Danças e Músicas Tradicionais de Mato Grosso

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 Danças e Músicas Tradicionais de Mato Grosso Cururu É uma dança folclórica regional típica da região Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), mas originria de São !aulo" #am$%m pode ser somente cantada, com dois &ioleiros a disputar &ersos e repentes" 'o Centro-Oeste % típica das festas dos santos padroeiros, principalmente do i&ino spírito Santo e de São *enedito" História + &rias ipóteses para a origem do cururu" lguns pes.uisadores afirmam .ue % uma dança de origem tupi-guarani, de função ritualística" Outros a consideram uma dança .ue rece$eu igual influ/ncia do misticismo indígena, dos ofícios 0esuítas e dos negros africanos" 1nicialmente como dança de roda e usada pelos 0esuítas na cate.uese, foi e&oluindo para dança de festa religiosa e atualmente pode ser só cantada, em &ersos e desafios" O cururu só ficou nacionalmente conecido .uando foi le&ado como espetculo ao p2$li co, por Corn%lio !ires, em 3435" +o0e, como outras tradi ç6es folclóri cas, est dei7ando de ser passada para as no&as geraç6es"   origem do nome tam$%m % contro&ersa" + duas teorias8 uma, .ue di9 .ue &em de :caruru:, uma planta .ue era co9ida com o fei0ão ser&ido antes do início das oraç6es e da dança; e outra .ue remete a origem ao sapo-cururu"  Características  tualmente, no Centro-Oeste ainda % dançada nas festas do i&ino e de São *enedito" m São !aulo, ela % mais um desafio de &ioleiros" São usados a &iola-de- coco, o reco-reco e o gan9" 'os desafios, cada &ioleiro desafia o outro, como um repentista" O tempo % marcado pela &iola e pelo p2$lico, .ue acompana cada &erso e resposta" 'as festas religiosas o cururu % cantado e dançado somente pelos omens" O ponto alto da apresentação % o momento em .ue o i&ino :pousa:, .uando o cururueiro (ou canturião) canda e sa2da a sua cegada" 'esse momento ele de&e mostrar sua a$ilidade em citar &ersos $í$licos e a partir deles criar istórias cu0o rumo ele determinar, como uma narrati&a" ntretanto, o0e os temas são mais li&res, podendo incluir conte2do político, social e at% esporti&o" Siriri

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Danças e músicas tradicionais de Mato Grosso

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Danas e Msicas Tradicionais de Mato Grosso

Danas e Msicas Tradicionais de Mato Grosso

Cururu uma dana folclrica regional tpica da regio Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), mas originria de So Paulo. Tambm pode ser somente cantada, com dois violeiros a disputar versos e repentes.

No Centro-Oeste tpica das festas dos santos padroeiros, principalmente do Divino Esprito Santo e de So Benedito.HistriaH vrias hipteses para a origem do cururu. Alguns pesquisadores afirmam que uma dana de origem tupi-guarani, de funo ritualstica. Outros a consideram uma dana que recebeu igual influncia do misticismo indgena, dos ofcios jesutas e dos negros africanos. Inicialmente como dana de roda e usada pelos jesutas na catequese, foi evoluindo para dana de festa religiosa e atualmente pode ser s cantada, em versos e desafios.

O cururu s ficou nacionalmente conhecido quando foi levado como espetculo ao pblico, por Cornlio Pires, em 1910. Hoje, como outras tradies folclricas, est deixando de ser passada para as novas geraes. A origem do nome tambm controversa. H duas teorias: uma, que diz que vem de "caruru", uma planta que era cozida com o feijo servido antes do incio das oraes e da dana; e outra que remete a origem ao sapo-cururu.Caractersticas Atualmente, no Centro-Oeste ainda danada nas festas do Divino e de So Benedito. Em So Paulo, ela mais um desafio de violeiros. So usados a viola-de-cocho, o reco-reco e o ganz. Nos desafios, cada violeiro desafia o outro, como um repentista. O tempo marcado pela viola e pelo pblico, que acompanha cada verso e resposta.

