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Das estradas para a capital Ano 22 - Edição 142 Maio 2012 Revista Brasileira do Aço E haja paciência! Depois de transportar cargas de todos os tipos, encarando horas (ou dias) pelas rodovias precárias da maioria das estradas brasileiras (sobretudo as federais), os caminhoneiros ainda têm que enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades para alcançar o destino final – seja para carregar ou descarregar o caminhão. O conglomerado “natu- ral” de motos, carros e caminhões em um tráfego parado e motoristas estressados... A conta disso tudo: o tempo perdi- do e o risco eminente de acidentes e assaltos. Só na Marginal Tietê (uma das principais vias de São Paulo) circulam cerca de 350 mil automóveis por dia, sendo 239 mil carros, 75 caminhões e 36 motos – são 1,2 milhão de viagens por dia. Dentro de um panorama complexo que envolve a logística do País, o trânsito de São Paulo tornou-se outro sério problema. A solução encontrada pela Prefeitura da cidade foi restringir a passagem de veículos de carga em algumas ruas e avenidas do município. A lista completa da restrição e horários está no site da CET - www.cetsp.com.br. Os distribuidores do aço, em especial aqueles que estão localizados na Zona Leste (Ipiranga, Mooca, Vila Prudente, Vila Formosa, Tatuapé, Pari etc), sem dúvida, sentiram rapi- damente os reflexos desta medida, e entendem que é pre- ciso estabelecer um plano melhor elaborado. “Deixaram de olhar para as necessidades de cada empresa e, ao tentar mi- nimizar um problema, criaram um novo”, comentou Marcelo Bock, diretor da Dova SA. “Ao fazer uma proibição é preciso criar uma solução alternativa para que outro ‘buraco’ não seja aberto. O transporte de mercadorias é nossa principal atividade, afinal somos distribuidores”, concluiu. O supervisor de logística da Mangels Industrial SA, Ro- gério Salina, não é a favor do rodízio de caminhões, pois pre- judica diretamente o setor. “Antes a logística era livre, e agora se torna imprescindível uma programação perfeita de horá- rios. Eu carrego o caminhão e depois estaciono onde? Afinal, eles não podem circular para não causar o transtorno em vias públicas de São Paulo”, comentou. “Acredito que alargar e ampliar as ruas e avenidas, aumentar o rodízio de veículos de passeio e o uso de farol inteligente também ajudariam a melhorar o trânsito”, sugeriu. Resolver o problema do trânsito em São Paulo sem atingir diretamente o tráfego de caminhões? “Não vejo possibilidade de tal ordem”, declarou o professor do curso de engenharia civil da FEI - Fundação Educacional Inacia- na –, Creso de Franco Peixoto. “A restrição de caminhões não resolve os problemas de trânsito de São Paulo, tende a melhorar a fluidez, aumentando a velocidade muito re- duzida nos horários de pico”, completou. Para que os distribuidores de aço (entre outros segmen- tos) não sejam prejudicados, Peixoto acredita que é neces- sário haver uma implantação de ferroanel integrado para facilitar o deslocamento de carga; completar o rodoanel; construir no mínimo 200 quilômetros de metrô; bloquear o rodoanel para viagens curtas (difícil, mas necessário, pois o trecho Oeste já está saturado); pensar na viabilidade de com- plementar o hidroanel no formato ferradura em São Paulo para turismo, transporte de passageiros e carga. Sindisider presente Nos últimos meses, o Sindisider se fez representar no “Grupo de estudos” de análise dos impactos ocorri- dos com a restrição de circulação de caminhões. Neste período foi possível, além do adiamento da vigência da portaria para 05 de março, ampliar o horário permitido para a circulação, passando das 6 horas inicialmente previstas, para 8 horas, das 9h às 17h. O Sindisider esteve presente nos processos para li- beração, em caráter de exceção, para o retorno dos ca- minhões ao estacionamento das empresas localizadas nas zonas de restrições. Esgotado o prazo, a entidade ingressou com a “ação” – Mandado de Segurança com pedido de Liminar, em 28 de março de 2012. Após despacho com esclarecimentos junto ao Juiz da 14º vara da Justiça da Fazenda Estadual de São Paulo, o Sindisider obteve o recebimento da ação, mas até que se esclareçam alguns itens relativos ao efetivo cadastra- mento dos caminhões, a liminar não foi concedida. O sindicato participou no dia 19 de abril da “audiên- cia pública” na Secretaria de Transportes, na qual foi apre- ciado o ofício do Sindisider encaminhado em dezembro de 2011. O ofício foi indeferido, visto que a liberação de retorno dos caminhões ao estacionamento da empresa será feita ‘empresa por empresa’ após análise do DSV/CET das condições de acesso de seus veículos e respondidos em seguida. Foi “justificada” a demora nas respostas de- vido à falta de profissionais no DSV. Em caráter excepcio- nal foi aberto um canal de contato com o responsável no DSV/CET para agilizar essas respostas: (11) 3030-2337. Na edição passada, apresentamos alguns problemas do transporte nacional em uma visão macro, mas que, quando afunilada, apresentam quadros ainda mais desastrosos. A capital de São Paulo é um exemplo perfeito sobre o drama vivido por quem depende ou trabalha com logística de transporte

