Daqui set

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Montes Claros, setembro 2016 0,50 O que faz do voto em Montes Claros um ato especial ‐ OPINIÃO 2 COM A AJUDA DA JUSTIÇA O candidato do Democratas à Prefeitura de Montes Claros, Jairo Ataíde, está condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa na execução da obra do Estádio Mocão. Teve os direitos políticos suspensos por três anos e não poderia concorrer à Prefeitura, mas... ANO VIII Nº 31 POLÍTICA 9 O Parque da Lapa Grande é composto por uma extensa área preservada, com complexo de grutas já exploradas, bem como nascentes afluentes do rio Alfeirão, um dos responsáveis pelo abastecimento de água na cidade de Montes Claros. TURISMO 16 Em mais uma tentava, ACI e amigos do Ateneu tentam resgatar a história de glórias do clube. Primeira providência é reformar o estádio, no bairro São José. Agora vai? O prefeito de Manga e irmão do deputado estadual Paulo Guedes, Anastácio Guedes – candidato à reeleição ‐ teria, supostamente, ulizado diárias da Prefeitura para farra com direito a bebida e mulherada, num hotel de beira de estrada. Vacilo do mano COTIDIANO 6 POLÍCIA 14 Polícia cidadã Sargento da PM aposentado denuncia perseguição da corporação por defender a desmilitarização da polícia. Pensão de Dona Geny deverá se transformar no Museu da Imagem e do Som HISTÓRIA 9 Maquete da aventura milionária do prefeito afastado Cidade Administrativa é alvo do MP POLÍTICA 7 REGIONAL 11

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Montes Claros, setembro 2016

0,50

O que faz do voto em Montes Claros um ato especial ‐ OPINIÃO 2

COM A AJUDA DA JUSTIÇA

O candidato do Democratas à Prefeitura de Montes Claros, Jairo Ataíde, está condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa na execução da obra do Estádio Mocão. Teve os direitos políticos suspensos por três anos e não poderia concorrer à Prefeitura, mas...

ANO VIII Nº 31

POLÍTICA 9

O Parque da Lapa Grande é composto por uma extensa área preservada, com complexo de grutas já exploradas, bem como nascentes afluentes do rio Alfeirão, um dos responsáveis pelo abastecimento de água na cidade de Montes Claros.

TURISMO 16

Em mais uma tenta�va, ACI e amigos do Ateneu tentam resgatar a história de glórias do clube. Primeira providência é reformar o estádio, no bairro São José.

Agora vai?

O prefeito de Manga e irmão do deputado estadual Paulo Guedes, Anastácio Guedes – candidato à reeleição ‐ teria, supostamente, u�lizado diárias da Prefeitura para farra com direito a bebida e mulherada, num hotel de beira de estrada.

Vacilo do mano

COTIDIANO 6

POLÍCIA 14

Polícia cidadãSargento da PM aposentado denuncia perseguição da corporação por defender a desmilitarização da polícia.

Pensão de Dona Geny deverá se transformar no Museu da Imagem e do Som

HISTÓRIA 9

Maquete da aventura milionária do prefeito afastado

Cidade Administrativa é alvo do MP

POLÍTICA 7

REGIONAL 11

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Por Felipe Gabrich*

Aos 68 anos de idade, sou obrigado a confessar a gregos e troianos que eu tenho vergonha de ser jornalista.O país pegando fogo com multidões de milhares de pessoas, apartidárias, clamando nas ruas contra o governo golpista e pedindo eleições-já.E as televisões não mostram cenas do pau quebrando, como se os incidentes não estivessem acontecendo.E os jornais virtuais impressos tentando em suas enganosas notícias tamparem o sol com a peneira.E as Polícias Militares, a mando dos governos de seus Estados, sentando a borracha e lançando gás lacrimogêneo contra a gente simples do povo. Se as manifestações fossem contrárias aos ex-presidentes Lula e Dilma, ambos do Partido dos Trabalhadores, os holofotes estariam transmitindo imagens do povo na avenidas e ruas durante as 24 horas do dia.E o presidente usurpador mentindo descaradamente para os 20 maiores países do mundo e para os países integrantes do BRICS que os movimentos populares de protesto estão reunindo 40 ou 50 arruaceiros.E seu ministro Padilha imitando-o, tentando minimizar para 18 pessoas as milhares de vozes eu se ouviam em Brasília, em pleno desfile de 7 de setembro, gritando ao vento Fora Temer.A insatisfação popular é tão grave, que envolve todas as capitais do país, além de inúmeras cidades do interior, atingindo, inclusive, a histórica São João Del Rei, berço da família Neves.E ninguém se dá conta de que o saudoso Ulysses Guimarães, em sua sepultura no infinito do mar,e os inesquecíveis Tancredo Neves, Jango Goulart, JK e Getúlio Vargas estão morrendo pela segunda vez de tristeza com o que vem acontecendo no Brasil de hoje.E o Judiciário mudo. De braços cruzados, instituições nacionalistas que até ontem defendiam com unhas e dentes a soberania nacional, como a CNBB, a Maçonaria de Machado de Assis, a OAB de tantos jurisconsultos renomado, dentre outras.Golpe? Que outra denominação poder-se-ia dar à usurpação do poder via parlamentos?

PS: "Nem em seus piores momentos, o time do Flamengo recebeu uma vaia tão estrondosa como essa que o presidente usurpador levou. Será que as cadeiras do Maracanã estavam superlotadas com gente da burguesia festiva deste país?

2

* Pedro Neto

Mais uma lacuna na Imprensa de Montes Claros, do Norte de Minas e, quiçá, do Estado. O setor cultural também está triste. Quem frequenta o "Quarteirão do Povo" já percebeu a ausência do escritor, sonhador, ideologista, amigo e perseverante José Luiz Rodrigues, conterrâneo de Mirabela, nossa querida e eterna cidade da carne de sol e do pequi. Aos domingos, também ficará a saudade da coluna "Cultura & Notícias" do JN e das justas homenagens do Prêmio Parnaso de Cultura, cuja última edição foi recentemente muito prestigiada no Centro Cultural Hermes de Paula.Era um camarada realmente dedicado ao que fazia e não tinha medo de expressar o que sentia. Como poucos, defendia suas idéias, respeitando o próximo e, sem bajular quem quer que fosse, desde que entendesse estar certo de suas convicções em teoria e em prática.Zé Luiz fazia o que a maioria da humanidade não consegue, ou pelo menos transmitia uma sobriedade de quem pratica um velho dito popular como poucos: ouvir mais do que falar!A passagem de José Luiz Rodrigues, nesta segunda-feira, 19, deixou também lacuna no processo político de Mirabela. Pela primeira vez, iria disputar as eleições municipais naquela cidade. Quem sabe seria eleito Vereador e realizaria seu sonho de revolucionar o setor cultural daquele município. Não teve a chance. Mas Deus é quem confortará os amigos e familiares, neste momento em que a Imprensa, a Cultura e a sociedade de Mirabela e Montes Claros ficam enlutadas mais uma vez!...

*Jornalista e servidor público

OPINIÃO

Uma eleição logo após a investida contra a democracia, com o golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita e inocente das acusações que lhe foram imputadas - tanto que ela não foi punida com a perda dos seus direitos políticos, mas retirada do caminho, como eles queriam -, não deixa de ser alentador.O eleitor, como ocorre sempre nessa época, volta a ser o protagonista, o senhor da história, aquele que pode mudar os rumos de uma cidade ou simplesmente respaldar projetos que nada têm a ver com seus anseios. Aliás, disputam as eleições municipais em Montes Claros candidatos que já estiveram no poder, aqui e acolá, sem que seus legados contemplassem os mais necessitados.São exatamente esses, os que mais precisam da ação do poder público, os pós-graduados na arte de ser enganados, quem novamente decidirão a parada. S o l i t á r i o , n a s o l i d ã o d a c a b i n e indevassável, exercerão o sagrado direito ao voto. Na urna, para sua apreciação e sob seu julgamento, estarão de novo aquelas mesmas figurinhas carimbadas com o carimbo do vício moral e de caráter.Em contrapartida, há a alternativa representada por três mulheres. Uma delas, a novidade factível, a possibilidade de algo novo ocorrer na administração da cidade. Portanto, o pleito do próximo dia 2 de outubro é uma preciosa oportunidade para que o eleitor promova a mudança real – não apenas na retórica daqueles que não têm nenhum compromisso com a causa e os interesses mais nobres das pessoas.O processo em Montes Claros, onde as candidaturas estão muito bem situadas em seus campos, possibilita ao eleitor escolher que projeto deseja para a cidade. E demonstra que a nossa democracia, apesar de ameaçada, ainda é a melhor forma de o cidadão exercer seu poder, com livre liberdade para decidir.Está tudo muito bem posto. Ninguém poderá dizer que reeditou o caos, recente ou antigo, por falta de opção.

WALDO FERREIRAEditor

CARTA AO LEITOR

E X P E D I E N T E

Editor Geral: Waldo Ferreira MTb [email protected] - (38) 9967 3932

Tiragem: 5.000 EXEMPLARES Dúvidas e Sugestões: [email protected]

CLEMENTE DIAS SOARES JÚNIOR - MECNPJ: 17.415.917/50 - NSC. ESTADUAL 002083711.00-09

Rua Padre Teixeira, 153 - Montes Claros - MG

Votar, apesar de tudo

A Imprensa e a Cultura enlutadas Vergonha é isso aí.

* Jornalista

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Máscara

A campanha já finda e os três candidatos,

cujos partidos e eles próprios apoiaram o

golpe contra Dilma Rousseff, continuam

escondendo isso dos eleitores. Ruy Muniz

(PSB), Humberto Souto (PPS) e Jairo Ataíde

(DEM) deveriam se explicar.

A propósito

Comitiva de 200 empresários e pecuaristas

do Norte de Minas desembarcou em Brasília

para comemorar o golpe dado contra a

democracia, naquele dia fatídico. Ainda

c o m e m o r a v a m o i m p e a c h m e n t d a

presidenta quando a PF grampeou o prefeito

afastado, que horas antes participara do

rega-bofe. Esse pessoal, que se julga dono

de Montes C laros , é representado

exatamente pelos candidatos citados acima.

Tadeu

O ex-prefeito Luiz Tadeu é figura onipresente

na política local. De Miami ele articulou

candidaturas e continua acompanhando o

processo. A entrada de Jairo Ataíde na

disputa, para evitar o desfecho ainda no

primeiro turno, e a renúncia do médico Danilo

Narciso têm o seu dedo.

Água e óleo

Na estratégia de Leite, a desistência do

deputado Paulo Guedes teria que ser

suprida por outro candidato com algum

escopo. As conveniências pol í t icas

aproximaram os antigos inimigos. Mais

recentemente, a necessidade de levar

adiante o acordo com o prefeito afastado Ruy

Muniz de trabalhar por sua reeleição.

O que deu errado?

Tadeu Leite também apostava que o PMDB

poderia reeditar na cidade o que fez no plano

nacional, quando traiu a presidente Dilma

Roussseff, provocando seu impeachment.

Apostou que reelegeria Ruy e depois

a c o m p a n h a r i a d e c a m a r o t e s e u

sangramento para assumir a Prefeitura com

Danilo Narciso. Como dessa vez o tempo da

Justiça foi menor que o da política, o

desgaste de Muniz chegou ao extremo ainda

na campanha, com prisão, afastamento e

fuga. Como sua reeleição se tornou

improvável, os planos tiveram que ser

alterados, com a retirada do vice.

