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    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    MANUTENO

    DCA 66-2

    REQUISITOS BSICOS PARA OS SISTEMAS DEATERRAMENTOS E PROTEO CONTRA SURTOS

    EM INSTALAES DO SISCEAB

    2010

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    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAO AREO

    MANUTENO

    DCA 66-2

    REQUISITOS BSICOS PARA OS SISTEMAS DEATERRAMENTOS E PROTEO CONTRA SURTOS

    EM INSTALAES DO SISCEAB

    2010

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    MINISTRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONUTICA

    DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAO AREO

    PORTARIA DECEA No32/DGCEA, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2010.

    Aprova a edio da Diretriz do Comandoda Aeronutica, disciplinando osRequisitos Bsicos para os Sistemas de

    Aterramentos e Proteo Contra Surtosem Instalaes do SISCEAB.

    O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE CONTROLE DOESPAO AREO, no uso das atribuies que lhe confere o art. 195, inciso IV, doRegimento Interno do Comando da Aeronutica, aprovado pela Portaria no1049/GC3, de 11de novembro de 2009, e o art. 11, inciso IV, do Regulamento do DECEA, aprovado pelaPortaria no1212/GC3, de 27 de dezembro de 2006, resolve:

    Art. 1oAprovar a edio da DCA 66-2Requisitos Bsicos para os Sistemas deAterramentos e Proteo contra Surtos em Instalaes do SISCEAB, que com esta baixa.

    Art. 2 Esta Diretriz entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 3oEstabelecer que a DCA 66-2 dever ser revisada ao final de dois (02)anos, a partir da sua publicao, visando incluir a experincia adquirida no perodo e atualizaros dados da legislao pertinente.

    Ten Brig Ar RAMON BORGES CARDOSODiretor-Geral do DECEA

    (Publicada no BCA n 033, de 19 de fevereiro de 2010.)

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    SUMRIO

    1 DISPOSIES PRELIMINARES ......................................................................................7

    1.1INTRODUO....................................................................................................................71.2FINALIDADE......................................................................................................................81.3COMPETNCIA..................................................................................................................81.4MBITO ..............................................................................................................................8

    2 GENERALIDADES ..............................................................................................................92.1ABREVIATURAS E SMBOLOS.......................................................................................92.2CONCEITOS GERAIS ........................................................................................................9

    3 ASPECTOS TCNICOS ....................................................................................................133.1SISTEMAS DE ATERRAMENTOS E DE ALIMENTAES ELTRICAS.................13

    3.2PROTEO DE EDIFICAES E PESSOAS ................................................................153.3PROTEO DOS EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAES.............................17

    4 DISPOSIES TRANSITRIAS .....................................................................................23

    5 DISPOSIES FINAIS......................................................................................................24

    REFERNCIAS ..................................................................................................................25

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    1 DISPOSIES PRELIMINARES

    1.1 INTRODUO

    1.1.1 Dentre as causas mais comuns que podem ocasionar distrbios em equipamentos e

    danos segurana das pessoas e edificaes esto as descargas atmosfricas, as sobretenses,provenientes da rede eltrica comercial, e as sobrecorrentes, oriundas de correntes de faltas oucurtos-circuitos.

    1.1.2 Os equipamentos de telecomunicaes utilizam componentes eletrnicos que esto, cadavez mais, sendo miniaturizados com o desenvolvimento tecnolgico. O antigo conceito, queainda est presente em muitos profissionais do setor de eletricidade, de que basta colocar um

    bom pra-raios para que no haja qualquer tipo de dano aos equipamentos vem, aos poucos,sendo abandonado (LEITE, 1999).

    1.1.3 Assim, conforme afirmado por Leite (1999), refinamentos nas tcnicas de proteo deequipamentos da Tecnologia da Informao (TI) vm sendo implementados de forma a

    propiciar uma proteo adequada, mesmo que no haja impacto direto do raio em umaedificao.

    Com a evoluo da eletrnica, os danos causados indiretamente pelos raios esto setornando cada vez mais importantes, tanto para os usurios quanto para asseguradoras. De fato, quando cai um raio num prdio adequadamente protegidocontra descargas atmosfricas so geradas sobretenses nas redes da empresaconcessionria que podero causar danos aos equipamentos eletrnicos, deinformtica e de telecomunicaes de valor financeiro maior do que o dos danos doedifcio. (LEITE, 1999).