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Das estradas para a capital

Ano 22 - Edição 142Maio 2012

Revista Brasileira do Aço

E haja paciência! Depois de transportar cargas de todos os tipos, encarando horas (ou dias) pelas rodovias precárias da maioria das estradas brasileiras (sobretudo as federais), os caminhoneiros ainda têm que enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades para alcançar o destino final – seja para carregar ou descarregar o caminhão. O conglomerado “natu-ral” de motos, carros e caminhões em um tráfego parado e motoristas estressados... A conta disso tudo: o tempo perdi-do e o risco eminente de acidentes e assaltos. Só na Marginal Tietê (uma das principais vias de São Paulo) circulam cerca de 350 mil automóveis por dia, sendo 239 mil carros, 75 caminhões e 36 motos – são 1,2 milhão de viagens por dia. Dentro de um panorama complexo que envolve a logística do País, o trânsito de São Paulo tornou-se outro sério problema. A solução encontrada pela Prefeitura da cidade foi restringir a passagem de veículos de carga em algumas ruas e avenidas do município. A lista completa da restrição e horários está no site da CET - www.cetsp.com.br. Os distribuidores do aço, em especial aqueles que estão localizados na Zona Leste (Ipiranga, Mooca, Vila Prudente, Vila Formosa, Tatuapé, Pari etc), sem dúvida, sentiram rapi-damente os reflexos desta medida, e entendem que é pre-ciso estabelecer um plano melhor elaborado. “Deixaram de olhar para as necessidades de cada empresa e, ao tentar mi-nimizar um problema, criaram um novo”, comentou Marcelo Bock, diretor da Dova SA. “Ao fazer uma proibição é preciso criar uma solução alternativa para que outro ‘buraco’ não seja aberto. O transporte de mercadorias é nossa principal atividade, afinal somos distribuidores”, concluiu. O supervisor de logística da Mangels Industrial SA, Ro-gério Salina, não é a favor do rodízio de caminhões, pois pre-judica diretamente o setor. “Antes a logística era livre, e agora se torna imprescindível uma programação perfeita de horá-rios. Eu carrego o caminhão e depois estaciono onde? Afinal, eles não podem circular para não causar o transtorno em vias públicas de São Paulo”, comentou. “Acredito que alargar e ampliar as ruas e avenidas, aumentar o rodízio de veículos de passeio e o uso de farol inteligente também ajudariam a melhorar o trânsito”, sugeriu. Resolver o problema do trânsito em São Paulo sem atingir diretamente o tráfego de caminhões? “Não vejo possibilidade de tal ordem”, declarou o professor do curso de engenharia civil da FEI - Fundação Educacional Inacia-na –, Creso de Franco Peixoto. “A restrição de caminhões não resolve os problemas de trânsito de São Paulo, tende

a melhorar a fluidez, aumentando a velocidade muito re-duzida nos horários de pico”, completou. Para que os distribuidores de aço (entre outros segmen-tos) não sejam prejudicados, Peixoto acredita que é neces-sário haver uma implantação de ferroanel integrado para facilitar o deslocamento de carga; completar o rodoanel; construir no mínimo 200 quilômetros de metrô; bloquear o rodoanel para viagens curtas (difícil, mas necessário, pois o trecho Oeste já está saturado); pensar na viabilidade de com-plementar o hidroanel no formato ferradura em São Paulo para turismo, transporte de passageiros e carga.

