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essa influência toda de fora, se não tomarmos o mínimo de cuidado, nossa produção criativa vai pro buraco de vez e nos limitaremos apenas a ser uma grande máquina copiadora. E é claro, com o design não será diferente. a ® hálito puro mente refrescante

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Ninguém aqui vai ficar dizendo que, em finsdo século XX devemos nos exilar do resto domundo e ficar vivendo de subsistência, cegopara o que acontece lá fora. Mas por outrolado, a globalização é muito boa para ospaíses “exportadores de sua cultura”. Paraquem está por cima, ela é maravilhosa.Porém, no caso do Brasil, existe uma sériede coisas que deveriam ser relevadas.Aí você vem me dizer que se a coisa é boa,independente do país de origem, deve serassimilada pelos outros, assim comodevemos também assimilar algumassoluções que eles encontraram paradeterminados problemas. Concordo: o queé bom é bom e isso ninguém duvida. Mas oproblema é o seguinte... O que seria esse“bom”? Convenhamos: é um conceitoextremamente relativo. Em diversosaspectos, será mesmo que o que é bom praeles é bom pra gente? E ainda: será quenão tem nada melhor aqui? Ou que pelomenos, que não tentássemos desenvolver,em certas ocasiões, algo que se adequassemais à realidade sócio-econômicabrasileira?Na maioria dos casos, a criatividade é quaseque uma irmã gêmea da necessidade. Asegunda nasceu apenas algumas horasantes da primeira. O que dói é ver que nossacriatividade está sendo sufocada por duasideologias: uma do ‘pra que inventar aquise eu posso comprar prontinho lá de fora?”e outra do “pra que investir aqui se eu possocomprar prontinho lá de fora?”.Isso é, no mínimo, simplista e

Globalização é legal, mas... PEGA LEVE.

maior sucesso nos Estados Unidos”, quandoestão tentando nos empurrar algo, seja eleum produto, um filme, uma roupa, umareligião ou um estilo. Tá, e daí que foi omaior sucesso lá? Só por isso devemosapreciar aqui também? Pense bem: um povoque não beija na boca em público, embriagamenininhas pra comer, acha graça no DavidLetterman, assiste “The Days of Our Lives”,gasta milhões de dólares num filme comtrilha sonora da Celine Dion e com oLeonardo di Caprio afundando num barco,transforma um boquete do presidente numescândalo, bebe ‘Dr. Pepper’ e acha umadelícia, está numa situação financeiramuito melhor que a nossa, é racista e gordo,é a melhor referência para nós, brasileiros?Na verdade, esse papo todo beira o limiteentre a realidade, a estupidez e a loucura,pois há muito tempo o brasileiro vem sendoeducado para gostar e não questionar o quevem de fora. Mesmo porque, quem está nopoder aqui dentro não está muitointeressado em levantar essas questões.Enfim, lembrem-se sempre da nossaidentidade cultural - que há muito vemandando capenga, principalmente depois deanos de ditadura militar, onde se falar emprodução cultural brasileira se tornou umapiada. - quando ouvirem falar emglobalização. Ela existe, é mais quenecessária para o desenvolvimento mundiale tem muitos pontos positivos. Porém, com

essa influência toda de fora, se nãotomarmos o mínimo de cuidado, nossaprodução criativa vai pro buraco de vez enos limitaremos apenas a ser uma grandemáquina copiadora.E é claro, com o design não será diferente.

desestimulante para quem realmentepensa, cria e/ou discute.Tudo bem, vivemos num mundo onde nãopodemos perder tempo com determinadassituações. O mundo é rápido. Logo, assoluções não podem ser lentas. Mas no meiodisso tudo, uma coisa é completamenteesquecida: a identidade cultural brasileira.Um caso clássico é quando ligamos atelevisão e vemos algo anunciado como “o

a m a r c a m u n d i a l d o s t r ê s d e n t e s

®

hálitopuro

menterefrescante