De Capacaça a Bom Conselho – Uma visão pessoal
-
Upload
camylla-barros -
Category
Documents
-
view
275 -
download
15
Transcript of De Capacaça a Bom Conselho – Uma visão pessoal
De Capacaça a Bom Conselho – Uma visão
pessoal
Livro de Bom Conselho a capa caça - CELINA
FERRO - Escritora:
www.bomconselhopapacaca.com.br
OS FUNDADORES
Quando o Brasil Colônia desenvolvia o “Ciclo do
couro”, chegavam, vindos de Portugal,
precisamente da cidade do Porto; três irmãos,
componentes da família. “Cruz Villela’
descendentes de Judeus, foragidos da inquisição,
estabeleceram-se no Brasil, onde posteriormente
converteram-se ao cristianismo. Chegados á
capital da Colônia, Salvador, resolveram separa-
se, O primeiro deles segue para Minas, atraído
pelo ouro; o segundo se fixou em Sergipe e Bahia
e o terceiro, Manoel da Cruz Villela, comprou de
Jerônimo Burgos de Souza e Eça uma sesmaria de
trinta léguas quadradas,que custou duzentos mil
réis, no ano de 1712. Compreendia o terreno das
seguintes dimensões: as terras do sul de Alagoas
(Palmeira do Índio Tanque d’arca,Campo de
Anadias) ;em Pernambuco ao norte faziam divisas
com o município de Garanhuns, próximo ao
povoado de Brejão de Santa cruz, a leste com o
poço do veado e a Oeste com o município de
Águas Belas. Após as providências legais,viaja
Manoel da cruz Villela á procura do sertão.
Chegando a 46 km de Garanhuns, ao norte da
sesmaria, um vasta área de agreste, A base de
uma serra de mata abundante, próximo de um
rio. E foi exatamente entre o rio e a serra que
Manoel da cruz Villela encontrou o lugar ideal
para se fixar com uma fazenda. Ali possuía os
elementos indispensáveis: água, o clima de
agreste para o rebanho e a serra para as
plantações.
CRIAÇÃO DA FAZENDA
Criada a fazenda, Manoel da Cruz Villela comanda
com perfeição os escravos, as criações, a lavoura,
determinando o que há de melhor, logo surge à
casa da fazenda, a senzala, o curral, etc.
O gado era criado solto no pasto. Contava apenas
com a marca de uma flor –de- lis, ’que indicava a
propriedade da família. Os escravos trabalhavam
na lavoura nas proximidades da mata e lagoa do
Bulandim, que derramava suas águas entre as
serras até desembocar no riacho Lava-pés, que
recebeu este nome porque os trabalhadores
tinham como hábito lavar os pés quando
voltavam do trabalho diário. O curioso era que
estás águas serviam para atividades domésticas,
para beber e cozinhar. Com o passar dos anos, a
fazenda foi prosperando, as plantações cresciam,
o gado se multiplicando, sempre cuidado pelo
senhor e seus escravos. Aos poucos, e quase tudo
era produzido para o abastecimento da fazenda e
seus moradores. Apenas se comprava sal e
tecidos. Estava formada mais uma família
aristocrata rural, com vida própria. Sempre que
necessário, apesar de raro, iam até Pilar, antiga
capital de Alagoas. E numa dessas viagens
Manoel da Cruz Villela conhece uma moça, filha
de um rico comerciante Português, com quem se
casou e construiu uma família. A vida transcorria
normalmente, quando certa manhã estava
terminando a construção do curral de pau-a-
pique e foram surpreendidos por um veado que
fugiu de alguns caçadores. O animal assustado
correu para o curral e Manoel da Cruz Villela
mandou fechar a porteira. Em seguida os
caçadores chegaram a procura de caçar.
Entretanto o Fazendeiro não permitiu que o
levassem, alegando que o animal havia buscado
socorro em seu curral. Ofereceu um boi oito
arrobas, mas aquele animal iria castrá-lo e soltá-
lo para comer dias após, quando estivesse gordo.
A partir daí tornou-se costume castra os veados e
caititus (porco-montês), na certeza de que mais
tarde eles viriam até o caçador. Deste uso surgiu
o nome de Papacaça, nome com que foi
conhecida inicialmente nossa cidade. Dos seus
descendentes Antonio Anselmo da Cruz Villela e
Joaquim Antonio da costa pouco se saber além
dos nomes e que se foram chefes patriarcas,
podendo ser filho e neto de Manoel da Cruz
Villela.
O POVOADO.
Com o crescimento da família e o aparecimento
de outras famílias importantes, vai surgindo o
povoado. Em 1774 o povoado tinha à frente
Mathias da Costa Villela, neto de Manuel da Cruz
Vilela, e tinha uma irmã chamada Francisca
Xavier, mulher muito católica onde desejava uma
igreja onde pudesse fazer suas orações e assistir a
suas missas. Para satisfazer a irmã, Mathias
manda ela escolher o local para construção. O
local foi escolhido e colocado a pedra
fundamental. Em seguida foi erguida uma
pequena igreja sob a invocação de Jesus, Maria,
José. Mais tarde a capela foi substituída pela
atual matriz. Apesar de distante da casa grande,
ela gostou do local por ser próximo do rio. Em
volta da igreja foi ser formando um largo e daí
surgindo um comércio. Matias da Costa Villela já
se tornara homem influente entre os colonos e os
comerciantes. Não era só o chefe da família
patriarcal. Era também chefe político da região e
muito conhecido pelo nome “comandante”.
Possuidor de grande autoridade e por não gostar
do nome Capa-caça, mudou o nome do povoado
para Papa-caça.
FREI CAETANO EM PAPACAÇA
Chegado ao povoado por volta de 1850, Frei
Caetano procurou inteirar-se dos problemas que
afetavam os vários setores da vida comunitária,
especialmente daqueles que se prendiam aos
aspectos morais, religiosos, sociais, educacionais.
Dois fatos que lhe atraíram a atenção: grandes
números de órfãs desvalidas e o elevado índice
de prostituição. Por outro lado, a falta de uma
instituição educativa, de água canalizada e
tratada, de um cemitério adequado, de um
templo que acomodasse o necessário número de
fieis. As secas periódicas que se flagelavam
animais e as plantas e tantos outros problemas
foram constatados pelo venerável e também
enfrentados por eles um a um. Fez amizade com
a família Villela e recebeu de Antonio Anselmo da
Cruz Villela uma extensão de seis quilômetros de
terra cortada pelo rio Papacacinha, onde se
dispôs a construir um colégio modelo para o sexo
feminino, idéia que foi prontamente considerada
pelos moradores do lugar. A escolha da área
onde iria ser edificado o educandário e a capela
não foi feita arbitrariamente, pois determinados
fatores indicariam a posição geográfica que
melhor se adequaria a execução do projeto.
Pensou-se em denominar o projeto de “colégio
de Papacaça”, mas o frade não gostava deste
nome e resolveu que a escola teria como
padroeira Nossa senhora do Bom Conselho e se
chamaria “colégio do Bom Conselho de Maria” e
tendo como protetora Santa Verônica, devido ao
culto de nossa senhora. Com o empenho da
população iniciaram-se os trabalhos no dia13 de
fevereiro de 1853, pela manhã, após um sermão
feito por Frei Caetano. Os que assistiriam á
pregação do sacerdote não se fizeram de rogados
e munidos de enxada, machado, foice e outros
instrumentos ganharam o campo e em pouco
tempo estava pronto o terreno com de 1400
palmos de comprimento e 300 palmos de largura.
