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DANIEL MOREIRA GOMES
ANLISE DE VIABILIDADE TCNICA, ECONMICO-FINANCEIRO PARA
IMPLANTAO DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO (KHAYA
IVORENSIS A.CHEV.) NA REGIO OESTE DE MINAS GERAIS.
Trabalho Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista em Gesto Florestal no curso de Ps-graduao em Gesto Florestal, Departamento de Economia Rural e Extenso, Setor de Cincias Agrrias, Universidade Federal do Paran.
Orientador: Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich
Co-Orientador: Prof. Dr. Jos Luiz Pereira de Resende
CURITIBA
2010
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II
AGRADECIMENTOS
Agradeo a todos que de alguma forma contriburam para o desenvolvimento e concluso deste trabalho. Especialmente gostaria de agradecer:
A toda equipe da Ps-Graduao em Gesto Florestal da Universidade Federal
do Paran, pela oportunidade, ensinamentos, apoio, acompanhamento e dedicao. Ao Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich pelos ensinamentos, pela amizade e
oportunidade, por ter me orientado neste trabalho com sabedoria, confiana e competncia.
Ao co-orientador Prof. Dr. Jos Luiz Pereira de Resende da UFLA
Universidade Federal de Lavras pela ateno, esclarecimentos e ensinamentos. A todos os colegas do curso que me apoiaram e auxiliaram durante esta
caminhada e em especial ao meu amigo e sincero Dagoberto Almeida. A toda minha famlia, verdadeiros alicerces e grandes colaboradores desse
projeto, em especial meus Pais e Irmos, Padrinho e Madrinha, meu eterno muito obrigado.
A todos, e a Deus, realmente, muito obrigado...
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III
Pois pelo fruto que se conhece a rvore Mateus 12:33
-
IV
SUMRIO
1 INTRODUO .......................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ................................................................................................12
3 REVISO DA LITERATURA ..................................................................13
4 MATERIAL E MTODOS ........................................................................19
4.1 ESTRATGIA DE COLETA DE DADOS ...............................................19
4.2 ESTRATGIA DE ANLISE DE DADOS ..............................................20
4.3 CARACTERIZAO DA REA EM ESTUDO ......................................20
4.4 INFORMAES TCNICAS SOBRE SISTEMAS DE PRODUO DA CULTURA MOGNO-AFRICANO ....................................................22
4.4.1 Escolha da espcie e uso da madeira .......................................................22
4.4.2 Anlise solos ............................................................................................24
4.4.3 Preparo de solo ........................................................................................25
4.4.4 Combate s formigas ...............................................................................26
4.4.5 Combate aos cupins .................................................................................26
4.4.6 Escolha do espaamento ..........................................................................27
4.4.7 Fertilizao mineral .................................................................................27
4.4.8 Irrigao ...................................................................................................28
4.4.9 Limpeza da rea .......................................................................................30
4.4.10 Manuteno de infra-estrutura ...............................................................30
4.4.11 Pragas e doenas ....................................................................................31
4.4.12 reas introduzidas a cultura do mogno-africano ..................................33
4.4.13 Projees de plano de corte ...................................................................37
4.4.14 Projees dendomtricas .......................................................................37
4.4.15 Projees de perdas no processo de serragem .......................................38
4.5 QUADROS FINANCEIROS .....................................................................38
4.6 FORMAO DE PREO .........................................................................39
-
V
4.7 A TEORIA DE CUSTOS DE PRODUTOS FLORESTAIS ......................42
4.7.1 Classificao dos Custos de Produo ....................................................43
4.7.2 Os Custos Mdios da Produo Florestal ................................................44
4.8 AS RELAES MONETRIAS NA PRODUO FLORESTAL ........45
4.9 INDICADORES PARA ANLISE ECONMICA DO PROJETO .........46
4.9.1 Payback ....................................................................................................47
4.9.2 Valor atual lquido ...................................................................................47
4.9.3 Taxa interna de retorno ............................................................................48
4.9.4 - Margem de contribuio e ponto de equilbrio .....................................49
4.10 AVALIAO DO PROJETO .................................................................50
5 RESULTADOS E DISCUSSES ..............................................................52
5.1 CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO ...............52
5.2 CUSTEIO FLORESTAL 1, 2 E 3 ANOS ...........................................53
5.3 DESPESAS DEPRECIAO/SEGUROS/MANUTENO/DESPESAS GERAIS ...................................................................................................54
5.4 DESPESAS COM MO DE OBRA ..........................................................55
5.5 RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS RECURSOS ......................................................................................55
5.6 PROJEO DE INVESTIMENTO E GASTOS DIVERSOS ..................56
5.7 PROJEO DE PRODUO E RECEITA .............................................57
5.8 DEMONSTRAO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA DOS EXERCCIOS ...................................................................................58
5.9 MARGEM CONTRIBUIO UNITRIA ...............................................61
5.10 PONTO DE EQUILBRIO .......................................................................61
5.11 ANLISE DE INVESTIMENTO ............................................................62
5.12 ANLISE TCNICA DA CULTURA DO MOGNO-AFRICANO NA REGIO OESTE DE MINAS GERAIS ..........................................62
6 CONCLUSES E RECOMENDAES .................................................65
7 REFERNCIAS ...........................................................................................67
8 ANEXOS .......................................................................................................70
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VI
LISTA DE ILUSTRAES
FIGURA 1 - REGIO DE OCORRNCIA NATIVA DO MOGNO- AFRICANO ..14
FIGURA 2 - Khaya ivorensis A.Chev (mogno-africano) Embrapa Belm/PA (2007) .............................................................................................33
FIGURA 3 - PLANTIO KHAYA IVORENSIS A.CHEV (MOGNO-AFRICANO)
FAZENDA ESTIVA, ITANA/MG .............................................64
GRFICO 1 AS CURVAS DE CUSTO FIXO, VARIVEL E TOTAL ........44 GRFICO 2 COMPORTAMENTO GRFICO DOS CUSTOS MDIO DE
PRODUO ..................................................................................45 GRFICO 3 - REPRESENTAO DO PONTO DE EQUILBRIO .................50
QUADRO 1 DENOMINAES VERNACULARES DA KHAYA IVORENSIS
A.CHEV EM DIVERSOS PASES ..................................................15
QUADRO 2 LEVANTAMENTO DADOS REGIO EM ESTUDO ..............20
QUADRO 3 RESULTADO DE FERTILIDADE .............................................24
QUADRO 4 - RESULTADO DE MAT.ORGNICA ........................................24
QUADRO 5 RESULTADO C.T.C. ..................................................................25
QUADRO 6 RESULTADO DE MICRO ELEMENTOS .................................25
QUADRO 7 RESULTADO DE GRANULOMETRIA ....................................25
QUADRO 8 PRECIPITAO PLUVIOMTRICA .......................................36
QUADRO 9 MDIA DLAR COMERCIAL .................................................42
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VII
QUADRO 10 - CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO 52 QUADRO 11 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO 1 ANO .............................53 QUADRO 12 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO 2 ANO .............................53 QUADRO 13 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO 3 ANO .............................53 QUADRO 14 - DESPESAS DE DEPRECIAO ..............................................54 QUADRO 15 - DESPESAS COM SEGUROS ....................................................54 QUADRO 16 - DESPESAS COM MANUTENO .........................................54 QUADRO 17 - DESPESAS GERAIS .................................................................54 QUADRO 18 - DESPESAS COM MO DE OBRA ..........................................55 QUADRO 19 - RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM
DOS RECURSOS ........................................................................55 QUADRO 20 PROJEO DE INVESTIMENTOS E GASTOS DIVERSOS 56 QUADRO 21 PROJEO DE PRODUO E RECEITA .............................57 QUADRO 22 - DEMONSTRAO DO RESULTADO E FLUXO DE CAIXA
DOS EXERCCIOS .....................................................................58 QUADRO 23 MARGEM CONTRIBUIO UNITRIA ..............................61 QUADRO 24 PONTO DE EQUILBIO ...........................................................61
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VIII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAES
COFINS Contribuio Financeira Social
CSLL Contribuio Social sobre o Lucro Lquido
DAP Dimetro Altura do Peito
EMATER Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso Rural do Estado de
Minas Gerais
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
FAO Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Servio
Ha - Hectare
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IMA - Instituto Mineiro de Agropecuria
NPK Nitrognio, Fsforo e Potssio
PIS Programa de Integrao Social
SAF Sistema Agro Florestal
TIR Taxa Interna De Retorno
TRR Taxa Requerida de Retorno
VAE Valor Atual das Entradas
VAL Valor Atual Lquido
VAS Valor Atual das Sadas
VPL Valor Presente Lquido
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IX
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a viabilidade tcnica, econmico-financeiro da implantao da cultura do mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev) na regio oeste de Minas Gerais. Neste estudo foram levantadas informaes tcnicas sobre sistemas de produo, pesquisas de reas implantadas e indicadores para anlise econmico-financeiro da cultura do mogno-africano. Estima-se que, em virtude da baixa velocidade que vem ocorrendo o reflorestamento de madeiras nobres para atender a demanda futura da indstria moveleira, a mdio prazo haver problemas de abastecimento. Neste sentido tem crescido a utilizao de espcies exticas, especialmente no hemisfrio sul, em pases de clima tropical e subtropical. Em especial, o mogno-africano, possui madeira de excelente qualidade. uma espcie de moderado a rpido crescimento e pode ser cultivado gerando a mdio e longo prazo excepcional retorno financeiro. O cultivo desta espcie contribuir sem dvida com o aumento da oferta de madeira para as indstrias moveleiras de Minas Gerais que se beneficiaro com a utilizao de uma madeira to nobre. Conforme Stumpp, E.(2008), a mdio e longo prazo o Brasil ter que dispor de pelo menos duas a trs dzias de essncias florestais diversificadas, para suprir todas as necessidades e gostos. Conforme demonstrado o projeto extraordinariamente vivel, tanto tecnicamente, economicamente e financeiramente. Desta forma conclumos que a atividade de reflorestamento do Khaya ivorensis A.Chev.(mogno-africano), contribuir efetivamente com nossa economia, gerando riquezas e oportunidades de negcios nacionais e internacionais.
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10
1 INTRODUO
O grande aumento da demanda e a explorao das florestas nativas feitas sem
critrios tcnicos, coloca em risco a extino de vrias espcies vegetais de grande
valor. A madeira proveniente de mata nativa, bastante utilizada no Brasil, est em
rpido declnio e tende a desaparecer em funo das severas restries internacionais e
dos severos problemas ambientais como o aquecimento global.
