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  PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATÓRIO DIRECÇÃO MUNICIPAL DE URBANISMO DEPARTAMENT O MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO DIVISÃO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DEZEMBRO 2013

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Estudo de conjunto para o CC Dallas

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  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS

    RELATRIO

    DIRECO MUNICIPAL DE URBANISMO

    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO

    DIVISO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITRIO

    DEZEMBRO 2013

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 1

    NDICE

    I. ANLISE E DIAGNSTICO .................................................................................. 4

    1. INTRODUO....................................................................................................... 4

    1.1. Localizao da rea de interveno do Plano .................................................... 4

    1.2. Objetivos gerais ................................................................................................. 4

    1.3. Enquadramento .................................................................................................. 5

    1.4. Estrutura viria ................................................................................................... 6

    1.5. Estrutura edificada ............................................................................................. 6

    2. GNESE E EVOLUO URBANA ........................................................................ 7

    2.1. Gnese e levantamento do patrimnio cultural ................................................... 8

    2.1.1. A Avenida da Boavista .................................................................................... 8

    2.1.2. Arruamentos na envolvente ............................................................................ 9

    2.1.3. Patrimnio classificado ................................................................................. 10

    2.2. Evoluo do espao urbano ............................................................................. 11

    2.2.1. Na rea do Plano .......................................................................................... 12

    3. INSTRUMENTOS DE GESTO TERRITORIAL NA REA .................................. 14

    3.1. O Plano Diretor Municipal................................................................................. 14

    3.1.1. Ordenamento ................................................................................................ 14

    3.1.2. Condicionantes ............................................................................................. 17

    4. CARACTERIZAO FSICA E AMBIENTAL ....................................................... 18

    4.1. Caracterizao da Paisagem ........................................................................... 18

    4.2. Espao pblico ................................................................................................. 19

    4.3. Caracterizao acstica ................................................................................... 21

    4.4. Estrutura do parque habitacional ...................................................................... 23

    5. POPULAO ...................................................................................................... 27

    5.1. Diagnstico sociodemogrfico .......................................................................... 27

    6. EQUIPAMENTOS ................................................................................................ 30

    7. MOBILIDADE URBANA ....................................................................................... 31

    8. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO DALLAS .................................... 31

    8.1. Antecedentes ................................................................................................... 33

    8.2. Relao com o espao pblico e estado de conservao ................................ 35

    8.3. Condicionamentos urbansticos e legais .......................................................... 36

    8.4. rea de construo atual ................................................................................. 38

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    II. PROPOSTA ......................................................................................................... 40

    9. ESTRUTURA URBANA ....................................................................................... 40

    9.1. Estratgia adotada ........................................................................................... 40

    9.2. Soluo proposta ............................................................................................. 44

    9.2.1. Interveno face Avenida da Boavista ....................................................... 46

    9.2.2. Interveno face ao Largo Eng. Antnio de Almeida ................................... 46

    9.2.3. Interveno na edificao existente .............................................................. 47

    9.2.4. Estacionamento ............................................................................................ 50

    9.3. Intervenes Transitrias ................................................................................. 51

    9.4. Transformao fundiria .................................................................................. 52

    9.5. Programa de execuo e plano de financiamento ............................................ 54

    III. COMPOSIO DA EQUIPA .................................................................................. 56

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1. Evoluo da abertura da Avenida da Boavista ............................................... 8

    Figura 2. Porto - Avenida da Boavista ........................................................................... 9

    Figura 3. Planta do alinhamento da Rua Tenente Valadim (1899) .............................. 10

    Figura 4. rea-Plano na carta de Telles Ferreira (1892) ............................................. 12

    Figura 5. Estudo para os terrenos envolventes zona desportiva do Bessa (1973) ... 13

    Figura 6. Planta da situao existente ........................................................................ 32

    Figura 7. Identificao da rea do loteamento com o alvar n. 20/74 ........................ 33

    Figura 8. Levantamento de entradas do piso 1 ........................................................... 35

    Figura 9. Tipo de revestimento e estado de conservao das fachadas ..................... 36

    Figura 10. Levantamento da rea bruta locvel do centro comercial .......................... 39

    Figura 11. Perfil longitudinal C4 .................................................................................. 47

    Figura 12. Extrato da Planta da operao de transformao fundiria (Des.n.19) ..... 53

    NDICE DE MAPAS

    Mapa 1. Mapa de Sobre-exposio do PP Dallas - Cenrio 2, Lden ........................... 22

    Mapa 2. Edifcios existentes em 2011 por ha .............................................................. 24

    Mapa 3. Uso dos edifcios existentes em 2011 ........................................................... 24

    Mapa 4. poca de Construo dos edifcios existentes .............................................. 25

    Mapa 5. Populao residente em 2011 por ha ............................................................ 27

    Mapa 6. Estrutura Etria da populao residente em 2011 ......................................... 28

    Mapa 7. Populao empregada por Setor de Atividade em 2011 ............................... 30

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    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 1. Fogos licenciados em construes novas para habitao coletiva ............. 23

    Grfico 2. Licenas concedidas entre 1995 e 2009 ..................................................... 26

    Grfico 3. Fogos licenciados em construes novas para habitao coletiva ............. 26

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 1. Exigncias de acessibilidade...................................................................... 37

    Quadro 2. Exigncias de segurana contra incndios ................................................. 37

    Quadro 3. rea de construo atual ........................................................................... 38

    Quadro 4. reas e ndices urbansticos ...................................................................... 40

    Quadro 5. Comparao da rea locvel de centros comerciais ................................. 43

    Quadro 6. Caraterizao da proposta e reas do Plano ............................................. 48

    Quadro 7. Transformao fundiria ............................................................................ 52

    Quadro 8. Pressupostos para apuramento das taxas ................................................. 54

    Quadro 9. Apuramento do valor estimativo das taxas ................................................. 55

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    I. ANLISE E DIAGNSTICO

    1. INTRODUO

    O presente Relatrio corresponde fundamentao tcnica das solues da proposta

    do Plano de Pormenor do Dallas, suportada na identificao e na caracterizao

    objetiva dos recursos territoriais da sua rea de interveno, e ainda, na avaliao das

    condies econmicas, sociais, culturais e ambientais para a sua execuo.

    1.1. Localizao da rea de interveno do Plano

    O Plano de Pormenor que aqui se apresenta abrange uma rea de 9.172 m2, est

    integrado na zona da Boavista, dispe de boas acessibilidades e excelente

    potencialidade para o desenvolvimento de novas vivncias urbanas articuladas com a

    envolvente. Embora a rea-Plano seja pouco significativa em termos de dimenso,

    relativamente zona da cidade onde se localiza, representa privilegiada para

    consolidar as dinmicas sociais e econmicas que se geram volta. Localizada junto

    ao complexo desportivo do Estdio do Bessa e na confluncia de eixos virios

    importantes, nomeadamente a Rua do Tenente Valadim a nascente, e a Avenida da

    Boavista a sul, a rea do Plano constitui um territrio com dimenso adequada para

    produzir mais-valias a diversos nveis no contexto urbano.

    1.2. Objetivos gerais

    De modo a garantir-se a consolidao do edificado existente e a sua integrao plena

    em termos urbansticos, patrimoniais e socioeconmicos no tecido urbano local e na

    cidade, ser necessrio intervir na reabilitao dos edifcios (fazendo-os cumprir a

    legislao vigente) e na requalificao do espao pblico, devendo, para o efeito,

    definir-se novas regras e parmetros urbansticos que alterem, dentro dos limites da

    rea de interveno do Plano de Pormenor, algumas das disposies do Plano Diretor

    Municipal.

    De acordo com o ponto 5 dos Termos de Referncia do Plano de Pormenor, os

    contedos programticos para o desenvolvimento soluo urbanstica previam o

    seguinte:

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    A requalificao da rea atravs da relao do conjunto edificado com o

    espao pblico;

    A articulao do espao pblico com a envolvente criando novas

    ligaes pedonais que valorizem a rea e eventuais demolies que permitam

    uma melhoria das condies de penetrao e interao entre a Avenida da

    Boavista, o Largo e Rua Eng. Antnio de Almeida;

    A reorganizao e qualificao do Largo Eng. Antnio de Almeida

    numa lgica de integrao urbana mais adequada s diferentes funes

    existentes, ou a promover, com benefcio do espao pblico;

    Promoo de usos que implementem mais dinmica nesta rea e que

    se adaptem mais caracterstica da zona, que se distingue por concentrar

    comrcio e servios.

    1.3. Enquadramento

    A elaborao do Plano de Pormenor rege-se pelos procedimentos constantes do

    Decreto-Lei n. 380/99, de 22 de setembro, com a redao conferida pelo Decreto-Lei

    n. 46/2009, de 20 de fevereiro - Regime Jurdico dos Instrumentos de Gesto

    Territorial (RJIGT). A deciso de elaborao do Plano de Pormenor foi precedida de

    uma proposta de celebrao de Contrato para Planeamento, dirigida Cmara

    Municipal do Porto, por parte do Conselho de Administrao do Condomnio do Dallas,

    ao abrigo do artigo n.6-A do RJIGT, tendo em vista a resoluo do enquadramento

    jurdico dos edifcios que fazem parte do empreendimento Dallas, permitindo a sua

    regularizao administrativa. O Municpio do Porto est firmemente empenhado na

    execuo deste Plano, num processo de requalificao e valorizao desta zona da

    cidade, aproveitando a oportunidade da colaborao dos interessados na

    regularizao administrativa do edificado existente para congregar esforos e tornar

    vivel esta operao de renovao urbana no mdio prazo. Para a caraterizao da

    rea do Plano procedeu-se recolha de dados relevantes que permitissem de uma

    forma sucinta avaliar as atuais condies econmicas, sociais, culturais e ambientais

    de modo a fundamentar as opes da Proposta do Plano. Para o feito o relatrio incide

    numa sntese temtica decomposta em temas que abrange uma rea alargada,

    envolvente aos limites do Plano, permitindo uma anlise mais detalhada de cada um

    deles, constituindo suporte de fundamentao as plantas temticas de

    acompanhamento do Plano.