Conduzia os fieis para ajudar com o material,
dinheiro, os mais pobres com seu trabalho. Frei
Caetano, frente pregava as missões, trabalhava e
nos sermões dizia: -Povo de Papacaça, faz
penitência!Quem não carregar pedra e tijolo para
fazer a casa de Deus está nas profundas do
inferno!Faz penitência povo! Deita na rua e te
cobre para a procissão passar por cima! E muita
gente nos dias de procissão embrulhavam-se
num lençol e deitava-se no meio nada em 1º de
Março de 1853- no dia 18 do referido mês
esperava “vestir três ou quatro freiras
capuchinhas e entregar-lhes o Colégio de Bom
Conselho. Vale ressalvar que foi o próprio Frade
Capuchinho o arquiteto quem traçou no local a
planta da igreja, da clausura e dos corredores
térreos. Apesar da impossibilidade de concluir as
obras do educandário na data anunciada, isso
não implicaria em dizer que o fato não ocorreria
em prazo mínimo, pois tendo sido os trabalhos
iniciados no dia 13/02/53 já em 26/04/53 era
solenemente inaugurado com o nome de Colégio
Nossa Senhora de Bom Conselho 22 educandas e
algumas irmãs. Após a inauguração da primeira
etapa construída, o missionário capuchinho
continuou com a construção das outras etapas
que formariam o colégio, no ato, inaugurando a
segunda etapa em 1857, edificando dois novos
corredores, refeitório, transformando o artigo em
enfermaria, aumentando os salões de aulas e
fazendo no lugar da primeira capela uma
nova.Foram trazidas as imagens de Nossa
Senhora do Bom Conselho e Santa Verônica, do
Recife, pelo missionário. Procurou organizá-lo
administrativa e financeiramente a fim de que o
estabelecimento pudesse arcar com as próprias
responsabilidades, entregando – o nas mãos de
pessoas experientes e honradas, com um
regulamento interno, faltando-lhe apenas um
patrimônio particular que lhe desse uma
determinada renda. Outra grande obra de
utilidade para o Colégio e o Povoado foi in
discutivelmente a construção dos primeiros
chafarizes com a canalização do riacho Lava-pés.
Mais de 10 mil Pessoas trabalhavam na realização
do aqueduto que veio a dar a Papacaça um
progresso fora do comum. Inaugurado o
primeiro chafariz na noite de 28/12/1857, no
pátio da Igreja Jesus, Maria,José . O missionário
mandou construir a caixa d’água de pedra e cal
no Lava-pés para a qual tinha mandado busca no
Recife cimento e torneiras de bronze. Depois
tratou de prolongar o encanamento até o
Colégio. Mandou escavar dois açudes de
proporções bem regulares. Após a edificação do
Colégio, da Capela, das quatorze casas que
serviriam de patrimônio do Educandário, da
construção do aqueduto e dos dois açudes, mais
três novos projetos em execução: O cemitério de
Santa Marta, o da Ponte do Papacacinha e da
nova Matriz. Próxima ao Colégio foi erguida uma
casa para os frades, que posteriormente
transformou-se no convento dos frades
Capuchinhos. Finalmente concluída a obra do
colégio, donativos eram enviados com a distância
de 50 léguas e em algum tempo era criada uma
fazenda de gado e por último o próprio
presidente da província, conselheiro Jose Bento
da Cunha e Figueiredo, a pedido do Frei Caetano,
autorizou a doação de dois contos e quatrocentos
mil réis e pleiteou da Assembléia Provincial uma
subvenção anual de um conto e quatrocentos mil
réis. O Colégio ainda tinha o rendimento de cinco
mil réis das 130 alunas externas.
ÚLTIMA PROMESSA-CONSTRUÇÃO DA IGREJA
MATRIZ
Tendo uma pequena capela e contando o
povoado mais de 400 casas, vários
estabelecimentos comercias, com feiras aos
sábados mantendo relações comerciais com
Garanhuns, Correntes, Penedo, São Miguel dos
Milagres, Maceió e outros centros, era necessária
a construção de uma igreja matriz que
acompanhasse o desenvolvimento da freguesia,
que já se encaminhava, muito em breve, para ser
vila. A antiga capela construída por Matias da
Costa Villela, no período de 1825 a 1830, seria
substituída por uma maior, com o objetivo de
acomodar todos os fiéis nos dias de feira e de
festa santa. Em 1857, contou Frei Caetano com o
apoio dos fiéis para a construção de um novo
templo compatível com a freguesia. Demoliu a
pequena e construí uma matriz de bela
arquitetura colonial e convenientes dimensões,
ficando assim com 41 palmos de frente sobre 160
de fundos, mas somente concluída no seu todo
em 1882 pelos seus sucessores, os missionários
Frei José de Bolonha em 1876 e Frei Cassiano de
Comachio, em 1822. Os altares foram construídos
posteriormente, em 1888,pelo Mons. João
Marques, então pároco da freguesia de Bom
Conselho. Apesar das reformas sofridas através
dos tempos, ainda se conserva boa parte da
pintura original executada por Joaquim Vieira
Belo-Joaquim correntão.
COMANDO POLITICO DO CEL. AUGUSTO
MARTINIANO
Apesar da conquista da construção do colégio,
neste ano Papacaça foi atingido pela epidemia de
cólera. Morre, entre tantos habitantes, Luiz
Carlos da Costa Villela. Respondia pela chefia do
povoado Antonio Anselmo, que devido a idade
avançada passa o comando ao coronel Augusto
Martiniano Soares Vilela, neto de Matias da Costa
Villela, homem de letras. Pelo fato de ter
estudado em seminário em Recife, era sempre
consultado sobre todos os problemas e assuntos
da família e do povoado. Segue o coronel
Augusto dominado por 45 ou 50 anos, somente
interrompido com a vitória em 1889 de Lourenço
Ipiranga, apoiado pelos Tenório e Cavalcante, que
subiram ao poder da queda do gabinete
conservador do conselheiro João Alfredo. Com o
advento da República, o cel. Augusto domina
novamente a situação, com plenos poderes
conferidos pelo governador de Pernambuco,
Barbosa Lima, permanecendo dirigindo os
destinos de Bom Conselho a família Villela, ainda
por mais um bom tempo. Durante o seu reinado,
o cel. Augusto ora se apresenta para prefeito,
terminado o mandato indica um filho ou outro
parente sobre qual tinha todo domínio, porque
não queria perder a influência política. E assim
governou o coronel Augusto Martiniano Soares
vilela o município de Bom Conselho por várias
décadas, com toda força nas mãos, um
verdadeiro ditador, fazendo delegado, juiz de paz
e outros cargos, pessoas da própria família.
Quando foi interrompido o seu domínio por
ocasião das eleições de 1889, perdendo a chefia
política, passando Bom Conselho a pertencer á
chefia política de Dr. Jardim, juiz de direito de
Garanhuns, homem temido por toda região o cel.
Augusto vendo-se em perigo tratou de fazer
modificações. O partido contrário crescia, pois
todo município estava desgostoso com a
oligarquia. Mas o coronel ainda conseguiu
nomear delegado o seu parente Camilo Peixoto
Soares para substituir Bernardo Figueredo. A
situação piorou quando o pai do novo delegado
passou para o lado de Jose de Ferraz, cunhado de
Dr. Jardim que em 1904 tornou se prefeito de
Bom Conselho. Para a família Villela não ficar fora
da situação, pois era certa a eleição do adversário
o cel. Augusto adotou uma tática Candido Carlos
da Costa Villela, o pai pinto e seu primo João
Peixoto passariam para o lado contrário.
finalmente deu-se a eleição e José Ferraz tomou
o poder. Apesar de derrotada a família Villela
sempre foi respeitada por seus adversários
políticos.