Estima-se que, em virtude da baixa velocidade com que vem ocorrendo o
reflorestamento de madeiras nobres para atender a demanda futura da indstria
moveleira, a mdio prazo haver problemas de abastecimento. Neste sentido tem
crescido a utilizao de espcies exticas, especialmente no hemisfrio sul, em pases
de clima tropical e subtropical.
Para um projeto florestal sob a tica econmico-financeira, geralmente tem-se
um plano de investimentos, que um comprometimento de recursos visando obteno
de benefcios futuros durante um perodo de tempo, e sua elaborao, anlise e
avaliao de projetos envolve variveis sociais, econmicas, culturais, jurdicas,
ambientais e polticas.
No Brasil, alguns macros indicadores dessa importncia se baseiam na
formao do PIB, na gerao de divisas e na contribuio para a melhoria da qualidade
de vida da sociedade.
No que diz respeito aos aspectos sociais, o setor florestal capaz de absorver
mo-de-obra numerosa, colaborando assim para uma melhor distribuio de renda para
a populao.
Quanto ao meio ambiente, as influncias florestais podem ser divididas em trs
grupos: as influncias diretas (efeito mecnico), influncias indiretas (efeito fsico-
qumico) e as influncias psicofisiolgicas (as que atuam diretamente sobre o homem).
O consumo de produtos florestais, atualmente depara-se com a problemtica
do decrscimo de fornecimento de matria-prima para o setor, tanto pelas presses
ecolgicas, visando diminuir a explorao em matas nativas, quanto pela escassez dos
produtos florestais que se encontram cada vez mais distantes das reas consumidoras.
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11
Dentre os setores mais atingidos, destacam-se o das serrarias e o da laminao, que,
em nosso pas, sobrevivem da extrao de matas nativas, quando se refere "madeira
de lei".
Em especial, o Mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev.), possui madeira de
excelente qualidade e uma espcie de moderado a rpido crescimento que substitui
plenamente o Mogno-americano (Swietenia macrophylla) e pode ser cultivado gerando
a mdio e longo prazo retorno financeiro.
O plantio e cultivo desta espcie contribuiro sem dvida com o aumento da
oferta de madeira para as indstrias moveleiras de Minas Gerais que se beneficiaro
com a utilizao de uma madeira to nobre.
Nas instituies, sejam pblicas, privadas comerciais, prestadores de servios
ou indstrias, sempre existir a necessidade de tomar decises, visando maximizar a
curto, mdio e longo prazo os seus resultados. A intensidade e a forma com que as
decises so tomadas dependem do tipo, porte e rea de atuao da instituio. O
termo projeto florestal refere-se s necessidades ou oportunidades de certa instituio,
tendo como objetivo executar ou realizar algo no futuro, para atender a necessidades
ou aproveitar oportunidades dentro do contexto e caractersticas prprias.
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12
2 OBJETIVOS
Na avaliao e seleo de um projeto florestal, deve-se estudar o melhor modo
de realizar os investimentos, do ponto de vista da rentabilidade, dentre diversas
alternativas. As alternativas competem entre si pela obteno do capital de
investimento.
O objetivo de um programa de reflorestamento obter um produto de boa
qualidade, com a mxima produtividade e o mnimo de custo possvel.
Portanto, o objetivo geral do estudo ser analisar a viabilidade tcnica,
econmico-financeiro da introduo da cultura do mogno-africano (Khaya ivorensis
A.Chev) na regio oeste de Minas Gerais.
Quanto aos objetivos especficos de estudo, sero objetos de anlise:
a) Informaes tcnicas sobre sistema de produo da cultura mogno
africano
b) Pesquisas de reas implantadas com a cultura do mogno-africano
c) Indicadores para anlise econmica e financeira do referido estudo.
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13
3 REVISO DE LITERATURA
Conforme Berger et al (2008), a matria-prima gerada pelas empresas da base
florestal tem como destinao o seguinte consumo industrial: madeira serrada, lminas
e compensados, chapas reconstitudas, celulose e papel, carvo e lenha. O consumo
industrial total de madeira nativa e de reflorestamento no Brasil representa anualmente
algo em torno de 190 milhes de m, onde a madeira nativa participa com 83 milhes
de m (44% do consumo total) e a madeira de reflorestamento responde por outros 107
milhes de m (56% do consumo total).
Para que florestas plantadas consigam atender ao mercado consumidor, h
necessidade da escolha adequada da espcie e das tcnicas silviculturais a serem
empregadas (GOMES et al, 2006).
Alm disso, essas florestas devem produzir madeira em qualidade e
quantidade compatveis com a expectativa do mercado (GOMES et al, 2006).
Conforme 1Stumpp, E.(2008), a mdio e longo prazo o Brasil ter que dispor
de pelo menos duas a trs dzias de essncias florestais diversificadas, para suprir
todas as necessidades e gostos.
Conforme Gomes et al (2006), dentre as espcies exticas introduzidas e
produtoras de madeiras nobres podemos destacar a seguinte:
:: Mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev.) originrio da costa
ocidental da frica.
1 Professor e Pesquisador da Universidade de Caxias do Sul. Engenheiro industrial madeireiro. MSc. e Dr. em Engenharia Civil construo e ambiente.
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14
FIGURA 1 - REGIO DE OCORRNCIA NATIVA DO MOGNO-AFRICANO.
Comparando com o mogno-amaznico, tambm conhecido como latino
americano e mogno-verdadeiro (Swietenia macrophyla), no se distinguem diferenas
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15
significativas, quanto ao aspecto fenotpico. Existe porm uma diferena marcante que
faz distinguir o mogno-africano do amaznico que a colorao avermelhada, devido
concentrao de antocianina do fluxo de lanamento apical do africano, enquanto
que no amaznico esverdeado. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
A Khaya ivorensis juntamente com as espcies K.anthotheca, K.grandifolia e
K.senegalensis so conhecidas pela denominao de mogno-africano, que tem sido
uma das espcies preferidas dos reflorestadores no Estado do Par, provavelmente
devido no somente facilidade em produzir as mudas, mas ao elevado valor
econmico que representa no mercado internacional (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C.,
1999).
As rvores do gnero Khaya so conhecidas comercialmente por diferentes
nomes: Acajou Dfrique, na Frana e Blgica; na Inglaterra e Estados Unidos como
African mahogany; na Alemanha denomina-se Khaya mahogoni; na Holanda como
Afrikaans mahobanie e mogno-africano pelos portugueses. (FALESI, I.C; BAENA,
A.R.C., 1999).
As denominaes vernaculares da Khaya ivorensis A.Chev variam bastante,
conforme pode ser observado abaixo:
QUADRO 1 - DENOMINAES VERNACULARES DA KHAYA IVORENSIS A.CHEV EM DIVERSOS PASES.
Denominaes venaculares Pas
Acajou Dfrique..............................................
African mahogany
Khaya mahogoni..
Afrikaans mahoganie
Mogno-africano................................................
Dukuma, Acajopu de Bassam, Kra-lah, Krala Ira e
Frana e Blgica
Inglaterra e EUA
Alemanha
Holanda
Portugal
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16
Acajou blanc............................................
Dubine, Duku makokre, Duku mafufu, Ahafo
mahogany.........................................................
Oganwo, Ogwango nofwa................................
N`Gollo, Acajou N`Gollon, Zamenguila e Mangona
Samanguilla....................................................
Zaminguila, Ombega.....................................
N`Dola e Ew................................................
Dek...............................................................
Udianuno e Quibala.......................................
Costa do Marfim
Gana
Nigria
Camares
Guin espanhola
Gabo
Congo
frica Central
Angola
FONTE: ACAJOU D`AFRIQUE, 1979.
uma rvore de grande importncia para a regio amaznica, no somente
pelo seu valor econmico ser dos mais elevados no comrcio internacional, mas
tambm ao se considerar o aspecto ambiental, devido ao crescimento relativamente
rpido, promovendo a recuperao de reas alteradas. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C.,
1999).
O interesse comercial em plantaes do mogno-africano deve-se ao fato de
que nas regies onde essa espcie nativa e com a explorao feita no decorrer de 70
anos, reduziu consideravelmente a sua concentrao, o que motivou os plantios
organizados. O mercado exigente e as indstrias reclamam por esta excelente
madeira. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
A comercializao na Costa do Marfim, exportando somente madeiras de
Khaya, deu-se at o ano de 1919. Em 1924, das exportaes de mogno desse pas,
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17
incluindo tambm outras espcies, como Sapelli, Sipo, Tiana e Okumee, que tambm
so de cerne duro, a K.ivorensis representou 4/5 do total dessa exportao.
Posteriormente, as espcies de madeira branca tambm passaram a ser
comercializadas, como ocorre atualmente na Amaznia (Acajou D`Afrique, 1979).
O comrcio de exportao do mogno-africano passou a ser crescente,
atingindo um volume ao redor de 83.000 m de toras em 1959, somente na Costa
Marfim. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
Aps a Segunda Guerra Mundial, Gana iniciou as suas exportaes dessa
nobre madeira, comercializando 81.000 m de toras e 37.000 m do produto serrado
(Acajou D`Afrique, 1979).
Os pases africanos da Costa Ocidental: Nigria, Camares, Guin Espanhola,
Gabo, Congo e Angola, tambm entraram no bloco de pases exportadores, embora
com volumes bem menores. (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
O consumo de Khaya na Frana praticamente o procedente de suas colnias,
atingindo em 1959 o volume de 47.000 m em toras e apenas 750 m de madeira
serrada (Acajou D`Afrique, 1979).
Conforme Berger et al (2008), o mercado brasileiro dos produtos florestais
responsvel pela gerao de aproximadamente 4,5% do PIB total da economia (US$
58,9 bilhes dos US$ 1,31 trilho gerados em 2007), tendo cerca de 30 mil empresas
vinculadas ao setor produtivo. Na dcada de 90, as exportaes brasileiras de produtos
florestais cresceram a uma taxa mdia de 10% ao ano e, atualmente, vem mantendo
esta mdia histrica. Relativamente ao volume total das exportaes brasileiras em
2007 (US$ 160,6 bilhes), as exportaes do agronegcio representaram 36,4% do
total (US$ 58,4 bilhes) e o setor dos produtos florestais foi responsvel por 5,5% do
total das exportaes. Assim, no ano de 2007 aproximadamente 15,1% do total da
balana comercial do agronegcio foi gerado por esse setor, proporcionando
exportaes de US$ 8,8 bilhes por ano (crescimento de 11,9% em relao ao ano de
2006), importaes da ordem de US$ 1,9 bilho (incremento de 19,1% em relao
2006) e saldo da balana comercial de US$ 6,9 bilhes (aumento de 10% em relao
2006). Dos principais grupos de produtos que formam o setor, cita-se o do papel e
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celulose como responsvel por 53,6% das exportaes totais (8,6 milhes de toneladas
e US$ 4,7 bilhes) e o da madeira e suas obras por outros 46,4% (6,4 milhes de
toneladas e US$ 4,1 bilhes).