Nas festas religiosas o cururu cantado e danado somente pelos homens. O ponto alto da apresentao o momento em que o Divino "pousa", quando o cururueiro (ou canturio) canda e sada a sua chegada. Nesse momento ele deve mostrar sua habilidade em citar versos bblicos e a partir deles criar histrias cujo rumo ele determinar, como uma narrativa. Entretanto, hoje os temas so mais livres, podendo incluir contedo poltico, social e at esportivo.

Siriri uma dana folclrica da regio Centro-Oeste do Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), e faz parte das festas tradicionais e festejos religiosos.

A dana lembra as brincadeiras indgenas, com ritmo e expresso hispano-lusitana. Pode ser comparado com o fandango do litoral brasileiro. A msica fala das coisas da vida de forma simples e alegre. Como instrumentos musicais, acompanham a viola de cocho, o cracacha (ganz) e o mocho ou tamboril. A origem do termo siriri incerta. Para alguns estudiosos vem da palavra otiriri, que designa um entremez do sculo XVIII, em Portugal. Outros acreditam expressar um tipo de cupins de asas. A expresso corporal e a coreografia transmitem o respeito e o culto amizade, por isso conhecido como dana mensagem. praticada por crianas, homens e mulheres especialmente nos seguintes lugares:

Mato Grosso: nas cidades e na zona rural da baixada cuiabana (caracterizada por 13 municpios: Cuiab, Vrzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Pocon, Santo Antnio de Leverger, Baro de Melgao, Acorizal, Rosrio Oeste, Barra do Bugres, Jangada, Nobres, Chapada dos Guimares e Nova Brasilndia), alm do Pantanal norte.

Mato Grosso do Sul: cidades do Pantanal Sul: Corumb, Aquidauana e Miranda.

Rasqueado

A definio de rasqueado, segundo o dicionrio, : arrastar as unhas ou um s polegar sobre as cordas sem as pontear.

Em Mato Grosso, o Rasqueado Cuiabano traz em sua histria o final da Guerra do Paraguai quando prisioneiros e refugiados no retornaram ao seu pas, integrando-se com as populaes ribeirinhas, especialmente da margem direita do rio Cuiab, onde hoje est a cidade de Vrzea Grande. Esta integrao influenciou costumes, linguajar e principalmente danas folclricas, como por exemplo polca paraguaia e o siriri mato-grossense. Da fuso das duas nasceu o pr-rasqueado, que se limitou aos acordes do siriri e cururu, devido ao seu desenvolvimento na viola-de-cocho, recebendo outros nomes como liso, crespo, rebua-e-tchua, para mais tarde participar de festas juninas, carnaval ou qualquer manifestao dos ribeirinhos.

Com a proclamao da repblica os senhores de classe, precisando se aproximar do povo ribeirinho, tornaram o rasqueado um ritmo popular e de gosto geral, levando-o para praas e mais tarde para os sales de festa. Ainda foi discriminado nos saraus e rodas de poesia dos intelectuais, at que a juventude dos anos 20 e 30 trouxe para esses ambientes.

Dana dos Mascarados

uma dana folclrica regional tpica da cidade de Pocon, regio pantaneira de Mato Grosso. Sua origem, controversa, est ligada a misturas tanto da contradana europia influncia dos colonizadores espanhis e portugueses quanto das tradies indgenas locais com ritmos negros. parte das comemoraes da Festa do Divino Esprito Santo e de So Benedito.

A dana executada exclusivamente por homens, em pares de 8 a 14 pessoas. Os trajes masculinos representam os gals e os trajes femininos representam as damas. O marcante tem a funo de conduzir a dana, e os balizas de segurar o mastro com fitas coloridas e a bandeira de So Benedito.

Dana do Congo

Dedicada a So Benedito, a Dana do Congo ou Congada de origem autenticamente africana. Em Mato Grosso, uma manifestao que ocorre tradicionalmente em duas cidades: Vila Bela da Santssima Trindade e Nossa Senhora do Livramento.

Em Vila Bela, primeira capital de Mato Grosso, a Dana do Congo representa a resistncia dos negros que continuaram na regio, aps a transferncia da capital para Cuiab, em 1835. Faz parte da festa de So Benedito, que ocorre sempre no ms de julho, em uma segunda-feira, quando comemoram o dia do santo negro.

