DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Detecção de Corynebacterium pseudotuberculosis em amostras clínicas de animais assintomáticos utilizando a técnica de PCR em tempo real DANIEL HENRIQUE BÜCKER ORIENTADOR: Prof. Dr. Vasco Ariston de Carvalho Azevedo CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Anderson Miyoshi BELO HORIZONTE Dezembro - 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Detecção de Corynebacterium pseudotuberculosis

em amostras clínicas de animais assintomáticos

utilizando a técnica de PCR em tempo real

DANIEL HENRIQUE BÜCKER

ORIENTADOR: Prof. Dr. Vasco Ariston de Carvalho Azevedo

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Anderson Miyoshi

BELO HORIZONTE Dezembro - 2009

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DANIEL HENRIQUE BÜCKER

Detecção de Corynebacterium pseudotuberculosis

em amostras clínicas de animais assintomáticos

utilizando a técnica de PCR em tempo real

ORIENTADOR: Prof. Dr. Vasco Ariston de Carvalho Azevedo

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Anderson Miyoshi

Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Biológicas

Belo Horizonte - MG

Dezembro - 2009

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre pelo programa de Pós-Graduação em Genética, Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais.

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Dedico esse trabalho a todos os que, apesar das inúmeras dificuldades, continuam lutando bravamente pelo desenvolvimento científico em nosso país.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, minha fonte de sustento e inspiração;

Aos meus orientadores, por acreditarem no meu potencial, e pelo investimento;

À minha mãe, Isolde Bücker, e meu pai, Gustavo Henrique Bücker (in

memorian) pelo incansável incentivo à progressão na vida acadêmica e por

nunca desistirem de mim.

À Gizelli, pelo carinho, apoio e incentivo durante o período de desenvolvimento

desse trabalho;

Aos colegas do LGCM, especialmente ao Thiago e à Marcília, pelo valioso

auxílio na fase final do trabalho;

À professora Juliana Calábria, por gentilmente ceder o aparelho de real-time

PCR;

Aos colegas do Laboratório de Microbiologia do Departamento de Engenharia

Sanitária e Ambiental;

Às agências de fomento CNPq, FAPEMIG e CAPES;

Aos colegas do Hospital das Clínicas, pelo apoio e incentivo;

E a todos os familiares e amigos, por suportaram minha ausência e também

minha falta de paciência.

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SUMÁRIO LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ...............................................................I LISTA DE FIGURAS .........................................................................................III LISTA DE TABELAS ........................................................................................VI RESUMO...........................................................................................................VII ABSTRACT .....................................................................................................VIII 1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 1

1.1. Colaboradores ............................................................................................. 2

1.2. Introdução geral ........................................................................................... 2

1.3. Estrutura do manuscrito ............................................................................... 4

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 6

2.1. Corynebacterium pseudotuberculosis .......................................................... 7

2.2. Linfadenite Caseosa .................................................................................... 8

2.2.1. Aspectos gerais da doença ...................................................................... 8

2.2.2. Diagnóstico ............................................................................................. 10

2.2.2.1. Diagnóstico microbiológico .................................................................. 10

2.2.2.2. Diagnóstico sorológico ......................................................................... 11

2.2.2.3. Diagnóstico molecular ......................................................................... 12

2.3. PCR em tempo Real (qPCR) ..................................................................... 13

3. OBJETIVOS ................................................................................................. 18

3.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 19

3.2. Objetivos Específicos ................................................................................ 19

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 20

4.1. Equipamentos utilizados ............................................................................ 21

4.2. Reagentes e kits de biologia molecular ..................................................... 21

4.3. Soluções e meios de cultura ...................................................................... 22

4.4. Material Biológico ...................................................................................... 24

4.4.1. Linhagens bacterianas ............................................................................ 24

4.4.2. Amostras clínicas .................................................................................... 25

4.5. Manipulação do DNA ................................................................................. 25

4.6. Resolução eletroforética ............................................................................ 26

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4.7. Padronização do ensaio de PCR em tempo real ....................................... 26

4.7.1. Desenho de iniciadores e condições de PCR ......................................... 26

4.7.2. Clonagem dos produtos de PCR amplificados para realização da curva

de calibração .................................................................................................... 28

4.7.2.1. Extração de DNA genômico................................................................. 28

4.7.2.2. Amplificação dos produtos para clonagem .......................................... 29

4.7.2.3. Purificação dos amplicons ................................................................... 29

4.7.2.4. Clonagem dos produtos de amplificação ............................................. 29

4.7.2.5. Transformação bacteriana ................................................................... 30

4.7.2.5.1. Preparo de E. coli eletrocompetente ................................................. 30

4.7.2.5.2. Transformação de E. coli .................................................................. 31

4.7.3. Extração do DNA plasmidiano de E. coli em pequena escala ................ 31

4.8. Testes de eficiência de iniciadores ............................................................ 31

4.8.1. Diluições seriadas ................................................................................... 31

4.8.2. Parâmetros do PCR em tempo real ........................................................ 32

4.8.3. Cálculo da eficiência de amplificação dos iniciadores ............................ 33

4.9. Realizações das misturas artificiais ........................................................... 33

4.9.1. Cultivo e diluições de C. pseudotuberculosis ......................................... 34

4.9.2. Misturas artificiais ................................................................................... 35

4.10. Técnicas de extração de DNA testadas ................................................... 36

4.10.1. PK-Sarcosil / Fenol-Clorofórmio ........................................................... 36

4.10.2. Pre-Cellys / Fenol-Clorofórmio.............................................................. 37

4.10.3. Kit Nucleo Spin Tissue® (Machery-Nagel) ............................................ 37

4.10.4. Kit Nucleo Spin Plasma® (Machery-Nagel) ........................................... 38

4.11. PCR em tempo real das extrações de misturas artificiais ........................ 38

4.11.1. PCR das extrações de misturas artificiais para escolha do método de

extração ............................................................................................................ 38

4.11.2. PCR em tempo real para misturas artificiais ......................................... 38

4.12. Ensaio sorológico das amostras clínicas ................................................. 38

4.12.1. Coleta de amostras e conservação ...................................................... 39

4.12.2. ELISA Indireto ....................................................................................... 39

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 41

5.1. Desenho e teste de iniciadores.................................................................. 42

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5.2. Clonagem dos alvos dos genes 12S e PLD .............................................. 44

5.3. Teste de eficiência de amplificação dos iniciadores .................................. 45

5.4. Misturas artificiais ...................................................................................... 48

5.5. PCR das extrações de misturas artificiais para escolha do método de

extração ............................................................................................................ 48

5.6. PCR em tempo real das misturas artificiais ............................................... 50

5.7. ELISA indireto ............................................................................................ 53

6. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS ............................................................. 61

6.1. Conclusões ................................................................................................ 62

6.2. Perspectivas .............................................................................................. 62

7. REFERÊNCIAS.............................................................................................63

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BHI Brain Heart Infusion – Infusão Cérebro Coração

°C Graus Celsius

CT Threshold Cycle

CP Crosspoint

DNA Ácido Desoxirribonucléico

dNTPs Desoxirribonucleotídeos trifosfato

EDTA Ácido etilenodiaminotetracético

ELISA Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay

fg Fentograma

g Grama

Kb Mil pares de base

L Litro

LC Linfadenite caseosa

mg Miligrama

Min Minutos

mL Mililitro

mM Milimolar

M Molar

N Normalidade

ng Nanograma

nm Nanômetro

DO600 Densidade ótica em comprimento de onda de 600 nanômetros

O.N. “overnight” – durante a noite

ORF Open read frame

PCR Reação em cadeia da polimerase

pb Pares de bases

pg Picograma

pH Potencial hidrogeniônico

pmoles Picomoles

PLD Fosfolipase D

qPCR PCR em tempo real

q.s.p. Quantidade suficiente para

s Segundos

rpm Rotações por minuto

I

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Taq Themus aquaticus

U Unidade

UFC Unidades Formadoras de Colônia

µFD Capacitância por unidade

µg Micrograma

µL Microlitro

µM Micromolar

vol Volume

V Volts

II

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Lista de Figuras Figura 1: Representação esquemática da atividade do fluoróforo SYBR Green durante

a PCR em tempo real. A parte 1 mostra a fase de desnaturação do DNA molde, na

presença dos iniciadores e fluoróforos. Na parte 2 está representada a fase de

extensão da reação, com os fluoróforos se associando à dupla fita recém sintetizada,

com subseqüente emissão de fluorescência.................................................................13

Figura 2: Representação esquemática da atividade na DNA polimerase no sistema

TaqMan. A esfera verde representa o fluoróforo e a esfera vermelha representa o

quencher (inibidor de fluorescência), aderidos à sonda hibridizada no meio da região

alvo do DNA estudado. A letra h representa a fluorescência emitida quando a enzima

exerce sua ação de 5’-exonuclease, afastando assim o fluoróforo do quencher..........14

Figura 3: Gráfico gerado pela detecção da emissão de fuorescência pela formação de

amplicons na presença do fluoróforo SYBR® Green. O CT, ponto a partir do qual o

equipamento considera que houve de fato amplificação, está indicado na figura, e está

representado por uma linha laranja...............................................................................15

Figura 4: Esquema de diluição do cultivo de C. pseudotuberculosis linhagem 1002

para a realização de misturas artificiais........................................................................35

Figura 5: PCR com dois pares diferentes de iniciadores para o pld e o 12SrRNA

utilizando a temperatura de anelamento de 58 ºC, em gel de agarose a 2%. 1 - Padrão

de peso molecular: 1kb plus DNA ladder (Invitrogen); 2 - Padrão de peso molecular:

Generuller 1kb plus (Fermentas); 3 – 12SrRNA (274 pb) Iniciadores multiplex; 4 – pld

(203 pb), iniciadores multiplex; 5 - 12SrRNA (200 pb), iniciadores novos; 6 – pld (70

pb), iniciadores novos; 7 – Controle negativo para 12SrRNA e pld , iniciadores

multiplex; 8 – Controle negativo para 12SrRNA e pld,, iniciadores novos .................... 42

Figura 6: PCR para o pld e o 12SrRNA utilizando a temperatura de anelamento de 60

ºC, em gel de agarose a 2%. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller 1kb plus

(Fermentas); 2 – 12SrRNA (200 pb), iniciadores novos; 3 – pld (70 pb), iniciadores

novos; 4 - Controle negativo para 12SrRNA e pld,, iniciadores novos .......................... 43

Figura 7: PCR do produto de extração plasmidial para o fragmento de 70 pb do gene

pld para confirmação dos clones. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller 1kb plus

III

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(Fermentas); 2 - Clone 3; 3 - Clone 4; 4 - Clone 5; 5 - Clone 6; 6 – Controle positivo

(DNA genômico de C. pseudotubersulosis linhagem 1002); 7 – Controle negativo ...... 44

Figura 8: PCR do produto de extração plasmidial para o fragmento de 200 pb do gene

12SrRNA pld para confirmação dos clones. 1 - Padrão de peso molecular: 1 kb plus

DNA ladder (Invitrogen); 2 - Clone 1; 3 - Clone 2; 4 - Clone 3; 5 - Clone 4; 6 – Clone 6;

7 – Clone 7; 8 - Clone 8; 9 – Clone 15; 10 – Clone 16; 11 – Controle positivo (DNA

genômico de C. hircus); 12 – Controle negativo .................................................................. 45

Figura 9: Curva de eficiência de amplificação para os iniciadores do gene 12SrRNA . 46

Figura 10: Curva de eficiência de amplificação para os iniciadores do gene pld ........... 47

Figura 11: PCR dos genes pld e 12SrRNA para escolha do método de extração a ser

utilizado. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller 1kb plus (Fermentas); 2 – Kit MN /

Soro / 10-5 pld; 3 - Kit MN / Soro / 10-6 pld; 4 - Kit MN / Sangue total / 10-5 pld; 5 - Kit

MN / Sangue total / 10-6 pld; 6 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-5 pld; 7 –

PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6 pld; 8 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio /

Sangue total / 10-5 pld; 9 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 pld; 10

– Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-5 pld; 11 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro

/ 10-6 pld; 12 - Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 pld; 13 –

Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 pld; 14 – Controles positivo (DNA

genômico de C. pseudotubersulosis linhagem 1002); 15 – Controle negativo pld; 16 -

Padrão de peso molecular: 1 kb plus DNA ladder (Invitrogen); 17 – Kit MN / Soro / 10-5

12SrRNA; 18 – Kit MN / Soro / 10-6 12SrRNA; 19 – Kit MN / Sangue total / 10-5

12SrRNA; 20 – Kit MN / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 21– PK Sarcosil/ Fenol-

Clorofórmio / Soro / 10-5 12SrRNA; 22– PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6

12SrRNA; 23– PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 12SrRNA; 24– PK

Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 25 – Precellys/Fenol-

Clorofórmio / Soro / 10-5 12SrRNA; 26 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6

12SrRNA; 27 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 12SrRNA; 28 –

Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 29 – Controle positivo

(DNA genômico de C. hircus); 30 – Controle negativo 12SrRNA ..................................... 49

Figura 12: Gráfico da amplificação do gene 12SrRNA das misturas artificiais com soro

e sangue total. 1 - 12SrRNA::TOPO: CT médio=17,2; 2- MAs de Sangue total com as

IV

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diluição de cultura a 10-5 e a 10-6: CT médio=23,7; 3 - MAs de Soro com as diluição de

cultura a 10-5 e a 10-6 : CT médio=29,1 .................................................................................. 51

Figura 13: Gráfico da amplificação do gene pld das misturas artificiais com soro e

sangue total. 1 - pld::TOPO a 10 ng/µL. CT médio=15,1; 2- MAs de Soro com as

diluições de cultura a 10-5 e a 10-6 CT médio=26,7; 3 - MAs de Sangue total com as

diluições de cultura a 10-5 e a 10-6 CT médio=25,9 .............................................................. 51

V

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Lista de Tabelas Tabela 1. Linhagens bacterianas e plasmídeos utilizados neste trabalho ........ 25