OPOSIÇÃO AOS VILELAS
A população crescendo, muitas famílias surgindo,
outras chegando e vai se formando a cidade,
conseqüentemente o município de Bom
Conselho. O povo começa a se cansar da
oligarquia dos Vilelas. Começa a ser articulada
uma oposição. Quando em 1904, por ocasião da
eleição do Cel. José de Souza Ferraz, perde o
poder o cel. Ferraz, nova eleição é realizada e
mais uma vez perde a eleição o partido dos
Vilelas. Vence o partido do Dr. Jardim, que pouco
tempo depois morre, deixando eleito o major
Pedro Urquisa Cavalcante. Tempos depois, o
major Urquisa rompe com o cel. Ferraz e vai se
filiar á corrente do Cel. Lívio machado Wanderley,
que era sogro do Cel. José Cupertino. Sobe Lívio
Machado, apoiado pelos Tenório, que além de
adversários políticos dos Vilelas eram inimigos
pessoais, embora existisse um parentesco entre
as duas famílias (havia um antepassado-
Francisco Tenório-chico Tenório-casado com uma
filha de Matias da Costa Villela- o comandante). O
Cel. Lívio Machado era grande comerciante na
cidade de Bom Conselho e chefiava uma forte
oposição ao Dr. Jardim e ao Cel. Ferraz. A essa
corrente também estava ligado José Abílio, que
apesar de jovem já participava da política em
Bom Conselho. Apesar de seu pai não gostar de
política, desfrutava de grande prestigio junto a
matutada. E Zezé Abílio, como era conhecido,
soube aproveitar a situação. O capitão Abílio,
senhor da Mata verde, dizia sempre ao filho:
“Meu filho, eu não nasci para ser
político...Política não presta e se presta só presta
para quem não presta...” Apesar dos conselhos
paternos,o jovem Zezé continua firme nas
campanhas eleitorais até chegar ao ponto de
assumir o comando da política em nossa terra.
DANTAS BARRETO E A POLITICA EM BOM
CONSELHO
Tenente Costa Neto chega a Bom Conselho
incumbido de organizar o partido de Dantas
Barreto, com o objetivo de derrotar a oligarquia
de Rosa e Silva, que já durava dezoito anos em
Pernambuco. Ambos bom-conselhenses. Dantas
e Costa Neto precisavam do apoio dos seus
conterrâneos. Em Bom Conselho os oficiais do
tem. Costa Neto cuidaram de organizar o “Tiro de
Guerra” sendo José Abílio eleito presidente do
mesmo. Como presidente do tiro de guerra, o
prestigio e as influências de José Abílio foram
crescendo. Já se encontravam estremecidas as
ligações com o prefeito Cel. Lívio Machado.com a
campanha eleitoral vem o rompimento. De um
lado José Abílio Costa Neto e a Família Vilela; do
outro Cel. Lívio e outras famílias apoiavam Rosa e
Silva. As eleições foram marcadas para o dia cinco
de novembro. Trinta dias antes, uma onda de
febre tifóide invade Bom Conselho e atinge boa
parte da população,incluindo José Abílio que fica
impossibilitado de ajudar nos serviços da eleição
a seus companheiros. O estado estava envolvido
numa verdadeira revolução. Na véspera das
eleições, no Recife o Palácio do governo era palco
de grande tiroteio. Em Bom Conselho, pela
madrugada, chega de Alagoas o Dr. Rodrigo
Tenório com mais de duzentos homens e ao lado
do Tenente Costa Neto,José Abílio, que apesar de
doente se fazia representar, Luiz Carlos
Villela,Alípio Luna e Tantos outros, defendiam a
corrente dantista e enfrentavam tremendo
tiroteio,que durou duas horas, contra os Rosistas,
representados pelo Cel. Lívio Machado, Lizimaco
Vila-Nova e outros homens. A cidade ficou
deserta. Neste dia não houve eleição em Bom
Conselho. Vitorioso Dantas Barreto, a chefia
política de Bom Conselho é entregue ao Ten. Luiz
Carlos da Costa Neto. Mais uma vez o poder
voltava ás mãos dos Villelas.Apesar de não usar o
sobrenome, Costa Neto era um legitimo vilela.
Acompanhou o governador para recife e tornou-
se deputado estadual do seu governo (1911-
1912). Vitorioso todo o grupo Dantista, José
Abílio também sobe ao poder. Exercia influência
direta no distrito de Taquari, pois a Mata verde
(fazenda de José Abílio) pertencia a este
povoado, chegando a ser nomeado sub-delegado
do Taquari. Respondia pela Delegacia de Bom
Conselho o tenente Andrelino. Este veio a ter um
desentendimento com José Abílio devido um
dos”cabras”de José Abílio andar armado. Foi o
incidente que mobilizou todas as autoridades
desde o Pároco – Pe. João Clemente; o Promotor
público –Dr. Paulo André; chefe político Capitão
Luiz Carlos Costa Neto, que intercederam e
concluíram fazendo um acordo, onde José Abílio
mandaria os seus cabras para fora da cidade.
Foram todos levados para a fazenda Mata Verde
e lá puderam andar armados sem ferir a
autoridade do Delegado de policia.
DO MENINO ZEZÉ AO PODEROSO CEL. ZEZÉ
Infiltrado na política, Zezé Abílio continua na
fazenda, quando chegaram às eleições de
deputado. Dr. Bento Borges, grande amigo de
Dantas Barreto, candidato federal, encontrando-
se no Recife manda chamar José Abílio e com um
entendimento este assume o compromisso de
trabalhar nas eleições em seu favor. A votação de
Bento Borges foi regular, deixando D. Sinhazinha,
esposa de Bento Borges, muito satisfeita. Ela
manda chamar José Abílio e lhe oferece o cargo
de fiscal de consumo. José Abílio recusou a
oferta. Ela insiste em querer recompensá-lo.
Então se lembra de dar-lhe um lugar na Guarda
Nacional. Naquele tempo Guarda Nacional era da
maior importância. Aguardando a nomeação,
volta José Abílio a Bom Conselho. No Rio de
Janeiro o Dr. Bento Borges recebe muitas cartas
dos inimigos de José Abílio, nas quais diziam que
Zé Abílio era espingardeiro conhecido em Bom
Conselho e não podia fazer parte da |Guarda
Nacional. Todas as cartas foram entregues a José
Abílio posteriormente. Finalmente, sendo
presidente da República Venceslau Braz cria em
bom conselho a 59ª Brigada da cavalaria e
nomeia, a pedido do Dr. Bento Borges, José Abílio
Coronel e comandante da mesma. Está
fortalecido o prestigio do então Coronel José
Abílio de Albuquerque Ávila. A partir daí o Cel.
Jose Abílio passou a ter o seu lugar na política
municipal, estadual e até nas eleições para
presidente. Das suas amizades as que mais lhes
trouxeram repercussão foi com Manuel Borba,
Agamenon Magalhães, Etelvino Lins e Barbosa
Lima Sobrinho. Com Manuel Borba, sua
característica principal era a lealdade. Sempre foi
fiel a Borba, chegando a deixar qualquer
pergunta sobre as eleições sem respostas até que
encontrasse o Dr. Borba e este lhe informasse
qual a direção a tomar. Da amizade com
Agamenon Magalhães restou o deu emprego no
I.A.A. como inspetor. O fato mais curioso é o
coronel. Apesar de poucos estudos, ter prestado
concurso de português, matemática,
contabilidade e outras matérias. Quando só
falava o português do sertão, esses ensinamentos
serviram ao coronel. Amigo do então Ministro do
trabalho foi aprovado e logo nomeado.
Permaneceu um bom tempo no cargo e mais
tarde se aposentou por motivo de doença.
Durante seu domínio Jose Abílio exerceu o
mandato de prefeito por quatro vezes e de
deputado por duas vezes.
A AMIZADE DE BORBA E NOVAS ELEIÇÕES
Com o governo de Dr. Manoel Borba, Costa Neto
assume o comando da política e aumenta o
prestígio da família Villela. Quando Chegadas às
eleições municipais para a sucessão de Luiz Carlos
da Costa Villela, irmão de Costa Neto, não aprova
a escolha feita por Luiz Carlos e se candidata a
prefeito. José Abílio fica ao lado de Josino Villela.
Foi uma luta terrível e a eleição acabou por ser
anulada pelo próprio governador devido aos
erros e fraudes. É nomeado por Borba o
comerciante José Guilherme. Através do Dr.