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    1.4. Estrutura viria

    Na Planta de Enquadramento (Pea grfica n.03) identificam-se os principais

    corredores de acessibilidade que servem a rea do Plano de Pormenor, caraterizando

    a situao face a esta malha e ao tecido urbano que serve. A rea-Plano situa-se junto

    da Avenida da Boavista um dos eixos estruturantes da cidade do Porto, com

    importncia viria significativa uma vez que estabelece a ligao do centro da cidade

    ao mar. A rea dispe ainda de fceis acessos rede viria regional e nacional

    atravs do n de Bessa Leite, a sul, e do n de Francos, a norte, sendo servida

    diretamente por transportes pblicos (STCP). E ainda relativamente prxima das

    estaes de Metro da Casa da Msica e de Francos.

    A Avenida da Boavista, rematada por dois marcos da cultura e do lazer - a Casa da

    Msica e o Parque da Cidade; ainda um eixo agregador de funes, sejam estas

    comerciais, empresariais (servios) ou habitacionais. Salienta-se a existncia dos

    centros comerciais Bristol e o Aviz junto Avenida da Boavista; o Braslia, o Pennsula

    e o Cidade do Porto, prximos da Rotunda da Boavista. Relativamente aos servios,

    para alm dos edifcios concebidos de raiz para escritrios, tambm os palacetes de

    incio de sculo tm vindo a ser reconvertidos para o mesmo fim. Refira-se ainda a

    concentrao de hotelaria, sobretudo no segmento da Avenida onde se localiza o

    Dallas (Sheraton, Tiara Park Atlantic, Porto Palcio e Tivoli), no troo mais prximo da

    Rotunda da Boavista, plo de atrao de fortes dinmicas ao nvel da populao

    utilizadora e, consequentemente, de gerao de trfego.

    1.5. Estrutura edificada

    O tecido urbano onde se integra a rea de interveno caracteriza-se pelas dinmicas

    que se tm produzido quer no eixo principal, a Avenida da Boavista, quer a norte, com

    a interveno no complexo desportivo do Bessa e envolvente. Toda esta rea se

    organiza com base na importncia das frentes urbanas, caraterizadas pelos diversos

    nveis de consolidao do edificado, elementos de rotura e de descontinuidade do

    espao urbano. Ao nvel do edificado, observa-se tambm uma grande variedade de

    tipo-morfologias, coexistindo, na envolvente prxima, habitao unifamiliar, coletiva,

    equipamentos e servios, desenvolvendo-se quer em frente contnua, em lotes

    individuais, ou em volumes isolados.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 7

    Da anlise da rea em funo das crceas (Pea grfica n. 5) verifica-se a existncia

    de edifcios-torre com elevado nmero de pisos (mais de 12), situados face da

    Avenida da Boavista, edifcios marcantes e outros de crcea mdia (5 a 8 pisos). Na

    rea do Plano, os edifcios de maior altura situam-se no quarteiro interior ( face da

    rua e largo Eng. Antnio de Almeida) convivendo com moradias unifamiliares de 2 a 3

    pisos. A partir de levantamento funcional representado nas peas desenhadas da

    ocupao funcional (Peas grficas nos 6-7), observa-se o seguinte:

    Equilbrio funcional entre habitao, comrcio/servios e equipamentos;

    Forte presena dos grandes equipamentos hoteleiros (Sheraton, Tiara, Porto

    Palcio e Bessa);

    Equipamentos desportivos, tais como o complexo desportivo do Boavista

    Futebol Clube - Estdio Bessa XXI, ao qual se associam as prticas do tnis e

    ainda o ginsio Holmes Place,

    Equipamentos escolares designadamente as escolas secundrias Clara de

    Resende e Fontes Pereira de Melo, e a escola primria Joo de Deus;

    Equipamentos culturais a Fundao Eng. Antnio de Almeida.

    Comrcio e servios so referncias o Centro Comercial Bristol e o

    supermercado Pingo Doce;

    Servios pblicos a estao dos correios CTT.

    Paralelamente, existe ainda boa distribuio espacial e diversidade de oferta de

    qualidade ao nvel dos servios de restaurao e bebidas.

    2. GNESE E EVOLUO URBANA

    O Centro Comercial Dallas foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1984 tendo, aps uma

    conturbada existncia, sido encerrado por deciso camarria em 30 Julho de 1999

    devido constatao de que no havia condies de segurana necessrias para

    continuar aberto ao pblico. O breve enquadramento sobre a gnese urbana da rea

    do Plano, a evoluo do espao urbano e das iniciativas de planeamento urbanstico

    que se registaram desde o incio do sculo XX at atualidade, so o objeto deste

    captulo.

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    2.1. Gnese e levantamento do patrimnio cultural

    Integrada na freguesia de Ramalde, junto da Avenida da Boavista rasgada durante o

    sculo XIX e concluda nos primrdios do sc. XX, a rea do Plano de Pormenor do

    Dallas, est intimamente relacionada com este eixo virio urbano, estruturante da

    cidade do Porto. aqui que, na segunda metade do sc. XX, se concentraram

    edifcios de gama alta do setor tercirio, tais como hotis, comrcio e servios de

    marcas internacionais e, mais recentemente, equipamentos pblicos de relevo, como a

    Casa da Msica, a Casa de Serralves ou o Parque da Cidade. O territrio ocupado

    pelo Dallas, situado entre a Avenida da Boavista e a Rua do Engenheiro Antnio de

    Almeida, identifica-se bem pelo estilo arquitetnico que imperava em finais da dcada

    de 70 do sc. XX, caraterizado pelos edifcios de grande volumetria afetos ao sector

    tercirio.

    2.1.1. A Avenida da Boavista

    O prolongamento da rua da Boavista at ao mar era um desejo antigo desde o incio

    do sculo XIX. Com efeito no Plano da cidade do Porto de Jos Francisco de Paiva,

    anterior a 1824, surge j a inteno deste prolongamento, tendo a Junta de Obras

    Pblicas de ento decido avanar com a pretenso, estabelecendo contactos com

    proprietrios de terrenos necessrios execuo de uma nova avenida. O arquiteto

    Joaquim da Costa Lima Sampaio ficou encarregue da elaborao do projeto da

    Avenida da Boavista. Em 1833 procedeu-se demarcao com estacas no percurso

    estudado, com a largura total de 80 palmos at ao cruzamento com a estrada de

    Matosinhos, no stio da Fonte da Moura.

    Figura 1. Evoluo da abertura da Avenida da Boavista

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    Mais tarde a obra avanou em direo ao mar, rasgada, em parte nos terrenos da

    Quinta do Bessa (dos Bessa Leite), seguindo por terrenos rurais e pequenos cursos de

    gua desviados. Ladeada de frondosos pltanos, e o eltrico na placa central, tornou-

    se numa alameda habitacional de eleio da alta burguesia portuense. A obra ficava

    concluda em 1917.

    Figura 2. Porto - Avenida da Boavista

    As grandes transformaes surgem a partir da segunda metade do sc. XX, sobretudo

    com o aumento do trfego automvel: muitos dos belos palacetes desapareceram e

    em seu lugar surgiram edifcios multifamiliares e do setor tercirio, dando origem a

    uma nova centralidade.

    2.1.2. Arruamentos na envolvente

    A rua do Engenheiro Antnio de Almeida, situada a norte da rea Plano, foi aberta nos

    anos 70 do sc. XX em resultado de obras de urbanizao de um loteamento

    habitacional. uma rua sem sada, que esteve prevista prolongar-se para l do

    complexo desportivo do Bessa, o que no veio a acontecer. O topnimo deve-se

    personalidade portuense, Antnio de Almeida (n.1891 Vila Real, f.1968 Porto), homem

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    ilustre que administrou vrias empresas entre estas, o Banco Espirito Santo e a

    Companhia de Seguros Tranquilidade e que instituiu, por testamento, a fundao

    (casa-museu) com seu nome, de fins artsticos, educativos e de solidariedade social,

    reunindo ali as suas colees de ourivesaria, mobilirio, pintura entre outras.

    A rua de Tenente Valadim (topnimo desde 1922) situada a nascente prxima da rea

    do Plano constitui um eixo importante de fluxo de trnsito desde a avenida da Boavista

    para norte. um arruamento muito antigo cujo projeto de reperfilamento surge em

    1899. Rua predominante residencial, possui tambm edifcios de hotel e algumas

    sedes de empresas e a Casa-Museu da Fundao Engenheiro Antnio de Almeida. O

    seu topnimo que substituiu o antigo rua de Santa Isabel deve-se a Eduardo Augusto

    Pinto de Valadim (n. 1865 Lisboa, f.1890 Niassa, Moambique), heroico combatente e

    expedicionrio em frica.