Laranja?

Também deu errada a previsão de que o

candidato do Democratas entraria apenas

para embolar a campanha. Pelo menos por

enquanto sua candidatura ganha fôlego, em

contraposição à de Ruy.

Covardia

Se pudesse prever o que ocorreria no

cenário eleitoral, o deputado Paulo Guedes

talvez não tivesse se acovardado e desistido

de concorrer. Mas, preferiu não arriscar

porque, de uma forma ou de outra, ele não

t e m n a d a a p e r d e r . P o r i s s o , e

irresponsavelmente, impôs Sued Botelho

como candidato, que previsivelmente seria

impedido de concorrer por estar inelegível.

Boa novidade

Leninha entrou na disputa para valer e em

pouco tempo demonstrou capacidade,

desbancando os demais candidatos nos

debates e entrevistas. O programa de TV,

com ela, também melhorou sobremaneira.

Conta a seu favor o fato de não ter rejeição,

ser simpática e carismática e, claro, ser bem

articulada e conhecedora dos dramas e

necessidades dos mais necessitados.

Dupla sertaneja

Anastácio da Funerária e Maurício do Caixão

Parece nome de dupla sertaneja de filme de

terror, mas trata-se da chapa que concorre à

Prefeitura de Manga. Anastácio Guedes,

atual prefeito, é irmão do deputado e espécie

de teflon dele. Pois bem, consta um monte de

denúncia de malfeitos dele à frente da

Prefeitura de Manga, inclusive um tour, com

dinheiro do tesouro municipal, com direito a

mulheres e bebidas.

Agressão contra o servidor

O Sindicato dos Servidores Municipais

repudiou a atitude do prefeito afastado, que

em inserção da sua propaganda eleitoral

t e n t o u e n x o v a l h a r a i m a g e m d o

funcionalismo, sugerindo que trabalhadores

da Prefeitura seriam preguiçosos. Ainda por

cima, colocou um negro como o preguiçoso

da vez. Vai ter que se ver com a Justiça, mais

uma vez.

Tudo dominado

De acordo com informação dada à coluna,

Ruy Muniz teria pago R$ 600 mil a cada um

dos membros da comissão do PSB que veio

a Montes Claros a pretexto de apurar ilícitos

cometidos por ele como prefeito da cidade.

Dependia dessa “apuração” sua expulsão do

partido. Claro que ficou o feito pelo não feito.

Não, não, não

E a deputada Raquel Muniz, esposa do dito-

cujo? Ela, que costuma pegar mal, justificou

que “pegou muito sol” e, por isso, faltou à

sessão da Câmara Federal que cassou

Eduardo Cunha. Mas, garantiu que votaria a

favor dele. Seu voto não faria mesmo

diferença, mas que aliada...

Santander

Alvo de inúmeras reclamações desde que

assumiu a folha de pagamentos da

Prefeitura, o banco Santander não se

emenda e con t i nua demons t rando

incapacidade de corresponder a demanda

que assumiu. Cabe o slogan: Santander, o

banco que não dá conta.

CIDADE3

Jairo Ataíde foi condenado por improbidade administrativa e teve os direitos políticos suspensos por três anos, mas a punição só valerá a partir do trânsito em julgado da sentença condenatória. O crime, na construção do Estádio Municipal de Montes Claros (Mocão), foi cometido há 15 anos, mas só no início deste ano a Justiça Federal procedeu a condenação. Como sete meses depois o caso ainda não foi julgado em segunda instância, ele continua na disputa eleitoral. Em fevereiro deste ano o Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação do ex-prefeito de Montes Claros, Jairo Ataíde Vieira, por improbidade administrativa. Na mesma ação, também foram condenados o ex-secretário de Obras da cidade, João Henrique Ribeiro, e a empresa CROS Construtora Rocha Souza.Jairo Ataíde administrou o município por dois mandatos sucessivos, de 1997 a 2004. As irregularidades que resultaram em sua condenação foram praticadas no âmbito de contrato celebrado com o Ministério dos Esportes, em 2001, para a implantação do Estádio Municipal de Montes Claros, o Mocão.O MPF relata que o ex-prefeito e seu secretário de obras promoveram sucessivas alterações no Plano de Trabalho inicial, com majoração expressiva dos valores pagos à e m p r e s a v e n c e d o r a d a l i c i t a ç ã o [Construtora Rocha Souza]. Os acréscimos, além de ultrapassarem o limite de 25% previsto na Lei 8.666/93, ocorreram sem a celebração de qualquer aditivo ao contrato original, obrigação também prevista na Lei de Licitações.Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou majoração de pelo menos 30,15%, sem que fossem produzidos quaisquer documentos que comprovassem ou pe lo menos demons t rassem a regularidade dos valores concedidos a título de suposto reajuste contratual.A ação também registrou que os serviços executados pela Construtora Rocha Sousa Ltda l imi taram-se, prat icamente, à terraplanagem do terreno, cujo valor, no contrato inicialmente firmado, era de R$ 462.099,55, e no Plano de Trabalho aprovado em maio de 2004 passou para R$ 1.512.160,27.De acordo com o MPF, as alterações informais representaram, na verdade, um drible à exigência constitucional de licitação, pois a obra prevista no contrato celebrado com a CROS acabou completamente diversa daquela que passou a ser realizada. "É dizer: licitou-se uma coisa e, ao final,

estava se executando algo completamente diverso, e sempre em mutação, tendo em vista o exagerado número de alterações – nenhuma delas motivada ou sequer formalizada em termo".Na verdade, as modificações decorreram exclusivamente do "desejo pessoal dos demandados, que alteraram cinco vezes a concepção do projeto original, segundo a s u a v o n t a d e , e n ã o c o n f o r m e eventualmente exigisse o interesse público. Simplesmente resolveram desconsiderar o que fora licitado e, sem formalizar uma única alteração, modificaram verbalmente, e radicalmente, o projeto licitado, majorando alguns itens e suprimindo ou reduzindo outros, com consequente incremento do valor contratual", relata a ação.O resultado dessa conduta está exposto a céu aberto, para quem quiser ver e se indignar com o descaso no uso do dinheiro público: 14 anos depois, o que deveria ser o Estádio Municipal de Montes Claros ("Mocão") é mais uma obra inacabada, em verdade mal começada, perfeito retrato da má utilização de recursos públicos.

Houve dolo evidente, diz Justiça Federal Para o juízo federal, "o dolo na conduta dos requeridos restou evidente, já que o acréscimo ilícito do quantitativo de serviços prestados para a execução das obras é expressamente vedado pelo art. 60, § 3º, da Lei 8.666/93".A sentença também rechaçou as alegações da defesa no sentido de que as alterações teriam decorrido de exigências postas pelo Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003), porque, segundo o magistrado, os réus não indicaram, em momento algum, quais teriam sido as condições impostas pela nova lei que fizeram surgir a necessidade de se alterar o plano de trabalho original.«Portanto, afigura-se clara a violação, pelos requeridos, dos princípios norteadores da Administração Pública, em especial, o Princípio da Legalidade e da Moralidade, o que importa em ato de improbidade administrativa", conclui a sentença.Jairo Ataíde e João Henrique Ribeiro tiveram os direitos políticos suspensos por três anos. Eles ainda foram proibidos, juntamente com a CROS Construtora, de contratar com o Poder Público ou receber benefícios fiscais ou creditícios por igual período. Os réus também terão de pagar, cada um, multa civil no valor de cem mil reais.

Condenação demorou 15 anos e mesmo assim precisa ser confirmada em segunda instância para que ex-prefeito seja punido e impedido de concorrer

Lentidão da Justiça mantém ex-prefeito candidato

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POLÍTICA 4

Desembargador pede vista de processos e ajuda Ruy Muniz

Cândido Ribeiro, do TRF-1, é pai de Ravik de Barros, cujo sócio defende o prefeito afastado de Montes Claros. Medida adiou o julgamento de casos envolvendo o político mineiro

O prefeito afastado Ruy Muniz (PSB) está sendo beneficiado por pedido de vistas do desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), feito em junho, de dois processos que tratam do suposto envolvimento dele em corrupção. O escritório de advocacia do filho dele faz a defesa de Muniz. O magistrado se declarou impedido depois que o Ministério Público Federal (MPF) questionou sua imparcialidade para atuar. Os julgamentos foram adiados e, até hoje, um dos casos não foi apreciado.Ruy Muniz foi preso em 18 de abril, suspeito de usar a Prefeitura de Montes Claros para favorecer hospital privado que ele próprio cont ro la . O prefe i to estar ia re tendo pagamentos a inst i tu ições de saúde concorrentes, com o suposto intuito de “asfixiá-las” economicamente. O caso ganhou notoriedade quase que instantânea porque na véspera, durante a votação do impeachment

de Dilma Rousseff na Câmara, a mulher do prefeito, deputada Raquel Muniz (PSD), citou a gestão do marido como um exemplo de que “o Brasil tem jeito”.Em 29 de junho, foram levados a julgamento da 2ª Seção do TRF um recurso do prefeito contra sua prisão domiciliar e uma nova denúncia por, supostamente, remanejar verbas da saúde municipal para canalizá-las ao seu hospital. Na ocasião, a juíza federal Maria Lúcia Gomes de Souza votava pela aceitação da nova acusação e para que o prefeito continuasse detido em casa. Ela subs t i tu ía o re la to r dos p rocessos , desembargador Ney Bello. Por ser o mais julgador mais antigo, Cândido Ribeiro seria o último a se manifestar, mas antecipou os pedidos de vista, o que suspendeu a apreciação dos casos.Desde 28 de abril, tinha procuração para representar Ruy Muniz o advogado e ex-desembargador do TRF-1 Fernando Tourinho

Neto. Ele é sócio de Ravik de Barros Bello Ribeiro, filho de Cândido Ribeiro, no escritório Bello Ribeiro e Tourinho Neto Advocacia. O site diz que a banca foi fundada em 2012 por Ravik e, no ano seguinte, “se junta à sociedade o experiente Fernando da Costa Tourinho Neto, à época, recém-aposentado como desembargador do TRF-1”.O procurador regional da República Alexandre Camanho apontou duas situações de impedimento em petição encaminhada a Cândido Ribeiro. Argumentou que, conforme o Código do Processo Civil, cujas regras de aplicam analogicamente ao processo penal, o juiz está impedido de atuar na causa “em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau”.Além disso, conforme o procurador, Cândido Ribeiro também estava impedido naquele julgamento porque o recurso apresentado era contra a prisão domiciliar decretada por Ney Bello, que é cunhado do desembargador. Os dois teriam, portanto, “parentesco por afinidade”.Em 12 de julho, Cândido Ribeiro se afastou, mas somente da denúncia oferecida contra Ruy Muniz. No dia seguinte, o magistrado tirou férias. O processo em que se discutia a manutenção, ou não, da prisão domiciliar do p r e f e i t o c o n t i n u o u n o g a b i n e t e d o desembargador. Passou a analisar o caso, como convocado, o juiz federal Carlos D'Ávila, escolhido por Cândido Ribeiro.Em 27 de julho, Carlos D'Ávila levou à 2ª Seção do TRF voto para revogar a domiciliar, entendimento que prevaleceu. Não estavam presentes Ney Bello e sua substituta, que antes votara contra a revogação.Na semana passada, num outro processo, a Justiça de Minas decretou a prisão de Ruy Muniz, mas o prefeito não foi encontrado em casa e, agora, é considerado foragido.O TRF-1 ainda julgará a nova denúncia contra o prefeito. A sessão para apreciá-la ocorreria em 24 de agosto, mas foi reagendada para a próxima quarta-feira. Depois disso, o site do TRF-1 passou a informar que o afastamento de Cândido Ribeiro, que se encerraria no início deste mês, agora vai se estender até

ou tubro . Com isso , o subs t i tu to do desembargador poderá atuar no julgamento desta semana.Nos bastidores do TRF-1, houve críticas ao ponto de vista apresentado pelo MPF no pedido de afastamento de Cândido Ribeiro. O argumento é que o impedimento do desembargador deve-se somente ao parentesco dele com Ney Bello, não tendo relação com o vínculo entre Tourinho Neto e Ravik de Barros. Alega-se que o filho de Cândido Ribeiro não tem procuração nos autos e, por esse mot ivo, não atua formalmente nos processos. Não haveria, portanto, razão objetiva para o afastamento.