Ernesto Santos, então juiz de Bom Conselho,
chega até Borba a fama de José Abílio e os
serviços prestados por ele á policia local. Borba
manda convidá-lo para uma conversa. No palácio,
o encontro é rápido e Borba o convida para uma
conversa mais demorada na sua casa. No dia
seguinte José Abílio se faz presente ao encontro.
Quando a conversa está iniciada, o governador
queria saber como estava a situação em Bom
Conselho. Já havia se dado o rompimento entre
Dantas e Borba, por isso era necessário saber se
existia em Bom Conselho Dantistas. A resposta de
José Abílio foi que seria mais fácil perguntar a
Costa Neto, de uma vez que o mesmo continuava
como comandante de policia. No mandato do
prefeito Sr. José Guilherme, fazia parte das
amizades do cel. José Abílio, no entanto, Borba
ofereceu ao mesmo o cargo de Delegado. José
Abílio recusa a oferta, alegando não estar em
boas relações com então prefeito. O Dr. Borba
argumenta: Se o prefeito aceitar, você aceita? A
resposta: Dr. Manuel Borba. Se V. Exa. quer me
nomear delegado, por que não mim da a chefia
de bom conselho? Borba fica calado e escreve
uma carta ao prefeito José Guilherme. O mesmo
ao receber a carta diz que tem outro candidato
para o cargo, Osório Villela, irmão de Costa Neto.
José Abílio telegrafa ao governador informando o
que recebeu como resposta e fica aguardando.
Borba ao receber o telegrama não acreditar,
colocando em dúvida a palavra de José Abílio. Na
tarde do mesmo dia chegar ao palácio o
mensageiro do prefeito com a referida carta.
Após ler a mesma, Borba se dirige ao Sr. Clarindo
de Abreu e diz-lhe: ”Volte e vá se entender com
José Abílio, atual delegado de policia e chefe
político de Bom Conselho.” José Abílio é
informado por telegrama e fica surpreso.
Tornando-se chefe político de Bom Conselho no
dia 19 de fevereiro de 1919. Com novas eleições
se aproximando, detendo o poder em suas mãos,
convoca a mando do governador novas eleições.
Indica para o cargo João Peixoto Soares e para o
conselho municipal vários outros amigos. Não
houve duvida: o prefeito indicado foi eleito.
Diante da situação de prestigio crescente, José
Abílio tira proveito em tudo. Controla os órgãos
públicos e começa a fazer sua política. Apesar do
passado de José Abílio ser de homem envolvido
com situações às vezes de violência com muitos
“cabras”, Bom Conselho passa a ter um bom
tempo de ordem. Em 1922 José Abílio publica um
abaixo-assinado com o seu nome para prefeito e
noventa dias antes das eleições deixa a delegacia
e se candidata a prefeito do município. Candidato
único, eleito, preocupa-se em administrar com
equilíbrio. Havia terminado o governo de Borba,
sendo governador do estado o Sr. José Bezerra. O
sucessor de Manoel Borba dava todo prestigio a
José Abílio, favorecendo assim uma
administração pacifica e cheia de realizações.
Com um orçamento de apenas vinte e dois
contos de réis, José Abílio conseguiu construir,
dentre outras coisas, um teatro municipal, um
açougue uma empresa de luz. Bom Conselho
passou a ter outra vida e o seu comércio
aumentou sensivelmente. Infelizmente o
mandato não chegou até o final, pois com a
mudança de governo no estado, com a queda de
Borba, passa José Abílio por muitas dificuldades,
inclusive perseguições, chegando mesmo a
abandonar o cargo e fugir.
DESPRESTÍGIO POLÍTICO E PERSEGUIÇÃO EM
BOM CONSELHO
Durante o governo de Estácio de Coimbra,
opositor de Borba, Bom Conselho sì¥Á 9 ø ¿ èñ
bjbjýÏýÏ .2 Ÿ¥ Ÿ¥ èí ÿÿ ÿÿ ÿÿ l & & & & & & & : tG
tG tG tG ì¥Á 9 ø ¿ èñ bjbjýÏýÏ .2 Ÿ¥ Ÿ¥ èí ÿÿ ÿÿ ÿÿ l
& & & & & & & : tG tG tG tG rem um roubo por
lá. Começaram a praticar desordem altas horas
da noite e foram assassinados. O fato ocorrera a
cinco anos atrás. Este caso foi reaberto e José
Abílio, Lizimaco Florisbelo Vila-Nova, Alfredo
Canuto e Zezé Calado indiciados. Com exceção de
José Abílio, todos tiveram a prisão decretada.
Lizimaco por ser da guarda nacional ficou detida
na prefeitura e precisamente no dia 23 de Agosto
1927 José Abílio foge. Algumas horas depois de
sua fuga é decretada sua prisão. Com a ajuda de
Manoel Borba e Agamenon Magalhães, o seu
advogado Brito Alves consegue proclamar José
Abílio inocente num julgamento que teve uma
votação de três começa a luta para libertar seus
amigos, principalmente Lizimaco, que havia sido
levado a cidade de Olinda. José Abílio passa a
residir no Recife com o objetivo de libertar seu
amigo Lizimaco. No inicio do ano de 1930, já pela
segunda vez, entram em julgamento os amigos. O
dia tão esperado havia chegado e Lizimaco faz
sua própria defesa, auxiliando os advogados de
defesa Dr. Brito Alves e Demócrito de Souza filho.
Com habilidade, chegam á absolvição de todos.
Passados dois anos e meio na casa de detenção o
Cel. Lizimaco Vila-Nova, que havia sido Delegado
de policia na época do duplo assassinato; José
Calado, comerciante; Alfredo Canuto, diretor da
casa de detenção em Maceió. Todos amigos de
José Abílio, Manoel Borba e Agamenon
Magalhães foram perseguidos por serem inimigos
do governador do Estado Estácio Coimbra.
DE NOVO NO PODER CEL.JOSÉ ABILIO
Após este período, volta José Abílio a Bom
Conselho todos os amigos voltados ás causas da
revolução de 30. Com lenço vermelho no
pescoço, Ulisses Tenório chefiava o município.
Respondia por Pernambuco o interventor Carlos
de Lima Cavalcanti, que nomeava e exonerava os
prefeitos, inclusive os de Bom conselho. Apesar
do nome de José Abílio ter sido lembrado, ele só
foi prefeito novamente quando disputou as
eleições com Pe. Alfredo Pinto Dâmaso. No dia da
posse, 15-08-36, fez um discurso onde relatava
sua vida política até então. Continua com muito
prestigio junto ao interventor do estado até a
posse de Agamenon Magalhães (37), como
Interventor Federal em Pernambuco. Para Bom
Conselho é nomeado Josino Villela que a estas
alturas já se tornara inimigo de José Abílio.