    Figura 3. Planta do alinhamento da Rua Tenente Valadim (1899) Fonte : (A.H.M.P.) D-CMP-02-287-002

    2.1.3. Patrimnio classificado

    No que se refere ao patrimnio classificado na envolvente prxima da rea do Plano

    identificam-se dois imveis, com diferentes nveis de classificao o Monumento de

    Interesse Pblico, (MIP) - Escola Secundria Clara de Resende1, Rua O Primeiro de

    Janeiro, e outro cuja classificao integra o inventrio de imveis de Interesse

    Patrimonial Municipal (R 11) Casa-Museu da Fundao Engenheiro Antnio de

    Almeida, Rua Tenente Valadim, 257-303.

    1 Monumento de Interesse Pblico, Art. 2., alnea c) da Portaria n. 262/2011, DR n. 12, 2. Srie, de 18 de janeiro

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    2.2. Evoluo do espao urbano

    A segunda metade do sculo XIX foi uma poca de grande dinamismo traduzido no

    adensamento da malha urbana e na expanso da cidade para alm do velho centro.

    Surgem novas reas habitacionais desde a casa popular e operria s casas da

    burguesia mono ou polifuncionais. Infraestruturas, tais como - sistemas de iluminao

    pblica a gs (1855), o abastecimento de gua ao domiclio (1887) e o saneamento

    bsico, do nova imagem cidade. Num contexto de grande crescimento econmico

    assiste-se tambm a um aumento demogrfico.

    As populaes do mundo rural, so atradas para estes novos lugares frteis em

    emprego devido ao florescer das atividades industriais - na profusa difuso de

    fbricas, de oficinas e de comrcio. A paisagem urbana marcada pelas chamins

    das enormes instalaes fabris, bem como pelos inmeros conjuntos de habitaes

    operrias e de ilhas que vem introduzir novas morfologias urbanas e novas formas

    de habitar o Porto. Os novos modos de vida a casa de habitao dissocia-se da loja -

    na assuno burguesa, a famlia vive a intimidade da casa, no misturando o trabalho

    - surgem os chalets e palacetes erguidos em zonas perifricas fora do centro urbano.

    A par disso, as novas infraestruturas de mobilidade e meios de transporte influenciam

    as tendncias de crescimento em diferentes zonas da cidade - travessias do Douro -

    Ponte Pnsil (1843) sucede a Ponte Maria Pia (1877) e a Ponte Lus I (1886). As

    ligaes ferrovirias - Estao de Campanh (1875); a linha do Minho at Nine; a linha

    do Douro at Penafiel e a ligao Boavista - Pvoa de Varzim. A transformao

    urbana na zona da Boavista evolui logo que surgem equipamentos e espaos pblicos

    estruturantes - o Cemitrio de Agramonte, a Praa de Touros, o Hospital Militar, a

    Estao de Caminho-de-ferro. Contudo, s muito tardiamente, j em pleno sc. XX,

    que se verificou a consolidao de um novo tipo de edifcios no alinhamento dos

    arruamentos na tendncia de afirmao do centro direcional da Boavista, perdendo a

    avenida gradualmente a faceta de boulevard, marginado por sumptuosos palacetes da

    burguesia influente do Porto.

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    2.2.1. Na rea do Plano

    Ao analisar-se a carta de Telles Ferreira de 1892, podem ver-se os terrenos do Dallas,

    rodeados de campos de cultivo e dois palacetes face da Avenida da Boavista com

    seus frondosos jardins.

    Figura 4. rea-Plano na carta de Telles Ferreira (1892)

    Nesta data, nos lotes contguos ainda no tinham sido edificadas as duas moradias

    unifamiliares que se mantiveram at finais do sculo XX, das quais hoje em dia s

    resta o terreno e uma palmeira. O edificado tpico refletia o gosto de uma burguesia

    endinheirada que atravs das suas moradias/palacetes ostentavam o seu poder

    econmico nesta zona de elite da cidade.

    O Plano Diretor da Cidade (1962), de Robert Auzelle, veio de algum modo influenciar o

    modelo de ocupao que se verifica atualmente na rea do Plano. Auzzele entendia o

    Porto como uma capital regional e preconizava o reforo do centro atravs da

    consolidao do sector tercirio, expandindo-o para norte, e a criao de novas zonas

    residenciais no anel perifrico da cidade. Com efeito, o zonamento previsto indicava

    uma ocupao residencial e reas verdes, assim como previa o arruamento (hoje

    parcialmente constitudo pela rua do Eng. Antnio de Almeida) que ligaria a rua do

    Tenente Valadim rua de O Primeiro de Janeiro, envolvendo o estdio do Bessa.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 13

    neste contexto que surge em 1969 o denominado estudo para os terrenos

    envolventes zona desportiva do Bessa, aprovado em 1973, o qual define com

    detalhe o desenvolvimento urbano (com usos, implantaes, e nmero de pisos) de

    uma vasta rea na qual se inclui os terrenos do Dallas.

    Figura 5. Estudo para os terrenos envolventes zona desportiva do Bessa (1973)

    Este Estudo Urbanstico constitui-se como o plano muito detalhado de ordenamento

    desta rea, o qual impe um modelo de ocupao que substitui os velhos palacetes

    por conjuntos de imveis de habitao plurifamiliar ao longo da Avenida da Boavista,

    rodeados por amplas zonas verdes onde pontuam edifcios torre de habitao e reas

    de comrcio. O desenho que parte do conjunto Dallas veio a tomar, ainda tem muitas

    das referncias deste Estudo.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 14

    3. INSTRUMENTOS DE GESTO TERRITORIAL NA REA

    3.1. O Plano Diretor Municipal

    A rea de interveno do Plano de Pormenor do Dallas est abrangida pelo Plano

    Diretor Municipal do Porto (RCM n. 19/2006, de 3 de fevereiro) com a redao dada

    pela alterao, Aviso n. 14332/2012, publicado na 2. srie n. 207 do Dirio da

    Repblica de 25 de outubro de 2012, sendo este plano municipal de ordenamento do

    territrio o nico instrumento de gesto territorial eficaz na rea do Plano de Pormenor.

    3.1.1. Ordenamento

    De acordo com o PDM e relativamente qualificao do solo, a rea do Plano de

    Pormenor integra-se na categoria de espao relativa ao solo urbanizado e abrange

    trs subcategorias de espao: rea de frente urbana contnua em consolidao,

    rea de habitao de tipo unifamiliar e sistemas de circulao e mobilidade. Para

    estas reas, as disposies regulamentares so as seguintes:

    Seco II rea de frente urbana contnua em consolidao

    Artigo 18. mbito e objetivos

    As reas de frente urbana contnua em consolidao correspondem s reas estruturadas em

    quarteiro com edifcios localizados, predominantemente, face dos arruamentos, em que o

    espao pblico se encontra definido e em que as frentes urbanas edificadas esto em processo

    de transformao construtiva e de uso; pretende -se a manuteno e reestruturao das

    malhas e a consolidao do tipo de relao do edificado com o espao pblico existente.

    Artigo 19. Usos

    As reas de frente urbana contnua em consolidao so zonas mistas com predominncia do

    uso habitacional; so permitidas atividades complementares e outros usos desde que

    compatveis com a funo dominante.

    Artigo 20. Edificabilidade

    1 - As obras de edificao a levar a efeito regem -se pelas seguintes disposies:

    a) Cumprimento dos alinhamentos e das formas de relao do edifcio com o espao pblico

    dominante na frente urbana em que o prdio se integra, exceto nas situaes em que a CMP j

    tenha estabelecido ou venha a estabelecer novos alinhamentos;

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 15

    b) Admite-se o prolongamento construtivo em cave para alm do plano da fachada de tardoz

    do corpo dominante, desde que esse prolongamento no represente um acrscimo de Abc

    nem uma impermeabilizao superior a 70 % da rea do prdio;

    c) O alinhamento da fachada de tardoz do corpo dominante do edifcio o definido pelo

    alinhamento do corpo dominante dos edifcios a manter nessa frente urbana;

    d) Na construo de novos edifcios ou ampliao de edifcios existentes em prdio ou lote cuja

    exgua dimenso e configurao irregular no permita satisfazer em simultneo o cumprimento

    da rea mxima de impermeabilizao e o alinhamento da fachada de tardoz de acordo com,

    respetivamente, as alneas b)e c) anteriores, a profundidade mxima definida pelo

    alinhamento dominante;

    e) Na construo de novos edifcios ou ampliao de edifcios existentes, em prdio ou lote de

    gaveto, devero privilegiar-se solues arquitetnicas adequadas ao conveniente remate

    urbano das respetivas frentes, dispensando -se, se necessrio, do cumprimento do disposto

    nas alneas b), c) e h) deste nmero;

    f) A altura da fachada confinante com a via pblica no pode exceder a largura do arruamento

    confrontante, medida entre os limites do espao pblico dominante ou estabelecido, no sendo

    permitidos pisos habitveis acima dessa altura e sem prejuzo do definido na alnea seguinte;

    g) Na construo de novos edifcios ou ampliao de edifcios existentes, admite-se um andar

    recuado para alm da altura da fachada definida na alnea anterior, quando tal seja dominante

    nessa frente urbana, ou sirva de colmatao a empena existente;

    h) Admite-se a edificao ao nvel do piso trreo para alm da fachada de tardoz do corpo

    dominante, at 20 % da rea compreendida entre esta fachada e o limite posterior do lote;

    i) A rea do prdio no afeta ocupao de edifcios, pode ser impermeabilizada no mximo

    de 10 % desde que no comprometa a existncia de uma rea permevel de 30 % da rea do

    prdio.

