Dark tourism

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O conceito, evolução e novas tendências Universidade de Aveiro Universidade de Aveiro Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial Industrial Mercados e Produtos em Turismo Mercados e Produtos em Turismo 2009/2010 2009/2010

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Um estudo sobre o turismo negro / dark tourism

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O conceito, evolução e novas tendências

Universidade de AveiroUniversidade de AveiroDepartamento de Economia, Gestão e Engenharia IndustrialDepartamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial

Mercados e Produtos em TurismoMercados e Produtos em Turismo2009/20102009/2010

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Questionário aplicado a agências de viagens e operadores turísticos;

Abordagem da procura e oferta; Estudos de caso: Auschwitz e Favela da

Rocinha; Tendências futuras do dark-tourism.

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Resultados: A maior parte das agências dizem que vendem

viagens para destinos de turismo negro, sendo que apenas ¼ dos inquiridos diz que não.

Os destinos convencionais que predominam nas vendas.

Ao nível dos destinos de dark tourism mais vendidos surgem em destaque Chernobyl, Auschwitz e a favela da Rosinha.

Os turistas são essencialmente adultos/casados e apresentam motivações históricas, culturais e sociais variadas.

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• A oferta de atracções enquadradas no dark tourism está a aumentar;

• A isso contribuiu a afluência crescente a locais simbólicos, incentivada pelo:

• Desapego ao lar e à família;• O aumento da mobilidade e rendimento disponível (McCanell,

1976, citado por Yuill, 2003, p.15).• A saturação dos tradicionais destinos turísticos e das

modalidades praticadas;• O surgimento de um período de racionalização e

aperfeiçoamento pessoal, marcado pela necessidade de viver experiências mais autênticas e pegagógicas, assentes no contacto com outras culturas e na actividade sustentável (Munt, 1994, Lennon and Foley, 2000, Light 2000 citados por Yuill, 2003, pp.16 -17).

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• O sucesso do número de visitantes em locais históricos, que associam a vertente educacional ao turismo negro, fez com que se percebesse o potencial que muitas atracções (Holoway & Taylor, 2006, p. 262).

• O Panteão Nacional;• O túnel de Paris onde a Princesa Diana teve o acidente que a

vitimou;• A casa de Kurt Cobain, vocalista do grupo Nirvana que se suicidou;• Cemitérios com os corpos dos soldados mortos nas grandes guerras;• O monumento de homenagem às vítimas da queda da ponte de

Entre-os-Rios.

Resultado: Crescimento de formas alternativas de turismo, nomeadamente o dark tourism

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Auschwitz: complexo formado por um conjunto de três campos de concentração, centros de experiências médicas e de extremínio, construído em 1940;

Com o fim da II Guerra Mundial foi transformado num museu, o qual é gerido por um corpo estruturado e organizado por departamentos

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• O departamento de preservação e restauração integra uma equipa responsável pela monitorização, planeamento e realização dos trabalhos de conservação do espaço.

• É constituída por um conjunto de especialistas altamente qualificados na preservação e especializados nas áreas mais técnicas.

• Ao seu dispôr têm uma das oficinas de conservação mais avançadas a nível mundial.

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Os custos de manutenção deste campo são bastante elevados, ultrapassando as receitas geradas pelos visitantes;

A Fundação Auschwitz-Birkenau é responsável

por uma pequena contribuição para ajudar nos

custos;

O Ministério da Cultura e do Património Nacional

alemão cobre as restantes despesas;

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A afluência ao espaço tem tido uma evolução irregular em termos anuais;

Verifica-se uma tendência de crescimento desde 2000, sendo que a partir de 2005 verificou-se um boom de visitantes.

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Gráfico 1 – Evolução anual do número de visitantes do campo de Auschwitz no período 1959-2009

Fonte: Auschwitz 2010c

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AtracçãoAtracção Nº de visitantes/por anoNº de visitantes/por ano

Auschwitz-Birkenau (Polónia)Auschwitz-Birkenau (Polónia) 750.000

Dachau (Alemanha)Dachau (Alemanha) 900.000

Majdanek (Polónia)Majdanek (Polónia) 300.000

Prisão de Alcatraz (EUA)Prisão de Alcatraz (EUA) 1.3 milhões

Túmulo de Elvis Presley (EUA)Túmulo de Elvis Presley (EUA) 600.000

Cemitério de Père-Lachaise Cemitério de Père-Lachaise (França)(França)