Sindisider presente Nos últimos meses, o Sindisider se fez representar no “Grupo de estudos” de análise dos impactos ocorri-dos com a restrição de circulação de caminhões. Neste período foi possível, além do adiamento da vigência da portaria para 05 de março, ampliar o horário permitido para a circulação, passando das 6 horas inicialmente previstas, para 8 horas, das 9h às 17h. O Sindisider esteve presente nos processos para li-beração, em caráter de exceção, para o retorno dos ca-minhões ao estacionamento das empresas localizadas nas zonas de restrições. Esgotado o prazo, a entidade ingressou com a “ação” – Mandado de Segurança com pedido de Liminar, em 28 de março de 2012. Após despacho com esclarecimentos junto ao Juiz da 14º vara da Justiça da Fazenda Estadual de São Paulo, o Sindisider obteve o recebimento da ação, mas até que se esclareçam alguns itens relativos ao efetivo cadastra-mento dos caminhões, a liminar não foi concedida. O sindicato participou no dia 19 de abril da “audiên-cia pública” na Secretaria de Transportes, na qual foi apre-ciado o ofício do Sindisider encaminhado em dezembro de 2011. O ofício foi indeferido, visto que a liberação de retorno dos caminhões ao estacionamento da empresa será feita ‘empresa por empresa’ após análise do DSV/CET das condições de acesso de seus veículos e respondidos em seguida. Foi “justificada” a demora nas respostas de-vido à falta de profissionais no DSV. Em caráter excepcio-nal foi aberto um canal de contato com o responsável no DSV/CET para agilizar essas respostas: (11) 3030-2337.

Na edição passada, apresentamos alguns problemas do transporte nacional em uma visão macro, mas que, quando afunilada, apresentam quadros ainda mais desastrosos. A capital de São Paulo é um exemplo perfeito sobre o drama vivido por quem depende ou trabalha com logística de transporte

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apresentam

Traga a sua marca para este eventoUma exposição aprovada na Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal

Mais informações:ICEMA - Instituto Cultural e Educacional Museu do Aço

(5511) 2272-2121 / [email protected]

Christiano da Cunha Freire – Frefer Metal Plus

Divulgação

Ponto de vista

2 | Ponto de vista

PresidenteCarlos Jorge LoureiroVice-presidenteJosé Eustáquio de LimaDiretor administrativo e financeiroMiguel Jorge LocatelliDiretor para assuntos extraordináriosHeuler de Almeida

Conselho DiretorAlberto Piñera Graña, Carlos Henrique,Stella Rotella, Philippe Jean Marie Ormancey,Ronei Kilzer Gomes, Newton Roberto LongoSuperintendenteGilson Santos BertozzoConselheiro EditorialOberdan Neves Oliveira

Expediente

11 2272-2121 [email protected] Isis Moretti (Mtb 36.471) [email protected]ária de Redação Danielle SchiavoProjeto gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.brImpressão PigmaDistribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Diretoria Executiva Revista Brasileira do Aço

O setor de distribuição de aço está em um mo-mento difícil. Trabalhamos com uma margem baixa de lucro e uma competição muito acirrada por parte dos coligados das usinas; é um mercado que, se anali-sar o consumo de aço, está estagnado desde 2007.

Quando você olha, choca! As pessoas pensam que este é um setor vibrante, que cres-ce a um ritmo chinês... Mas é preciso entender que há dois Bra-sis: o industrial (que mais se parece com a Europa) e o de consu-mo (equivalente à China). Então, nosso País tem se tornado um “shopping center”, onde o poder aquisitivo aumentou e lojas em todos os segmentos estão sempre lotadas. O consumo por aqui está em alta, mas não somos nós que estamos produzin-do... A indústria nacional perdeu espaço para as importações. Saímos da condição de exportador de aço, para impor-tador. Deixamos de exportar 2 milhões de toneladas, para importar 2 milhões de toneladas de produtos contendo aço. Isso ajuda a entender o espaço que a indústria perdeu. E é neste ponto que nós, distribuidores do aço, estamos. Como mostra os dados fornecidos pelo Sindisider, em 2007 foram comercializadas 11,819 milhões de toneladas de aço. Quatro anos depois, o consumo aparente foi de 11,847 milhões. Aonde tivemos aumento? Apenas se manteve

e isso é decepcionante, pois estamos falando de quatro anos de investimentos. As importações aumentaram drasticamente e as expor-tações não acompanharam este crescimento, então, qual é o empresário que arriscará um investimento? Para deixar o cenário ainda mais tenso, existem as notícias de desindus-trialização por aqui e a crise Europeia... Se a nossa econo-mia industrial estivesse ‘bombando’, até ignoraríamos esse fato. Mas, como o PIB industrial foi zero no ano passado, será que está contaminando? O Brasil cresceu 3,5% e a in-dústria cresceu 0%, contra aumento de 10% em 2010. É o fim do mundo? Não. Eu acredito que teremos notí-cias positivas daqui pra frente, com a Resolução 72 (que aca-ba com a Guerra Fiscal nos Portos) e com a taxação do ICMS para 4%. Esta atitude do Governo é importante para comba-ter a assimetria que estamos vivendo. A Presidente Dilma sentiu na pele essa desaceleração da economia e está apertando os botões certos. O primeiro foi segurar os importados (isso resolve o problema da indústria temporariamente). Outro ponto é abaixar os juros, e assim está fazendo. O terceiro, e mais difícil, é diminuir a carga tributária. 2012 será um ano frio, mas estou otimista para 2013. Teremos um setor mais profissionalizado, a distribuição e vendas das coligadas tende a crescer. Hoje, 55% das distri-buições são feitas por coligadas e 45% por empresas inde-pendentes. Eu diria que esse número aumentará entre 60 e 65% das vendas coligadas, sobrando para os independentes de 35 a 40 % das vendas.