Tabela 2: Iniciadores utilizados nesse trabalho ................................................ 27

Tabela 3: Ciclos de temperatura utilizados nos testes dos iniciadores ............. 27

Tabela 4: Concentrações dos reagentes utilizados nas reações de PCR ........ 28

Tabela 5: Reação de ligação dos insertos ao

vetor...................................................................................................................29

Tabela 6: Concentrações dos componentes da reação de PCR em tempo real.32

Tabela 7: Ciclo de temperaturas utilizadas no PCR em tempo real ................. 33

Tabela 8: Diluições a partir da D.O.600nm=0,2 adicionadas às Mas ................... 48

Tabela 9: Resultados de PCR em tempo real comparado com ELISA para as

amostra clínicas testadas, com os resultados que foram confirmados

destacados.........................................................................................................52

Tabela 10: Resultado de ELISA para 10 ovinos da Propriedade I .................... 53

Tabela 11: Resultado de ELISA para 26 ovinos da Propriedade II ................... 53

Tabela 12: Resultado de ELISA para 24 ovinos da Propriedade III .................. 54

Tabela 13: Resultado de ELISA para 58 ovinos da Propriedade IV ................. 55

Tabela 14: Resultado final para todos os ovinos testados, com porcentagem de

positivos ............................................................................................................ 56

Tabela 15: Resultado de ELISA para 48 caprinos da Propriedade VI .............. 56

Tabela 16: Resultado de ELISA para 17 caprinos da Propriedade VIII ............ 58

Tabela 17: Resultado de ELISA para 22 caprinos da Propriedade IX .............. 58

Tabela 18: Resultado final para todos os caprinos testados, com porcentagem

de positivos........................................................................................................59

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RESUMO

Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria Gram-positiva,

patógeno intracelular facultativo, agente etiológico da Linfadenite Caseosa

(LC). Esta enfermidade que afeta principalmente pequenos ruminantes causa

grandes perdas econômicas à ovinocaprinocultura brasileira. Apesar da

prevalência mundial da LC e das intensas pesquisas em torno deste

microorganismo, ainda não existem métodos diagnósticos totalmente eficazes

contra esta doença, principalmente em sua fase subclínica. Com o objetivo de

facilitar a detecção de C. pseudotuberculosis na fase subclínica da doença, foi

proposto neste presente trabalho o desenvolvimento de um teste diagnóstico

capaz de detectar através de PCR em tempo real a presença deste patógeno a

partir do DNA extraído de amostras de sangue total e/ou soro de caprinos e

ovinos. Através da realização de testes utilizando sangue e soro artificialmente

infectados com a bactéria a baixas concentrações, foi possível determinar que

o melhor método de extração de DNA para padronização deste teste foi o de

lise celular mecânica utilizando microesferas de sílica, seguida de purificação

utilizando a técnica de fenol-clorofórmio. Foi estabelecida uma técnica de PCR

em tempo real capaz de detectar DNA bacteriano a partir da concentração de

10 fg/µL. Amostras clínicas de 87 caprinos e 118 ovinos de propriedades rurais

do município de Araçatuba – SP foram testadas por ELISA para servirem de

referência para futuros testes da técnica padronizada. Foram encontrados 7% e

13%, de ovinos e caprinos, respectivamente, soro positivos para LC através do

ensaio de ELISA. Todas as amostras clínicas testadas por PCR em tempo real

tiveram resultado positivo. Por esta razão, a técnica de PCR em tempo real

necessita de ajustes em sua padronização para que os resultados corroborem

com os dados do ELISA. De posse destes dados preliminares, temos a

perspectiva de validar o teste padronizado neste trabalho, potencialmente mais

sensível e específico que os testes atualmente disponíveis.

VI

VII

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ABSTRACT

Corynebacterium pseudotuberculosis is a Gram-positive bacteria,

intracellular facultative pathogen, the aethiological agent of Caseous

Lymphadenitis (CL). This disease, which mainly affects small ruminants, is the

cause of great economical losses to Brazilian sheep and goat husbandries.

Despite the worldwide prevalence of CL, and intensive research focusing this

microorganism, until the present moment there are no diagnostic methods with

complete efficacy for this disease, specially on its subclinical phase. With the

goal permits the detection of C. pseudotuberculosis on the subclinical phase of

the disease, work purposes the development of a diagnostic test able to detect

using real-time PCR the presence of this pathogen from DNA extracted of

samples of whole blood and/or serum of sheep and goats. Performing tests

using whole blood and serum artificially infected with bacteria at low

concentrations, it was possible to determine that the Best DNA extraction

method de DNA for the standardization of this test was using mechanical lysis

using silica beads, followed by purification using phenol-chloroform. It was

standardized a real-time PCR technique able to detect bacterial DNA from a

lower detection limit of 10 fg/µL. Clinical samples of 87 goats and 118 sheep

from farms belonging to Araçatuba – SP were tested by ELISA to serve as a

reference fou future tests of the standardizes technique. 7% of all sheep and

13% of all goats tested were ELISA positive for CL. All the samples tested for

real-time PCR were positive. For that reason, the Real-time PCR technique

needs some standardization adjusts for their results to confirm the ELISA data.

Based on these preliminary data, our perspective is to validate the test

standardized at this work, potentially more sensible and specific than the tests

avaliable at the moment.

VIII

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1. APRESENTAÇÃO

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2

1.1. Colaboradores

Este trabalho de tese foi realizado no Laboratório de Genética Celular e

Molecular (LGCM) do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG); e contou com as seguintes colaborações:

• Profª Dra. Juliana Calábria do Laboratório de Microbiologia do Departamento

de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG);

• Criadores de caprinos e ovinos de Araçatuba – São Paulo, que forneceram o

sangue dos animais.

O mesmo teve o apoio financeiro das seguintes instituições: Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG); Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Financiadora de Estudos e Projetos

(MCT- FINEP).

1.2. Introdução geral

Corynebacterium pseudotuberculosis é uma actinobactéria Gram-

positiva, parasita intracelular facultativa, causadora da linfadenite caseosa (LC)

em pequenos ruminantes. Esta enfermidade crônica contagiosa pode se

apresentar sob duas formas principais: uma forma externa, caracterizada pelo

desenvolvimento de abscessos encapsulados em linfonodos superficiais; e

uma forma interna, em que os abscessos acometem linfonodos viscerais em

órgãos internos (Dorella et al., 2006).

Enfermidade de abrangência mundial, a LC se destaca em países que

apresentam grandes rebanhos de caprinos e ovinos, tais como países da

Europa (Inglaterra, França, Holanda e Espanha) (Baird & Fontaine, 2007;

Ruiz et al., 2007), Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Estados Unidos,

Canadá e Brasil (Williamson, 2001; Arsenault et al., 2003; Paton et al., 2003;

Dorella et al., 2006). O Brasil é detentor de 3% do rebanho mundial de

caprinos e ovinos (EMBRAPA Semi-Árido, 2008). Onde, a região Nordeste é a

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3

mais acometida, haja vista a intensa criação destes animais (Alves & Pinheiro,

1997; Ribeiro et al., 2001). Entretanto, estudos epidemiológicos recentes

mostram alta incidência da doença também na região Sudeste. A prevalência

da LC em Minas Gerais, estado onde a ovinocultura tem apresentado grande

crescimento, é de aproximadamente 75,8% entre ovinos (Guimarães et al.,

2009) e 78,9% entre caprinos (Seyffert et al., 2009). Consequentemente, os

danos causados pela LC têm apresentado relevante impacto na

ovinocaprinocultura brasileira pelas perdas econômicas acarretadas (Arsenault

et al., 2003; Paule, 2003).

A inviabilidade do uso de antibióticos (Alves & Pinheiro, 1997;

Piontikowski & Shivvers, 1998; Williamson, 2001), a ineficiência de meios

profiláticos (vacinas) (Paton et al., 2003; Dorella et al., 2006), assim como a

inexistência de métodos de diagnósticos completamente satisfatório para a LC,

fazem desta doença um importante alvo de intensas pesquisas (Dercksen et

al., 2000; Menzies et al., 2004; Dorella et al., 2006).

Devido à necessidade de diferenciar C. pseudotuberculosis de outros

agentes patogênicos envolvidos com a sintomatologia de LC, como

Arcanobacterium pyogenes e Pasteurella multocida, o isolamento dessa

bactéria diretamente do material purulento de linfonodos permanece como um

dos procedimentos mais fidedignos de diagnóstico (Ribeiro et al., 2001).

Pacheco et al., 2007 desenvolveram uma reação de PCR Multiplex

(mPCR) para detecção mais rápida e eficiente de C. pseudotuberculosis em

amostras clínicas de animais portadores de LC. Através da utilização desta

mPCR, associado a um método de extração de DNA bacteriano diretamente de

material caseoso, foi detectada C. pseudotuberculosis muito mais rapidamente

e de maneira mais específica que quando utilizando cultura bacteriológica e

identificação bioquímica de isolados, que é atualmente o padrão-ouro para o

diagnóstico da LC.

Até o presente momento, os ensaios diagnósticos desenvolvidos

possuem limitação quanto à detecção da enfermidade em animais sem

sintomatologia aparente (Dercksen et al., 2000; Williamson, 2001; Menzies

et al., 2004; Dorella et al., 2006; Baird & Fontaine, 2007; Pacheco et al.,

2007). Portanto, testes rápidos, confiáveis e acurados necessitam ser

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4

desenvolvidos para a detecção de C. pseudotuberculosis em casos subclínicos

e/ou exclusivamente viscerais de LC.

Dados da literatura têm revelado que a amplificação de sequências

específicas de DNA bacteriano em amostras de sangue têm sido bem

sucedidas em casos de brucelose assintomática (Elfaki et al., 2005) e

candidíase sistêmica (Bougnoux et al., 1999). Além disso, este é um material

de fácil obtenção, desde que sua coleta seja realizada por pessoal

devidamente treinado. Entretanto, este fluido biológico se apresenta como uma

boa opção de matriz para extração de DNA para o diagnóstico molecular

subclínico. Uma vez definido o material biológico a ser utilizado, é necessário

determinar qual a melhor técnica para a extração de DNA desse material. Para

isso são necessários testes em que determine o método de extração mais

eficaz, e que seja o mais isento possível de inibidores que possam interferir em

uma reação de PCR.

Se diagnosticada em fase subclínica, a LC pode ser controlada, pois os

animais infectados podem ser isolados do rebanho ou abatidos antes que se

desenvolvam os abscessos e por conseqüência ocorra à disseminação da

doença. Neste contexto, a proposta deste trabalho foi desenvolver um teste

diagnóstico para a LC capaz de detectar através de PCR em tempo real a

presença de C. pseudotuberculosis a partir do DNA extraído de amostras de

sangue total e/ou soro de caprinos e ovinos em fase subclínica da doença.

1.3. Estrutura do manuscrito

O presente trabalho tem início com uma revisão de literatura sobre C.

pseudotuberculosis, abordando as principais questões relacionadas à

microbiologia e virulência, linfadenite caseosa, focando as técnicas de

diagnósticos utilizadas, e por fim o método de PCR em tempo real.

Em seguida, são apresentados os objetivos gerais e específicos do

trabalho, os quais se relacionam com o desenvolvimento de um teste

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5

diagnóstico para a linfadenite caseosa capaz de detectar a presença do

patógeno C. pseudotuberculosis em amostras provenientes de caprinos e

ovinos em fase subclínica da doença.

Uma seção detalhada sobre os materiais e métodos utilizados durante o

trabalho foi incluída, para facilitar a compreensão do andamento do mesmo,

bem como beneficiar outras pesquisas quanto à execução de protocolos

padronizados.

Os resultados e discussões são apresentados sob a forma de tópicos.

Posteriormente, são apresentadas as considerações finais e perspectivas do

trabalho. Por fim, encontram-se as referências utilizadas neste manuscrito.

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6

2. REVISÃO DE LITERATURA

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7

2.1. Corynebacterium pseudotuberculosis

C. pseudotuberculosis é uma actinobactéria, Gram-positiva, pertencente

ao grupo CMN (Corynebacterium – Mycobacterium – Nocardia), os quais

apresentam muitas características em comum, tais como: de conterem ácido

micólico na parede celular e apresentarem alto conteúdo GC (Paule et al.,

2004; Baird & Fontaine, 2007). Anaeróbio facultativo de crescimento favorável

à 37ºC em ambiente com pH 7,0 - 7,2 (Selim, 2001), é um patógeno imóvel

que não forma cápsula, não esporula, porém, apresenta fímbrias; tem

crescimento espaçado em meio ágar e se organiza em colônias opacas de

crescimento concêntrico e coloração creme-alaranjado. O crescimento em meio

líquido desenvolve-se como depósitos granulares (Merchant & Packer, 1967;

Buxton & Fraser, 1977; Muckle & Gyles, 1982; Dorella et al., 2006).

Pleomórfico, com dimensões que variam entre 0,5-0,6 µm de diâmetro e 1,0-

3,0 µm de comprimento, fermenta carboidratos sem produção de gás

(Williamson, 2001; Costa, 2002). Não fermenta amido ou trealose, e a

capacidade de reduzir nitrato em nitrito permite a diferenciação de dois

biovares genotipicamente distintos: o biovar equi, isolado de eqüinos e bovinos,

é redutor de nitrato, enquanto o biovar ovis, isolado de caprinos e ovinos, não

possui esta habilidade (Songer et al., 1988).

A virulência do patógeno costuma ser atribuída a dois fatores principais:

ao ácido micólico e à fosfolipase D. O primeiro é um lipídeo de superfície

citotóxico, comum aos outros gêneros do grupo CMN, que facilita tanto a

sobrevivência intracelular, quanto a sobrevivência fora do hospedeiro (Spier et

al., 2004). Experimentalmente, a inoculação de bactérias no solo demonstrou

que é possível recuperar bactérias viáveis até oito meses após a contaminação

do mesmo. Esta capacidade de persistir no meio ambiente, em condições

inóspitas foi atribuída ao ácido micólico (Brown & Olander, 1987). O segundo

fator de virulência é a fosfolipase D (PLD), uma esfingomielinase que no

hospedeiro é uma toxina dermonecrótica. Esta enzima, também produzida por

C. ulcerans, é a responsável pela hemólise em ágar-sangue. Além de ser

responsável pelos abscessos supurativos característicos da LC, a PLD tem um

papel fundamental na permeabilização do sistema vascular, possibilitando a

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8

disseminação da bactéria pelo organismo do hospedeiro (Baird & Fontaine,

2007; Lipsky et al., 1982).