Cândido Ribeiro se explica Em nota enviada, o gabinete de Cândido Ribeiro informou que o desembargador pediu vista dos dois processos “porque não sabia do seu impedimento” em 29 de junho, quando a relatora convocada, Maria Lúcia Gomes de Souza, proferiu os votos.Na nota, o gabinete explicou que Cândido Ribeiro deu-se por impedido no processo que trata do recebimento ou rejeição da denúncia contra Ruy Muniz porque os autos chegaram ao seu gabinete antes de o magistrado entrar de férias. Com isso, acrescentou, foi possível analisar a situação.A assessoria do desembargador alegou que o outro processo, que tratava da prisão domiciliar, só foi encaminhado ao gabinete quando ele já estava de férias. “Não houve e nem haverá atuação do desembargador federal Cândido Ribeiro nesses processos mencionados”, diz o comunicado.O gabinete argumentou que os critérios para a escolha de juiz federal para substituição são “mérito e operosidade”. “O juiz federal Carlos D'Ávila foi escolhido pelo desembargador federal Cândido Ribeiro por indicação dos desembargadores baianos, membros do TRF-1, com base nesses critérios.”O gabinete informou ainda que a convocação de Carlos D'Ávila foi prorrogada devido a uma licença médica de Cândido Ribeiro, após o pedido de férias.

Tentáculos do prefeito afastado e foragido atingem TRF

THON BARLinguiça caseira com provolone, linguiça defumada frita no

champagne, bolinhos de mandioca recheados acompanhados de dois

molhos especiais.

Rua Humaita, 50 - Bairro: Santa Rita

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POLÍTICA5

O Distrito Industrial de Montes Claros foi fundado na década de 1970, atualmente abriga 90 indústrias, emprega cerca de 16 mil trabalhadores e representa 25% do PIB de Montes C la ros . O loca l ex ige a tenção c o n s t a n t e , o q u e n ã o v i n h a acontecendo e resultou em inúmeros problemas, tornando-se uma das principais pautas do município e do Estado.Gerente da Lafarge, Nelson Viana, lembra que a empresa, an t iga Matsulfur, foi uma das indústrias percussoras do Distrito Industrial. “Temos diversos gargalos que podem ser sanados, como a logística, pois sem acesso ao meu produto, não tenho como exercer m inha a t i v idade industrial. O local é uma área que abriga comunidades carentes e registra mu i tas i nvasões inadequadas . Espec ia lmen te , no en to rno da mineração, haveria de ter atenção especial com a população”, observa. De acordo com a Fiemg Regional Norte, durante anos, os distritos industriais de Minas Gerais ficaram abandonados. Em cidades como Belo Horizonte, Betim, Contagem, eles perderam as c a r a c t e r í s t i c a s e s p e c i a i s d e loteamentos industrial e passaram a ser tratadas como área comum, como em Montes Claros. A solução para todos os problemas parece estar próxima. Em níve l loca l , Reina ldo Landul fo , S e c r e t á r i o M u n i c i p a l d e Desenvolvimento Econômico, reitera que a administra- ção está atenta aos problemas do DI e já tomou algumas iniciativas.“Temos em andamento um projeto de r e v i t a l i z a ç ã o , n u m a g e s t ã o compartilhada com as empresas, que abrange a sinalização, urbanização, iluminação de led, e o prolongamento

da Av. Sidney Chaves e da Av. das Indústrias”. Em âmbito estadual, foi dado início ao Projeto de Revitalização dos Distritos Industriais de Minas Gerais, conduzido pela Codemig em parceria com a Fiemg. O objetivo é aumentar a competit ividade das indústrias do estado. Em Montes Claros, para nortear o planejamento d a s a ç õ e s d e r e v i t a l i z a - ç ã o , primeiramente, será realizado um amplo diagnóstico do distrito industrial e, para que se obtenha um panorama completo, as empresas dos distritos participarão de pesquisa realizada por acadêmicos da Universidade Federal de Minas Gerais. “Além das obras de infraestrutura, iluminação, segurança, asfaltamento, energia elétrica, tem a escassez de água - principal insumo de muitas indústrias -, que depende também da construção da Barragem de Congonhas. No plano de transporte, ainda estamos contando com a logística do Anel Rodoviário Norte, um projeto que ainda está na pauta de reivindicações dos norte-mineiros”, afirmou a diretoria da Fiemg. “Estamos ansiosos para que os estudos do projeto de revitalização terminem ainda em 2016, para serem definidos os recursos para início das obras em 2017. A Codemig dispõe de uma área de 2 milhões de m² na Estrada da Produção, para um segundo DI na cidade. Sendo que 700 mil metros estão reservados para a implantação da CNH - Case New Holand.São obras que devem ajudar a manter os investimentos no município e gerar mais emprego e renda para todos”, reflete Edilson Torquato, presidente da ACI.

Fonte: Revista ACI

Parceria entre entidades e Governo prevê revitalização do Distrito Industrial

Impressos em geral

(38) 3015 5013 998472218

GRAFIM C

Corrupção De tanto ouvir os corruptos e coxinhas falarem em moralismo e no fim da corrupção, comecei a ficar a favor da desonestidade. Onde eles estão eu não fico. Vou para o outro lado.

FariseusAo colocar a culpa de todos os males sobre o PT e a ex-presidenta, feitos bodes expiatórios, os coxinhas, manipulados por grupos d o m i n a n t e s , o c u l t a m s u a s p r ó p r i a s perversidades e culpas. Apresentam-se, fa r i sa i camen te , como pa lad inos da moralidade tomados de indignação contra a corrupção.

Comentário de Felipe Gabrich “Fato interessante da recente história política nacional: se os inconfidentes mineiros não fossem tão poetas e democráticos, teriam compreendido, ao seu tempo, que não era a cabeça de Tiradentes que deveria ser exposta em praça pública. Infelizmente somos frutos de heróis arrependidos!”.

MoroA Operação Lava Jato entrará para a história como uma praga, como flagelo que afundou um país que ia bem na economia, na democracia e no equacionamento de seus problemas sociais e que mergulhou no caos político, econômico e institucional por moro próprio. Caiu no ridículo por proteger os corruptos do PMDB, PSDB, DEM, PP...e só punir o PT.

Leninha Sem dúvida, a maior novidade nesta campanha política de Montes Claros é a candidatura de Leninha, do PT, que substituiu Sued Botelho, depois de ter sido impedido pela justiça de forma injusta, na minha opinião. I n t e l i g e n t e e p r e p a r a d a , e l a v e m entusiasmando principalmente a militância petista que andava arredia depois que Paulo Guedes monopolizou, juntamente com sua trupe, o partido na cidade. Só pecou em não mudar a coordenação da campanha.

Dor de cotovelo Quem anda chorando e resmungando por todos os cantos é o deputado das Traíras, distrito de Manga, Paulo Guedes. Depois de se acovardar e não disputar estas eleições em Montes Claros, ele lamenta argumentando que seria eleito, porque a candidatura de seu principal adversário é inconsistente.

Marca da Sadia De muito mau gosto o sim! sim! sim!, da campanha petista que abre seu programa eleitoral em Montes Claros. Esse slogan tornou-se mundialmente conhecido como o sim dos golpistas, especialmente da golpista Raquel Muniz quando votou a favor do pedido de impeachment contra a Presidenta HONESTA da República, Dilma Rousseff. Coincidência ou não, é a mesma marca da campanha em Pirapora. E do mesmo “marqueteiro”. Coisa de Paulin...

Inferno astral Após aquele insensato voto de Raquel Muniz, sua vida virou de cabeça para baixo. Seu esposo, exemplo de retidão na gestão pública”, como ela disse, foi preso pela Polícia

Federal no dia seguinte ao seu espalhafatoso voto, acusado justamente de improbidade administrativa. Como se não bastasse, seu filho segue o mesmo caminho vicioso do pai. Está escorraçado, com mandado de prisão expedido pela Justiça.

Panela velha O golpista deputado cantor Sérgio Reis, também vive momentos delicados depois do seu voto a favor do impeachment. Ele vem tendo que engolir seco pessoas quebrando seus discos e gritando golpista, nos shows “Tocando Em Frente”, com seus parceiros Almir Sater e Renato Teixeira. Depois de tais incidentes, Renato e Almir já pensam pular fora desse projeto.

Prefeito fujão Aquele episódio envolvendo o ex-prefeito de Januária, Maurílio Arruda, que mesmo sendo escoltado por três agentes da Polícia Federal, conseguiu pular da viatura da PF e fugir, parece história de pescador. Este fantasioso episódio, mesmo tendo sido filmado, está igual os casos de “Wilson Gasta Bala”. Ninguém acredita.

Interessante Só a Polícia Militar de São Paulo que agride, prende, bate, arrebenta e joga bomba nos manifestantes “Fora Temer”. Tem alguma coisa de esquisito nessa ação truculenta da PM paulista. Os policiais paulistanos não agiam dessa forma quando os movimentos eram feitos pelos patos da FIESP. Será por que eles não gostam de mortadela? Ou do cheiro do povo?

Ispia só Em todas as ações da malsinada Operação Lava Jato, as Organizações Globo (rádio, jornal, televisões e sites) fazem questão de frisar em seu noticiário que entre os detidos para averiguações, “segundo apurou o Globo, encontra-se fulano de tal, ligado ao PT”. Será que só as pessoas leigas desse país estão enxergando a sórdida perseguição dessa rede d e c o m u n i c a ç ã o a o P a r t i d o d o s Trabalhadores. Hein? E o resto? Ave Maria!, suspiraria o carrasco eventual.

Alexandre Frota Até o Faustão está metendo o pau nessa porra de governo. Responsável direta pelo golpe parlamentar de 2016, a Globo deu seu primeiro sinal de insatisfação com os rumos do governo Temer, que, até agora, só produziu recessão e déficit público. A crítica veio no "Domingão do Faustão" e teve como tema a reforma do ensino médio, proposta por Mendonça Filho, assessorado pelo artista pornô Alexandre Frota. "Então, o país que mais precisa de educação faz uma reforma com cinco gatos pingados que não entendem porra nenhuma, que não consulta ninguém e aí, de repente, tira a educação física, que é fundamental na formação do cidadão»

Rateu Essa turma do Ministério da Educação é a mesma que isentou recentemente aquele ladrão da merenda escolar de Montes Claros e que vive escorraçado em Miami para não ser preso. Para o MEC, ele é inocente.