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As compras de aços planos avançaram em março, 10,9% quando comparadas ao mês anterior, atingindo o volume de 389,8 mil toneladas. Frente ao mesmo período do ano passado, as compras recuaram 16,9% (468,9 mil toneladas). Quanto às vendas, o mês de março registrou aumento de 10,4% em relação a fevereiro, com volume total de 379,3 mil toneladas. Porém, quando comparadas a março de 2011, as vendas da rede associada também apresentaram recuo de 0,9%. Apesar do crescimento na compra e venda de aço pelos distribuidores ante o mês anterior, os estoques de março registraram leve alta de 1% em seus volumes, atingindo o montante de 1016,4 mil toneladas. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior (1192,2 mil toneladas), o armazenamento recuou 14,7%. Com isso, o giro dos estoques também caiu, para 2,7 meses. Para abril, nossas estimativas são de queda, da ordem de 10%, tanto para compra quanto para venda.

PRODUÇÃO MUNDIALFEVEREIRO

2012 2011 Var.%

121.146 118.133 2,6%

PRODUÇÃO AMÉRICA LATINAFEVEREIRO

2012 2011 Var.%

5.631 5.282 6,6%

PRODUÇÃO BRASILMARÇO

2012 2011 Var.%

3.105 3.038 2,2%

3 Prod

utos:

LCG,

BQ,

BF,

CZ, C

PP, C

AZ e

EGV.

1 Incluem importações informadas pelos associados2 Incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição

Estatisticas | 3

Estatísticas

Compra e venda de aços planos avançam 10% em março

Por Oberdan Neves Oliveira

Unid:1000 ton.

PANORÂMICADO AÇO

DESEMPENHODOS ASSOCIADOS

ESTOQUE1

MARÇO

2012 2011 Var.%

1.016,4 1.192,2 -14,7%

COMPRAS2

MARÇO

2012 2011 Var.%

389,8 468,9 -16,9%

VENDAS1

MARÇO

2012 2011 Var.%

379,3 382,9 -0,9%

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Realidade

Os custos com energia no País estão altos. ‘Dona’ de uma relação estreita e direta com o comportamento da economia, é utilizada por todos os segmentos da sociedade, sobretudo, no industrial. Este, por sua vez, sofre com os valores cobrados pelas prestadoras, fator que agrega na perda de competitividade. O sistema de distribuição de energia elétrica – supervi-sionado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – é operado por 63 concessionárias, entre as quais nove es-tão no Norte, 11 no Nordeste, cinco no Centro Oeste, 21 no Sudeste e 17 no Sul. E lá vem de novo o “bicho papão” dos empresários: na hora de pagar essa conta, o alto preço do imposto também se sobressai neste serviço. Nos últimos meses, o recuo da atividade industrial na economia freou bruscamente todo crescimento do País, que ficou em 2,7%. A conta de energia chega a representar mais de 50% do que algumas indústrias gastam para produzir. De acordo com Abrace – Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Li-vres –, a arrecadação com encargos quadriplicou em dez anos e, em 2012, será quatro vezes maior. Em 2002, os impostos ge-raram R$ 4,9 bilhões em receita ao Governo. Em 2010 e 2009, foram recolhidos, respectivamente, R$ 17 bilhões e R$ 13 bi-lhões, seguidos por R$ 17,8 bilhões em 2011. A estimativa para este ano é de R$ 19,2 bilhões. Hoje, a tarifa paga pela indústria no Brasil é 194% maior que há dez anos e este encarecimento se concentrou nos primeiros seis anos, de 2001 a 2006, quando as tarifas subiram 163% devido o setor ter perdido o subsídio que mantinha preços mais baixos que o segmento residencial. Além disso, houve recomposição de perdas das distri-buidoras decorrentes do apagão de 2001.

