Dado que não se pode conceber Cristo sem o Reino que Ele ... · ouvir a Palavra de Deus,...

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Diocese de Santos - SP Círculos Bíblicos 4

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CÍRCULOS BÍBLICOS 1Diocese de Santos - SP

Círculos Bíblicos

Papa Francisco - GAUDETE ET EXSULTATE § 25;27

4Dado que não se pode conceber Cristo sem o Reino que Ele veio trazer, também a tua missão é inseparável da construção do Reino: «procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6, 33). A tua identificação com Cristo e os seus desígnios requer o compromisso de construíres, com Ele, este Reino de amor, justiça e paz para todos. O próprio Cristo quer vivê-lo contigo em todos os esforços ou renúncias que isso implique e também nas alegrias e na fecundidade que te proporcione. Por isso, não te santifi-carás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste compromisso. (...). Poderá porventura o Espírito Santo enviar-nos para cumprir uma missão e, ao mesmo tempo, pedir-nos que fujamos dela ou que evitemos doar--nos totalmente para preservarmos a paz interior? Obvia-mente não; mas, às vezes, somos tentados a relegar para posição secundária a dedicação pastoral e o compromisso no mundo, como se fossem «distrações» no caminho da santificação e da paz interior. Esquecemo-nos disto: «não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão».

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� APRESENTAÇÃO

“Evangelizadores com Espírito”! Assim o Papa Francisco resume o que move o discípulo de Jesus.

Estes Círculos Bíblicos apresenta-dos neste caderno desejam proporcionar um exercício de refl exão comunitária e aprofundamento para fortalecer a espiri-tualidade do cristão, chamado a ser sal da terra e luz do mundo.

Ao nos reunirmos em grupos para ouvir a Palavra de Deus, partilhá-la com os irmãos, e orar com a Palavra, o Espírito Santo estará fazendo a sua obra no cora-ção dos discípulos.

A Virgem Maria e nossos santos padroeiros continuem a nos inspirar na fé e intercedam por nós no caminho de san-tifi cação.

Dom Tarcísio Scaramussa, SDBBispo Diocesano de Santos

(Junho de 2018)

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CÍRCULOS BÍBLICOS 3DIOCESE DE SANTOS - 20182

� Dicas IniciaisEsperamos que esses Círculos Bíblicos possam contribuir para a conversão pes-

soal e pastoral em toda a nossa Diocese e nos ajudem a criar uma nova mentalidade que nos impulsione na execução do nosso Plano de Evangelização para os próximos quatro anos.

Quem deve fazer os Círculos Bíblicos?Todos devem fazer os Círculos Bíblicos. O maior número possível de pessoas

devem se reunir e fazer os Círculos Bíblicos. Ministros Extraordinários da Eucaristia, Catequistas, Juventude, Equipes de Nossa Senhora, Pastoral Familiar, Comunidades, enfim, todas as pastorais e todos os grupos que se reúnem em nossa paróquias devem fazer os Círculos Bíblicos.

Como fazer o Círculo Bíblico?Reúna um grupo. Pode ser em uma sala na Paróquia, ou na casa de um dos parti-

cipantes, em um lugar previamente preparado para esse fim. É importante que a sala esteja bem arrumada, tenha uma ambientação adequada, pois a organização do am-biente ajuda na oração e na reflexão. Coloque uma Bíblia e uma vela acesa sobre uma mesa no centro, pois é a partir da Palavra de Deus que devemos discernir e fazer as escolhas que vão nortear nosso testemunho pessoal e comunitário como comunidade de discípulos missionários do Mestre Jesus.

Todos devem levar a sua Bíblia para acompanhar as leituras. Antes de iniciar o encontro, defina quem será ANIMADOR, LEITOR 1, LEITOR 2,

LEITOR 3 e LEITOR 4. Defina quem fará a leitura bíblica. A Oração Inicial e a Oração Final para todos os encontros estão nas páginas 4 e 5 deste livreto.

Pronto. Com isso definido, crie um ambiente de silêncio e de reflexão, e dê início à celebração do Círculo bíblico.

Quanto ao tempoNão tenha pressa. Os Círculos terão duração de 45 minutos a 1 hora. Pode ser que

o assunto seja envolvente, porém, procure encerrar a celebração dentro deste tempo. Reserve um bom tempo para a A PARTILHA DA PALAVRA. Mas ter um horário para iniciar e para acabar é muito importante, pois dessa forma os participantes podem se organizar.

LEMBRE-SE: Antes de terminar o encontro, marcar a data para o próximo Círculo.

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� Oração Inicial (para todos os encontros)Animador - Estamos aqui reunidos em nome do Pai, do Filho e do Espírito

Santo. Amém!Animador - Invoquemos o Espírito Santo:

Ó divino Espírito Santo, dai-nos:

Todos - Um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspira-dora; fechado às ambições mesquinhas; alheio a qualquer desprezível competição humana, compenetrado do sentido da santa Igreja.

Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao Coração do Se-nhor Jesus.

Um coração grande e forte, para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos.

Um coração grande e forte, para superar as provações, tédio, cansaço, de-silusão e ofensa.

Um coração grande e forte e constante, até o sacrifício quando for neces-sário.

Um coração grande e forte e constante cuja felicidade é palpitar com o Coração de Cristo e cumprir humildemente, fielmente e corajosamente a vontade do Pai em nossa missão.

Amém. (Beato Papa Paulo VI).

� Oração Final (para todos os encontros)Animador - Virgem e Mãe Maria,

Vós que, movida pelo Espírito, acolhestes o Verbo da vida na profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno,

Todos - ajudai-nos a dizer o nosso “sim” perante a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.

Animador - Vós, cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João o Batista, fazendo-o exultar no seio de sua mãe. Vós, estremecendo de alegria, cantastes as maravilhas do Senhor. Vós, que permanecestes firme diante da Cruz

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com uma fé inabalável, e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito para que nascesse a Igreja evangelizadora.

Todos - Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte. Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga.

Animador - Vós, Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas

Todos - intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino.

Animador - Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres,

Todos - para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz.

Animador - Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos,

Todos: Rogai por nós.Animador - Nossa Senhora do Rosário, padroeira de nossa Diocese!

Todos: Rogai por nós.

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Primeiro Encontro: Espiritualidade Encarnada“É pela vossa perseverança que consegui-

reis salvar a vossa vida!” (Lc 21,19)

� Oração Inicial

� Canto Inicial

� Introdução ao temaAnimador - Querido irmão, querida irmã, estamos iniciando os nossos encontros

de Círculo Bíblico, que terão como tema a Espiritualidade dos leigos e leigas, e estão baseados no Documento 105 da CNBB (Cristãos Leigos e Leigas na Sociedade – Sal da Terra e luz do Mundo/Mt 5,13-14). Este Documento é o texto-base para o Ano do Laicato, que estamos vivendo este ano.