    1.1.4 Com respeito s tcnicas de proteo de equipamentos de TI, Leite (1999) enfatiza que

    os mtodos a serem empregados variam de acordo com o tipo de aplicao e sensibilidade asurtos atmosfricos, tendo relao direta com o grau de evoluo tecnolgica e tempo de usodos equipamentos.

    1.1.5 Com isso, levando-se em conta que os equipamentos instalados nas salas tcnicas e decontrole de trfego areo tm datas de aquisio e instalao diferentes, as anlises dasnecessidades de proteo DEVEM ser feitas de forma a levar em conta todas as

    particularidades envolvidas por equipamento ou sistema. Alm disso, o uso de Dispositivos deProteo Contra Surtos (DPS), que agem por ao de sobretenses, DEVE fazer parte dequalquer escopo de projeto de proteo.

    1.1.6 Por outro lado, o principal objetivo dos sistemas de aterramentos em circuitos eltricos

    o de proteger as pessoas e o patrimnio contra uma falta na instalao.1.1.7No caso da proteo contra sobrecorrentes, um importante conceito quanto escolhados sistemas de aterramentos, que auxiliam na proteo de equipamentos pelo desligamentoautomtico em funo do aumento de corrente em um dado instante. Para tal, so usadosdispositivos tais como fusveis e disjuntores, conforme preconizado pela NBR 5410-04(Instalaes Eltricas de Baixa Tenso).

    1.1.8 Em termos simples, se uma das trs fases de um sistema no aterrado entrar em contatocom a terra o equipamento alimentado continua funcionando normalmente, pois nenhumdisjuntor desliga o circuito. No entanto, uma caracterstica potencialmente perigosa doreferido sistema a de que possvel energizar-se a carcaa metlica de equipamentos,

    elevando o seu potencial eltrico. Com isso, as pessoas que tocarem o equipamento e umcomponente aterrado da estrutura simultaneamente estaro sob o risco de sofrer um choqueeltrico.

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    1.1.9 Outro aspecto de destacada importncia diz respeito proteo de pessoas e edificaescontra surtos atmosfricos, cujas especificaes encontram-se detalhadas na NBR-5419-05(Proteo de Estruturas Contra Descargas Atmosfricas).

    1.1.10 Os Sistemas de Proteo Contra Descargas Atmosfricas (SPDA) so compostos,basicamente, de captores dos surtos, das descidas e das malhas de aterramentos, que escoampela terra as correntes provenientes dos raios.

    1.1.11 Para facilitar o entendimento do presente trabalho os sistemas de aterramentos seroapresentados de forma separada. Salienta-se, contudo, que para a implementao dosaterramentos eltricos das Unidades subordinadas ao DECEA devero ser levados em contaas modernas tcnicas e normas de proteo onde so utilizados os conceitos de aterramentonico para a equalizao de potenciais, ou seja, todas as malhas de aterramentos tm que estarinterligadas em pontos especficos para garantir a equipotencialidade do sistema.

    1.2 FINALIDADE

    A presente Diretriz visa a estabelecer as caractersticas bsicas para osSistemas de Aterramentos e Proteo de Equipamentos e instalaes do SISCEAB contrasurtos e descargas atmosfricas, com a consequente definio de responsabilidades.

    1.3 COMPETNCIA

    1.3.1 Compete ao Subdepartamento Tcnico (SDTE) deliberar sobre os requisitos a serematendidos pelos sistemas de aterramentos e de proteo, existentes ou a serem implantados, afim de que atinjam uma padronizao mnima de desempenho

    1.3.2 Compete ao Parque de Material de Eletrnica da Aeronutica do Rio de Janeiro (PAME-

    RJ) apoiar os rgos Regionais nas manutenes de carter corretivo dos sistemas deaterramentos e de proteo.

    1.3.3 Compete Comisso de Implantao do Sistema de Controle do Espao Areo(CISCEA) incorporar todos os conceitos do presente trabalho nos projetos executivos dasnovas instalaes do SISCEAB e naquelas antigas que sofram reformas estruturais.

    1.3.4 Compete aos rgos Regionais seguir os requisitos bsicos de sistemas de aterramentose de proteo de equipamentos emanados pela presente diretriz, assim como fiscalizar eapoiar os seus Destacamentos no fiel cumprimento, incluindo as inspees peridicas quedemandem medies nos sistemas de aterramentos.

    1.3.5 Compete aos Destacamentos de Controle do Espao Areo (DTCEA) efetuar as

    inspees visuais peridicas nos SPDA e sistemas de aterramentos.