2 milhões

Casa de Anne Frank (Holanda)Casa de Anne Frank (Holanda) 822.700 (em 1998)

Museu Marítimo Nacional Museu Marítimo Nacional (Inglaterra)(Inglaterra)

720.000 (1994, com exposição sobre Titanic)

Fonte: Elaboração própria

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Motivações: Motivações: Factores push and pull, património, história, a culpa, a

curiosidade, morte, nostalgia, lembrança, artefactos, locais de sacralização (Yuill, 2003);

Pós-modernismo: as gerações dependentes dos media têm dificuldade em separar a realidade e, por isso, sentem satisfação com a simulação e a repetição de acontecimentos outrora ocorridos (Yuill, 2003);

Valores culturais e o Holocausto: nos EUA a história do Holocausto é reformulada com o intuito de ensinar os valores americanos, como o pluralismo, a democracia, a contenção do governo, o direito inalienável dos indivíduo e a incapacidade do governo para celebrar a liberdade de religião (Gourevitch, 1993);

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Motivações: Motivações: Identidade e herança: é comuns as pessoas envolvidas

em determinada morte /desastre regressarem ao local do evento (p.e. veteranos de guerra , sobreviventes, descendentes e amigos das vítimas e dos sobreviventes);

Estes podem também visitar os locais representativos desses acontecimentos, tais como museus ou reconstituições. Outra motivação relacionado com estes indivíduos é honrar aqueles que não conseguiram voltar para casa (Yuill, 2003);

Os outros interessados nestas práticas podem estar simplesmente interessados na históriahistória ou na procura por novidadenovidade, mudança de rotina, escape, emoção, aventura e a redução do tédio sentido (Yuill, 2003).

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• Grief tourism: Grief tourism: • Acto de viajar para um local que proporcione um

cenário de uma tragédia ou desastre (Jamal & Robinson, 2009, p. 526).

• Locais relativos a holocaustos, guerras civis, desastres naturais, etc.

• Doomsday tourism:Doomsday tourism:• Está associada à visita de locais que com o

aquecimento global tenderão a desaparecer no futuro (Kendle, s.d.).

• Ilhas dos Galápagos, Antárctida, Grande Barreira de Corais na Austrália, Ilhas das Maldivas e Tuvalu e o pico do Monte Kilimanjaro;

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Suicide tourism:Suicide tourism: Recente; Polémico; Suicídio polémico; Suiça;

Suícídio de Miséria:Suícídio de Miséria: Consiste, de uma forma geral, em visitas a lugares

[…] que apresentam problemas sociais, situações de miséria, violência, pobreza, entre outros ( Mesquita, 2002: p.10).

Variante: Turismo de Favela. Segmento em expansão. Favela da Rocinha

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Disaster tourism:Disaster tourism: Turismo de Realidade/Turismo de Sofrimento; Visitas a locais que sofreram algum fenómeno

natural Fluxo turístico em destinos pós-catástrofes; Nova Orleães - Katrina;

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Existe um interesse mórbido das pessoas por tragédias e desastres, interesse esse que é a base do dark tourism;

A lembrança é feita para educar a sociedade para que esses eventos não se repitam;

A sociedade tem a obrigação ética de educar os visitantes;

Exemplos como Hiroshima, Saigon ou os conflitos em Singapura: parte da tarifa turística como um aviso de que o quê está a ser representado não deve voltar a acontecer;

A história é para alguém.

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Proporcionar uma visita autêntica, dando-lhe a oportunidade de participar em simulações;

O visitante deixa assim de ter uma participação passiva na visita e passa a assumir o papel de co-produtor da mesma.

Surgimento de novos temas associados ao dark tourism (p.e. Turismo cronológico em Montevideu no Uruguai);

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Proporcionar uma experiencia educacional, que cultive valores cívicos nos turistas;

A encenação: Realização do último percurso que a Princesa

Diana realizou, num carro idêntico; Visitas aos locais frequentados por criminosos,

etc.

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Auschwitz-Birkenau Auschwitz-Birkenau Favela, Rio de JaneiroFavela, Rio de Janeiro

Prisão de AlcatrazPrisão de Alcatraz Nova Orleães, Nova Orleães, Furacão KatrinaFuracão Katrina

Gabriela Benedeti, nº mec. 52137Gabriela Benedeti, nº mec. 52137Helena Dias, nº mec. 42470Helena Dias, nº mec. 42470Liliana Freitas, nº mec. 42011 Liliana Freitas, nº mec. 42011