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Luís Carlos Gusmão

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COTIDIANO

Palco de tantas alegrias para montes-clarenses, o Estádio João Rebello, no bairro São José, região central de Montes Claros, se transformou em lote vago, cheio de mato e entulho. Mas a história gloriosa do estádio que abrigou, por décadas, um dos clubes mais tradicionais do futebol local, pode voltar a ser escritaA Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros (ACI) é parceira no projeto de revitalização do Ateneu. Nesse

sentido, a entidade está fazendo tratativas com o empresário e presidente do clube, Cássio Aquino. A remodelação do estádio é capitaneada por grupo de ex-jogadores e torcedores, que busca parcerias nas esferas pública e privada. Cássio Aquino conta que o principal desafio é viabilizar as reformas do estádio, desativado há mais de 10 anos, além de promover o retorno das atividades esportivas do clube mais tradicional da cidade. Para Edilson

Torquato, presidente da ACI, o Ateneu tem uma história marcante e o espaço no Bairro São José é importante para a comunidade. “A ACI é uma entidade que, entre várias finalidades, tem a missão de fomentar o desenvolvimento. Por isso, estaremos juntos na luta pelo empreendimento do estádio voltar a ser realidade, apoiando a Associação Desportiva Ateneu”. Torquato também participou de reunião entre a diretoria do Ateneu era, para fortalecer o compromisso de iniciar as obras no estádio, visto que os recu rsos já fo ram aprovados pe los vereadores, em reunião ordinária. O total a ser investido na revitalização do espaço está orçado em torno de R$ 2.135.000,00, investimento do tesouro municipal que, em contrapartida, receberá, sob a forma de comodato, a nova Arena Ateneu para ser administrada pelo Município por 10 anos, podendo ser renovado por igual período ao fim do contrato. A empresa que for licitada, ainda em setembro, deverá reformar o

campo, a lambrados, arqu ibancadas, banheiros, cabines de transmissão, corrigir os detalhes deteriorados e colocar em ordem a entrada principal. O prazo para conclusão das obras é de 8 meses. A Associação Desportiva Ateneu foi fundada em 1º de maio de 1947 e tem como patrimônio o Estádio João Rebello com capacidade para 3.200 pessoas. Atualmente o departamento de futebol profissional do clube está desativado. “A volta do Ateneu representa mais que ativar um estádio. Significa resgatar a história do time para as novas gerações. Além de revitalizar o bairro São José, com mais segurança, infraestrutura e espaço de lazer e esportes”, defende Edilson. “O Ateneu será um empreendimento social, para gerar renda, recursos, empregos, socializar os jovens, promovendo a inclusão social e avanços para a cidade”, projeta.

Fonte: Revista ACI

Esperança de que saia do papel mais um projeto de reconstrução do Ateneu

Ateneu pode renascer das cinzas

GALERIA JOSÉ BRANDÃO FILHO

Inaugurada galeria dos presidentes da Câmara Municipal de Bocaiuva

A Galeria recebeu o nome de José Brandão Filho, que foi presidente de 1955-1958, 59-62 e 67-69, ficando nessa condição por um período de 10 anos, com trabalho pautado pela ética, r e s p o n s a b i l i d a d e , h o n e s t i d a d e e compromisso.“A criação da galeria dos presidentes da Câmara é uma maneira de manter viva a lembrança dos ex-presidentes, que se comportaram com dedicação, dignidade e competência. Alguns deles já se foram, mas deixaram bons ensinamentos, e hoje aqui são muito bem representados pelos familiares, que com certeza se orgulham da história por eles construída. Muitos deles estão aqui conosco, compar t i l hando des te momento que certamente será marcado na memória de todos”, disse o atual presidente, Antônio Gilmar C a r d o s o ” , d u r a n t e a c e r i m ô n i a d e inauguração, dia 23 de setembro.Segundo ele, a Galeria José Brandão Filho é uma forma de preservar a história da Câmara M u n i c i p a l d e B o c a i u v a . O fi l h o d o

homenageado, advogado Affonso Romildo Alves Brandão, salientou a honradez do pai e lembrou que ele era um homem de boa convivência, culto e autodidata, que aprendeu dominar o idioma português e tinha razoável conhecimento do inglês, do francês e do italiano. “Meu pai aprendeu a língua italiana para conversar com o seu sogro, o lendário Henrique Storino”, revelou.Relembrou que José Brandão Filho era arrimo de família antes de se casar com Helena Storino. E que ele, como vereador e presidente da Câmara, deu exemplos de nobreza e retidão. Informou que seu pai, nas várias viagens feitas para participar de congressos dos municípios, assim como para se reunir com o senador e dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand, com os ministros da Fazenda, José Maria Alkmim e da Educação, Clóvis Salgado, o fez com recursos próprios. A propósito, lembrou ainda que naquela época o vereador não recebia salários.Bárbara Yasmim Brandão, neta de José

Brandão Filho, leu uma biografia de Edilson Brandão, elaborada por José Henrique Brandão. O vereador Ronildo Ribeiro de Andrade falou da figura humana e do interessante perfil político de José Brandão Filho, que dominava os meandros e as articulações políticas. Segundo Ronildo, “”Zé Brandão” dava aula em vereadores doutores e diplomados que compunham à Câmara daquela época.Compareceram à cerimônia os filhos Zelene Storino Brandão, José Henrique (Juca) Brandão, Affonso Romildo Alves Brandão e Heloísa Helena (Heleninha) Brandão; os netos Bárbara Yasmim Brandão, Humberto D. Storino e Adriano D. Storino; os bisnetos Arthur Storino T.Brandão, Maria Eduarda T.Brandão e Teresa Helena Brandão Caldeira; Jorge Caldeira, esposo de Bárbara; e muitos convidados das famílias Brandão e Storino.vidados das famílias Brandão e Storino.

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POLÍTICA 7

Cidade Administrativa é alvo do MPO prefeito afastado e foragido deixa dívida milionária para sucessor.

Investimento de R$ 80 milhões está sendo investigado pelo promotor Felipe Caires

Maquete da aventura milionária do prefeito afastado

A criação da Cidade Administrativa de Montes Claros está sendo investiga pelo Ministério Público, através de iniciativa do promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caíres, da Curadoria do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, que através da Portaria 77, de 15 de junho passado, quer esclarecer se o valor da aquisição do prédio da Coteminas seguiu todos os procedimentos legais. Ele explica que o investimento total de RS 80 milhões para a obra, com dispensa de licitação, precisa ser

investigado. O Município comprou o imóvel do do Grupo Coteminas, em maio último.No dia 22 daquele mês, a Prefeitura de Montes Claros publicou a dispensa de licitação 2/2015. de compra por RS 48 milhões do imóvel da Coteminas e que serão necessários RS 20 milhões de investimentos e mais RS 10 milhões para montagem dos mobiliários e equipamentos.O promotor afirma que a transferência d a P r e f e i t u r a p a r a a C i d a d e Administrativa ficará em aproximada

mente RS 80 milhões. “cifra bastante e x p r e s s i v a , a r e c o m e n d a r o acompanhamento pelo Ministério Público da lisura dos pagamentos a serem despendidos, da escolha dos respectivos fornecedores e da coibição de desvio de finalidade em quaisquer dessas compras°. Ele lembra ainda que o Ministério Público ao agir, colabora para evitar superfaturamentos em compras, direcionamento em l ic i tação ou favorecimento de agentes públicos ou familiares, numa cidade como Montes Claros, carente de recursos na área de saúde e educação.Fe l ipe Caí res esc larece que o Ministério Público não entra no mérito da transferência da Prefeitura para a Cidade Administrativa, pois entende que isso é função da administração, dos vereadores e dos cidadãos de Montes Claros.O promotor solicitou que a Prefeitura encaminhe a cópia de todo processo licitatório de dispensou, inclusive com as avaliações imobiliárias e os estudos

d e v i a b i l i d a d e e c o n ô m i c a d a transferência: editais de licitações para compra dos mobiliários, equipamentos e ainda da reforma da unidade, assim como de possível venda das áreas circunvizinhas, como anunciada pela Prefeitura.Ele determinou que os servidores do Ministério Público compareçam ao local e façam o registro fotográfico de todo imóvel, visando resguardar o material para mais esclarecimentos.

Josué Gomes da Silva (no meio), dono da Coteminas, tem motivos de sobra para sorri

O jornalista João Figueiredo ainda aguarda providências da Justiça contra Thiago Felipe, o “X-9” da polícia e “bate-pau” do prefeito afastado e de sua esposa, a deputada Raquel Muniz. Figueiredo foi ameaçado de morte há 3 anos, mas até hoje a audiência para tratar do caso não foi realizada. Suspeita-se que os Muniz tenham atuado para, supostamente, corromper funcionários do cartório do Juizado Especial para alterar data da audiência, sem prévio aviso à vítima.Em maio de 2013, Thiago Felipe, na época segurança particular da então chefe de

Gabinete de Ruy Muniz, Raquel Muniz, ameaçou João Figueiredo de morte no plenário da Câmara Municipal de Montes Claros. No local na condição de repórter fotográfico do jornal Daqui e revista Tuia, o jornalista fotografou o “bate-pau” quando ele se encontrava conversando com a vereadora Marli, motivo alegado para a ameaça.Thiago Felipe foi preso e conduzido à delegacia de plantão da Polícia Civil. Lá, enquanto Figueiredo fazia a representação criminal, foi procurado por Diran Rodrigues de Souza Filho, funcionário do gabinete do prefeito atualmente afastado, que lhe sugeriu não dar sequência ao processo, haja vista que seria uma perda de tempo, pois o prefeito e seus advogados estariam defendendo o “alcaguete” e, assim, a denúncia não daria em nada.João Figueiredo se recusou a retirar a queixa-crime. Porém, ao comparecer ao Juizado Especial no dia 8 de junho de 2013, data marcada para a primeira audiência, foi informado de que tal audiência ocorrera três dias antes, no dia 5. Ao apresentar o mandado de intimação que tinha em mãos, no qual constava a data correta, o cartório do Juizado reconheceu que houve um erro na convocação

e que seria marcada uma nova data. Ficou, então, a suspeita de que o prefeito Ruy Muniz e seus funcionários haviam conseguido junto a funcionários do cartório que se forjasse um erro nas datas para que o fato caísse no esquecimento e beneficiasse o réu. Até hoje não houve nenhuma solução.Thiago Felipe é aquele que gravou imagens do ex-prefeito Athos Avelino cumprimentando um pastor evangélico em um evento religioso durante a campanha eleitoral de 2008. As imagens teriam sido vendidas a Tadeu Leite que, juntamente com a assessoria de Jairo Athayde, as utilizou num processo movido contra Athos na Justiça Eleitoral, sob alegação de que tal fato constituía irregularidade na campanha eleitoral, o que resultou na condenação de Avelino.Coincidência ou não, como resultado das negociações pelas imagens, Thiago Felipe trabalhou no governo de Tadeu Leite e continuou no atual governo durante o primeiro ano; depois passou a atuar como parte do grupo que faz a segurança de Raquel Muniz. Sua função é observar o ambiente frequen-tado por Raquel e repassar informações aos seguranças da mesma (sobre quem está

presente e se o clima é favorável ou hostil a ela).Além da função de “bate-pau” de Raquel Muniz, Thiago Felipe é conhecido no meio policial como “X-9”. Segundo consta, ele costuma se infiltrar entre criminosos e os delata para a polícia.

Segurança dos Muniz e informante da polícia ainda não foi punidoConhecido como “X-9” ou “alcaguete” da polícia, Thiago Felipe responde por ameaça a jornalista.