    2 - Cumulativamente com a alnea f) do nmero anterior devem ser atendidas as seguintes

    disposies:

    a) Quando o perfil transversal do espao pblico e via pblica confinantes com uma frente

    urbana tiver um alargamento pontual numa dada extenso, a crcea a admitida para a

    restante frente urbana;

    b) Quando o perfil transversal do espao pblico e via pblica confinantes com uma frente

    urbana seja superior a 21 m, a crcea mxima admitida de 21 m, exceto quando a moda da

    crcea for superior, respeitando-se essa moda, ou quando j existir uma crcea estabelecida

    pela CMP para essa frente urbana.

    3 - A CMP pode impor crceas diferentes das resultantes da aplicao dos nmeros anteriores

    deste artigo, quando estiver em causa a salvaguarda de valores patrimoniais ou a integrao

    urbanstica no conjunto edificado onde o prdio se localiza.

    Artigo 21. Logradouros e interior dos quarteires

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    1 - O interior dos quarteires destina -se a espao verde afeto aos logradouros das parcelas

    confinantes com os arruamentos que definem o quarteiro ou utilizao coletiva.

    2 - (Revogado.)

    3 - Admite-se a diviso de um quarteiro quando se verificar uma das seguintes condies:

    a) Abertura de novos arruamentos pblicos em conformidade com a planta de ordenamento

    qualificao do solo;

    b) Quando a CMP considerar que, pela significativa dimenso do quarteiro e desejvel

    alterao dos usos e ocupao existentes no seu interior, a diviso do quarteiro contribuir

    para a qualificao urbanstica e ambiental dessa zona da cidade, e ou para a melhoria das

    condies de circulao viria.

    4 - Na situao do nmero anterior, cumulativamente com as disposies constantes desta

    seco, devem verificar-se as seguintes regras:

    a) O novo arruamento que divide o quarteiro existente deve ter um traado que permita a

    adequao do cadastro soluo urbanstica, devendo ainda estabelecer a ligao entre dois

    arruamentos j existentes;

    b) A crcea dos edifcios a implantar face do novo arruamento deve garantir uma correta

    articulao entre as crceas das frentes urbanas em que se apoia o novo arruamento.

    Seco IV rea de habitao do tipo unifamiliar

    Artigo 22. mbito e objetivos

    As reas reguladas na presente seco correspondem s zonas em queo tipo dos edifcios

    dominantemente o de habitao de tipo unifamiliar, que deve ser mantido como tal, ou s reas

    para as quais o PDMP impe essa mesma tipologia.

    Artigo 23. Usos

    Nas reas de habitao de tipo unifamiliar o uso dominante o da habitao, admitindo

    -se outros usos desde que compatveis com a funo dominante.

    Artigo 24. Edificabilidade

    1 As novas construes ou as intervenes nos edifcios existentes a levar a efeito

    subordinar -se -o s seguintes disposies:

    a) Cumprimento dos alinhamentos dominantes da frente urbana respetiva, quer para os

    edifcios quer para as frentes do lote confinantes com o espao pblico, exceto nas situaes

    em que a CMP j tenha estabelecido ou venha a estabelecer novos alinhamentos;

    b) A rea de impermeabilizao no pode exceder 60 % da rea do prdio ou lote, sem

    prejuzo do cumprimento da alnea anterior;

    c) O nmero mximo de pisos acima do solo trs, exceto em frentes urbanas

    estabilizadas, nas quais definido em funo da crcea dominante;

    d) Todos os fogos das novas construes devem ter acesso direto e independente ao

    exterior, podendo as caves ser comuns.

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    2 No caso de operao de loteamento ou de impacte semelhante a loteamento, a

    rea de impermeabilizao no pode exceder 60 % da rea do prdio.

    3 Excetuam -se das alneas b) e c) do n. 1, as obras de edificao em prdio ou

    lote de reduzidas dimenses ou quando seja necessrio garantir as condies mnimas de

    habitabilidade;

    4 A construo de novas frentes urbanas decorrentes da abertura de novos

    arruamentos implica a ligao destes a dois arruamentos existentes, podendo ser permitidas

    outras opes urbanas desde que devidamente enquadrveis em solues j adotadas na

    envolvente prxima.

    Captulo III Sistemas de circulao e mobilidade, Seco I Disposies gerais

    Artigo 48. - Objeto

    1 Consideram -se sistemas de circulao e mobilidade os que servem de canal de

    transporte ou de elemento de conexo e correspondncia entre diferentes modos e meios de

    transportes e comunicaes, facilitando a relao entre os setores urbanos e, ainda, entre a

    cidade e a sua rea metropolitana ou outros pontos do espao nacional e internacional.

    2 O ordenamento das componentes locais dos sistemas a concretizar atravs de

    planos, loteamentos, projetos de edificao pblicos ou privados, projetos de urbanizao e

    infraestruturas deve ser coerente com os objetivos gerais definidos nos sistemas de circulao

    e mobilidade, assim como com as previses de edificao e usos constantes do PDMP, tendo

    em vista a viabilizao de equilbrios urbanos durveis.

    3.1.2. Condicionantes

    Nas reas abrangidas por servides administrativas e restries de utilidade pblica, a

    disciplina de uso, ocupao e transformao do solo regulada pelas disposies

    expressas de espao sobre que recaem, em acordo com o presente regulamento e

    com a planta de condicionantes dinmica do Plano Diretor Municipal do Porto, sem

    prejuzo das disposies vinculativas das servides ou restries de utilidade pblica,

    que a todo o tempo vierem a vigorar na rea delimitada no Plano de Pormenor do

    Dallas.

    No territrio abrangido pelo Plano so observadas as disposies referentes a

    servides administrativas e restries de utilidade pblica em seguida identificadas,

    constantes da legislao em vigor:

    a) Aproximao ao Aeroporto S Carneiro;

    b) Zonas acsticas mistas e sensveis.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 18

    O Decreto-Lei n. 9/2007, de 17 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n. 278/2007, de

    1 de agosto, aprova o Regime Legal Sobre a Poluio Sonora, estabelecendo que a

    delimitao de zonas mistas e sensveis deve ser feita no respetivo Plano Municipal de

    Ordenamento, de acordo com os critrios fixados nesse diploma:

    Zona Sensvel: rea vocacionada para usos habitacionais, existentes ou

    previstos, bem como para escolas, hospitais, espaos de recreio e lazer e outros

    equipamentos coletivos prioritariamente utilizados pelas populaes como locais de

    recolhimento, existentes ou a instalar;

    Zona Mistas: zona cuja ocupao seja afeta a outras utilizaes para alm das

    definidas nas zonas sensveis, nomeadamente comrcio e servios.

    A rea de interveno est integralmente classificada como Zona Mista.

    4. CARACTERIZAO FSICA E AMBIENTAL

    4.1. Caracterizao da Paisagem

    No que se refere caraterizao da paisagem urbana, deve assinalar-se os edifcios

    mais relevantes na rea de interveno e sua envolvente, bem como a existncia de

    barreiras continuidade do espao pblico ou problemas de fecho visual e

    paisagstico de alinhamentos:

    Do ponto de vista da paisagem urbana e da morfologia do edificado,

    verifica-se que, em geral, os edifcios da envolvente que apresentam maior

    volumetria se encontram junto Avenida da Boavista, eixo suporte de maior

    capacidade, enquanto que, no empreendimento Dallas, esta lgica se

    inverte, sendo os edifcios mais afastados da Avenida que tm maior

    crcea;

    No se vislumbra, todavia, possibilidade de resolver esta questo, uma vez

    que a soluo passaria por aumentar a crcea do bloco A, de modo a

    refletir a importncia hierrquica da Avenida sobre o Largo Eng. Antnio de

    Almeida, bem como de ir ao encontro de edifcios confrontantes (Sheraton

    Hotel ou Edifcio Burgo);

    Em termos de animao do espao pblico pelas atividades, questo

    diretamente ligada permeabilidade espao pblico/ espao privado,

    verifica-se que esta mais forte tambm junto Avenida da Boavista;

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 19

    No entanto, existem algumas barreiras a esta permeabilidade, decorrentes

    da existncia de barreiras fsicas;

    Neste contexto, a rea de interveno encontra-se de certa forma

    encravada, apresentando uma frente estreita junto Avenida (espao

    nobre e chamariz por excelncia), com o restante desenvolvimento em

    situao de traseiras;

    Esta situao agrava-se pela funo que o Largo Eng. Antnio de Almeida

    oferece atualmente, que a de quase exclusividade para estacionamento e

    acesso automvel, e pelo tratamento dos muros que conformam este

    espao.

    4.2. Espao pblico

    Os espaos pblicos na envolvente prxima do Plano so constitudos essencialmente

    pelos arruamentos e eixos virios claramente estabilizados. Para alm destes, os

    espaos de utilizao coletiva so praticamente inexistentes (faltam praas e jardins

    ou outros espaos significativos de uso coletivo).

    J no que se refere rea-Plano identificam-se dois espaos pblicos de diferente

    carcter. O primeiro, o espao de utilizao coletiva situado na frente urbana da

    Avenida da Boavista, constitudo pela plataforma elevada que resulta do recuo do

    edifcio Dallas. Esta razovel praa de entrada no conjunto comercial tem sido, no

    entanto deixada ao abandono (frequentemente ocupada com estacionamento), o seu

    enquadramento urbano pode ser potenciado de modo a constituir um elemento de

    composio do desenho urbano, gerador de usos e usufruto coletivo.