    1.4 MBITO

    A presente Diretriz aplica-se a todas as Organizaes subordinadas ao DECEA.

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    2 GENERALIDADES

    2.1 ABREVIATURAS E SMBOLOS

    CINDACTA - Centro Integrado de Defesa Area e Controle de Trfego Areo

    CISCEA - Comisso de Implantao do Sistema de Controle do Espao Areo

    COMAER - Comando da Aeronutica

    DECEA - Departamento de Controle do Espao Areo

    DPS - Dispositivo de Proteo Contra Surtos

    DTCEA - Destacamento de Controle do Espao Areo

    KF - Casa de Fora

    PAME-RJ - Parque de Material de Eletrnica da Aeronutica do Rio de Janeiro

    QDLF - Quadro de Distribuio de Luz e Fora

    REGIONAL - rgo Regional do DECEA (CINDACTA e SRPV-SP)

    SDAD - Subdepartamento de Administrao do DECEA

    SDOP - Subdepartamento de Operaes do DECEA

    SDTE - Subdepartamento Tcnico do DECEA

    SISCEAB - Sistema de Controle do Espao Areo Brasileiro

    SPDA - Sistema de Proteo Contra Descargas Atmosfricas

    TI - Tecnologia da Informao

    2.2 CONCEITOS GERAIS

    2.2.1 BARRAMENTO DE EQUIPOTENCIALIZAO PRINCIPAL (BEP)

    Barramento destinado a servir de via de interligao de todos os elementosincludos na equipotencializao principal

    2.2.2 BARRAMENTO DE EQUIPOTENCIALIZAO SUPLEMENTAR OUBARRAMENTO DE EQUIPOTENCIALIZAO LOCAL (BEL)

    Barramento destinado a servir de via de interligao de todos os elementosincludos numa equipotencializao suplementar ou equipotencializao local.

    2.2.3 CAMPO ELTRICO

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    Campo de foras criado por cargas eltricas.

    2.2.4 CARGA ELTRICA

    Propriedade fsica fundamental que determina algumas das interaeseletromagnticas, sendo de dois tipos: positiva e negativa.

    2.2.5 CHOQUE ELTRICO

    Passagem de corrente eltrica pelo corpo humano seja por contatos diretos compartes energizadas, seja por falhas que possam colocar uma massa acidentalmente sob tenso.

    2.2.6 CIRCUITO ABERTO

    Circuito que no tem continuidade de corrente eltrica.

    2.2.7 CONDUTOR N

    Corresponde ao condutor de neutro das instalaes eltricas.

    2.2.8 CONDUTOR PE

    Condutor de proteo que se destina a conduzir as correntes de curto-circuitoem uma instalao eltrica.

    2.2.9 CONDUTOR PEN

    Condutor que incorpora as funes de proteo e de neutro em uma instalaoeltrica.

    2.2.10 CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO

    Corrente de alta intensidade que ocorre devido ao contato acidental de umcondutor alimentado com a terra ou com as massas aterradas de equipamentos eletro-eletrnicos.

    2.2.11 CORRENTE DE FALTA

    Corrente que se caracteriza pelo funcionamento anormal em uma instalaoeltrica, englobando, inclusive, o conceito de correntes de curto-circuito.

    2.2.12 DIODO ZENER

    Dispositivo eletrnico semicondutor que baseia o seu funcionamento no efeitode avalanche no seu ponto de tenso de disrupo.

    2.2.13 DISPOSITIVO A ESTADO SLIDO

    Dispositivos onde se utilizam o silcio, mais comumente, ou o germnio na suaconstituio.

    2.2.14 DISPOSITIVO DE PROTEO CONTRA SURTOS

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    Dispositivos que protegem equipamentos eletrnicos e que atuam porsobretenso.

    2.2.15 ON

    tomo que perdeu ou ganhou eltrons.

    2.2.16 IMPEDNCIA

    Associao de resistncia eltrica com as reatncias capacitiva e indutiva.

    2.2.17 RESISTNCIA ELTRICA

    Propriedade de um corpo de se opor passagem de corrente eltrica.

    2.2.18 SOBRETENSO

    Elevao no nvel de tenso eltrica (voltagem) presente em um circuito.

    2.2.19 SUPRESSOR DE SURTO

    Dispositivo utilizado para a proteo de equipamentos eletrnicos contra surtosatmosfricos ou sobre tenses de valores elevados, tais como varistores e diodos Zener.