Redução de impostos Segundo a Abrace, os altos impostos não se justificam. “A maior parte da matriz elétrica brasileira é composta de hidrelétricas, um dos

formatos mais baratos (e de me-nor impacto ambiental) de ge-ração de eletricidade em grande escala. O custo final não reflete essa realidade, principalmente, devido ao volume excessivo de tributos e encargos, que respon-dem por mais de 50% das con-tas”, afirmou o presidente execu-tivo da Abrace, Paulo Pedrosa. O gerente de compras e manutenção da Kofar Indústria e Comércio de Produtos de Metal, Emilio Carlos Delfino, ex-plicou que essas despesas têm grande representatividade nas contas da empresa. “Empregamos a energia nas máqui-nas e equipamentos para corte de aço a frio e na ilumina-ção, e tal custo é repassado ao preço final do produto. É preciso destacar que este é um dos itens que geram espaço para a importação do aço, impedindo o nosso crescimen-to e a geração de empregos por aqui”, alertou Delfino. Por outro lado, o mercado também não absorve mais esse re-passe, o que diminui o lucro líquido das companhias e es-taciona o crescimento da indústria.

O custo específico depende das condições de cada indústria. Mas as tarifas médias são expressas pelos gráficos(hoje: R$ 248 por MW/h).

Custos de energia X CompetitividadeConsiderando os números de 2010, a tarifa cobrada da indústria no Brasil é a terceira mais cara (se incluirmos o ICMS). O País está atrás apenas da Itália e Eslováquia

4 | Realidade

Paulo PedrosaPresidente-executivo da ABRACE

Evolução dos encargos sobre a energia (bilhões de reais)

fonte: Abrace

Tarifas Internacionais 2010

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No dia 03 de abril, a indústria do aço lançou o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal, documento que fir-ma o compromisso voluntário das empresas associadas do Instituto Aço Brasil – IABr – com a produção sustentável do insumo. O evento ocorreu na sede da CNI – Confederação Nacional da Indústria – e contou com a presença da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O aumento da demanda por carvão vegetal gerou forte pressão sobre as florestas nativas, o que provocou desma-tamento e, consequentemente, emissão de gases de efeito estufa. Estima-se que, em 2005, foram desmatados ilegal-mente 245 mil hectares e emitidas 72 milhões de toneladas de gás carbônico por causa da utilização do carvão vegetal na indústria siderúrgica... Hoje a situação já é bem diferente. De acordo com informações do Instituto Aço Brasil, em 2011, 80% do carvão vegetal consumido pela indústria do aço foi proveniente de florestas próprias, 10% de florestas plantadas de terceiros e 10% de resíduos florestais legali-zados. Com o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Ve-getal, a meta é atingir, em quatros anos, 100% de florestas plantadas para atender à demanda pelo insumo. Segundo Maurício Bicalho de Melo, CEO da ArcelorMittal BioFlorestas, várias ações serão realizadas para que se alcance esse objetivo, como, por exemplo, a criação de um programa de qualificação de fornecedores que garanta a origem do car-vão vegetal em sua produção e também a parceria com o Poder Público para concepção de um programa de conscientização social e ambiental junto aos fornecedores da cadeia produtiva. “Pretendemos utilizar o carvão vegetal para sempre, logo necessitamos de um produto renovável, que se sustente ao longo do tempo, que tenha uma constância em seu forne-cimento e qualidade, além de contribuir significativamente para a redução de gases de efeito estufa. Em segundo lugar, temos uma obrigação ambiental importante com toda a so-ciedade e não podemos permitir qualquer dano ao meio am-biente oriundos da produção deste carvão”, destacou Melo.

Produção Sustentável As questões sustentáveis estão cada vez mais presentes nos debates sociais, ambientais e econômicos, principalmente

com a aproximação do Rio+20 – conferência da ONU – Organi-zação das Nações Unidas – que, em junho, discutirá meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. Entretanto, na siderur-gia, esta preocupação não é novidade. “Na COP 15 – Con-

ferência da ONU sobre mu-danças climáticas –, o setor foi o único a firmar esse compro-misso voluntário com a susten-tabilidade. Temos nos adianta-do nessa questão e realmente apresentamos um compro-misso de reduzir os impactos climáticos e ajudar o planeta”, salientou Cristina Yuan, dire-tora de Assuntos Institucionais e Sustentabilidade do IABr. “O protocolo em questão garante uma transparência das atividades, mostrando que o Brasil não faz uso do carvão que vem de origem ilegal e que obedece rigorosamente a legislação”, completou. Hoje, a ArcelorMittal BioFlorestas produz 100% do car-vão vegetal consumido em seus altos-fornos. “Estamos falan-do de cerca de 1,4 milhão de metros cúbicos de carvão, todo ano. Também compramos gusa de terceiros para completar a carga metálica de nossas usinas. Já estamos auditando os fornecedores para garantir a origem do carvão utilizado por eles. Ampliaremos e melhoraremos este sistema para garan-tir que todo o carvão vegetal utilizado seja de origem sus-tentável”, explicou o CEO.