Ele serviu ao ex-prefeito Tadeu Leite e hoje é “bate-pau” da deputada do “sim, sim, sim”

Decreto de nomeação foi o prêmio

recebido de Tadeu pela arapongagem

na campanha de 2008.

Thiago Felipe: “Bate-pau” e “alcaguete”

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8CULTURA 7

De “repente”, o cordel montes-clarenseProfessor Carlos Azevedo se dedica a escrever cordel como forma de resgate da História escrita e oral do Norte de Minas

Apresentação de cordéis na comunidade de Espigão de Cima, município de Montes Claros

Fotos: João Figueiredo

Por João Figueiredo

Professor de História, especiali-zado em Cultura Afro-brasileira, o montes-clarense Carlos R e n i e r A z e v e d o v e m s e aprimorando na escrita da literatura de cordel como forma

de resgate da história do Norte de Minas. Começou há pouco mais de um ano: seus dois pr imeiros cordéis , “Vapor Benjamin Guimarães” e “Ouro Preto e o Conto do Vigário” foram escritos em maio de 2015. Depois deles vieram mais 17.

Desde então viajou por várias cidades do Nordeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Norte de Minas, participando de eventos culturais e divulgando o seu t r a b a l h o . É a m a n t e d o “Repente” (modesta-mente se define como aprend iz de r e p e n t i s t a ) e d e o u t r a s modalidades musicais nordes-tinas como “Martelo agalopado”, “Galope à beira do mar” , “Quadrão”, “Mourão” e “Oitavão rebatido”. O artista popular pratica repente nas modalidades regionais como “Calango de Montes Claros”, “Caninha Verde” e “Martelo mineiro”. Costuma cantar ou declamar seus cordéis em ritmos variados. É também contador de casos criados e recriados a partir de seus cordéis e de fatos reais.Ganhou um prêmio pelo recorde de vendas de cordéis na cidade de Feira de Santana-Ba, onde r e c e b e u u m a e s t a t u e t a produzida pelo artista plástico, alagoano (poeta, xilogravador, pintor, desenhista e escritor), L u i z N a t i v i d a d e , e f o i homenageado pelo seu trabalho durante o Psiu Poético de Francisco Sá.. A z e v e d o t r a b a l h a n u m a dependência de sua casa, onde outrora fora uma lanchonete; é um cantinho exclusivo para a produção dos cordéis. Ele mantém contatos permanentes, através de redes sociais, com Oliver Brasi l , de Feira de Santana (que ele diz ser seu mestre do cordel), com Ednaldo Santos, do Rio de janeiro, Dulce Esteves, de Recife-Pe, Silvano

Lyra (seu professor de repente), de Olinda-Pe (atualmente nos EUA) e outros, que o ajudam no aprimoramento da sua arte. Carlos Azevedo vem de uma família ligada ao mundo artístico - r e p e n t i s t a s , p o e t a s , t rovadores, p intores, etc . Destaques para seu pai, Antônio Augusto Azevedo, já falecido, que era mús ico , poeta e compositor, militar integrante da Banda de Mús ica do 10º Batalhão da Polícia Militar em Montes Claros; e para seu tio, o poeta, compositor, cantor, escritor, cordelista e repentista, Theo Azevedo, natural de Alto Belo, município de Bocaiuva.“Meu trabalho é resgatar e preservar a história do Norte de Minas através do cordel”, declara. Escreve seus cordéis d a f o r m a t r a d i c i o n a l , observando rigorosamente a rima e a métrica em estrofes de 6 versos (sextilha) e versos de 1 0 s í l a b a s p o é t i c a s (decassílabos); costuma escre-ver também “Glosas”, versos com motes que se repetem no final de cada estrofe, sobre temas que envolvem questões comporta-mentais e fatos da História Universal, às vezes com uma leve pitada de humor.Seus projetos futuros são criar um jornal, uma emissora de rádio e televisão, todos online, para divulgação da cultura nordestina e preservação da literatura de cordel e da poesia, especial-mente a poesia de redondilha. Pretende também publicar uma coletânea de seus cordéis em forma de livro.

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9 HISTÓRIA

Patrimônio histórico está sendo demolido em Montes Claros

Entretanto, a historiadora e promotora cultural Raquel Mendonça, que coordena a gerência de preservação e promoção do patrimônio cultural, aponta avanços na área

Sem fiscalização eficiente, imóveis históricos estão sendo demolidos de forma irregular em Montes Claros. A gerente de preservação e promoção do patrimônio cultural de Montes C la ros , Raque l Mendonça , denuncia que os proprietários de casas s i tuadas na área de perímetro histórico ou preservação do município fazem a demolição na calada da noite, em finais de semana ligados a feriados, se a p r o v e i t a n d o d a f a l t a d e fiscalização.Na área que ela comanda não funciona plantão nesses dias. “Para muitos, a memória, a história da cidade, parte mais que importante, imprescindível de sua identidade cultural, não têm o menor valor, e somente o 'dinheiro' e o valor material do bem lhes importa”, diz, indignada. Mas, apesar de tudo, ela vê ações de preservação eficientes em curso em Montes Claros. Raquel c i ta como exemplo a ant iga ' C a c h a ç a r i a d e D u r ã e s ' , inventariada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), situada na rua Justino Câmara, entorno histórico nobre da cidade.O local já teve as obras de

restauração efetivamente iniciadas por seu proprietár io, Wagner Gonçalves Lafetá Rabelo, com base em projeto assinado pelo arquiteto e urbanista Sidcley Barbosa, junto à designer gráfica Cecília Lenoir, tudo analisado, avaliado e aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio C u l t u r a l d e M o n t e s C l a r o s (COMPAC). “Quem passa pelo local imagina logo que o imóvel foi cercado para demolição, mas, na verdade, é para receber obras de restauro ou restauração”, esclarece.Raquel Mendonça lista algumas conquistas na área de patrimônio histórico e cultural de Montes Claros, com destaque para a finalização, com escritura registrada em cartório, da negociação do “Sobrado de Dulce Sarmento” (antiga Pensão de Dona Geny Mendes Ribeiro), situado na rua Justino Câmara com Coronel Celestino, por meio de permuta com lotes públicos. “Assim que for restaurado o sobrado receberá, finalmente, o importante 'Museu da Imagem e do Som de Montes Claros', com os ricos acervos de Valdomiro Souza (Miro Vídeo), já doado à Prefeitura de Montes Claros; e do PROMEMOC - Pró-

Memória de Montes Claros (Núcleo do futuro Museu que funciona na Secretaria Municipal de Cultura), da Fotógrafa de Arte Ângela Martins Ferreira e muitos outros mais”, informa a historiadora.Segundo ela, o 'Sobrado dos Teles de Menezes', localizado na rua Justino Câmara, que se encontra em péssimo estado de conservação, passará por obras de escoramento (reforço estrutural amplo), tendo como base projeto do engenheiro civil Carlos Eduardo Ferreira de Brito e do arquiteto e urbanista Hélio Renato Silva Brantes. O passo seguinte será a aquisição pelo Município, para restauração. No sobrado residem, correndo risco, dois herdeiros idosos, senhores Waldir e Valdevi. A negociação está intermediada pelo Ministério Público local, por meio da promotora de Justiça, Aluísia Beraldo Ribeiro.Por outro lado, o extenso lote situado ao lado do Sobrado dos Versiani-Maurício (Casarão dos

Maurício), na rua Coronel Celestino, de propriedade de Daniela Maurício (neta de João Valle Maurício e Milene Antonieta Coutinho Maurício) e família (Alberto e filhos), está em fase de aquisição pela Prefeitura de Montes Claros, com a possibilidade de ser também por permuta com lotes públicos. Lá, será construído o primeiro teatro da 'cidade da arte e da cultura', projeto do arquiteto e artista plástico Hélio Brantes.De acordo com Raquel, a 'Casa de Dona América', situada na Rua Dona Eva (Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, fundadora da Banda Euterpe Montes-clarense), quase em frente ao imponente sobrado da Escola Normal/FAFIL, onde foi implantado o Museu Regional do Norte de Minas da Universidade E s t a d u a l d e M o n t e s Claros/Unimontes, não deverá ser demolida, como pretendia a sua proprietária, mas sim negociada com a Prefeitura, também por permuta.

Antiga pensão de Dona Geny deverá se transformar no Museu da Imagem e do Som

Cachaçaria do Durães será restaurada

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ESPECIALTABU

Precisamos falar sobre suicídio

Por JOANA SUAREZVocê conheceu alguém que suicidou-se? É só pensar um pouco que logo vem à mente um parente, um vizinho, um amigo... Mesmo sendo tão próximo das pessoas, a palavra suicídio costuma ser perturbadora, algo aparentemente proibido de se comentar. Um poderoso tabu ronda esse assunto há séculos e se tornou imprescindível quebrá-lo para tirar a cortina que esconde essa realidade: no mundo, a cada 40 segundos, uma pessoa dá fim à própria vida, vítima de um silêncio interrompido pela morte, que manifesta, de forma drástica, o sofrimento humano.E n t r e o s b r a s i l e i r o s , s ã o ap rox imadamen te 12 m i l mor tes voluntárias por ano. Em média, uma a cada 45 minutos, levando em conta o ano de 2012 – último consolidado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). São mais óbitos do que os provocados pela Aids – 10 mil morreram vítimas da doença no país, no mesmo ano. Trazendo as estatísticas para a realidade mineira, mais de três pessoas se mataram por dia em 2015. Entre 2006 e 2014, houve um crescimento de 35% dos suicídios em Minas, conforme a Secretaria de Estado de Saúde.A começar por esses números, ainda subnotificados, e pelo apelo, em coro, de especialistas, vítimas e parentes, não há dúvidas: precisamos falar sobre suicídio, pois é a melhor forma de prevenção. Cerca de 90% dessas mortes poderiam ser evitadas.O marido de Rute*, o pai de Denise, o namorado de Camila* e o pai de Eugênio não falaram que queriam se matar. A amiga de Raquel* avisou, mas ninguém

acreditou. Restou aos familiares um luto dos mais difíceis de lidar. É por isso que eles são chamados por psicólogos e psiquiatras de sobreviventes. “Para cada suicídio, pelo menos cinco ou seis pessoas em volta são afetadas”, diz o presidente da Associação Brasileira de Prevenção ao Suicídio, o psiquiatra Humberto Corrêa.Rute*, 61, herdou uma “depressão severa” com a morte do marido, que foi encontrado por ela enforcado em casa. “Uma cena horrível”, relembra. Passados seis anos, ela ainda se sente “culpada por alguma coisa”. “Tem que buscar uma terapia para a gente enxergar que a opção foi dele, mas me abalou muito. Hoje me descontrolo com qualquer emoção. O médico ainda vê em mim uma tristeza”, descarrega.O marido, segundo ela, era depressivo havia 20 anos, mas “nunca deu uma dica de que faria isso”. “Ele vinha ficando deitado. No dia, nós almoçamos juntos, ele até brincou dizendo que eu fiz uma comida que ele não gostava. Depois, eu estava costurando e vi que ele se levantou. Achei que tinha animado. Escutei o barulho da

escada, mas jamais passou pela minha cabeça...”. Na véspera, eles tinham ido ao médico conferir a medicação contra a depressão. “Estava correta, mas não funcionou”.Razões. “Nunca tente entender. Você não vai entender”, disse, com conhecimento de sobrevivente, um amigo da produtora de vídeo Denise Flores, 34, quando ela, há 11 anos, perdeu o pai. Ele estava sozinho na fazenda da família e deu um tiro no peito. “Fui até lá achando que meu pai tinha sido assassinado e cheguei perguntando para minha mãe quem havia feito aquilo. Só então ela me disse a verdade: foi ele mesmo”.A produtora buscou respeitar o que o pai fez, pois acredita ter sido um “deslize”. “É difícil perdoar, às vezes, você está bem com isso, às vezes, não. Se ele pudesse voltar atrás, se nós falássemos com ele, acho que ele não faria”. Denise teve que responder as pessoas: como pôde não ter notado nada antes? “Depois do meu pai, dois amigos da faculdade se mataram. É importante dizer que existem lugares que ajudam e têm possibilidade de oferecer socorro”.