    Na parte interior norte do Plano surge o Largo Eng. Antnio de Almeida, bolsa

    divergente da rua homnima, profundamente desqualificado, sendo a sua gnese

    deficitria em termos de desenho urbano. um espao intersticial, resultante das

    ocupaes edificatrias e no espao criado com propsitos claros, acabando por ser

    usado como estacionamento automvel - via em cul-de-sac, geradora de

    conflitualidade de trafego e congestionamento. desqualificao geral acresce o mau

    estado de conservao das fachadas dos edifcios confrontantes e o abandono das

    frentes comerciais, decorrente de mais de uma dcada de encerramento do shopping,

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 20

    No que se refere continuidade entre espao pblico e espao privado, verifica-se

    que a permeabilidade do espao privado (caraterizado pela existncia ou no de

    barreiras fsicas continuidade, diferenas de cota, muros, entre outras),

    praticamente inexistente. Contudo, analisados os espaos contguos ao Plano, podem

    facilmente identificar-se situaes onde esta permeabilidade (especialmente ao nvel

    do uso pedonal) se pode conseguir. Exemplo disso est nos prprios contedos

    programticos para a soluo urbanstica, inscritos nos Termos de Referncia do

    Plano de Pormenor do Dallas, que identifica a possibilidade de articulao do espao

    pblico com a envolvente criando novas ligaes pedonais que valorizem a rea () e

    a interao entre a avenida da Boavista e o Largo e rua Eng. Antnio de Almeida.

    Esta ligao sendo feita custa dos atravessamentos entre espaos pblicos e

    privados garante a continuidade do sistema dos espaos coletivos. Outras

    possibilidades de continuidade urbana se apresentam como o caso do possvel

    atravessamento entre a galeria comercial do estdio do Bessa e o futuro espao

    comercial do Dallas, o qual permitiria a ligao pedonal desde a rua de O Primeiro de

    Janeiro at rua Tenente Valadim, ou, ainda, uma provvel ligao entre a entrada

    nascente do estdio do Bessa (na rua Eng Antnio de Almeida) e a rua Joo de

    Deus, na entrada a norte, junto ao complexo de tnis do Bessa.

    A identificao destas possveis penetraes pblico-privado podem contribuir para se

    encontrar solues para a animao e continuidade do espao pblico, devolvendo

    zona novas valncias no usufruto destes espaos, criando em simultneo melhores

    condies de utilizao dos equipamentos e a consolidao de um comrcio ativo,

    cujo sucesso est muito dependente de boas condies de acessibilidade a partir dos

    espaos de utilizao pblica.

    No que se refere qualificao dos espaos pblicos em termos do seu traado,

    desenho e matrias de revestimento, verifica-se que houveram recentemente

    intervenes nos arruamentos prximos, como o caso das obras de qualificao na

    Rua O Primeiro de Janeiro, estando prevista, ainda para o ano em curso, a

    requalificao do traado e do perfil da Avenida da Boavista que na verdade, funciona

    como o eixo unificador de todo este tecido urbano.

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    4.3. Caracterizao acstica

    A caracterizao acstica que aqui se apresenta em breve resumo, parte do Estudo

    Acstico e respetivos Mapas de Rudo (contedo documental do Plano) desenvolvido

    pelo Ncleos de Investigao e Desenvolvimento em Engenharia Acstica, da

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, coordenado pelo Professor Rui

    Calejo, com o objetivo estudar o impacto do rudo exterior junto das habitaes,

    provocado pelos veculos quando do funcionamento em pleno do Plano de Pormenor

    do Dallas.

    O Edifcio Dallas possui atualmente uma taxa de ocupao muito reduzida, sobretudo

    no Bloco C (centro comercial) e no Bloco E (habitao). Os restantes blocos

    apresentam uma ocupao na ordem dos 30 %. Com a implementao do Plano de

    Pormenor do Dallas prev-se uma ocupao plena, na qual o Centro Comercial ser o

    centro dinamizador do conjunto. Surgem no entanto dvidas quanto aos impactos, em

    termos de rudo, nas habitaes existentes na rea do Plano e envolvente,

    nomeadamente as habitaes do Bloco E e nas moradias existentes ao longo da Rua

    do Eng. Antnio Almeida. O parque de estacionamento do Centro Comercial tinha

    uma sada para o Largo (atualmente desativada).

    No plano equaciona-se a eliminao definitiva desta sada do parque de

    estacionamento para o Largo, ficando o acesso aos parques subterrneos limitados

    entrada e sada atravs da Av. Da Boavista. Apenas o acesso ao parque privativo do

    Bloco E se far na parte de trs (Largo e Rua).

    O estudo acstico tomou em considerao estes prossupostos e debruou-se sobre os

    vrios cenrios de mobilidade de que resultou a elaborao de mapas de sobre-

    exposio, para 3 diferentes cenrios, donde foram retiradas algumas concluses

    relativamente ao impacto em termos de rudo nas habitaes de proximidade do Plano

    de Pormenor do Dallas:

    Cenrio 1 Entrada e sada de veculos pela Av. da Boavista e Largo e Rua

    (traseiras);

    Cenrio 2 Entrada e sada de veculos pela Av. da Boavista e sada de

    veculos do Bloco E pelo Largo e Rua (traseiras);

    Cenrio 3 Entrada e sada de veculos pelo Largo e Rua (traseiras).

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 22

    A partir destes limites de exposio, ento possvel elaborar os mapas de sobre-

    exposio, nos quais so representadas as zonas onde os limites legais so

    excedidos. Dos variados Mapas que constam do estudo, reproduz-se o seguinte

    relativamente ao Cenrio 2.

    Mapa 1. Mapa de Sobre-exposio do PP Dallas - Cenrio 2, Lden

    Aps a anlise dos resultados obtidos nos mapas de rudo relativamente aos trs

    diferentes cenrios traados, no espectvel a existncia de sobre-exposio nas

    habitaes localizadas nas traseiras do PP Dallas (acesso Largo e Rua).

    As concluses do estudo apontam para que a situao de exposio mais favorvel

    seja a que est exposta no Cenrio 2 no qual as entradas e sadas de veculos so

    efetuadas pela Av. da Boavista, e o acesso Largo e Rua (traseiras) apenas

    utilizado como via de entrada e sada dos veculos do Bloco E.

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    4.4. Estrutura do parque habitacional

    Relativamente ao parque habitacional, importa analisar a dimenso do mesmo, as

    suas caractersticas, uso e poca de construo. Alm disso, faz-se ainda um breve

    apontamento relativamente aos licenciamentos desde 1995 a 2009, de forma a retratar

    a dinmica nos ltimos anos. Nas imagens seguintes possvel verificar que as

    subseces mais densas ao nvel do edificado so na zona nascente, sendo

    maioritariamente residenciais.

    percetvel que as subseces envolventes rea de interveno resultaram de

    operaes urbansticas de carcter distinto do tecido urbano a nascente, existindo

    portanto edifcios de habitao multifamiliar de maior dimenso e mais espaos verdes

    de utilizao coletiva entre os edifcios, tornando o espao mais permevel,

    caracterstica das morfologias modernistas dominantes na zona poente.

    Grfico 1. Fogos licenciados em construes novas para habitao coletiva

    554656

    5583

    7661391

    7118

    7541470

    6154

    598661 3380

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Lordelo do Ouro Ramalde Concelho do

    Porto

    T0 ou T1 T2 T3 T4 ou mais

    262635 2688

    00 603

    2410 3366 18014

    0 177 930

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Lordelo do Ouro Ramalde Concelho do

    Porto

    Pessoa singular Organismo Pblico

    Empresa privada Outros

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 24

    Mapa 2. Edifcios existentes em 2011 por ha

    Mapa 3. Uso dos edifcios existentes em 2011 FONTE: Dados dos Censos de 2011 por subseco

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 25

    Relativamente aos usos cabe ainda salientar o peso dos edifcios principalmente no

    residenciais nas subseces 13120600301 e 13121106003. tambm transversal a

    quase todas as subseces um nvel de edifcios principalmente residenciais

    relevante, indicando que partes de alguns edifcios so efetivamente usados para

    comrcio ou servios. A imagem seguinte retrata a poca de construo de edifcios

    retendo-se essencialmente o seguinte:

    Os quarteires mais a nascente constituem o tecido urbano mais antigo

    estando grande parte do parque edificado consolidado at 1960;

    Depois de 1990 quase no houve construo de novos edifcios na maioria das

    subseces.

    Mapa 4. poca de Construo dos edifcios existentes FONTE: Dados dos Censos de 2011 por subseco

    Cabe ainda referir que de acordo com os dados dos Censos de 2011 quer o municpio,

    quer a freguesia de Ramalde perdem edifcios (4.73% e 2.94%, respetivamente), ainda

    que aumentem o nmero de alojamentos (8.89% e 14.17%, respetivamente). Lordelo

    do Ouro, por seu turno, regista um aumento significativo ao nvel dos alojamentos,

    22.15%, mas que apenas corresponde a um aumento de 2.67% ao nvel dos edifcios.

    No grfico seguinte apresentam-se as licenas concedidas por ano, entre 1995 e

    2009, verificando-se que, aps a forte dinmica verificada entre 2000 e 2001, o

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 26

    nmero de licenas concedidas tem vindo gradualmente a estabilizar, com a exceo

    de 2009 em que o nmero de licenas anormalmente baixo, fruto possivelmente da

    conjuntura econmica.