    2.2.20 SURTO (DE TENSO OU DE CORRENTE)

    um transitrio que ocorre em uma rede eltrica.

    2.2.21 TENSO DISRUPTIVA

    a mxima tenso entre os terminais de um dispositivo de proteo atingidopor um impulso de tenso.

    2.2.22 TENSO DE PASSO

    Quando uma corrente eltrica descarregada para o solo, ocorre uma elevaodo potencial em torno do eletrodo de aterramento, formando-se uma distribuio de queda detenso cujo ponto mximo est junto do eletrodo de aterramento. Se uma pessoa est em pdentro da regio onde h a distribuio de potencial, entre os seus ps haver uma diferenade potencial, chamada de tenso de passo, a qual geralmente definida para a distncia entre

    ps de 1 (um) metro.

    2.2.23 TELECOMUNICAES

    Comunicaes a distncia.

    2.2.24 TENSO DE TOQUE

    a tenso provocada pelo toque do ser vivo no condutor durante uma descargaeletromagntica e geralmente provocada pela alta impedncia do condutor, provocando

    passagem de corrente pelo ser vivo que possui uma impedncia menor que a do condutor.

    2.2.25 VARISTOR

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    um resistor cuja resistncia varia com a tenso aplicada.

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    3 ASPECTOS TCNICOS

    3.1 SISTEMAS DE ATERRAMENTOS E DE ALIMENTAES ELTRICAS

    3.1.1 Os sistemas de aterramentos e alimentaes so classificados de acordo com osesquemas adotados. A NBR 5410-04 explicita os Esquemas de Aterramentos principais. eutiliza a seguinte simbologia para classificar os esquemas de aterramentos:

    a) Primeira letra: diz respeito situao da alimentao em relao terra,conforme definido a seguir:

    T: apresenta um ponto diretamente aterrado;

    I: isolao de todas as partes vivas em relao terra, podendo serutilizada uma impedncia no percurso at a terra.

    b) Segunda letra: representa como esto as massas dos equipamentos em

    relao ao mesmo ponto de terra: T: massas diretamente aterradas mesmo que haja um ponto de

    aterramento na fonte de alimentao;

    N: massas ligadas ao ponto de terra por meio da fonte de alimentao.

    c) Pode ocorrer o aparecimento de uma terceira letra que somente agregada asistemas TN:

    S: quando as funes dos condutores de neutro e de proteo soasseguradas por condutores distintos;

    C: quando os condutores de neutro e de proteo so combinados em umnico condutor.

    3.1.2 A seguir, ser explicitado somente o esquema de aterramento que DEVER serutilizado nas Organizaes do DECEA. Outros sistemas existem, mas no sero detalhados

    por no terem aplicao direta nas instalaes dos rgos apoiados.

    3.1.2.1 Esquema TN-S

    3.1.2.1.1 O esquema TN-S DEVE ser empregado em todas as instalaes e edificaes e o seuesquema est representado pela Figura 1. Nesse esquema, os condutores de neutro (N) e de

    proteo (PE) DEVEM ser separados desde a sua fonte (KF) at os quadros de distribuio

    (QDLF) mais prximos s cargas a serem alimentadas.

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    Figura 1 - Esquema TN-S

    3.1.2.1.2 Com a utilizao do TN-S, o percurso de conduo da corrente de falta se d porcondutores metlicos, facilitando, com isso, a passagem da corrente. Assim, a atuao dosdispositivos de proteo contra sobrecorrentes, tais como fusveis ou disjuntores, facilitada

    pelas altas intensidades presentes no circuito, conforme notado na Figura 2.

    Figura 2 - Percurso da Corrente de Falta no Esquema TN-S

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    3.2 PROTEO DE EDIFICAES E PESSOAS

    3.2.1 INTRODUO

    3.2.1.1 O primeiro objetivo de sistemas de aterramentos o de proteger pessoas e opatrimnio com a utilizao de dispositivos para a abertura de circuitos. Quando em umaedificao h a presena de sistemas no aterrados, se ocorrer a energizao acidental dasmassas de equipamentos no ocorrer o desligamento do circuito por um disjuntor ou outrodispositivo de proteo contra sobrecorrentes. No entanto, se uma pessoa tocar a carcaa(tenso de toque) poder fornecer um caminho de baixa impedncia para a corrente de falta, oque pode ocasionar o choque eltrico.

    3.2.1.2 Alm da proteo de pessoas, o aterramento eltrico usado para o corretofuncionamento de protetores contra sobretenso, devido a surtos na rede de alimentao ou adescargas atmosfricas.