*Nomes fictícios

ASSUNTO PROIBIDO

Casos são subnotificados por causa de preconceitoO pai de Denise Flores suicidou-se quatro meses depois de tomar posse como prefeito, e a sua morte foi notícia pública. Mas, geralmente, a família tenta esconder, e o assunto é comentado “a boca miúda”. Parentes pedem para mudar a causa da

morte na certidão de óbito ou, quando alguém chega ao hospital porque tentou se matar, não dizem a motivação e registram como acidental. A OMS estima que a subnotificação dos casos seja em torno de 40%.“A morte em si já é um tabu, a morte voluntária, então, é mais assustadora ainda. E as pessoas têm vergonha. Se você começa a namorar alguém, você não pode falar que tentou suicídio”, diz a psicóloga Fernanda Marquetti.Eugênio Tadeu, 55, cresceu ouvindo que o pai havia morrido do coração, mas ele suicidou-se quando o filho tinha 7 anos. “Pouco tempo depois, meu tio também se matou. Até hoje minha família não fala muito, é colocado um mistério. Só depois de anos de terapia, eu aceitei. Ora, meu pa i mor reu se matando, fo i uma responsabilidade dele diante da própria vida. Afinal, viver não é fácil”, afirma, parafraseando Guimarães Rosa: “Já falava Riobaldo: está morto quem não peleia”. (JS)

O Marido de Rute se enforcou há seis anos,

e ela acredita que esconder é muito pior

Foto: Fernanda Carvalho

Após perder pai e amigos, Denise aposta na

conversa sobre suicídio como prevenção

A cada 40 segundos, uma pessoa se mata no mundo

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Anastácio gostou tanto da escapulida que teria levado as chaves do Motel

Um ex-motorista da Prefeitura revelou que teriam sido emitidas várias diárias em nome dele e do prefeito Anastácio Guedes, irmão do deputado estadual Paulo Guedes, para uma viagem a Brasília, apesar de terem ido num dia e voltado no outro. Na volta, conta, os dois teriam caído na esbórnia. A farra com prostitutas, regada a muita bebida, teria ocorrido no Hotel Ipê, que embora tenha o nome de hotel funciona mesmo é como motel, situado no início de Recanto das Emas.O inusitado é que, por descuido, as chaves do apartamento acabaram ficando no carro. O motorista disse que tentou entregá-las a Anastácio, que teria se recusado a recebê-las. O conceito de Anastácio Guedes não é dos melhores perante o MPMG. Subscritores da Ação Civil Pública 0034246-48.2015.8.13. 0393 - em que acusam Anastácio e outros servidores de fraudarem licitação de serviços de serralheria para beneficiar José Carlos Rocha, o Zé Graia, primo do prefeito - os

promotores de justiça Leandro Pereira Barboza, Paulo Márcio da Silva e Gerciluce de Sales Costa não pouparam palavras. “Desde que tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, em janeiro de 2013, o requerido Anastácio Guedes Saraiva vem intentando uma série de ações em desfavor do interesse público, o que resulta em gravíss imos danos tanto de ordem patr imonial quanto de ordem moral. Confiante de que restará impune, nem mesmo as pesadas ações contra ele já impetradas se revelaram suficientes para conter as investidas patrocinadas em des favo r do e rá r io ” , ass ina lam os promotores.Na ação, o MPMG fala da necessidade da condenação exemplar de Anastácio e seu “bando”, alegando que “apenas a partir dessas providências é que será possível promover-se a extinção definitiva desse bando, culminando com interrupção das práticas lesivas impostas à sociedade e impor justa e eficaz punição aos envolvidos”.

REGIONAL

Mulherada e bebedeira na conta da Prefeitura de MangaMinistério Público do Estado instaurou inquérito para apurar suposta farra com dinheiro público

O candidato a vice-prefeito de Manga, Maurício Magalhães de Jesus (PR), o Maurício do Caixão, é considerado cabo eleitoral profissional. Ele “vendeu” o voto de centenas de eleitores de Manga e região em troca de empregos para ele e para sua esposa em gabinetes de parlamentares estaduais e federais.

Maurício do Caixão perdeu as eleições em 2012, quando se lançou candidato a prefeito d e M a n g a . N e m p o r i s s o fi c o u desempregado. Ganhou um cargo no gabinete do deputado federal Bernardo Santana (PR), onde passou a trabalhar d e s d e 8 d e j a n e i r o d e 2 0 1 3 .A tarefa de Maurício do Caixão como assessor era coordenar o escritório político do parlamentar no Norte de Minas. Onde fica o escritório, ninguém sabe. Curiosamente, Bernardo Santana não teve apoio de Maurício do Caixão nas eleições de 2010, quando se elegeu deputado federal pela pr imeira vez. Na ocasião, Mauríc io Magalhães apoiou outro candidato, que não conquistou a vaga.

Em 12 de fevereiro de 2015 foi a vez da dona de casa Liliane Rocha da Cruz Magalhães, mulher de Maurício, conseguir uma vaga em gabinete de parlamentar, sem nunca ter pisado o pé em Brasília. Presidente do PR de Manga, ela foi nomeada para o cargo em comissão de secretária parlamentar da Câmara dos Deputados, lotada no gabinete do deputado Aelton Freitas (PR-MG).

Entre fevereiro de 2015 e maio de 2015, Maurício do Caixão “trabalhou” no gabinete de Bernardo Santana e a esposa Liliane Rocha da Cruz Magalhães no gabinete do d e p u t a d o f e d e r a l A e l t o n F r e i t a s .Um detalhe chama a atenção: quando foi nomeada, em 27 de abril de 2015, para o gabinete do deputado estadual Arnaldo Silva (PR), Liliane ainda era lotada no gabinete do deputado federal Aelton Freitas, de onde só foi exonerada em 4 de maio de 2015.

Vender votos parece ser um negócio próspero. Desde que passou a se dedicar a esse ramo, Maurício do Caixão deu um salto de qualidade em sua vida. Ele se orgulha de estar construindo um “pequeno paraíso na terra”, que é a maneira como se refere à propriedade rural onde passou a se dedicar a outra paixão: a criação de cavalos de raça. Um de seus animais foi adquirido por cerca de R$ 40 mil.

O patrimônio declarado por Maurício do Caixão à Justiça Eleitoral passou de R$ 70.000,00 nas eleições de 2012 para R$ 1.050.000,00 em 2016. Em apenas quatro anos, a casa que o vereador declarou à Justiça Eleitoral em 2012, que valia R$ 70.000,00 passou a ser avaliada em R$ 2 5 0 . 0 0 0 , 0 0 e m 2 0 1 6 .Neste ano, o mercador de votos se declarou proprietário de outro imóvel, uma casa residencial na zona rural de Manga Velha, com benfeitorias, avaliada em R$ 800.000,00

Colocada em xeque candidatura de Anastácio

O prefeito de Manga, Anastácio Guedes disputa a reeleição pressionado por inúmeras denúncias de corrupção. O promotor eleitoral Daniel Lessa Costa já se manifestou favorável à cassação do registro da candidatura dele e do seu vice, vice Maurício Magalhães de Jesus, o Maurício Cabeção.Num parecer de onze páginas o promotor reconheceu que Anastácio, “na condição de prefeito municipal, utilizou a Administração Pública com todos os recursos disponíveis, para fazer uso promocional em seu favor”, mediante a redação, d iagramação, confecção e distribuição do informativo “Minha Terra”.O informativo, editado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Manga e impresso com dinheiro público, na opinião do promotor eleitoral, foi inteiramente voltado para “louvar a sua imagem (do p re fe i t o ) como administrador público e desequilibrar o pleito eleitoral”, conduta que segundo ele representa “absoluto desprezo ao princípio da impessoalidade”.O parecer do representante do Ministério Público Eleitoral é uma resposta ao pedido de ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), ajuizada pela coligação “Manga Merece Mais”. De acordo com a coligação, “formiguinhas” contratadas por Anastácio e s t a v a m e n t r e g a n d o “ s a n t i n h o s ” , exemplares do informativo municipal “Minha

Terra”, além de informativo do deputado estadual Paulo Guedes, de casa em casa, em todos os bairros e comunidades rurais de Manga.O impresso, com 24 páginas, em papel de alta qualidade e todo em cores, contém pelo menos cinco fotografias do candidato Anastácio. O promotor eleitoral reconheceu que em todas as reportagens, o informativo “intenta unicamente louvar a figura do atual gestor”.Daniel Lessa Costa ressaltou também que o informativo passa uma imagem de Manga que não condiz com a realidade. “Muito do que foi exposto sequer condiz com a realidade do município, um dos mais pobres do país”, salientou.“Não se pode deixar de reconhecer, em face da contundente prova, a caracterização de abuso de poder político e econômico, a um só tempo”, observou o promotor eleitoral, acrescentando que “o abuso de poder malfere o princípio da isonomia entre os candidatos”, porque “os candidatos que não tiveram apoio da administração pública municipal, como o obtido por Anastácio Guedes, ficaram seriamente prejudicados”.Finalizando, Lessa Costa afirmou que “a conduta em análise fere, gravemente, até mesmo o princípio da soberania popular e do Estado, em razão de que propicia o investimento de recursos sem declaração da fonte que seja legítima”.

Formiguinhas entregavam material de campanha irregular

”Toma lá, dá cá” implica Maurício do Caixão

Maurício do Caixão poderá cair do cavalo

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12 CIDADANIA

Presídio de Montes Claros ganha 90 câmeras para vigilância interna

O Presídio Regional de Montes Claros (PRMC) vai passar a operar um circuito fechado de TV com 90 câmeras, que estão sendo instaladas na área de celas, nos setor administrativo, de triagem, ambulatório de saúde, portaria, setor de revista e muralha, essas voltadas também para a captação de imagens do entorno do presídio. O investimento é de aproximadamente R$ 160 mil provenientes da conta de penas de prestação pecuniária da Vara de Execuções Penais da comarca. Neste momento, um grupo de 10 agentes penitenciários já está sob t r e i n a m e n t o p a r a q u e p o s s a h a v e r revezamento na monitoração, 24 horas por dia. O diretor-geral do PRMC, Gilton Costa, destaca que o investimento é mais uma demonstração da importância da parceria entre o Executivo e o Judiciário para melhorar

a estrutura no sistema prisional. “Acredito que as câmeras serão muito eficazes para nos ajudar a tomar decisões em momentos de tensão, combater a entrada de materiais ilícitos, além, é claro, de garantir a segurança de presos e servidores da unidade”, avalia o diretor-geral. O juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Andersen de Quadros, diz que a aprovação do projeto do novo CFTV do presídio segue a orientação do Conselho Nacional de Justiça e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais sobre a aplicação dos recursos originados com a aplicação de penas de prestação pecuniária. “É responsabilidade da Vara de Execuções prezar pela segurança e integridade de servidores e custodiados e acredito que essas câmeras irão contribuir para garantir a disciplina e bem estar de todos dentro da unidade”, afirma.