Neste, e nos próximos encontros, refletiremos sobre nossa espiritualidade, que é a base de fé que nos ajuda a fazer acontecer o Evangelho de Jesus na realidade em que vivemos. A espiritualidade responde ao desejo e à busca de conhecer o rosto de Deus e de comunhão profunda com ele. Uma espiritualidade encarnada caracteriza--se pelo seguimento de Jesus, pela vida no Espírito, pela comunhão fraterna e pelo compromisso com o mundo.

Não podemos querer um Cristo “sem carne e sem cruz”. Espiritualidade não é fugir das realidades temporais para encontrar Deus, mas de encontrá-Lo ali, no dia a dia, em seu trabalho perseverante e ativo, iluminado pela fé. Por isso, os nossos pastores nos pedem: É preciso discernir e rejeitar a “tentação de uma espiritualidade intimista e individualista, que dificilmente se coaduna com as exigências da caridade, com a lógica da encarnação”. A espiritualidade cristã sempre terá por fundamento os misté-rios da Encarnação e da Redenção de Jesus Cristo (Documento 105 da CNBB, n. 184).

� Canto de Aclamação ao Evangelho

� Palavra de Deus Leitor - Leitura do Evangelho segundo Lucas, capítulo 21,11-19

11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e haverá grandes sinais no céu. 12Antes disso tudo, porém, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e jogados na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Será uma ocasião para dardes testemunho. 14Determinai não preparar vossa defe-

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sa, 15porque eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. A alguns de vós matarão. 17Sereis odiados por todos, por causa de meu nome. 18Mas nem um só fio de cabelo cairá da vossa cabeça. 19É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida!

Palavra da Salvação: Glória a vós Senhor.

� Para refletir – Partilha da Palavra Animador - A relação entre Deus e os homens continua através dos discípulos, que

devem prosseguir a missão de Jesus pelo testemunho, pelo anúncio, pelo diálogo, pelo serviço. Contudo, assim como Jesus encontrou resistência, também os seus seguidores serão perseguidos. O importante é a coragem de permanecer firmes até o fim.

Estre trecho do Evangelho de São Lucas nos mostra como deve ser a espirituali-dade do Discípulo Missionário. A espiritualidade atinge todos os momentos da vida daquele que se coloca a caminho do encontro com o Pai.

Todos: É no caminhar, ao lado dos irmãos, enfrentando os desafios da vida, as desilusões e as tristezas, que a experiência com Jesus Ressuscitado se manifesta e nela se descobre os apelos de Deus para a vida.

Leitor 1 - Ser Discípulo Missionário é fazer a experiência da presença do Deus vivo no meio do povo, todos os dias. Esse encontro como Deus da vida, que se reno-va constantemente, constitui o fio condutor do processo de formação que levará o cristão à conversão, ao amadurecimento da espiritualidade, à vida comunitária e à missão. (Documento de Aparecida, n. 278).

Todos - É no caminhar, ao lado dos irmãos, enfrentando os desafios da vida, as desilusões e as tristezas, que a experiência com Jesus Ressuscitado se manifesta e nela se descobre os apelos de Deus para a vida.

Leitor 2 - O Documento 105 da CNBB enfatiza a necessidade de uma espiritualidade encarnada e integral, identificada através do seguimento a Jesus, da vida no Espírito, da comunhão fraterna e do serviço aos necessitados.

Todos - É no caminhar, ao lado dos irmãos, enfrentando os desafios da vida, as desilusões e as tristezas, que a experiência com Jesus Ressuscitado se manifesta e nela se descobre os apelos de Deus para a vida.

Leitor 3 - Para os leigos e leigas serem protagonistas de uma espiritualidade en-carnada e integral, o processo começa pela conversão pessoal, seguido pelo ato de viver o discipulado na experiência comunitária, na participação do sacramento da Eucaristia, na formação bíblico-teológica e na leitura orante da Palavra, encontrando aí os eixos que sustentam o compromisso missionário (Doc. 105, n. 188).

Todos - É no caminhar, ao lado dos irmãos, enfrentando os desafios da vida, as

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desilusões e as tristezas, que a experiência com Jesus Ressuscitado se manifesta e nela se descobre os apelos de Deus para a vida.

Leitor 4 - Necessitamos sair ao encontro das pessoas para lhes comunicar e com-partilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchido nossas vidas de sentido, de verdade e de amor de alegria e de esperança! (Documento de Aparecida, n. 548).

� (Momento de reflexão e partilha)Animador - O que você entende por “uma espiritualidade encarnada”? Como

deve ser, no dia a dia, a vida do discípulo missionário que, de fato, age, a partir do Espírito de Jesus?

� Orando pela vida Leitor 1 - Sabemos bem que a vida com Jesus se torna muito mais plena e, com

Ele, é mais fácil encontrar sentido para cada coisa. É por isso que evangelizamos.Todos - Senhor Jesus, faze com que nós, cristãos leigos e leigas, respondamos ao

teu chamado, sendo sal e luz em todos os âmbitos da sociedade.Leitor 2 - O verdadeiro missionário, que nunca deixa de ser discípulo, sabe que

Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária.

Todos - Senhor Jesus, faze com que nós, cristãos leigos e leigas, respondamos ao teu chamado, sendo sal e luz em todos os âmbitos da sociedade.

� Oração Final � Canto Final – Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver ódio, que eu leve o amor.Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.Onde houver discórdia, que eu leve a união Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade.Onde houver desespero, que eu leve a esperança.Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure maisconsolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando, que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna!

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Segundo Encontro: Espiritualidade de Comunhão e Missão “Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de com-

paixão por elas, porque estavam cansadas e abati-das, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36).

� Oração inicial � Canto Inicial � Introdução ao tema

Animador - Querido irmão, querida irmã, neste Segundo Encontro do nosso Cír-culo Bíblico, temos a alegria de refletir sobre a Espiritualidade de Comunhão e Mis-são, a partir do Documento 105 da CNBB, e do Evangelho de Jesus segundo Lucas 6, 27-28.36-37. Esta bela passagem do Evangelho nos relata o olhar misericordioso de Jesus para com a multidão, com compaixão e paixão.

“Em sua inserção no mundo, os cristãos leigos são convidados a viver a espiri-tualidade de comunhão missionária. A espiritualidade missionária de comunhão e missão tem seu fundamento na comunidade trinitária e no mandamento do amor. “A espiritualidade de comunhão e missão se comprova no esforço e na prática da misericórdia, do perdão, na reconciliação e da fraternidade, chegando até o amor aos inimigos” (Doc. 105 CNBB, 193 - 194).

Compromisso exigente, não é mesmo?