A Dana do Congo a dramatizao de uma luta simblica travada entre dois reinados africanos. O Embaixador de um outro reino pede ao Rei do Congo a mo de sua filha em casamento; o Rei rejeita o pedido e, ento, o Embaixador declara guerra ao Rei do Congo. O motivo da negativa teria sido que o Rei do Congo desconfiava que o Embaixador queria fazer uma traio ao reinado: aps o casamento, ele tomaria o poder, possivelmente, matando o Rei, o Secretrio e o Prncipe, ficando com a coroa. Em uma outra verso, o Embaixador o mensageiro do Rei de Bamba, que manda pedir a mo da Princesa em casamento.

Os personagens do reinado do Congo so o Rei, o Prncipe e o Secretrio de guerra; do reino adversrio aparecem o Embaixador e soldados. A nobreza usa mantos, coroas e bastes coloridos e ornamentados com flores, como instrumentos; o Prncipe e o Secretrio de Guerra vestem tambm saiote com armao de arame e peitoral em forma de corao como escudo. Os soldados usam espadas, capacetes com pena de ema, flores e fitas, e o cantil que contm bebida chamada Kanjinjim, feita base de cachaa, gengibre, canela, cravo e mel que serve para estimular os danantes.

As flores na indumentria servem para reverenciar So Benedito; como os personagens no podem ficar prximos ao oratrio do santo, durante a dana, onde colocariam suas flores para promessa, eles arrumam um lugar no capacete, e as fitas representam o prprio oratrio.

A movimentao da Dana do Congo a caracterizao da marcha dos soldados; o pulso vertical dos corpos, os movimentos dos braos com as espadas e o ritmo dos ps, danando ou caminhando, remetem marcha. A dana ocorre pela cidade toda, onde os participantes cantam e marcham ao som do ganz, bumbo e cavaquinho que so tocados pelos msicos-soldados. Os danantes tm por funo tambm proteger os festeiros, que so o Rei, a Rainha, o Juiz e a Juza, que carregam objetos sagrados, e ainda as promesseiras que acompanham o cortejo levando flores em homenagem a So Benedito.

Boi--Serra

Em vrias regies do Brasil encontramos manifestaes folclricas que falam sobre a vida e a morte de bois bravos e vaqueiros destemidos. Temos, no Maranho, o Boi--Serra; em Santa Catarina, o Boi-de-mamo, no Par, a Dana do Boi, em So Paulo e em Mato Grosso; o Boi--Serra; Luiz Cmara Cascudo, em seu "Dicionrio do Folclore Brasileiro", nos fala sobre a origem dessas danas no Brasil: "Pelas regies da pecuria, vive uma literatura oral louvando o boi, suas faanhas, agilidade; fora, deciso. Desde fins do sculo XVIII os touros valentes tiveram poemas annimos, realando-lhes as aventuras bravias."

Houve tempo em que o Boi--Serra foi muito difundido em Mato Grosso, principalmente nas localidades de Santo Antnio do Leverger, Varginha, Carrapicho, Engenho Velho, Bom Sucesso e Maravilha, onde existiam grandes canaviais e a atividade econmica predominante eram os engenhos de acar. A dana do Boi--Serra hoje, consegue ainda manter suas caractersticas iniciais apenas na localidade de Varginha, no municpio de Santo Antnio do Leverger. L as pessoas ainda cantam uma toada que conta toda a trajetria de vida e morte de um boi que capturado por destemidos vaqueiros, enquanto danam.

Em outras localidades, como em Cuiab e Santo Antnio do Leverger, encontramos a dana do Boi--Serra j muito modificada, ou inserida num outro folguedo popular: O Siriri.

poca em que se realiza

O Boi--Serra um folguedo do carnaval mato-grossense. Durante os festejos do carnaval, as pessoas brincavam ou ainda brincam, em alguns lugares, o Siriri, o Entrudo, o Boi--Serra e tambm o Cururu, que uma manifestao quase sempre ligada religiosidade do povo. Porm, segundo alguns tiradores, o Boi--Serra pode ser danado em qualquer festa.