Segundo Berger et al (2008), com relao aos investimentos projetados para o
setor florestal, considerando um horizonte de dez anos, espera-se que cerca de US$ 19
bilhes sejam aplicados.
No que diz respeito aos aspectos sociais, o setor florestal capaz de absorver
mo-de-obra numerosa, colaborando assim para uma melhor distribuio de renda para
a populao. A que se considerar que o setor florestal tem capacidade de gerao de
600 mil empregos diretos e outros 3,5 milhes de empregos indiretos. Cerca de 7,5%
da populao economicamente ativa trabalha em alguma atividade vinculada ao setor
florestal (BERGER et al, 2008). Vale lembrar que a explorao racional das florestas,
com base no manejo sustentvel, tambm propicia a melhoria das condies de
transporte, acesso e comunicao de determinada localidade (TONELLO et AL,
2008).
Conforme SILVA, J.C., (2008), especialistas do setor florestal falam que um
hectare de florestas plantadas corresposnde, em produtividade de biomassa, a quinze
hectares de florestas nativas. Portanto, conforme Tonello et al (2008), um dos maiores
desafios a conservao das florestal nativas, evitando o desmatamento irracional,
visando atender a demanda por produtos de origem florestal por meio de florestas
plantadas.
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4 MATERIAL E MTODOS
Para levantamento do objetivo geral do estudo sero feitas pesquisas
secundrias e primrias. Sero coletadas informaes obtidas em plantios
experimentais da cultura do mogno-africano para informaes tcnicas e construo
das planilhas econmico-financeiros.
Para levantamento dos objetivos especficos sero feitos tambm
levantamentos primrios e secundrios junto a rgos como Embrapa e demais
instituies.
4.1 ESTRATGIA DE COLETA DE DADOS
H quatro diferentes fontes bsicas de dados em pesquisa: pesquisado, pessoas
que tenham informaes sobre o pesquisado, situaes similares e dados disponveis
(MATTAR, 1994). No referido projeto, utilizaremos de todas as fontes.
No que se refere aos tipos de dados em pesquisa so classificados em dois
grandes grupos: dados primrios e dados secundrios.
Dados primrios so aqueles que no foram antes coletados, estando ainda em
posse dos pesquisados, e que so coletados com o propsito de atender s necessidades
especficas da pesquisa em andamento. As fontes bsicas de dados primrios so:
pesquisado, pessoas que tenham informaes sobre o pesquisado e situaes similares.
(MATTAR, 1994).
Dados secundrios so aqueles que j foram coletados, tabulados, ordenados e,
s vezes, at analisados, com propsitos outros ao de atender s necessidades da
pesquisa em andamento, e que esto catalogados disposio dos interessados. As
fontes bsicas de dados secundrios so: a prpria empresa, publicaes, governos,
instituies no governamentais e servios padronizados de informaes de marketing
(MATTAR, 1994).
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20
Portanto, no referido projeto, sero utilizados dos dados primrios e
secundrios.
4.2 ESTRATGIA DE ANLISE DE DADOS
O estudo pode ser classificado inicialmente como exploratrio, inspirando ou
sugerindo uma hiptese explicativa. O estudo tambm desenvolveu estudo descritivo,
com levantamentos qualitativos e quantitativos e anlises de reas j implantadas da
cultura ora pesquisadas e medidas de comparao.
As informaes sero transformadas em tabelas e planilhas por
proporcionarem uma viso mais clara e direta da concluso dos dados coletados para
em seguida anlises.
4.3 CARACTERIZAO DA REA EM ESTUDO
Conforme Perfil Meio Ambiente de Itana (MG), segue abaixo quadro com
levantamento de dados da regio projetada e analisada:
QUADRO 2 LEVANTAMENTO DADOS REGIO EM ESTUDO
1) Localizao de Itana (MG): Regies: de Planejamento: Metalrgica e Campo das Vertentes Macrorregio (IBGE): Centro-Oeste Mesorregio (IBGE): Oeste de Minas (OE-9) Microrregio (IBGE): Divinpolis (DIV-43) Regio Administrativa: Central (Regio 11)
Municpios Vizinhos: limitado ao norte pelos municpios de Igaratinga e Par de Minas; ao Sul, pelo de Itatiaiuu; a leste, pelo de Mateus Leme e, a Oeste, pelo de Carmo do Cajuru (polo moveleiro). 2) Principais Rodovias que servem o Municpio:
MG-050 MG-431
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21
BR-381 (Ferno Dias), a 25 km de Itana, pela Rodovia MG-431 BR-262, a 22 km de Itana, pela Rodovia MG-431 BR-040, a 60 km de Itana, pelo anel rodovirio de Belo Horizonte
3) Dados Demogrficos: rea: 495,875 Km2 Altitude: Mxima: 1.191 m, Local: Serra dos Marques Mnima: 857 m, Local: Faz. Crrego do Stio. Posio Geogrfica: Determinada pelo paralelo de 20, 04' 32" de latitude sul, em sua
interseo com o meridiano de 44, 34' 35" de longitude oeste. Fonte: IBGE - Censo Demogrfico 2000 (www.sidra.ibge.gov.br)
4) Clima: Tipo: Mesotrmico e mido Pela classificao de Kppen, o clima do tipo Cwa - Tropical de
Altitude, com veres quentes. - Temperatura Mdia Anual: 21,8 C - Temperatura Mnima Anual: 13,2 C - Temperatura Mxima Anual: 32,2 C - Temperatura Mnima Absoluta: 7C - Temperatura Mxima Absoluta: 35 C - ndice Mdio Pluviomtrico Anual (*): 1.419 mm (mdia do
perodo de 1941 a 1992) - Direo dos Ventos: Leste-Oeste - Umidade relativa do ar mdia: 64,15% - Umidade relativa mnima do ar: 53,5 % - Umidade relativa mxima do ar: 74,8% Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - www.inmet.gov.br (*) ndice Mdio Pluviomtrico: Fonte: Sistema de Informaes
sobre Rec. Hdricos. www.hidricos.mg.gov.br/in.min.htm 5) Hidrografia:
Principais rios/bacias: Rio So Joo, afluente do Rio Par Afluentes do Rio So Joo: - Crrego do Soldado; - Ribeiro dos Capotos; - Ribeiro Calambau; - Ribeiro dos Coelhos; Represas: - do Benfica - rea de 4,5 Km2; - dos Britos; Obs.: Pertencentes Bacia do Rio So Francisco Fonte: IGA - Instituto de Geocincias Aplicadas de Minas Gerais
-
22
6) Relevo: Tipo de relevo(*) Plano - 20% Ondulado - 40% Montanhoso - 40% (*) O relevo, modelado em formaes do complexo cristalino,
apresenta a feio de escarpas, macios e morros. Fonte: IGA - Instituto de Geocincias Aplicadas de Minas Gerais
7) Tipos de solos e montanhas: Os solos so argilosos, de moderada resistncia eroso, de
profundidade varivel, de baixa a moderada fertilidade natural, com maior aproveitamento na pecuria.
Formao aparecendo na maioria das vezes em associao (podzlico e latossolo vermelho-amarelo).
As montanhas so rochosas, pr-cambrianas, intensamente dobradas, provocando a formao de colinas cncavas - convexas e cristas esparsas, com altitudes de 860 a 1.200 metros.
Fonte: IGA - Instituto de Geocincias Aplicadas de Minas Gerais
4.4 INFORMAES TCNICAS SOBRE SISTEMAS DE PRODUO DA
CULTURA MOGNO-AFRICANO
4.4.1- Escolha da espcie e uso da madeira
O primeiro passo a ser dado, quando da deciso de um projeto de
reflorestamento, a definio da espcie a ser plantada. Neste aspecto, os pontos
considerados de vital importncia so (GOMES, S., 2007):
O objetivo da produo, ou o uso da floresta conforme o mercado
consumidor;
As condies de clima e de solo da regio da regio a ser florestada.
Quando se pretende plantar espcies exticas, importante, primeiro, conferir
nas fontes de experimentos, a viabilidade de adaptao das mesmas ao ambiente
(GOMES, S., 2007).
Fatores climticos condicionantes:
Temperatura,
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23
Umidade relativa do ar
Precipitao mdia anual
Luz
Espcies, e mesmo indivduos dentro da mesma espcie, podem desenvolver
mecanismos capazes de suportar uma grande variao nas condies climticas
(GOMES, S., 2007).
A luz ou insolao, responsvel pela fotossntese de extrema importncia
para o crescimento e o desenvolvimento das plantas, podendo-se generalizar, desde
que no haja outras condies restritivas, isto porque quanto maior a luminosidade
de um determinado local, mais rpido ser o crescimento das rvores, devido a uma
maior taxa de assimilao de carbono (GOMES, S., 2007).
No territrio brasileiro, especialmente no sudeste, predomina-se regies sob
cerrado, cujo clima classifica-se como sub-mido, exceto no norte de Minas Gerais
(GOMES, S., 2007).
Como as regies sob cerrados classificadas como sub-midas, apresentam
solos de baixa fertilidade, deve-se fazer conhecer as exigncias nutricionais da espcie,
de forma que seus plantios possam ser adequadamente fertilizados e apresentarem boa
produtividade. tambm prudente analisar a procedncia do material gentico,
baseando-se em analogia de latitude, altitude, temperatura mdia anual, aspectos de
dficit hdrico, solos etc., para que os riscos de insucesso sejam minimizados.
O Mogno-africano tem uso comercial extraordinrio, devido s caractersticas
tecnolgicas e beleza da madeira. usada em movelaria, fraqueado, construo
naval e em sofisticadas construes de interiores. O mercado europeu consome
principalmente a madeira da espcie K.ivorensis (AUBREVILLE, 1959;
LAMPRECHT, 1990).
No ambiente florestal primrio, a distribuio percentual de uma rvore para
cada 10 hectares, podendo tambm ocorrer em pequenos grupos nos vales midos
(CATINOT, 1965).