� Cântico de Aclamação ao Evangelho � Palavra de Deus

Leitor- Leitura do Evangelho segundo São Lucas (Lc 6, 27-28.36-37)27(O amor aos inimigos) “Ora, a vós que me escutais, eu digo: amai os vossos

inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. 28Falai bem dos que falam mal de vós e orai por aqueles que vos caluniam. 36Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. 37(o perdão e a generosidade) “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.Palavra da SalvaçãoTodos - Glória a vós, Senhor.

� Para refletir – Momento de Partilha da PalavraAnimador - A ideia central deste texto bíblico está nesta regra de ouro: o amor aos

inimigos. Amar até os inimigos não é algo abstrato, mas é uma forma concreta de “fazer o bem”, bendizer e rezar por aqueles que têm sentimentos de hostilidade, de violência, de desprezo pelo semelhante. Quando o outro agride, a resposta do Discí-pulo deve ser o amor. Um amor prático, que se aprofunda na oração e na tolerância

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também pelos inimigos. Todos - O outro não é apenas ‘alguém’, mas um irmão, dom de Deus, continuação

da Encarnação do Senhor, portador da mesma dignidade que nos torna filhos e filhas de Deus.

Leitor 1 - Jesus propõe aos discípulos, não um sentimentalismo genérico de bene-volência compreensiva, mas um amor prático, concreto, que age, que tem seu teste de sinceridade na oração perante Deus, onde não é possível mentir, fingir e amar. Esse amor não falha porque parte do coração de Deus, por meio da oração, como dis-se o Papa Francisco: “A oração é um encontro entre dois amantes, Deus e a pessoa”.

Todos - O outro não é apenas ‘alguém’, mas um irmão, dom de Deus, continuação da Encarnação do Senhor, portador da mesma dignidade que nos torna filhos e filhas de Deus.

Leitor 2 - O verdadeiro discípulo é provado, comprovado e testado na Palavra de Deus e na comunidade, quando compreende e entende a miséria do outro. O amor humano está enraizado e tem sua fonte e modelo no amor de Deus. Um amor que, concretamente - diante da miséria e das dificuldades humanas -, se traduz em mise-ricórdia, que significa acolhimento, benignidade, dar crédito e confiança.

Todos - O outro não é apenas ‘alguém’, mas um irmão, dom de Deus, continuação da Encarnação do Senhor, portador da mesma dignidade que nos torna filhos e filhas de Deus.

Leitor 3 - Esta é a característica bíblica do amor de Deus: um amor que começa sempre de novo, que propõe novamente a sua fidelidade, que acolhe e protege, especialmente os fracos.

Todos - O outro não é apenas ‘alguém’, mas um irmão, dom de Deus, continuação da Encarnação do Senhor, portador da mesma dignidade que nos torna filhos e filhas de Deus.

Leitor 1 - Dentro da Comunidade dos seguidores de Jesus, a misericórdia acha lugar para expressar-se como acolhimento e perdão fraterno. Três pequenas senten-ças definem estas relações novas: ‘não julgar’ quer dizer não condenar; ‘não conde-nar’ quer dizer dar crédito ao irmão que erra; e ‘apostar’ no seu futuro e nas suas possibilidades de mudança ou renovação.

Todos - O outro não é apenas ‘alguém’, mas um irmão, dom de Deus, conti-nuação da Encarnação do Senhor, portador da mesma dignidade que nos torna filhos e filhas de Deus.

� (Momento de reflexão e partilha)Animador - Vejamos o que disse o texto bíblico, para os discípulos no tempo de

Jesus, com algumas perguntas: Quais são os personagens que aparecem no texto? Qual o sentido do amor cristão? Por que amar até os inimigos? Por que rezar até pelos inimigos?

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Qual a importância da misericórdia? Por que o discípulo tem que ter um coração misericordioso?

Animador - Vejamos agora, o que diz o texto bíblico para os discípulos hoje, isto é, para as nossas vidas e de nossas comunidades.

Leitor 2 - Por que hoje, no Brasil, há tanta intolerância, racial, social e religiosa? Por que há tantas disputas pelo poder, ciúmes e fofocas em nossas comunidades? Como superar tudo isso?

� Orando pela vidaAnimador - Após refletirmos este belo texto, entendemos que o sentido da vida

cristã está no amor a Deus e ao próximo, que se realiza plenamente em Jesus Cristo, ao se doar na cruz, sem reservas, para a salvação de todos. Jesus perdoa os seus algozes, quando disse: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).

Leitor 1 - O outro é diferente de mim. E esta diferença nos distingue, mas não nos separa. A espiritualidade de comunhão deve favorecer o encontro, o diálogo, a inclusão e a rejeição a qualquer tipo de dominação ou discriminação. Comportando--se assim o Discípulo Missionário torna-se fonte de paz, de relacionamento, de concórdia, de unidade.

Todos - “Sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32).

Leitor 2 - “De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente pa-lavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes. Não entristeçais o Es-pírito Santo de Deus, com o qual fostes marcados, como por um sinal, para o dia da redenção” (Ef 4, 29-30).

Todos - “Sede bondosos e compassivos, uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,32).

Leitor 3 - “O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude com Deus... O papa Bento XVI disse que “fechar os olhos diante do próxi-mo o torna cego também diante de Deus, porque o amor é a única luz que ilumina o mundo... Cada vez que os nossos olhos se abrem para reconhecer o outro, ilumina-se mais a nossa fé para reconhecer a Deus” (EG n. 272).

Todos - “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mu-tuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo” (Ef 4,32).

Leitor 4 - “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão.” (1 Jo 4, 20-21).

Todos - “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mu-tuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo.” (Ef 4,32).

� Oração Final � Canto Final

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Terceiro Encontro: Conhecer o coração de Deus“Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos,

para que estejais em comunhão conosco” (1Jo 1,3).

� Cântico Inicial

� Oração Inicial

� Introdução ao temaAnimador - Querido irmão, querida irmã, estamos iniciando nosso Terceiro En-

contro do Círculo Bíblico, ao redor da Palavra de Deus, que nos convida, cada dia, a sermos mais família, testemunha do amor e da fraternidade, neste mundo tão mar-cado pelo individualismo, pela intolerância e pela indiferença.

Neste nosso Terceiro Encontro vamos refletir, rezar e nos colocar diante do Senhor, cuja vida de doação e de serviço aos mais necessitados, nos mostra o fundamento de nossa espiritualidade. Os desejos do coração de Deus são os critérios que devemos adotar como regra de vida, para que seja-mos, nós também, sinais da vida nova que o Cristo veio trazer, sal da terra e luz do mundo, como nos pedem nossos bispos, neste Ano do Laicato.