O Nome do Boi comum, nas localidades onde existe a dana do Boi--Serra, o responsvel por sua confeco dar o nome ao boi. Este nome dado atravs de alguma caracterstica que o mesmo tenha, ou seja, devido cor do tecido que o reveste, ao brilho deste ou a alguma parte cmica da figura do boi. Dana do Chorado

Dana afro, da regio de Vila Bela da Santssima Trindade, surgiu no perodo colonial, quando escravos fugitivos e transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senhores e seus entes solicitavam o perdo danando o Chorado.

Com o passar do tempo a dana foi introduzida nos ltimos dias da Festa de So Benedito, pela mulheres que trabalhavam na cozinha. Com coreografia bem diferente da demais danas tpicas, so equilibradas garrafas na cabea das danarinas que cantam e danam um tema prprio. Procuram manter a garrafa na cabea, para mostrar que esto sbrias, isto , que apesar da festana ningum est embriagado. Este passou a ser o significado atual da Dana do Chorado.

Dana do Faco

Uma das manifestaes de maior destaque no interior mato-grossense, a Dana do Faco. um folguedo tipicamente gauchesco, sendo apresentado principalmente nos CTGs - Centro de Tradies Gachas, esparramados por todos os rinces do Estado, inclusive na capital, Cuiab.

Esta dana masculina de esgrima, na qual se usam faces, espadas ou adagas, so conhecidas na sia, na Europa Oriental e na frica muulmana, como treino e lazer em reas de grande concentrao masculina. Cada danarino com dois faces afiados, valendo a destreza, a acuidade e os reflexos rpidos. agrada a todos que vem, pela riqueza do figurino e agilidade dos danarinos.

Dana dos LenosA dana originria da cidade pantaneira de Baro de Melgao, criada por dona Leodina Oliveira da Silva. Segundo a prpria Leodina, esta expresso saiu dos passos do Siriri, chamado Barco do Alemo. A dana uma declarao de amor no sentido mais singelo e sublime.

uma dana antiga, com o propsito de apresentar as moas donzelas descomprometidas para os rapazes durante as festas regionais, tida como o debut pantaneiro. A dana composta por passos oriundos do siriri, danada ao som de conjunto regional, caracterizada pelos lenos, e fitas que adornam os vestidos rodados e alegres e as mos das moas danarinas. uma dana delicada, com coreografia suave.

Cateret/Catira

De provvel origem indgena, disseminada nas regies sudeste e Estado de Gois. danada em fileiras opostas e cantada, cujo nome indica origem tupi, mas que coreograficamente se mostra muito influente pelos processos de danar catira. O cateret cultivado em Mato Grosso na regio do Mdio Araguaia.

De origem hbrida, com influncias indgenas, africanas e europias, a catira (ou "o catira") tem suas razes em Gois, norte de Minas e Interior de So Paulo. A coreografia executada a maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores) e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda.

uma dana tpica do interior do Brasil, principalmente na rea de influncia da cultura caipira (So Paulo, norte do Paran, Minas Gerais, Gois e partes do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

A coreografia da Catira quase sempre fixa, havendo poucas variaes de uma regio para outra.E uma espcie de sapateado brasileiro executado com "bate-p" ao som de palmas e violas. Normalmente apresentada com dois violeiros e dez danadores.

Moda de Viola

Cano rural a duas vozes, em teras, com acompanhamento de viola de pinho. Seus temas enfocam sagas de boiadeiros, amores no correspondidos e sempre cantada com vernculos locais.

Em Mato Grosso facilmente encontrada em toda extenso araguaiana, trazida pelos migrantes de Minas Gerais, So Paulo e Gois, onde muito comum.

Pastorinhas ou Pastoril

Pequena representao dramtica, composta de vrias cenas (jornadas), durante as quais se sucediam cantos, danas, partes declamadas e louvaes e que se realizava diante do prespio, entre o dia de natal e o de Reis, para festejar o nascimento de Jesus. Folguedo comum em Barra do Garas - Vale do Araguaia.