O magistrado disse, também, que essa é apenas a primeira grande melhoria no sistema prisional de Montes Claros custeada com as penas de prestação pecuniária em Montes Claros. Ele prevê, ainda, que no próximo edital para análise de projetos seja aprovada a liberação de recursos para a instalação de um escâner corporal e outros equipamentos de segurança.As penas de prestação pecuniária, que consistem em pagamento em dinheiro, são adotadas pela Justiça Criminal como sentença condenatória em substituição à prisão ou como condição de suspensão do processo ou como transação penal. Esses valores são depositados numa conta bancária que tem como titular a Vara de Execuções Penais ou Criminais da comarca de cada localidade. Pelo menos uma vez por ano, o juiz responsável deve lançar um edital para

escolher projetos a serem custeados com recursos apresentados por entidades públicas ou privadas com finalidade social ou para atividades de caráter essencial à segurança pública, à educação e à saúde, com prevê resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na melhoria do sistema prisional a verba é usada de várias formas, entre elas a const rução de ga lpões de t raba lho, bibliotecas, salas de aula e espaço para atendimento médico e psicológico. Outras inciativas estão voltadas para a segurança e melhor ia da unidade pr is ional , como implantação de circuito interno de TV, guaritas, reformas e construção de novas celas.

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CIDADE

APLAUSOS & PAULADAS

João Figueiredo

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(38) 9 99370174

M E D I C I N A MERCANTILISTAA coluna recebeu uma denúncia de que um médico pneumologista (que adora aparecer na tv) e atende na esquina da rua Tiradentes com uma rua que homenageia um homônimo seu, costuma solicitar de s e u s p a c i e n t e s e x a m e s c o m o “espirometria” e exige que tais exames sejam feitos na sua própria clínica sob a ameaça de não dar continuidade ao tratamento caso o paciente decida fazer o exame em outra clínica. A alegação é de que as outras clínicas não possuem pneumologistas para realizar o exame. Questionado sobre o fato de que é a sua recepcionista, e não ele, quem executa o exame, teria respondido agressivamente a um paciente, just ificando que sua funcionária foi devidamente treinada, que a análise final do exame é feita por ele e que as outras clínicas não têm especialistas qualificados para esse trabalho. Com a palavra o Conselho Regional de Medicina...

PSICOPATIA NA MCTRANSOutra denúncia que a coluna recebeu foi de que um agente de trânsito da prefeitura, residente no bairro João Botelho (ou Vila Luíza), costuma curtir suas horas de folga passeando , sem un i f o rme , pe las adjacências de sua residência aplicando, dissimuladamente, notificações de multas a veículos estacionados. Ele certamente sequer se lembra das atribuições de dirigir e orientar o trânsito, inerentes a sua função (quando em serviço) e se fixa apenas na atribuição de fiscalizar (e punir); fazer isto nas horas de folga deve preencher o seu vazio íntimo, além dos cofres públicos (ou os bolsos de alguém), é claro!

INOPERÂNCIADesde que assumiu a prefeitura ninguém consegue agendar audiências com o prefe i to Zé Vicente. A associação comunitária de Planalto Rural vem tentando há mais de três meses para discutir com o prefeito, lideranças e o Superintendente Regional de Ensino, José Gomes, sobre a ampliação das instalações da Escola Municipal Mariana Santos e não consegue. Gomes já se colocou à disposição para conversar sobre o assunto. A secretária do gabinete do prefe i to , sempre que procurada, afirma que vai verificar a agenda e depois retorna. A resposta nunca vem, e este não é o único caso. Há quem diga que o agendamento só se efetiva depois que Vicente recebe a autorização do casal Muniz. Alguém precisa informar o Zé que ele deixou de ser vice e se tornou titular desde que o outro foi preso e afastado do cargo. MALANDRO DEMAIS...O slogan do prefeito afastado, em busca de reeleição, sugere aos eleitores com capacidade crítica que o “cara é bom enganador”, porém, há os que caem na sua lábia. Por outro lado, há quem avalia que o enganador se enrolou todo ao colocar o seu patrimônio em nome de “laranjas” e que poderá ter confiscadas pela justiça as suas empresas e instituições classificadas como filantrópicas (chamadas por alguns de “p i lan t róp icas” como re ferênc ia à pilantragem). Ele não ficará pobre porque certamente conseguirá manter muita coisa guardada longe dos olhos da justiça, mas sofrerá um grande desfalque nas suas posses. Como disse o Bezerra da Silva:

malandro demais vira bicho!... DEMAGOGIAMais uma denúncia recebida pela coluna dá conta de que aquele ex-vereador que foi preso pela Operação Pombo Correio da Polícia Federal, perdeu a eleição em 2008 e ainda teve seus direitos políticos cassados por corrupção por 8 anos em outro processo, vem tentando esconder a sua decadênc ia po l í t i ca aos o lhos de moradores da zona rural de Montes Claros com aquilo que sabe fazer muito bem: mentir e fazer um teatro de que ainda possui prestígio político.

DEMAGOGIA IIO dito demagogo, durante o último mês de junho, acompanhou, durante vários dias, as máquinas da prefeitura que estavam cumprindo a programação da Secretaria Municipal de Agricultura na recuperação das estradas no povoado de Lagoinha e comunidades adjacentes. Servia lanches aos funcionários que estavam executando os trabalhos e abordava os moradores beneficiados para transmitir-lhes a falsa in formação de que fora e le quem conseguira viabilizar o benefício. O objetivo fica claro para quem lhe conhece: transmitir a eleitores e candidatos às eleições municipais de outubro a ideia de que tem prestígio político e, com isso, fazer barganhas que lhe rendam dividendos financeiros de algum candidato.

CORONELISMOAssim como o decadente político citado, um jovem vereador da atual legislatura, que já posou de progressista, mas vem comendo na mão do prefeito afastado durante todo o seu mandato, usou da mesma estratégia de transmitir aos moradores da região de Lagoinha e Pentáurea que fora ele, o vereador, o responsável por enviar as máquinas para reparar as estradas daquela região. Político jovem utilizando a velha estratégia de manipulação de eleitores que

não sabem quais são as reais funções de um vereador: quando se pensa que o coronel ismo montes-c larense está morrendo ele dá mostras de que renasce a cada instante.

PACOTESAquele jornalista que já militou na esquerda e que hoje compõe a equipe que bajula (profissionalmente) o casal Muniz, há cerca de um mês, ou um pouco mais, acertou uma, isto é, fez algo que merece aplauso: escreveu um artigo conscientizando sobre a exploração comercial que está por trás do ato de os supermercados não contratarem empacotadores, o que obriga os clientes a empacotarem suas próprias compras.

CULTURAO Projeto Saberes e Valores, do Grupo de Capoeira Cordão de Ouro, vem sendo realizado com excelentes resultados. O projeto, que existe desde o início do ano de 2015, tem como parceiros o Colégio Marista São José de Montes Claros, Secretaria Municipal de Cultura, Mandato do ve reado r Edua rdo Madu re i r a , Associação Comunitária de Espigão de Cima, Assentamento Estrela do Norte e Escola Municipal Mário Tourinho. A proposta é o resgate de saberes e valores culturais, éticos e morais por crianças e adolescentes, principalmente os de comunidades carentes. Conta atualmente com cerca de 70 participantes. Este colunista se orgulha de atuar como monitor do projeto.

CULTURA IIEste colunista assumiu a função de Diretor Cultural da Associação Escolinha de Capoeira Irmã Mônica, entidade presidida pelo Mestre Tadeu, líder do Grupo de Capoeira Arundê. A atuação do Mestre Tadeu em projetos sociais à frente da associação já lhe rendeu homenagens até na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Com as bênçãos do deputado Paulo Guedes, em acordo com o reitor João Canela, tucanos continuam exercendo a maioria dos cargos na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), muitos de chefia, como o do próprio reitor.Curiosamente, várias pessoas que ocupam postos de confiança na universidade, indicadas ainda na época do PSDB, continuaram a malhar o Partido dos Trabalhadores, mesmo depois que o partido, pelo menos em tese, assumiu o governo estadual.O caso da Rádio Unimontes é inacreditável. Comandada por tucanos, simplesmente

não divulga as notícias de interesse do governo. Situação bem diferente da verificada quando o governador era do PSDB e havia uma avalanche de informes.A direção tucana da Unimontes causou uma situação inusitada durante recente paralisação dos professores. Enquanto o comando de greve negociava com o governo, o tucano reitor ignorava as mais básicas reivindicações da categoria, o que fez com que ele, junto com o próprio governador Fernando Pimentel, fosse homenageado com um enterro simbólico. A greve foi encerrada, mas o desgaste continua.

Unimontes em mãos tucanas“A quem estás carregandoIrmão das almasEmbrulhado nessa rede... É dois defuntos...Pimentel e João Canela...Que há muito tempo Atrapalham Nossa Jornada”

(Cântico fúnebre entoado na Unimontes, durante “enterro” de reitor)

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POLÍCIA

Vereador diz sofrer perseguição do comando da PM

BIG BROTHER NA PM

Sargento afirma que tem sua rotina bisbilhotada por defender desmilitarização da corporação

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Real missão da Corporação, que é de proteger o cidadão, estaria sendo desvirtuada, dando lugar a questões de cunho político

O vereador Wanderley de Oliveira, o “Lêga”, reafirmou ao Daqui o que vem denunciando há algum tempo na tribuna da Câmara Municipal: estaria sofrendo uma perseguição implacável, patrocinada pela cúpula da Polícia Militar, especialmente do coronel César Ricardo, comandante regional da PM. Essa perseguição teria se iniciado depois de o vereador se posicionar contra irregularidades praticadas pelo prefeito afastado Ruy Muniz.O vereador afirma que tudo começou quando

ele acionou policiais em serviço na rua para abordarem caminhões a serviço da prefeitura, por suspeita de irregularidades na documen-tação dos veículos. A abordagem resultou na apreensão dos veículos pela confirmação das suspeitas. Em virtude disto o coronel César Ricardo teria reagido, condenando a atitude do vereador Lêga, o que gerou um desenten-dimento entre os dois e, consequentemente, uma animosidade também entre o vereador e o tenente-coronel Ederson, comandante do 10º

Batalhão, que teria se solidarizado com César Ricardo. A partir desse fato, os comandantes teriam pro ib ido os chefes de cer imônias de anunciarem a presença do vereador em solenidades militares em Montes Claros; foi determinado também que Lêga só poderia entrar nas dependências do 10º Batalhão escoltado por um integrante da Polícia Secreta da PM, como forma de desmoralizar o vereador. Na ocasião Lêga denunciou irregularidades supostamente praticadas pelo coronel César Ricardo, tais como recebimento indevido de pagamento de diárias por serviços em que ele não teria participado diretamente, desvio de recursos destinados à reforma de um quartel e perseguição a vários policiais sob o seu comando, situação que caracteriza, inclusive, assédio moral. Essas denúncias redundaram em processos judiciais (na Justiça Militar) e administrativos, a mando do coronel, em tramitação contra o vereador Lêga. Outra denúncia é de que vereadores ligados ao prefeito afastado Ruy Muniz se aliaram ao coronel César Ricardo para defenderem os interesses do comandante e boicotarem os projetos do vereador Lêga. Ele cita o projeto que penalizaria os vereadores que abandonam o plenário antes do final das reuniões; a votação resultou em empate e o voto de desempate do presidente, vereador Marcos Nem, foi contra a penalização; assim, os vereadores podem livremente apenas se apresentar no início das reuniões e, em seguida, se ausentar para

questões particulares ou para evitar quórum de votação em projetos que não sejam do interesse do prefeito afastado.O vereador Lêga falou também do crescimento vertiginoso da criminalidade em Montes Claros nos últimos meses, enquanto o comando da PM está preocupado apenas em se envolver em questões políticas, inclusive, tentando criar mecanismos para dificultar a sua campanha à reeleição de vereador e sempre investindo na defesa dos interesses do prefeito afastado. Procurado pelo Daqui, o comando da PM não se manifestou a respeito

