos permite projetar sobre pessoas, nem mostrar ser superior a elas. Sócrates foi virtuoso, sensível, encontrando-se, também, numa frase conhecidíssima e pronunciada diariamente pelos maçons: “Vencer minhas paixões, submeter a minha vontade e fazer novos progressos”.

“Se a morte fosse mesmo o fim de tudo, seria isso um ótimo negócio para os perversos, pois ao morrer teriam canceladas todas as maldades, não, apenas, as do seu corpo, mas, também, da sua alma.”

(Sócrates)

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Sejamos Parte da Solução!

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

(Ruy Barbosa)

Francisco Feitosa

Encontro-me atônito e na mais completa perplexidade, ao contemplar a realidade do quadro caótico da política brasileira. Acordos fechados nos porões do

Congresso Nacional, engavetamento de dossiê em troca de liberdade, descaso com o dinheiro público, misturado a escândalos e mais escândalos de corrupção. O que esperar daqueles que, supostamente, deveriam defender os interesses de nossa nação?

Por último, enquanto o Brasil e o mundo chorava a catástrofe da queda do avião do time da Chapecoense, na Colômbia, a classe política, aproveitava-se para alterar e descaracterizar, durante a calada da madrugada, votando em regime de urgência, de acordo com seus interesses, o projeto “Combate à Impunidade - 10 Medidas de Contra a Corrupção”, de iniciativa popular, que visa moralizar as instituições e o país.

Socorro-me à memória o ilustre brasileiro, o maçom Rui Barbosa de Oliveira, uma das cabeças mais brilhantes que o mundo já conheceu – a Águia de Haia! Exemplo de honestidade e seriedade, comprometido com a coisa pública, sua história deveria ser contada diuturnamente nos fétidos corredores de Brasília, a fim de contaminar a classe política com os verdadeiros valores, que, há muito, no meio político, foram desprezados.

São do Imperador D. Pedro II as seguintes palavras: “Nas trevas que caíram sobre o Brasil, a única luz que alumia, no fundo da nave, é o talento de Ruy Barbosa”. Órfão de Ruy, o país volta a ser envolvido pelas densas trevas da desesperança e da incerteza. Não podemos mais rogar por “Salvadores da Pátria”. A Pátria somos nós e precisamos abandonar a dormência, o descaso, o individualismo, e nos reinventar!

Enquanto o povo brasileiro estiver polarizado em interesses particulares e não se unir em defesa do Brasil; preferir empunhar a bandeira de um partido a honrar a Bandeira de sua Pátria; enquanto parte da população, ainda que formada por pessoas honestas, tão somente, depositar suas esperanças na corja de maus políticos, que domina

as instituições públicas e nada fazer, estaremos, de fato, condenados a perecer como nação.

No atual momento caótico do país, não nos basta sermos, apenas, honestos, precisamos de ação e fazer ouvir a nossa voz. O Brasil somos todos nós e não agir é contribuir, diretamente, para que afundemos, mais e mais, no lodaçal da política brasileira. Sejamos parte da solução e não do problema.

“Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque fora da lei não há salvação. Eu ouso dizer que este é o programa da República”. Com a famosa frase, Ruy Barbosa, em 1892, após abandonar a bancada do Senado, decepcionado com os rumos da política brasileira, lança um manifesto à nação!

O Brasil irá, disso eu tenho certeza, à guisa de uma Flor do Lótus, ressurgir desse espesso lodaçal à busca de Luz. Para tanto, será necessário uma profunda reforma das instituições, leis, governantes, porém, antes de tudo, será imprescindível que essa reforma aconteça no íntimo de cada brasileiro, de cada eleitor, cada cidadão, na acepção da palavra, resgatando os verdadeiros valores de um povo digno de ser feliz. Seja você a mudança que você quer ver no mundo, nos ensinava Mahatmã Ghandi.

Permita-me transcrever, de autoria da professora e poetisa paulista Cleide Canton, o poema “Sinto Vergonha de Mim”, equivocadamente, atribuída sua autoria a Rui Barbosa, que, de certo, concordaria com cada palavra e vírgula:

“Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado, sempre, pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família,

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célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de, sempre, ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer... Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e, jamais, usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

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