Magoado e sem prestigio, retorna a Alagoas o
coronel e reassume o emprego de inspetor do
I.I.A. Dias depois se afasta por motivo de saúde e
volta para sua terra natal. A partir de 1943, sendo
Juca Medeiros prefeito de Bom conselho,
partidário do PSD, recebe um telegrama de
Etelvino Lins solicitando a formação do Diretório
incluindo o nome de José Abílio. Entretanto, o
coronel por ter sido presidente do partido acha
desagradável se tornar apenas um membro. Para
solucionar o problema, o governador Etelvino
Lins manda chamar os dois e propõe: “José Abílio
vamos resolver o caso de Bom Conselho do
seguinte modo: Você será o presidente do
partido com direito a quatro membros e Juca
Medeiros ficará com a vice-presidência e três
membros, como você quer. Quantos ases
nomeações serão feitos de acordo com vocês. Eu
de modo algum abandonarei o Juca, você apenas
dará, o nome e o mais resolverá, pois você anda
doente e não pode com o peso da luta...” Neste
dia foram determinados os nomes para a
composição do diretório do PSD em Bom
Conselho. Com a queda do governo de
Getúlio,muitas modificações são feitas em
Pernambuco e em Bom Conselho. A U.D.N. cresce
e toma forma a oposição a Jose Abílio e ao PSD A
partir daí surge um período de muita de muita
luta, muitas brigas entre o cacique de Bom
Conselho (como era chamado pela imprensa do
estado) José Abílio e a U.D.N., encabeçada por
Gervásio Pires. Apesar de toda oposição, José
Abílio é reeleito para mais um mandato de
prefeito (26-10-47), se afastando para se
candidatar ao primeiro mandato de deputado
(1951). Eleito com 3.145 votos e empossado no
dia 25 de janeiro de 1951. Durante o primeiro
mandato, José Abilio tornou-se um elemento de
destaque, ora pela respostas, ora pelos seus
pedidos, alguns para Bom Conselho, outros para
seus afilhados, nunca para si próprio. Levando
adiante sua política fiel ao psd., sempre ligado a
Manuel Borba e mais tarde a Agamenon
Magalhães, nunca tomado uma atitude sem
prévia autorização. Findo o seu primeiro mandato
de deputado, tenta reeleição, em novo pleito
conseguindo uma votação de 3.127, tomando
posse em 26 de janeiro de 1955. São mais quatro
anos de mandato na Assembléia legislativa de
Pernambuco. Com o fim do segundo mandato,
José Abílio volta a Bom Conselho e não mais se
candidata. Passa a dirigir o destino de nossa terra
apoiando,articulando,usando seu prestigio, seus
afilhados, seus discípulos em cada pleito. Ainda
hoje sentimos a sua presença a cada eleição,
principalmente nas eleições municipais, quando
um candidato ou outro faz dos expedientes, fruto
do autoritarismo do coronelismo. Por não ter
filhos homens, o coronel se afeiçoou a outros
políticos, entretanto alguns deles já não
pertencem à linha do antigo PSD estão filiados á
corrente da U.D.N. junto aos seus familiares que
apóiam plenamente o ultimo opositor do coronel,
o bacharel Arnaldo Amaral.
GERVÁSIO –OPOSIÇÃO SISTEMÁTICA
Em 1945, um grupo de jovens idealistas reúnem-
se e criam o Diretório da U.D.N.- União
Democrática Nacional, em bom conselho,
passando a fazer oposição sistemática ao Cel.
José Abilio e ao PSD Gervásio ainda muito jovem
estava sempre envolvido nos problemas sócio-
culturais, passou também a participar da política
de oposição chegando a se tornar chefe do
partido. Custou-lhe grandes aborrecimentos, tais
ideais, que iam de encontro aos interesses dos
coronéis que faziam parte da outra corrente. As
pressões eram muitas, as violências aconteciam
das mais diversas. Eram bombas jogadas nas
casas de seus correligionários pelos simpatizantes
do partido adversário, o PSD, tendo inclusive, e
certa vez um senhor entrar no comitê da U.D.N. a
cavalo, disparando vários tiros de revolver no
local onde estava afixado a o escudo U.D.N.
Muitos crimes eleitorais eram atribuídos ao
cel.,entretanto o mesmo dizia que nada era de
sua autoria, ignorando e não calmando atenção
os autores de tais desmandos;falava o coronel –
“para os meus amigos não tem defeitos; os
inimigos o defeito que não tiver eu boto.” E assim
ia protegendo fosse quem fosse, desde que
estivesse ligado a ele e ao PDS A cada eleição o
grupo se fazia presente, com o candidato próprio,
no entanto, o esquema do PSD era mais eficiente,
não se sabe como, mas a eleição era derrotada,
até 1958, com a vitória do Dr. Cid. Sampaio, que
lhe garantiu a chefia política do município. Foi
candidato a deputado por três vezes, disputando
com José Abílio, ficou na suplência por duas
vezes, em 1955 e 1958, chegando a se eleger em
1960,com 4.153 votos. Com a revolução de 1964,
e a queda do então governador Miguel Arraes,
passou a assumir o estado, Dr. Paulo Pessoa
Guerra, conseqüentemente com a mudança
estrutural da política nacional, caem os coronéis
da Guarda Nacional e inevitavelmente o cel. Zezé
perde o prestigio. Pela proximidade do governo,
Gervásio ocupava uma cadeira na assembléia
Legislativa, reassume a chefia política de nossa
terra. Unido a população, ao prefeito Dr. Raul
Camboim de Vasconcelos e ao governador do
estado, Dr. Paulo Pessoa Guerra, constroem o
Hospital da cidade e escolhe para patrono Mons.
Alfredo P. Damasco, pois o mesmo havia iniciado
as obras e parado devido a falta de recursos,
posteriormente sua morte. Findo sua mandato de
Deputado, com a vida estruturada em Recife, pois
havia recebido um Cartório do Registro Civil na
Capital, ligados a outros interesses, fica residido
por lá, até sua morte. Em resgate a sua memória,
o atual prefeito denominou a “Casa de Arte e
Cultura Gervásio Vieira Pires”, numa justa
homenagem a esse bom-conselhense.
OUTROS POLITICOS DE EXPRESSÃO
Na década de 50 alguns jovens filiados ao Psd e a
U.D.N foram se firmando, candidatando-se a
vereador ou tentando eleger seus amigos,até que
surgem como líderes políticos. Assim aconteceu
com Arnaldo Amaral,Manuel Tenório Luna,
Walmir Soares da Silva. Fugindo a regra de líder,
um dos políticos merece o maior destaque: é Raul
Vasconcelos. Atualmente, uma nova liderança
surge: Gervásio Cavalcante de Matos, e mais
recentemente desponta como político Audalio
Ferreira de Araújo.
ARNALDO AMARAL - OPOSIÇÃO OBSTINADA
Quase um garoto volta do Recife, ás pressas, para
atender a um chamado da família. Seu pai, José
Hermínio Amaral, sofrera uma paralisia facial,
tornando-se impossibilitado de prosseguir o
trabalho. Assumiu o cartório seu filho mais velho,
Arnaldo, nomeado como escrevente em 1949,
dias depois enfrentando o concurso de
escrevente e mais tarde o de tabelião titular,
assumido até os de hoje. Com o idealismo
peculiar da juventude, une-se a outros jovens-
entre os quais Edjasme Tavares de lima, Zadir
Barbosa, dr Jose Barbosa- e resolver enfrentar
uma eleição municipal. Após a grande vitória do
partido nas eleições do governador, sagrando-se
vencedor Cid Feijó Sampaio, o grupo esperava
contar com o apoio de Gervásio Vieira Pires,
então deputado, em eleição municipal. Gervásio
achou por bem apoiar outro candidato. Lançada a
primeira candidatura, tinha como adversário o
médico humanitário, Raul Camboim de
Vasconcelos, muito conceituado no município.
Transcorria o ano de 1963. Foi a primeira
campanha de uma série, sendo derrotado. Passou
a lutar por mais quatro campanhas, perfazendo
um total de cinco disputas, em todas elas sendo
derrotados nas urnas. Com firmeza, o grupo
permanecer constante e unido a cada pleito
eleitoral seja para eleição municipal, estadual ou
federal. Finalmente, talvez para marcar uma nova
era, este ano, centenário da cidade , o grupo,
agora PMDB.,faz uma coligação com o PTR e o
PDS lançado um candidato. Concretiza assim a
tão esperada vitória deste obstinado líder político
e de seu partido.
Dr. RAUL - NOSSO OSVALDO CRUZ
Quando em 1963 candidatou-se prefeito, o
médico humanitário Raul Camboim de
Vasconcelos iniciou o trabalho com muita luta.
Primeiros problemas políticos, logo depois veio o
golpe de 64 e o mandato prorrogado muito
problema saúde que o município enfrentava, as
questões de base, a receita municipal muito
pequena e sua benevolência muito grande.