Ruy Muniz ao lados dos coronéis Éderson e César Ricardo

Foto: Internet

Tensão entre vereador e comandantes virou bola de neve

O sargento aposentado da Polícia Militar, Paulo Santos, residente em Montes Claros, afirma que vem sofrendo perseguições do serviço secreto da corporação há mais de 20 anos por defender a desmilitari-zação.Tudo começou, segundo Santos, em 1975, quando ele se candidatou à presidência da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, principal entidade representante

dos praças , e defendeu publica-mente a desmilitarização da PM. Ele teria sofrido uma campanha interna contra a sua candidatura, o que lhe impediu a eleição. Depois disso, conta, tem sofrido ferrenha perseguição dos seus superiores.Santos alega que desde que manifestou suas ideias vem sendo acompanhando diuturnamente pelo serviço secreto da PM que faz escutas ilegais dos seus telefones e “hackeia” seus computadores (e-mails e suas atividades em redes sociais), violam suas correspon-dências, seguem-no quando em deslocamento em suas atividades diárias e acompanham sua rotina com uso de tecnologias capazes de obterem imagens e áudios de sua privacidade, ou seja, da intimidade do seu lar, além de promoverem intrigas com seus vizinhos e colegas de profissão.O objetivo de tal perseguição, segundo o policial Santos, seria para provocar-lhe uma “tempes-tade mental”, isto é, levá-lo a um

colapso psicológico para que ele caia no descrédito, tanto no meio policial como no meio civil, e para que suas ideias de desmilitari-zação da PM não proliferem. “Se eu surtar, ninguém vai acreditar em mim e é justamente isso que eles querem!”, revela, convicto de que

de fato é alvo de uma espionagem implacável nos moldes de um filme hollywoodiano. A reportagem entrou em contato com o comando da PM em Montes Claros, mas não houve retorno a respeito das denúncias.

Para o policial aposentado, a desmilitarização diminuiria a violência

Posição do policial não agrada comando

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Pedalando em Montes ClarosEvento para estimular a prática do ciclismo entre as mulheres, IV Garotas da Bike ocorreu dia 18 de setembro e movimentou Montes Claros

- Christiane Gonçalves foi uma das meninas conquistadas pelo grupo. “Ouvia pessoas f a l a rem da peda lada com g rande entusiasmo e isto foi me contagiando. Quando vi, estava lá”, conta ela. “O grupo é como uma família. Ninguém está ali por uma competição, mas sim pelo objetivo de curtir uma boa pedalada e os lugares visitados. A bicicleta é saúde, representa uma vida melhor, com boa forma e menos estresse. O

mais legal é o entrosamento que ela permite com pessoas de vários tipos, ideias e experiências de vida que eu nunca mais esquecerei. Acredito que chegarei aos 60 anos pedalando com essa turma, que é pura animação”, projeta.Maria Tereza também comemora esse entrosamento. “O grupo ajudou a me manter no pedal, a começar pelo simples fato de ser composto por mulheres muito dispostas e

determinadas a pedalar, promovendo passeios diferentes a lugares incríveis. Dessa forma, a amizade construída entre as integrantes nos faz querer estar sempre juntas no pedal”, diz.Despertar para a bicicleta traz as meninas para o pedal não só em busca de diversão. Simone conta: “muitas começam a utilizar a bicicleta como forma de lazer e acabam a utilizando também como meio de transporte. Um exemplo de estratégia de melhoria na mobilidade urbana é a adotada na cidade de Janaúba, que possui uma ciclovia separada por canteiro, o que impede os motoristas de estacionarem no local destinado aos cicl istas. Na cidade, a maioria dos trabalhadores utiliza a bicicleta para se deslocar ao trabalho, pois os comércios oferecem estacionamento próprio para as magrelas, e as ruas são planas e largas”. Jaqueline Affini, supervisora pedagógica, residente em Janaúba, é outro exemplo. Ela e seu marido, o empresário Bruno Affini Lefone, utilizam a bike no dia a dia. “A bicicleta representa sustentabilidade, liberdade e felicidade. É um meio de t ranspor te econômico, saudáve l e

sustentável. Representa a possibilidade de se locomover sem poluir o meio ambiente, tendo a liberdade de não ficar preso no trânsito e encontrando a felicidade nas coisas simples da vida”, diz Jaqueline.Simone finaliza dizendo que o grupo torna as mulheres mais unidas e fortalecidas. “O mais importante é a oportunidade de conhecer pessoas, fazer parte de um grupo e a vontade de ver mais e mais mulheres pedalando também, pois quando nos sentimos bem fazendo algo, queremos que mais pessoas também experimentem a mesma sensação que nós. O fato de pedalarmos juntas permite dividirmos experiências, dificuldades e assuntos femininos. É um verdadeiro Clube da Luluzinha. Juntas, somos mais fortes. E, claro, sem nunca esquecer da bicicleta, que representa uma das minhas fontes de lazer, alegria, inspiração para a vida. É meu hobby favorito, um elo de ligação entre as pessoas. Ao mesmo tempo um veículo e um brinquedo, um equipamento e parte de mim”, revela.

Interatividade e qualidade de vida

Os grupos de pedal geram um interesse natural pela bicicleta, sendo uma das formas mais efetivas de incentivo ao pedal. Ainda mais especial quando se trata de um grupo apenas feminino, como lembra a educador física e bombeira militar Simone Pereira Reis. “Muitas mulheres têm uma jornada diária atribuída de várias tarefas. São mães, donas de casa e ainda trabalham fora, então, não sobra tempo para praticar esportes. Seria bom se mais grupos específicos para mulheres fossem criados, assim como projetos, passeios e campanhas de conscientização”.Outro pedido delas é o incentivo por parte dos familiares e amigos. “Os homens que já pedalam deviam apoiar e incentivar as m u l h e r e s , c o m p a r t i l h a n d o s u a experiência no pedal”, diz a técnica em enfermagem Josiane Pereira dos Reis, irmã de Simone. A secretária Christiane Gonçalves fo i uma das meninas conquistadas pelo grupo. Ela também cobra incentivo. “Nossa motivação seria ainda maior se o marido, namorado, amigos e familiares fossem juntos

pedalar”, acredita.Simone é adepta dos esportes desde criança. A bicicleta facilmente entrou em sua rotina. “Utilizava a bicicleta como meio de transporte e lazer. Comecei a pedalar mais durante a faculdade, a convite de colegas. Então, iniciei nas trilhas e já na primeira me apaixonei e não parei mais”, revela. Segundo Simone, o contato próximo à natureza, ter a companhia de outras pessoas e o fato de estar em movimento a faz sentir mais viva. “Nesse momento, damos mais valor a coisas que realmente importam, como nossa espiritualidade, nossa família, saúde e amigos. Essa foi a motivação para que eu sempre pedalasse”, diz.Sempre na bicicleta, logo Simone virou referência para pessoas do seu convívio, como Josiane. “”Eu não gostava de pedalar e falava para a Simone como ela tinha coragem de acordar cedo só para andar de bike, pegar sol e chegar em casa morta de cansada. Isso até eu fazer minha primeira trilha e ver que meus limites foram superados. Foi muito gratificante completar 40 km”, lembra. A

inspiração para Josiane experimentar a bicicleta, claro, veio da irmã. “Minha maior inspiração foi ver a Simone participar de uma corrida de MTB sozinha, competindo no meio dos homens. Agora fazemos mui tas t r i lhas juntas, t re inamos, competimos e nos ajudamos. Hoje, a bicicleta faz parte da minha vida. Ela é m i n h a fi e l c o m p a n h e i r a . Q u e r o envelhecer pedalando”, fala Josiane.Grupos femininos - Além da família Reis, muitas outras meninas estão pedalando em Montes Claros e em toda a região norte de Minas Gerais. A educadora física Maria Tereza Guimarães Teixeira, por exemplo, diz que os esportes de aventura sempre despertaram sua curiosidade e desejo por praticá-los. “Logo o mountain bike começou a despontar em nossa região como um esporte cada vez mais praticado e vi muitos amigos e amigas peda lando , conhecendo lugares maravilhosos em passeios ciclísticos. Isso me estimulou a adquirir uma bike e também praticar MTB. A bicicleta passou a representar bem-estar, vida saudável e liberdade”, comenta Maria Tereza.Passeios urbanos ou em trilhas são cada vez mais frequentes nos finais de semana e feriados. Dentre os vários grupos de

pedal existentes na região, Simone, Josiane e Maria Tereza participam do Grupo Feminino Garotas de Bike. Mas elas promovem a integração com grupos de pedal feminino das cidades vizinhas, como o Vibe Pedal, de Januária, Bike Girls, de Salinas e MTBPira, de Pirapora.Quando há o apoio do companheiro, a mulher se sente mais confiante para subir na bicicleta e desfrutar dos seus benefícios. Foi o que aconteceu com a atendente de telemarketing Danieli da Silva Meira. “Minha motivação para pedalar veio do meu noivo, que está sempre me incentivando. Nós nos divertimos muito e isso também ajuda na nossa saúde”, diz. Mas ela relembra outro ponto que deveria melhorar para que mais mulheres optem pela bicicleta: “precisamos de mais segurança nas ciclovias e bicicletas e equipamentos mais baratos”, cobra. Maria Tereza também considera que o governo deveria incentivar e divulgar mais o uso da bicicleta: “além de infraestrutura, os órgãos públicos poderiam promover mais eventos que destaquem a prática do ciclismo, seja como esporte ou como forma de buscar melhor qualidade de vida e saúde”.

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Criação: Decreto nº 44.204, de 10 de janeiro de 2004.

Área: 7.000 hectares

Descrição: A criação do Parque Estadual da Lapa Grande teve como o b j e t i v o s p r o t e g e r e conservar o complexo de grutas e abrigos da Lapa Grande. A região abriga os principais mananciais de fornecimento de água para a comunidade de Montes Claros e dos municípios vizinhos.

Mistérios e encantos do Parque da Lapa Grande

16 TURISMO

Turismo, pesquisa e ecologia são alguns dos atrativos do Parque

Morcegos, cavernas e pinturas rupestres - tem um pouco de tudo no Parque Estadual da Lapa Grande, em Montes Claros. O parque recebe turistas atraídos pela natureza exuberante e os vestígios de antigas civilizações, e também estudantes e pesquisadores interessados em conhecer e preservar o rico ecossistema local.

Parque Estadual da Lapa Grande

O parque está inserido na região de ocorrência de cerrado, ecossistema predominante em Minas Gerais. Localiza-se dentro da cidade de Montes Claros.A administração é feita em conjunto com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), como já ocorre no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, que abriga os mananciais responsáveis pelo abastecimento de água do Município de Montes Claros.

Sede administrativa:IEF - Escritório Regional NorteEndereço: José Corrêa Machado, s/n - Bairro Ibituruna, Montes Claros/MG, CEP 3224-7500Telefone: (38) 32247550 e-mail: [email protected]