C. pseudotuberculosis é capaz de infectar outros animais, além de

caprinos e ovinos. Em cavalos, é o agente etiológico da linfangite ulcerativa,

dentre outras patologias, causando sérias perdas econômicas aos criadores

(Spier et al., 2004). Há também relatos de infecção em bovinos (Shpiegl et al.,

1993), lhamas, alpacas (Braga, 2007) e camelos (Tejedor-Junco et al., 2008),

além da espécie humana (Peel et al., 1997). Os casos de infecções em

humanos são geralmente ocupacionais, e freqüentemente caracterizados pela

formação de abscessos nos linfonodos, embora outros quadros - como

pneumonia - tenham sido relatados (Lipsky et al., 1982). Esta bactéria, no

entanto, já esteve associada à ocorrência de pelo menos 25 casos de infecção

humana até o ano de 2005, indicando a existência de um elevado potencial

zoonótico (Liu et al., 2005).

Os padrões de susceptibilidade de C. pseudotuberculosis a agentes

antimicrobianos in vitro são muito variados, dependendo da origem do isolado.

Geralmente é susceptível a ampicilina, clorafenicol, lincomicina, gentamicina,

tetraciclina, penicilina G e sulfametoxazol-trimetropim (Muckle & Gyles, 1982).

A concentração inibitória mínima (CIM) para todos os isolados é similar para os

vários agentes antimicrobianos, porém a resistência a antibióticos difere

quando as condições infecciosas em a bactéria se encontra (Fernández et al.,

2001). Entretanto, C. pseudotuberculosis é altamente resistente a qualquer

droga quando há formação de biofilme (Olson et al., 2002).

2.2. Linfadenite Caseosa

2.2.1. Aspectos gerais da doença Linfadenite caseosa (LC) é uma doença infecto-contagiosa crônica que

acomete caprinos e ovinos em decorrência da infecção pela bactéria C.

pseudotuberculosis. Dentre as enfermidades causadas por este patógeno,

como hepatite, mastite, artrite, pneumonia e orquite, a LC se destaca pela

formação de abscessos externos e internos em animais infectados (Fontaine &

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9

Baird, 2008; Tejedor-Junco et al., 2008). Os abscessos externos acometem

os linfonodos parotídicos e sub-mandibulares, pré-escapulares e da região

posterior. Os abscessos internos ocorrem em linfonodos torácicos

(mediastínicos), pulmonares (bronquiais) e intestinais (mesentéricos), além de

afetarem o parênquima de diversos órgãos.

A LC causa grandes perdas econômicas aos criadores de caprinos e

ovinos ao ocasionar, dentre outros problemas, a condenação de carcaças e

pele, além da inutilização da carne e do leite para consumo (Baird & Fontaine,

2007). Os casos são geralmente diagnosticados através de exame de toque

dos abscessos externos, uma vez que os internos só são detectados no exame

post-mortem (Gouveia, 1986).

A enfermidade tem distribuição mundial, presente em países com

criações de caprinos e ovinos, como Austrália, Nova Zelândia, África do Sul,

Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, França, Itália, Grã-

Bretanha, União Soviética, Sudão e Israel (Costa, 2002; Shiegl et al., 1993).

Há evidências de que a transmissão da doença ocorra através da pele

lesionada por tosquia, castração ou pela secção do cordão umbilical dos

neonatos (Baird & Fontaine, 2007), tendo como fonte de infecção as

descargas oro-nasais de animais com pneumonia e as secreções de linfonodos

abscedados (Gouveia, 1986; Ribeiro, 2001). A cronicidade da LC torna os

animais infectados, reservatórios constantes dentro de um rebanho. Além

disso, como o período de incubação do patógeno dura de dois a seis meses

(Gouveia, 1986), um animal assintomático, considerado aparentemente

saudável pode ser introduzido em um rebanho, difundindo assim a doença para

novas áreas.

Até o presente momento, não existe um tratamento completamente

eficaz no combate à LC. No entanto, o controle é feito isolando o animal

afetado para a remoção cirúrgica das lesões externas, associada à

antibioticoterapia. Apesar da sensibilidade deste patógeno a vários antibióticos

in vitro, a LC é clinicamente refratária. Mesmo quando há desaparecimento dos

abscessos (cura clínica), não há garantia de que o animal esteja livre de

recidivas. Uma das razões apontadas para essa resistência é o fato de o

parasitismo ser intracelular em algumas fases do ciclo, além da estrutura do

abscesso impedir a penetração de drogas (Baird & Fontaine, 2007; Senturk &

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10

Temizel, 2006).

Vários grupos de pesquisa vêm tentando desenvolver vacinas contra a

LC, porém ainda não há níveis de proteção eficazes, e nenhuma vacina

comercialmente disponível apresenta níveis satisfatórios de proteção (Dorella

et al., 2006).

De acordo com o último censo do IBGE, em 2006 o Brasil possuía

13.856.747 cabeças de ovinos e 7.109.052 de caprinos, sendo que a região

Nordeste detém a maior parte desse montante, com 91% dos rebanhos

caprinos e 56% dos ovinos, seguida da Região Sul com 29% dos rebanhos de

ovinos (IBGE, 2006). A ovinocaprinocultura apresenta-se em franco

crescimento na região Sudeste do país, e no estado de Minas Gerais

destacam-se as regiões Norte e Triângulo, e mais recentemente a Noroeste e a

Central (Faria et al., 2004).

Esse crescimento vem acompanhado de doenças que diminuem a

produtividade dos rebanhos, como a LC. Estima-se sua prevalência clínica

nacional em 30% (Ribeiro et al., 2001). Na região Norte do estado de Minas

Gerais, 84,3% dos produtores relata problemas com a patologia, e estudos

recentes realizados em 200 propriedades rurais de todo o estado revelaram

uma soroprevalência da LC de 70% em ovinos e 80% em caprinos (Azevedo

et al., 2008).

2.2.2. Diagnóstico

2.2.2.1. Diagnóstico microbiológico

Há dois métodos principais de diagnóstico microbiológico: o teste de

CAMP e a caracterização bioquímica (Baird & Fontaine, 2007). Para o teste

de CAMP, os microrganismos isolados de material drenado de abscessos são

incubados em ágar-sangue com Rhodococcus equi e Staphylococcus aureus.

R. equi e C. pseudotuberculosis interagem formando hemólise sinergística no

ágar-sangue, devido a uma interação entre a PLD e Fosfolipase C de R. equi

(Fraser, 1961). Já a interação com S. aureus causa inibição da hemólise por

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11

ação da beta-lisina produzida por esse microrganismo (Soucek et al., 1962).

Esse teste, porém, tem a limitação de não diferenciar C. pseudotuberculosis de

C. ulcerans, que também produz a PLD (Barksdale et al.,1981).

A caracterização bioquímica pode ser feita usando meios de cultura

indicadores da atividade enzimática da bactéria. Cada espécie possui um perfil

bioquímico característico, portanto compara-se o perfil encontrado com uma

tabela onde estão citadas as características de cada espécie. Com o intuito de

facilitar esse trabalho, a galeria API Coryne (bioMérieux, Inc.) utiliza 21

substratos aos quais se adiciona a bactéria em teste. Após 24 horas de

incubação, o padrão de coloração obtido é inserido em um programa, cujo

algoritmo transforma esse padrão de coloração em um índice (Analytical Profile

Intex - API), calculando a probabilidade de a bactéria em teste se encaixar no

perfil de cada espécio do gênero Corynebacterium (Baird & Fontaine, 2007).

Embora o isolamento e a caracterização de C. pseudotuberculosis

continuem sendo “padrão-ouro” para o diagnóstico da LC, esses métodos

muitas vezes se tornam inviáveis, pois muitos animais possuem apenas

abscessos internos, ou abscessos externos já supurados e fibrosados,

contendo poucas bactérias viáveis. Além disso, a punção do abscesso também

implica em risco de contaminação de outros animais (Baird & Fontaine, 2007).

2.2.2.2. Diagnóstico sorológico

Pelas razões supracitadas, diversos grupos vêm tentando criar testes

sorológicos para o diagnóstico da LC. Porém, a maioria dos testes falha em

atingir níveis adequados de sensibilidade e/ou especificidade (Baird &

Fontaine, 2007). Em 2003, Carminati e colaboradores padronizaram um

teste de ELISA com 93,5% de sensibilidade e 100% de especificidade, porém,

todos os animais positivos apresentavam lesões caseosas com bactérias

viáveis, e isso limita, portanto, o teste à fase clínica da infecção. Outro

problema com testes sorológicos, é que estes são dependentes da resposta

imune do hospedeiro ao patógeno, e isso implica em um período de “janela

imunológica”, ou seja, a fase em que o animal já foi infectado, e que ainda não

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12

houve a produção de anticorpos pelo sistema imunológico. No caso de uma

doença infecto-contagiosa como a LC, o atraso no diagnóstico pode implicar

em comprometimento de outros animais do rebanho e na impossibilidade de

realizar um tratamento eficaz do animal acometido.

2.2.2.3. Diagnóstico molecular

A demanda por um teste capaz de identificar C. pseudotuberculosis em

um determinado hospedeiro na fase subclínica da infecção tem levado diversos

pesquisadores a tentar criar um método molecular de diagnóstico. Em 2002,

Çetinkaya et al. desenvolveram uma reação de PCR para amplificação da

região genômica codificadora do gene 16S rRNA com o intuito de criar um teste

tanto sensível quanto específico. Apesar de ter obtido sucesso com a

identificação de C. pseudotuberculosis, houve reação cruzada com linhagens

de C. ulcerans (Çetinkaya et al., 2002). Outra limitação é que esse método

não exclui o cultivo bacteriano do material extraído dos abscessos, e isso

implica em demora no diagnóstico, além de restringir o mesmo à fase clínica da

LC.

Em 2007, Pacheco et al., desenvolveram um ensaio de PCR multiplex

direcionado para a amplificação de três regiões de DNA na mesma reação: o

gene rpoB (responsável pela síntese da subunidade β da RNA polimerase), o

16S rRNA e o gene pld. Os dois primeiros são utilizados em estudos

taxonômicos dentro da família Corynebacteria (Dorella et al., 2006). O pld

também está presente em C. ulcerans e Arcanobacterium haemolyticum.

Porém, o desenho de iniciadores específicos para o pld de C.

pseudotuberculosis permitiu a amplificação diferencial apenas nesta espécie.

Os iniciadores desenhados tiveram a adição continham de dois nucleotídeos ao

iniciador anti-senso desenhados inicialmente, tornou-o específico para C.

pseudotuberculosis. Este ensaio foi capaz de detectar o patógeno diretamente

de amostras clínicas (aspirado dos abscessos), sem a necessidade de cultivar

os microrganismos, no entanto o limite de detecção

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13

foi de 103 U.F.C., limitando o teste a amostras em fase clínica da infecção

(Pacheco et al., 2007).

Portanto, permanece a demanda por um teste laboratorial para a

detecção de C. pseudotuberculosis em casos subclínicos e/ou exclusivamente

viscerais de LC. Isso possibilitaria o isolamento e tratamento dos animais

infectados, evitando a disseminação da LC dentro do rebanho, e assim

contribuindo para o controle da doença.

2.3. PCR em tempo Real (qPCR)

A PCR em Tempo Real (ou quantitative PCR; qPCR) é uma técnica

relativamente nova e que vem sendo cada vez mais usada em diagnóstico

molecular microbiológico (Claas et al., 2007), pois além de ser mais rápida que

a PCR convencional, torna possível quantificar o DNA presente na amostra,

desde que utilizados calibradores apropriados (Muska et al., 2007). A técnica

apresenta ainda maior sensibilidade que a PCR convencional, uma vez que

permite a detecção de fragmentos amplificados (amplicons) de menor peso

molecular (Mackay et al., 2007). Isso se deve ao fato de que a presença do

amplicon é detectada durante, e não depois de concluída a reação.

Uma das formas de detecção é o uso de fluoróforos de associação ao

DNA, ou seja, substâncias químicas capazes de emitir fluorescência ao se

associar ao DNA de dupla fita, desde que submetido a luz de comprimento de

onda adequado. A substância mais utilizada é o SYBR Green I, dentre outros,

como SYBR Gold, BEBO e LCGreen (Mackay et al., 2007).

Figura 1: Representação esquemática da atividade do fluoróforo SYBR Green

durante a PCR em tempo real. A parte 1 mostra a fase de desnaturação do DNA

molde, na presença dos iniciadores e fluoróforos. Na parte 2 está representada a fase

de extensão da reação, com os fluoróforos se associando à dupla fita recém

sintetizada, com subseqüente emissão de fluorescência.

2 1

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14

Detecções por fluorescência são também utilizadas por marcação com

sondas, utilizando um fluoróforo em uma extremidade e um inibidor de

florescência (ou quencher) na outra. Estas sondas são complementares a uma

sequência do DNA - alvo, e hibridizam simultaneamente aos iniciadores.

Quando a DNA polimerase faz a síntese, sua atividade de exonuclease a

5’ cliva a sonda, afastando assim o fluoróforo do quencher, permitindo então

que o primeiro emita fluorescência. Um exemplo desse sistema é o TaqMan,

um dos mais utilizados para criar reações mais específicas (Mackay et al.,

2007).

Figura 2: Representação esquemática da atividade na DNA polimerase no

sistema TaqMan. A esfera verde representa o fluoróforo e a esfera vermelha

representa o quencher (inibidor de fluorescência), aderidos à sonda hibridizada no

meio da região alvo do DNA estudado. A letra h representa a fluorescência emitida

quando a enzima exerce sua ação de 5’-exonuclease, afastando assim o fluoróforo do

quencher.