Diante disso, devemos rever as nossas motivações mais profundas, aquilo que move os desejos do nosso coração, devemos rever a com-preensão de nossa fé em Jesus, a autenticidade da nossa espiritualidade, para ver se, realmente, ela é fruto do Espírito Santo de Deus, ou se é apenas expressão dos nossos desejos e necessidades pessoais. Às vezes, em nome de nosso egocentrismo, do nosso coração endurecido e vaidoso, queremos impor aos outros a ‘nossa verdade’ - e não a verdade evangélica -, pois “na conjuntura atual da Igreja despontam tendências ao subjetivismo sentimen-tal, ao devocionismo, ao demonismo, ‘às ‘revelações privadas’”, como nos alerta o Doc. 105 da CNBB.

� Palavra de DeusLeitor - Leitura da Primeira Carta de São João (1Jo 1-7)

1O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida – 2vida esta que se manifestou, que nós vimos e testemunhamos, vida eterna que a vós anunciamos, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós –, 3isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho,

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CÍRCULOS BÍBLICOS 13DIOCESE DE SANTOS - 201812

Jesus Cristo. 4Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa. 5A mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há trevas. 6Se dissermos que estamos em comunhão com ele, mas caminhamos nas trevas, estamos mentindo e não praticamos a verdade. 7Mas, se caminhamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.

Palavra de SalvaçãoTodos - Glória a vós, Senhor.

� Para refletir – Partilha da PalavraAnimador - Esta Palavra de Deus nos coloca diante de critérios bem claros pelos

quais devemos basear nossa vida de discípulos missionários, seguidores do Mestre Jesus. O que as pessoas “de fora” percebem em nós, católicos, quando nos encon-tram? Será que, realmente, transmitimos, com nossas ações, a verdadeira imagem de Jesus? O ‘conteúdo’ do nosso anúncio, do nosso testemunho corresponde, de fato, “ao que vimos com os nossos olhos, ao que contemplamos e ao que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida”?

Leitor 1 - Nossos Bispos apontam no Documento 105 da CNBB (Cap. 1, n. 81 a 83) as Tentações na Missão e os perigos decorrentes dessas tentações, pois elas nos afastam da vida autêntica trazida pelo Espírito Santo de Deus. Por isso, nossos pas-tores sempre nos alertam para a contínua necessidade de renovação e de conversão pessoal e pastoral.

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

Leitor 2 - Precisamos aprender com o Espírito Santo a discernir essas tentações em nossa vida comunitária e pessoal, para que elas não nos afastem da nossa verda-deira missão como Povo de Deus.

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

Leitor 3 - Precisamos nos livrar da tentação de interpretar o Evangelho fora do seu “chão original”, que são as Sagradas Escrituras e o Magistério da Igreja, e de defender interesses pessoais ou grupais, fazendo com que a fé se torne meio e instrumento de exclusão, manipulação e exploração do povo.

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

Leitor 1 - Devemos nos livrar da tentação de transformar o nosso ‘encontro pes-soal com Jesus’ numa simples necessidade psicológica, tentando adequar a radicali-dade da mensagem evangélica às minhas necessidades humanas, pois o “psicologis-mo” afasta o discípulo da verdadeira missão.

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DIOCESE DE SANTOS - 201814CÍRCULOS BÍBLICOS 13

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

Leitor 2 - O verdadeiro encontro com o Senhor Jesus nos liberta da tentação de querer aprisionar a vida comunitária, a pastoral, a missão - e até as pessoas! - na nossa imaturidade, no nosso desejo de controlar e de poder pessoal, prejudicando profundamente o sentido e a missão do ser “comunidade de discípulos missioná-rios”, “Igreja em saída”.

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

Leitor 3 - O verdadeiro encontro com o Senhor Jesus nos liberta da tentação do isolamento, do fechamento em nossos grupos, em nossas pastorais, serviços, mo-vimentos, comunidades, por nos considerarmos mais importantes, mais santos ou mais sábios que os irmãos. Precisamos entender que aquilo que não promove a co-munhão não é fruto do Espírito Santo de Deus.

Todos - “Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco”.

� (Momento de reflexão e partilha)Animador - Como podemos identificar, na nossa vida pessoal e comunitária, o que

é fruto do Espírito de Deus ou fruto de nossas necessidades pessoais? Como entender a palavra do Papa que diz: “Não servem as propostas místicas

desprovidas de um vigoroso compromisso social e missionário, nem os discursos e ações sociais e pastorais sem uma espiritualidade que transforma o coração. Essas propostas parciais mutilam o Evangelho” (EG, n. 262). Como isso aparece na nossa vida pessoal e comunitária?

� Orando pela vidaAnimador - Senhor Jesus Cristo, somos a tua Igreja, não uma ilha de perfeitos,

mas uma comunidade de aprendizes em seu modo de ser, organizar e agir como tua seguidora. Vivemos e atuamos neste mundo globalizado com todos os desafios e tentações que isso implica. Ensina-nos a viver no mundo, sendo sal da terra e luz, sem perder nossas raízes, nossas origens, que é o teu Evangelho.

Todos - Ensina-nos a viver na vida pessoal, na vida comunitária, no meio da socie-dade em espírito de comunhão e participação.

Leitor 1 - O Papa Emérito Bento XVI alertou: “A corresponsabilidade exige uma mudança de mentalidade em relação ao papel dos leigos na Igreja, que devem ser considerados não como ‘colaboradores’ do Clero, mas como pessoas realmente cor-responsáveis do ser e do agir da Igreja. Por conseguinte, é importante que se con-solide um laicato maduro e comprometido, capaz de oferecer a sua contribuição

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CÍRCULOS BÍBLICOS 15DIOCESE DE SANTOS - 201814

específica para a missão eclesial, no respeito pelos ministérios e pelas tarefas que cada um desempenha na vida da Igreja, e sempre em comunhão cordial com os bis-pos” (Doc. 105, nº 87).

Todos - Senhor, dá-nos o teu Santo Espírito para que possamos viver com coragem e humildade os carismas e ministérios no interior da Igreja e no meio do mundo. Que o nosso testemunho da unidade em meio à diversidade seja sinal eloquente da nossa fé e do nosso ser cristão.

Leitor 2 - Que a Igreja, direcionada e pautada pelo Reino de Deus, caminhe sem-pre para a frente, dentro da história, com lucidez e esperança, com paciência e mise-ricórdia, com coragem e humildade.

Todos - Senhor, que saibamos ser, em todos os momentos e circunstâncias da vida, a Igreja da escuta, do diálogo e do encontro, inserida no mundo como quem ensina e aprende, diz sim e diz não, mas, sobretudo, como quem serve.

� Oração Final

� Canto Final

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DIOCESE DE SANTOS - 201816CÍRCULOS BÍBLICOS 15

Quarto Encontro – O Mundanismo Espiritual“ Eu vim em nome do meu Pai, e vós

não me recebeis...” (Jo 5,43).

� Canto Inicial

� Oração Inicial

� Introdução ao temaQueridos irmão, querida irmã, neste Quarto Encontro de Círculo Bíblico vamos

refletir e compartilhar nossa compreensão sobre o tema do Mundanismo Espiritual, que invade, muitas vezes, nossa vivência de comunidade cristã. Mas, afinal, do que se trata isso? Diz-nos o papa Francisco: “O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás das aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal” (EG, n. 93).