    3.2.1.3 Um Sistema de Proteo contra Descargas Atmosfricas (SPDA) utiliza o aterramentocomo forma de dissipar a corrente do raio de forma segura no solo.

    3.2.2 MTODOS DE PROTEO CONTRA DESCARGAS ATMOSFRICAS

    Os mtodos de proteo contra surtos atmosfricos que DEVEM ser utilizadospara a determinao da forma de captao dos raios nas instalaes do SISCEAB devero ser:eletrogeomtrico, Franklin ou de gaiola de Faraday. O uso de cada mtodo definido na NBR5419-05 e o que for escolhido DEVE ser justificado no projeto executivo com os respectivosclculos dos elementos de proteo utilizados, tais como: captores, descidas, hastes, cabos e

    acessrios.3.2.3 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE PROTEO CONTRA DESCARGASATMOSFRICAS

    3.2.3.1 Um SPDA bsico para as instalaes das Organizaes subordinadas ao DECEADEVER ser composto de subsistema captor de raios, subsistema de descida e do subsistemade aterramentos propriamente ditos. As consideraes dessa Seo dizem respeito aossubsistemas de captao e aos condutores de descida.

    3.2.3.2 O sistema de captao tem a funo de receber o raio. O tipo mais conhecido,atualmente, o Franklin, composto de um captor de quatro pontas montado sobre um mastrocuja altura deve ser calculada conforme as dimenses da edificao e do nvel de proteoexigido. Os captores Franklin DEVERO ser utilizados no topo de edificaes, maisespecificamente, em caixas dgua, postes e torres metlicas. De acordo com o comprimento,largura, altura e forma da edificao mais de um captor Franklin DEVER ser usado.Ressalta-se que o mtodo para o dimensionamento do subsistema captor que usa pra-raiosFranklin DEVER ser o da Esfera Rolante (Eletrogeomtrico).

    3.2.3.3 Complementando o uso de captores Franklin, todas as edificaes do DECEADEVERO contar com o subsistema de captao tipo Gaiola de Faraday. Especial atenoDEVER ser dada s caractersticas de utilizao da instalao, sua ocupao e aos

    materiais componentes da sua construo. A NBR 5419-05 detalha, para cada nvel deproteo, a quantidade de cabos exigida e os seus espaamentos mnimos dos condutoresdispostos no teto da edificao.

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    3.2.3.4 As descidas so compostas de um ou mais cabos de cobre nu interligando o sistema decaptao ao aterramento. O condutor de descida o responsvel pela conduo da descargaat o solo de modo a no causar dano na estrutura protegida, manter os potenciais abaixo donvel de segurana e no produzir faiscamentos laterais com estruturas metlicas vizinhas. A

    quantidade de descidas requer estudos apropriados que DEVEM seguir os requisitos da NBR5419-05 para os graus de proteo exigidos, somada a mais uma descida a fim de se ter oaumento de eficincia pela reduo da impedncia do circuito. Para uma proteo adicional,RECOMENDA-SE a utilizao de pequenos captores verticais dispostos em todo permetroda instalao, em cumieiras e anis externos, com alturas entre 30 (trinta) a 50 (cinquenta)cm, distanciados de 1 (um) a 2 (dois) m (KINDERMANN, 1997).

    3.2.3.5 A NBR 5419-05 tambm estabelece o conceito de superfcies equipotenciais dasestruturas. Devido s diferenas de potenciais que aparecem ao longo dos cabos de descida etambm dada induo em condutores contguos, podem ocorrer diferenas de potencial emcabos diferentes numa mesma altura. Desse modo, os cabos de descida DEVERO ser

    interligados por um condutor horizontal junto ao solo e, tambm, a intervalos regulares de 20(vinte) m.

    3.2.3.6 Os condutores de descida DEVEM estar ligados a, pelo menos, uma haste de ao ecobre, que constitui o sistema de aterramentos dependente do solo onde ser instalado e,tambm, da resistncia necessria para a proteo.

    3.2.3.7 O nmero de conexes nos condutores do SPDA, incluindo conexes s malhas deaterramentos, DEVE ser reduzido ao mnimo. As conexes DEVEM ser asseguradas por meiode soldagem exotrmica, admitindo-se conexes mecnicas somente para as descidas no

    ponto de ligao s hastes de aterramentos, com o uso de caixas de inspeo tendo em vista as

    medies de resistncia de terra que DEVEM ser feitas periodicamente.