A fluorescência emitida é então detectada por sensores ajustados para

uma determinada faixa de comprimento de onda que abrange a emitida pelo

fluoróforo utilizada. Antes de iniciada a reação, o equipamento realiza a

medição da fluorescência basal, ou seja, a emissão de fluorescência pelos

componentes. Com base nessa medida é calculado um limiar, que equivale a

10 desvios-padrão da medida da fluorescência basal. Quando a fluorescência

emitida pelo acúmulo de amplicons ultrapassa esse limiar, o equipamento

registra em qual ciclo da reação isso ocorreu. Esse é o chamado CT (Threshold

Cycle) ou CP (Crosspoint), ou seja, o ciclo da reação no qual a fluorescência

ultrapassou o limite pré-determinado. Considera-se que, quanto menor é o CT,

maior é a quantidade inicial de DNA-alvo na amostra (Mackay et al., 2007).

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15

Figura 3: Gráfico gerado pela detecção da emissão de fuorescência pela

formação de amplicons na presença do fluoróforo SYBR® Green. O CT, ponto a

partir do qual o equipamento considera que houve de fato amplificação, está indicado

na figura, e está representado por uma linha laranja.

Há duas maneiras de quantificar o DNA presente na amostra: a

quantificação absoluta e a quantificação relativa. A quantificação relativa é

muito usada em estudos de expressão gênica. Nesses estudos utilizam-se

iniciadores tanto para o gene cuja expressão se deseja avaliar, quanto para um

gene que reconhecidamente não altera sua expressão independentemente do

tratamento estabelecido. O RNA extraído é submetido a uma PCR de

Transcrição Reversa (RT-PCR) e em seguida é realizado um PCR a partir do

cDNA sintetizado. Os valores de CT são então comparados e o resultado é

relatado comparativamente; exemplificando seria: o gene x é expresso duas

vezes mais que o gene y no tratamento aplicado (Muska et al., 2007).

Já a quantificação absoluta é feita comparando o valor do CT obtido na

reação teste com uma curva de calibração obtida a partir dos CTs de reações

realizadas com diluições seriadas do gene alvo em concentrações conhecidas.

A curva de calibração, portanto, torna possível determinar a quantidade de

DNA na amostra analisada (Mackay et al., 2007).

Quando se utiliza sistemas de associação ao DNA, é possível ainda

realizar um controle para verificar se os amplicons gerados são realmente os

esperados, para evitar que amplificações inespecíficas sejam consideradas

como resultados. Esse controle é chamado curva de dissociação. Ao final da

reação adiciona-se um passo de elevação da temperatura (geralmente em

torno de 60 para 95o C) para que todos os amplicons gerados se dissociem,

CT

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16

liberando os fluoróforos aderidos, promovendo a queda da fluorescência

emitida. Então a temperatura retorna ao valor inicial, e a fluorescência emitida

pela reassociação das duplas-fitas é medida. Esse ciclo repete-se mais uma

vez e é feita uma nova medição. De acordo com o tamanho do amplicon e seu

conteúdo G-C, haverá um pico de emissão de fluorescência provocado pela

variação de temperatura. Se houver na reação apenas um tipo de amplicon, o

pico da curva de dissociação será único, em uma determinada temperatura.

Por outro lado, se houver amplificações inespecíficas, haverá diferentes picos

de fluorescência ocorrendo em diferentes temperaturas. Isso porque as

temperaturas em que ocorrerá a dissociação e a reassociação dos amplicons

gerados depende tanto do peso molecular quanto do conteúdo G-C desses

amplicons (Fan et al., 2007; Ong et al., 2007).

Em 2004, Spier e colaboradores utilizaram a PCR em Tempo Real

(TaqMan) do gene pld para demonstrar que C. pseudotuberculosis utiliza

moscas como vetores em infecções de eqüinos no norte da Califórnia.

Portanto, o gene pld é um bom alvo de PCR para a diferenciação de C.

pseudotuberculosis de outras espécies da mesma família, especialmente C.

ulcerans, seja pelo uso de sondas específicas, como é o caso do sistema

TaqMan, ou pelo desenho de iniciadores que amplifiquem diferencialmente o

pld de uma das espécies.

Apesar de não serem conhecidos todos os detalhes do ciclo de C.

peudotuberculosis no organismo do hospedeiro, é provável que ocorra

bacteremia suficiente para a detecção por PCR em Tempo Real, pois a

disseminação da bactéria pode partir dos linfonodos externos afetados para os

órgãos internos (Gouveia, 1986) e, apesar de não se saber exatamente por

qual via ocorre essa disseminação, é possível que ela ocorra por via linfática ou

sanguínea.

O diagnóstico subclínico da LC é atualmente um dos maiores desafios

no controle da doença. Uma vez que todos os métodos diagnósticos existentes

atualmente dependem da presença de células viáveis de C. pseudotuberculosis

ou de resposta humoral contra este patógeno, o diagnóstico será sempre

tardio. Após o desenvolvimento de lesões (internas ou externas) a transmissão

pode já ter sido estabelecida, e torna-se difícil avaliar o nível de

Page 32: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

17

comprometimento do rebanho. Outro problema é o tratamento, que após a

manifestação clínica da doença, não possui eficácia suficiente para evitar as

perdas econômicas causadas pelo desenvolvimento de lesões (Ribeiro et al.,

2001). Se diagnosticada em fase subclínica, a LC pode ser tratada em caso de

animais de alto valor zootécnico. No caso de outros animais, esses podem ser

isolados do rebanho ou abatidos antes que se desenvolvam os abscessos e

por conseqüência ocorra à disseminação da doença.

Portanto, esse trabalho se propõe a criar e padronizar um método

diagnóstico para LC em fase subclínica, em caprinos e ovinos, utilizando a

técnica de qPCR.

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3. OBJETIVOS

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3.1. Objetivo Geral

Desenvolver um teste diagnóstico para a linfadenite caseosa capaz de

detectar a presença do patógeno C. pseudotuberculosis em amostras

provenientes de caprinos e ovinos em fase subclínica da doença.

3.2. Objetivos Específicos

3.1.1. Selecionar a melhor metodologia de extração de DNA total de

sangue total e soro sanguíneo de caprinos e ovinos;

3.1.2. Desenvolver e padronizar uma reação de PCR em tempo real

capaz de detectar a presença de C. pseudotuberculosis a partir

do DNA extraído de amostras de sangue total e/ou soro de

caprinos e ovinos.

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20

4. MATERIAIS E MÉTODOS

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4.1. Equipamentos utilizados § Agitador magnético de soluções (TradeLab)

§ Aparato para eletroforese Horizon® 58 (Gibco BRL)

§ Balança eletrônica (Marte)

§ Banho-maria (Precision)

§ Capela química (Permution)

§ Centrífuga 5417C (Eppendorf)

§ Centrífuga refrigerada MR 23i (Jouan)

§ Espectrofotômetro (Bio-Rad)

§ Estufa incubadora (Nova Ética)

§ Fluxo laminar (Veco)

§ Forno Microondas (CCE)

§ Freezer -20ºC (Electrolux)

§ Freezer -80ºC (Sanyo)

§ Micropipetas Pipetman® (Gilson)

§ pHMETRO (Digimed)

§ Shaker incubador (Nova Ética)

§ Termociclador PTC-100 (MJ Research, Inc.)

§ Termociclador para PCR em tempo real 7500 HT (Applied Biossystems)

§ Transluminador e equipamento de fotodocumentação

§ Vortex

4.2. Reagentes e kits de biologia molecular § 1 kb Plus DNA LadderTM (Invitrogen)

§ Acetato de sódio PA (Synth)

§ Ácido Bórico PA (Cirq)

§ Ágar bacteriológico (bioBRÁS)

§ Agarose padrão (Agargen)

§ Água destilada esterilizada em autoclave

§ Água mili-Q esterilizada em autoclave

§ Álcool etílico (Merck)

§ Ampicilina (Sigma)

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22

§ Azul de Bromofenol (Synth)

§ Brain Heart Infusion (Oxoid)

§ Brometo de Etídio (Eurobio)

§ Cloreto de sódio PA (Cirq)

§ EDTA PA (Ácido etilenodiaminotetraacético, Synth)

§ Etanol (Synth)

§ Extrato de levedura (Biobrás)

§ Fosfato de sódio dibásico PA (VETEC)

§ Glicerina (Synth)

§ Glicogênio (Gibco)

§ Lisozima (USB)

§ NaOH (Synth)

§ Peptona (OXOID)

§ Platinum® Taq DNA Polymerase System (Invitrogen)

§ Power SYBR® Green PCR Master Mix (Applied Biosystems)

§ RNase A (20 mg/mL, Invitrogen)

§ Sarcozil (Sigma)

§ Tris-base (Invitrogen)

§ TOPO TA Cloning ® (Invitrogen)

§ UltraPure™ Buffer-Saturated Phenol (Invitrogen)

§ Wizard® Genomic DNA Purification Kit (Promega)

§ Wizard® Plus Maxipreps DNA Purification System (Promega)

§ X-Gal (USB)

4.3. Soluções e meios de cultura

§ Acetato de Sódio (3M): Dissolver 40,82 g de acetato de sódio em q.s.p.

100 ml de água destilada. Estocar a temperatura ambiente.

§ Brometo de Etídio: Estocar a 5 mg/mL. Utilizar a 0,1-0,5 µg/mL.

Conservar ao abrigo da luz.

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23

§ Glicerol (80%): Adicionar 80 mL de glicerol a 20 mL de água destilada.

Autoclavar por 20 minutos a 120 ºC.

§ Glicogênio (20 mg/ml): Adicionar 100 mg de glicogênio a 5 mL de água

destilada. Filtrar a mistura em filtro de 0,45 µm.

§ PBS 10X: Solução A (Fosfato de sódio 0,5 M): Dissolver 12 g de fosfato de

sódio em q.p.p. 500 mL de água destilada. Solução B (Fosfato dissódico

0,5M): Dissolver 35,49 g de fosfato dissódico em q.s.p. 500 mL de água

destilada. Adicionar a solução A, a solução B até a mistura atingir o pH 7,4.

Verificar o volume final, e para cada 100 mL adicionar 9 g de cloreto de

sódio. Armazenar em geladeira.

§ PBS: diluir 100 mL de PBS 10X em 900 mL de água destilada.

§ PBS com Tween 0,05% (v/v): diluir 100 mL de PBS 10X em 900 mL de

água destilada e acrescentar 0,5 mL de Tween 20.

§ Sarcosil (30%): Dissolver 30 g de sódio-N-lauroilsarcosina em q.s.p. 100

mL de água destilada. Estocar a 4ºC.

§ Tampão citrato para ELISA: Dissolver 7,1 g de fosfato dissódico anidro e

5,19 g de ácido cítrico anidro em q.s.p. 1000 mL de água destilada. Ajustar

o pH para 5,0.

§ Tampão de Amostra (5X): Glicerol a 50%; Azul de bromofenol a 0,20%; e

solvente TBE a 2,5X. Estocar a 4ºC.

§ TBE 5X (4 litros): Misturar: 216 g deTris-base; 110 g de ácido bórico; 80

mL de EDTA (0,5 M; pH 8,0) em q.s.p. 4.000 mL de água destilada;

homogeneizar e ajustar o pH (entre 8,0 e 8,5).

Page 39: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

24

§ Tris-EDTA-lisozima (Solução II – Extração de DNA genômico):

Misturar: 1 mL de Tris-HCl (1M; pH 7,0); 2 mL de EDTA (0,5M; pH 8,0); 6

mL de NaCl (5M); e 1 g de lisozima; em q.s.p. 100 mL de água destilada.

[Concentrações finais: Tris-HCl (10mM); EDTA (10mM); NaCl (300mM);

lisozima (10 mg/mL)].

§ Caldo Infuso Cérebro-Coração (Brain Heart Infusion) e placas de BHI

ágar: 37 g de BHI sólido são adicionados em q.s.p. 1L de água destilada;

após homogeneizar, o pH da mistura é ajustado para 7,4, e o meio é então

autoclavado por 20 minutos a 120ºC. Este meio é acrescido de ágar

bacteriológico na concentração final de 1,5% para cultura em meio sólido.

§ Caldo LB (Luria-Bertani) e LB-Ágar suplementado com ampicilina e X-

Gal: Dissolver 10g de Triptona, 5 g de Cloreto de Sódio e 5 g de Extrato de

Levedura em q.s.p. 1L de água destilada; após homogeneizar, o pH da

mistura é ajustado para 7,4, e o meio é então autoclavado por 20 minutos a

120ºC. Este meio é acrescido de ágar bacteriológico na concentração final

de 1,5% para cultura em meio sólido. Para preparo de placas para seleção

azul e branca (mutantes defectivos ou não para o gene da beta-

galactosidase), prepara-se o meio LB-ágar, e após retirá-lo da autoclave,

aguarda-se o resfriamento até uma temperatura suportável ao toque. Então

se adiciona a cada litro de meio 1200 µL de X-Gal a 40mg/mL e 1000 µL

de ampicilina a 100 mg/mL.

4.4. Material Biológico

4.4.1. Linhagens bacterianas As linhagens bacterianas e os plasmídeos utilizados neste trabalho de

dissertação estão listados na Tabela 1. Os meios de cultivo utilizados foram o

LB para E. coli e o BHI para C. pseudotuberculosis. Estes meios foram

suplementados com 1,5% de ágar bacteriológico para cultura em meio sólido.

Ambas as culturas foram crescidas a 37°C sob agitação. O cultivo de E. coli foi

Page 40: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

25

realizado em 18 horas e de C. pseudotuberculosis em 72 horas. Quando

necessário, os meios de cultura foram suplementados com ampicilina

(100µg/mL). A concentração destes foi utilizada de acordo com as

recomendações do fabricante do vetor.

Tabela 1. Linhagens bacterianas e plasmídeos utilizados neste trabalho.