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24
Essa madeira de elevada durabilidade, fcil de trabalhar e secar, porm de
difcil impregnao. O alburno tem colorao marrom-amarelada e o cerne, de cor
marrom-avermelhado ( FALESI, I.C; BAENA, A.R.C, 1999).
4.4.2 Anlise solos
Para o sucesso de um empreendimento florestal, importante frisar quanto
importncia de um planejamento de gesto e conduo e o cumprimento de algumas
etapas. Uma delas seria anlise de solos e interpretao dos resultados.
Abaixo segue quadros dos resultados de anlise de solos realizada pelo
Instituto Mineiro de Agropecuria IMA da Fazenda Estiva localizada municpio de
Itana (MG):
QUADRO 3 - RESULTADO DE FERTILIDADE
N AM. IDENT.AMOSTRA CaCL2 KCL HO H+Al Al+ Ca+ Mg P K SB T t m V1990 nica 4,1 4,2 4,5 4,83 1,27 0,75 0,31 7,2 63 1,22 6,05 2,49 51,02 20,19
%pH cmol.carga/dm mg/dm cmol.carga/dm
CaCL2 = ph em Cloreto de Clcio; KCL = ph em Cloreto de Potssio; HO = ph em gua; ph = Relao 1:2,5; SB = Soma de bases; T = Cap.de troca de cations; t = Cap.efetiva de troca de cations; m= ndice de saturaode Alumnio; V = ndice de saturao de base.Obs.: O clculo do SB, T, t, m e V, no considera valores de Sdio - (Na). Soluo estratora: Fsforo e PotssioMehlich 1; Clcio, Mgnsio e Alumnio Cloreto de Potssio 1 normal. Hidronnio + Alumnio - pH em S.M.P.INS = Anlise no solicitada. O resultado somente vlido para amostras analisadas. Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuria IMA
QUADRO 4 - RESULTADO DE MAT.ORGNICA NAM. IDENT.AMOSTRA MAT.ORG. - dag/Kg c - dag/Kg N - dag/Kg1990 nica 2,84 1,65 0,14
Matria Orgnica Mtodo Colorimtrico - Carbono Org. = M.Org. / 1,724Nitrognio calculado / mat.OrganicaO resultado somente vlido para amostras analisadas Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuria IMA
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QUADRO 5 RESULTADO C.T.C. %
NAM. IDENT.AMOSTRA Dens. Real Dens.Aparente Arg.Natural Na SB T t m v1990 nica 2,38 1,17 6,24 0,02 1,24 6,07 2,51 50,70 20,40
SB = Soma de bases trocveis; T = Cap. De troca de cations; t = cap.efetiva de troca de cations; m = ndice de saturaode Alumnio; v = ndice de saturao de base. Obs.: O clculo do SB, T, t, m e v, considera valores de Sdio - (Na). NS = Anlise no solicitada; Densidade aparente: solo peneirado em malha de 2 mm.O resultado somente vlido para amostras analisadas
g/cm cmol.carga/dm %
Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuria IMA
QUADRO 6 RESULTADO DE MICRO ELEMENTOS mg/L
NAM. IDENT.AMOSTRA P rem. Cu Mn Fe Zn1990 nica 19,04 0,50 5,80 63,40 2,40
Prem = Fsforo remanescente; P Exato = Fsforo Exato; Cu = Cobre - Extrator Mehlich 1Fe = Ferro - Extrato Mehlich 1; Mn = manganes - Extrato mehlich 1; Zn = Zinco - ExtratorMehlich 1; NS = No solicitado. O resultado somente vlido para amostras analisadas.
mg/dm
Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuria IMA
QUADRO 7 RESULTADO DE GRANULOMETRIA NAM. IDENT.AMOSTRA AREIA GROSSA-% AREIA FINA-% SILTE-% ARGILA-%1990 nica 29,50 22,58 14,88 33,04
Granulometria - Mtodo pipeta adaptadoO resultado somente vlido para amostras analisadas Fonte: CRUZ, J.L.T.(2007). Instituto Mineiro de Agropecuria IMA
Vale lembrar da necessidade de um Engenheiro Florestal e/ou Agrnomo,
quanto ao acompanhamento do desenvolvimento da floresta, o qual emitir parecer
tcnico e receiturio das medidas que se fizerem necessrias.
4.4.3 Preparo de solo
O preparo do solo feito para melhorar as suas condies fsicas, eliminar
plantas indesejveis, promover o armazenamento de gua no solo, eliminar camadas
compactadas, incorporar calcrio, fertilizantes e restos de culturas; fazer o nivelamento
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do solo, facilitando o trabalho das mquinas durante o plantio, a manuteno e a
colheita da floresta (GOMES et al, 2006).
Ao atender estes objetivos, o preparo do solo facilita o desenvolvimento do
sistema radicular das mudas plantadas e promove um rpido estabelecimento da
floresta (GOMES et al, 2006).
Em reas de topografia acidentada, onde no possvel a mecanizao, e em
reas sujeitas eroso, e tambm por opo, pode-se abrir covas grandes, feitas
manualmente. Neste caso normalmente, prefervel capinar uma faixa de um metro de
cada lado da cova, ou ento fazer na forma de coroamento (GOMES et al, 2006).
4.4.4 Combate s formigas
Dentre as diferentes pragas que atacam os povoamentos florestais, destacam-se
as formigas cortadeiras, denominadas savas e quenquns. Estas formigas precisam ser
combatidas em todas as fases de desenvolvimento de uma floresta, pois, o sucesso do
empreendimento depende deste tipo de ao (GOMES et al, 2006).
O combate inicial realizado em toda a rea a ser plantada, numa faixa de cem
metros de largura ao redor de toda rea de plantio. A operao de combate s formigas
deve ser realizada em ronda durante todo o perodo de formao e maturao do
povoamento florestal, pois um sauveiro adulto (trs anos de idade) consome, por ano,
uma tonelada de folhas para se manter (GOMES et al, 2006).
4.4.5 Combate aos cupins
A maioria das espcies de cupins, normalmente se alimentam de madeira
morta. Em vrias regies, ocorrem cupins que atacam madeira viva (GOMES, S.,
2007).
Os cupins de madeira morta quase sempre esto associados queles de
montculos (Cornitermes cumulans) e o combate deve ser realizado antes do
revolvimento do solo, pois sem este combate prvio, corre-se o risco de estar
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27
disseminando os cupins, ao invs de combat-los. Dessa forma, a destruio do
montculo durante o revolvimento do solo, simplesmente faz com que haja uma
distribuio de futuros cupinzeiros, que apesar de no atacarem plantas vivas, podem
provocar a morte de mudas plantadas sobre eles (GOMES, S., 2007).
O combate consiste em retirar a parte superior do montculo, com enxada ou
enxado, e com um vergalho tipo sonda JP, perfurar at atingir a cmara de celulose,
que fica logo abaixo do nvel do solo e aplicar o produto base de fipronil ou
clorpirifs (GOMES, S., 2007).
4.4.6 Escolha do espaamento
Para a escolha do espaamento devem-se ter preocupao quanto espcie, o
grau de melhoramento, a fertilidade do solo e o objetivo do plantio. O melhor
espaamento aquele que produz o mximo de madeira, em tamanho, forma e
qualidade, com o menor custo (GOMES et al, 2006).
rvores plantadas em espaamentos amplos apresentam um maior crescimento
em dimetro do que as plantadas em espaamentos estreitos, porm, o mais importante
o volume total utilizvel, e no o volume total produzido, no caso de serraria
(GOMES et al, 2006).
Para o referido trabalho o plantio das mudas do mogno-africano ser efetivado
obedecendo ao espaamento de 5 metros X 5 metros em tringulo eqiltero. O
referido trabalho no estabelece parmetro ideal de espaamento, que dever ser
estudada de acordo com o objetivo e particularidades de cada projeto/plantio.
4.4.7 Fertilizao mineral
Em curto prazo, a fertilizao um dos principais meios para se obter ganhos
de produtividade, dentro de certos limites. Em geral as reas de terras do oeste de
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28
Minas Gerais, destinadas a reflorestamentos, so carentes de elementos minerais,
exigindo, portanto, o emprego de uma adubao bem balanceada, de forma a propiciar
nveis de N.P.K. (nitrognio, fsforo e potssio) compatveis com a espcie (GOMES
et al, 2006).
H provas de que a adubao por ocasio do plantio, geralmente feita com um
composto fosfatado, se justifica em muitos casos, do ponto de vista econmico. Em
solos muito pobres, as rvores podem explorar efetivamente os fertilizantes que se
aplicam, enquanto que em locais muito frteis, por outro lado, as rvores podem
absorver quantidades de nutrientes aplicados, fora de suas necessidades, sem
mostrarem um aumento correspondente no crescimento, dependendo da espcie
(GOMES et al, 2006).
Com o resultado da anlise do solo, faz-se a recomendao de adubao.
Em algumas propriedades rurais, infelizmente no prtica muito comum a
realizao da anlise de solo. Motivos vrios so apresentados para justificar essa
omisso.
4.4.8 Irrigao
Quando o plantio for realizado, deve-se procurar efetu-lo durante o perodo
chuvoso, com o solo bem molhado. Sempre que possvel, o plantio deve ser realizado
em dias nublados e com possibilidade de chuvas. No entanto muitas vezes h
necessidade de se praticar a irrigao no campo, devido ocorrncia de veranicos ou
perodos de estiagem (GOMES et al, 2006).
Na prtica, a irrigao uma tcnica de comprovada eficincia, propiciando
altas taxas de sobrevivncia das mudas (GOMES et al, 2006).
A irrigao no campo pode ser feita por meio de sistema de gotejamento
atravs de bombeamento ou gravidade se for o caso (GOMES et al, 2006). O sistema
de irrigao por gotejamento proporciona baixa lixiviao de gua e nutrientes.
-
29
A quantidade de gua a ser aplicada varia de acordo com o tipo de planta, com
a sua fase de desenvolvimento e com a demanda climtica do local, ao longo do ano,
at a auto-sustentabilidade do povoamento florestal. Entretanto, pode variar tambm
em funo da qualidade da gua, do tipo de solo, da pluviometria do local, da
eficincia do sistema de irrigao utilizado e da adoo de prticas culturais que
permitam o aumento da eficincia de uso da gua pelo cultivo (cobertura morta,
controle de plantas daninhas, controle integrado de pragas e doenas, utilizao de
quebra-ventos etc.), sempre considerando a necessria proteo ao meio ambiente.