    3.2.3.8 A Figura 3 detalha os elementos principais para um SPDA, desde sua captao at aligao ao sistema de aterramento.

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    Figura 3 - Elementos principais de um SPDA

    3.2.3.9 Por fim, A Figura 4 mostra o esquema de proteo externa com nfase para a NBR5419-05 e os principais componentes detalhados em seu corpo. Enfatiza-se que a proteoexterna aderente ao conceito de proteo de pessoas e edificaes, no sendo suficiente paraa proteo de equipamentos de TI.

    Figura 4 - Componentes Principais da Proteo Externa

    3.3 PROTEO DOS EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAES

    3.3.1 Com a evoluo tecnolgica, percebeu-se que os sistemas tradicionais de SPDA,configurados por sistemas de captao, descidas e aterramento, no eram mais suficientes

    para proteger os equipamentos de TI.

    3.3.2 Atualmente, com a miniaturizao crescente dos equipamentos de TI, proteooriginal foram encartados outros sistemas e a configurao atual consiste da proteo externa,

    CAPTORES DESCIDAS ATERRAMENTO

    NBR 5419SUBSISTEMAS

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    que pouco difere da proteo convencional para descargas atmosfricas, mais a proteointerna.

    3.3.3 Conforme evidencia Leite (1999), o problema decorre do fato de que quando um raio

    cai, mesmo que seja distante de uma construo, a corrente conduzida pela terra pode gerarperturbaes nos equipamentos de TI de edificaes que esto, por vezes, distantes.

    3.3.4 Imaginando-se que um raio atinja o pra-raios da edificao e seja conduzido para aterra, pode ser que l chegando uma parte da corrente eltrica flua para dentro da instalao, eno seja escoado pela terra. A explicao que em cada tomada instalada h um condutorneutro que, por fora da Norma de Instalaes Eltricas em baixa Tenso - NBR 5410-04DEVE estar aterrado para a proteo de pessoas contra choques eltricos. Como o cabo queliga os neutros das tomadas ao sistema de aterramento de cobre, a resistncia eltrica desprezvel e menor do que a resistncia da prpria terra.

    3.3.5 Assim, associada norma NBR 5419-05, foi elaborada a norma 5410-04, que trata,dentre outros assuntos, da proteo de equipamentos de telecomunicaes instalados em umaedificao. Pelo exposto, somam-se s protees externas aquelas desenvolvidas para tentarfornecer uma blindagem aos equipamentos. Para explicar como isto acontece pode-seobservar a Figura 5 que se segue.

    Figura 5 - Componentes da Proteo Interna

    3.3.6 As blindagens no so to facilmente implementveis porque demandam uminvestimento bastante grande de projeto e instalao. Baseia-se no conceito da Gaiola deFaraday em que, se h uma superfcie condutora contnua que circunda uma determinada rea,o interior dela est completamente imune a perturbaes de origem eltrica ou magnticaexterna. Neste ponto que reside a dificuldade, pois praticamente impossvel isolar-se umadeterminada rea, do tamanho, por exemplo, de um Centro de Controle de rea (ACC) e asala tcnica onde est instalada a maioria dos equipamentos de TI. No ponto limite, h oscabos de energia e as fendas e grelhas de climatizao que impediriam a blindagem. Emsegundo lugar, no econmico dispor uma placa metlica para envolver todo o volume.

    3.3.7 H, contudo, algumas tcnicas que consistem no dimensionamento de malhas metlicasque podem ser colocadas nas grelhas de ar-condicionado e, tambm, sob pisos elevadas falsosque fornecem um certo grau de blindagem e, consequentemente, um nvel de proteodesejado.

    3.3.8 Existe, tambm, o conceito da equipotencializao dos sistemas de aterramento, que bastante atual e que, associado s recomendaes da NBR-5410-04, diminui a queima deequipamentos que, fatalmente, ocorreria internamente construo quando da ocorrncia deraios . Isto ocorre porque a corrente eltrica do raio pode encontrar um caminho de menorresistncia entrando na edificao em vez de ser escoado para a terra. Se os aterramentos dos

    pra-raios estiverem ligados ao aterramento de alimentao da construo, ou seja, os neutros

    BLINDAGENS

    DPSs

    EQUIPOTENCIALIZAO ATERRAMENTO

    NBR 5410SUBSISTEMAS

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    das tomadas estivessem ligados por meio do barramento de equalizao principal (BEP) malha subterrnea de aterramento dos pra-raios, no haver elevao de potencial e oscondutores ficaro numa tenso de repouso, pois no haver diferena de potencial.