Espécie Linhagem / Genótipo Fonte Escherichia coli TOP10/ hsdR; mcrA; lacZ_M15; endA1; recA1 Invitrogen Corynebacterium pseudotuberculosis a

Linhagem 1002 UFBA

Plasmídeos Características Fonte pCR®2.1-TOPO® Vetor de clonagem/Amr-Kmr/pUC ORI Invitrogen pCR®2.1-TOPO®:pld Vetor de clonagem pCR®2.1-TOPO®

contendo o fragmento da ORF pld (70 pb) de C. pseudotuberculosis

Este trabalho

pCR®2.1-TOPO®:12s rRNA

Vetor de clonagem pCR®2.1-TOPO®

contendo o fragmento da ORF 12SrRNA (200 pb) de Capra hircus

Este trabalho

a: linhagem atenuada de C. pseudotuberculosis biovar ovis pertencente à coleção de microorganismos do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil. Amr: resistência à ampicilina; Kmr: resistência à canamicina.

4.4.2. Amostras clínicas O sangue total utilizado neste estudo foi obtido de 7 propriedades rurais

localizadas no município de Araçatuba – SP, dos quais 87 amostras de

caprinos e 118 de ovinos foram coletadas. Este sangue foi coletado em sistema

Vacutainer e conservado a -20°C.

4.5. Manipulação do DNA

Todos os protocolos de manipulação de DNA, de qualquer origem, foram

realizados de acordo com métodos pré-estabelecidos (Sambrook et al., 1989),

com modificações quando necessárias. A qualidade do material obtido após a

manipulação do DNA, incluindo sua concentração e pureza, foi estimada após

Page 41: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

26

leitura espectrofotométrica nos comprimentos de onda de 260 e 280nm, além

de resolução eletroforética em gel de agarose. Todo o DNA obtido nesse

trabalho foi conservado a -20°C.

4.6. Resolução eletroforética Para a avaliação da qualidade do DNA (genômico ou plasmidial) através

de resolução eletroforética, os mesmos formam acrescidos de 1:5 do volume

de tampão de amostra (item 4.3.1) e fracionados em gel de agarose de 1 a 2%

em tampão TBE 1X (item 4.3.1), contendo brometo de etídio (0,5 µg/mL). As

corridas foram realizadas a 100 V durante um período de tempo relativo à

dimensão do gel. O DNA foi visualizado e o gel fotografado sobre um

transluminador de luz ultravioleta (320 nm) através do sistema de

documentação fotográfica Multidoc-it Digital Imaging System (UVP). O tamanho

dos fragmentos foi estimado comparando-se ao marcador de peso molecular

usado 1 Kb DNA Ladder e/ou 1 Kb Plus DNA Ladder (Invitrogen).

4.7. Padronização do ensaio de PCR em tempo real

4.7.1. Desenho de iniciadores e condições de PCR Os iniciadores foram primeiramente testados usando PCR convencional,

para posteriormente iniciar os testes em PCR em tempo real. Os iniciadores

foram desenhados utilizando o software Primer-Blast do NCBI

(www.ncbi.nlm.nih.gov/tools/primer-blast/); exceto o iniciador anti-senso para o

gene pld, que foi o mesmo utilizado por Pacheco et al. 2007. Para o iniciador

senso do gene pld de C. pseudotuberculosis foi utilizado como molde a

sequência do gene depositada no GenBank (número de acesso L16587) e para

o gene mitocondrial 12SrRNA de Capra hircus e Ovis aries, foram utilizadas as

sequências depositadas no mesmo banco de dados (números de acesso

AJ490504 e AJ490503, respectivamente). Os iniciadores utilizados para PCR

multiplex (Pacheco et al., 2007) que possuem como alvo os mesmos genes,

Page 42: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

27

foram utilizados na fase de testes dos iniciadores desenhados, como parâmetro

de comparação. As sequências obtidas encontram-se na tabela a seguir:

Tabela 2: Iniciadores utilizados nesse trabalho.

Iniciador Sequência Gene-alvo Amplicon (pb) Fonte

PLDF2 5’- GGGTTCGAGTTCTCTATGGG -3’ pld 70

Esse trabalho

PLDR2 5’- ATCAGCGGTGATTGTCTTCCAGG -3’ pld Pacheco et al., 2006

12SrRNAF2

5’- CGAAACTCAAAGGACTTGGC -3’

12SrRNA 200

Esse trabalho

12SrRNAR2

5’- TTCCATTCCATGGGTTACAC -3’

12SrRNA Esse trabalho

PLDF 5’- ATAAGCGTAAGCAGGGAGCA-3’ pld 203

Pacheco et al., 2006

PLDR2 5’- ATCAGCGGTGATTGTCTTCCAGG -3’ pld Pacheco et al., 2006

12SrRNAF

5’- CCAGCCACCGCGGTCATACG-3’

12SrRNA 274

Pacheco et al., 2006

12SrRNAR

5’- TGAGTTTCGGGCTGTTGCCG-3’

12SrRNA Pacheco et al., 2006

Estes iniciadores foram testados utilizando amostras de DNA genômico

extraído de amostras de cultura de C. pseudotuberculosis da linhagem 1002, e

de sangue total de C. hircus pelo método Precellys / Fenol-Clorofórmio. Foram

testadas duas temperaturas de anelamento diferentes. Os ciclos de

temperatura testados estão listados na tabela a seguir:

Tabela 3: Ciclos de temperatura utilizados nos testes dos iniciadores.

Etapa da reação

de PCR

Subetapa da

reação de qPCR Temperatura Tempo

Desnaturação

inicial - 95 ºC 2 min

Estágio cíclico

(29 repetições)

Desnaturação 95 ºC 1 min

Anelamento 58 / 60 ºC1 40 s

Extensão 72 ºC 40 s

Extensão final - 72 ºC 7 min

1 – Temperaturas de anelamento testadas para os iniciadores.

Page 43: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

28

Tabela 4: Concentrações dos reagentes utilizados nas reações de PCR.

Reagente Concentração

do estoque

Concentração

de trabalho

Concentração

final na reação

Volume por

reação

Tampão Taq DNA

polymerase

(phoneutria)

10 X 10 X 1X 2,0 µL

Taq DNA polimerase 5 U/ µL 5 U/ µL 0,1 U/ µL 0,4 µL

Iniciador senso 100 pmol/ µL 100 pmol/ µL 1 pmol/ µL 0,2 µL

Iniciador anti-senso 100 pmol/ µL 100 pmol/ µL 1 pmol/ µL 0,2 µL

Amostra de DNA Resultante das

extrações

Resultante das

extrações

-

1,0 µL

dNTPs 10 mM 10 mM 0,2 mM 0,4 µL

MgCl2 50 mM 50 mM 2,5 mM 1 µL

Água milliQ - - - 14,8 µL

4.7.2. Clonagem dos produtos de PCR amplificados para realização

da curva de calibração

4.7.2.1. Extração de DNA genômico Para a extração de DNA genômico de C. pseutoduberculosis, uma

amostra da linhagem 1002 congelada foi retirada com auxílio de uma alça

descartável estéril, e inoculada 15 ml em caldo BHI em um tubo Falcon de 50

ml de capacidade. Esse tubo foi incubado a 37ºC sob agitação de 150 rpm por

48 horas, e após esse período foi centrifugado por 20 min a 5000 rpm. O

sobrenadante foi então descartado, e o depósito ressuspendido em 1 ml de

solução II de extração. Esse material foi então transferido para um tubo de

precellys e este foi submetido a 2 pulsos de 15 s a 6500 rpm, com um intervalo

de 30 s entre esses pulsos. Após esse processo, foi realizada a purificação do

DNA conforme citado no item 4.10.2.

Para extração do DNA genômico de C. hircus, procedeu-se exatamente

como consta no item 4.10.2.

Page 44: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

29

4.7.2.2. Amplificação dos produtos para clonagem O DNA extraído foi submetido à reação de PCR para amplificação dos

fragmentos dos genes pld de C. pseudotuberculosis (70 pb) e 12SrRNA

mitocondrial de C. hircus (200 pb). A amplificação ocorreu nas condições

descritas na seção 4.7.1.

4.7.2.3. Purificação dos amplicons

Após a resolução eletroforética, todo o volume da reação foi aplicado em

gel de agarose de 1% e os amplicons correspondentes aos fragmentos dos

genes pld de C. pseudotuberculosis (70 pb) e 12SrRNA mitocondrial de C.

hircus (200 pb) foram recuperados e purificados do gel de acordo com o

protocolo do kit comercial illustra™ GFX™ PCR DNA and Gel Band Purification

Kit (GE-Healthcare).

4.7.2.4. Clonagem dos produtos de amplificação

Os fragmentos assim amplificados foram clonados no sistema TOPO T-

A®, de acordo com as instruções do fabricante. As reações de ligação dos

produtos de PCR no vetor foram realizadas utilizando os componentes e suas

respectivas quantidades mostradas na tabela a seguir:

Tabela 5: Reação de ligação dos insertos ao vetor.

Componente Volume

Produto de PCR 4,0 µL

Solução salina

(fornecida) diluída 1:4 1,0 µL

Vetor TOPO 1,0 µL

Page 45: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

30

Após a adição desses componentes, o material foi incubado à

temperatura ambiente por 30 minutos e imediatamente se procedeu à

transformação de células de E. coli eletrocompetentes.

4.7.2.5. Transformação bacteriana

4.7.2.5.1. Preparo de E. coli eletrocompetente Uma colônia de E. coli foi inoculada em 5 mL de meio LB e incubada a

37°C durante 18 horas sob agitação de 150 rpm. Uma alíquota (5 mL) desta

cultura foi então inoculada em 200 mL de LB e incubada a 37°C sob agitação

até atingir absorbância (OD600nm) de 0,3. Uma vez alcançado este valor, a

cultura foi dividida em 5 tubos de 50 mL com volumes iguais e deixadas no gelo

por 30 min. Depois deste período foram realizadas três centrifugações de

5.000 rpm durante 20 min a 4°C, em que o sobrenadante foi descartado e o

precipitado ressuspendido em solução de glicerol 10% estéril no volume de 40,

30 e 10 mL, respectivamente. Após a última lavagem, as bactérias foram

ressuspendidas em 1 mL de solução glicerol 10%. Esse 1 mL foi dividido em

alíquotas de 100 µL que foram estocadas a -80°C. As cinco linhagens foram

preparadas em dias diferentes.

Para análise da eficiência de transformação, uma alíquota com células

eletrocompetentes estocadas foi colocada no gelo durante 5 minutos. Em

seguida adicionou-se 10 ng/µL do plasmídeo pUC18 (controle positivo). Como

controle negativo, foi utilizado apenas uma alíquota de células, às quais

nenhum DNA foi adicionado. Ambas as amostras foram transferidas para

cubetas de eletroporação, previamente resfriadas e foram submetidas a um

pulso de 2.5 V, capacitância 25 µFD e resistência de 200 OHMS utilizando um

eletroporador CelljecTUno (Thermo Electro Corporation). Imediatamente após o

pulso, foi adicionado 1 mL de meio LB às células e estas foram incubadas à

37º C por uma hora. Diluições de 10-1, 10-2, 10-3 foram semeadas em meio LB

ágar suplementado com ampicilina (100 µg/ml) e incubadas a 37°C durante 18

horas. A eficiência de transformação obtida foi de ∼ 8 x 107 UFC por

micrograma de DNA.

Page 46: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

31

4.7.2.5.2. Transformação de E. coli

Os produtos de ligação (inserto e vetor TOPO) foram utilizados para

transformar células eletrocompetentes de E. coli preparadas de acordo com o

protocolo descrito no item 4.7.4.1. A transformação foi conduzida por

eletroporação seguindo os mesmos parâmetros descritos no item 4.7.4.1. Para

tanto, uma alíquota de 5 µL do produto de ligação foi adicionado a 100 µL de

células eletrocompetentes e incubado no gelo por 10 minutos. No tratamento

“controle negativo”, 1 µL de água estéril foram adicionados às células no lugar

dos plasmídeos. Imediatamente após o pulso, foi adicionado a cada cubeta 900

µL de meio LB, sem antibiótico, para cada alíquota de células transformadas e

estas foram incubadas a 37°C por 1 h. Diluições de 10-4, 10-5 e 10-6 foram

semeadas em meio LB ágar suplementado com ampicilina (100µg/mL) e X-Gal

(µg/mL) 64 incubadas a 37°C durante 18 h. Após este período as placas foram

avaliadas quanto à presença de colônias recombinantes.

4.7.3. Extração do DNA plasmidiano de E. coli em pequena escala

Clones selecionados aleatoriamente foram inoculados em 5,0 mL de

meio LB suplementado com 100µg/mL de ampicilina. As culturas foram

mantidas a 37°C por aproximadamente 18 horas sob agitação de 150 rpm. Foi

feito uma cultura estoque em glicerol (1 mL da cultura + 1mL de glicerol 80%)

de cada clone e estes foram armazenados a -80°C. Em seguida, foi realizada a

extração dos plasmídeos (minipreparação) utilizando o Kit comercial WizardTM

Plus Minipreps DNA Purification System (Promega) segundo as

recomendações do fabricante.

4.8. Testes de eficiência de iniciadores

4.8.1. Diluições seriadas

O material obtido a partir da extração de DNA plasmidial dos clones teve

sua concentração determinada em espectrofotômetro no comprimento de onda

de 260 nm. A concentração inicial foi ajustada para 10 ng/µL, e a partir desse

Page 47: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

32

tubo, foram realizadas diluições seriadas de 10 em 10, até a concentração de

10 fg/µL. Estas amostras foram usadas em reações de PCR em tempo real,

para testar a eficiência de amplificação dos primers.

4.8.2. Parâmetros do PCR em tempo real

A reação de PCR em tempo real foi realizada de acordo com as

concentrações e ciclo de temperatura a seguir.

Tabela 6: Concentrações dos componentes da reação de PCR em tempo

real.