Por isso, as palavras de Jesus no Evangelho deste Encontro são “duras” e nos convidam a refletir se, em nossa caminhada de fé, estamos vivendo ou não o verda-deiro discipulado de Cristo.

� Canto de Aclamação ao Evangelho

� Palavra de Deus Leitor - Leitura do Evangelho segundo João (Jo 5,19.39-47)

19Jesus então deu-lhes esta resposta: “Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente... 39Examinais as Escrituras, pensando ter nelas a vida eterna, e são elas que dão testemunho de mim. 40Vós, porém, não quereis vir a mim para terdes a vida! 41Eu não recebo glória que venha dos homens. 42Pelo contrário, eu vos conheço: não tendes em vós o amor de Deus. 43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a esse receberíeis. 44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do Deus único? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acreditásseis em Moisés, tam-bém acreditaríeis em mim, pois foi a meu respeito que ele escreveu. 47Mas, se não acreditais nos seus escritos, como podereis crer nas minhas palavras?”Palavra da SalvaçãoTodos - Glória a vós Senhor

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CÍRCULOS BÍBLICOS 17DIOCESE DE SANTOS - 201816

� Para refletir - Partilha da PalavraAnimador - Fazer tudo para a maior glória de Deus (1Cor. 10,31). Toda a Igreja,

o Corpo Místico de Cristo, é chamada a ser “sal da terra e luz no mundo” (Mt. 5,13-14), sendo presença viva da Misericórdia de Deus no meio da humanidade. Por isso, vamos partilhar a Palavra de Deus proclamada e refletir o quanto temos sido, de fato, a presença misericordiosa e samaritana de Deus em nossa realidade.

Leitor 1 - Jesus se dirige às autoridades judaicas que meditam as Sagradas Escritu-ras, mas não se abrem para o cumprimento da vontade do Pai, não acolhem o Filho de Deus. A partir disso, o que o texto nos diz? Como temos acolhido a Palavra de Deus em nossa vida pessoal e comunitária?

(Momento de Partilha)Leitor 2 - Segundo o papa Francisco, o “mundanismo espiritual” se dá de duas

maneiras: a primeira é uma fé fechada no “subjetivismo” (em mim mesmo), interessada numa experiência que me “conforta”, mas infelizmente não me leva para a experiência do Bem Comum, para a construção da vida de comunidade (comprometer-se com o outro).

A Segunda maneira é quando só confiamos nas próprias forças e nos achamos melhores que os demais, simplesmente por “cumprir” determinadas normas, muitas vezes ultrapassadas (EG, n. 94).

Quais dessas duas atitudes você identifica no seu discipulado, na vivência comu-nitária e em nossa Diocese?

(Momento de Partilha)Leitor 3 - Jesus censura os Fariseus, acusando-os de não O acolherem: “Vim em

nome de meu Pai, mas não me acolheis...” (Jo 5,43). Que atitudes necessitamos ter (em nossa vida pessoal e comunitária) para acolher, de maneira mais intensa, a Jesus Cristo, e rejeitar o “mundanismo espiritual” do qual nos alerta o papa Francisco?

(Momento de Partilha)

� Orando pela VidaAnimador - Não basta “estarmos” na igreja. Deus nos chama a “sermos” Igreja,

rejeitando tudo aquilo que nos impede de viver verdadeiramente o Evangelho de Jesus.

Todos - “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pasto-rais! Não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, n. 97).

Leitor 1 - “Ser Igreja” é acolher a Palavra de Deus, tendo consciência de que somos chamados a ser Eucaristia, procurando nos comprometer na concretização do Reino de Deus e não em interesses próprios ou de grupos fechados.

Todos - “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pasto-

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DIOCESE DE SANTOS - 201818CÍRCULOS BÍBLICOS 17

rais! Não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, n. 97). Leitor 2 - Vamos nos esforçar para deixar de lado o “mundanismo espiritual” do

qual aponta o Papa. Somente numa intensa atitude de conversão, e buscando a von-tade do Pai, é que seremos a verdadeira Igreja, rosto de Jesus Cristo.

Todos - “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pasto-rais! Não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, n. 97).

Animador - “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pas-torais! Esse mundanismo asfixiante cura-se saboreando o ar puro do Espírito Santo, que nos liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus”. (EG, n. 97).

Todos - “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pasto-rais! Não deixemos que nos roubem o Evangelho!” (EG, n. 97).

� Oração Final

� Canto Final - VocaçãoVocação - Pe. ZezinhoSe ouvires a voz do ventoChamando sem cessarSe ouvires a voz do tempoMandando esperarA decisão é tuaA decisão é tu-u-aRefrão: São muitos os convidados (2x)Quase ninguém tem tempoQuase ninguém tem te-em-poSe ouvires a voz de DeusChamando sem cessarSe ouvires a voz do mundoQuerendo te enganarA decisão é tuaA decisão é tu-u-aRefrão: São muitos os convidados (2x)Quase ninguém tem tempoQuase ninguém tem te-em-poO trigo já se perdeuCresceu ninguém colheuE o mundo passando fomePassando fome de DeusA decisão é tuaA decisão é tu-u-a

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CÍRCULOS BÍBLICOS 19DIOCESE DE SANTOS - 201818

Quinto Encontro: Espiritualidade Popular “Vós sois o sal da terra....Vós sois a

luz do mundo”. (Mt 5, 13-14)

� Canto Inicial � Oração Inicial � Introdução ao tema

Animador - Querido irmão, querida irmã, estamos iniciando o nosos Quinto En-contro de Círculo Bíblico, quando refletiremos e rezaremos sobre a Espiritualidade Popular. Em toda parte, e de muitas maneiras, percebemos a religiosidade do povo, que vive e celebra a presença de Deus em sua História. Isto fica bem evidente nas festas dos Padroeiros, nas procissões e romarias. São milhares de fiéis que se reúnem devotamente em torno dos santos e das santas, se dirigem aos santuários para agra-decer e pedir graças, fazer e pagar promessas pelos benefícios recebidos de Deus nas mais diferentes situações da vida.

Essas maneiras de expressar a fé merecem o respeito e apoio da Igreja, pois manifestam o sentimento religioso e a piedade da alma do povo que busca saciar a sede do Deus vivo, e nele encontrar soluções para seus pro-blemas existenciais ou para manifestar a gratidão pelo dom da fé recebida.

A espiritualidade é aquilo que nos anima e nos impulsiona para a vida cristã. É fruto de nossa relação com Deus, que se manifesta nas atitudes co-tidianas e no serviço ao próximo. Assim, falar de espiritualidade não é falar de uma parte da vida, mas de toda a vida. É a dimensão espiritual que alicerça o ser cristão na experiência de Deus manifestado em Jesus, e o conduz, pelo Espírito, nos caminhos de um amadurecimento profundo, isto é, para a “vida plena” de sentido, para a descoberta da verdadeira vocação.