Iniciou seu mandato tentando corrigir algumas
deficiências de nossa cidade. Foi prefeito em
segundo mandato, pois já havia respondido pelo
município em 1947, substituindo Cel. José Abílio,
quando afastou-se para candidatar-se a deputado
estadual, terminando o mandato em 1951. A
primeira providencia foi construir o sistema de
saneamento, pois vivíamos numa cidade sem
esgotos. Sua administração não deixou placas,
mas o que foi realizado pelo bem de sua gente foi
além do perceptível. Instalou um programa de
saúde ainda não visto em nossa cidade, com a
ajuda de Gervásio Pires e de Paulo Pessoa
Guerra, conseguindo inaugura a Unidade Mista
de Saúde Mons. Alfredo Pinto Damaso,
favorecendo assim toda população, que tinha
apenas o posto de higiene e a Pré-maternidade
Mãe sertaneja. Durante o seu mandato procurou
ajudar o povo de todas as maneiras. Ao sair que
vender uma fazenda recebida em herança do seu
pai, Arcôncio Camboim, para cobrir a diferença
do caixa público. Por quê? Muito simples. Com o
salário muito baixo, a prefeitura sem verbas para
a assistência social, ia displicentemente fazendo
vales para serem descontados no salário a cada
vez que alguém lhe pedia algum trocado. No final
do mandato estava registrado o déficit público.
Em pleno período da ditadura militar, o tribunal
recusou suas prestações de contas e o exercito
veio até o ex-prefeito. Seus bens foram
penhorados até que fosse feita a reposição da
quantia. Alguns dias depois, a fazenda foi vendida
e todo o dinheiro foi para os cofres públicos. Foi o
único caso que se tem noticia em nossa terra de
alguém rico entrar na prefeitura e ao sair dela
encontra-se pobre. Hoje, Dr. Raul vive em sua
casa, na mesma casa de muitos anos atrás,
apreciado pela janela os acontecimentos da
cidade que ele ama e que recebeu toda a sua
dedicação profissional, além de suas riquezas.
Rodeado pelos filhos, netos e bisnetos, toma sua
cerveja diariamente, gozando da tranqüilidade de
sua consciência.
MANOEL TENÓRIO LUNA: VELHA RAPOSA
Do terraço do cel. José Abilio saíram grandes
discípulos políticos. Um deles foi Manoel Tenório
Luna. Como bom aluno, aprendeu a nuanças da
política partidária do passado. Vindos de
Quebrangulo - AL, seus pais e irmãos, gozavam de
prestigio, pois como pertencem a família Tenório
fazem parte da cúpula administrativa do
município. De todos da família apenas este tinha
pretensões políticas, ingressando logo no serviço
municipal. Após o primeiro mandato de vereador,
resolver partir para o sul do país, onde se fixa por
um determinado tempo, voltando logo á terra do
Papacaça, candidatando-se novamente a
vereador e cumprindo o seu segundo mandato.
Em novas eleições é apoiado pelo cel. José Abílio
e se candidata a prefeito. Eleito, cumpre seu
primeiro mandato a partir de 68. Em 1976 é
reeleito, passando administrar a cidade até 1983.
A ele são atribuídas muitas obras, apesar de
modesto e não falar em seus feitos. Chegou a ser
deputado pela nossa cidade em 1986, filiado ao
`PMDB. Atualmente “a velha raposa”, encontra-
se recolhido, quase em retiro na sua fazenda,
próxima á cidade, assistindo a tudo o que se
desenrola no cenário público da velha Papacaça,
apoiando quem goza de sua amizade. Na eleição
de 92 apoiou o candidato ligado á coligação PTR,
PMDB e PDS, saindo vitorioso, resgatando junto a
seu povo a fé e alegria de ser bonconselhense.
WALMIR SORES – FIGURA CONTROVERTIDA
Caminhoneiro, muito simples, jovem Walmir não
imaginava o caminho que iria percorrer. Visitava
a casa de cel. José Abílio, ouvia as conversas e
aprendia como fazer política, com todas as
formas e característica daquela época. Candidato
e eleito por duas vezes para vereador ficam
definitivamente como político, formando uma
nova corrente política em nossa cidade. Eleito
para prefeito em 1972, reeleito em
1982administrou nossa cidade por dez anos.
Enfrentou tempos difíceis na sua segunda gestão,
devido a uma onda de violência que invadiu a
cidade, chegando a vitimar varias pessoas,
incluindo o candidato a prefeito, seu opositor,
Marne Urquisa, em 10 de novembro de 1982. O
político Walmir é uma figura controvertida,
porem de muito carisma: consegue manter no
poder pelos métodos mais simples de
clientelismo, da simpatia e do autoritarismo.
Apesar de não ter estudado, sempre se
preocupou muito com a educação em nossa
terra, sabendo-se que após o seu segundo
mandato nossos estudantes, principalmente os
da zona rural, receberam uma assistência mais
programada. Não foge das táticas de conseguir
eleitores, batendo no ombro, dando um sorriso
ou mesmo uma gargalhada estrondosa que deixe
seu possível eleitor satisfeito. Mantém as portas
de sua casa abertas para o povo. Com apenas um
filho homem e seis filhas, todas casadas,
consegue armar um esquema eleitoral invejável,
pela união e o dinamismo da família. Muitas
obras em nossa cidade têm sua assinatura,
prendendo-se sempre as grandes obras de
concreto. Foi infeliz quando na sua primeira
gestão resolveu reformar a praça D. Pedro II,
construída por Cel. José Abilio em 1937, para dar
lugar a um projeto de concreto, muito diferente
da nossa antiga. Foram derrubadas as belas
palmeiras imperiais que adornavam o centro da
cidade, não sendo perdoado até hoje. Ocupou a
cadeira de deputado estadual em 1990, eleito
pelo povo de sua terra que aspirava ter um
representante para lutar pelos interesses da
cidade. Porem, o poder é uma faca de dois
gumes. Levado pelo desejo de voltar a
administrar e dominar a sua cidade, alegando
traição, de seu sucessor resolveu candidatar-se a
prefeito, na eleição de 03 de outubro de 92. Em
dado momento, ao dar uma entrevista ao jornal
da cidade, afirmou que iria voltar para a
prefeitura e que só iria passar o poder para
alguém da própria família. Afinal gozava o
prestigio para isso. Foi derrotado. Tudo acabado,
volta Walmir para Recife para cumprir a missão
que lhe foi confiada em novembro de 1990: Lutar
pelo bem de “ Seu povo”. Afinal foi esse seu
desejo e o da população de sua terra, que não
pode ser desrespeitada.
GERVÁSIO MATOS - PREFEITO EM NOVA VERSÃO
Após vinte anos de domínio exclusivo de dois
homens – Manuel luna e Walmir Soares - surge
de forma inesperada o nome Gervásio Matos. A
surpresa foi até para o próprio, pois até então
não tinha a menor pretensão de envolvimento na
política. Apresentado pelo então prefeito Walmir
Soares, Gervásio Matos teve que enfrentar um
adversário veterano que representava uma
preferência muito grande das famílias de Bom
Conselho. Era março de 1998 e o desconhecido
no mundo político iniciou sua campanha. Contou
inicialmente com apoio de sua família, por sinal
muito grande e bem relacionada, conseguindo
reverter o quadro da campanha ainda nos
primeiros comícios. Com uma nova tática, a da
conscientização, prometia nos palanques á
juventude melhoria de vida. Respeitou estas
promessas e quando eleito investiu maciçamente
nos jovens. Ora em esporte, ora em educação,
ora em saúde, ora em eventos. Foi considerado o
prefeito das grandes festas. Conseguiu devolver
ao povo tranqüilidade e a segurança de ir ás ruas.