Expectativas e competitividade Por ser uma fonte renovável, o carvão vegetal sempre será bom para a cadeia do aço. Além de reduzir os gases de efeito estufa, gera um produto de custo e qualidade atraentes. Por estas razões, é de se esperar que a tendên-cia ao uso deste insumo seja crescente ao longo dos anos. “Acredito que o Protocolo ofereça um diferencial para as empresas do Brasil em termos de sustentabilidade, o que, a médio prazo, tornará as empresas mais competitivas. Hoje as atividades industriais / econômicas exigem esses cuidados com o meio ambiente para que se garanta um amanhã melhor”, encerrou Cristina.

Acontece

Acontece | 5

Maurício Bicalho de MeloCEO da ArcelorMittal BioFlorestas

Cristina YuanDiretora de Assuntos Institucionais

e Sustentabilidade do IABr

Confira as empresas que assinaram o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal: ▪ Aperam South America ▪ ArcelorMittal Tubarão ▪ ArcelorMittal Aços Longos ▪ Gerdau Aços Longos ▪ Gerdau Aço Minas ▪ Usiminas ▪ Siderúrgica Norte Brasil – Sinobras ▪ Thyssenkrupp Csa Siderúrgica do Atlântico ▪ Vallourec e Sumito Tubos do Brasil ▪ V&M do Brasil ▪ Villares Metals ▪ Votorantim Siderurgia

Siderurgia aposta na sustentabilidadeLançado no começo de abril, o Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal tem como objetivo eliminar o uso de madeira ilegal na fabricação deste insumo em todo o País

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“Definitivamente, isto é um retrocesso. Todos que cami-nharam para a estatização se deram mal”, enfatizou presi-dente executivo do Ibemec – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – Thomás Costa de Sá, sobre as recentes estatiza-ções ocorridas na América do Sul. No dia 16 de abril, a Argentina nacionalizou a petrolífe-ra YPF, de propriedade do grupo espanhol Repsol, em uma privatização que ocorreu em 1999, no Governo Menem. (É válido lembrar, que o mesmo aconteceu com a Aerolíneas Argentinas, vendida em meados de 1990 ao grupo Mar-sans, e expropriada em 2008). O governo boliviano de Evo Morales seguiu neste mes-mo idealismo e, no dia 1º de maio, anunciou a apropriação da principal empresa transmissora de energia elétrica do país, a Transportadora de Electricidad – TDE (que atende 85% do mercado boliviano), gerida pela Rede Elétrica Espanhola - REE. Ao que muitos especialistas defendem essa é uma forma de conquistar popularidade diante de suas respectivas nações e esconder a incompetência na resolução de problemas. É a velha acusação de “expulsar os tubarões imperialistas”, como são taxadas as empresas americanas ou espanholas. Os investidores internacionais começaram a olhar com receio os mercados da América do Sul. Obviamente, as em-presas espanholas anunciaram a suspensão dos negócios na Argentina; e os europeus e os norte americanos ameaçaram fazer o mesmo. Inevitavelmente, iniciaram-se alguns proce-dimentos retaliatórios... Entretanto, o presidente do Ibemec afirmou que estes acontecimentos não afetarão o Brasil devido ao fortalecimento da economia e a credibilidade conquistada nos últimos anos. “É como disse a nossa presidente Dilma Rousseff: o Brasil não inter-

fere nos assuntos internos de outros países”, lembrou Thomás, completando. “Cada um é cada um. O Brasil é um grande benefi-ciário da privatização e, com isso, alcançamos o desenvolvimento e a lucratividade. Com recursos próprios, o Estado não tem con-dições de realizar os investimentos necessários em pesquisas, in-fraestrutura, telefonia, educação, saúde etc... E a saída para isso é privatizar as companhias para que as mesmas deem sequência a este processo que é de fundamental importância. Quem gera a riqueza é o setor privado”, declarou Thomás. Para o presidente do Ibemec, as empresas privadas são mais eficientes e oferecem maior gama de produtos e servi-ços ao consumidor. Já uma estatal, na maioria das vezes, é deficitária e gera despesas aos cofres públicos.