    Grfico 2. Licenas concedidas entre 1995 e 2009

    Quanto tipologia dos fogos licenciados e s entidades promotoras, o quadro e os

    grficos seguintes congregam a sntese dos dados sendo de registar:

    A preponderncia de tipologias T2 e T3;

    A quase exclusividade das empresas privadas enquanto promotores.

    Grfico 3. Fogos licenciados em construes novas para habitao coletiva

    114423

    121477

    176193294

    182 1204275

    228 1130102

    341 1808346

    247 1298

    365 485 2146

    71489

    1546

    240106

    979

    180358

    1379

    154259

    1492

    201396

    2360

    283

    373

    2251

    166 93 814682

    4 22

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Lordelo do Ouro Ramalde Concelho do Porto

    1995 1996

    1997 1998

    1999 2000

    2001 2002

    2003 2004

    2005 2006

    2007 2008

    2009

    554656

    5583

    7661391

    7118

    7541470

    6154

    598661 3380

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Lordelo do Ouro Ramalde Concelho do

    Porto

    T0 ou T1 T2 T3 T4 ou mais

    554656

    5583

    7661391

    7118

    7541470

    6154

    598661 3380

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Lordelo do Ouro Ramalde Concelho do

    Porto

    T0 ou T1 T2 T3 T4 ou mais

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 27

    5. POPULAO

    5.1. Diagnstico sociodemogrfico

    Na imagem seguinte possvel verificar que a densidade de populao mais

    elevada nos quarteires marginantes Via de Cintura Interna a Poente e nos

    quarteires a Nascente (a caminho da Casa da Msica) e a Sul (em frente rea de

    interveno). Contudo a subseco em que se insere a rea de interveno

    (13121105901) das que possui maior nmero de indivduos (690), bem como as

    subseces 13120601101 (628) e 13121106201 (744).

    Mapa 5. Populao residente em 2011 por ha FONTE: Dados dos Censos de 2011 por subseco

    As subseces em que a numerao inicial 131206 pertencem freguesia de

    Lordelo do Ouro, enquanto as 131211 pertencem freguesia de Ramalde. Em termos

    populacionais as subseces analisadas neste mbito correspondem apenas a 10.4%

    e 9.6%, do total das freguesias de Lordelo do Ouro e de Ramalde, respetivamente,

    sendo essas propores em funo da rea quase da mesma ordem de grandeza,

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 28

    8.8% e 9.9%, respetivamente. Atendendo aos dados dos Censos de 2011 para o

    municpio do Porto e para as freguesias de Lordelo do Ouro e de Ramalde, enquanto o

    municpio perdeu quase 10% da sua populao, estas freguesias registaram variaes

    muito tnues, Lordelo do Ouro perdeu 23 pessoas (0.10%) e Ramalde ganhou 355

    (0.94%). Na anlise dos dados populacionais por sexo verifica-se um fenmeno

    interessante Lordelo do Ouro perde quase o dobro do ganho em homens, enquanto

    em Ramalde se passa o inverso h uma perda de homens (-66 pessoas) face ao

    ganho de 421 mulheres. J no que toca s famlias os dados apontam para aumentos

    substanciais em Lordelo do Ouro e Ramalde, 11.54% e 12.05%, respetivamente,

    enquanto o municpio regista apenas aumentos da ordem dos 3%.

    Mapa 6. Estrutura Etria da populao residente em 2011 FONTE: Dados dos Censos de 2011 por subseco

    Ainda na anlise da populao importa analisar a estrutura etria, tanto pela questo

    do conhecimento do pblico-alvo para a unidade comercial, mas tambm pelas

    questes de dependncia econmica.

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 29

    A anlise da estrutura etria constitui uma ferramenta importante, uma vez que

    descreve as sinergias entre os diversos grupos etrios, das quais resultam

    determinados fenmenos demogrficos, nomeadamente o coeficiente de dependncia

    total e o ndice de envelhecimento. No caso do coeficiente de dependncia total

    obtemos informaes preciosas relativas ao nvel de populao potencialmente no

    ativa face populao empregada/ adulta, ou seja, possvel medir o grau de

    dependncia da populao assumindo-se que o ordenado da populao empregada

    o principal sustento de toda a restante populao.

    O coeficiente de dependncia nos jovens e nos idosos resulta da decomposio do

    total para o grau de dependncia dos jovens e dos idosos, respetivamente, em

    oposio ao total de populao no ativa. O retrato da estrutura etria muito

    semelhante para todas as unidades territoriais em anlise, focalizado numa populao

    maioritariamente adulta, em idade ativa, com propores de crianas e jovens

    bastante razovel, sendo que a populao idosa ronda os 20%. No geral este retrato

    devolve um coeficiente de dependncia total no muito elevado (ronda em mdia

    0.51).

    no entanto importante salientar o seguinte:

    As subseces 13120600303, 13121105304, 13121105305, 13121105307,

    13121106001, 13121106004, 13121106005, 13121106006, 13121106007 possuem

    um nvel de populao adulta baixo, menos de 40, apresentando em contrapartida os

    nveis de populao idosa mais elevados;

    As subseces 13121105305 e 13121105307 possuem os nveis mais baixos

    de populao jovem e jovem adulta, 12.24% e 13.33%, respetivamente;

    Alm disso para as subseces 13120600303, 13121105305, 13121106001,

    13121106005, 13121106006, 13121106007 os coeficientes de dependncia totais so

    muito elevados

    As subseces 13121105802 e 13121106101 apresentam o coeficiente de

    dependncia total mais baixo, sobretudo pelos baixos nveis de populao jovem e

    idosa.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 30

    A imagem seguinte retrata a populao empregada por setor de atividade, verificando-

    se uma preponderncia de populao empregue no Setor Tercirio.

    Mapa 7. Populao empregada por Setor de Atividade em 2011 FONTE: Dados dos Censos de 2011 por subseco

    6. EQUIPAMENTOS

    Nas proximidades do Plano existem alguns equipamentos escolares e desportivos de

    relevo, nomeadamente as escolas secundrias Fontes Pereira de Melo e Clara de

    Resende e o complexo desportivo Estdio do Bessa Sc. XXI. O complexo desportivo

    do Bessa, totalmente remodelado aquando do Euro 2004, foi pensado para dispor,

    para alm das reas desportivas, de reas de lazer e comrcio, como o caso do

    pequeno centro comercial que, numa linha perpendicular ao lado poente do Dallas,

    permite que se possa estabelecer uma continuidade entre este equipamento e o

    centro comercial Dallas.

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 31

    Para alm destes, a rea conta nas proximidades com equipamentos culturais de

    relevo como a Casa-Museu Eng. Antnio de Almeida, Casa da Msica e a Fundao

    de Serralves. Ao nvel dos grandes equipamentos de lazer, o Parque da Cidade uma

    referncia da cidade e da regio, sendo esta vizinhana uma mais-valia para a

    qualidade urbana, paisagstica e ambiental. Para alm, disso encontram-se nas

    proximidades grandes empreendimentos hoteleiros (tais como o Sheraton, Tiara Park

    Atlantic, Porto Palcio ou o Tivoli) e conjuntos comerciais (o Aviz, o Bristol, o Braslia,

    o Pennsula e o Cidade do Porto), os quais congregam enormes dinmicas de

    centralidade urbana, funcionando esta rea da cidade como um eixo agregador de

    funes, sejam estas culturais, de lazer, comerciais e do setor tercirio.

    7. MOBILIDADE URBANA

    A rea do Plano dispe de excelente acessibilidade, sobretudo ao nvel das estruturas

    virias envolventes que determinam a forma de todo este tecido urbano. A avenida da

    Boavista constitui o elemento virio mais significativo, j que tem por si s uma

    importncia escala da cidade, ligando a Baixa frente martima da cidade do Porto.

    Existe tambm no eixo norte-sul a via rpida com as ligaes ponte da Arrbida,

    integradas na rede de mobilidade escala regional, nomeadamente atravs do n de

    Bessa Leite, a sul, e do n de Francos, a norte. Em termos de mobilidade urbana, os

    operadores pblicos da STCP e Metro do Porto, asseguram uma vasta oferta de

    solues ao transporte coletivo, devendo-se esta facto proximidade das estaes de

    Metro da Casa da Msica e de Francos.

    8. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO DALLAS

    A caracterizao do empreendimento Dallas passa pela anlise da capacidade de

    interveno do Plano de Pormenor, tendo por base a situao existente ao nvel

    arquitetnico e urbanstico, e ainda, na vertente volumtrica relativamente

    capacidade de integrao urbana paisagstica do conjunto no espao pblico

    envolvente. Procura-se tambm verificar a compatibilidade do edificado existente com

    as regras de segurana contra incndios em edifcios e a acessibilidade para pessoas

    com mobilidade reduzida, com vista a detetar eventuais necessidades de interveno,

    que, no sendo da esfera deste instrumento urbanstico, podero configurar aes a

    desenvolver posteriormente, com vista ao enquadramento legal do empreendimento.

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 32

    O empreendimento Dallas composto por cinco edifcios contguos e ligados

    funcionalmente entre si (ao nvel das caves), identificados no Plano sob a designao

    de Bloco A, B, C, D e E (desde a frente da Avenida da Boavista para o interior),

    constituindo, deste modo, um conjunto edificado nico que integra diversos usos,

    incluindo comrcio (centro comercial), servios e habitao.