� Canto de Aclamação ao Evangelho

� Palavra de DeusLeitor - Leitura do Evangelho Segundo Mateus (Mt 5, 13-16)

13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal perde seu sabor, com que se salgará? Não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e pisado pelas pessoas. 14Vós sóis a luz do mundo. Uma cidade construída sobre a montanha não fica escondida. 15Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. 16As-sim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas

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DIOCESE DE SANTOS - 201820CÍRCULOS BÍBLICOS 19

boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

Palavra da SalvaçãoTodos - Gloria a vós Senhor.

� Para refletir - Partilha da Palavra Animador - Jesus utiliza elementos importantes e comuns da vida do povo para

nos mostrar, de forma comparativa, o quanto é necessário buscar, já aqui nesta vida, uma comunhão com a vida espiritual. Uma dona de casa sabe a importância do sal para dar sabor às comidas. Aqueles que evitam alguns tempeiros por causa de doen-ças sofrem com a falta de uma comida temperada e apetitosa. Cristão sem fé tam-bém é assim: insosso. Falta “tempero” na sua vida.

Todos - O cristão como “sal da terra” deve preservar-se na fé e nas boas obras, com as graças do Espírito Santo.

Leitor 1 - Todas as boas ações são como luz para os demais. E sabemos que onde exista luz jamais as trevas prevalecerão. Ao afirmar: “Vós sois a luz do mundo”, Jesus quer nos chamar a atenção para as grandes possibilidades que temos em ser luz. O fato de estarmos acostumados à luz nos leva, muitas vezes, a não compreendê-la como algo essencial à vida.

Todos - O cristão como “sal da terra” e “luz do mundo” deve preservar-se na fé e nas boas obras, com as graças do Espírito Santo.

Leitor 2 - Como vimos, a luz é relevante, é essencial para a caminhada. Em nossas vidas essa relevância se dá através do testemunho cristão, numa vida transformada, reta, justa e altruísta, em todas as situações do dia a dia, em todos os lugares. Assim, requer-se dos cristãos uma presença ativa e marcante, que faça diferença no mundo e demonstre a excelência do Evangelho, que é poder de Deus e salvação para todo o que n’Ele crê.

Todos - Jesus nos ensina que somos o sal que vai dar gosto na vida diária das pes-soas. Que somos a luz que conduz e que aponta o caminho, através do exemplo, pelo compromisso e pelo serviço. Mas antes de ser a luz e sal na vida dos outros, devemos ter a própria vida temperada pela fé, iluminada pela Palavra de Deus.

� (Momento de reflexão e partiliha)Animador - O que significa para nós, em nossa realidade cotidiana, ser “sal da ter-

ra”, ser “luz do mundo”? Como tornamos o ‘mundo’ melhor: nossa casa, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nossa comunidade, nosso ambiente de trabalho?

No Programa 1, Projeto 8 do nosso Plano Diocesano de Evangeliza-ção (Missionários do Povo: Piedade Popular), como você e sua comunida-de estão tornando realidade esse projeto? Quais são as iniciativas existentes em sua comunidade sobre isso?

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CÍRCULOS BÍBLICOS 21DIOCESE DE SANTOS - 201820

� Orando pela VidaAnimador - O Discípulo Missionário precisa ser sensível à Piedade Popular, pois a

partir dela poderá promover o amadurecimento da fé de muitos fiéis. Dessa forma, aquele que segue Jesus Cristo, poderá ter um contato maior com a Palavra de Deus e maior participação nos Sacramentos, desfrutando da celebração da Eucaristia com mais consciência, tornando-se com alegria “sal da terra e luz do mundo”.

Todos - A Piedade Popular é a espiritualidade dos simples, é uma maneira de viver a fé, é um modo de se sentir Igreja, uma forma de ser sal da terra e luz do mundo.

Leitor 2 - A Piedade Popular não pode ser ignorada ou desvalorizada porque seria esquecer a ação do Espírito Santo e a iniciativa gratuita do amor de Deus na história da humanidade que age como quer e onde quer. A Piedade Popular contém e expres-sa um sentido intenso da transcendência, uma capacidade espontânea de se apoiar em Deus e uma verdadeira experiência de amor em Deus.

Todos - Temos muito o que aprender com a Piedade Popular, pois ela é o jeito de o povo expressar o seu entendimento mais profundo sobre as Sagradas Escrituras.

Leitor 3 - Entre as expressões da Espiritualidade Popular contam-se as festas dos pa-droeiros, as novenas, os rosários e via-sacras, as procissões e romarias, as danças e os cânticos do folclore religioso, o carinho aos santos e santas, em especial a Nossa Senhora, as promessas, as ofertas e as orações e celebrações, as orações de bênção, as ladainhas. Destacamos, na religiosidade popular, as longas peregrinações e romarias, onde é pos-sível reconhecer o Povo de Deus a caminho. Aí o cristão celebra a alegria de se sentir imerso em meio a muitos irmãos, caminhando juntos para Deus que os espera. O próprio Cristo se faz peregrino e caminha, ressuscitado, entre os seus.

Todos - Essas maneiras de expressar a fé manifestam o sentimento religioso e a piedade da alma do povo que busca saciar a sede do Deus vivo, e N’Ele encontrar soluções para seus problemas existenciais e dar graças pelo dom da fé em suas vidas.

Leitor 4 - O caminhar em direção ao santuário é um verdadeiro canto de espe-rança, um encontro de amor. O olhar do peregrino se deposita sobre uma imagem que simboliza a ternura e a proximidade de Deus. A súplica sincera, que flui confian-te, é a melhor expressão de um coração que renunciou à autossuficiência, e que re-conhece que sozinho nada pode. É por isso, que muitos, em diferentes momentos da vida cotidiana, recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: um crucifixo, um terço, uma imagem, uma vela que se acende para acompanhar um familiar enfermo, um Pai-Nosso recitado entre lágrimas, um olhar confiante a uma imagem querida de Maria e de algum outro santo, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma alegria singela.

Todos - É preciso ser cristão autêntico, assumindo sua fé na vivência da partilha dos seus dons a serviço de sua comunidade, viver a pertença da sua comunidade, participar dos movimentos, organismos, pastorais e serviços da comunidade eclesial, sendo verdadeiramente sal da terra e luz do mundo.