    3.3.9No caso de edificaes com vrios andares, DEVERO ser previstos barramentos deequalizao locais (BEL), que devero estar ligados ao BEP. Todos os detalhes construtivosdos barramentos mencionados DEVERO seguir, estritamente, o contido na NBR 5410-04.Assim, na equipotencializao, a nfase DEVER ser dada ligao de todos os aterramentosde uma edificao, quer sejam de alimentao, de equipamentos, ou de pra-raios ao BEP.

    3.3.10 Associado ao conceito de equipotencializao est o relacionado ao uso de dispositivossupressores de surto atmosfrico. Quando instalados convenientemente, protegem osequipamentos quando h elevaes de potencial. Basicamente, consiste de equipamentosespeciais que, colocados antes dos equipamentos de telecomunicaes, ou de TI , atuam,desviando a corrente eltrica do raio, quando o nvel de tenso ultrapassa o ponto para o qual

    ele foi projetado para atuar (LEITE, 1999).

    3.3.11 A Figura 6 ilustra, de forma simplificada, o funcionamento de um dispositivo supressorde surto. Enquanto no ocorre qualquer descarga atmosfrica, o componente se comportacomo um circuito aberto deixando passar toda a corrente para o microcomputador.

    Figura 6 - DPS sem Atuao (Situao Normal)3.3.12 Quando h uma descarga atmosfrica, como notado na figura 7, o dispositivo de

    proteo contra surtos (DPS) percebe o aumento do nvel produzido pela corrente do raio e,quase instantaneamente, faz com que o excesso de corrente seja escoado para a terra e aalimentao do computador no sofre qualquer mudana que possa ser perigosa para ele.Logicamente, sempre h um resduo e, assim, os projetos DEVERO levar em conta o nvelque suportado pelos equipamentos de uma dada edificao do DECEA para o corretodimensionamento dos dispositivos que sero utilizados. Um ponto a ser apreciado que os

    projetos de supressores de surto so complexos e somente DEVEM ser feitos por profissionaisexperientes, pois pior do que no ter equipamentos de proteo contra surtos t-los mal

    especificados e instalados, dando uma falsa impresso de proteo que pode causar prejuzosincomensurveis (LEITE, 1999).

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    Figura 7 - Atuao do DPS

    3.3.13Nos projetos de proteo contra surtos nas instalaes do DECEA DEVER serempregado o conceito de proteo topolgica, tambm conhecida como BlindagemTopolgica, com a subdiviso das reas em volumes de proteo. O mtodo utiliza osconceitos da captao e escoamento da corrente do raio, afetos proteo externa, com os delimitao das tenses e correntes e equalizaes de potenciais prprios da proteo interna. Osequipamentos mais comumente usados como DPS so os varistores de xido de zinco e osdiodos Zener e DEVEM ser dispostos em ordem decrescente de tenses disruptivas a partir daKF.

    3.3.14 Todos os projetos DEVERO trazer detalhados, nas suas memrias de clculos, os

    nveis de tenso disruptiva dos DPS, as impedncias dos condutores envolvidos, bem como osclculos de coordenao e seletividade por zonas de proteo.

    3.3.15 Levando-se em conta a possibilidade de surtos diretos em sistemas irradiantes, todos osprojetos DEVERO utilizar DPS para cabos coaxiais. Os clculos DEVERO explicitar ametodologia empregada para a escolha do dispositivo em relao frequncia de operaodos equipamentos de telecomunicaes para a garantia de um perfeito casamento deimpedncia e, consequentemente, a diminuio da atenuao da Linha de Transmisso (LT)alimentada.

    3.3.16 A Figura 8 ilustra o conceito de diviso por reas a ser empregada na proteo

    topolgica contra raios das edificaes do DECEA. As Zonas 0a e 0b DEVERO serprotegidas por SPDA comuns enquanto as zonas internas (1, 2 e 3) DEVERO empregar oconceito da proteo topolgica com DSP.

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    Figura 8 - Zonas de Proteo

    3.3.17 OS ATERRAMENTOS ELTRICOS

    3.3.17.1 Exigncia dos Sistemas de Aterramentos

    3.3.17.1.1 Sempre DEVER existir um sistema de aterramentos eltricos para a proteo depessoas, edificaes e para a proteo dos equipamentos de TI. A NBR 5419-05 exige que ossistemas de aterramentos para a proteo contra descargas atmosfricas DEVEM atingir umvalor de 10 (dez) ohms.