A variabilidade da precipitao pluvial e o uso de recursos inadequados de
irrigao e de manejo de gua podem se tornarem uma das principais causas da baixa
produtividade.
Efeitos observados da falta de gua sobre o desenvolvimento do mogno-
africano em plantas que foram irrigadas durante os primeiros anos de vida, em
comparao com plantas que nunca foram irrigadas so claras. Observou-se que
plantas regadas na fase jovem da cultura apresentaram mecanismos fisiolgicos mais
eficazes e melhor crescimento, apresentando, portanto, vigor vegetativo superior.
Acredita-se que a irrigao, alm de favorecer o desenvolvimento da planta,
contribuir para a precocidade de florao.
Na regio Oeste de Minas Gerais, o uso de tecnologia de irrigao
indispensvel explorao comercial da cultura do mogno-africano, considerando
principalmente a questo de uma menor precipitao pluviomtrica em relao s
regies originrias dessa espcie.
Dentro de um sistema de produo florestal, a tecnologia vem a ser o elemento
chave fundamental para a gerao de ganhos de produtividade e melhoria no processo
de combinao dos recursos econmicos. Desta forma, a incorporao de novas
tecnologias tem sido preponderante no sentido de incrementar a oferta de produtos
florestais, notadamente no longo prazo. Uma tecnologia s ser eficiente quando
conseguir gerar ganhos de produtividade superiores ao custo total incorrido neste
aumento de produo. Desta forma, a tecnologia eficiente consegue aumentar a
produtividade reduzindo os custos mdios de produo (BERGER et al, 2008).
-
30
Conforme Berger et al (2008) uma tecnologia mais eficiente consiste em um
conjunto de condies que permitem: a) aumentar a quantidade produzida de
determinado sistema florestal utilizando a mesma quantidade de recursos econmicos
empregados anteriormente e b) Manter o mesmo nvel de produo realizado
anteriormente com a utilizao de uma menor quantidade de recursos econmicos
(efeito poupador de insumos).
4.4.9 Limpeza da rea
Para a maioria das espcies florestais, a competio com as plantas
indesejveis (matos) fator limitante ao crescimento e sobrevivncia, principalmente
na fase de estabelecimento. Desse modo importante que nesta fase as mudas sejam
mantidas livres de competio (GOMES et al, 2006).
A manuteno da floresta limpa, alm de melhorar o desenvolvimento das
plantas, atua tambm como forma de proteo contra incndios e facilita a operao de
combate a algumas pragas.
Durante o perodo chuvoso, as plantas devem ser mantidas permanentemente
coroadas, prevenindo-as contra a concorrncia por nutrientes, oriundos principalmente
das adubaes qumicas de manuteno, pelas invasoras e mantendo-se tambm a zona
das razes isentas de encharcamento, prevenindo-se contra a ao de fungos
patognicos, que podem levar a planta morte. Durante o perodo mais severo de
estiagem, as plantas devem ser protegidas pela cobertura morta, para assegurar a
preservao da umidade, bem como manter os processos de alteraes biolgicas
promovidas pelos microorganismos do solo (GOMES et al, 2006).
4.4.10 Manuteno de infra-estrutura
As estradas e os aceiros devem ser mantidos em condies de acesso durante
-
31
todas as fases de projeto. Para isto h necessidade de ser feito uma conservao anual,
procurando-se manter as vias de drenagem pluviais sempre limpas e em perfeito
estado, uma vez que as guas de chuva so as causas principais de danos s estradas,
pontes, bueiros e aterros (GOMES et al, 2006).
Os aceiros internos e externos devem ser limpos, no mnimo uma vez por ano,
principalmente antes da estao da seca, como preveno a incndios (GOMES et al,
2006).
As cercas divisrias mantm a integridade da propriedade servindo como
marco divisrio e como proteo contra a entrada de animais (GOMES et al, 2006).
A vigilncia patrimonial consiste no monitoramento da rea plantada para
observao de ocorrncia de pragas, doenas, risco de incndios, invases, furtos de
madeiras etc. (GOMES et al, 2006).
4.4.11 Pragas e doenas
Existem inmeras doenas que atacam o mogno-africano, a maioria
apresentam sintomas parecidos, amarelecimento e queda das folhas seguido da morte
da planta. Entre essas doenas esto: Mancha foliar (causada pelo fungo
Cylindrocladium parasiticum); Queima do fio (causada pelo fungo Pellicularia
koleroga); podrido branca (fungo Rigidoporus lignosos), dentre outras
(CARVALHO, 2008).
Conforme Carvalho (2008) em um povoamento onde existe uma elevada
populao de plantas, seja Mogno-africano ou outra espcie, absolutamente normal
que haja uma taxa de mortalidade anual. Essa mortalidade no deve ser superior a
0,5%.
Abaixo segue citaes de algumas pragas e doenas:
Irapu ou abelha cachorro o fluxo de lanamento apical da planta, formado
por brotao nova e tenra, severamente atacada por estas abelhas (trigona spp). Esses
himenpteros, na realidade, no so, a rigor, considerados como praga. Entretanto,
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32
quando presentes, causam srios danos s plantaes. O ataque feito na parte jovem
(broto terminal) causando a morte desta parte apical, provocando a queda dos fololos,
ocasionando a atrofia e brotao, provocando duas ou mais ramificaes, depreciando
o tronco, principalmente se ocorrer abaixo de 4 metros de altura (GOMES et al, 2006).
Broca do broto terminal conforme Falesi, I.C., Baena, A.R.C.(1999), a
lagarta Hypsipyla grandella, conhecida como broca do broto terminal, que ataca
principalmente espcies arbreas pertencentes famlia Meliaceae, no tem causado
danos ao mogno africano. Entretanto, Lamprechet (1990) faz citao do ataque de H.
robusta causando srios danos ao Mogno-africano nos locais de origem. Por isso, onde
esta praga est disseminada, raramente se instalam povoamentos puros desta espcie.
(FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999)
Broca do Pecolo as plantas quando atacadas, mostram os fololos e o
pecolo de folhas do mogno-africano escuros, negros e no quebradios, tanto nas
folhas jovens quanto nas mais evoludas. Inicialmente se nota um murchamento,
seguindo escurecimento dos fololos e pecolos progredindo da ponta para o meio da
folha. O agente causador um inseto coleptero pertencente famlia Scolitideae do
gnero Xyleboros ou Xylosandros. O inseto perfura o pecolo e transporta o fungo,
ainda desconhecido, atravs do orifcio. O controle ser retirando as folhas infestadas e
queim-las, entretanto, quando o ataque mais generalizado, deve-se aplicar um
inseticida fosforado (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
Mancha areolada das folhas o fungo denominado de Thanatephorus
cucumeris ataca os fololos do Mogno-africano desde o viveiro, durante as primeiras
fases do replantio e na fase adulta, com mais de dois anos de idade. A incidncia mais
severa deste fungo observada durante o perodo de maior queda pluviomtrica. O
controle, quando o ataque severo, pode ser feito atravs da aplicao de fungicidas
cpricos (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
Murcha letal da Khaya foi identificado o fungo Rgidosporus liguosos, um
basidiomiceto, como agente da podrido branca da raiz. Esse fungo somente ocorre
quando h um processo de encharcamento nas zonas das razes. O controle, quando as
plantas j foram atingidas, arrancar e queimar este material vegetal, principalmente o
-
33
sistema radicular, tomando-se o cuidado de tratar com fungicida o local de retirada das
razes (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C., 1999).
4.4.12 reas introduzidas a cultura do mogno-africano
Em maro de 1976, foram semeadas, na Embrapa Amaznia Oriental, em
Belm, Estado do Par quatro mudas de K.ivorensis com o objetivo de se observar o
comportamento vegetativo e a adaptao climtica (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C,
1999).
Abaixo segue fotos da espcie Khaya ivorensis A.Chev (mogno-
africano) em visita feita a Embrapa Florestas Belm/PA durante o VIII Congresso de
Compensado e Madeira Tropical de 23 a 27 de outubro de 2007 realizado em Belm
(PA). A foto da esquerda mostra duas das quatro rvores semeadas em 1976. E a foto
da direita, conforme informaes obtidas durante a visita, mostra fileira da esquerda
com o cultivo do mogno amaznico (Swietenia macrophylla) e fileira da direita do
mogno-africano (Khaya ivorensis A.Chev).
FIGURA 2 - KHAYA IVORENSIS A.CHEV (MOGNO-AFRICANO) EMBRAPA
BELM/PA (2007)
-
34
Em Igarap-Au, Par, em cultivo efetuado na propriedade rural Fattoria
Piave, estabeleceu-se, em 1992, um SAF, abrigando 30 espcies arbreas, dentre as
quais, cinco K.ivorensis.
Fazendo-se analogias entre o ambiente de estudos na implantao de SAFs
(Sistemas agro-florestais) experimentais e o ambiente do projeto experimental da
Fazenda Estiva:
IGARAP-AU - ESTADO DO PAR (local de estudo e implantao
do SAF.)
OESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (local pioneiro de
implantao)
No ambiente de Igarap-Au o solo latossolo amarelo, lico, textura mdia,
podolizado devido aos sistemas de uso intensivo pela agricultura itinerante, durante
aproximadamente 70 anos. O horizonte B contm 20% de argila total e, na
granulometria, predominam as fraes de areias grossas e finas. Caractersticas fsicas
e qumicas na camada superficial de zero a 20 cm do nvel do solo:
Areia grossa ....................................................................................................... 50%
Areia fina ........................................................................................................... 27%
Silte .................................................................................................................... 15%
Argila.................................................................................................................. 8%
Soma ................................................................................................................. 100%
Carbono .............................................................................................................. 1,03
Nitrognio ........................................................................................................... 0,07
Matria orgnica ................................................................................................. 1,77
PH........................................................................................................................ 5,4
Clcio (meq/100g) .............................................................................................. 0,8
Magnsio (meq/100g) ......................................................................................... 0,7
Alumnio (meq/100g).......................................................................................... 0,3
Potssio (p.p.m.) ............................................................................................... 13
Fsforo(p.p.m.).................................................................................................... 1
-
35
Em um mesmo solo, porm, com revestimento florestal primrio, esses valores
foram: para Al. de 1,6 a 1,8 meq/100 gr e para pH de 3,8 a 4,0. O fsforo e potssio
possuem valores abaixo dos nveis crticos definidos para diversas culturas agrcolas.
Portanto o solo experimental definido como de baixa fertilidade qumica.