Reagente Concentração

do estoque

Concentração

de trabalho

Concentração

final na reação

Volume por

reação

Master Mix (Applied

Biosystems) 2X 2X 1X 10 µL

Iniciador senso 100 pmol/ µL 2,5 pmol/ µL 0,125 pmol/ µL 1,0 µL

Iniciador anti-senso 100 pmol/ µL 2,5 pmol/ µL 0,125 pmol/ µL 1,0 µL

Amostra de DNA

De acordo

com a diluição

utilizada

De acordo com

a diluição

utilizada

-

1,0 µL (ausente

para N.T.C.1)

H2O mili-Q estéril - - - q.s.p. 20 µL

1. Reações N.T.C. foram realizadas para verificação de ausência de amplificação quando a

amostra de DNA é substituída por água Mili-Q estéril.

Page 48: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

33

Tabela 7: Ciclo de temperaturas utilizadas no PCR em tempo real.

Etapa da reação

de qPCR

Subetapa da

reação de qPCR Temperatura Tempo

Desnaturação

inicial - 95 ºC 2 min

Estágio cíclico

(40 repetições) Desnaturação 95 ºC 1 min

Anelamento e

extensão de

iniciadores

60 ºC 1 min e 20 s

Análise de

dissociação

contínua1

Desnaturação 95 ºC 15 s

Renaturação 60 ºC 1 min

Desnaturação 95ºC 30 s

4.8.3. Cálculo da eficiência de amplificação dos iniciadores

Basicamente, as reações foram realizadas como descrito no ítem 4.8.2,

sendo preparadas 5 réplicas para cada uma das cinco diluições das amostras

de DNA. Os Cts obtidos para cada gene foram submetidos à regressão linear,

sendo calculados os coeficientes de correlação entre os pontos e a reta plotada

para validação da regressão, com o emprego do software GraphPad Prism v

5.0. A partir dos Cts obtidos também foi possível calcular (com uso da equação

ENx = Nx / N0,x) os valores de eficiência de amplificação para cada par de

iniciadores utilizados (Rasmussen, 2001).

4.9. Realizações das misturas artificiais

Para que fosse possível determinar qual o melhor método de extração

de DNA das amostras clínicas, foi necessário simular, in vitro, uma situação de

bacteremia discreta. Em outras palavras, amostras com a presença de

bactérias em quantidades inferior a 50 UFC/mL. Um método capaz de extrair

Page 49: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

34

tanto DNA bacteriano quanto do hospedeiro, permite que ocorra amplificação

tanto da região alvo (bacteriana) quanto do hospedeiro (controle endógeno de

amplificação), podendo assim ser considerado um bom método de extração.

Para alcançar este objetivo, foram selecionadas amostras provenientes

de animais saudáveis, confirmadas por um teste negativo para ELISA. O local

escolhido para coleta de sangue destes animais foi a Fazenda da Escola de

Veterinária da UFMG, no município de Pedro Leopoldo – MG. Às amostras

foram adicionadas a culturas de C. pseudotuberculosis que continham valores

conhecidos de UFC. As extrações foram, portanto, testadas a partir destas,

assim chamadas, misturas artificiais (MAs).

4.9.1. Cultivo e diluições de C. pseudotuberculosis Experimentos realizados por nossa equipe demonstram que o número

de UFC de C. pseudotuberculosis em cultura na D.O.600nm=0,2, apresenta entre

3,0 a 4,0 x 107 UFC por mL (Pacheco et al., 2009). Portanto, decidiu-se por

realizar as diluições a partir dessa D.O.

Foi retirado um tubo da bacterioteca contendo a cepa 1002 selvagem de

Corynebacterium pseudotuberculosis congelada em glicerol a 80%. Após

descongelamento da amostra, foram retirados 10 µL utilizando uma alça

descartável estéril, e o material foi esgotado em uma placa de petri contendo

meio BHI-ágar. Esta placa foi incubada em estufa a 37°C por 72 horas. Após

esse tempo de crescimento, foi retirada uma colônia isolada e inoculada em um

tubo cônico de 50 mL de capacidade contendo 15 mL de caldo BHI com Tween

80 (0,05%), e submetido à agitação de 150 rpm, à temperatura de 37º C em um

agitador por 48 horas (pré - inóculo). Após esse período de crescimento, 4 mL

do pré-inóculo foram inoculados em 250 mL de caldo BHI em um frasco de 500

mL de capacidade (inóculo), e este foi submetido às mesmas condições de

cultivo do pré-inóculo.

O frasco foi retirado do agitador a cada 30 minutos, sendo aberto em

uma capela de fluxo laminar para a retirada de 1 mL da cultura para medida de

D.O. a 600 nm (zerando o espectrofotômetro com caldo BHI estéril). Ao atingir

a D.O. 0,2, o frasco foi retirado do agitador e colocado no gelo para interrupção

do crescimento bacteriano.

Page 50: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

35

Os 100 µL de cultura destinados ao plaqueamento foram submetidos a

diluições seriadas em 4 tubos cônicos (eppendorf) com 900 µL de caldo BHI,

até atingir a diluição 10-6. Da diluição de 10-5 e 10-6 foram retirados 200 µL, 100

para cada placa de BHI-ágar. Após o plaqueamento, as placas foram

incubadas em estufa a 37º C por 72 horas e o número de colônias

determinado, calculando-se a média aritmética simples das duas placas e

multiplicando os resultados, respectivamente, por 106 e 107 para converter o

resultado em UFC/mL. O esquema descrito está representado na figura abaixo.

Figura 4: Esquema de diluição do cultivo de C. pseudotuberculosis linhagem

1002 para a realização de misturas artificiais.

4.9.2. Misturas artificiais As misturas artificiais foram realizadas utilizando amostras de sangue

total e soro. O crescimento e diluições foram realizados conforme citado no

ítem 4.9.1. Foram adicionados 100 µL para cada 1 mL de sangue total e de

soro. Também foram plaqueadas em triplicata, cada uma destas diluições (100

µL para cada placa), e as colônias foram contadas após 72 h de incubação a

37ºC. As misturas artificiais foram congeladas a -20ºC até o momento do uso.

Diluição de 4 ml do pré-inóculo em 250 ml e caldo BHI

Page 51: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

36

4.10. Técnicas de extração de DNA testadas

A partir das misturas artificiais, quatro técnicas diferentes foram testadas

para a extração de DNA.

4.10.1. PK-Sarcosil / Fenol-Clorofórmio

As amostras foram descongeladas em banho-maria à temperatura

ambiente. Foi transferido 1 mL para um tubo eppendorf de 1,5 mL, e este foi

centrifugado a 5000 rpm por 10 minutos, retirando o sobrenadante. O depósito

for ressuspendido em 1 mL de solução II, e incubado em banho-maria a 37ºC

por 1 hora. Então, adicionou-se 20 µL de proteinase K (20 mg/mL), incubando-

se em banho-maria a 56ºC por 2 horas. Após a incubação, o material foi

separado em 2 a 3 alíquotas de aproximadamente 500 µL e acrescentou-se 25

µL de sarcosil a 30% a cada alíquota. O material foi então homogeneizar por

inversão durante 15 minutos e incubado em banho-maria a 65ºC por 5 minutos.

Os tubos foram então incubados a -20 ºC (choque-térmico) por 5 minutos

(freezer). Adicionou-se 1,0 mL de fenol (25): clorofórmio (24): álcool isoamílico

(1) a esse material. Homogeneizou-se em vórtex e centrifugou-se a 13.000 rpm

por 7 minutos. A fase superior foi retirada e transferida para um tubo eppendorf

novo. A esse material foi adicionado 1,0 mL da solução de fenol (25):

clorofórmio (24): álcool isoamílico (1), e o mesmo foi homogeneizado em vórtex

e centrifugado a 13.000 rpm por 7 minutos; retirou-se a fase superior e esta foi

transferida para um tubo eppendorf novo. Etanol absoluto foi adicionado em

quantidade equivalente a duas vezes o volume do material transferido no passo

anterior. Acrescentou-se ainda acetato de sódio a 3M em quantidade

equivalente a 10%, e glicogênio em quantidade equivalente a 1% do volume

transferido no passo anterior. Essa mistura foi incubada a -20ºC overnight.

Após esse período, centrifugou-se o material a 13.000 rpm por 10 minutos e o

depósito foi lavado com 1,0 mL de etanol a 70% gelado. Então o material foi

centrifugado a 13.000 rpm por 20 minutos, e o sobrenadante descartado

invertendo-o sobre um papel absorvente, e posteriormente foi realizada a

secagem em tubo aberto a 60ºC (estufa de secagem) por aproximadamente 1

hora. O material foi então ressuspendido em 30 µL de água milliQ estéril.

Page 52: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

37

4.10.2. Pre-Cellys / Fenol-Clorofórmio Adicionou-de 500 µL de PBS 1X a 500 µL de amostra (sangue total ou

soro) em um tubo de Precellys. Esse tubo foi submetido a dois pulsos de a

6500 rpm por 15 segundos, com intervalo de 30 segundos entre eles, no

equipamento Precellys. Após esse processo, adicionou-se 1000 µL de

Fenol:Clorofórmio:Álcool Isoamílico, e esse material foi homogeneizado no

vórtex por 30 segundos. Então o material foi centrifugado por 15 minutos a

13000 rpm, e o sobrenadante foi transferido para um tubo novo. A esse tubo

foram adicionados mais 1000 µL de Fenol:Clorofórmio:Álcool Isoamílico. Após

homogeneizar em vórtex por 5 segundos, esse tubo foi submetido à

centrifugação de 13000 rpm por 15 segundos e a fase superior foi transferida

para um tubo novo. A esse material adicionou-se 1 mL de clorofórmio, e após

homogeneizar em vórtex, centrifugou-se novamente o material a 13000 rpm por

10 minutos, e a fase superior foi transferida para um novo tubo. A seguir, foi

adicionado o dobro do volume desse material transferido de álcool absoluto, 10

% do volume de Acetato de Sódio a 1 M, e 1 % do volume de Glicogênio a 20

mg/mL. Essa mistura foi estocada em freezer a - 20ºC overnight para promover

a precipitação do DNA. Após esse período, a mistura foi centrifugada a 13000

rpm por 10 minutos e o sobrenadante foi desprezado. A seguir, adicionou-se 1

mL de álcool 70% gelado, e após rápida homogeneização em vórtex,

centrifugou-de o material por 20 minutos a 13000 rpm. Então desprezou-de o

sobrenadante e o pellet foi incubado a 60ºC por 40 minutos para evaporação

do álcool. Após a secagem, o material foi ressuspendido em 30 µL de água

milliQ estéril e estocado em freezer a – 20ºC.

4.10.3. Kit Nucleo Spin Tissue® (Machery-Nagel) A extração foi realizada conforme recomendações do fabricante. As

amostras (MAs) de sangue total foram descongeladas em banho-maria à

temperatura ambiente e homogeneizadas em vortex e foi utilizado 1 mL de

amostra para a extração.

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38

4.10.4. Kit Nucleo Spin Plasma® (Machery-Nagel) A extração foi realizada conforme recomendações do fabricante. As

amostras (MAs) de soro foram descongeladas em banho-maria à temperatura

ambiente e homogeneizadas em vortex e foi utilizado 1 mL de amostra para a

extração.

4.11. PCR em tempo real das extrações de misturas artificiais

4.11.1. PCR das extrações de misturas artificiais para escolha do

método de extração

As reações foram realizadas sob as mesmas condições utilizadas para o

teste dos iniciadores (ítem 4.7.1), utilizando como molde o DNA extraído das

misturas artificiais pelos diferentes métodos testados.

4.11.2. PCR em tempo real para misturas artificiais

As reações foram realizadas sob as mesmas condições utilizadas para o

teste de eficiência de amplificação dos iniciadores (ítem 4.8.2), utilizando como

molde o DNA obtido das misturas artificiais pelo método de extração de DNA

escolhido.

4.12. Ensaio sorológico das amostras clínicas

Foram testadas por ELISA indireto todas as amostras coletadas, sendo

87 amostras de caprinos e 267 amostras de ovinos. Como controles positivo e

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39

negativo, foram utilizados soros coletados em 2007 para um trabalho

epidemiológico, e com os maiores e menores valores de absorbância para

ELISA, respectivamente. Os testes ELISA foram processados como descrito a

seguir:

4.12.1. Coleta de amostras e conservação

As amostras biológicas foram coletadas por uma veterinária auxiliada

por técnicos em zootecnia, em propriedades rurais de criação de caprinos e

ovinos no município de Araçatuba, estado de São Paulo. Os proprietários foram

devidamente informados a respeito dos objetivos aos quais se destinavam as

amostras coletadas, e assinaram um documento concordando com a coleta de

sangue dos animais. O sangue foi coletado em sistema Vacutainer, sendo 1

tubo contendo EDTA como anticoagulante e 1 tubo sem anticoagulante. As

amostras coletadas em EDTA foram inicialmente refrigeradas em campo, e

posteriormente congeladas a -20ºC em laboratório. As amostras coletadas sem

anticoagulante foram inicialmente refrigeradas em campo e posteriormente

submetidas à centrifugação à temperatura ambiente a 3000 RPM por 5

minutos. O soro (sobrenadante) foi então separado e aliquotado em tubos

cônicos (eppendorf) com capacidade para 1,5 mL cada, e então congelados a -

20ºC. Esse material foi transportado sob refrigeração para Belo Horizonte,

Minas Gerais, onde as amostras foram finalmente processadas.