Isto contagia? Casos como o da Argentina e Bolívia, não são os únicos. Equador e Venezuela também expropriaram empresas nos últimos anos. É possível que fique a impressão de que há uma onda nacionalista na América do Sul, que desrespeita contratos; mas o Brasil precisa deixar bem claro que não faz parte deste grupo. Por enquanto, os brasileiros podem ficar tranquilos, pois os investimentos por aqui não devem parar. É assim que pensa o FMI – Fundo Monetário Internacional –, que recu-sou a ideia de que exista na América do Sul uma propensão às expropriações de filiais de empresas estrangeiras, consi-derando esses dois casos em caráter bilateral. “É uma região muito diversa e não podemos dizer que o que está aconte-cendo é uma tendência”, disse o porta voz do FMI, Gerry Rice, durante uma coletiva de imprensa, quando questionado so-bre as duas nacionalizações.

6 | Atualidade

Atualidade

Progresso ou retrocesso?Eles não tiveram medo: os Governos da Argentina e da Bolívia resolveram peitar os espanhóis e estatizaram duas importantes empresas de seus países. E se essa moda pega?

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Com a exposição que os veículos de cargas sofrem (aci-dente ou roubo) não dá para abusar da sorte. É preciso preca-ver o pior e, para isso, é fundamental contar com um seguro. Em grande parte, as cargas carregadas têm valores bastante altos e, em caso de roubo, se o material não for recuperado, o dano da empresa pode chegar até R$ 20 milhões. De acordo com o presidente da comissão de transpor-te da FenSeg – Federação Nacional de Seguros Gerais –, Paulo Robson Alves, o seguro é um elemento importante na economia brasileira, pois visa repor o bem sinistrado mediante uma cobertura contratada e pagamento de prêmio correspondente. O seguro de transportes de carga pode ser dividido em duas modalidades: ▪ De transporte, com con-tratação por parte do dono da carga para garantir os bens; ▪ Responsabilidade civil, que deve ser contratada pelo transportador para garantir o compromisso de recebimen-to e entrega da carga. As principais seguradoras que atuam nesta área são: Chubb Seguros, Allianz Seguros e ACE Seguros. Segundo o sócio da corretora Bincelli Seguros, Clyver Bincelli, no caso do transportador, as apólices são obriga-tórias quando é cobrado o frete. “Para transportar a carga, ele deve contratar o seguro RCTR-C – Responsabilidade Civil Transportador Carga. Essa contratação só deixa de ser obri-gatória quando o dono da mercadoria negocia com a segu-radora a não cobrança dos prejuízos ao transportador por eventuais sinistros, através da cláusula de DDR – Dispensa de Direito de Regresso”, explicou Bincelli, que ainda desta-cou as duas modalidades mais utilizadas pelo setor do aço. “Importação: Clausula Ampla “A”, com cobertura de oxidação da mercadoria, mais conhecida como ROD. E Nacional, co-bertura completa RCTRC-DC, onde existirá a cobertura para toda e qualquer avaria ocorrida com a mercadoria”, detalhou. Em caso de sinistro, a SUSEP – Superintendência de Se-guros Privados – determina prazo de 30 dias para o paga-mento após a entrega do último documento solicitado para análise. “E no caso de um pagamento de sinistro, a segurado-ra tem o direito ao chamado “salvado”, ou seja, o que sobrou do evento indenizado”, informou diretor técnico corporate da Seguradora Tokio Marine, Felipe Smith.

Restrições De acordo com levantamento da Secretaria de Seguran-ça Pública do Estado de São Paulo, o roubo de carga cresceu 39% no mês de março, após as restrições de caminhões na

cidade, com 437 casos. No mesmo mês de 2011, foram 314 registros de roubo de carga. Para o presidente da Comissão de Transporte da FenSeg, o motivo do aumento desse risco é que as logísticas foram modificadas. “Um exemplo do que acontece em São Paulo é a espera de caminhões, que ficam parados nas marginais a espera do horário de liberação para transitar, ou seja, elevam o risco, pois estão carregados com cargas valiosas.”

Valores O preço da apólice é cal-culado com base na impor-tância e valor da mercadoria transportada, embalagem, origem e destino, tipo do mo-dal, perfil do segurado e nos níveis de proteção adotados para reduzir as exposições.

Mais segurança Outra opção é a cober-tura para carga de projeto, o DSU – Delay in Start-Up –, si-

gla em inglês para atraso no início da operação. Segundo o diretor da área de riscos corporativos da Corretora Willis, Ri-cardo del Castillo, o DSU garante, além da perda material, a receita ligada ao sinistro de transporte. “Se uma siderurgia está abrindo uma planta nova e as atividades estão progra-madas para começar em um determinado mês e, as cargas e equipamentos são roubados durante a entrega... A perda desta empresa envolve muito mais do que apenas os equi-pamentos que foram ‘perdidos’. Com isso, atrasa o início das atividades que já estavam programadas e a empresa não vende. O prejuízo pode ser duas, três vezes maior do que o valor da peça propriamente dito. Por isso, essa opção de seguro garante a perda da receita”, informou Castillo, rei-terando que ter um seguro nestes casos, garante a saúde financeira da companhia. O DSU é uma opção mais sofisticada do mercado e já bem utilizada no exterior. No Brasil, a procura tem aumentado nos últimos quatro anos, devido ao crescimento econômico.