O ambiente climtico influenciado pelo tipo AMI, da classificao de
Kppen e a precipitao pluviomtrica anual mdia, no perodo de 1990 a 1998 so a
seguinte (fonte FCAP):
1990 ...................................................................................................... 2.177,8 m/m
1991 ...................................................................................................... 2.720,9 m/m
1992 ...................................................................................................... 1.620,2 m/m
1993 ...................................................................................................... 2.130,5 m/m
1994 ....................................................................................................... 1.770,8 m/m
1995 ....................................................................................................... 1.953,5 m/m
1996 ....................................................................................................... 2.166,2 m/m
1997 ....................................................................................................... 2.117,3 m/m
l998 ........................................................................................................ 2.047,9 m/m
Mdia .................................................................................................... 2.078,3 m/m
No ambiente implantada a floresta da cultura do mogno-africano (Khaya
ivorensis A.Chev.), em Itana (MG), a oeste de Minas Gerais, o solo apresenta-se com
caracterstica de textura mdia, ou seja:
Areia grossa................................................................................................... 29,50 %
Areia fina....................................................................................................... 22,58 %
Silte ............................................................................................................... 14,88 %
Argila ............................................................................................................ 33,04 %
Soma ................................................................................................................ 100 %
-
36
O local situa-se acima do trpico de capricrnio. Observa-se que o clima
sub-mido, porm o solo mais argiloso em 25,04% retm mais umidade do que em
Igarap-Au. Caractersticas qumicas encontradas na camada superficial de zero a 20
cm. do nvel do solo:
Carbono ............................................................................................................... 1,65
Nitrognio ........................................................................................................... 0,14
Matria orgnica ................................................................................................. 2,84
PH........................................................................................................................ 4,5
Clcio (cmol/dm) .............................................................................................. 0,75
Magnsio (cmol/dm) ......................................................................................... 0,31
Alumnio (cmol/dm).......................................................................................... 1,27
Potssio (mg/dm) ............................................................................................. 63
Fsforo(mg/dm)................................................................................................. 7,2
O ambiente climtico foi extrado de arquivos do Instituto Nacional de
Metereologia - Posto Climatolgico de Belo Horizonte - MG, e refere-se mdia ms
a ms do perodo de 1.96l a l.990 (30 anos), a saber:
QUADRO 8 PRECIPITAO PLUVIOMTRICA Ms Precipitao Pluviomtrica Umidade Relativa
Janeiro 300 mm 78 %
Fevereiro 180 mm 75 %
Maro 170 mm 74 %
Abril 50 mm 73 %
Maio 30 mm 72 %
Junho 10 mm 70 %
Julho 10 mm 68 %
Agosto 10 mm 65 %
Setembro 40 mm 65 %
Outubro 120 mm 68 %
-
37
Novembro 220 mm 74 %
Dezembro 310 mm 78 %
Mdia anual 1450 mm -
Fonte: Instituto Nacional de Metereologia - Posto Climatolgico de Belo Horizonte - MG
O que vale dizer, que, as precipitaes da regio onde se pretende implantar a
espcie, tm um volume de chuva 30% (trinta por cento) menor do que na regio onde
foram feitos os estudos de implantao dos SAFs.
4.4.13 Projees de plano de corte
Atualmente, no Brasil, pesquisas esto sendo realizadas quanto aos aspectos
do crescimento vegetativo, utilizao de nutrientes e gua nas condies e quantidade
exata, dentre outras, para que a planta possa se desenvolver nas condies necessrias,
no intuito do aumento da produtividade e reduo do tempo de corte.
Para o referido trabalho, com o intuito de estabelecer uma linha de tempo de
10 anos para projees de fluxo de caixa e demonstrao dos resultados, foi estipulado
plano de corte no 8 ano de 20% das rvores e no 10 ano de 80% das rvores.
Vale lembrar que para obteno de uma madeira de melhor qualidade e para
um melhor aproveitamento da madeira na indstria moveleira seriam necessrios mais
anos para tal aplicao.
4.4.14 Projees dendomtricas
Em Igarap-Au, Par, em cultivo efetuado na propriedade rural Fattoria
Piave, estabeleceu-se, em 1992, um SAF, abrigando 30 espcies arbreas, dentre as
quais, cinco K.ivorensis. Avaliadas essas rvores em julho de 1998, foram obtidas as
mdias de 11,24m de fuste e 21,5cm de DAP.
-
38
Portanto para o referido trabalho, baseado nos dados acima numa linha de
tempo de 6 (seis) anos, foram feitas projees de mdias de DAP. A altura de fuste foi
mantida de 11.24 metros, conforme abaixo:
8 ano, altura fuste de 11,24 m e mdia de DAP de 29 cm.
Portanto para o 10 ano quanto estimativa mdia de ganho de DAP foi
considerada medida de 29 cm dividida por 8, correspondendo aps 8 ano ganho
de 3,63 cm ano. A altura de fuste foi considerada a mesma.
10 ano, altura fuste de 11,24 metros e mdia de DAP de 36,26 cm.
4.4.15 Projees de perdas no processo de serragem
Como no se possui um ciclo total da cadeia produtiva do mogno-africano em
escala no Brasil e no possuindo mdias para o percentual de perda no processo de
serragem, no referido trabalho ser considerado rendimentos de toras de pinus na
serraria, conforme informaes obtidas por Almeida D. (2010) pelo Eng.Agrnomo
Marcus Kum Adames, scio proprietrio da indstria ITA PINUS, localizada no
municpio de Vacaria (RS), exportadora de madeira para os EUA. O rendimento de
toras de pinus na serraria o seguinte:
Madeira serrada: 66% (incluem as tbuas, caibros, barrotes etc.)
Perda: 34% (entra nesse ndice a casca serragem, costaneiras, cavacos etc.).
Convm salientar que as toras no devero apresentar uma grande conicidade,
pois aumentaria a perda (ALMEIDA D., 2010).
4.5 QUADROS FINANCEIROS
Segundo Woiler (1996), em se tratando dos aspectos associados aos quadros
financeiros, devemos seguir a seguinte seqncia para se elaborar um projeto de
viabilidade:
-
39
a) quadro de investimento.
b) quadro de fontes e aplicaes de recursos.
c) quadro de projeo dos resultados e fluxo de caixa.
Segundo Woiler (1996) avaliar o investimento total uma das tarefas mais
importantes associadas ao projeto de viabilidade, porque o total a ser investido muito
relevante em termos de viabilidade.
O cronograma de implantao refere-se a referncia fsica de implantao do
projeto no tempo. Esta seqncia ser determinada pelo detalhamento do projeto de
engenharia, pela disponibilidade de recursos e de fornecimento de materiais e
equipamentos. O prazo total de implantao ser determinado pela composio das
diferentes etapas que compem a implantao fsica. J no cronograma de desempenho
diz respeito seqncia financeira de implantao do projeto. Ou seja, so
especificadas as necessidades de recursos em cada perodo (WOILER, 1996).
O quadro de fontes e de aplicaes de recursos auxilia para determinar o
retorno do projeto demonstrando quais as fontes utilizadas e suas devidas aplicaes.
Segundo Woiler (1996), o principal objetivo para elaborar a projeo de
resultados est em apresentar o detalhamento da estrutura do lucro ou prejuzo lquido
de um determinado perodo. O resultado obtido identificado na conta de Lucros ou
Prejuzos acumulados do balano patrimonial
O Fluxo de Caixa Gerencial uma ferramenta fundamental para o
gerenciamento financeiro da empresa, fornecendo uma base de informaes
fundamentais para o auxlio tomada de decises.
4.6 FORMAO DE PREO
Segundo Lunkes2 (2003), a formao dos preos de venda dos produtos ou
servios obedece a vrios mtodos e estratgias; no entanto, a mais antiga estratgia e,
2 Lunkes, Rogrio Joo contador, professor, mestre e doutorando.
-
40
consequentemente, a mais usada a formao de preos por meio da apurao dos
custos dos produtos ou servios. No mercado, o preo exerce grande influncia na
deciso de compra; portanto, as empresas devem ter cuidado na sua determinao.
Entre os inmeros mtodos de formao de preo de venda, necessrio escolher
aquele que possibilita compatibilizar crescimento nas vendas com lucratividade.
Entretanto, h no mercado clientes que so sensveis ao preo, procuram no produto ou
servio outras caractersticas que lhe tragam maior satisfao.
A determinao do preo de venda para alguns segmentos de mercado tornou-
se complexa, devido concorrncia cada vez mais acirrada. Atualmente, para
determinar o preo de venda, deve-se te noo clara do valor percebido pelo cliente. A
idia de que o mercado quem determina o preo no totalmente verdadeira.
Dentro deste contexto, segundo Lunkes (2003), existem diversos fatores que
influenciam direta ou indiretamente na formao do preo de venda, os quais devem
ser considerados e incorporados aos preos dos produtos a serem ofertados ao
mercado, que so eles:
a) custos de aquisio ou produo: A definio do preo de venda baseado no
custo encontra grande resistncia na atual conjuntura. Tal distoro ocorre em funo
do uso de formas inadequadas de rateio dos custos indiretos de fabricao. A estratgia
adotada por inmeras empresas brasileiras a poltica de preos diferenciados para
clientes de grande potencial e segurana.
b) fatores ambientais ou externos: Lunkes (2003) cita os seguintes fatores
indicados por Chien et al.(1998):
Fatores de mercado (potencialidade do mercado, diferenciao do
produto, sazonalidade, mercados cativos, lucratividade do setor, etc).
Fatores competitivos (intensidade da competio, barreiras para entrar,
barreiras para sair, volatilidade da fatia do mercado, produtos
substitutos, etc.).
Fatores econmicos e governamentais (inflao, impactos das
mudanas externas, nvel salarial, disponibilidade de matria-prima e
mo-de-obra, legislao e impostos, etc.).
-
41
A anlise das oportunidades e ameaas do ambiente exige grande sensibilidade
do gestor para serem depuradas e consideradas na formao do preo de venda.
c) valor percebido pelo cliente: o valor atribudo pelos clientes ao produto
ou servio, baseado na relao entre benefcios que este trar, segundo a tica do
consumidor, e os custos percebidos para sua aquisio, comparativamente
concorrncia (Kotler, 1998).
Segundo Kaplan e Norton (1997), os atributos dos produtos e servios
abrangem a funcionalidade do produto ou servio, seu preo, qualidade e tempo.