Levado pelo idealismo e pela vontade de
aprender, não se inibiu participando de vários
seminários e cursos onde aprendia o que o cargo
exigia. Conheceu pessoas e lugares. Programou e
executou a melhoria de vida para a cidade,
investiu em obras invisíveis como educação,
saúde e segurança. Efetuou muitas obras de pì¥Á
9 ø ¿ èñ bjbjýÏýÏ .2 Ÿ¥ Ÿ¥ èí ÿÿ ÿÿ ÿÿ l & & & & & &
& : tG tG tG tG ì¥Á 9 ø ¿ èñ bjbjýÏýÏ .2 Ÿ¥ Ÿ¥ èí ÿÿ
ÿÿ ÿÿ l & & & & & & & : tG tG tG tG os idosos,
resgatando duas gerações desprestigiadas em
nosso país: as crianças e os idosos. Enfrentou
corajosamente cada problema que se
apresentava, conseguindo reverter as situações
adversas que surgiam. Com a aprovação ao seu
trabalho e aos seus propósitos quando apoio e
apresentou o Audalio Ferreira de Araújo, pessoa
muito bem relacionada em todas as camadas da
sociedade bonconselhense, recebeu a resposta
positiva ao seu trabalho, elegendo para seu
sucessor alguém da sua linha política. Mas nem
só de acertos é feita a administração pública e
quando decidiu construir uma escola
profissionalizante no ginásio São Geraldo, diante
de vários apelos da população, cedeu e modificou
o projeto, para salvaguardar a memória dos seus
contemporâneos. Outro grande erro de sua
administração foi à escolha e inicio da construção
do centro de abastecimento de Bom Conselho
em local totalmente inadequado da cidade, entre
quatro escolas, e as margens do Rio Papacacinha
será transformado em uma fonte de insetos e
poluição, incluindo também os problemas sociais
que surgirão, como prostituição, trafico de
drogas, etc. Por que não transformar a área em
um espaço cultural alusivo ao centenário, com
pista de Cooper, ciclovia,uma praça (por que não
uma replica da antiga Pç. D. Pedro II)* ginásio de
esportes, para que todos nós professores,
possamos aproveitar junto com nossos alunos? E
necessário ao homem público a humildade para
reconhecer que após a eleição ele passa a ser um
instrumento da população, proporcionando a
cada cidadão que resida em uma cidade ou
região o bem-estar e a melhoria de vida. O
homem público não é o ditador, o carrasco ou
justiceiro que pune o povo, condena a cada passo
ou palavra dita em desacordo. Gervásio Matos
procurou aprender está lição e algumas vezes
pecou por não tê-la seguido. Espero que a
vivência e a experiência deem-lhe novas chances
de provar que é bom aluno.
------------------
SUGESTÕES DE LUIZ CLÉRIO DUARTE
A POSIÇÃO DA IGREJA NOS MOVIMENTOS
POLITICOS DE BOM CONSELHO
Desde a fundação Bom Conselho vem recebendo
interferência da Igreja em seu desenvolvimento.
Inicialmente, nos primórdios, com a chegada de
Frei Caetano, como foi citado no capitulo
anterior. Após toda a sua participação na
arrancada para a composição e desenvolvimento,
outros religiosos marcaram a presença em Bom
Conselho. Como o cônego João Marques de
Souza, que esteve na cidade de 1888 a1895. na
sua partida, ele bateu uma chinela na outra para
tirar o pó e disse a frase que ficou célebre: -Bom
Conselho só crescera como rabo de cavalo: para
baixo. E assim tem sido, chegando até a ser
chamada atualmente de “a terra do já teve”, por
que muita coisa já tivemos e já perdemos. Outros
religiosos tiveram marcada presença Durante o
governo revolucionário, o Mons. Joaquim elysio
Cavalcante chegou a ser nomeado prefeito. No
entanto, foi exonerados quinze dias depois (03-
11 18-11-30). Entretanto, o pároco chegado aqui
em 1918, o Padre Alfredo Pinto Damaso, foi o
maior destaque na política local.
PADRE ALFREDO – MUITA FÉ E MUITA BRIGA
CHEGOU A Bom Conselho no ano de 1918, sendo
recebido muito bem pelos fieis da paróquia.
Tempos depois foi transferido para Águas Belas
com a finalidade de resolver os problemas
existentes entre políticos e os índios daquela
cidade. Por considerar os índios “os donos da
terra”, Pe. Alfredo chegou a se desentender com
os políticos porque queria demarcar o patrimônio
em favor dos nativos. Isto lhe custou muitos
aborrecimentos levando-o, inclusive, ao Rio de
Janeiro, onde em entrevista com Getulio Vargas
expôs o caso e consegui do então presidente da
Republica o compromisso de proteger os índios
Funiôs. De volta a Águas Belas, conseguiu
despejar das terras dos índios os ocupantes que
se opunham a pagar foro. Após a resolução do
problema, volta para Bom Conselho, mais ou
menos no ano de 1930. Dias depois se
envolvendo em política, ao ponto de disputar a
Prefeitura em campanha tendo adversário o seu
grande inimigo Cel. José Abílio. Era tão pública
sua inimizade que sempre ao se referir ao coronel
chamava-o de “O amarelo”. Esta inimizade
rendeu muitos episódios entre os dois. Esta
eleição foi considerada muito dura. Inclusive o
governador do Estado, Carlos de Lima Cavalcanti,
não acreditava na vitória de Jose Abílio.
Muitos fatos ocorreram durante a campanha e a
eleição, chegando a serem anuladas duas secções
pelo Tribunal Eleitoral e quase um ano depois
foram autorizadas as eleições complementares.
Foram designados dois juízes especiais, um para
cada distrito, a fim de presidir as mesmas. O
grupo do coronel utilizou entre seus mecanismos
a criação de uma ala feminina, chamada e
treinada por gente de Jose Abílio. As moças
tomaram as ruas do Taquari e da Prata, onde
acompanhavam cada eleitor de braços dados até
asa proximidades das urnas. O matuto ficava
envaidecido com a presença das moças bonitas e
entregava-se ao esquema como se fosse uma
brincadeira. Padre Alfredo tomou suas
precauções. Foi até ao juiz, denunciou que os
eleitores estavam voltando sobre coação. O Juiz
manda chamar José Abílio, com a finalidade de
apurar a denuncia, ao que José Abílio responde
com a seguinte frase: - apresentem um eleitor
que votou coagido, que eu tomarei as
providências!... Como não apareceram provas, as
eleições seguiram e o padre foi derrotado,
cumprindo a profecia do coronel: - O povo vai
ficar com o padre na igreja e com o coronel na
prefeitura”. - Assim padre Alfredo desistiu de ter
um mandato público. No entanto, cresceu sua
hostilidade pelo coronel, chegando a pedir ao
mesmo que do coronel sempre foi bem recebida
na igreja pelo pároco. - Diante do tratamento
recebido no Taquari, o padre amaldiçoou o
povoado e criou a Vila de princesa Isabel, hoje
conhecida por Rainha Isabel. Com o
desenvolvimento de Princesa Isabel, o distrito de
Taquari, que era o maior distrito de Bom
Conselho, foi decaindo ao ponto de ser
totalmente destruído. Como pároco de Bom
Conselho, todos os fieis de sua época tem uma
lembrança bonita do padre. Para uns ele fez o
casamento, para outros batizou todos os filhos, e
para outros deu primeira comunhão. Sempre
disposto mesmo quando já estava bem idoso e
doente, nunca se negou a fazer um atendimento
a quem quer que fosse. Não tinha horário nem
expediente, viajou durante muitos anos montado
a cavalo ou em lombo de burro. No final da vida
usava um jeep. Viveu na mais singela humildade.
Apesar der ter vindo de família abastada e ser
também capitão reformado do exercito, jamais
demonstrou luxo ou qualquer desperdício.