    Figura 6. Planta da situao existente

    O Centro Comercial Dallas, foi inaugurado em dezembro de 1984, tendo mantido as

    portas abertas at finais dos anos 90 apesar da dificuldade na sua promoo

    decorrente do sistema de gesto (que se baseava na venda das fraes comerciais,

    impedindo uma gesto nica da rea comercial) e dos problemas que se colocaram

    devido s condicionantes fsicas dos espaos (p direito insuficiente, entre outras). O

    Centro Comercial acabou por encerrar em julho de 1999, por falta de condies de

    segurana, mantendo-se a utilizao do Bloco A para escritrios, com ligao direta

    para a Avenida da Boavista. O Bloco B para alm do shopping previa a abertura de

    uma sala de cinema e restaurante, situados num volume de dois pisos, voltado para o

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 33

    Largo Eng. Antnio de Almeida, mas que nunca chegaram a ser acabados e deste

    modo nunca funcionaram. Os Blocos C e D esto afetos a servios (escritrios em

    utilizao) e o Bloco E a habitao multifamiliar (nunca chegou a ser ocupado) e

    comrcio no rs-do-cho. O aparcamento do conjunto distribui-se por trs pisos abaixo

    do solo, sendo que o estacionamento afeto ao Bloco E, completamente

    independente do resto do conjunto e situa-se dois pisos em cave situados abaixo dos

    pisos do centro comercial.

    8.1. Antecedentes

    Em 1974 foi emitido o Alvar de Loteamento n. 20/74, do qual consta a constituio

    de 7 lotes e a integrao no domnio pblico de uma rea aproximada de 1.884,25 m2

    (processo de aquisio n. 15/74) destinada a arruamento e praceta. O Lote 7, com a

    rea de 2198,75 m2, previa a construo de dois edifcios, um com r/c comercial e 3

    pisos e outro com r/c e 11 pisos, unidos pela cave e pelo piso cota de soleira,

    destinados a garagens coletivas. neste lote que se implanta o Bloco E e a maior

    parte do Bloco D, embora ao nvel do piso 1 e das caves, os espaos existentes faam

    parte do centro comercial (Bloco B).

    Figura 7. Identificao da rea do loteamento com o alvar n. 20/74

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 34

    Em 1980 (a 30 de abril) foi emanada a Licena de Obras de Edificao n. 192/80

    relativa a 3 edifcios: Bloco A (servios), com r/c mais 6 pisos ( face da Av. da

    Boavista); Bloco B, com r/c mais 1 piso (cinema e restaurante) e 5 pisos abaixo do

    solo destinados a servios e garagens; o Bloco C, com r/c mais 11 pisos. Os blocos B

    e C esto voltados para o Largo Eng. Antnio de Almeida. Na licena de Obras

    previa-se a cedncia de uma rea com 484m2 para o domnio pblico a qual daria

    continuidade ao referido Largo. Esta licena acabou por ser considerada nula no

    relatrio do IGAT de 1987, deixando os edifcios entretanto construdos sem

    enquadramento legal, bem como sem efeito a rea a ceder.

    Em 1993 foi emitido o Alvar de Obras de Edificao n. 55/93, (Aditamento Lic.

    Obras 192/80) relativo ao Bloco E, alterando o destino das suas fraes para

    habitao (destino atual). Posteriormente, foi solicitado o licenciamento de obras de

    alterao do interior, atravs do processo n. 16284/00, o qual foi indeferido, uma vez

    que se verificou que a obra e a licena 55/93, no respeitavam o Alvar de

    Loteamento n. 20/74, designadamente quanto implantao dos edifcios.

    Relativamente ao Bloco D, no chegou a existir na CMP qualquer processo de

    licenciamento da obra. Em resumo, a situao do processo administrativo do

    empreendimento , atualmente, a seguinte:

    No que se refere aos Blocos A, B, C, a Licena de Obras que lhes deu origem

    (LO 192/80), foi considerada nula;

    Relativamente ao Bloco D, nunca existiu qualquer licenciamento;

    Em relao ao Bloco E, embora tenha sido emitida a Licena de Obras n.

    55/93 (Adit.192/80), esta foi considerada nula por no se conformar com as

    prescries do Alvar de Loteamento n. 20/74, relativamente ao Lote n.7;

    As infraestruturas previstas no loteamento, foram executadas durante a obra

    do complexo Dallas, tendo a aquisio gratuita a favor do municpio ocorrido

    em 19/01/1976, atravs de escritura pblica;

    Parte do terreno (484 m2) que faz parte do Largo Eng. Antnio de Almeida,

    destinava-se a integrar o domnio pblico aps concluso das obras da LO n.

    192/80, mas tal no chegou a suceder.

    No obstante os vrios procedimentos administrativos, sublinha-se que atualmente

    est em causa a existncia de cinco edifcios (Blocos A,B,C,D e E) que se encontram,

    sob o ponto de vista material, totalmente ligados entre si ao nvel das caves,

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 35

    aparecendo assim como um conjunto unitrio, situao que nunca esteve prevista no

    mbito dos procedimentos que deram entrada na Cmara Municipal do Porto.

    8.2. Relao com o espao pblico e estado de conservao

    Da anlise feita ao espao pblico constitudo pelo Largo Eng. Antnio, atravs do

    levantamento ao nvel das entradas cota de soleira, verifica-se que a alternncia de

    entradas pblicas e privadas, por um lado, pedonais e automveis, por outro,

    geradora de conflitos de circulao.

    Figura 8. Levantamento de entradas do piso 1

    A partir do levantamento do tipo do acabamento das fachadas e o do seu estado de

    conservao, observa-se o seguinte:

    O Bloco A revestido por fachada-cortina em vidro, enquanto nos restantes (C,

    D e E) os paramentos de fachada so essencialmente constitudos por

    materiais cermicos e pedra, e por uma composio de vos de pequena

    dimenso;

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 36

    Relativamente ao estado de conservao, os Blocos A e E, apresentam um

    bom estado de conservao de fachada (atribuindo-se a classificao de

    Bom), quanto ao Bloco C o estado de conservao razovel (atribuindo-se

    a classificao de Mdio) e o B e D necessitam de interveno ao nvel das

    fachadas (atribuindo-se a classificao de Mau).

    Figura 9. Tipo de revestimento e estado de conservao das fachadas

    8.3. Condicionamentos urbansticos e legais

    Neste ponto faz-se uma anlise relativamente conformidade dos blocos existentes a

    manter (A, C, D e E) com os normativos legais, em particular no que se refere ao

    Decreto-Lei n. 163/2006 de 08 de agosto (mobilidade condicionada), ao Decreto-Lei

    n. 220/2008, de 12 de novembro, e Portaria n. 1532/2008, de 29 de dezembro

    (segurana contra incndios em edifcios). Exclui-se desta anlise o Bloco B (centro

    comercial), j que este ser alvo de demolio e reconstruo total.

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 37

    Para cada uma das condicionantes legais identificada a necessidade de verificao

    em pormenor do cumprimento da norma (V) ou se j se verifica o cumprimento (C). No

    caso em que identificada a necessidade de verificao, esta destina-se a definir com

    pormenor a interveno necessria, considerando que j foi verificada a possibilidade

    do cumprimento da exigncia legal.

    a) Exigncias de acessibilidade, segundo o Decreto-Lei n. 163/2006, de 8 de agosto:

    DL n. 163/2006 - mobilidade condicionada Descrio / Requisitos

    BLOCO

    A C D E

    Dimenso da cabine de elevador V V V V

    Patamares e corredores largura 1,20m C C C V

    Instalaes sanitrias distribuio interior V V V

    Instalaes sanitrias reas dos compartimentos V V V V

    Portas de abrir reas de manobra C C C V

    Acessos ao exterior (terraos) V V V V

    Acesso principal soleira na entrada (piso 1) V V V V

    Acesso exterior espao pblico V V V V

    Piso recuado sentido das portas de elevador V V V V

    Piso recuado dimenso do espao de sada do elevador V V V V

    Piso tcnico no integrado no percurso acessvel V V V V

    Quadro 1. Exigncias de acessibilidade

    b) Exigncias de segurana contra incndios, segundo o Decreto-Lei n. 220/2008, de

    12 de novembro, e a Portaria n. 1532/2008, de 29 de dezembro:

    Normas de Segurana contra Incndios em Edifcios (SCIE) Descrio / Requisitos

    BLOCO

    A C D E

    Ponto de gua para abastecimento de veculos de socorro, assegurado pela rede de distribuio pblica

    V V V V

    Possibilidade de estacionamento de veculo de socorro junto fachada C V C V

    Confronto menos direto com a fachada a corrigir no desenho do espao pblico V C V V

    Retificao da segunda comunicao vertical de evacuao (para edifcios com mais de 28m de altura)

    V C V

    Criao de uma segunda cmara corta-fogo no piso aps alcanados 28m de altura, com a dimenso de 7m

    V V V

    Transformar caixa de escadas em compartimento corta-fogo V

    Largura mnima de sada de evacuao = 1.40m C C C C

    Largura mnima de caminho horizontal de evacuao = 1.40m C C C C

    Distncia mxima a percorrer entre local de permanncia e sada C C C C

    Quadro 2. Exigncias de segurana contra incndios

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 38

    8.4. rea de construo atual

    No quadro seguinte identificam-se as reas de construo atual de cada um dos

    blocos do conjunto Dallas com referncia distribuio espacial e funcional.