4.12.2. ELISA Indireto

As placas foram sensibilizadas 100 µL (por poço) de sobrenadante de

cultura de Corynebacterium pseudotuberculosis linhagem MIC-6, a 4ºC por 12

h. Após a sensibilização, placas foram lavadas 3 vezes com PBS 1X com

Tween (PBS-T), invertendo as placas a cada lavagem e pressionando-as sobre

uma superfície de papel-toalha para retirar o excesso. Após esse processo,

foram adicionados 100 µL do soro a ser testado, diluído 1:100 em PBS-T. As

placas foram incubadas a 37ºC por 1 hora. Após a incubação, foram repetidas

as 3 lavagens exatamente como no passo anterior. Foram então acrescentados

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40

100 µL do conjugado (anti-ovino ou anti-caprino, dependendo do soro a ser

testado) marcado com peroxidase, diluído 1:4000 em PBS-T. As placas foram

incubadas à temperatura ambiente por 1 hora. Após a incubação, o passo das

3 lavagens com PBS-T foi repetido. Adicionou-se então 75 µL de uma solução

contendo (25 mL de tampão citrato, 5 mg de OPD e 5 de peróxido de

Hidrogênio). As placas foram incubadas no escuro, à temperatura ambiente por

15 minutos. A reação foi interrompida com 25 µL de ácido sulfúrico a 4N. A

leitura da absorbância foi realizada em um comprimento de onda de 492 nm. O

limite de corte é 0,350, portanto valores maiores ou iguais a este foram

considerados soros positivos.

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41

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Page 57: DANIEL HENRIQUE BÜCKER - ICB - UFMG

42

5.1. Desenho e teste de iniciadores

Os iniciadores desenhados foram comparados com iniciadores pré-

existentes utilizados na reação multiplex, que possuem como alvo os mesmos

genes.

Figura 5: PCR com dois pares diferentes de iniciadores para o pld e o 12SrRNA

utilizando a temperatura de anelamento de 58 ºC, em gel de agarose a 2%. 1 -

Padrão de peso molecular: 1kb plus DNA ladder (Invitrogen); 2 - Padrão de peso

molecular: Generuller 1kb plus (Fermentas); 3 – 12SrRNA (274 pb) Iniciadores

multiplex; 4 – pld (203 pb), iniciadores multiplex; 5 - 12SrRNA (200 pb), iniciadores

novos; 6 – pld (70 pb), iniciadores novos; 7 – Controle negativo para 12SrRNA e pld ,

iniciadores multiplex; 8 – Controle negativo para 12SrRNA e pld,, iniciadores novos.

O padrão de peso molecular Generuller 1kb plus (Fermentas), foi

utilizado por possuir uma banda de 75 pb, para demonstrar com mais precisão

o peso molecular do amplicon do pld. Foram observadas amplificações

inespecíficas, principalmente para os iniciadores novos. Portanto, foi realizada

uma nova reação alterando-se o ciclo de anelamento dos iniciadores de 58

para 60 ºC, com o intuito de aumentar a especificidade da reação.

1 2 3 4 5 6 7 8

75 pb

200 pb

300 pb

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43

Figura 6: PCR para o pld e o 12SrRNA utilizando a temperatura de anelamento de

60 ºC, em gel de agarose a 2%. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller 1kb plus

(Fermentas); 2 – 12SrRNA (200 pb), iniciadores novos; 3 – pld (70 pb), iniciadores

novos; 4 - Controle negativo para 12SrRNA e pld,, iniciadores novos.

Conforme observado, o aumento da temperatura de anelamento dos

iniciadores aumentou a especificidade da reação. Essa modificação, além de

aumentar essa especificidade, otimizou os iniciadores para uso em PCR em

tempo real. Isto porque utiliza-se um único ciclo de temperatura para

anelamento e extensão no PCR em tempo real, além de a atividade ótima da

Taq DNA polimerase utilizada ser de 60ºC. Portanto, isso aumenta a

probabilidade de os iniciadores funcionarem bem quando forem utilizados nesta

reação.

75 pb

200 pb

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44

5.2. Clonagem dos alvos dos genes 12S e PLD

Após a transformação bacteriana e a incubação das placas, 4 possíveis

clones recombinantes para o gene pld e 9 para o gene 12SrRNA foram

selecionados aleatoriamente para extração do DNA plasmidial. Todos os

clones foram confirmados por PCR.

Figura 7: PCR do produto de extração plasmidial para o fragmento de 70 pb do

gene pld para confirmação dos clones. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller

1kb plus (Fermentas); 2 - Clone 3; 3 - Clone 4; 4 - Clone 5; 5 - Clone 6; 6 – Controle

positivo (DNA genômico de C. pseudotubersulosis linhagem 1002); 7 – Controle

negativo.

1 2 3 4 5 6 7

75 pb

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45

Figura 8: PCR do produto de extração plasmidial para o fragmento de 200 pb do

gene 12SrRNA pld para confirmação dos clones. 1 - Padrão de peso molecular: 1

kb plus DNA ladder (Invitrogen); 2 - Clone 1; 3 - Clone 2; 4 - Clone 3; 5 - Clone 4; 6 –

Clone 6; 7 – Clone 7; 8 - Clone 8; 9 – Clone 15; 10 – Clone 16; 11 – Controle positivo

(DNA genômico de C. hircus); 12 – Controle negativo.

5.3. Teste de eficiência de amplificação dos iniciadores

Para determinação da eficiência de amplificação dos iniciadores

utilizados foi necessária realização de diluições seriadas dos plasmídeos

contendo as regiões relativas aos genes pld e 12SrRNA clonados.

As diluições foram utilizadas como molde para a reação de PCR em

tempo real de acordo com as condições descritas do item 4.9.1. Os CTs obtidos

foram utilizados para calcular a eficiência de amplificação dos iniciadores

(Rasmussen, 2001). Como pode ser observado nas Figuras 5 e 6, foram

calculadas as eficiências de 1,02 para os iniciadores do gene 12SrRNA e de

1,01 para os iniciadores do gene pld.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

200 pb

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46

Figura 9: Curva de eficiência de amplificação para os iniciadores do gene

12SrRNA. Tréplicas de diluições seriadas nas concentrações de 10ng, 1ng,

100pg, 10pg e 1pg.

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47

Figura 10: Curva de eficiência de amplificação para os iniciadores do

gene pld. Tréplicas de diluições seriadas nas concentrações de 10ng, 1ng,

100pg, 10pg, 1pg, 100fg e 10fg.

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48

5.4. Misturas artificiais

O número de UFC contadas após a incubação das diluições de cultura

de C. pseudotuberculosis utilizadas para as misturas artificiais estão expressas

na tabela abaixo:

Tabela 8: Diluições a partir da D.O.600nm=0,2 adicionadas às Mas.

Diluição 10-5 Diluição 10-6

U.F.C./100µL

286 45

199 07

165 21

Média 217 24

5.5. PCR das extrações de misturas artificiais para escolha do método de

extração

O PCR das extrações de misturas artificiais demonstrou que o melhor

método de extração é o Precellys/Fenol-Clorofórmio, como mostra a Figura 7.

Nesta figura é possível observar que, com esse método, houve a formação de

bandas mais bem definidas (portanto com maior especificidade), e mais

intensas (maior concentração). Isso ocorre tanto para o gene pld quanto para o

12SrRNA.

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49

Figura 11: PCR dos genes pld e 12SrRNA para escolha do método de extração a

ser utilizado. A área delimitada corresponde ao método de extração escolhido. A

parte superior do gel contém as amplificações utilizando os iniciadores

específicos para o gene. A parte inferior contém as dos iniciadores para o gene

12SrRNA. A técnica de extração de escolha tem seus resultados marcados em

vermelho. 1 - Padrão de peso molecular: Generuller 1kb plus (Fermentas); 2 – Kit MN

/ Soro / 10-5 pld; 3 - Kit MN / Soro / 10-6 pld; 4 - Kit MN / Sangue total / 10-5 pld; 5 - Kit

MN / Sangue total / 10-6 pld; 6 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-5 pld; 7 –

PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6 pld; 8 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio /

Sangue total / 10-5 pld; 9 – PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 pld; 10

– Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-5 pld; 11 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro

/ 10-6 pld; 12 - Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 pld; 13 –

Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 pld; 14 – Controle positivo (DNA

genômico de C. pseudotubersulosis linhagem 1002); 15 – Controle negativo pld; 16 -

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

75 pb

200 pb

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50

Padrão de peso molecular: 1 kb plus DNA ladder (Invitrogen); 17 – Kit MN / Soro / 10-5

12SrRNA; 18 – Kit MN / Soro / 10-6 12SrRNA; 19 – Kit MN / Sangue total / 10-5

12SrRNA; 20 – Kit MN / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 21– PK Sarcosil/ Fenol-

Clorofórmio / Soro / 10-5 12SrRNA; 22– PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6

12SrRNA; 23– PK Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 12SrRNA; 24– PK

Sarcosil/ Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 25 – Precellys/Fenol-

Clorofórmio / Soro / 10-5 12SrRNA; 26 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Soro / 10-6

12SrRNA; 27 – Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-5 12SrRNA; 28 –

Precellys/Fenol-Clorofórmio / Sangue total / 10-6 12SrRNA; 29 – Controle positivo

(DNA genômico de C. hircus); 30 – Controle negativo 12SrRNA.

O método de extração por Precellys/Fenol-Clorofórmio foi o que permitiu

a melhor amplificação, tanto do pld quanto do 12SrRNA. Além disso, é o

método de mais rápida execução. Portanto, esse foi o método escolhido para

uso nas reações de PCR em tempo real.

5.6. PCR em tempo real das misturas artificiais

As reações de PCR em tempo real foram realizadas utilizando como

controle positivo a diluição contendo 1 ng/µL de pld::TOPO (alvo) e do

12SrRNA::TOPO (controle interno de amplificação). De acordo com as Figuras

8 e 9 foi observado que é possível amplificar os genes pld e 12SrRNA a partir

do DNA obtido pela extração do DNA total das MAs.

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51

Figura 12: Gráfico da amplificação do gene 12SrRNA das misturas artificiais com

soro e sangue total. 1 - 12SrRNA::TOPO: CT médio=17,2; 2- MAs de Sangue total

com as diluição de cultura a 10-5 e a 10-6: CT médio=23,7; 3 - MAs de Soro com as

diluição de cultura a 10-5 e a 10-6 : CT médio=29,1.

Figura 13: Gráfico da amplificação do gene pld das misturas artificiais com soro

e sangue total. 1 - pld::TOPO a 10 ng/µL. CT médio=15,1; 2- MAs de Soro com as

diluições de cultura a 10-5 e a 10-6 CT médio=26,7; 3 - MAs de Sangue total com as

diluições de cultura a 10-5 e a 10-6 CT médio=25,9.

1 2 3

1 2 3

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52

5.7. PCR em tempo real das amostras clínicas A tabela abaixo mostra o resultado do PCR em tempo real para as amostras clínicas testadas comparadas com os resultados do teste de ELISA. Tabela 9: Resultados de PCR em tempo real comparado com ELISA para

as amostra clínicas testadas, com os resultados que foram confirmados

destacados.

Amostra DO ELISA Resultado CT (Real time) Resultado

200 0,614 POSITIVO 32 POSITIVO 201 0,326 NEGATIVO 33 POSITIVO 202 0,609 POSITIVO 31 POSITIVO 204 0,089 NEGATIVO 32 POSITIVO 205 0,119 NEGATIVO 31 POSITIVO 206 0,137 NEGATIVO 31 POSITIVO 207 0,422 POSITIVO 32 POSITIVO 208 0,084 NEGATIVO 33 POSITIVO 209 0,125 NEGATIVO 32 POSITIVO 210 0,122 NEGATIVO 32 POSITIVO 211 0,189 NEGATIVO 33 POSITIVO 212 0,191 NEGATIVO 30 POSITIVO 213 0,183 NEGATIVO 31 POSITIVO 214 0,094 NEGATIVO 34 POSITIVO 216 0,340 NEGATIVO 31 POSITIVO 219 0,927 POSITIVO 32 POSITIVO 220 0,341 NEGATIVO 33 POSITIVO 221 0,200 NEGATIVO 29 POSITIVO 222 0,234 NEGATIVO 33 POSITIVO 223 0,174 NEGATIVO 32 POSITIVO 224 0,162 NEGATIVO 31 POSITIVO 226 0,230 NEGATIVO 30 POSITIVO 227 0,078 NEGATIVO 28 POSITIVO 228 0,082 NEGATIVO 34 POSITIVO 229 0,089 NEGATIVO 30 POSITIVO 230 0,295 NEGATIVO 31 POSITIVO

De acordo com o observado, todas as amostras foram positivas para o teste de PCR em tempo real. Isso pode ter ocorrido por alguma contaminação dos reagentes ou por terem sido utilizados alvos muito estreitos para os iniciadores nessa técnica. Além disso, os testes os controles negativos utilizados utilizaram água no lugar do DNA extraído das amostras. Mostra-se necessária a obtenção de amostras de animais confirmadamente negativos, de preferência provenientes de áreas livres de LC, para serem utilizadas como controle negativo, para verificar se está havendo amplificação inespecífica de

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53

DNA proveniente das amostras em si, por haver uma sensibilidade muito alta devido ao baixo peso molecular dos alvos utilizados.

5.8. ELISA indireto

Tabela 10: Resultado de ELISA para 10 ovinos da Propriedade I.

Propriedade I Animal Valores Média Resultado

1 0,186 0,170 0,178 NEGATIVO 2 0,128 0,114 0,121 NEGATIVO 3 0,149 0,103 0,126 NEGATIVO 4 0,113 0,095 0,104 NEGATIVO 5 0,099 0,070 0,085 NEGATIVO 6 0,101 0,136 0,119 NEGATIVO 7 0,144 0,161 0,153 NEGATIVO 8 0,129 0,180 0,155 NEGATIVO 9 0,158 0,219 0,189 NEGATIVO

10 0,109 0,072 0,091 NEGATIVO Total de animais = 10 Resultado Positivo 0 Negativo 10 Porcentagem 0%

Tabela 11: Resultado de ELISA para 26 ovinos da Propriedade II.