Conforme Kotler (1998), o produto pode ter vrias caractersticas de desempenho
como: conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de conserto, estilo e
design, entre outros. A empresa pode cobrar mais por determinado produto ou servio,
at mesmo no caso do padronizado, desde que o cliente perceba algum atributo a mais
em relao concorrncia.
Em 1997, uma das rvores semeadas em 1976 na Embrapa Belm/PA, aps ser
transformada em peas para comercializao, rendeu USS1.200,00/m. Informao
pessoal do pesquisador Jos Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa Amaznia
Oriental, d conta de que uma rvore de mogno-amaznico, aproveitado de mesma
maneira, rendeu USS 900,00/m (FALESI, I.C; BAENA, A.R.C, 1999).
Estimativamente, uma rvore de mogno-africano, ao atingir o ponto de corte,
poder atualmente alcanar o valor mnimo de USS2.000,00, considerado
extraordinrio, no existindo outro produto agrcola que a supere. ( FALESI, I.C;
BAENA, A.R.C, 1999).
Abaixo segue valores do dlar comercial (venda) para composio de mdia
para parmetro e converso M de madeira dlar (U$) para real (R$) para o quadro de
receitas:
-
42
QUADRO 9 MDIA DLAR COMERCIAL
Data Valor(R$) Var(%) Fonte
08/02/2010 R$ 1,87 0,00 BCB05/02/2010 R$ 1,87 0,08 BCB04/02/2010 R$ 1,87 1,63 BCB03/02/2010 R$ 1,84 -0,27 BCB02/02/2010 R$ 1,85 -2,00 BCB01/02/2010 R$ 1,88 0,96 BCB29/01/2010 R$ 1,87 0,59 BCB28/01/2010 R$ 1,85 0,15 BCB27/01/2010 R$ 1,85 1,04 BCB26/01/2010 R$ 1,83 - BCBMdia 1,86R$
Dlar Comercial - Venda
Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/moedas.php.
4.7 A TEORIA DE CUSTOS DE PRODUTOS FLORESTAIS
Existem muitos significados para a expresso custo de produo.
Normalmente o termo custo, despesa e gasto so considerados como sinnimos para
designar o mesmo aspecto. Para a anlise econmica florestal, o termo custo significa
a compensao que os donos dos fatores de produo precisam ter para continuar
ofertando-os as empresas geradoras de produtos florestais (BERGER et al, 2008).
De forma alternativa, custo de produo representa o gasto necessrio para que
a produo florestal possa acontecer. A determinao do custo total de produo tem
vrias finalidades. Para as empresas florestais, serve como elemento fundamental no
processo de tomada de deciso na escolha de linhas de explorao, alm de auxiliar o
processo de gesto da empresa como um todo. Para qualquer esfera de governo e
rgo ligados ao setor produtivo, os custos de produo fornecem subsdios ao
processo de formulao de polticas ao setor. Alm disso, por estarmos em uma
economia aberta e globalizada, o conhecimento dos custos de produo nos auxilia a
medir o nosso grau de competitividade em relao s demais empresas atuando no
mercado (BERGER et al, 2008).
-
43
4.7.1 Classificao dos Custos de Produo
Segundo Berger et al (2008) ao analisar um sistema de produo florestal,
podemos encontrar duas categorias especficas de custos de produo: a) o custo fixo
de produo (CF) e b) o custo varivel de produo (CV).
O custo fixo de produo (CF) pode ser classificado como o custo que no se
altera com a quantidade produzida, ou seja, aquele custo que existe mesmo se no
houver produo. Geralmente representam o custo decorrente do uso de capitais fixos
da empresa florestal. No curto prazo ele no sofre alterao, mas, no longo prazo vai
sofrer alterao conforme a mudana na estrutura de produo (BERGER et al, 2008)..
Como exemplos, citamos os aluguis e arrendamentos de terra, o capital
investido em terras, o juro sob capital fixo, a depreciao, o seguro, a mo-de-obra
fixa, a remunerao do produtor e os impostos fixos, entre outros (BERGER et al,
2008)..
O custo varivel (CV) de produo, de maneira alternativa, aquele gasto que
est diretamente associado com o processo produtivo da empresa florestal, alm de se
relacionar com a funo de produo e a lei dos rendimentos marginais decrescentes.
De maneira geral representam as despesas diretas ou explcitas decorrentes do uso dos
capitais circulantes da empresa e exigem gasto monetrio direto. Como exemplos
temos os insumos (sementes, fertilizantes, etc.), a mo de obra varivel (diaristas e
horistas), os impostos variveis (ICMS) e a conservao e reparos de mquinas,
equipamentos e benfeitorias, entre outros (BERGER et al, 2008)..
Para a anlise econmica da empresa florestal, torna-se necessrio a
determinao do custo total (CT) de produo. O custo total representa o somatrio de
todos os custos fixos e variveis envolvidos no processo da produo florestal
(BERGER et al, 2008)..
Matematicamente, o custo total pode ser representado como: CT = CF + CV
O comportamento do custo fixo (CF), do custo varivel (CV) e do custo total
de produo (CT) em relao quantidade produzida pode ser observado na figura 10
que segue abaixo (BERGER et al, 2008):
-
44
GRFICO 1 AS CURVAS DE CUSTO FIXO, VARIVEL E TOTAL.
4.7.2 Os Custos Mdios da Produo Florestal
Os custos mdios ou custos unitrios de produo representam os custos totais
de produo divididos pelo nmero respectivo de unidades produzidas. O custo mdio,
desta forma, incluir parcela dos custos fixos e dos custos variveis de produo.
Quando a produo florestal pequena, os custos mdios so altos devido ao fato dos
custos fixos pressionarem positivamente as primeiras unidades produzidas. Mas, a
medida em que a produo sofre incremento, os custos fixos sero diludos, causando
declnio gradativo do custo total mdio. Uma vez distribudos os custos fixos pela
produo gerada, a sua influncia fica reduzida, tornando-se ento, relativamente
importantes os custos variveis que, com o incremento na produo tendem a se elevar
devido ao efeito dos rendimentos marginais decrescentes da funo de produo
(BERGER et al, 2008).
Conforme Berger et al (2008), desta forma, os principais tipos de custos
mdios de produo so:
a) Custo Fixo Mdio (CFMe) representa o custo fixo (CF) ou custo fixo total
dividido pela quantidade produzida.
Matematicamente: CFMe = CF Q.
b) Custo Varivel Mdio (CVMe) representa o custo varivel (CV) ou custo
-
45
varivel total dividido pela quantidade produzida.
Matematicamente: CVMe = CV Q.
c) Custo Total Mdio (CTMe) - representa o custo total (CT) ou custo total
mdio
dividido pela quantidade produzida.
Matematicamente: CTMe = CT Q ou, alternativamente: CTMe = (CF + CV) Q.
d) Custo Marginal (CMg) representa uma variao no custo varivel total
devido a produo de uma unidade adicional do produto florestal. Imagine que o
empresrio florestal deseje aumentar em um estreo a produo de pinus por hectare e,
para tanto, utiliza quantidades adicionais do fator varivel de produo. Desta forma, o
custo marginal (CMg) de um estreo a mais de produto medido pelo acrscimo no
custo varivel de produo.
Matematicamente: CMg = DCV DQ.
GRFICO 2 COMPORTAMENTO GRFICO DOS CUSTOS MDIO DE PRODUO.
4.8 AS RELAES MONETRIAS NA PRODUO FLORESTAL
Em um sistema de produo florestal, alm de se conhecer o comportamento
fsico da produo, e necessrio entender as principais relaes monetrias associadas
com este processo. Dentre as relaes monetrias mais importantes, a que se destacar a
-
46
receita total (RT), a receita marginal (RMg) e o lucro (L) como principais indicadores
econmicos da produo (BERGER et al, 2008).
A receita total (RT) vem a ser o valor da produo, ou seja, o seu preo de
mercado (Pq) do produto multiplicado pela respectiva quantidade produzida (q)
(BERGER et al, 2008). Matematicamente temos: RT = Pq . q
Conforme Berger et al (2008) a receita marginal (RMg) pode ser definida
como o valor que adicionado a receita total quando uma unidade adicional do
produto florestal vendida no mercado. Como o produtor um tomador de preo, ou
seja, dado que a sua produo individual muito pequena em relao produo total
do mercado, as suas decises individuais no afetam o preo de mercado e, desta
forma, pode se admitir que o preo permanea constante caso decida produzir ou no.
Assim, matematicamente temos: RMg = RT/q = Pq. q/q = P q
Segundo Berger et al (2008) o lucro (L) ou Margem Lquida (ML) vem a ser o
resultado da subtrao da receita total (RT) gerada pela venda dos produtos florestais
no mercado menos os custo total (CT) de produo incorridos na sua gerao.
Matematicamente o lucro pode ser representado como:
Lucro (L) = RT CT
Ou, de forma alternativa,
Lucro (L) = Pq.q (CF + CV)
4.9 INDICADORES PARA ANLISE ECONMICA DO PROJETO
Segundo Woiler (1996), alm da viabilidade financeira, devemos verificar a
existncia da eventual viabilidade econmica do investimento. Os critrios
considerados so aqueles que se baseiam, no fluxo de caixa e no valor do dinheiro do
tempo.
-
47
4.9.1 Payback
O Payback um dos mtodos mais populares utilizado para anlise de
alternativas de investimento. Consiste em quantificar atravs do fluxo de caixa, em
quanto tempo um investimento coberto pelas entradas e sadas de caixa ocorridas
aps a data de realizao do desembolso inicial (WOILER, 1996).
4.9.2 Valor atual lquido
Sendo admitida determinada taxa de juros (tambm chamada taxa de
desconto), o valor atual lquido pode ser definido como sendo a soma algbrica dos
saldos do fluxo de caixa descontados quela taxa para determinada data (WOILER,
1996).
Segundo Woiler (1996), o valor atual positivo R$ X significa que os ganhos de
projeto remuneram o investimento feito em % ao ano e ainda permitem aumentar o
valor da empresa daquele valor. Ou ainda que se poderia gastar mais R$ X como
investimento no incio do primeiro perodo e mesmo assim os ganhos remunerariam a
empresa em % ao ano. Ou seja, se o valor atual lquido positivo, o projeto deve ser
aceito porque cobre o custo de capital da empresa. Quanto maior o valor atual lquido
a uma dada taxa de desconto, mais desejvel o projeto para a empresa, pois maior
seu potencial de ganho. Por outro lado, se o valor atual lquido for menor que zero,
ento o projeto deve ser rejeitado porque os ganhos no cobrem o custo de capital da
empresa (ou seja, a taxa de desconto adotada).