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DIOCESE DE SANTOS - 201822CÍRCULOS BÍBLICOS 21

� Oração Final

� Canto FinalSal da Terra - Padre ZezinhoVós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoNinguém mais quer o sal quando ele perde o saborNinguém ascende uma luz para esconde-la logo apósO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorVós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoEu quero que esta vida tenha muito mais saborEu quero que meu povo tenha mais amorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorVós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoHá muito prato incípido num mundo sem saborhá muita escuridão cegando o mundo sem amorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorVós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoA vida sem tempero muita gente sofre a dorExiste escuridão porque ninguém ascende o amor

O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

OBS.: Todos devem trazer uma vela para o próximo encontro

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CÍRCULOS BÍBLICOS 23DIOCESE DE SANTOS - 201822

Sexto Encontro – Celebração do Envio “Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos

torneis meus discípulos. Como meu Pai me ama, assim tam-bém eu vos amo. Permanecei no meu amor” (Jo 15, 8-9).

� Canto Inicial

� Oração Inicial

� Introdução ao tema [Ambientação: Colocar ao centro uma pequena mesa com uma toalha e a Bíblia

aberta](Para o início da celebração, se possível, reduzir a intensidade das luzes, deixan-

do luz suficiente para a leitura. Todos em silêncio. Uma pessoa entra na sala, tra-zendo uma Vela acesa, coloca a vela sobre a mesa, ao lado da Bíblia, e pergunta):

Leitor 1 - Senhor, Senhor! O que queres que eu faça?Todos - Vai, e reconstrói a minha igreja!(Em seguida, outra pessoa entra, trazendo um pires com um pouco de Sal. Colo-

ca o pires com o sal do outro lado da Bíblia e pergunta): Leitor 2 - Senhor, Senhor! O que queres que eu faça?Todos - Vai, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo! (Ainda com as luzes reduzidas, o Animador lê o texto, a seguir, em tom de medi-

tação, com voz calma, sem pressa, deixando que as palavras penetrem no coração de todos).

Animador - Erra quem pensa que a função do sal é deixar a comida salgada. / O sal deve valorizar o sabor do alimento e desaparecer no alimento. / Também erra quem pensa que a luz deve ofuscar com seu brilho radiante./ A função da luz é valorizar o perfil do objeto iluminado, é indicar o caminho. / Tanto o sal como a fonte de luz devem desaparecer, devem ser imperceptíveis.

O cristão, enviado em missão, não deve ser brilhante e ofuscar a visão dos outros. / Pelo contrário: ele deve ser fonte de luz para iluminar os outros e para valorizá-los. / O cristão, enviado em missão, não deve ser um torrão de sal. / Mas deve saber es-palhar o sal na quantidade certa para realçar o “sabor do outro”, / valorizar o que ele tem de melhor, / assim como o sal obtém o melhor sabor do alimento.

Entendendo assim o Evangelho, devemos reconhecer que nossa principal missão é transformar o mundo. / Fazer com que o mundo se aproxime, o máximo possível, do projeto do Reino de Deus: / ser um mundo de justiça, de esperança, de igualdade,

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DIOCESE DE SANTOS - 201824CÍRCULOS BÍBLICOS 23

de respeito entre todos os irmãos. Para isso, é importante termos a coragem de ir ao mundo como Sal e Luz. / Isso

significa transformar o mundo. / Isso significa se envolver nas coisas do mundo! / Precisamos hoje de pessoas conscientes, capazes de viver o Evangelho no seu dia a dia, no trabalho, / na família, / onde quer que se encontrem: agir como pessoas exemplares!

Precisamos de pessoas conscientes que sejam bons profissionais. / De cristãos conscientes que sejam bons funcionários e ótimos técnicos. / Precisamos de cristãos conscientes que sejam bons políticos, ótimos juízes, capazes de entender a Doutrina Social da Igreja e agir em função do Bem Comum. / Todas essas pessoas não precisam sair lendo o Evangelho em voz alta em seus trabalhos. / Mas podem dar dignidade ao seu ofício ao viverem o Evangelho em suas atividades diárias, / nas suas práticas! / Para isso somos enviados como Sal e Luz da terra! / Isso tem que ser para nós mais do que uma decisão. / Precisa ser uma revolução da fé! / A mesma revolução que deu coragem a tantos cristãos que, por causa de sua fé, enfrentaram os leões e o martírio quando perseguidos pelos imperadores do mundo.

� Canto de Aclamação ao Evangelho[Acender as luzes para a Proclamação da Palavra]

� Palavra de Deus Leitor - Leitura do Evangelho segundo São João 15, 1-17.

1Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. 4Permane-cei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos. 9 Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. 10Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu observei o que mandou meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o

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CÍRCULOS BÍBLICOS 25DIOCESE DE SANTOS - 201824

seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça. Assim, tudo o que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. 17O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros.

Palavra da SalvaçãoTodos - Glória a Vós Senhor

� Para Refletir – Partilha da PalavraAnimador - De qual ‘fruto’ estaria o Senhor falando? O que João quer dizer quando

afirma que “os ramos da videira devem permanecer ligados à videira”? [Dar um tempo para as pessoas se manifestarem]

Leitor 1 - Estamos diante de um impasse. O que vemos quando olhamos para o mundo? Vemos os frutos da videira prometidos na leitura?

[Dar um tempo para as pessoas se manifestarem]

Animador - É Preciso que tenhamos coragem para enxergar no mundo o ‘resul-tado do nosso silêncio e de nossa ausência’. Quando nós, cristãos, abandonamos nossa família, nosso bairro, nossa cidade, nosso mundo permitimos que outras pes-soas mal intencionadas assumam aqueles espaços que deveríamos preencher. Mui-tas vezes, em muitas situações, o professor, o militar, o advogado, o juiz, o político, o médico, o engenheiro - e tantos outros profissionais - assumem esses espaços sem qualquer referência ao Evangelho, sem qualquer referência ao Bem Comum, desco-nhecendo completamente a Doutrina Social da Igreja e aopção de Jesus pelos mais necessitados.

Leitor 1 - Se hoje vivemos num mundo que não se parece com o Reino de Deus não seria por que abandonamos a nossa missão de construir o Reino de Deus neste mundo? Estamos muito mais preocupados em ocupar cargos e espaços dentro da Igreja, em nossa comunidade, e esquecemos que devemos “estar no mundo” como Sal e Luz.

Animador - Para assumir esses espaços, é necessário que estejamos unidos e fortalecidos como comunidade e tenhamos a coragem de ser profetas neste nos-so mundo conturbado. É necessário que tenhamos coragem de levantar nossa voz contra tudo aquilo que desumaniza, divide e faz do ser humano objeto de consumo descartável.

Você tem coragem de ser missionário neste mundo? Se sim, acenda a sua vela![Neste momento as luzes devem ser apagadas. Deve haver velas para todos os

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DIOCESE DE SANTOS - 201826CÍRCULOS BÍBLICOS 25

participantes.]Animador - Se sua resposta é afirmativa, acenda sua vela e escute o chamado do

Senhor.[Cada um se aproxima da vela que está ao lado da Bíblia e acende sua vela. Se

houver muita gente, uns podem acender as velas dos outros. Quando todas as ve-las estiverem acesas, o Animador prossegue]:

Animador - Vai, reconstrói a minha Igreja, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo!