Propriedade II Animal Valores Média Resultado

11 0,232 0,167 0,200 NEGATIVO 13 0,076 0,093 0,085 NEGATIVO 14 0,464 0,504 0,484 POSITIVO 15 0,317 0,340 0,329 NEGATIVO 16 0,279 0,286 0,283 NEGATIVO 17 0,179 0,171 0,175 NEGATIVO 19 0,499 0,543 0,521 POSITIVO 20 0,298 0,220 0,259 NEGATIVO 21 0,109 0,138 0,124 NEGATIVO 24 0,172 0,145 0,159 NEGATIVO 25 0,168 0,217 0,193 NEGATIVO 26 0,286 0,374 0,330 NEGATIVO 27 0,294 0,287 0,291 NEGATIVO 28 0,137 0,286 0,212 NEGATIVO 29 0,218 0,255 0,237 NEGATIVO

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54

30 0,173 0,189 0,181 NEGATIVO 31 0,372 0,398 0,385 POSITIVO 32 0,130 0,114 0,122 NEGATIVO 33 0,408 0,500 0,454 POSITIVO 34 0,288 0,277 0,283 NEGATIVO 35 0,073 0,146 0,110 NEGATIVO 36 0,240 0,323 0,282 NEGATIVO 37 0,210 0,236 0,223 NEGATIVO 38 0,209 0,293 0,251 NEGATIVO 39 0,063 0,102 0,083 NEGATIVO 40 0,215 0,197 0,206 NEGATIVO

Total de animais = 26 ELISA

Positivo 4 Negativo 22

Porcentagem 18%

Tabela 12: Resultado de ELISA para 24 ovinos da Propriedade III.

Propriedade III Animal Valores Média Resultado

41 0,240 0,192 0,216 NEGATIVO 42 0,339 0,363 0,351 POSITIVO 44 0,251 0,373 0,312 NEGATIVO 45 0,242 0,250 0,246 NEGATIVO 46 0,023 0,025 0,024 NEGATIVO 47 0,189 0,011 0,100 NEGATIVO 48 0,008 0,002 0,005 NEGATIVO 49 0,001 0,004 0,003 NEGATIVO 51 0,005 0,008 0,007 NEGATIVO 52 0,008 0,012 0,010 NEGATIVO 53 0,016 0,015 0,016 NEGATIVO 54 0,027 0,006 0,017 NEGATIVO 55 0,010 0,008 0,009 NEGATIVO 56 0,043 0,039 0,041 NEGATIVO 57 0,005 0,008 0,007 NEGATIVO 58 0,056 0,071 0,064 NEGATIVO 59 0,028 0,022 0,025 NEGATIVO 61 0,008 0,006 0,007 NEGATIVO 62 0,103 0,050 0,077 NEGATIVO 64 0,032 0,015 0,024 NEGATIVO 65 0,016 0,028 0,022 NEGATIVO 66 0,067 0,058 0,063 NEGATIVO 67 0,031 0,029 0,030 NEGATIVO 68 0,105 0,127 0,116 NEGATIVO

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55

Total de animais = 24 ELISA Positivo 1 Negativo 23 Porcentagem 4%

Tabela 13: Resultado de ELISA para 58 ovinos da Propriedade IV.

Propriedade IV Animal Valores Média Resultado

74 0,157 0,093 0,125 NEGATIVO 75 0,412 0,363 0,388 POSITIVO 77 0,164 0,137 0,151 NEGATIVO 78 0,061 0,050 0,056 NEGATIVO 79 0,097 0,091 0,094 NEGATIVO 80 0,172 0,174 0,173 NEGATIVO 81 0,055 0,121 0,088 NEGATIVO 83 0,019 0,013 0,016 NEGATIVO 84 0,017 0,022 0,020 NEGATIVO 86 0,026 0,038 0,032 NEGATIVO 87 0,039 0,065 0,052 NEGATIVO 88 0,145 0,161 0,153 NEGATIVO 89 0,040 0,059 0,050 NEGATIVO 90 0,227 0,200 0,214 NEGATIVO 91 0,526 0,572 0,549 POSITIVO 92 0,162 0,162 0,162 NEGATIVO 93 0,057 0,052 0,055 NEGATIVO 94 0,253 0,283 0,268 NEGATIVO 96 0,723 0,571 0,647 POSITIVO 97 0,185 0,185 0,185 NEGATIVO 98 0,084 0,169 0,127 NEGATIVO 99 0,005 0,024 0,015 NEGATIVO

100 0,014 0,173 0,094 NEGATIVO 101 0,027 0,068 0,048 NEGATIVO 102 0,018 0,098 0,058 NEGATIVO 103 0,017 0,150 0,084 NEGATIVO 104 0,026 0,111 0,069 NEGATIVO 105 0,009 0,068 0,039 NEGATIVO 106 0,024 0,029 0,027 NEGATIVO 107 -0,011 0,023 0,006 NEGATIVO 108 0,068 0,053 0,061 NEGATIVO 109 0,216 0,238 0,227 NEGATIVO 110 0,243 0,172 0,208 NEGATIVO

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56

111 0,055 0,045 0,050 NEGATIVO 112 0,032 0,033 0,033 NEGATIVO 113 0,056 0,074 0,065 NEGATIVO 114 0,047 0,048 0,048 NEGATIVO 115 0,029 0,028 0,029 NEGATIVO 116 0,117 0,141 0,129 NEGATIVO 117 0,115 0,162 0,139 NEGATIVO 118 0,055 0,043 0,049 NEGATIVO 119 0,076 0,080 0,078 NEGATIVO 120 0,090 0,072 0,081 NEGATIVO 121 0,177 0,158 0,168 NEGATIVO 122 0,043 0,038 0,041 NEGATIVO 123 0,149 0,132 0,141 NEGATIVO 124 0,055 0,057 0,056 NEGATIVO 125 0,032 0,036 0,034 NEGATIVO 126 0,231 0,312 0,272 NEGATIVO 127 0,047 0,069 0,058 NEGATIVO 128 0,107 0,103 0,105 NEGATIVO 129 0,035 0,035 0,035 NEGATIVO 130 0,040 0,034 0,037 NEGATIVO 131 0,041 0,038 0,040 NEGATIVO 132 0,037 0,040 0,039 NEGATIVO 133 0,048 0,037 0,043 NEGATIVO 134 0,040 0,038 0,039 NEGATIVO 135 0,063 0,036 0,050 NEGATIVO

Total de animais = 58 ELISA Positivo 3 Negativo 55 Porcentagem 5%

Tabela 14: Resultado final para todos os ovinos testados, com

porcentagem de positivos.

TOTAL 118 ELISA Positivos 8 Negativos 110 Porcentagem 7%

Tabela 15: Resultado de ELISA para 48 caprinos da Propriedade VI.

Propriedade VI Animal Valores Média Resultado

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57

200 0,614 - 0,614 POSITIVO 201 0,326 - 0,326 NEGATIVO 202 0,609 - 0,609 POSITIVO 204 0,089 - 0,089 NEGATIVO 205 0,119 - 0,119 NEGATIVO 206 0,137 - 0,137 NEGATIVO 207 0,410 0,434 0,422 POSITIVO 208 0,077 0,091 0,084 NEGATIVO 209 0,121 0,129 0,125 NEGATIVO 210 0,123 0,120 0,122 NEGATIVO 211 0,176 0,201 0,189 NEGATIVO 212 0,166 0,215 0,191 NEGATIVO 213 0,165 0,201 0,183 NEGATIVO 214 0,092 0,095 0,094 NEGATIVO 216 0,341 0,339 0,340 NEGATIVO 219 0,887 0,967 0,927 POSITIVO 220 0,335 0,346 0,341 NEGATIVO 221 0,209 0,190 0,200 NEGATIVO 222 0,240 0,227 0,234 NEGATIVO 223 0,172 0,176 0,174 NEGATIVO 224 0,165 0,159 0,162 NEGATIVO 226 0,239 0,220 0,230 NEGATIVO 227 0,073 0,083 0,078 NEGATIVO 228 0,084 0,079 0,082 NEGATIVO 229 0,087 0,091 0,089 NEGATIVO 230 0,294 0,296 0,295 NEGATIVO 231 0,116 0,116 0,116 NEGATIVO 232 0,096 0,070 0,083 NEGATIVO 233 1,177 1,131 1,154 POSITIVO 234 0,560 0,520 0,540 POSITIVO 235 0,223 0,203 0,213 NEGATIVO 236 0,123 0,114 0,119 NEGATIVO 239 0,289 0,303 0,296 NEGATIVO 240 0,080 0,082 0,081 NEGATIVO 241 0,101 0,098 0,100 NEGATIVO 242 0,219 0,224 0,222 NEGATIVO 243 0,115 0,115 0,115 NEGATIVO 244 0,073 0,064 0,069 NEGATIVO 245 0,398 0,125 0,262 NEGATIVO 246 0,330 0,302 0,316 NEGATIVO 248 0,121 0,064 0,093 NEGATIVO 249 0,176 0,207 0,192 NEGATIVO 250 0,183 0,200 0,192 NEGATIVO 251 0,080 0,075 0,078 NEGATIVO 252 0,943 0,920 0,932 POSITIVO

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58

253 0,150 0,154 0,152 NEGATIVO 254 0,055 0,077 0,066 NEGATIVO 255 0,217 0,127 0,172 NEGATIVO

Total de animais = 48 ELISA Positivo 7 Negativo 41 Porcentagem 17%

Tabela 16: Resultado de ELISA para 17 caprinos da Propriedade VIII.

Propriedade VIII Animal Valores Média Resultado

329 0,79 0,869 0,830 POSITIVO 330 0,432 0,21 0,321 NEGATIVO 331 0,072 0,045 0,059 NEGATIVO 332 0,041 0,072 0,057 NEGATIVO 334 0,181 0,126 0,154 NEGATIVO 335 0,331 0,316 0,324 NEGATIVO 336 0,212 0,197 0,205 NEGATIVO 337 0,223 0,308 0,266 NEGATIVO 338 0,131 0,109 0,120 NEGATIVO 339 0,186 0,214 0,200 NEGATIVO 340 0,677 0,579 0,628 POSITIVO 341 0,161 0,108 0,135 NEGATIVO 342 0,164 0,12 0,142 NEGATIVO 343 0,324 0,349 0,337 NEGATIVO 344 0,231 0,213 0,222 NEGATIVO 345 0,081 0,093 0,087 NEGATIVO 346 0,172 0,104 0,138 NEGATIVO

Total de animais = 17 ELISA Positivo 2 Negativo 15 Porcentagem 13%

Tabela 17: Resultado de ELISA para 22 caprinos da Propriedade IX.

Propriedade IX Animal Valores Média Resultado

347 0,151 0,138 0,145 NEGATIVO 348 0,033 0,024 0,029 NEGATIVO 349 0,079 0,088 0,084 NEGATIVO 350 0,02 0,023 0,022 NEGATIVO 351 0,089 0,121 0,105 NEGATIVO

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59

352 0,059 0,071 0,065 NEGATIVO 353 0,087 0,08 0,084 NEGATIVO 354 0,043 0,052 0,048 NEGATIVO 355 0,044 0,051 0,048 NEGATIVO 356 0,245 0,311 0,278 NEGATIVO 357 0,079 0,085 0,082 NEGATIVO 358 0,077 0,03 0,054 NEGATIVO 359 0,098 0,314 0,206 NEGATIVO 360 0,174 0,229 0,202 NEGATIVO 361 0,062 0,053 0,058 NEGATIVO 362 0,401 0,444 0,423 POSITIVO 363 0,369 0,296 0,333 NEGATIVO 364 0,045 0,084 0,065 NEGATIVO 365 0,282 0,251 0,267 NEGATIVO 366 0,058 0,054 0,056 NEGATIVO 367 0,077 0,067 0,072 NEGATIVO 368 0,259 0,342 0,301 NEGATIVO

Total de animais = 22 ELISA Positivo 1 Negativo 21 Porcentagem 5%

Tabela 18: Resultado final para todos os caprinos testados,

com porcentagem de positivos.

TOTAL 87 ELISA Positivos 10 Negativos 77 Porcentagem 13%

Como demonstram os resultados acima, 7 % dos soros de ovinos e 13

% dos soros de caprinos testados, foram positivos para o teste de ELISA para

antígenos secretados por C. pseudotuberculosis. Esses dados corroboram com

um levantamento realizado recentemente no estado de São Paulo (Carmo et

al., 2009), utilizando o mesmo método utilizado nesse trabalho, que mostrou

uma soroprevalência de 18% em ovinos. Essas taxas, no entanto, estão abaixo

dos levantamentos realizados para as região Nordeste (Seyffert et al., 2009),

de 93% e para o estado de Minas Gerais (Guimarães et al., 2009), acima de

70% de soroprevalência. Testes sorológicos como o ELISA dependem da

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60

resposta imune do hospedeiro à presença do patógeno, esses dados podem

subestimar o número de animais infectados por C. pseudotuberculosis. O tipo

de placa utilizado também pode interferir no resultado do ELISA, sendo que

algumas marcas dessas placas adsorvem melhor o antígeno utilizado.

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61

6. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

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62

6.1. Conclusões

• O método de extração que se apresentou como o mais adequado para

aplicação nos testes de amplificação por PCR em tempo real dos genes

pld e 12SrRNA foi o de lise mecânica por microesferas de sílica, com

purificação por fenol-clorofórmio;

• Padronizou-se uma reação de PCR em tempo real capaz de amplificar

os genes pld e 12SrRNA a partir de amostras de sangue total e soro

contendo células de C. pseudotuberculosis;

• Foi possível amplificar com confiabilidade 10 fg do plasmídeo pld::TOPO

e 1 pg do plasmídeo 12SrRNA::TOPO através da técnica de PCR em

tempo real;

• Houve amplificação em todas as amostras testadas por PCR em tempo

real.

• Encontrou-se 7% de ovinos e 13% de caprinos soropositivos para

Corynebacterium pseudotuberculosis pelo ensaio de ELISA.

6.2. Perspectivas

Repetir os testes de ELISA com diferentes marcas de placa, com o

intuito de confirmar a baixa soroprevalência encontrada.

Repetir os testes com a PCR em tempo real utilizando parâmetros

experimentais diferentes, para que testes por esse método sejam de fato

confirmatórios para os testes ELISA positivos.

Validar o teste para a fase subclínica da Linfadenite Caseosa,

desenvolvido neste trabalho, após a realização de novas padronizações e

adaptações da técnica de real-time PCR utilizada.

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63

7. REFERÊNCIAS

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