-
48
4.9.3 Taxa interna de retorno
Taxa interna de retorno de um investimento a taxa de desconto que anula o
valor presente lquido do fluxo de caixa associado a esse investimento (WOILER,
1996).
Em sntese, a taxa interna de retorno apresenta algumas caractersticas, a saber
(SANTOS, 1999):
a) a taxa interna porque depende exclusivamente das caractersticas do fluxo
de caixa. No h necessidade de qualquer tipo de premissa externa
adicional, que dependa de preferncias ou caractersticas do investidor -
um valor intrnseco ao fluxo.
b) exceo de fluxos bastante simples, a taxa somente pode ser calculada por
tentativas e erros, atravs de aproximaes sucessivas.
c) um fluxo de caixa pode apresentar mltiplas taxas internas de retorno,
dependendo de suas caractersticas matemticas. Projetos convencionais de
investimento - quando h uma nica mudana de sinal - produzem uma
nica taxa interna de retorno. Por exemplo a seqncia (-$100, -$200, +$90,
+$90, +$90, +$90), em que ocorrem duas sadas, seguidas de quatro
entradas consecutivas de caixa, proporciona uma TIR de 6,73%.
d) esse fato relevante porque, para que a taxa interna de retorno tenha sentido
financeiro necessrio que o fluxo de caixa produza uma nica TIR.
e) como indicador de mrito inferior ao VPL, j que, entre dois projetos
mutuamente exclusivos, o que apresentar TIR menor poder ser prefervel,
desde que tenha um maior VPL.
f) outra forma de explicar o fato acima dizer que a TIR nada informa sobre a
escala da alternativa considerada. Havendo dois projetos mutuamente
exclusivos, o primeiro com VPL de $10.000.000 e TIR de 20%, pode ser
prefervel outro, cuja TIR seja 40%, e VPL de $1.000.000.
-
49
Fonte: Manual VPS de Elaborao de Projetos
O descarte de projetos atravs da TIR pode ser realizado comparando-se seu
valor com o do custo de oportunidade do capital. Caso o valor da TIR (positivo) de um
projeto seja inferior ao valor do custo de oportunidade do capital, ento esse projeto
ser descartado.
4.9.4 - Margem de contribuio e ponto de equilbrio
Segundo Bernardi (2003), margem de contribuio o valor, ou percentual,
que sobra das vendas, menos o custo direto varivel e as despesas variveis. A margem
de contribuio representa o quanto a empresa tem para pagar as despesas fixas e gerar
o lucro lquido.
Segundo Bernardi (2003), ponto de equilbrio o volume calculado, em que as
receitas totais de uma empresa igualam-se aos custos e despesas totais, portanto o
lucro igual a zero. Neste ponto no tem nem lucro e prejuzo.
Segue abaixo grfico 4 referente ponto de equilbrio:
-
50
Fonte: Bernardi (2003). GRFICO 3 - REPRESENTAO DO PONTO DE EQUILBRIO
4.10 AVALIAO DO PROJETO
Para avaliar o mrito de uma alternativa de investimentos, o VAL calculado
descontando-se o fluxo de caixa ao custo de capital. Seriam atrativos os projetos com
VPL positivo. Alternativamente, no mtodo da TIR esta comparada ao custo de
capital. Ser rejeitado o projeto cuja TIR for inferior ao custo mdio ponderado de
capital. Ambos os mtodos exigem a definio de custo de capital. Para efeito prtico,
sugerimos observar as seguintes regras:
a) se o projeto for realizado exclusivamente com recursos prprios, o custo de
capital a taxa de juros mxima qual podem ser aplicados esses mesmos
recursos pelo investidor, admitindo que a alternativa contenha igual risco.
b) se o investimento for realizado exclusivamente com emprstimos, o custo de
capital a taxa de tomar emprestados os recursos.
c) se o projeto for efetuado utilizando capital prprio e endividamento com
juros remuneratrios explcitos, o custo de capital deve ser calculado como
-
51
sendo a mdia ponderada do custo de oportunidade do capital prprio e das
taxas de juros dos emprstimos e financiamentos:
Fonte: Manual VPS de Elaborao de Projetos
A avaliao da viabilidade econmica de um projeto, visto como um todo,
feita com base na comparao entre a taxa de rentabilidade do ativo total com uma
taxa de juro que reflita o custo dos recursos totais empregados. Sob a tica exclusiva
do scio, o grau de atratividade de um projeto depende da comparao entre a taxa de
rentabilidade dos recursos prprios aplicados e a taxa de rentabilidade desejada. Um
projeto economicamente vivel quando sua taxa de retorno maior do que o custo de
oportunidade dos recursos totais utilizados no projeto. A atratividade para os
investidores, ser maior ou menor, proporo que o retorno sobre o capital prprio
supere a rentabilidade mnima desejada, para um dado nvel de risco (SANTOS,
2000).
-
52
5 RESULTADOS E DISCUSSES
5.1 CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO
QUADRO 10 - CUSTO DE PLANTIO DE 10 HA. DE MOGNO-AFRICANO
ESPECIFICAO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALORMudas (+ 5%) Ud. 5,00 4200 21.000,00Frete Viagem 1.000,00 1 1.000,00Calcrio Saco 4,90 125 612,50Super fosfato Saco 29,60 32 947,20Esterco de curral Ton. 90,00 60 5.400,00Herbicida Litro 13,80 20 276,00Formficida Pte. 3,20 20 64,00NPK Saco 44,60 60 2.676,00TOTAL 31.975,70Arao H/T 40,00 45 1.800,00Aplicao calcrio Cova 0,47 4000 1.875,00Marcao rea Cova 0,47 4000 1.875,00Abertura de covas Cova 1,56 4000 6.250,00Limpeza de covas Cova 0,47 4000 1.875,00Adubaao de covas Cova 0,47 4000 1.875,00Plantio Cova 0,47 4000 1.875,00Capinas Cova 0,47 4000 1.875,00Adubao cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00TOTAL 21.175,00
TOTAL GERAL 53.150,70
INS
UM
OS
SE
RV
IO
S
-
53
5.2 CUSTEIO FLORESTAL 1, 2 E 3 ANOS
QUADRO 11 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO 1 ANO
ESPECIFICAO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR
Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00
NPK Saco 44,60 68 3.032,80
TOTAL 5.282,80
Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00
Adubao cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00
TOTAL 3.750,00
TOTAL GERAL 9.032,80
INS
UM
OS
SE
RV
IO
S
QUADRO 12 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO 2 ANO
ESPECIFICAO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR
Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00
NPK Saco 44,60 68 3.032,80
TOTAL 5.282,80
Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00
Adubao cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00
TOTAL 3.750,00
TOTAL GERAL 9.032,80
INS
UM
OS
SE
RV
IO
S
QUADRO 13 - CUSTEIO FLORESTA MOGNO-AFRICANO 3 ANO
ESPECIFICAO UNID. VALOR UNIT. QUANT. VALOR
Esterco de curral Ton. 90,00 25 2.250,00
NPK Saco 44,60 68 3.032,80
TOTAL 5.282,80
Coroamento Cova 0,47 4000 1.875,00
Adubao cobertura Cova 0,47 4000 1.875,00
TOTAL 3.750,00
TOTAL GERAL 9.032,80
INS
UM
OS
SE
RV
IO
S
-
54
5.3 DESPESAS DEPRECIAO/SEGUROS/MANUTENO/CUSTOS GERAIS
QUADRO 14 - DESPESAS DE DEPRECIAO
ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 10% 0,00Implementos 0,00 10% 0,00TOTAL 0,00
QUADRO 15 - DESPESAS COM SEGUROS
ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 2% 0,00Implementos 0,00 2% 0,00TOTAL 0,00
QUADRO 16 - DESPESAS COM MANUTENO
ITENS VALOR % VR. ANOTrator 0,00 2% 0,00Implementos 0,00 2% 0,00TOTAL 0,00
QUADRO 17 - CUSTOS GERAIS (ESTIMATIVAS)
ITENS VALOR MS VALOR ANOCombustveis 500,00 6000,00Energia 200,00 2400,00Inseticida/Fungicidas 50,00 600,00Defensivos/Formicidas 50,00 600,00Ferramentas 50,00 600,00Capinas 7d/h 182,00 2184,00Irrigao 7d/h 182,00 2184,00TOTAL 1214,00 14568,00
Obs.: Valores para efeito de parmetro
-
55
5.4 DESPESAS COM MO DE OBRA
QUADRO 18 CUSTOS E DESPESAS COM MO DE OBRA
Cargo Quant. Salrio Ms Trimestre AnualEncarregado* 1 1.050,00 1.050,00 3.150,00 12.600,00Servios gerais 1 525,00 525,00 1.575,00 6.300,00Sub-total 2 1.575,00 4.725,00 18.900,00
1.898,82 5.696,46 22.785,84SOMA 3.473,82 10.421,46 41.685,84
Gerente (+20%) 1 1260 1.260,00 3.780,00 15.120,001.260,00 3.780,00 15.120,00
Contabilidade - - 350,00 1.050,00 4.200,00Assist. tec. Agrcola - - 700,00 2.100,00 8.400,00SOMA 1.050,00 3.150,00 12.600,00
5.783,82 17.351,46 69.405,84TOTAL DE DESPESAS C/ PESSOAL
Ecargos sociais - 120,56 % *
SOMA
RETIRADA PRO-LABORE
MO DE OBRA PRPRIA
MO DE OBRA TERCEIRIZADA
5.5 RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS
RECURSOS
QUADRO 19 - RESUMO DAS NECESSIDADES FINANCEIRAS E ORIGEM DOS RECURSOS
ESPECIFICAO VALOR %Plantio 10 ha Mogno 53.150,70 15,3%Trator - 1 unidade 0,00 0,0%Implementos agrcolas 0,00 0,0%Custeio 1, 2 e 3 anos 27.098,40 7,8%Seguros - 10 anos 0,00 0,0%Desp. c/ manutenes - 10 anos 0,00 0,0%Mo de obra prpria - 3 anos 170.417,52 48,9%Mo de obra terceirizada - 3 anos 37.800,00 10,9%Despesas gerais - 3 anos 43.704,00 12,6%Honorrios Projeto 16.000,00 4,6%SOMA 348.170,62 100,0%
ORIGEM DOS RECURSOS VALOR %Prprios 348.170,62 100,0%Financiamento 0,00 0,0%TOTAL 348.170,62 100,0%