    3.3.17.1.2 Embora no exista uma norma oficial, as resistncias de aterramentos para os

    equipamentos de TI do DECEA DEVERO possuir um valor de 05 (cinco) ohms, conformeindica Leite (1996).

    3.3.17.1.3 Apesar dos sistemas de aterramentos serem analisados de forma isolada para osseus dimensionamentos, todos os sistemas DEVERO ser interconectados para o provimentoda equipotencializao exigida.

    3.3.17.1.4 Quando se fala em aterramentos eltricos para Equipamentos da Tecnologia daInformao (ETI) o conceito bem diverso, pois no se fala em ligar esses equipamentos aosolo, mas, sim, como interligar as massas dos conjuntos de equipamentos de sorte a seconseguir o mesmo potencial. As massas compreendem as carcaas dos equipamentos, as

    massas metlicas da instalao e as massas metlicas do edifcio.

    3.3.17.1.5 Em salas tcnicas de telecomunicaes e rgos ATC DEVER ser adotado oconceito de Malha de Terra de Referncia (MRT) nos pisos elevados. importante observar-se que a funo da malha a de blindagem, no devendo ser considerada para a conduo dascorrentes de curto-circuito, sendo que para estas DEVERO ser utilizados condutores de

    proteo (PE). Todos as massas dos equipamentos, a MRT e os barramentos de neutro (N) ede terra (TP) DEVERO estar ligadas aos BEL de cada andar e, por conseguinte, ao BEP, AFigura 9 exemplifica o conceito.

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    Figura 9 - Equalizao de Potencial com MRT

    3.3.17.2 Escopo dos Projetos de Aterramentos Eltricos

    Todos os projetos de aterramentos eltricos das instalaes do DECEADEVERO compreender as exigncias previstas nas NBR 5410-2004 e NBR 5419-05. Almdisso, DEVERO compreender os seguintes pontos quando for possvel cravar hastes para oslevantamentos:

    a) Levantamento da resistividade do solo;

    b) Estratificao da resistividade do solo;

    c) Clculos que conduzam escolha da configurao do sistema deaterramentos, composto por hastes, cabos e, se previsto e necessrio, malhas; e

    d) Desenhos ilustrativos.

    3.3.17.3 Inspees nos Sistemas de Aterramentos

    As inspees dos sistemas de aterramentos DEVERO ser executadasanualmente com a medio da resistncia de terra. A exceo regra ser aplicada sempre

    que a situao da instalao no permitir, ou seja, somente no devero ser feitas as mediesonde no for possvel a utilizao dos equipamentos por falta de condies para se cravar ashastes no solo para a execuo dos procedimentos de testes e levantamentos dos dadosnecessrios. Contudo, todas as inspees nos equipamentos e acessrios visveis devero serefetuadas.

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    4 DISPOSIES TRANSITRIAS

    4.1 As novas instalaes do DECEA em fase de projeto devero observar o disposto napresente Diretriz.

    4.2 O prazo para a adequao das instalaes atuais das Unidades subordinadas ao DECEA aodisposto nesta Diretriz de 18 (dezoito) meses, a partir de sua assinatura.

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    5 DISPOSIES FINAIS

    5.1 Os casos omissos sero resolvidos pelo Exmo. Sr. Chefe do Subdepartamento Tcnico doDECEA.

    5.2 Distribuio:

    COMAER

    DECEA

    SDTE

    SDOP

    SDAD

    SDTI

    CISCEA CINDACTA I

    CINDACTA II

    CINDACTA III

    CINDACTA IV

    SRPV SP

    PAME-RJ

    CCA-RJ

    CCA-BR

    CCA-SJ

    ICEA

    ICA

    CGNA

    GEIV

    1oGCC

    BIBLIOTECA DECEA

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    REFERNCIAS

    LEITE, D.M; LEITE, C.M. Proteo contra Descargas Atmosfricas, 4 ed. So Paulo:

    Officina de Mydia, 1999.

    KINDERMANN, G. Descargas Atmosfricas, 2 ed. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 1997.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS.Proteo de Estruturas ContraDescargas Atmosfricas: NBR 5419-05. [Rio de Janeiro], 2005.

    _________.Instalaes Eltricas de Baixa Tenso: NBR 5410-04. [Rio de Janeiro], 2004.