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Importação e exportação

Devido o crescimento econômico do Brasil, é grande o volume de importação e exportação. “Mas, não pode-mos esquecer que o país tem uma estrutura saturada, com portos e estradas que não comportam a demanda. Com isso, a carga, que às vezes precisa de cuidados es-peciais (como ficar em locais fechados para não danifi-car), fica exposta a fatores climáticos”, explicou Castillo.

Mais saúde financeira para as empresasOs transportadores estão cada vez mais expostos a roubos. Ter um seguro de transporte de carga faz toda a diferença nessa hora, principalmente para prevenir prejuízos

Ricardo del CatilloDiretor da área de riscos corporativos

da Corretora Willis

Felipe SmithDiretor técnico corporate

da Seguradora Tokio Marine

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É impossível falar de mudanças estruturais no compor-tamento das civilizações sem citar os impactos da globali-zação, pois são eles que geram transformações significati-vas na economia, política e cultura. As inovações nas tele-comunicações e na informática tornam visíveis e difundem informações entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados mundiais. Assim, a velocidade com que as mudanças se processam na esfera econômica de mercados e tecnologia de produção atingem diretamente hábitos e padrões culturais de consumo e de relacionamento social. “O rumo do desenvolvimento nas últimas décadas, as descobertas de novos materiais e as mu-danças nas estruturas do mercado pela inovação, marcaram significativamente o nível de competitividade entre as empre-sas, ocasionando consequências às organizações e aos traba-lhadores”, destacou o Doutor em Psicologia Social e professor do curso de Administração de Empresas da USJT – Universida-de São Judas Tadeu –, Antônio Fernando Gomes Alves. Desta forma, ampliou-se significativamente a disponibili-dade e a circulação de informação, aumentou-se a visibilidade de indivíduos e instituições e o contato entre pessoas e culturas. Os indivíduos estão, em geral, menos propensos a aceitarem li-mitações à liberdade, mesmo a favor de outros bens, como a igualdade, segurança ou o desenvolvimento econômico.

Aspectos profissionais Existe uma necessidade imposta pelo mercado, na qual as corporações são obrigadas a criar soluções imediatas, onde somente o conhecimento é capaz de suprir. Quanto mais informação e aptidão, melhor... O conhecimento e ino-vação formam a base da produção e do sucesso. A globalização aumentou a competitividade empresa-rial e a concorrência neste sentido, é absurda. Formou-se

uma cultura imediatista e efêmera, que produz consequên-cias no comportamento social das pessoas. Todos são obri-gados a acompanhar esse processo evolutivo. Uma vez que se decide ir na contra mão dessa mudança mercadológica, o destino será um só: a falência. Ou as empresas se moldam a esse perfil, ou estarão fora do mercado! Tudo isso provocou alterações significativas na relação interpessoal, resultando mudanças comportamentais na subjetividade humana. Para atender a este novo cenário, observa-se a necessidade dos profissionais terem horários flexíveis (que interferem na rotina da convivência familiar), na aceleração da ansiedade pela exigência no cumprimento de tarefas, entre outros.

Mas, o que as mudanças geram? De acordo com a socióloga e professora da USCS – Universi-dade Municipal de São Caetano do Sul – Leila A. Perez Sanchez, atualmente há o crescimento da informalidade do trabalho; aumento da oferta e procura de cursos universitários de curta duração; estímulo aos empreendedores em atividades como autônomos, consultores ou microempresários; novas relações familiares em função do enfraquecimento de valores tradicio-nais (diminuindo a formação nuclear da família); maior convi-vência com a diversidade sexual, racial, social; consumismo e aumento do culto a estética como modelo e referência social. As adaptações a essas transformações não são fáceis. Leila explicou que há uma preocupação social com o au-mento de cobrança, pressão e na ‘corrida contra o tempo’. “Fala-se muito em qualidade de vida, saúde do corpo e da mente em função do ritmo acelerado em que as pessoas são expostas diariamente”, e orienta. “O incentivo as ativi-dades de lazer funciona como um repositório de energia para extravasar as pressões”, encerrou.

8 | Comportamento

Comportamento

Para evoluir é preciso mudarTecnologia, educação, cultura, carreira... Situações que envolvem alguns aspectos que mudam constantemente. Se bobear, não dá para acompanhar! Mas, como isso afeta o dia a dia das pessoas?