[Acender as luzes. Manter as velas acesas]Todos - Ensina-nos, Senhor, a sermos os teus missionários da misericórdia.Leitor 1 - Dai-nos a coragem de gritar: Não a uma economia da exclusão. Não à cultura do descarte. Não à globalização da indiferença.Todos - Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver ódio que eu leve o amor. Onde houver ofensa que eu leve o perdão.

Animador- Vai, reconstrói a minha Igreja, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo!

Todos - Ensina-nos, Senhor, a sermos os teus missionários profetas.Leitor 2 - Dai-nos a coragem de gritar: Não ao fetichismo do dinheiro. Não à especulação financeira. Não ao dinheiro que domina ao invés de servir.Todos - Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver discórdia que eu leve a união. Onde houver dúvidas que eu leve a fé.

Animador- Vai, reconstrói a minha Igreja, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo!

Todos - Ensina-nos, Senhor, a sermos teus missionários da justiça.Leitor 1 - Dai-nos a coragem de gritar: Não à desigualdade social que gera violência. Não à fuga dos compromissos.

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CÍRCULOS BÍBLICOS 27DIOCESE DE SANTOS - 201826

Não ao pessimismo estéril.Todos - Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver erro que eu leve a verdade. Onde houver desespero que eu leve a esperança.

Animador- Vai, reconstrói a minha Igreja, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo!

Todos - Ensina-nos, Senhor, a sermos teus missionários da vida nova, da alegria do teu Evangelho.

Leitor 2 - Dai-nos a coragem de gritar: Não à guerra entre nós. Não ao mundanismo espiritual.Todos - Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver tristeza que eu leve a alegria. Onde houver trevas que eu leve a luz.

Animador- Vai, reconstrói a minha Igreja, anuncia o Reino da Vida e reconstrói o mundo!

Todos - Ensina-nos, Senhor, a sermos teus missionários da Rressurreição.Leitor 1 - Sabemos que para suportar o peso da Cruz de nossos dias:

Precisamos manter o entusiasmo missionário. Precisamos motivar a alegria da Evangelização. Precisamos incentivar a Esperança. Precisamos animar a Comunidade. Precisamos anunciar o Evangelho. Precisamos fortalecer o ideal do amor fraterno.Todos - Ó Mestre, fazei que eu procure mais Consolar que ser consolado, Compreender que ser compreendido, Amar que ser amado, Pois é dando, que se recebe, É perdoando que se é perdoado, E é morrendo que se vive para a vida eterna!

Animador - Eis o que significa ser missionário neste mundo globalizado, consumis-

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ta, secularizado, indiferente à dor e ao sofrimento do outro.Todos - Senhor Jesus, fazei de nós missionários do Evangelho. Que nossa vida no

mundo seja como Sal no alimento. Que nossa vida dê sabor ao mundo e à vida dos outros. Que, com a nossa vida e a nossa ação no mundo, sejamos construtores do Reino de Deus.

Animador - Que assim seja e que nunca esqueçamos que somos apenas instru-mentos na mão do Senhor! Que ele sempre inspire nossos passos!

Todos: Amém

[Apagar as velas]

� Cântico - Pelas Estradas da VidaPelas estradas da vida, nunca sozinho estás.

Contigo pelo caminho, Santa Maria vai. Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Se pelo mundo os homens, sem conhecer-se vão Não negues nunca a tua mão, a quem te encontrar Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Mesmo que digam os homens, tu nada podes mudar Luta por um mundo novo de unidade e paz Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Se parecer tua vida, inútil caminhar, lembra que abres caminho, outros te seguirão Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem ! Ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem !

� Orando pela vida Animador - Depois de termos celebrado estes Círculos Bíblicos em Comunida-

de, cresce em nós a consciência de que estamos sendo enviados para a Missão. Hu-mildemente, peçamos a Deus que nos dê coragem e sabedoria para fazermos nossa caminhada de fé neste momento histórico. Peçamos a inspiração do Espírito Santo e a intercessão de Deus, com a proteção de sua mãe Maria Santíssima, para que sejamos fiéis e corajosos discípulos, capazes, não só de assumir nosso compromisso dentro da Igreja, mas, principalmente, que sejamos agentes de transformação no mundo, onde devemos ser verdadeiramente Sal e Luz!

Todos - Senhor, escutai a nossa prece.Leitor 1 - Senhor, ilumina nossos passos para que tenhamos disposição para avan-

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çar no caminho do conhecimento de nossa fé, para que saibamos dedicar tempo para ler os documentos da Igreja em Comunidade, pois só assim estaremos prepara-dos para a Missão, e “para dar razão da nossa esperança” (1Pd 15), rezemos:

Todos - Senhor, escutai a nossa prece.Leitor 2 - Que os Círculos Bíblicos, que a leitura diária da Palavra de Deus

e a nossa convivência em Comunidade sejam fontes de vitalidade para a nossa ca-minhada missionária, e que saibamos fazer a Leitura Orante da Bíblia para que ela inspire nossos passos.

Todos - Senhor, escutai a nossa prece.Animador - Levemos para casa nossas velas. Que elas sejam símbolo de nosso

envio missionário. E toda vez que nos sentirmos fracos, sem a coragem missionária, sem a esperança no Ressuscitado, no silêncio de nossa casa, acendamos esta vela por alguns instantes e rezemos um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, por todos os mis-sionários do mundo, principalmente por aqueles que sofrem perseguição em terra estrangeira.

� Oração Final - Pai Nosso

� Canto Final

Expediente:Elaboração: Equipe de Assessoria Pastoral (EAP)Diagramação: Assessoria de Comunicação da Diocese de Santoswww.diocesedesantos.com.br // www.facebook.com/[email protected]

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Círculos Bíblicos

Papa Francisco - GAUDETE ET EXSULTATE § 25;27

4Dado que não se pode conceber Cristo sem o Reino que Ele veio trazer, também a tua missão é inseparável da construção do Reino: «procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6, 33). A tua identificação com Cristo e os seus desígnios requer o compromisso de construíres, com Ele, este Reino de amor, justiça e paz para todos. O próprio Cristo quer vivê-lo contigo em todos os esforços ou renúncias que isso implique e também nas alegrias e na fecundidade que te proporcione. Por isso, não te santifi-carás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste compromisso. (...). Poderá porventura o Espírito Santo enviar-nos para cumprir uma missão e, ao mesmo tempo, pedir-nos que fujamos dela ou que evitemos doar--nos totalmente para preservarmos a paz interior? Obvia-mente não; mas, às vezes, somos tentados a relegar para posição secundária a dedicação pastoral e o compromisso no mundo, como se fossem «distrações» no caminho da santificação e da paz interior. Esquecemo-nos disto: «não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão».