DC 02/05/2012

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ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 6 1 5 HOJE Parcialmente nublado Máxima 21º C. Mínima 8º C. AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 12º C. Conclusão: 23h30 www.dcomercio.com.br São Paulo, terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 Ano 87 - Nº 23.615 Jornal do empreendedor R$ 1,40 E o Leao so estica o fole Fabio Braga/Folhapress José Patrício/AE EFE Governo acena: IR menor na divisão do lucro. Nas comemorações do Dia do Trabalho (à dir.) ontem em SP, ministro Gilberto Carvalho disse que o governo propõe isenção de parte do IR sobre a participação nos Lucros e Resultados. Carvalho apresentou, também, o futuro ministro do Trabalho, Brizola Neto (acima), que defende mais diálogo entre partidos e Planalto. 1º de Maio, págs. 5 e 18 A arrecadação escancarada hoje no Impostômetro – R$ 500 bilhões pagos pelos contribuintes neste ano – é música para os ouvidos do insaciável Leão. Pudera, o valor foi alcançado dois dias antes do que na contagem do ano passado. Rogério Amato, presidente da ACSP, espera que, com a redução dos juros bancários, os tributos também sejam diminuídos em benefício dos consumidores. Pág. 13 Nem a Receita esperava receber tantas declarações Foram 25,2 milhões. Você atrasou? Veja na p ág. 13 o que fazer Águas revoltas na CPI do Cachoeira O trabalho começa hoje, com PT e PMDB dispostos a blindar os governadores Agnelo Queiroz (DF) e Sérgio Cabral (RJ) e a oposição lutando pelo oposto. Confira a quantas anda a vida de quem também se chama Cachoeira. Págs.6e7 Evo Morales dá uma de Cristina e nacionaliza empresa espanhola. Olé! Presidente boliviano seguiu o exemplo da colega argentina e expropriou a filial da espanhola Red Eléctrica. Pág. 18 ~ ´ Zilberman 1º de Maio: mais de um milhão de pessoas nas festas da Força Sindical (foto) e da CUT.

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Diário do Comércio

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ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23615

HOJEParcialmente nublado

Máxima 21º C. Mínima 8º C.

AMANHÃParcialmente nublado

Máxima 23º C. Mínima 12º C.

Conclusão: 23h30 www.dcomercio.com.br São Paulo, terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012

Ano 87 - Nº 23.615 Jornal do empreendedorR$ 1,40

E o Leao so estica o fole

Fabi

o Br

aga/

Folh

apre

ss

José Patrício/AE

EFE

Governoacena: IRmenor nadivisãodo lucro.Nas comemorações do Dia doTrabalho (à dir.) ontem em SP,ministro Gilberto Carvalhodisse que o governo propõeisenção de parte do IR sobre aparticipação nos Lucros eResultados. Carvalhoapresentou, também, o futuroministro do Trabalho, BrizolaNeto (acima), que defende maisdiálogo entre partidos ePlanalto. 1º de Maio, págs. 5 e 18

A arrecadação escancarada hoje noImpostômetro – R$ 500 bilhões pagos

pelos contribuintes neste ano – émúsica para os ouvidos do insaciável

Leão. Pudera, o valor foi alcançadodois dias antes do que na contagem

do ano passado. Rogério Amato,presidente da ACSP, espera que, com a

redução dos juros bancários, os tributostambém sejam diminuídos em

benefício dos consumidores. P á g. 13

Nem a Receita esperavareceber tantas

d e c l a ra ç õ e sForam 25,2 milhões.

Você atrasou? Vejana p ág. 13 o

que fazer

Águas revoltasna CPI do Cachoeira

O trabalho começa hoje, com PT e PMDB dispostos a blindar os governadoresAgnelo Queiroz (DF) e Sérgio Cabral (RJ) e a oposição lutando pelo oposto.

Confira a quantas anda a vida de quem também se chama Cachoeira. Págs. 6 e 7

Evo Morales dá uma de Cristinae nacionaliza empresa espanhola. Olé!

Presidente boliviano seguiu o exemplo da colegaargentina e expropriou a filial da espanhola Red Eléctrica. Pág. 18

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Zilbe

rman

1º de Maio: mais de um milhãode pessoas nas festas da

Força Sindical (foto) e da CUT.

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Ed i to r - Ch e fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann ([email protected]), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio. com .br ),chicolelis ([email protected]), Estela Cangerana ([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]),Luiz Octavio Lima ([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected])Editor de Fotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Fernando Porto ([email protected]), RicardoRibas ([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]) Subeditores: Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David,Darlene Delello, Eliana Haberli e Evelyn Schulke Repórter Especial: Kleber Gutierrez ([email protected]), . Repór teres:André de Almeida,Fátima Lourenço, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cu n h a ,Rafael Nardini, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e WladimirM iranda.

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opiniãoO número de pessoas com acesso aos documentos é elevado demais para que estes fiquem reservados.

José Márcio Mendonça

UM QUEIJOSUÍÇO JOSÉ

MÁRCIO

MENDONÇA

Documentos sigilosos sãoum segredo amplamentecompartilhado, ainda maisconsiderando-se o gosto

da maioria dos parlamentarespelos holofotes da mídia.

Antes mesmo de osdocumentos "sigilo-sos" (sim, ditos sigi-losos, legalmente)

da Operação Monte Carlo – a in-vestigação da Polícia Federal arespeito das relações do mun-do político e oficial com o con-traventor Carlinhos Cachoeira –saírem da guarda do SupremoTribunal Federal (STF) para oconhecimento e uso da CPI doCongresso sobre os feitos deDemóstenes Torres, Cachoeirae companhias ilustres, eles jáestão vazando por todos os la-dos. Não passa dia sem queuma pequena ou grande reve-lação apareça em algum jornal,revista, site ou televisão. Há no-tícia para todo gosto.

Nesta semana, depois de re-querimento do parlamento edespacho positivo do ministroRicardo Lewandowski, o volu-moso inquérito, com documen-tos também de uma operaçãoidêntica da PF, chamada LasVegas e que gerou a Monte Car-lo, chegam às mãos dos depu-tados e senadores para auxiliarnas investigações que eles pre-tendem realizar. Com isso, ostais vazamentos devem se mul-tiplicar, por mais providênciasque sejam tomadas no Con-gresso para evitá-los.

O número de pessoas queterá acesso aos documentosé elevado demais para queestes fiquem reservados.Além dos membros da CPI, aotodo 32 parlamentares – 16deputados e 16 senadores–,também os funcionários dopróprio Congresso, os técni-cos de outras áreas públicas –como do Tribunal de Contasda União – e mesmo algunsanalista privados, convoca-dos para colaborar nos traba-lhos (na verdade para fazer oserviço mais duro), poderãomanipulá-los.

É um segredo amplamentecompartilhado, ainda maisconsiderando-se o gosto damaioria dos parlamentarespelos holofotes da mídia.Tanto se prevê um queijo suí-ço na CPI que o senador Fer-nando Collor de Mello – logoele, há tempos personagem

central de uma CPI que aca-bou por ceifar seu mandatopresidencial no meio do ca-minho – já se apresentou co-mo "guardião" do sigilo. Eainda vê-se movimentos departidos e do Palácio do Pla-nalto para segurar as infor-mações. Todos, indistinta-mente, temerosos de serematingidos. Soltaram a CPI noentusiasmo do momento eagora querem controlá-la.

Do ponto de vista do traba-lho jornalístico e do interesseda sociedade em ver todos osfatos apurados e os suspeitos

comprovadamente responsá-veis por falcatruas punidos,quanto mais as histórias vaza-rem, quanto mais se ficar co-

nhecendo o que a Polícia Fede-ral descobriu dessas cachoei-ras e cascatas, melhor. O sigi-l o , e m c a s o s a s s i m , s ó

protege, para utilizarmos umapalavra cara à presidente Dil-ma Rousseff, quem pratica os"malfeitos".

Nessa história mesma te-mos um exemplo. Quando sur-giram, tímidas, as primeirasrevelações sobre as cachoei-ras de telefonemas trocadosentre Demóstenes Torres epoderoso "empresário" do jo-go em Goiás, o senador deuuma explicação canhestra, deque falava com Cachoeiraapenas porque ele havia se ca-sado com a mulher de um ami-go, e ganhou uma sessão de

desagravo no Senado, com oapoio de boa parte de colegasde todos os partidos. Não fos-sem as escabrosas revelaçõesposteriores, e o carão de fan-caria ainda estaria lá pontifi-cando entre seus pares. Tam-bém não teriam sido conheci-das as ações da empreiteiraDelta e suas incríveis ramifica-ções, as complicações dos go-vernadores Marconi Perillo(PSDB-GO) e Agnelo Queiroz(PT-DF)... Benditas indiscri-ções!

Porém, aos "receptores"dos vazamentos e à im-prensa, que terá toda a

obrigação de divulgá-los, ca-be trabalhar com atenção re-dobrada nessa hora. É óbvioque a liberação dessas infor-mações será bem seletiva, ca-da um tentando mostrar o quepode sujar o adversário, o de-safeto, e preservando aquiloque pode comprometer seugrupo. O chamado jornalismoinvestigativo terá de estarmais ativo e atento do quenunca para não correr o riscode ser manipulado e incorrerem injustiças. Ainda maisquando se sabe que um dosobjetivos dos principais patro-cinadores da CPI é atingir jor-nalistas e órgão de comunica-ção independentes.

JOSÉ MÁRCIO MENDONÇA É

J O R N A L I S TA E A N A L I S TA POLÍTICO

ARISTÓTELES

DRUMMOND

UM MUNDO EMCONTÍNUO MOVIMENTO

Muita coisa contribuipara vivermos nummundo de mudanças

tão rápidas e radicais.A começar pela posturada população e pelocomportamento dos líderesde maior responsabilidade.

Para muitos, os anos 80encerraram um período emque havia sobras dapresença de personalidadesdefinidas e representativasde uma elite positiva emcada país. Afinal, um trio dealto nível comandava apolítica do Ocidente(Reagan-Thatcher-JoãoPaulo II), com o Cone Sulsob certo controle no quetoca à ordem e a probidadeno trato da coisa pública.

A vida intelectual eraativa e grandes nomes que,em algum momento, foramseduzidos pelo totalitarismo

estalinista, faziamuma revisão de ideias.Eram "desertores" daimportância de umMario Vargas Llosa, YvesMontand, Costa Gavras,Jorge Semprún e FernandoArrabal. No Brasil, JorgeAmado e outros passarampara a social-democracia,como no caso de FHC..

Com o grandecrescimento

demográfico dopós-guerra, veio a quedana qualidade dajuventude, em decorrênciado enfraquecimento dosvalores da família, de seusideais, na fácil capturapela pregação de utopiascriadas para tornar omundo mais complicado.Daí, o desvirtuamento doque é liberdade, do que é

meio ambiente e ecologia,do que é ordem, estudo etrabalho. Formou-se umageração que sabe pedir,exigir, mas não faz pormerecer aquilo quedeseja, e que é fruto deeventos como maio de68, a revolução sexual,o movimento hippie eoutros assemelhados.

Para quem não écomunista fica difícil

compreender a idolatriapor um homem frio,insensível à vida humanacomo Che Guevara. Paraum democrata ficacomplicado entenderadmiradores de Fidel Castroe destes subprodutoscaricatos espalhados portantos países do continente.Os velhos diplomatas,então, estes estão com

o que popularmente sechama de "cuca fundida"com o que presenciamou acompanham.

As crises fogem aocontrole das autoridadesconstituídas. No suceder demovimentos de libertaçãoem países que viviamregimes fechados no OrienteMédio, por exemplo, o podercaiu nas ruas, a violênciaimpera e as dificuldadesda população se agravam.

AEuropa está em crisefinanceira, fruto da

irresponsabilidade degovernos que distribuíram oque não tinham; as medidasde austeridades sãocontestadas e a atuação dasautoridades responsáveispela ordem pública deixaa desejar. E as eleições naGrécia, assim como na

França, podem levar aum rumo imprevisível naprópria União Europeia.A Espanha é um exemplode que é preciso agir comfirmeza para que osrumos da Nação nãosejam ditados pelosberros vindos das ruas.

Onacionalismoprimário, que ignora

o mundo globalizado, vaida Argentina peronista àFrança da cultura e dasartes. É muita perplexidadepara a geração que viuoutra realidade, quetestemunhou a construçãoda prosperidade pelavia do trabalho, dapoupança e da austeridade.

O Brasil parece distantedessa realidade, pois temosum povo no geral ordeiro,trabalhador; não temos

fome nem frio, temosmelhorado no social.Por outro lado, plantamosdificuldades futuras pelafalta de controle dos gastospúblicos, pela carga fiscalexagerada, além da perdada competitividade, adefasagem tecnológica,a violência urbana e acorrupção. Sem falarna impunidade, que vaidesde ladrões públicosa baderneiros queocupam propriedadesgovernamentais ou privadase não são reprimidos.

O tempo é implacável.Vai chegar o dia em que oserros serão cobrados.

ARISTÓTELES DRU M M O N D

É J O R N A L I S TA E VICE-PRESIDENTE

DA ASSOCIAÇÃO CO M E RC I A L

DO RIO DE JA N E I RO.ARI.D RU M M O N D @YA H O O.CO M .BR

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião A PROVA DE INÉPCIA SUSPENDE TOTALMENTE A RE SPO NSA BIL IDA DE MORAL, CIVIL E PENAL.

Inocente como um feto

OLAVO DE

CARVALHO

Defender uma opinião sem arcarcom o ônus das consequências

é irresponsabilidade. Masesta cessa quando o emissor daopinião dá provas de não ter

notado consequência alguma.

Otraço mais pitores-co do analfabetofuncional é que elenão compreende o

que diz. A maneira mais rápi-da e fácil de diagnosticar issoé verificar se as afirmaçõesdele conduzem, de maneiraimediata e incontornável –não remota e forçada – a con-sequências que ele mesmonão subscreve de maneira al-guma. Num de meus últimosprogramas de rádio, critiqueien passant o sr. Rodrigo Cons-tantino por conceder ao Esta-do, cujo poder ele abomina ediz querer limitar por todos osmeios, o mais alto e presun-çoso dos poderes – que é o deconceder ou negar a condi-ção de ser humano a umacriatura proveniente de pai emãe humanos.

Vermelho de raiva – literal-mente –, ele colocou na internetum vídeo em que me acusavade mentiroso, jurando que falsi-fiquei o sentido de suas pala-vras; que nunca lhe passara pe-la cabeça atribuir ao Estado ta-manha prerrogativa.

Nem precisava. Sei perfei-tamente que essa ideia jamaislhe passou pela cabeça. Pas-sou a quilômetros de distânciadela, sem nem mesmo roçar-lhe a carapaça, quanto mais oconteúdo, se algum existe.Nem eu afirmei o contrário.

Afirmei, sim, que aquelaconsequência, por menos queo sr. Constantino o percebes-se, decorria logicamente, ne-cessariamente, imediata-mente, da sua opi-nião quanto ao come-ço da vida humana. Eafirmo agora que, aobradar contra a con-sequência, sem abdi-car da premissa que aimpõe, ele dá provacabal de que não en-tende o que diz.

Qualquer pessoana posse normal das

suas faculdades mentais per-cebe que, se a condição huma-na não é inerente ao feto des-de o instante da concepção,alguém terá de decidir em queinstante do processo gestati-vo essa condição se anexa aele. É isso, precisamente, oque advoga o sr. Constantino:ninguém é humano por natu-reza, desde o instante em queé concebido. Só se torna hu-mano depois.

Quem decide o "quan-do"? Como dessa de-cisão depende o direi-

to – ou não – de interromper agestação mediante um abor-to, é lógico que terá de seruma decisão legal, imposta atodos os membros da socie-dade pela força do Estado.Logo, torna-se prerrogativado Estado determinar o mo-mento em que o feto em ges-tação, até então inumano, setorna humano e passa a ter

direitos humanos.Não há uma terceira hipóte-

se concebível. A consequên-cia, por ir flagrantementecontra as convicções liberaise antiestatistas que ele alar-deia com tanta paixão, pare-ce abominável ao sr. Constan-tino. Mas ela decorre inapela-velmente da sua própria opi-n i ã o s e g u n d o a q u a l acondição humana não é umdado imediato, inerente aopuro fato de o nascituro ter si-do concebido por dois sereshumanos, e sim o resultadode uma decisão posterior to-mada por terceiros.

Oúnico terceiro que po-de impor essa decisãoé, com toda a evidên-

cia, a autoridade legal, ou se-ja, o Estado. Defender umaopinião sem arcar com o ônusdas suas consequências é, nomínimo, uma irresponsabili-dade. Mas toda responsabili-dade cessa quando o emissorda opinião dá provas de nãoter percebido consequêncianenhuma. O sr. Constantinonão só provou isso, mas pro-vou também que, mesmo de-pois de alertado, continua in-capaz de percebê-la – ao pon-to de atribuir enfezadamentea mim, que só apliquei à suaopinião uma regra elementarda lógica dedutiva, o desejoperverso de falsificar o senti-do de suas palavras.

A prova de inépcia suspen-de, automaticamente, a res-ponsabilidade moral, civil e

penal. Ninguém negaque o sr. Constantinoseja, na sua dupla econtraditória atitude,perfeitamente since-ro: ele quer porquequer que o feto nãoseja humano desde agestação, mas tam-bém rejeita enfatica-mente, apaixonada-mente, a hipótese de

que ele se torne humano maistarde por decisão legal. Eleusa a primeira afirmativa co-mo argumento para justificara legalização do aborto, masao mesmo tempo não aceitaque uma coisa tenha algo a vercom a outra. Se ele percebes-se nisso alguma incongruên-cia, e continuasse, por malí-cia, a defender a opinião in-congruente, seria um farsan-te, não um genuíno analfabetofuncional. Mas ele não perce-be nada. Está inocente: ino-cente como um feto.

Há indivíduos que desejamcasar, mas permanecer soltei-ros. Outros querem falar gros-

so como homens adultos, mascontinuar desfrutando do coli-nho da mamãe e da proteçãodo papai. Outros, ainda, que-rem que dois mais dois sejamquatro sem deixar de ser cinco.Todos são sinceros. Todos sãoinocentes.

Adiferença que os sepa-ra do sr. Constantino éque, em geral , e les

não se pavoneiam de ser por-ta-vozes da "razão", nemproclamam que quem discor-de deles é um fanático reli-gioso, um obscurantista, oapóstolo de uma ditadurateocrática ou coisa pior. Con-

tentam-se com desfrutar dasua inépcia em privado, semdesejar impô-la como normaao restante da humanidade.

Serei um malicioso, umconjeturador de hipóte-ses rebuscadas , um

"teórico da conspiração", aosupor que o estado terminalem que se encontram os par-tidos "de direita" do Brasil de-ve algo ao fato de aceitaremcomo doutrinários pessoasda estatura intelectual do sr.Constantino?

OL AVO DE CA RVA L H O É E N S A Í S TA ,J O R N A L I S TA E P RO F E S S O R DE FI LO S O F I A

NICHOLAS

D. KRISTOF

QUANDO A MÍDIA FAZ PARTE DO CRIME

Dia desses, fuicaminhar emManhattan com

uma jovem que já tinhatrabalhado naquelas ruas,controlada por oitocafetões, enquanto elaestava entre os 16 a 17 anos.

A moça apontou para umMcDonald’s, onde os rufiõesse sentavam enquantomonitoravam as garotas queficavam do lado de fora, epara um prédio onde váriasvezes foi "encomendada"como se fosse uma pizza.

Alissa, seu nomeda rua, escapou dessavida e agora é umauniversitária de 24 anosque planeja se tornaradvogada – mas ela sempreterá uma cicatriz na face,onde um cafetão a marcoucom um descascador debatata como aviso para quenão fugisse. "Assim como osfazendeiros marcam seugado", disse, tocando emsua bochecha, "ele queriame marcar de forma queeu nunca esquecesse".

Depois de Alissa tertestemunhado contra seuscafetões, seis deles forampara a prisão onde cumprempenas de até 25 anos. Mas araiva dela dirige-se hoje nãosó contra os cafetões, mascontra as empresas quepossibilitam que eles ajam.

Ela é particularmentecontundente comrelação a Backpage.com, umsite de classificados que éusado para venderautopeças, móveis, barcos– e garotas. Alissa conta queos cafetões frequentementea vendiam no Backpage."Você não pode compraruma criança no Wal-Mart,pode?", perguntou-me ela,

respondendo: "Não, maspoderia ter ido ao Backpagee me comprado ali".

O Backpage detém cercade 70% dos anúncios deprostituição, considerandoos cinco sites dos EstadosUnidos que divulgamesse tipo de anúncio, e querepresentam mais deUS$ 22 milhões anualmente.

De acordo com o AIMGroup, uma empresa deconsultoria e de pesquisade mídia, ele atualmenteé o principal site detráfico humano nos EstadosUnidos – a base dessesdados é a AssociaçãoNacional de ProcuradoresGerais. E não se tratade uma operação ilegal.

OBackpage épropriedade do grupo

Village Voice Media, quetambém é dono dorespeitável jornal VillageVoice . Procuradores-geraisde 48 Estados escreveramuma carta conjunta aoVillage Voice Media,solicitando que sua saídado comércio de carne.

Uma petição on-line daChange.org tambémrecolheu 94 mil assinaturaspedindo que o Village VoiceMedia pare de aceitar osanúncios de prostituição.Em vez disso, a empresatem usado o seu jornal parazombar de seus críticos.

Alissa pensou emusar seu nome verdadeironeste artigo, mas decidiunão revelá-lo por medo deuma retaliação por partedo Village Voice. Os registrosdos tribunais confirmam adenúncia dela e há muitasevidências de que garotasmenores de idade são

negociadas no Backpage.Prisões em casossemelhantes ao dela foramrelatadas em pelo menos22 Estados. Em abril,procuradores na cidade deNova York acusaram umaquadrilha que supostamentetrancou uma garota de15 anos numa casa vazia emLong Island, onde ela foidrogada, amarrada,estuprada e depoisanunciada no Backpage.Após uma semana sendovendida para sexo, agarota conseguiu fugir.

Liz McDougall, assessora-geral do Village Voice

Media, disse-me , porém, queé "miopia, desinformação econtraproducente" focar noBackpage quando muitosoutros sites fazem o mesmo,particularmente porque oBackpage até retira osanúncios de menores deidade e comunica àsautoridades possíveis casosde tráfico. McDougall negaque o Backpagedomine o campo edisse que a garotade Long Island foinegociadatambém em13 outros sites.Entretanto,

pergunto eu, se os cafetõesdas ruas vão para a prisão porlucrar com menores, comoos seus sócios na mídia,como o Village Voice Media,têm licença para isso?

Paradoxalmente,o Village Voice começou

como um jornal alternativopara dizer a verdade aospoderosos. Ele ainda publicaalguns textos jornalísticosfantásticos. Por isso mesmoé triste ver que aceita fazernegócio com cafetões naforma mais avarenta e maisdepravada de exploração.É verdade que muitosanúncios de prostituição noBackpage são postos pormulheres adultas por vontadeprópria; mas não é delasque estou tratando.

O gabinete do promotordo Distrito do Brooklyninformou-me que a grandemaioria dos casos de tráficosexual com que trabalhano momento envolve

garotas negociadasno Backpage.

Alissa, quecresceu num larproblemático emBoston, temuma históriabem típica. Elediz que uma

noite, quanto tinha 16 anos– e isso bate com osdepoimentos que deu aosprocuradores federais – umjovem a abordou e disse-lheque a achava atraente. Elaficou lisonjeada. Ele disseque queria namorá-la – masem poucas semanas, estavaprostituindo-a – emboraela continuasse a estudarcomo secundarista.

Alissa diz que não fugiuporque, em parte, achavaque havia uma ligaçãoromântica entre les, emparte por causa da síndromede Estocolmo e em partepor medo puro. Ela contaque a violência era comumcaso tentasse se relacionarcom o mundo exterior ouse não conseguisse suacota diária de dinheiro.

"Ele ficava agressivo,tentava me estrangular, meagredia fisicamente eameaçava me vender paraalguém ainda mais violento –o que finalmente fez", lembraAlissa. Ela disse que passoude uma cafetão para outroinúmeras vezes, por cerca deUS$ 10 mil cada vez. Apósalguns anos, ela fugiu,mas um cafetão a encontroue – ajudado por mulheres queele controlava – espancoue chutou, quebrando-lhe amandíbula e várias costelas,Isso a levou, enfim, acooperar com a polícia.

Não existem soluçõessimples para acabar

com o tráfico sexual,mas ajudaria uma pressãopública no Village VoiceMedia para acabarem osanúncios de prostituição.

Cerca de 100 anunciantesse retiraram do programade rádio de Rush Limbaugh

devido a seus comentáriosdegradantes sobre mulheres.E não é muito pior oferecerum fórum para a venda demulheres e garotas?

Sejamos honestos: a saídado Backpage dos anúnciosde prostituição não resolvemesmo o problema, poissites menores receberiamanúncios. Mas seria um revéspara os cafetões perderum grande mercado on-line.

Quando o Craigslist paroude exibir esses anúncios,

em 2010, muitos nãomigraram para novos sites ea publicidade de prostituiçãocaiu mais de 50%, de acordocom o AIM Group.

Alissa, que agora equilibraseus estudos universitárioscom um trabalho de meioperíodo num restaurante ena Fair Girls, organizaçãocontra o tráfico, merece aúltima palavra: "Um sitecomo o Backpage conseguirUS$ 22 milhões em nossascostas é como voltar à épocada escravidão".

NICHOL AS D. KR I S TO F É CO LU N I S TA

DO JORNAL THE NEW

YORK TIMES.TR ADUÇÃO: RODRIGO GA RC I A

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 20124 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Vaga reservada333 O governador Eduardo Campos (PSB), dePernambuco, soube que o ex-presidente Lulatem dito que, em 2014, Dilma será candidataà reeleição e mantida a aliança PT-PMDB. ELula teria acrescentado, que 2018, quando opernambucano estará com 53 anos, “o campo

estará aberto para ele concorrer à Presidência”. Polido, opresidente do PSB teria comentado na hora: “Fico grato com alembrança”. E, depois de alguns minutos: “Só que em 2018 eujá poderia estar concorrendo a minha própria reeleição”.

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 O glamour das empregadasdomésticas da novela Cheias deCharme é apenas coisa de televisão:

o Brasil tem hoje, por estimativa,cerca de 7,5 milhões de profissio-

nais desse segmento, sendo que pouco mais de 4% são registradas

e com todos seus direitos pagos. Em 1995, 15,5% das domésticaseram analfabetas. A taxa caiu para 8,6% em 2009, mas aindasignifica muito, ou seja, mais de meio milhão de mulheres. Na

questão salarial, o quadro é mais do que distante do protagonizadopela atrizes Isabelle Drummond, Leandra Leal e Taís Araújo no vídeo:72% das domésticas ganham apenas um salário mínimo. Não há no

mercado de trabalho nacional outra categoria que tenha dois terçosde seus trabalhadores recebendo até um salário mínimo no país.

Outrasdomésticas

333 No jantar anual com corres-pondentes, na Casa Branca, noqual Barack Obama costumafazer piadas, o presidentemanteve a tradição. A certa

altura, disse que deveria ir embora antes do novo toque derecolher do Serviço Secreto, cujos agentes se envolveram, hádias, num escândalo sexual na Colombia. Foi uma noite de gala,com direito a red carpet, onde também proliferavam famosasdo showbiz e do mundo da moda. Da esquerda para a direita,Charlize Theron; a modelo Ellen Macpherson; a exuberanteKim Kardashian; Sofia Vergara, em alta por conta da sérieModern Family; a russa Irina Shayk, namorada de CristianoRonaldo e a veteraníssima jornalista Barbara Walters.

Jantar naCasa Branca

Poucaemoção

333 Sem os problemas do anopassado, a terceira edição daetapa brasileira da Fórmula Indy,em São Paulo, só esbarrou em umproblema maior: a falta de emoção.

Os momentos de empolgação foram mesmo as relargadas (cincono total) e a vitória ficou (de novo) com o australiano Will Powerque festejou com espuma de cerveja (afinal, é a patrocinadora).Mesmo assim, nos boxes e bastidores, circulavam famosas comoSabrina Sato (esquerda), do Pânico na TV, Renata Fan, misturade modelo e apresentadora de programa esportivo (centro) ea sempre esfuziante Adriane Galisteu.

Ele pode explodir. Ele é um leão enjaulado.

IN OUTh

h

Fendas longas. Fendas curtas.

MAIS: sabe que está emalta, gosta do seu corpofarto e aposta que "se eume visse na rua, assoviaria,porque sou um mulherão!"

MISTURA FINA

Maisdois333 No eixo São Paulo-Rio, maisdois grandes musicais estão àcaminho: na cena paulista, O ReiLeão, um dos maiores sucessosda Broadway nos últimos tempos,estréia no segundo semestre,no mesmo teatro onde está emcartaz A Família Adams, que terátemporada encurtada: na cenacarioca, vai estrear O Mágicode Oz, com Dorothy (MaluRodrigues), seu cãozinho Totó, acanção Over the Rainbow e, claro,o Leão Medroso, o Homem deLata e o Espantalho. Em Londres,no West End, quem está vivendoo próprio mágico é MichaelCrawford, o primeiro interpretedo O Fantasma da Opera.

RESERVA333 A milionária BethyLagardère foi para Barbados,numvôodaGol,comonamorado,omodeloWaldirGozziequandorecebeu o cardápio da classeexecutiva, acabou torcendo onariz.Abriu,noato,suabagagemde mão, que continha diversostupperwares com palmitos efrutas.OnamoradoengoliuacomidadaGol.Nodesembarque,complicado foi passar naalfândega caribenha comcomida, tarefa que BethyLagardère,comoboamilionária,tratou de empurrar adiante, ouseja, para o namorado se virar.

Gaby Amarantos, aBeyoncé do Pará, abre anovela Cheias de Charmee suas roupas coloridascomeçam a ser copiadas.

Fotos: BusinessNews

ANDRESSA MENDONÇA // 30 anos,mulher de Carlinhos Cachoeira e ex-mulher de seu sócio, o empreiteiro Wilder Pedro de Morais,

secretário da Infraestrutura do governo Marconi Perillo e suplente de Demóstenes Torres.

Crime: super-negócio333 O crime organizado global tem um Produto Interno Bruto(PIB) de cerca de US$ 2,1 trilhões. O número equivale a 3,6%do PIB mundial, com viés de alta. São dados do Escritório dasNações Unidas sobre Drogas e Crimes. Os números tornamo negócio criminoso uma das 20 maiores economias doplaneta. Nos países em desenvolvimento, incluindo-se oBrasil, por ano, cerca de US$ 40 bilhões são desviados paraa corrupção e a renda com o tráfico de pessoas já alcançaUS$ 32 bilhões por ano.

333 OS BLOGS de humor estãolembrando que, na Casa deDinda, em Brasília, ondeFernando Collor, quando naPresidência da República,morava, tinha uma cachoeira(de gosto discutível, até) quegerou mais confusão ainda eaté ganhou capa de uma revistasemanal. Ou seja: os blogueirosestão desconfiados de queexiste uma certa maldição daságuas nas relações entre podere empresários sob suspeita.

333 O MINISTÉRIO da Culturaacaba de aprovar, via LeiRouanet, a captação peloInstituto Itaú Cultural de R$ 49,4milhões para dar cumprimentoa seu calendário para este ano.Até agora, já foi levantado R$29,5 milhões de companhiasligadas ao próprio banco: BFBLeasing, R$ 5 milhões; ItáuSecuritizadora de CréditosFinanceiros, R$ 1 milhão;Itauseg Participações, R$ 500mil e Unibanco (a razão socialainda vigora), R$ 23 milhões.

333 A EX-senadora MarinaSilva sabe que será difícil,mas está mais do que empe-nhada em criar novo partidoe participar das eleições em2014. E quer arrebanharnomes independentes, comoFernando Gabeira e HeloisaHelena. Para a ex-senadoraalagoana, Marina tem umprojeto especial: quer lançarseu nome ao Senado peloDistrito Federal em 2014.

333 O EX-presidente Lulamandou avisar os ministrosPaulo Bernardo e GleisiHoffmann que estão arquitetan-do a candidatura de GustavoFruet (PDT) à prefeitura deCuritiba que, só sobe nopalanque dele, se Fruet começara reverter a saraivada de críticasfeitas na época do mensalão.

333 MALGRADO todo o alardefeito por Daniella Cicarelli emtorno de sua volta à MTV, numprograma que será uma disputaentre colégios (chama-seProvão MTV), seu contrato tem aVduração de apenas três meses.A temporada será apenas de 12programas e se não der certo,em audiência e retorno publicitá-rio, acaba – e Daniella sai.

Limpando a área333 A limpeza que Graça Fostervem fazendo na Petrobras, cul-minada agora com o afastamentode dois diretores, Paulo RobertoCosta (Abastecimento) e RenatoDuque (Serviços), que tocavamfeudos dominados pelo PMDB, PPe PT, vem sendo feita com totalacompanhamento de DilmaRousseff que, nos tempos de Lula,ficou oito anos na presidência doConselho da estatal. Agora, seulugar foi preenchido por GuidoMantega, só que é ela quecontinua no controle. Mais: Graça eDilma vinham se reunindo à noite,no Palácio da Alvorada, comdireito a jantar para a presidente daPetrobras e, dependendo da hora,pernoite lá na área dos hóspedes.Detalhe: Graça e Dilma queremmuito afastar José Dirceu de lá.

CANDINHA333 Os mais veteranos políticosdo governo Dilma e até mesmoela,numarodabem-humorada,há dias, teriam lembrado daantiga figura das revistas defofocas do showbiz, ao sereferir a Gilberto Carvalho,secretário-geral daPresidência,comoCandinha.Entre os anos 60 e 70, na revistaRadiolandia,haviaumacolunade fofocas assinada com opseudônimodeCandinha(virouletra de música de RobertoCarlos). Eram comentários atéingênuos, sem citar o nome dosprotagonistas, nada a ver comos escândalos diários de hoje.Detalhe: na época, o próprioCarvalho era fã da Candinha.

Tudoorganizado333 De uma coisa ninguém podese queixar – e especialmente,determinados setores da mídia,de editorias a colunistasselecionados: o vazamento detrechos da Operação Monte Carlo,com seus grampos, é feita emcapítulos, entre São Paulo, Rio eBrasília, de modo a manter umaverdadeira novela diária, ouseja, a cada dia, uma ou muitasnovidades. Há trechos recheadosde um certo humor, que sãoenviados (sem remetente, claro)para áreas mais descontraídas.Um deles revela conversa entreCachoeira e Demóstenes,quando foi montada operaçãopara prender o ex-deputadoColbert Martins, em Congonhas.Aí, Cachoeira: “Doutor, deram vozde prisão para o Paulo Bernardo”.E Demóstenes, rindo: “Ele deveter se c...todo, hein?”

FEIRA GORDA333 A Prefeitura Militar deBrasília acaba de ir à feira edesembolsou R$ 25,4 mil porlá. Comprou nada menos doque 1,6 tonelada de legumes everduras. Foram colocados nasacola300quilosdealhopicado(R$ 4,1 mil), 100 quilos de batatadoce (R$ 1,3 mil), 435 quilos debatata inglesa (R$ 5,3 mil), 200quilos de beterraba (R$ 2,8 mil),300 quilos de cebola (R$ 4,1 Mil),200 quilos de cenoura (R$ 4,8mil) e 100 quilos de couve (R$2,9 mil). Haja freezer!

CHARGE DO DIA

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

DE ACORDOGoverno concordaem baixar impostosobre participaçãonos lucros

JUNTINHOSNovo ministro doTrabalho sai embusca de unidadecom o Planalto

política

1 º DE MAIO

Governo aceitamenor imposto nadivisão do lucro

Foi esse o aceno do Planalto nas comemorações do Dia do Trabalho, ontem, em SP.

Não chegaremosao que as centraissindicais querem,mas chegaremosa um númeromédio.

GILBER TO CAR VALHO,SECRETÁRIO-GER AL.

Em festa: trabalhadores reunidos pela CUT lotam o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.

Luiz Guarnieri/Brazil/Photo Press/AE

Nas festas de come-moração do 1º deMaio em São Paulo,ontem, o ministro-

chefe da Secretaria Geral daPresidência da República, Gil-berto Carvalho, anunciou queo governo aceita discutir comas centrais sindicais a conces-são de isenção de parte do Im-posto de Renda sobre a Partici-pação nos Lucros e Resulta-dos, o chamado PLR.

"Falta chegarmos esta se-mana ainda a um número pa-ra o acordo entre o governo eas centrais sindicais", disse oministro. A presidente DilmaRousseff deve se reunir comas centrais nesta quinta-fei-ra para tentar chegar a umacordo sobre a proposta,mas Carvalho adiantou quenão haverá isenção comple-ta de imposto sobre a PLR."Não chegaremos ao que ascentrais querem, mas chega-remos a um número médio",avisou o ministro.

Injeção– De acordo com Car-valho, a presidente Dilma estáconvencida de que a medidapode ajudar a aquecer a eco-nomia interna. "Sabemos que

este dinheiro, no bolso do tra-balhador, é uma injeção naveia do mercado", afirmou.

O ministro repetiu o discur-so no evento organizado pelaForça Sindical, na manhã des-ta terça-feira, na praça Cam-pos de Bagatelle, e na come-moração promovida pela Cen-tral Única dos Trabalhadores(CUT), no Vale do Anhanga-baú. Gilberto Carvalho desta-cou que o Brasil vive uma si-tuação diferente do resto domundo. "Aqui, nós celebra-mos o pleno emprego", disse.

Ao apresentar o futuro mi-nistro do Trabalho, deputadofederal Brizola Neto, na festada CUT, Carvalho reiterou a

disposição do governo com aisenção do IR. O encontro dapresidente com as centraissindicais vai acontecer na pos-se de Brizola Neto.

E lo gi o – O presidente daCentral Única dos Trabalhado-res (CUT), Artur Henrique, saiuontem em defesa do discursofeito na segunda-feira pelapresidente Dilma Rousseff,quando ela atacou os altos ju-ros cobrados pelos bancos pri-vados. "A presidente respon-deu à nossa reunião, há ummês, quando colocamos queela tinha que ter mais ousadiacom o sistema financeiro. Elatinha de cobrar a redução dospread bancário e utilizar osbancos públicos para isso",disse, na festa de 1º de Maioem São Paulo.

Para ele, a postura da presi-dente tende a encaminhar oPaís para uma reforma tribu-tária em que se privilegie osgeradores de emprego e sepuna os "especuladores". "Te-mos de fazer a reforma e ga-rantir que quem quer produzire gerar emprego pague me-nos impostos e quem quer es-pecular pague mais. (AE)

Mais comemorações do Dia do Trabalho na página 18

Brizola Neto: 'PDT vai marchar unido'.Novo ministro do Trabalho diz que vai procurar a unidade partidária em torno do governo, como Dilma pediu.

Anunciado na segunda-feira como o novo minis-tro do Trabalho, Brizola

Neto (PDT) afirmou ontem queo seu partido deve acompa-nhar o Palácio do Planalto. "Noprocesso de escolha tendem asurgir preferências. O PDTtende a marchar pela unida-de", afirmou, durante as co-memorações do 1º de Maio emSão Paulo.

A indicação de Brizola Netonão era unanimidade no parti-do e foi tratada como "indica-ção pessoal" da presidente.Sua posse acontece amanhã.

Dilma deu ao novo ministroa missão de unificar o PDT: "Éclaro que há arestas, mas na-da que conversas e o dia a dianão nos ajudem a superar. Mi-nha tarefa principal agora éconstruir essa unidade", disseontem Brizola Neto, após seranunciado.

A pasta era comandada in-terinamente por Paulo Rober-

to Santos Pinto desde dezem-bro do ano passado, quando oex-ministro Carlos Lupi deixouo cargo em meio a denúnciasde irregularidades.

Além de Brizola Neto, o PDTapresentou como opções dalegenda para o cargo os no-mes do deputado Vieira da Cu-nha (PDT-RS) e do secretário-geral do partido, Manoel Dias.O partido controla o ministériodesde o governo Luiz InácioLula da Silva.

A po io – Em nota divulgadaontem, a presidente disse queBrizola Neto "prestará grandecontribuição ao País" e desta-cou sua trajetória política co-mo ex-secretário de Trabalhoe Renda do Rio de Janeiro, ex-vereador e deputado federal.

Dilma ainda agradeceu oministro interino. "A presiden-ta agradeceu a importante co-laboração do ex-ministro Car-los Lupi, que esteve à frente doMinistério no primeiro ano deseu governo, e do ministro in-terino Paulo Roberto dos San-tos Pinto na consolidação dasconquistas obtidas pelos tra-balhadores brasileiros nos úl-timos anos", diz a nota.

Apesar da resistência departe da bancada do PDT, o de-putado, de 33 anos, conquis-tou nos últimos meses o avalda Força Sindical e da CUT(Central Única dos Trabalha-dores). E será o mais novo mi-nistro do Planalto.

Brizola Neto assumirá o pos-to de ministro mais novo da Es-planada. Neto de Leonel Brizo-la, fundador do PDT e ex-go-vernador do Rio de Janeiro e doRio Grande do Sul, o deputadoexerce o segundo mandato naCâmara dos Deputados.

Chegou a liderar o PDT em2009 e teve uma atuação sem-pre fiel ao governo. Em 2011,se licenciou da Câmara paraexercer o cargo de secretáriode Trabalho e Renda do Rio.

Em seu site, ele destaca a li-gação com o avô. "O nome quecarrego é uma bandeira,msímbolo para milhões de pes-soas". ( Fo l h a p r e s s ) Previsão: "Ele prestará grande contribuição ao País", diz Dilma.

É claro que háarestas, mas nadaque conversas e odia a dia não nosajudem a superar.A tarefa é construiressa unidade.

BRIZOL A NE TO

Uma festa que não para de crescerCriado em 1891, o Dia do Trabalho mostra a grande concorrência entre centrais.

Armando Serra Negra Marcando o eterno conflitoentre classes laboriosas e pa-tronais, tradicionalmente ostrabalhadores hoje vão àsruas, organizados por sindica-tos e centrais sindicais. A dataganhou, então, proporções gi-gantescas, no mundo todo.

Originários nas "corpora-ções de oficio" medievais, du-rante a Revolução Industrial,na Inglaterra do século 18, ossindicatos modernos detêmforça considerável, com oapoio de partidos políticos. Omaior exemplo brasileiro é odo Sindicato dos Metalúrgicosdo ABC, fundado em 1933. Tí-mido no raiar do regime militar(1964-1985), tornou-se a raiz

do Partido dos Trabalhadores(PT), fundado em 1979. Com avolta da Democracia, foi de vi-tal importância para a criaçãoda Central Única dos Traba-lhadores (CUT), em 1983. Omaior conglomerado sindicalbrasileiro – e o 5º do mundo –com perto de 30 milhões de fi-liados, a partir de 1991 come-çou a concorrer com a ForçaSindical, que detém mais de 9milhões de associados. Umaconcorrência explícita, ates-tada ontem por 1 milhão depessoas, entre o Va le doAnhangabaú e a Praça de Ba-gatelle. Uma festa de balões,faixas, bandeiras e sorteios,que não para de crescer.

Ao reinvidicar jornada detrabalho de oito horas,em 1º de maio de 1886,

milhares de trabalhadores fo-ram às ruas de Chicago (EUA).O saldo da greve geral que seseguiu foi de dezenas de mor-tos. Três anos depois, em1889, a Segunda Internacio-nal Socialista, em Paris, pro-pôs uma convocação anualneste dia, homenageando oato de Chicago. A data acabouse transformando em feriadointernacional, em Bruxelas,em 1891, comemorando o Diados Trabalhadores.

Levi Branco/Brazil Photo Press/AE

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

CO L Ô M B I AFarc admitem quetêm jornalista francêscomo 'prisioneirode guerra'

HOL ANDAEntra em vigor leique impede vendade maconha paraestrangeiros no sulnternacional

MISSÃO (QUASE) CUMPRIDAObama faz visita-surpresa ao Afeganistão, onde assina acordo estratégico sobre fim de campanha militar no país.

Em visita-surpresa ao Afeganistão, opresidente dos Estados Unidos, Bara-ck Obama, assinou ontem ao lado docolega afegão, Hamid Karzai, um acor-

do que simboliza o começo do fim da missãodas tropas norte-americanas no país.

O mandatário assinou um pacto com o objetivode consolidar os compromissos dos EUA com opaís após o final da longa e impopular guerra emsolo afegão. Ao lado do presidente afegão, Oba-ma declarou que "juntos, estamos agora com-prometidos em substituir a guerra com a paz".

Obama, afirmou que a meta que fixou para aguerra nesse país – derrotar a rede terrorista Al-Qaeda – "está ao alcance de nossas mãos".

Obama admitiu que haverá dias difíceis pelafrente, mas disse que o povo afegão está assu-mindo o controle do seu futuro. "O saldo da guer-ra tem sido bom para as duas nações", disse.

O acordo, que levou meses para ser negocia-do, deve entrar em vigor após o término dacampanha militar de 13 anos dos EUA e da Or-ganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)no Afeganistão, no fim de 2014.

Por ele, o Afeganistão tem garantida sua so-berania e recebe a promessa de que não seráabandonado, enquanto os EUA encerram asmissões de combate no país. "Não construire-mos bases permanentes nem patrulharemossuas cidades e montanhas", disse Obama.

O acordo não obriga os EUA a manterem tro-pas ou a repassar recursos ao Afeganistão, maspermite que os norte-americanos mantenhamsoldados em território afegão para dois propósi-tos específicos: o treinamento de forças afegãs eoperações que têm como alvo a Al-Qaeda.

Segredo - Obama permaneceu no Afeganistãopor cerca de sete horas. O Air Force One pousoudurante a noite na Base Aérea de Bagram, a prin-cipal base norte-americana no país. Os jornalis-tas que viajaram com ele tiveram de manter o as-sunto em segredo até que o presidente tivesseconcluído, em segurança, sua viagem de heli-cóptero até a capital Cabul.

Reeleição - A viagem ao Afeganistão é parteda estratégia de amplificar a campanha de re-eleição de Obama, em uma semana em que eleainda apresentou o slogan de sua campanha("Forward", "para a frente" ou "avante") e lan-çou seu primeiro comercial eleitoral aberta-mente crítico ao rival Mitt Romney. (Agências)

Kevin Lamarque/Reuters

Ao assinar parceria com Karzai, Obama declarou que ambos estão 'comprometidos em substituir a guerra com a paz'. As missões de combate terminam em 2014.

Colhendo os louros

Opré-candidato republicano Mitt Romneyacusou o presidente dos Estados Unidos,

Barack Obama, de politizar o primeiro aniver-sário da morte de Osama bin Laden.

Obama afirma que a morte do líder da Al-Qae-da é um coroamento de sua política de seguran-ça nacional e sua campanha tentou levantar dú-vidas sobre se Romney teria tomado a mesmadecisão de enviar uma equipe de forças espe-ciais para o Paquistão para matar Bin Laden.

Ontem, Obama viajou ao Afeganistão para ce-lebrar a data e Romney também buscou umevento simbólico, comendo pizza com bombei-ros que atuaram nos ataques de 11 de setembrode 2001.

"Acho muito frustrante que o presidente façadisso um item político ao sugerir que eu não teriaordenado oataque. Claro que eu teria. Qualquernorte-americano, qualquer norte-americanoque pensa, teria ordenado exatamente a mesmacoisa", disse Romney à rede CBS. (Agências)

Bin Laden: a arma eleitoral de Obama.

VISTA GROSSA – O magnata Rupert Murdoch, de 81 anos, não está aptopara conduzir uma multinacional, disseram legisladores britânicos ontem, aoresponsabilizá-lo pelas escutas ilegais usadas pelo tabloide News of the World.

VIAGEM DE ROTINA – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foirecebido ontem pelo colega cubano, Raúl Castro, em Havana para a "retafinal" de seu tratamento de radioterapia contra um câncer na região pélvica.

Reuters - 26/04/12 Divulgação/Reuters

Nem direita,nem esquerda.

Alíder da extrema direita francesa, Ma-rine Le Pen, afirmou a seus partidáriosontem que votará em branco no se-

gundo turno da eleição presidencial, no pró-ximo domingo, que será disputado entre opresidente conservador Nicolas Sarkozy e osocialista François Hollande.

Marina Le Pen surpreendeu o país ao con-seguir 17,9% dos votos no primeiro turno de22 de abril, tornando seus partidários decisi-vos para a disputa. Ela disse, porém, que nãoos aconselhará sobre como votar.

"Cada um fará sua eleição. Eu farei a minha.Vocês são cidadãos livres e devem votar deacordo com sua consciência", disse ela a sim-patizantes no comício anual do "Dia de JoanaD'Arc", uma demonstração de patriotismo, nocentro de Paris. "Não concederei minha con-fiança nem mandato a esses dois candidatos...No domingo, votarei em branco", afirmou.

Le Pen, que propõe a saída da França do eu-ro e o fechamento das fronteiras do país, tam-

bém criticou Sarkozy por defender "ideiasque contradizem com as políticas de seu pri-meiro mandato". "Um presidente assim nãopode ser o presidente do povo", afirmou.

Para assegurar um segundo mandato, Sar-kozy precisa atrair a maioria dos eleitores deLe Pen do primeiro turno, mas pesquisas deopinião mostram que os que votaram na ex-

trema direita devem seguir a sua candidata ese abster na segunda etapa da eleição.

Uma pesquisa da LH2, publicada no final desemana, mostrou que o socialista Hollandedeve vencer o segundo turno por 54% contra46% do conservador Sarkozy, porcentualmenor do que os 56% apurados pela pesqui-sa realizada em 19 de abril. (Agências)

A candidata de extrema direita, Marine Le Pen, vai votar em branco no segundo turno da França.

Charles Platiau/Reuters

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201210 DIÁRIO DO COMÉRCIO

História navalde volta à tona

NAU BRASILISLivro ricamente ilustrado mostra a história da

indústria naval brasileira, desde a época colonial atéos dias de hoje. Na segunda parte da obra, autor

acompanhou a construção de um navio desde a fasede projeto até a inauguração.cidades

Livro Nau Brasilis resgata a trajetória da indústria mercante brasileira

Acelebração dos cemanos do transatlân-tico Titanic colocoua história naval na

pauta do dia. E para quem gos-ta de navios e quer se aprofun-dar no assunto, acaba de sairdo forno o livro Nau Brasilis (So-laris Editora, 360 páginas).

Como diz o subtítulo da obra,trata-se da história, a trajetóriae a retomada da construçãonaval brasileira. Em uma lu-xuosa edição, foram reunidas685 imagens, ilustrações, ma-pas e gravuras que contam osquase 500 anos da nossa nave-gação mercante.

Dividido em duas partes, oautor do livro, o jornalista eescritor Carlos Cornejo, fazum amplo levantamento so-bre a trajetória da indústrianaval brasileira, desde o pri-meiro estaleiro nacional,construído no Rio de Janeiro,em 1531, por ordem do go-vernador geral Martim Afon-so de Souza. Nesse local, on-de atualmente fica o bairroda Urca, foram construídosdois bergatins – antigos bar-cos movidos à vela e remo –para explorar o sul do País e abacia do Rio da Prata.

Trata-se do ponto de partidade uma viagem que atravessaos séculos, recheada de fatosimportantes e curiosos, des-conhecidos da maior parte dapopulação. Para compor a pri-meira parte, foram mais detrês anos de pesquisa e deze-nas de entrevistas, já que mui-tos dados estavam dispersosem arquivos e bibliotecas, noBrasil e no exterior.

Mas o resultado valeu a pe-na. "Acompanhamos o perío-do colonial, a abertura dosportos nacionais à navegaçãointernacional, a atuação des-

Marcus Lopes tacada dos arsenais da Mari-nha, o nascimento da moder-na indústria naval, num esta-leiro criado pelo Barão deMauá, a construção de naviosde guerra durante a Guerra doParaguai e o Plano de Metas deJuscelino Kubitschek, que esti-mulou a criação de estalei-ros", explica Cornejo ao Diáriodo Comércio.

Galeão– Em meio aos dados emuitas informações, algumashistórias são saborosas. Poucagente sabe, por exemplo, que omaior galeão do mundo do sé-culo 17, chamado "Padre Eter-no", foi construído no Rio de Ja-neiro, mais precisamente naIlha do Governador.

Na obra "Du Globe Terres-tre", do cartógrafo francêsAlain Manesson-Mallet, publi-cada em Paris, em 1683, o Pa-dre Eterno era destacado co-mo sendo "o maior navio cons-truído no século, com um com-primento de 180 passos naquilha, dotado de seis conve-ses, 160 portinholas e igualnúmero de canhões, capaci-dade para quatro mil caixas deaçúcar de 1.500 libras cada e2.500 rolos grossos de tabaco,podendo transportar de três aquatro mil homens".

A façanha foi tão grande queo local do estaleiro passou aser chamado de Ponta do Ga-leão que, muito tempo depois,abrigaria o aeroporto do Ga-

leão, atual Tom Jobim.Alguns séculos depois, em

1979, o Brasil contava com asegunda maior carteira mun-dial de encomendas de na-vios, atrás apenas do Japão,produzindo embarcações pa-ra armadores dos Estados Uni-dos, Alemanha e diversos paí-ses sul-americanos.

Cho ques – "Tudo isso seperdeu em consequência dossucessivos choques do pe-tróleo, as crises econômicasinternacionais e o fim dos in-centivos do governo. O Brasilsumiu das estatísticas e, dosq u a s e t r i n t a e s t a l e i r o satuantes na década de 1980,ao findar o século 20 restavasomente um, e dedicado aconsertos", lamenta Corne-jo, autor de diversos livros eálbuns de imagens históri-cas. Entre eles, a premiadatrilogia de álbuns Le m b r a n ç a sde São Paulo, que conta a his-tória da capital paulista e doEstado de São Paulo atravésdos cartões-postais.

Na segunda parte, o autorse dedica ao renascimentoda indústria naval. Para isso,acompanhou todo o proces-so de construção de um na-vio, o porta-contêineres Jaca-randá, da empresa Log-In Lo-gística Intermodal.

Passo a passo – Cornejoacompanhou e registrou,pessoalmente, todo o pro-cesso de construção, da fasede projeto ao lançamento nomar, no ano passado. "Parti-cipei de todas as fases daconstrução, desde o projetoproduzido na prancheta até aviagem inaugural. Foi umaexperiência sem igual acom-panhar esse passo a passo daconstrução, convivendo comoperários, técnicos e maríti-mos. Tudo está registrado nolivro em centenas de fotos",explica o autor.

Fotos: Reprodução

Galeão "Padre Eterno", construído no século 17 em estaleiro na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

Armas militares na conquistado território: lápis e compasso

Apresença militar naocupação e conquis-ta do território nacio-

nal não aconteceu apenasatravés das armas. A enge-nharia, a arquitetura e acartografia militares contri-buíram para a atual forma-ção do Brasil. É o que mos-tra Desenho e Desígnio - OBrasil dos Engenheiros Milita-res, de Beatriz Piccolotto Si-queiro Bueno (Edusp, 456páginas, R$ 120).

Fruto da sua tese de dou-torado na Faculdade de Ar-quitetura e Urbanismo daUniversidade de São Paulo(FAU-USP), Beatriz revelacomo os militares foram im-portantes, do ponto de vistaestratégico, para a forma-ção do Brasil.

Uma delas refere-se àcartografia. Os mapas de-senhados pelos militaresdemarcavam as áreas per-tencentes à Coroa portu-

guesa, trabalho essen-cial para o reconheci-mento, demarcação eampliação do território.

Outro trabalho era ga-

das vilas coloniais.Miolo– Há também muitas

curiosidade: nas maletasdos engenheiros, além de lá-pis, compasso e outros ins-trumentos, nunca podia fal-tar miolo de pão, que erausado como borracha.

Mas, afinal, o que pode-mos entender como Brasildos engenheiros militares?A própria autora nos dá res-posta: "É o Brasil de além-Tordesilhas, dotado de umarede de caminhos, capelas,freguesias, vilas, cidades efortificações, que funciona-vam como as chaves de umterritório cuja produção re-sultou de enorme investi-mento estratégico, dese-nhado pela coroa portugue-sa", explica Beatriz, no livro."Como qualquer arma de fo-go, foram esses 'desenhos-desígnios' eficientes instru-mentos de uma ação coloni-zadora", completa. (M.L .)

Repr

oduç

ão

Bússola utilizadapelos cartógrafosnas expedições

rantir a segurança das vilas ecidades coloniais, vulneráveisaos ataques inimigos. Para is-so, eram projetadas fortifica-ções, quartéis e o próprio de-senho das ruas e edificações

Frio bate recorde do ano em SPLuiz Guarnieri/AE

Termômetro registra 13° C no Centro, ontem de manhã: frio continua

Acidade de São Pauloregistrou ontem amadrugada mais fria

desde o começo do ano,com 11,4° C, segundo oInmet (Instituto Nacional deMeteorologia). A marcaanterior, de 14,4° C, haviasido registrada em 29 demarço.

As temperaturas maisbaixas do Estadoaconteceram em Barra doTurvo (4,7° C) e Rancharia(5° C). A frente fria, queprovocou muita chuva naregião metropolitana nosúltimos dias, já se distancia,mas uma massa de ar frio eseco, de origem polar,mantém as temperaturasbaixas.

O mês de abril, queterminou anteontem, foi omais chuvoso desde 1991,com o acumulado de 155,9milímetros. Em 1991, oacumulado do mês foi de

169 mm – cada milímetroequivale a um litro de águapor m2.

Geadas – A região Sul doPaís também teve maisuma madrugada detemperaturas baixasontem, com ostermômetros marcandotemperaturas negativas

em Santa Catarina e noParaná. Também há registrode geadas em cidades dosdois Estados e do Rio Grandedo Sul. As temperaturasmais baixas ocorreram emUrubici (SC), com 1,6º Cnegativos, e em InácioMartins (PR), com 0,3º Cnegativos. ( Fo l h a p r e s s )

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

3setor

º

Na era digital, a foto é da lata.O Projeto Escola do Olhar ensina estudantes da rede pública a fotografar artesanalmente, utilizando latas de tinta

Fotos: Divulgação

Estudantes nocurso: além deaprenderem afotografar sem

lentes, elesrecebem aulasde reforço dequímica, físicae linguagensoral e escrita.

Abaixo, alunoscom instrutor evaral com osnegativos.

Meninos emeninas da

escola AmadorAguiar, de

Barueri, com suasmáquinas feitasde lata de tinta.

O métodoutilizado échamado

pinhole, quepermite

fotografarsem lentes.

Kelly Ferreira

Ver o mundo de umamaneira diferente,com uma lente na-da convencional. É

desta forma que os alunos daEscola Municipal de EnsinoF u n d a m e n t a l A m a d o rAguiar, em Barueri, na Gran-de São Paulo, aprendem a fo-tografar. Meninos e meninasda era da máquina fotográfi-ca digital, dos celulares comc â m e r a s e d o s t a b l e t s ,aprendem a fazer imagensde maneira artesanal.

O projeto Escola do Olhar foicriado em 1995 pela ONG Ima-geMagica e há dois anos ga-nhou como parceira a empresaalemã Merck. Durante as aulas,que duram três meses, a garo-tada ajuda na construção deum laboratório fotográfico, usalatas de tinta para fazer suaspróprias máquinas fotográfi-cas, aprende sobre técnica fo-tográfica e linguagem visual.Além disso, os alunos têm refor-ço de química, física, lingua-gens oral e escrita. A turma iráse formar em junho e, para fes-tejar, montará uma exposição.

O projeto da ImageMagicaoferece gratuitamente o cursode fotografia artesanal, utili-zando a técnica pinhole – quepermite que o fenômeno foto-gráfico se dê em um ambientesem a presença de lentes. Ocurso é dirigido a alunos de es-colas públicas.

Artesanal - Segundo a coor-denadora de Projetos da ONGImageMagica, Carolina Sou-za, é pela fotografia e pela lin-guagem visual que os alunossão estimulados a perceber arealidade à sua volta. "A ideiaé oferecer mais uma maneirade comunicação para os jo-vens, despertando neles o pa-pel de agentes transformado-res e proporcionando a práti-ca da cidadania no meio emque vivem. É uma forma decomeçar a pensar o mundo deum jeito diferente."

As aulas abordam técnica,sensibilização do olhar, temaspara exercitar novas percep-ções, multiplicação do apren-dizado com a comunidade lo-cal, além da preparação para amontagem de uma exposiçãocom as fotos produzidas, sim-bolizando a conclusão do pro-jeto. Na conclusão da parteprática do curso, os alunosirão realizar saídas fotográfi-

cas nos arredores da escola,permitindo a análise e identifi-cação dos espaços significati-vos da região, tanto positivosquanto negativos.

As oficinas são realizadasduas vezes por semana pelamanhã e à tarde, para atenderalunos dos dois períodos esco-lares. A cada curso, são dispo-nibilizadas 60 vagas para estu-dantes e 15 para professores.

Apoio – Este é o segundo anoem que a Merck apoia o proje-to, selecionado por meio deconcorrência para patrocíniovia incentivos fiscais, que teve76 projetos inscritos. A esco-lha foi baseada na preocupa-ção da Merck em privilegiariniciativas voltadas para asáreas de inclusão social e edu-cação ambiental.

"Faz parte da cultura deResponsabilidade Social daMerck se envolver nos proje-tos que apoia, por isso asações patrocinadas aconte-cem em nosso entorno, sejaem São Paulo, Barueri, Cotiaou Rio de Janeiro", explicou acoordenadora de Responsa-bi l idade Social da Merck,Cleo Ferreira. "Oferecer umnovo aprendizado é essen-cial para que esses jovens es-

colham caminhos para suasvidas", disse. No segundo se-mestre, o projeto será reali-zado na Escola Municipal deEnsino Fundamental Bernar-do O’Higgins, no bairro doBrooklin, na zona sul de SãoPaulo, também próximo aoescritório da Merck.

História - A ONG ImageMagi-ca foi criada em São Paulo pelofotógrafo documentarista An-dré François com o objetivo dedesenvolver ações nas áreaseducacional, cultural e de saú-de, usando a fotografia e a lin-guagem visual como ferramen-ta de trabalho. Por meio da foto-

grafia, a ImageMagica levaseus projetos para escolas ehospitais, possibilitando a re-flexão sobre a realidade de ca-da um e a transformação social.Desde 2005, André François,fundador da ONG, realiza docu-mentários fotográficos sobre asaúde no Brasil e no mundo.

VAG A SA cada curso são60 vagas paraestudantes e 15para professores.

MÁGIC AO projeto Escolado Olhar foi criadoem 1995 pelaONG ImageMagica.

Avape tem 200 vagas

AAvape (Associaçãopara Valorização dePessoas com

Deficiência) tem cerca de 200vagas de trabalho abertaspara profissionais comdeficiências, para atuaçãona capital, ABC e Interior.Segundo Tieli Krug,especialista em inclusão daAvape, é importante que,além de ter a formaçãomínima exigida, o ensinomédio), os candidatosestejam capacitados. A Avapeoferece cursos para pessoascom deficiência e em situaçãode vulnerabilidade social.

"O Brasil já estáaumentando o número depessoas com deficiência nomercado de trabalho após ainstituição da Lei de Cotas.Mas há muitas vagas emaberto, mas o mercado querpessoas qualificadas",afirmou Tieli.

Para se candidatar , épreciso ligar para Avape no(11) 4993-9205 ou enviar ocurrículo para [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] [email protected].

Bazar para as mães

DA ASA (AssociaçãoSanto Agostinho), quegerencia locais para o

cuidado de crianças, jovens eidosos em São Paulo, realizarános dias 8, 9 e 10, no EspaçoGarden, na Lapa, o bazarespecial de Dia das Mães. Comentrada gratuita, o encontro éorganizado anualmente etoda a renda é revertida paraos trabalhos da entidade emcinco creches e cincorecantos, onde são oferecidoscursos e oficinas, e para o LarSanto Alberto, que cuida de 56idosos no bairro de Santana,na zona norte da capital.

O bazar terá desdeartesanato até roupas demarcas conceituadas. Nos trêsdias de evento, cerca de 80expositoras estarão presentescom produtos de cama, mesae banho, além de artigos paracopa e cozinha, acessórios,vestuário, papelaria, jóiase semi-jóias. O evento traráainda um Espaço Gourmet,com restaurante e comidasespeciais, como biscoitos,doces, lanches, salgados,pizza em cone, sanduíchesnaturais e cupcakes. Maisinformações no www.asa-santoagostinho.org.br

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201212 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

E M C A R T A Z

D ESIGN

Iluminação inovadora

Mostra Paralelos, Meridianose Outras Linhas Imaginárias

traz obras de Li Cotait.Espaço de Arte Arterix.

Praça Benedito Calixto, 103,Pinheiros. Grátis.

Nuvens para todosos gostos

Com o acesso ao iCloudliberado, permitindo aosusuários de dispositivosfabricados pela Apple queguardem seus arquivos na'nuvem', outros desenhosfamosos vêm à mente.Veja nas respostas abaixose você está craquequando o assunto é nuvem.

R IO

Achado carro commaterial radioativo

Uma denúncia feita para aDefesa Civil ajudou alocalizar, no início damadrugada de ontem, naCidade Alta, subúrbio do Rio,o carro contendo o materialradioativo selênio, informouJoão Carlos Videira, diretorcomercial da ArcTest, donado veículo e do equipamentoroubados na noite de sábado.

N ATAÇÃO

Morre um campeão

Onadador norueguêsAlexander Dale Oen,26, campeão mundial

dos 100 m peito em 2011 e me-dalha de prata na mesma provaem Pequim-2008, morreu apóssofrer um ataque cardíaco emum treino de alto rendimentorealizado nos EUA no sábado.

Per Sune Eknes, presidenteda federação norueguesa denatação, confirmou a mortede Oen, após um treino emFlagstaff, no estado do Arizo-na, onde treinava com a equi-pe de seu país visando os JogosOlímpicos de Londres neste

ano. Segundo seus compa-nheiros, o nadador desmaiouapós sair da piscina e todos osesforços para reanimá-lo fo-ram infrutíferos.

Oen escreveu no sábado emsua conta no Twitter que lherestavam "apenas dois dias naconcentração de Flagstaff"."Então será o momento de vol-tar à cidade mais bonita da No-ruega, Bergen", acrescentou.

O atleta era uma grande es-perança de medalha de ouropara seu país na Olimpíada. Em2011, em Xangai, ele ganhou oprimeiro ouro da Noruega em

um Mundial de natação. Trêsanos antes, subiu ao pódio emPequim para receber a meda-lha de prata olímpica. (Efe)

Tobias Schwarz/Reuters

O designer norte-americano Craighton Berman inovou denovo ao transformar o fio de extensão no próprio abajur.

studio.craightonber man.com/COIL-LAMP

R ESTAURANTES

D.O.M., o 4º melhor do mundo.D.O.M., do chef Alex Atala, é

o quarto melhor restaurantedo mundo, segundo a revistabritânica Restaurant. Entre os100 melhores endereços doplaneta, constam ainda outrasduas casas brasileiras. Otambém paulistano Maní, dos

chefs Helena Rizzo e DanielRedondo, está em 51º. Já ocarioca Roberta Sudbrack, dachef de mesmo nome, ocupa a71ª posição. Pelo terceiro anoseguido, o título de melhor domundo ficou com restaurantedinamarquês Noma.

1) iCloud2) Simpsons3) BBC Tempo4) Soundcloud5) Super Mario Bros.6) Snoopy7) Flintstones8) Toy Story

Nas alturasO hotel Revere, em

Boston (EUA), celebrousua inauguração com um

desfile realizado numapassarela vertical, nafachada do prédio. Os

modelos, suspensos porcabos, usaram uniformesdesenhados para o hotel

por estudantes doMassachusetts College of

Art and Design.

ORIGAMIO artista Hasegawa Yosuke trabalha com

origami e notas de dinheiro, colocando chapéuna cabeça de algumas personalidadeshistóricas. Confira mais no site abaixo.http://designyoutr ust.com/2012/04/currency-caps

L o goLogowww.dcomercio.com.brA R

T E

David Gray/Reuters

M ODA

Para os fãs deSpace Invaders

Os fãs de SpaceInvaders, o famoso jogode videogame lançadoem 1978, vão adorareste pulôver. Quem nãoquiser pagar os 279euros cobrados pelaMonsieur Lacenaire podese divertir um poucojogando na página damarca no Facebook.

w w w. f a c e b o o k . c o m / M o n s i e u r

Lacenaire/app_403035283053604

VINTAGE - Voluntária organiza a entrada de um dos carros que participaram do encontro anual de amantes de Fuscas e

Kombis antigos em Hanover, na Alemanha. Cerca de 3,5 mil veículos marcaram presença na 29ª edição do evento.

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

Declarações do IR somam 25,2 miNúmero superou estimativa da Receita. Para atrasados, novo programa está disponível a partir de hoje.

AReceita Federal do Bra-sil (RFB) recebeu umtotal de 25,244 milhões

de declarações do Imposto deRenda 2012. O número ficouum pouco acima da estimati-va do fisco, que esperava 25mi lhões de documentos.Também foi maior que o regis-trado nos dois últimos anos –24,36 milhões, em 2011, e25,17 milhões, em 2010.

O prazo terminou às 23h59de terça-feira. Segundo o su-pervisor nacional do Impostode Renda (IR), Joaquim Adir, oprimeiro lote de restituiçõessairá no dia 15 de junho. Osseguintes estão agendadospara 16 de julho, 15 de agos-to, 17 de setembro, 15 de ou-tubro, 16 de novembro e 17de dezembro.

O extrato da declaração doIR deste ano já está disponívelno portal e-CAC. Para acessá-lo, é necessário utilizar o códi-go de acesso gerado na pró-pria página da Receita ou terum certificado digital emitidopor autoridade habilitada.

O acesso ao extrato permiteao contribuinte identificar, en-tre outros detalhes, eventuaispendências que acarretam aretenção da declaração emmalha e saiba como resolvê-las, mediante a apresentaçãode declaração retificadora.

Se houver pendências nadeclaração, causadas por er-ros cometidos pelo contri-buinte, ele poderá fazer suaautorregularalização. Para is-so, deve retificar a declara-ção, corrigindo os erros apon-tados pela Receita Federal.

Quanto mais cedo for efe-tuada a correção, mais rapi-damente será liberada a res-tituição. No caso de impostode renda a pagar, a correçãodentro do prazo de entregada declaração (até segunda-feira) evita a incidência demulta e juros.

Para gerar o cód igo deacesso ao portal e-CAC, ocontribuinte precisará infor-mar o número do recibo deentrega das declarações dosdois últimos exercícios.

O contribuinte que não con-seguiu enviar a declaração atempo deve usar um novo pro-grama programa a partir dehoje. Depois de liberado, ocontribuinte deve baixar osprogramas IRPF 2012 e Recei-tanet e, uma vez preenchida adeclaração, transmiti-la usan-do o Receitanet. O preenchi-mento, os dados necessários eas fichas disponíveis seguemsendo os mesmos.

Para quem vai entregar adeclaração em disquete oupen drive, é necessário levá-loa uma unidade da Receita, jáque o Banco do Brasil e a CaixaEconômica não recebem asdeclarações em atraso.

Calma – O diretor-executivoda Confirp Consultoria Contá-bil, Richard Domingos, infor-ma que a principal dica paraquem não entregou o docu-mento é "manter a calma". Po-rém, deve iniciar imediata-mente o processo de preen-cher a declaração.

"Mesmo para os contribuin-tes que esqueceram de fazer

sua declaração de Imposto deRenda, a dica primordial é: seapresse para declarar. A au-sência da declaração, alémde gerar multa mínima deR$ 165,74, pode acarretarprejuízos, como atrasar um fi-nanciamento, bloquear ca-dastro, entre outros", disseMeire Poza, gestora da ArborContábil, parceira do Invest-mania. Quem tem imposto apagar, Meire alerta que o con-tribuinte deve ficar atento, jáque a 1ª cota (ou cota única),venceu em 30 de abril.

Retificadora – Mesmo entre-gue após o prazo, a declaraçãopoderá ser retificada. Segun-do Domingos, no entanto, umdos cuidados que deve ser to-mado é a escolha da forma detributação (completa ou sim-plificada). Depois do prazo, adeclaração retitficadora deveser feita no mesmo modelo daoriginal. É preciso que o contri-buinte possua o número do re-cibo de entrega da declaraçãoanterior, para a realização doprocesso. (Agências)

economia

Governos arrecadamR$ 500 bilhões em

quatro mesesO Impostômetro da ACSP mostra que o Leão precisou de dois dias a menos que

em 2011 para morder R$ 500 bi do brasileiro. Para o ano, espera-se R$ 1,6 tri.

Max

Às 1 0 h d ehoje o Im-pos tôme-tro da As-

sociação Comer-cial de São Paulo(ACSP) atingirá amarca de R$ 500bilhões. O númeroé a estimativa doque foi pago peloscontribuintes emimpostos fede-rais, estaduais e

municipais, desdeprimeiro de janeiro

até então. O valor se-rá alcançado dois dias

an tes da con tagem de2011, quando o montante foiatingido em 4 de maio.

De acordo com o coordena-dor de estudos do InstitutoBrasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT), GilbertoAmaral, apesar de o intervaloparecer pequeno – na com-paração entre 2011 e 2010 ovalor foi antecipado em 25dias –, a expectativa para2012 era de que a arrecada-ção caísse, puxada pela criseinternacional, pela queda noconsumo interno e pela altana inadimplência.

"Mesmo assim, ela cresceuem torno de 5% nesses quatromeses do ano, na comparaçãocom 2011. Ou seja, continua aaumentar surpreendente-mente – partindo da premissaque se esperava queda. En-quanto isso, o Produto InternoBruto continua a cair", ressal-ta Amaral.

A velocidade com que os im-postos entram nos cofres pú-blicos só tem aumentado comos anos. O valor de R$ 500 bi-lhões, atingido em quatro me-ses, é próximo daquele alcan-çado ao longo de todo o ano de2005, quando R$ 773 bilhõesforam arrecadados em 12 me-ses. Para o final de 2012, a es-timativa do Impostômetro éde que o leão abocanhe R$ 1,6

trilhão do brasileiro, montanteque supera os R$ 1,5 trilhão doano passado.

Esperança – Para o presiden-te da ACSP e da Federação dasAssociações Comerciais doEstado de São Paulo (Facesp),Rogério Amato, por outro la-do, a redução dos juros bancá-rios pode ser favorável para di-minuir os tributos. "Esperoque, com a queda dos jurosnos bancos privados e públi-cos, também os impostos se-jam diminuídos, para turbinara economia e, assim, favore-cer os consumidores", diz opresidente da ACSP.

Pela apuração do Impostô-metro, que também pode seracessado pala internet, no si-t e w w w . i m p o s t o m e-tro.com.br, com os R$ 500 bi-lhões arrecadados seria pos-sível construir, entre outrasobras, mais de 5 milhões dequilômetros de rede de esgo-to e 5 milhões de postos desaúde equipados (veja qua-d ro ). No endereço eletrônicodo Impostômetro ainda épossível acessar uma sériede ferramentas que permi-tem dimensionar a evoluçãoda arrecadação desde 2005.

O bom desempenho da eco-nomia brasileira ajuda a expli-car essa evolução da arreca-dação. Porém, ela também é

resultado da alta carga tribu-tária do País. Essa carga equi-vale a 36% do Produto InternoBruto (PIB) brasileiro, percen-tual superior ao da maioria dospaíses, inclusive do BRICs(Brasil, Rússia, Índia e China).

Além de pesada, a tributa-ção no Brasil é consideradainjusta por alguns economis-tas. Isso porque ela recai,principalmente, sobre o con-sumo. Cerca de 60% dos tri-butos atingem o consumo.Essa composição acaba poronerar mais quem tem me-nor poder aquisitivo. Issoocorre porque quem ganhamenos compromete um per-centual maior da renda paraconsumir bens e serviços.

Estima-se que quem recebeaté dois salários mínimos des-tine 54% da renda para pagaros impostos. Já quem ganhamais de 30 salários mínimosutiliza 29% dos rendimentospara recolher tributos.

Reação – Uma iniciativa daACSP e da Facesp permite aocontribuinte opinar sobre oaumento da arrecadação tri-butária e o uso do dinheiropúblico, entre outros temas.Trata-se do movimento Horade Agir. Para fazer parte dainiciativa, basta acessar o en-dereço ht tp :/ /w ww.h or ad ea-g i r. c o m . b r / .

o que o governo poderia fazer com o valor arrecadadoem impostos de primeiro de janeiro até hoje

COMO APLICAR MEIO TRILHÃO DE REAIS

Impostômetroganha novos"irmãos"

OImpostômetro foilançado em atopúblico realizado no

Pateo do Colégio, no centrode São Paulo, em abril de2005. A iniciativa foiencabeçada pelasentidades e lideranças daFrente Brasileira Contra aMedida Provisória (MP) 232,entre elas estavam aAssociação Comercial deSão Paulo (ACSP), a Ordemdos Advogados do Brasil(OAB) e o Sindicato dasEmpresas Contábeis(Sescon), entre outras. Coma MP derrubada, a metaseguinte da Frente foievidenciar ao brasileiro otamanho da cargatributária do País.

Com esse objetivo opainel foi concebido einstalado na fachada daACSP. Hoje, oImpostômetro é inspiraçãopara ferramentassemelhantes. Ele inspirou aAssociação Brasileira da

Indústria Têxtil e deConfecção (Abit) a lançar oImportômetro, painelcriado para medir quanto oPaís gasta com importaçõesde produtos têxteis equantos empregos deixamde ser criados no mercadointerno por conta dasimportações. O painel podeser visualizado pelo sitew w w. a b i t . o r g. b r /empregabrasil.

A Federação dasIndústrias do Estado de SãoPaulo (Fiesp) se inspirou noImpostômetro para lançar oJurômetro. O sistema foidesenvolvido, como o nomesugere, para medir quantose gasta no Brasil com opagamento de juros.

Ainda este ano, a ACSP,em parceria com o InstitutoBrasileiro de PlanejamentoTributário (IBPT), pretendelançar o Gastômetro,ferramenta que devemostrar ao contribuintequal a destinação dada aosrecursos que entram noscaixas dos entes públicos.

Empresômetro –Outraferramenta emdesenvolvimento pelo IBPTé o Empresômetro, que vai

monitorar a velocidade comque novas empresas sãocriadas no País e o perfil denegócio em que elas estãose inserindo. Por meio deleserá possível entender comoo comércio e a indústriaestão se espalhando peloBrasil.

Os dados utilizados parafazer o levantamento doEmpresômetro, no caso dasempresas paulistas, são daJunta Comercial do Estadode São Paulo (Jucesp) e doCadastro de Contribuintesdo ICMS (Cadesp). Umlevantamento prévio feitopelo IBPT aponta que noestado existemaproximadamente2 milhões de empresasativas, considerando ossetores do comércio eindústria. Desse total, 50%das empresas estão noregime do Simples Nacional,25% são classificadas noMicroempreendedorIndividual (MEI) e os 25%restantes estãoenquadradas no regimeregular do Imposto sobreCirculação de Mercadorias ePrestação de Serviços(ICMS). (RCI)

� 1 bilhão de cestas básicas distribuídas

� 5 milhões de ambulâncias compradas

� 35 milhões de professores contratados

� 5 milhões de quilômetros de esgoto instalados

� 5 milhões de postos de saúde equipados

Fonte: Impostômetro

Karina Lignelli

Page 14: DC 02/05/2012

terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201214 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

Page 15: DC 02/05/2012

terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

As partes percebem quando é preciso melhorar o ambiente de negócios para gerar mais empregos e consumo.José Pastore, sociólogo especialista em Relações do Trabalhoeconomia

Sindicatos deempregados e depatrões juntos?

O DC encerra a série sobre o trabalho discutindo o novo cenário do sindicalismo

Apassagem por maisum 1º de Maio traz,dessa vez, uma si-tuação especial en-

tre "capital-trabalho" que se-ria impensável em outros tem-pos: uma mudança de climafrente ao atual cenário econô-mico, que coloca empresáriose trabalhadores do mesmo la-do, para reivindicar medidasemergenciais macroeconô-micas em defesa do empregoe da p rodução nac iona l .Exemplo disso foi o manifestoconjunto, do último dia 4 deabril, quando entidades patro-nais e de traba-lhadores se reu-niram na Assem-bleia Legislativade São Pau lo ,com o objetivode tentar brecara enxurrada deimportados.

E não é só ocombate à de-sindustrialização que une, nomomento, parte de sindicatosempresariais e de emprega-dos, que têm pela frente umamplo calendário de mobiliza-ções pelo País. Segundo o so-ciólogo especialista em Rela-ções do Trabalho, José Pasto-re, a desoneração recente dafolha de pagamento – medidada qual ele é defensor antigo –já é resultado dessa unidade.

A medida, afirma ele, procu-rou atenuar o grave problemado excesso de encargos so-ciais sobre a mão de obra, re-duzindo custos da folha de102% para 79% nos setorescontemplados. "Vai gerar ga-nhos às empresas, que serãomais competitivas. E reflexospositivos ao trabalhador, coma criação de mais empregos."

União – Mas essa união não éinédita. Pastore lembra queempresários e trabalhadoresjá marcharam juntos por redu-ção dos juros, reforma tributá-ria e fim da Contribuição Provi-sória sobre Movimentação Fi-nanceira (CPMF). "Apesar deserem movimentos episódi-cos , as partes percebemquando é preciso melhorar oambiente de negócios paragerar mais empregos e consu-mo", explica.

Uma nova ordem de priori-dades e preocupações econô-micas, como câmbio, juros ouo spread bancário, que colo-cam em risco o avanço econô-mico, aproximam trabalhado-res e empresários. Assim,constrói-se uma agenda deação conjunta frente a temasmaiores, como a desindustria-lização, que vai muito além dasimples relação capital-traba-lho, opina o diretor técnico doDepartamento Intersindicalde Estatísticas e Estudos So-cioeconômicos (Dieese), Cle-mente Ganz Lúcio.

"Pleitear a intervenção doEstado – que cria um ambientenovo nessas relações, pelodiálogo multipartite –, tam-bém é uma forma de reorien-tar a política econômica", ex-plica o diretor do Dieese.

O presidente da Federaçãoe do Centro das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp eCiesp), Paulo Skaf, um dos or-ganizadores do movimento,aposta que essa é "uma ten-dência na sociedade do século21". "Essa união, que aumen-ta a força e a importância domovimento, é essencial, poiso desafio de lutar contra a de-sindustrialização é enorme."

"Quando há um problemaque afeta o setor produtivo, há

Luiz Prado/LUZ

União entre "capital-trabalho",como no recente movimento da

Força Sindical e Fiesp, seriaimpensável há alguns anos.

Karina Lignelli uma compreensão maior en-tre as partes, que unem for-ças. Já ganhamos a primeirabatalha (o pacote de medidasdo governo), mas ainda preci-samos avançar em outrasquestões", pondera o presi-dente da Força Sindical, PauloPereira da Silva, o Paulinho.

Mercado – Mas há tambémquem discorde. Esse tipo dealiança é contra o consumidore pode fechar o mercado, se-gundo o advogado Almir Paz-zianotto Pinto, que foi ministrodo Trabalho e presidente doTribunal Superior do Trabalho(TST). Para o jurista, o País pre-cisa ter um sistema de livreconcorrência para o consumi-

dor escolher oque interessa.

"A indústriaau tom ob ilí sti cavendeu carro-ças por muitotempo, mas acoisa melhoroupor aqui quandocomeçou a con-correr com os

carros vindos de fora" exem-plifica. "A China obrigou o pro-dutor brasileiro a se mexer. Seo produto brasileiro for maiscaro, será rejeitado. É precisoinvestir em tecnologia. Comoo agronegócio, que evoluiu econtinua a exportar", diz.

Para Pazzianotto, empresase trabalhadores devem seunir, sim, mas para combatero Custo Brasil. "É preciso lutarpela reforma previdenciária etributária, contra o sistema er-rado que onera a folha de pa-gamento. Mas não pelo fecha-mento do mercado", alerta.