    BLOCO PISO USO REA (m2) REA TOTAL

    (m2)

    A

    Piso 1 comrcio 542

    4.191 Tipo (x6) servios 556

    Recuado servios 313

    B

    R/C+2 pisos cinema 1669

    39.589 Piso 1 + caves (6 pisos) centro comercial 25029

    3 Caves estacionamento 12891

    C Tipo (x12) servios 513

    6.395 Recuado servios 239

    D

    Piso 1 servios 84

    2.184 Tipo (x3) servios 597

    Recuado servios 309

    E

    Piso 1 tcnico 436

    9.454

    Tipo (x4) habitao 444

    Tipo (x7) habitao 515

    Recuado habitao 273

    2 caves estacionamento 3364

    Total 61.813

    Quadro 3. rea de construo atual

    Relativamente ao Bloco B o centro comercial, e uma vez que este dever ser objeto

    de profunda reformulao, tendo em conta a necessidade de adaptao legislao

    em vigor, nomeadamente no que respeita ao p direito mnimo, optou-se por fazer um

    levantamento da rea bruta locvel piso a piso, que se apresenta nos seguintes

    esquemas especficos do centro comercial:

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 39

    Figura 10. Levantamento da rea bruta locvel do centro comercial

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 40

    Da anlise s plantas dos pisos do centro comercial representados na figura

    esquemtica acima, pode concluir-se que o conjunto comercial Dallas possua uma

    rea bruta locvel de aproximadamente 16.777m2.

    No quadro que se segue apresentam-se as reas globais do complexo Dallas, tal

    como este se encontra materializado no terreno e os respetivos ndices urbansticos

    atuais, relativamente aos prdios originais e rea-Plano.

    Descrio rea (m2)

    rea do plano de pormenor 9.172

    rea dos prdios (Dallas) 7.485

    rea total de construo (Atc) 61.813

    rea bruta locvel (ABL) 16.777

    rea de implantao (Ao) 7.485

    rea de impermeabilizao (Ai) 7.485

    ndice de impermeabilizao (Iimp) 1,0

    ndice de construo (Ic) 5,0

    ndice de utilizao do solo (Iu) 6,7

    ndice de ocupao do solo (Io) 0,8

    Quadro 4. reas e ndices urbansticos

    II. PROPOSTA

    9. ESTRUTURA URBANA

    9.1. Estratgia adotada

    A estratgia de interveno adotada considera as seguintes premissas e objetivos

    para a sua implementao e atuao:

    a) Usos

    Considera-se que os usos atualmente existentes no conjunto edificado so os mais

    adequados rea-Plano, pretendendo-se manter as diversas utilizaes nos edifcios

    existentes, uma vez que, apesar da situao particular em que se encontram, esto

    com nveis elevados de ocupao:

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 41

    Os usos de servios, na generalidade escritrios, esto distribudos pelos

    blocos A, C e D com atividades em funcionamento. J no que se refere ao

    Bloco B Centro Comercial encontra-se completamente inativo, pelas razes

    atrs descritas, exceto uma pequena rea comercial ao nvel do piso 1 do

    Bloco E, o qual por sua vez nunca foi ocupado para os fins habitacionais a que

    se destina, por falta de autorizao administrativa de utilizao;

    A fundamentao para a adequao do uso comercial rea-Plano decorre da

    constatao de que o conjunto comercial ter condies de ser alavancado

    pela existncia de servios e habitao no prprio conjunto imobilirio, mas

    tambm porque usufruir da movimentao de pessoas gerada pelos

    equipamentos e servios envolventes (hotel, escolas, estdio, entre outros);

    Por outro lado, a proposta de um novo conjunto comercial, mais moderno e

    eficiente, poder efetivamente ocupar o espao atualmente em desuso de uma

    forma mais eficaz do que outras utilizaes o poderiam fazer, embora seja

    necessrio proceder a uma reconstruo completa e bastante significativa de

    toda a rea do Bloco B.

    b) Espao Pblico

    Relativamente Avenida da Boavista interessa abordar os seguintes aspetos

    definidores da matriz do desenho do espao pblico:

    Atribuir maior importncia plataforma de nvel, a qual por fora da pendente

    da rua, se assume como o grande espao de utilizao coletiva na transio

    entre o passeio pblico e o empreendimento;

    Ampliar a rampa no lado nascente situada na cota mais favorvel do passeio

    para facilitar o acesso a indivduos com mobilidade condicionada;

    Articular melhor os acessos ao parque de estacionamento com a via pblica

    eliminando elementos dissonantes (canteiros e floreiras).

    A requalificao do espao pblico composto pelo Largo Eng. Antnio de Almeida e a

    Rua Eng. Antnio de Almeida, dever passar por proposta de um novo desenho que

    introduza valias de usufruto pedonal e humano, limitando a circulao automvel ao

    estritamente necessrio, considerando os seguintes aspetos:

    Eliminar a sada do parque de estacionamento do Bloco B e consequentes

    constrangimentos de trafego, libertando o espao pblico para uso pedonal;

    Regularizar as pendentes e nivelamento dos pavimentos;

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PLANEAMENTO URBANO 42

    Suprimir todo o estacionamento superfcie, reservando apenas os

    estritamente necessrios aos veculos de emergncia;

    Requalificar a Rua Eng. Antnio de Almeida - embora esta rua se situe

    praticamente fora dos limites do Plano, a interveno a efetuar no sistema de

    espaos pblicos incluir sempre este arruamento pblico.

    Relativamente integrao na malha urbana envolvente, uma das premissas do Plano

    passa por estabelecer ligaes pedonais entre a Avenida da Boavista e o Largo Eng.

    Antnio de Almeida, para isso equacionaram-se as seguintes hipteses:

    Estabelecer uma ligao pedonal exterior entre avenida da Boavista e o largo,

    ao longo do limite nascente da rea de interveno, a qual acabou por ser

    abandonada, devido, por um lado, excessiva extenso e a diferena de cotas

    (desadequada mobilidade condicionada) e as caractersticas prprias de um

    conjunto comercial, as quais tornariam essa ligao num espao pouco

    atraente, inseguro e de utilidade duvidosa, em favor de uma ligao pelo

    interior do Bloco B, o mais direta possvel entre estes espaos, facilitadora de

    uma acessibilidade pedonal mais inclusiva.

    Avaliar a possibilidade de ligao pedonal tambm Rua O Primeiro de

    Janeiro, contornando o Edifcio C pelo lado Sul. Na verdade, a Rua O Primeiro

    de Janeiro caracteriza-se pelo passeio alargado que serve no s o Estdio do

    Bessa, mas tambm as escolas secundrias, e por permitir um bom usufruto

    do espao pblico. A possibilidade de integrao do Largo nessa estrutura

    urbana revela-se interessante. Este atravessamento situa-se todavia fora da

    rea do Plano, pelo que apenas ser apontado como estratgia a desenvolver

    fora do mbito deste instrumento.

    c) Fachadas

    O desenho global das fachadas existentes e os tipos de materiais de revestimento dos

    alados poder manter-se, contudo, deve ser revisto em cada caso, o estado de

    conservao de fachadas e efetuar trabalhos de recuperao necessrios, por razes

    de ordem construtiva (para resoluo de patologias), de conforto trmico, de eficincia

    energtica e de integrao paisagstica da imagem urbana, nos edifcios em que se

    identifique a necessidade de interveno a este nvel.

  • PLANO DE PORMENOR DO DALLAS RELATRIO

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    d) Acessibilidade e Segurana contra incndios

    Relativamente adaptao dos edifcio s exigncias normativas sobre a

    Acessibilidade (mobilidade condicionada) e Segurana Contra Incndios, e tendo em

    conta as observaes efetuadas anteriormente, ser necessrio, realizar as

    intervenes especficas determinadas pela verificao e avaliao, devendo em todo

    o caso garantir o seguinte:

    Para permitir o acesso a veculos de combate a incndio plataforma elevada

    da entrada a partir da Avenida da Boavista, dever ficar garantido o reforo da

    laje junto fachada sul do Bloco A, para que resista a um punoamento

    causado por uma fora de 170 kN, distribuda numa rea circular de 20 cm de

    dimetro.

    e) Viabilidade econmica do centro comercial

    A viabilizao econmica do centro comercial (bloco B) ter de ser enquadrada pelas

    atuais regras urbansticas e disposies legais aplicveis. Para isso deve ter-se em

    considerao o seguinte:

    Demolir dois pisos completos de forma a ganhar p-direito para os pisos que

    so a manter, se por um lado representa uma significativa diminuio da rea

    total do conjunto comercial, por outro lado possibilita um maior desafogo,

    espaos mais arejados e modernos;

    Calcula-se que a operao de reconstruo do centro comercial determine um

    rcio entre a rea de construo e a rea bruta locvel na ordem dos 80%;

    Comparando as reas de centros comerciais implantados no centro de cidade,

    em situaes urbanas idnticas do empreendimento Dallas, verifica-se que

    as reas brutas locveis, representam entre 75 a 80% da rea de construo

    total, embora no tenha sido possvel obter este ltimo valor:

    CENTRO COMERCIAL CIDADE rea Bruta Locvel

    Via Catarina Porto 11.656

    Cidade do Porto Porto 15.064

    Armazns do Chiado Lisboa 10.200

    Frum Viseu Viseu 19.664

    Frum Aveiro Aveiro 17.500

    Quadro 5. Comparao da rea locvel de centros comerciais

    Fonte: APCC Associao Portuguesa de Centros Comerciais

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