Te nd ên cia ? – Apesar desseamadurecimento, especialis-tas acreditam que ainda nãodá para pensar que esses es-forços conjuntos gerem umacordo social mais amplo, ou

que a luta de classes chegouao fim. "Ainda não estamosnesse patamar", garanteGanz Lúcio. "A pauta traba-lhista continua de pé", com-pleta Paulinho.

A necessidade de moderni-zar a legislação trabalhistatambém "conspira para o não-entendimento entre as par-tes", afirma José Pastore. "Masé o começo de um processopositivo: para vencer inimigosexternos – a concorrência es-trangeira – as partes come-çam a se entender. Não se po-de guerrear internamente, épreciso juntar esforços", diz.

A não-ratificação da Con-venção 87 da Organização In-ternacional do Trabalho (OIT),que permite a empregados epatrões se organizarem livre-mente, sem intervenções doEstado, é outro impeditivo,afirma Pazzianotto Pinto.

"Sem a contribuição sindi-cal compulsória, a pluralidadeseria maior. Entidades de am-bos os lados seriam vistas co-mo pessoas jurídicas de direi-to privado, e dependeriam so-mente da adesão dos sócios."

Se o cenário econômico fa-vorece a aproximação, tam-bém aumenta os conflitos, deacordo com o diretor técnicodo Dieese. Se as empresas ga-nham mais, o trabalhador vêque pode melhorar suas con-dições. Apesar da competitivi-dade entre as partes, o am-biente fica mais favorável pa-ra negociar.

"Não é como nos anos 1990,quando se lutava contra a pre-carização, mas as empresasnão tinham muito a oferecer.O momento atual é oportuno,tanto para modernizar as rela-ções de trabalho como paramelhorar a legislação de am-bas as partes. Com o País cres-cendo, fica mais fácil", diz.

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201216 DIÁRIO DO COMÉRCIO

A taxa mínima do BNDES Progeren cai de 0,96%para 0,89% ao mês a partir de hoje.economia

De olho no trabalho voluntárioAlemães querem expandir troca de conhecimento para empresas brasileiras de pequeno e médio portes e de outros mercados emergentes ou em desenvolvimento.

São Paulo está na rotade expansão da redebrasileira criada pelaagência Senior Ex-

perten Service (SES), uma fun-dação ligada ao Ministério deEconomia e Desenvolvimentoda Alemanha, voltada à trans-ferência gratuita de conheci-mento para empresas de mer-cados emergentes ou em de-senvolvimento. O trabalho, naprática, é realizado por espe-cial istas ale-mães de diver-sos ramos. Háalgumas con-trapartidas pa-ra se ter acessoao benefício,mas a atuaçãodo profissionalé voluntária,destinada es-pe cia lmen teaos empreen-d imentos depequeno e mé-dio portes.

A diretora dep r o j e t o s d aSES para a América Latina, Ag-nes Enzinger, em visita ao Bra-sil, esteve em São Paulo no úl-timo dia 18 para divulgar aproposta, cumprindo roteiroque também incluía Porto Ale-gre, no Rio Grande do Sul, on-de a agência atua há 29 anos,por meio da Câmara Brasil-Alemanha daquela capital;Brasília (DF) e Recife (PE). "Es-tamos mais concentrados naregião Sul, mas o nosso desejoé divulgar e ampliar a rede",afirma Agnes.

Ela conta que a agênciaexiste desde 1983 e foi conce-

bida por ideia de empresáriosdo seu país. "Havia muitosaposentados alemães comboas condições de saúde e detrabalho, por isso o nome Se-nior Experten", explica Agnes.Atualmente, acrescenta, obanco de dados da SES (tam-bém conhecida como Funda-ção da Indústria Alemã paraCooperação Internacional)conta com 10 mil profissionaisdispostos a fazer esse traba-lho voluntário.

Eles são experientes emáreas da indústria (para apri-

moramento oud e s e n v o l v i-mento de pro-d u t o s , p o rexemplo); deprestação deserviço (casodos padeiros ecervejeiros); etambém do co-m é r c i o ( d e-sign; certifica-ções para ex-portação).

A a g ê n c i aatua em 160países, incluin-d o a A l e m a-

nha, que em 2011 concentrou40% dos projetos da fundação– no caso, voltados à formaçãoprofissional de jovens. "É umprograma novo. Só existe naAlemanha. Nos demais paísessó trabalhamos com transfe-rência de conhecimento", de-talha Agnes.

Custos – A executiva enfati-za que a SES não tem o perfil deuma consultoria. Seus profis-sionais atuam com a propostade resolver um determinadoproblema e, simultaneamen-te, transferir o conhecimentopara o funcionário local que

dará continuidade ao projeto.Em São Paulo, a exemplo do

que acontece no Sul do País, oscontatos com a agência de-vem ser feitos por meio da Câ-mara de Comércio e IndústriaBrasil-Alemanha da Capitalpaulista. Os procedimentosburocráticos incluem preen-

chimento de um formulário(etapa que ainda não pressu-põe compromisso); busca pe-la agência, na Alemanha, doprofissional capacitado para ademanda; esclarecimentosde dúvidas envolvidas naquestão e estabelecimento deum acordo.

O serviço do profissionalalemão é gratuito, no entantoa empresa local arcará com oscustos de passagem do espe-cialista, além de hospeda-gem, refeições, transporte lo-cal e, se necessário, um intér-prete. "Para cada projeto, háuma taxa administrativa de

3,8 mil euros, mas se a peque-na ou média empresa não ti-ver recursos, a taxa pode serpaga pelo fundo do Ministériode Desenvolvido alemão",ressalva Agnes. Os programasde transferência de conheci-mento duram de três semanasa três meses.

Havia muitosaposentados alemãescom boas condiçõesde saúde e detrabalho, por issoo nome SeniorExperten.

AGNES ENZINGER, SES

Fátima LourençoDivulgação

Datas de vencimento decontribuições são prorrogadas

Ogoverno prorrogou asdatas de vencimentoda Contribuição para o

Programa de IntegraçãoSocial/Programa deFormação do Patrimônio doServidor Público (PIS/Pasep) eda Contribuição para oFinanciamento daSeguridade Social (Cofins)para alguns produtos eserviços. Eles estãorelacionados em portaria quefoi publicada no dia 30 deabril no Diário Oficial da União(DOU).

Toda a tributação referentea esses produtos, que iriavencer na primeira quinzena

do mês de abril e na primeiraquinzena de maio, foiprorrogada para o último diaútil da primeira quinzena denovembro e para o último diaútil da primeira quinzena dedezembro, respectivamente.

A prorrogação não implicadireito à restituição dequantias eventualmente járecolhidas e vale para osseguintes produtos e serviçosenquadrados nos códigos deClassificação Nacional deAtividades Econômicas(Cnae): preparação e fiaçãode fibras têxteis; tecelagem,exceto malha; fabricação detecidos de malha;

acabamentos em fios, tecidose artefatos têxteis;fabricação de artefatostêxteis, exceto vestuário;confecção de artigos dovestuário e acessórios;fabricação de artigos demalharia e tricotagem;curtimento e outraspreparações de couro;fabricação de artigos paraviagem e artefatos diversosde couro; fabricação decalçados; fabricação departes para calçados, dequalquer material; fabricaçãode peças e acessórios paraveículos automotores efabricação de móveis. (ABr)

3,8mil euros é o valor dataxa administrativa

para cada projeto. Sea empresa não tiver

recursos, a taxa podeser paga por umfundo alemão.

Caixa reduz taxasde linha de créditopara capital de giro

ACaixa Econômica Federalanunciou segunda-feira

redução das taxas de juros doBNDES Progeren, linha de cré-dito para capital de giro volta-da a empresas. A operação édirecionada a companhiaspertencentes a setores indus-triais, definidos pelo BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico Social (BNDES), eas situadas em municípiosabrangidos pela área de atua-ção do Fundo Constitucionaldo Norte ou do Fundo Consti-tucional do Nordeste.

A taxa mínima do produtocai de 0,96% para 0,89% aomês a partir de hoje. "Assim, aCaixa acompanha a reduçãodo custo da operação de 0,5%ao ano comunicada pelo BN-DES, e reduz percentual idên-tico em seu spread, o que re-presenta um benefício, ao to-mador, de 1% ao ano na taxado empréstimo", diz em nota.

De acordo com o banco, a li-nha é destinada ao aumentoda produção, do emprego e damassa salarial, por meio doapoio financeiro, na forma decapital de giro. (Fo l h a p r e s s )

SSSEEERRRVVVIIIÇÇÇOOO

www.ahk brasil.com

Tel: (11) 5187-5100

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

economia

Crise eleva suicídios na EuropaAs dificuldades da economia na zona do euro destruíram os alicerces de vidas que já foram estáveis, levando a um pico de suicídios, principalmente entre homens.

Eoin O'Conaill/The International Herald Tribune

Em Vêneto, no Nordeste da Itália, Stefano Zanatta lidera um grupode apoio aos empresários desesperados. Associações comerciais e

até a igreja criaram programas especiais de prevenção.

Elisabetta Povoledo eDoreen Carvajal*

Na festa de Ano Novo,Antonio Tamiozzo,de 53 anos, se en-forcou no galpão de

sua construtora perto de Vi-cenza, na Itália, depois que vá-rios devedores deixaram depagar o que deviam a ele. Trêssemanas antes, GiovanniSchiavon, um empreiteiro de59 anos, matou-se com um ti-ro na cabeça na sede de suaendividada construtora nosarredores de Pádua. Quandoele encarou a triste perspecti-va de demitir os funcionáriosde sua empresa familiar noNatal, ele escreveu uma últi-ma mensagem: "Perdão, eunão aguento mais".

A crise econômica que aba-lou a Europa nos últimos trêsanos também destruiu os ali-cerces de vidas que já foram es-táveis, levando a um pico alar-mante no número de suicídios.Especialmente nos países maisfragilizados, como a Grécia, a Ir-landa e a Itália, empresários edonos de pequenas empresasestão se matando com cadavez mais frequência, em um fe-nômeno que alguns jornais eu-ropeus já começaram a chamarde "suicídios motivados pelacrise econômica".

Muitos, como Tamiozzo eSchiavon, morreram na obscu-ridade. Já outros, como o deses-perado aposentado de 77 anosque se matou com um tiro emfrente ao Parlamento grego em4 de abril, transformaram seudesespero pessoal em umadramática expressão públicade descontentamento com oslíderes que não foram capazesde aliviar os golpes da crise.

Estatísticas– É difícil comporum retrato do fenômeno emtoda a Europa, já que algunspaíses não publicam suas es-tatísticas e que os médicos le-gistas relutam em classificarmortes como suicídios paraproteger as famílias.Mas estáclaro que os países na van-guarda da crise econômica es-tão sofrendo mais, e que o nú-mero de suicídios entre os ho-mens foi o que mais cresceu.

Na Grécia, a taxa de suicídiosentre homens aumentou maisde 24% entre 2007 e 2009, con-forme estatísticas do governo.Na Irlanda, o número de suicí-dios entre homens cresceumais de 16% no mesmo perío-do. Na Itália, foram registrados185 suicídios motivados por di-ficuldades econômicas em2010 – o último ano em que ha-via dados disponíveis –, um au-mento de 52% em relação aos123 suicídios de 2005.

Austeridade – Pesquisadoresafirmam que a tendência se in-tensificou neste ano, já que asmedidas de austeridade foram

colocadas em prática e aumen-taram as dificuldades de mui-tas pessoas. Ainda que os suicí-dios sejam resultado de diver-sas causas complexas, os pes-quisadores descobriram taxasmais altas de suicídios em pe-ríodos marcados por gravesproblemas econômicos.

"A crise financeira coloca emrisco as vidas de pessoas co-muns, mas esse efeito é muitomais radical quando ocorremcortes na proteção social", afir-mou David Stuckler, sociólogoda Universidade de Cambridgeque realizou um estudo publi-cado na revista The Lancet, noqual descreveu um grande au-mento no número de suicídios

lombi, em comunicado.Depressão – Na Irlanda, o fe-

nômeno foi ligado ao que al-guns terapeutas têm chama-do de depressão do Tigre Cel-ta, um período que teve inícioem 2008 e que se caracterizoupor um influxo de homens demeia idade que reclamavamde insônia e de falta de apetitecomo resultado da avassala-dora crise imobiliária do país.

Em busca de respostas, ospesquisadores da FundaçãoNacional de Pesquisa sobre oSuicídio, em Cork, entrevista-ram parentes de 190 suicidasno condado de Cork durante operíodo mais turbulento, en-tre 2008 e março de 2011.

Na Grécia, a taxa de suicídios entre homensaumentou mais de 24% entre 2007 e 2009.

em toda a Europa, em especialnos países que foram mais gra-vemente afetados, como a Gré-cia e a Irlanda, entre 2007 e2009, anos que coincidem como início da crise. "As medidas deausteridade podem transfor-mar a crise em uma epidemia."

A região do Vêneto, granderesponsável pelo crescimentoeconômico da Itália nos anos1990, foi especialmente atin-gida pela crise. Nessa parte dopaís, que inclui as cidades deTreviso, Vicenza e Pádua,mais de 30 donos de pequenasempresas cometeram suicí-dio nos últimos três anos porrazões ligadas a seu trabalho,enquanto a área era fustigadapor tendências globais que in-cluíram a queda das enco-mendas feitas à indústria, aconcorrência da China e a di-minuição do crédito bancário.

O fenômeno, que foi espe-cialmente intenso na região,tem se espalhado para Bolo-nha, Catania e Roma.

Em Roma, Mario Frasacco,de 59 anos, cuja empresa fa-bricava acessórios de alumí-nio, se matou em abril, cho-cando a associação de peque-nas empresas de Roma, daqual era um dos diretores. Ou-tros membros ficaram surpre-sos quando ele cancelou re-pentinamente uma viagem denegócios para Dubai, nos Emi-rados Árabes Unidos, marca-da com o grupo para o mês demaio. "Agora, nós infelizmen-te compreendemos as possí-veis razões", afirmou o presi-dente da associação, Erino Co-

da, estrelas do rúgbi e o baixistado U2, Adam Clayton, que le-vantou fundos para criar umserviço de atendimento psico-lógico gratuito para jovensadultos com o dia nacional do"Walk in My Shoes" (Ponha-seno meu lugar, em tradução li-vre) realizado em 26 de abrilpassado. No Vêneto, StefanoZanatta lidera um grupo deapoio aos deseperados.

Na Itália, associações comer-ciais e sindicatos, em uma rarademonstração de união, afir-mam que estão tristes com o fa-to de que o problema não ga-nhou mais atenção. "Essa éuma doença social. Nós esta-mos dentro de um túnel no seufinal não há qualquer luz", afir-mou Federico, cujo sindicatoestá organizando uma novafundação para ajudar as víti-mas da crise econômica. As fi-lhas de Giovanni Schiavon e An-tonio Tamiozzo estão entre osmembros fundadores.

"As pessoas não se matamsomente porque estão endivi-dadas", afirmou Federico, "oque ocorre é uma combinaçãode fatores que levam ao deses-pero". "Mas, ao final, o que ligatodas essas situações é a indife-rença e a falta de respeito pelosanos de trabalhos realizados",afirmou ele. "De alguma forma,eles devem ter sentido isso."

*The New York Times

trabalhar, e não tem com quemcontar quando isso acaba", afir-mou o padre Davide Schiavon,que dirige a filial da organiza-ção filantrópica católica Caritasem Treviso, que inaugurou re-centemente um programa pa-ra auxiliar empresários com di-ficuldades financeiras. (O pa-dre Schiavon não é parente deGiovanni Schiavon.)

Cientistas sociais afirmamque alguns países, como a Sué-cia e a Finlândia, evitaram ocrescimento das taxas de suicí-dio durante a crise ao investirem projetos voltados para omercado de trabalho – iniciati-vas que ajudaram as pessoas aserem novamente capazes dese manter – ao invés de realizarempréstimos em dinheiro.

Pr e v e n ç ã o – Em alguns luga-res, grupos comunitários e or-ganizações filantrópicas tenta-ram fornecer uma série de auxí-lios, além de campanhas deprevenção ao suicídio, paraconscientizar a população. NaIrlanda, a paróquia de São Pe-dro e São Paulo em Clonmel ofe-receu um ciclo de palestras detrês dias sobre temas como"Suicídio em tempos de reces-são". Números de telefone deprevenção ao suicídio estãosendo afixados em postos degasolina no caminho de Dubline diversas celebridades estãofalando sobre o assunto, entreas quais o presidente da Irlan-

empréstimos: "Deixe de cho-rorô. Nós queremos nosso di-nheiro. Se isso significa tirar acasa de sua família, é isso quevamos fazer", ele se lembra deter ouvido do banqueiro.

Segundo ele, naquela noiteele entrou no quarto de seu fi-lho, pensando no destino deum conhecido que havia co-metido suicídio, imaginandoseu próprio funeral, com seusfilhos caminhando junto a umcarro fúnebre.

"Quantas outras pessoaspassam as noites em clarocom os mesmos medos?", elese perguntou. "Quantas ou-tras pessoas estão prestes aperder tudo? Todos na Irlandadevem vir ao nosso resgate."

E acrescentou: "Não nos co-municamos e não comparti-lhamos o que sentimos, por-que estamos atados por um or-gulho insólito. Em minha opi-nião, nós devíamos nos tornarativos e enfrentar os bancos."Mordaunt fundou uma empre-sa de consultoria chamada In-sight, que oferece aconselha-mento para pessoas que dese-jam renegociar suas dívidascom o banco.

Com frequência, tais circuns-tâncias são o oposto na Itália,onde, em alguns casos, foi o go-verno que não pagou suas dívi-das com empresários em difi-culdade. A legislação nacionalvoltada para a contenção degastos públicos levou o Es-tado e as prefeituras aacumular bilhões dedólares em contasabertas com credo-res, causando umenorme problemapara muitas peque-nas empresas.

Credores priva-dos também estãoatrasando os paga-mentos. "O problema éo sistema, ninguém maisestá pagando – seja públicoou privado, tudo está para-do", afirmou Salvatore Federi-co, secretário-geral da filial dosindicato dos trabalhadores daconstrução civil, Filca Cisl, noVêneto. "Em geral, está tudoatrasado. No meu ponto devista, ninguém sabe comosair dessa situação."

No Vêneto, o pico nonúmero de suicídios éum sinal da inquieta-ção social em umaárea onde a IgrejaCatólica ApostólicaRomana costuma-va ter mui ta in-fluência.

"O trabalho setornou a religiãodesse lugar e, como tempo, isso en-fraqueceu as es-truturas familia-res – você só quersaber de traba-lhar, trabalhar e

Quantas outras pessoaspassam as noites emclaro com os mesmosmedos? Em minhaopinião, nós devíamosnos tornar ativos eenfrentar os bancos.

GEOR GE MO R D AU N T, DE 44 ANOS,DONO DE LO J A DE AU TO M Ó V E I S

NA IRL ANDA

Solidão– Amaiorparteeradehomens com uma média de 36anos de idade. Quase 40%eram desempregados e 32%trabalhavam como encanado-res, eletricistas e rebocadoresna construção civil, afirmou EllaArensman, diretora de pesqui-sa da fundação. Ela acrescen-tou que, de modo geral, eles so-friam de uma série de proble-mas: dificuldades financeiras,desemprego, relacionamentosdesfeitos e solidão.

Em toda a Europa, os ho-mens são os mais vulneráveis,em especial os homens soltei-ros que têm pouco apoio fami-liar e governamental, de acor-do com Stuckler, o sociólogo.Ele afirmou que o consumo ex-cessivo de álcool é um dos fa-tores que contribuem, acres-centando que "é muito impor-tante ter amigos e familiaresem quem se possa confiar nosperíodos de dificuldade".

Em uma noite sombria desua vida, George Mordaunt,de 44 anos, afirmou que quasese transformou em estatísti-ca. Durante três anos, até2007, ele ajudou a aumentar aloja de automóveis de sua fa-mília, localizada há 30 anos nacidade de Clonmel, no sul da Ir-landa, abrindo três novas con-cessionárias nesse período.

Mas, então, a crise chegouem 2008 e tudo o que restaagora é a primeira concessio-nária da família. Mordauntconta que pensou em cometersuicídio depois que um ban-queiro ameaçou tomar sua ca-sa, caso ele não pagasse seus

Filippo Massellani/The International Herald Tribune

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201218 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O líder boliviano já realizou outras nacionalizações no Diado Trabalho desde que chegou ao poder em janeiro de 2006economia

Bolívianacionaliza

Red EléctricaEvo Morales alega baixo investimento

e expropria empresa espanhola

Opresidente da Bolí-via, Evo Moralesanunciou ontem anacionalização da

filial local de transmissão deenergia elétrica do grupo RedEléctrica de España após criti-car seu nível de investimen-tos. De acordo com a agênciaoficial de notícias da Bolívia,Morales determinou às ForçasArmadas a ocupação das ins-talações da companhia.

"O presente decreto supre-mo tem por objetivo nacionali-zar a favor da Empresa Nacio-nal de Eletrificação (ENDE),representante do Estado Plu-rinacional, o pacote acionárioem mãos da sociedade RedeElétrica Internacional na Em-presa Transportadora de Ele-tricidade (TD E )", afirmou Mo-rales em um ato público nopresidencial Palácio Quema-do, na capital, La Paz.

O presidente Evo Moralesjustificou a desapropriaçãoafirmando que consideroubaixo o investimento da em-presa espanhola – US$ 81 mi-lhões ao longo de 16 anos.

A TDE foi fundada em 1997 epossui 73% das l inhas detransmissão, segundo sua pá-gina oficial na internet na Bolí-via. Cerca de 99,94% de seucapital estava em mãos da Re-de Elétrica Internacional e0,06% pertencia aos trabalha-dores da empresa, de acordocom a página da companhia.

Morales, um descendenteindígena de tendência es-querdista, tomou a medidaem meio a protestos de sindi-catos, que exigem um incre-mento salarial superior aos8% oferecidos pelo governo.

YPF – A medida de naciona-lização da Red Eléctrica ocorreduas semanas após o governoda Argentina, país aliado daBolívia, apresentar ao Con-gresso um plano para expro-piar 51% das ações da petro-leira YPF da também espanho-la Repsol, também como rea-ção ao nível de investimentosda companhia.

Morales tem evitado opinarsobre a decisão argentina deexpropiar 51% da petroleiraYPF, sob o controle da espa-nhola Repsol. "É um tema daArgentina e da Espanha", dis-se ele em recente coletiva deimprensa.

A expropriação decidida pe-la presidente argentina Cristi-na Kirchner "não vai nos trazernenhum problema porque te-mos uma relação de muitaconfiança com a Repsol (...). ARepsol, como empresa, res-peita todas as normas bolivia-nas e os investimentos que aRepso l está fazendo vãobem", afirmou.

Depois da nacionalizaçãodos hidrocarbonetos bolivia-nos em 2006 e após árduas ne-gociações, dez petroleiras es-trangeiras, entre elas a Rep-sol-YPF (que controlava 27%das reservas gasíferas bolivia-nas), alcançaram acordoscom o governo de Evo Moralessobre as novas condições paraoperar na Bolívia.

O líder boliviano já realizououtras nacionalizações no Diado Trabalho desde que che-gou ao poder em janeiro de2006, para nacionalizar a pro-dução de petróleo, compa-nhias de eletricidade e de fun-dições. (Agências)

EFE

O presidente Morales (terceiro à dir.) argumentou que o investimento de US$ 81 milhões da empresa espanhola em 16 anos foi insuficiente.

Dia do Trabalho: protestos no mundo.Vários países da Europa enfrentaram

demonstrações de trabalhadoresontem, elevando as pressões para

que os governos desistam dos impopularescortes orçamentários, enquanto a recessãotoma conta da região.

A celebração do Dia do Trabalho serviucomo um grito de guerra contra a dietasevera de cortes de gastos e aumentos deimpostos prescritos para os problemas dadívida soberana da região.

Multidões se reuniram nas maiorescidades europeias usando o feriado paramarchar contra os pacotes de reformas dogoverno, que alguns temem que poderãogerar mais desemprego e aprofundar arecessão.

Na Grécia, que enfrenta seu quinto anode recessão, milhares de manifestantestomaram as ruas da capital Atenas contraas medidas de austeridade, poucos diasantes das eleições nacionais que deverãose tornar um referendo sobre os cortesno país.

Os manifestantes, provenientes degrupos trabalhistas e organizações deesquerda, carregavam cartazes e gritavampalavras de ordem denunciando os doisprincipais partidos políticos da Grécia, osocialista Pasok e o conservador NovaDemocracia. A polícia estimou que 4 milpessoas participaram da manifestação.

Em Portugal, as duas principaisconfederações trabalhistas tambémrealizaram protestos, e prometeramintensificar as manifestações desde que ogoverno anunciou medidas de austeridadepara reduzir déficit orçamentário do país noano passado. (Agências)

Esquerdistas protestaram empasseata pela ruas de Berlin(no topo). Cubanos celebramo primeiro de maio emHavana (acima). Em Manila,imagem do presidente filipinoBenigno Aquino é queimadapor trabalhadores quepedem salários melhores (aolado). Em Portugal e Grécia(abaixo), protestos contra asmedidas de austeridade.

Pawel Kopczynski/Reuters

Cheryl Ravelo/Reuters

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Hugo Correa/Reuters Arnd Wiegmann/Reuters

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terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 2012 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

AVISO AOS DEBENTURISTAS DA 2ª EMISSÃO DE DEBÊNTURES DABRADESCO LEASING S.A. - ARRENDAMENTO MERCANTIL

CNPJ/MF Nº 47.509.120/0001-82Comunicamos aos Senhores Debenturistas que o Relatório Anual do Agente Fiduciário da2ª Emissão de Debêntures Simples da BRADESCO LEASING S.A. - Arrendamento Mercantil,relativo ao Exercício Social de 2011, está disponível na sede do Agente Fiduciário e nos locaisindicados no artigo 12, inciso XVIII da Instrução CVM nº 28/83.

Rio de Janeiro, 2 de maio de 2012GDC Partners Serviços Fiduciários DTVM Ltda.

Agente Fiduciário

Fortec S/A Participações e EmpreendimentosCNPJ/MF nº 50.615.301/0001-06 - NIRE nº 35.300.000.871

Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária-Edital de ConvocaçãoNa qualidade de Diretor Presidente da Fortec S/A Participações e Empreendimentos, venho pela presenteconvocar os Srs. Acionistas a se reunirem no dia 31/05/12, às 15 hs, na Rua Cel. José Rufino Freire, 453,São Paulo, SP (sede social), para a realização de A.G.O.E. na qual será deliberado sobre a seguinteOrdem do Dia: 1. Exame, discussão e aprovação das contas, das demonstrações financeiras e do balançopatrimonial do exercício social encerrado em 31/12/11, publicados juntamente com o Parecer da AuditoriaIndependente no DOESP e no Diário do Comércio, edições de 27/04/12, na forma do artigo 133 da Lei 6.404/76; 2. Deliberar sobre o resultado do exercício encerrado em 31/12/11; 3. Definição da remuneração anualglobal dos membros da Diretoria; 4. Escolha da empresa de auditoria para o ano de 2012; e 5. Eleição doConselho Fiscal. Os relatórios e pareceres da administração e do Conselho Fiscal (juntamente com o daAuditoria Independente, publicado em 27/04/12) encontram-se à disposição dos acionistas na sede dacompanhia, na forma do art. 133 da Lei 6.404/76. Thales Lobo Peçanha - Diretor Presidente.

(27, 28/04 e 01/05/2012)

FACESP- FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULOCNPJ/MF 62.876.768/0001-80

RELATÓRIO DA DIRETORIAEm observância às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas., os Balanços Patrimoniais e demais Demonstrações Financeiras relativas ao exercício fi ndo em 31 de dezembro de 2011. Colocamo-nos a inteira disposição para esclarecimentos que eventualmente se fi zerem necessários. São Paulo, 25 de abril de 2.012.

BALANÇOS PATRIMONIAIS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 - (valores em Reais)

ATIVO CIRCULANTE Nota 2011 2010 Caixa e Equivalentes de Caixa 3 8.776.548,33 11.460.140,61 Contas a Receber 4 4.762.269,08 2.812.273,48 Adiantamentos 5 275.475,73 269.293,00 Outros – 1.181,19 13.814.293,14 14.542.888,28 ATIVO NÃO CIRCULANTEImobilizado 6 335.461,87 244.384,23 335.461,87 244.384,23

TOTAL DO ATIVO 14.149.755,01 14.787.272,51

2010 2011Receita Operacional Liquida Contribuição SII-Facesp 622.053,44 2.108.822,18 Cartão Facesp Accredito 1.961.176,47 1.327.861,71 Congresso Facesp/Feira Dessenvolve 1.105.642,63 1.281.768,60 Certifi cação Digital 6.836.118,23 580.816,04 Mensalidade de Associados 488.583,00 488.635,00 Outras Receitas operacionais 237.207,85 219.837,69 11.250.781,62 6.007.741,22 Custos de Fomento 11 6.792.473,30 2.859.737,19 Superavit Bruto 4.458.308,32 3.148.004,03 Despesas Operacionais Trabalho Humano 12 4.375.601,57 1.997.739,69 Despesas Próprias 799.166,56 609.036,68 Despesas Administrativas 179.962,10 473.361,75 5.354.730,23 3.080.138,12 SUPERAVIT/DEFICIT OPERACIONALANTES DO RESULTADO FINANCEIRO -896.421,91 67.865,91 Resultado Financeiro Receitas Financeiras 489.051,03 345.675,34 Subvenção Econômica 179.962,10 469.047,59 669.013,13 814.722,93 RESULTADO DO EXERCÍCIO (227.408,78) 882.588,84

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOSFINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 - Valores em Reais

Superavit Acumulados TotalEm 31 de dezembro de 2009 3.477.313,96 3.477.313,96 Superavit do exercício 882.588,84 882.588,84 Superavit do exercício – – Em 31 de dezembro de 2010 4.359.902,80 4.359.902,80 Defi ct do exercicio -227.408,78 -227.408,78 Em 31 de dezembro de 2011 4.132.494,02 4.132.494,02

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OSEXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 - Valores em Reais

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOSFINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 e 2010 - Valores em Reais

1. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações fi nanceiras da Entidade foram elaboradas e estão apresentadas

em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil, consubstancia-das nos Pronunciamentos, Orientações e Interpretações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e disposições complementares emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

2. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS2.1. Apuração do resultado As receitas e despesas são apuradas em conformidade com o regime contábil de

competência do exercício.2.2. Caixa e equivalente de caixa Incluem os saldos em caixa, conta movimento e aplicações fi nanceiras, resgatáveis

no prazo de 90 dias da data do balanço, registrado ao custo acrescido dos rendimen-tos auferidos até a data do balanço.

2.3. Contas a Receber As contas a receber são reconhecidas pelo regime de competência.2.4. Adiantamentos São adiantamentos efetuados a fornecedores e colaboradores, os adiantamentos

são uma excessão e não uma regra.2.5. Imobilizado O imobilizado está demonstrado pelo seu custo de aquisição, controlado individu-

almente o seu custo e depreciação. A depreciação dos bens do ativo imobilizado, calculada pelo método linear que leva em consideração a vida útil e econômica dos bens.

2.6. Redução ao valor recuperável de ativos (impairment) Avaliação e conclusão da não necessidade de constituição de provisão para redução

do valor recuperável (impairment) do ativo imobilizado em conformidade ao previsto no CPC 1.

2.7. Ajuste a valor presente Avaliação e conclusão pela não necessidade de registro do Ajuste a Valor Presente

(AVP), para os ativos e passivos circulantes, quando aplicável de conformidade ao previsto no CPC 12.

3. CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA 2011 2010 Caixa 7.002,63 6.461,54 Bancos conta movimento 5.165.611,98 6.269.311,08 Aplicações Financeiras Banco do Brasil S/A 3.074.505,06 3.628.283,99 Caixa Econômica Federal S/A 529.428,66 1.552.235,98 Bradesco S/A 0,00 3.848,02 8.776.548,33 11.460.140,61 4. CONTAS A RECEBER 2011 2010 Cartão Accredito a receber 2.442.150,58 2.114.973,40 Valores a Receber Certif. Digital 1.567.366,73 263.037,74 Congresso Facesp 400.800,00 208.000,00 Mensalidades e Contribuições 250.752,33 125.399,19 Transações Correntes com Acs 101.199,44 100.863,15 4.762.269,08 2.812.273,48

5. ADIANTAMENTOS 2011 2010 Antecipação fornec. Cartão Accredito 212.852,18 231.780,08 Antecipação a Colaboradores 60.823,55 35.712,92 Antecipação de aluguéis 1.800,00 1.800,00 275.475,73 269.293,00 Tx Dep. Depreciação Imobilizado Líquido % a.a. Custo Acumulada 2010 2009Equip. Tecnolog. 20 623.646,53 (297.935,97) 325.710,56 231.597,40 Mov. Utensílios 10 24.448,58 (14.697,27) 9.751,31 12.786,83 648.095,11 (312.633,24) 335.461,87 244.384,23

7. CONTAS A PAGAR 2011 2010 Fornecedores 8.890.849,51 6.849.179,81 Acs - Certifi cação digital 54.538,78 94.370,92 Créditos Associados 17.283,95 4.538,07 Projeto Exporta S. Paulo – 942,90 Outras contas a pagar 38.432,64 14.481,58 9.001.104,88 6.963.513,28 8. ADIANTAMENTOS 2011 2010 MEI-Micro Empreend. projeto Sebrae 122.950,50 2.062.275,60 Empreender Competitivo- projeto Sebrae 196.880,54 1.114.377,41 NAR- Núcleo Automotivo Regional – 8.374,72 319.831,04 3.185.027,73 9. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES A RECOLHER 2011 2010 INSS a recolher 113.534,75 28.905,94 FGTS a recolher 33.823,71 12.513,07 PIS a recolher sobre folha de pagamento 5.216,21 1.564,13 IRRF sobre folha pagamento 18.372,98 15.744,55 IRRF de pessoa juridica 29.503,64 15.521,50 Contribuição sindical a recolher- empregado 1.786,76 95,01 202.238,05 74.344,20 10. FÉRIAS E ENCARGOS SOBRE FÉRIAS 2011 2010 Férias Provisionadas 365.799,53 152.032,17 INSS sobre férias 95.107,90 38.768,83 FGTS sobre férias 29.262,75 12.163,21 PIS sobre férias 3.916,84 1.520,29 494.087,02 204.484,50 11 CUSTOS DE FOMENTO 2011 2010 Custos de Fomento 9.290.000,14 2.859.737,19 (-)Subvenção do MEI (681.753,81) 0,00 (-)Subvenção Empreender (1.815.773,03) 0,00 6.792.473,30 2.859.737,19 12 TRABALHO HUMANO 2011 2010 Trabalho Humano 6.732.198,58 1.997.739,69 (-)Subvenção do MEI (2.356.597,01) 0,00 4.375.601,57 1.997.739,69

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS REFERENTES AOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

DIRETORIAROGÉRIO PINTO COELHO AMATO - Presidente

PARECER DO CONSELHO FISCAL

Os membros do Conselho Fiscal da FACESP - Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, infra-assinados, no exercício de suas atribuições legais e esta-tutárias, examinaram o Balanço Patrimonial desta Federação encerrado em 31/12/2011, em conjunto com a Demonstração do Resultado do Exercício, Relatório da Diretoria e outros relatórios de natureza Contábil e Financeira. A vistas de análises e verifi cações

realizadas mensalmente nos balancetes da FACESP e sobre os critérios adotados ao longo do exercício social e nas informações prestadas pela Diretoria, são de parecer que o referido Balanço e demais Demonstrações Financeiras que o acompanham, refl etem com fi delidade a situação patrimonial e econômico-fi nanceira desta Federação, estando dessa forma, em condições de serem aprovadas pela Assembleia Geral.

ANTONIO CARLOS PARISE - Conselheiro ARY DE OLIVEIRA RUSSO - Conselheiro RICARDO ANDERSON RIBEIRO - Conselheiro

Aos Administradores: FACESP - Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo Examinamos as demonstrações Financeiras da FACESP (“Entidade”), que compreen-dem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimonio liquido e dos fl uxos de caixa para o exercicio fi ndo naquela data, assim como o resumo das principais praticas contabeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações fi -nanceiras: A Administração da Entidade é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações fi nanceiras de acordo com as praticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações fi nanceiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos Auditores Independentes: Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas de-monstrações fi nanceiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as

normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações fi nanceiras estão livres de distorçao relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos seleciona-dos para obtenção de evidencia a respeito dos valores e divulgações apresentadas nas demonstrações fi nanceiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos e de distorção relevante nas demonstrações fi nanceiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de ris-cos o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações fi nanceiras da Entidade para planejar os procedimen-tos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas nao para fi ns de expressar uma opinião sobre a efi cácia desses controles internos da Entidade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresen-

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

PASSIVO CIRCULANTE Nota 2011 2010 Contas a Pagar 7 9.001.104,88 6.963.513,28 Adiantamentos 8 319.831,04 3.185.027,73 Impostos e Contrib. a recolher 9 202.238,05 74.344,20 Férias e encargos a pagar 10 494.087,02 204.484,50 10.017.260,99 10.427.369,71 PATRIMÔNIO LIQUIDOSuperavit acumulado 4.359.902,80 3.477.313,96 Superavit/Defi cit do exercício -227.408,78 882.588,84 4.132.494,02 4.359.902,80 TOTAL DO PASSIVO 14.149.755,01 14.787.272,51

Valores em Reais 2011 2010Fluxo de Caixa das atividades operacionais Superavit/Defi ct do exercício (227.408,78) 882.588,84 Ajustes para reconciliar o superavit líquido ao caixa gerado pelas atividades operacionais Depreciação e amortização 93.144,84 35.243,66 (Aumento)diminuição no ativo circulante Cartão Accredito a Receber (327.177,18) (589.478,18) Antecipação Cartão Accredito 18.927,90 (231.780,08) Valores a receber de Certifi cação Digital (1.304.328,99) (195.084,86) Congresso Facesp (192.800,00) (185.000,00) Mensalidade e Contribuição (125.353,14) (90.161,78) Transações Correntes Acs 14.330,00 (37.689,28) Diversos (38.535,73) 218.426,84 (Aumento)diminuição no passivo circulante Fornecedores 2.041.669,70 3.044.232,30 MEI-Micro Empreendedor Inidividual (1.939.325,10) 2.062.275,60 Acs - Certifi cação Digital 50.384,94 46.695,70 Empreendedor Coletivo (917.496,87) 1.114.377,41 Obrigações Trabalhistas 127.893,85 67.518,66 Provisão de Férias e Encargos 289.602,52 110.313,66 Diversos (156.042,60) 12.309,58 Ajuste Exercício Anterior – – Caixa Líquido gerado pelas atividades Operacionais (2.592.514,64) 6.264.788,07 Fluxo de Caixa das atividades de investimentos Aquisição de bens do imobilizado (91.077,64) (139.543,33)Caixa Líquido gerado (utilizado) pelas atividades de investimentos (91.077,64) (139.543,33)Caixa Líquido gerado pelas atividades operacionais e de Investimentos (2.683.592,28) 6.125.244,74 Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras No início do exercício 11.460.140,61 5.334.895,87 No fi m do exercício 8.776.548,33 11.460.140,61 Aum. (redução)em CX., Bancos e Aplc. Financeiras (2.683.592,28) 6.125.244,74

tação das demonstrações fi nanceiras tomadas em conjunto.Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é sufi ciente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião: Em nossa opinião, as demonstrações fi nanceiras acima referidas apresentam adequada-mente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Entidade em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os fl uxos de caixa para o exercício fi ndo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

São Paulo, 25 de abril de 2012.Carminato Associados Auditoria Contab Ltda.

CRC 2SP 021740/O-7Edson Funes Carminato

Sócio-Contador CRC 1SP 137.295/O-4

WALTER SHINDI IIHOSHI - Vice-Presidente Tesoureiro NATANAEL MIRANDA DOS ANJOS - Superintendente ANTONIO ELOI PEDRO - Contador CRC 1SP 182043/O-2

DeclaraçãoEu, Maria Christina Mendes Caldeira, declaro, para os devidos fi ns, que as declarações que prestei à TV Mogi News, ao jornal A Semana e outros órgãos de imprensa, contendo expressões a respeito de Lucio Bolonha Funaro, são inverdades das quais, no presente momento, me retrato, deixando claro ser o mesmo pessoa idônea, com a qual não possuo qualquer relação pessoal.

É importante nos afastarmos da ideia de que sempre custa dinheiro conseguir crescimento econômicoAngela Merkel, chanceler da Alemanhaeconomia

Europa: expansão podeocorrer sem estímulo.Achanceler alemã An-

gela Merkel é contraprogramas de estí-mulo econômicos

para ampliar o crescimento naEuropa, porém está aberta àideia de fortalecimento doBanco de Investimento Euro-peu (EIB), disse em entrevistaao jornal Hamburger Abend-blatt que sairá hoje.

Na entrevista, Merkel afir-mou não acreditar que o cres-

cimento só pode ser impulsio-nado com custosas medidasde estímulo do governo. "Éimportante nos afastarmosda ideia de que sempre custadinheiro conseguir cresci-mento econômico", disse achanceler alemã, de acordocom trechos da entrevista di-vulgados antecipadamente.

"O crescimento sustentá-vel é baseado mais em edu-cação e pesquisa, e na força

inovadora de pequenas e mé-dias empresas", declarou An-gela Merkel.

A Alemanha, que acaboucom os problemas em suaeconomia iniciado em 2008com um programa de estímu-lo de 81 bilhões de euros, li-dera os pedidos para que osgovernos da zona do euroconcentrem as políticas eco-nômicas em medidas de aus-teridade. (Reuters)

Lionel Cironeau/Reuters

Merkel:crescimentosustentável ébaseado maisem educação epesquisa, e naforçainovadora depequenas emédiasempresas.

Londres fechaem alta porcausa dos EUA

Oíndice FTSE 100, daBolsa de Londres,fechou ontem em

alta de 74,45 pontos, ou1,3%, aos 5.812,23pontos, ajudado por dadosmelhores que o esperadoda atividademanufatureira dos EstadosUnidos. Não houvenegócios na Alemanha,França, Itália, Espanha,Portugal, em razão doferiado do Dia do Trabalho.

Apesar da maioria dosmercados europeusestarem fechados, osparticipantes da bolsa deLondres mantiveram-seotimistas, descartando oefeito de fracos dados daatividade manufatureirano país e os baixosvolumes de negociação.

O índice de atividadeindustrial nacional dos EUAmedido pelo Instituto paraGestão de Oferta (ISM)subiu para 54,8 em abril,de 53,4 em março. Oseconomistas tinhamprevisto 52,9.

O índice dos gerentes decompra (PMI, na sigla eminglês) industrial caiu para50,5 em abril, de 51,9 emmarço, ficando abaixo daprevisão dos economistasconsultados, de 52.

No front corporativo, ocenário foi contraditório.As ações do LloydsBanking Group subiram8,34%, após o bancosreportar lucro de 2 milhõesde libras no primeirotrimestre, após prejuízo de2,44 bilhões de libras emigual período de 2011. (AE)

Irlanda: plebiscito para oendosso ao pacto fiscal.

Oprimeiro-ministro daIrlanda, Enda Kenny,

afirmou ontem que oseleitores podem dar suporteà modesta recuperação da

Irlanda em relação à crise dedívida ao endossar o pactofiscal com a União Europeiano referendo neste mês. "Opovo irlandês trabalhou duro

para colocar o país de voltanos trilhos", afirmou Kenny."Sabemos que a melhorforma de garantir que isso éverdade é votando sim paracriar a certeza e estabilidadeque os investidoresprecisam", disse.

Constituição – Dos 25países que assinaram o

pacto – o Reino Unido e aRepública Checa ficaram defora – a Irlanda é o único paíscuja constituição exige umplebiscito, marcado para odia 31 de maio.

O pacto de aperto dasfinanças públicas entraráem vigor se for endossadopor 12 dos 17 membros

integrantes da zona do euro.A Irlanda não vetou e nem

seus cidadãos terão achance de revisitar oassunto em um voto futuro,afirmou o governo.

Analistas avaliam que aIrlanda pode votar não emprotesto contra as medidasde austeridade. (AE)

Page 20: DC 02/05/2012

terça-feira e quarta-feira, 1 e 2 de maio de 201220 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Os grandes eventos darão bastante visibilidade ao País. Acreditamos que o consumo cresça em razão dos turistas.Rodrigo Vogel, presidente da Anicseconomia

Carne seca nomenu mundial

Produtores datradicionaliguaria brasileiraesperam que oseventosesportivos que oPaís receberá nospróximos anospossam projetaro produto emoutraseconomias.

Charque, carne de sol, jerkedbeef... enquanto o Brasil seprepara para os grandeseventos que vem por aí,

como a Copa do Mundo de Futebol de2014 e a Olimpíada no Rio de Janeiroem 2016, um setor inusitado – o decarne seca – também planeja tirarsua lasquinha das oportunidades queambos começam a trazer. E não é pormenos: de acordo com a AssociaçãoNacional das Indústrias de CarneSeca (Anics), o setor estima crescerem torno de 5% ao ano nospróximos cinco anos, puxadoprincipalmente pela visita decerca de 600 mil turistasestrangeiros que o Brasildeve atrair para os eventos.

E há fôlego para isso:segundo a entidade, emtermos de volume, seus 20produtores associados,concentrados em São Paulo,Rio de Janeiro e Minas Gerais,respondem por 75% domercado nacional. Elescomercializam em torno de30 mil toneladas de carneseca por mês. Na médiaanual, a produção beira entre 350 mile 450 mil toneladas. "E esse númeropode ser ainda maior, seconsiderarmos produtores depequeno porte ou informais",explicou o presidente da associação,Rodrigo Vogel.

E nada de associar a guloseima àprodução artesanal, de consumorestrito aos pequenos comércios

populares e com status de ser apenasum dos itens coadjuvantes dafeijoada. O fortalecimento daprofissionalização do setor, segundoa Anics – que aconteceu há dois anos,com sua fundação –, tem comoobjetivo não só desenvolver aprodução local da carne seca, masprincipalmente estimular o consumo,tanto em âmbito regional comointernacional. No caso desse último,com aquela "ajudinha" dos eventosfuturos.

darão bastante visibilidade ao País.Por isso, acreditamos que o consumodo produto cresça em razão dosturistas – como aconteceu com acaipirinha", aposta.

Quatro cantos – A difusão da carneseca entre os chefs de cozinha comoingrediente culinário, assim como oaumento da renda – principalmentena classe C – são alguns dos fatoresque rendem boas perspectivas para osetor, segundo Rodrigo Vogel.Mesmo com plano de marketing

ainda em desenvolvimento, aAnics já inicia parcerias comfaculdades e cursos técnicosde gastronomia, além derevistas especializadas, paradivulgar tanto o produtocomo pratos à base de carneseca. A entidade planeja atéfazer eventos de degustaçãoem mercados municipais, porexemplo, para estimular maiso seu consumo.

E, para mostrar aosestrangeiros o sabor e aversatilidade do produto, aAnics criou até campanhapara a internet, Sabor bem

Brasil, que levará informaçõesnutricionais, dicas de consumo ereceitas para o consumidor viaTwitter, Facebook e Orkut, entreoutras redes sociais. Segundo Vogel,turismo e gastronomia sãoinseparáveis. "Por isso, a tarefa delevar a carne seca, um produtotipicamente brasileiro, a todos oscantos do mundo", disse.

Fotos: Divulgação

Karina Lignelli

Você sabe a diferença?

Carne secacom macaxeira

Ingredientes� 1 peça de carne seca de cerca de 1 kg� 1 copo de água (ou o suficiente para

cobrir a carne seca)� 500 gramas de macaxeira (mandioca)� 200 gramas de toucinho� 2 pimentões vermelhos� 3 tomates sem pele e sem

semente picados� 2 cebolas picadas� 3 dentes de alho picados� cheiro-verde e pimenta do

reino a gosto

Modo de preparo

� Corte uma peça de carne seca empequenos cubos e aferventerapidamente. Descasque a mandioca ereserve. Corte o toucinho em pedaçospequenos e frite até formar torresmo.Retire o torresmo e reserve.

� Doure na gordura do torresmo o alhoe a cebola picados. Junte pimentão etomates sem pele e sem sementespicados e frite mais um pouco.

� Adicione a carne seca, a mandioca,um copo de água e deixe cozinhar.Quando a carne e a mandioca estiveremcozidas, junte uma boa porção decheiro–verde picado e pimenta do reino.Mexa bem e tire do fogo. Na hora deservir, espalhe os torresmos por cima.

� DICA IMPORTANTE: é precisodessalgar corretamente a carne secaantes do consumo.

Na véspera: Coloque a carne seca de mo-lho em um recipiente com água em tempe-ratura ambiente. Recomenda-se a trocada água pelo menos três vezes até a horade consumir.

No dia: Ferva a carne por aproximada-mente 15 minutos. Repita esse processoduas vezes.

Veja mais receitas com carne seca nosite do Diário do Comércio

w w w. d c o m e r c i o . c o m . b r

Quem responde a per-gunta é a Associação

Nacional das Indústrias deCarne Seca (Anics). Deacordo com a Anics, aocontrário do que muitaspessoas pensam, a carneseca, carne de sol ou decharque, não é feita comrestos de carne bovina,

mas sim com a ponta deagulha. O corte bovino temsabor da costela do boi, e éapreciado principalmentepelos nordestinos do Bra-sil, pela sua famosa gordu-rinha. A carne é salgada,sendo que a seca e a decharque recebem mais salque a de sol, e depois colo-

cada para secar em localcoberto e ventilado.

Já o chamado jerked beefé basicamente igual à car-ne seca nas fases de salgae secagem – inclusive natradução do nome. A dife-rença essencial, porém, éque se incorpora nitrito desódio à salmoura para au-

xi l iar na conservação,além de atuar como bacte-ricida e antioxidante.

Em ambos os casos, pro-duzidos conforme a legis-lação sanitária vigente, aquantidade de água deveser suficientemente baixapara inibir a proliferação debactérias. (KL)

jerked beef charque

Hoje, segundo o presidente, 95%da produção é destinada ao consumointerno. Já as exportações sãoconsideradas embrionárias: oprincipal mercado consumidor é aÁfrica, que importa, em média, 1 miltoneladas de carne seca por mês,além de algumas regiões da AméricaCentral. "Fora do Brasil, poucosconhecem. Os grandes eventos