Realizou grandes festas religiosas, sendo
responsável pela tradição das comemorações
religiosas da semana santa e da quaresma,
comemorada desde a quarta-feira de cinzas até a
festa da Páscoa. De todas as festas religiosas, a
maior e mais bonita sempre foi a quaresma e a
semana santa, com vias – sacras, Procissão do
encontro, procissão de ramos, procissão de
enfermos, Lava-pés dos apóstolos, hora da
agonia, procissão do Senhor morto, onde as moça
da sociedade representavam as figuras bíblicas
envolvidas na paixão de cristo, como: os pecados,
as virgens loucas e virgens e virgens prudentes,
Bem-Hur, o cego de Jérico, Santa Verônica,os
apóstolos, as almas, são Tome , todas vestidas
caracterizadas como personagens, pronto para a
dramatização do da Paixão. Outras festas eram
realizadas na paróquia como: Festa da sagrada
Família, Festa de São Sebastião, Festa de N. sra.
Do Bom Conselho,Festa de Santo Antonio, Festa
de nossa senhora das Vitórias,Festa de São
Francisco, além da celebração dos meses de maio
e de outubro. De todas as festas apenas as de são
Francisco e de Nossa do Bom Conselho eram
realizadas pelos franciscanos, auxiliados pelo
padre Alfredo. Havia as festas dos distritos,
também realizadas sob o seu comando e sua
incansável fé e liderança. Construí a ermida de
Santa Terezinha, a casa do padre, na serra, para
servir de local de repouso e retiro: a residência
paroquial, um sobrado, chamado por ele de
quixó, demolido por ocasião da construção da
nova casa paroquial. Por ver muitas mulheres
morrerem de parto, construí a Pré-maternidade
Mãe sertaneja, na rua Mons. Marques, uma mini-
maternidade, que tinha uma sala de parto
equipada dos instrumentos mais usados, com
pequenos apartamentos e alguns leitos para as
mães pobres. Acolheu muitas mulheres para um
atendimento médico ou mesmo pelos parteiros
da cidade, Joaldi Soares e Dulce Guerra, pessoas
que ajudaram milhares de crianças nascerem.
Não esquecer dos idosos: construiu e manteve
por muito tempo o Abrigo são Vicente de Paula
onde recolheu diverso idoso abandonados pela
família Após algum tempo, resolveu construir um
hospital. Batalhou o terreno e começou as obras.
Quando a construção já tinha mais ou menos um
metro de altura, Pe. Alfredo adoeceu, enquanto
celebrava uma missa na igreja de são Sebastião e
desmaiou. Todos os fiéis ficaram surpresos e a
partir deste dia ficou publico o estado de saúde
do pároco. Muitos exames foram feitos, inclusive
uma cirurgia, no entanto, tempos depois,
precisamente no dia 29 de junho de 1964; Pe.
Alfredo faleceu no Recife. - Vários episódios são
relatados por relatados por pessoas que
conviveram com ele. Os mais conhecidos são os
seguintes: Por ocasião da construção do hospital,
um senhor que tinha sua casa vizinho ao terreno
do hospital resolveu construir o muro da casa
mais ou menos um metro adiante do terreno do
hospital. Por varias vezes o padre pediu que não
construí-se o muro até aquele ponto. Uma das
vezes chegou a marcar com a bengala onde
queria que desmanchasse. No entanto, o
proprietário do muro não atendeu ao pedido do
padre e no dia da sua morte, uma grande chuva
caiu em Bom Conselho e o muro curiosamente
caiu exatamente no local marcado pelo padre.
Outro fato curioso e de que nós tivemos noticia:
Na hora em que padre Alfredo faleceu no Recife,
os sinos da igreja da Aldeia, em Águas Belas,
repicaram sem que tivesse alguém na igreja. Não
sabemos até que ponto podemos considerar
folclore ou não, mas todas as pessoas que viviam
e que vivem até hoje podem contar estes fatos.
Na manha do seu sepultamento a população
encarregou-se de limpar a estrada que dava
acesso á ermida e na hora do seu sepultamento
reuniu-se uma multidão em Bom Conselho jamais
vista e jamais repetida. Deixou uma carta
testamento determinando suas vontades para o
povo de bom conselho e distribuindo seus
pertences aos parentes e amigos. Passados 28
anos após sua morte, pessoas visitam seu
túmulo, pagam promessas e alcançam graças,
invocando a Santa Terezinha através do Padre
Alfredo, grandes graças e favores. Em sua
homenagem foi construído, um praça e colocado
o seu busto. Por ser de gesso, o tempo destruiu e
em breve espera-se que seja colocado um novo,
desta vez de um material digno do grande
sacerdote que foi para bom conselho.
CARTA TESTAMENTO DO PE. ALFREDO PINTO
DAMASO, PAROCO DE BOM CONSELHO
Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo.
Amém. Sentido-me gravemente enfermo, além
da pior das enfermidades a velhice, quero deixar
alguns esclarecidos e algumas determinações
sobre coisas de minha pobre vida. Estou nas
mãos de Deus- Meu pai- e d´Ele aceito
alegremente tudo o que ele houve disposto sobre
a minha vida. A ele peço perdão pelos meus
enormes pecados e deficiências. “a ele ofereço a
minha morte. Quero que ela seja um ato de amor
a santíssima Trindade assim como um ato de
total submissão e adoração á sua vontade
Soberana. Também de amor a Santa igreja. Tenho
muito medo da justiça de Deus, mas tenho uma
confiança ilimitada na sua misericórdia Infinita.
Sou pobre. O pouco que possuía já foi distribuído.
Pouquíssimo resta. Para maior clareza desejo e
determino o seguinte: 1º) Na cidade de Bom
Conselho, nos fundos da casa paroquial,construí
um sobradinho que determinei “ O Quixó” para
minha residência. Quero e faço doação deste
humilde prédio á SOCIEDADE DE SÃO VICENTE
PAULO – “ Casa de São Vicente” que tem
personalidade jurídica, para o fim de auxiliar com
seus rendimentos ao “Abrigo D.Moura” ou a Casa
da caridade de velhos indigentes, que temos
conservado e amparado até hoje com as esmolas
dos bons paroquianos. Terei o uso fruto
enquanto viver e quero que seja inalienável
perpetuamente. Conflito no critério justiça do
nosso bispo diocesano. No alto da Ermida de
Santa Teresinha, num pequeno sitio, junto á
capela que tem já seu patrimônio em terra e
casas de aluguel, fiz também um sobradinho para
residência do Vigário ou do Capelão.do mesmo
modo quero que seja incorporado ao Patrimônio
da Ermida, com as mesmas condições acima
determinada: 2º) Biblioteca: quase desaparecida!
Não convém dizer. Restam poucos livros todos
eles quero que façam parte da biblioteca do meu
irmão mais novo, por um educado – Jorge Pinto
Damaso. Quanto porém aos livros eclesiásticos
ficarão sob seus cuidados e destinado ao primeiro
sacerdote da família que venha a ordenar-se
futuramente. 3º) Minha casa: É paupérrima.
Nunca me incomodou a falta de conforto. O meu
irmão Jorge disponha de tudo como quiser –
lembrando –se de deixar cadeiras e camas á casa
paroquial. Lembrando –se também do Paulo e da
velha Júlia.
ATENÇÃO
No caso de morte aqui no Recife – é preferível – o
sepultamento aqui mesmo para evitar
atrapalhação e despesa no seio da família – no
chão (cova bem funda). Enterro paupérrimo. Não
convém transportar para Bom Conselho. Para
que? Melhor aqui mesmo. No caso de Bom
Conselho, se morto lá – seria sepultamento no
pátio da Ermida ( antes da entrada do enrolado)
numa rede, presente de Alfredo Canuto – rede de
linho – do amazonas. E dentro do caixão da
caridade, se os índios reclamarem – seria na
capelinha da Aldeia. Ass: Pe. Alfredo Pinto
Dâmaso
CONSTRUÇÃO DA ERMIDA DE SANTA TEREZINHA
Aproximando – se o centenário da paróquia de
Jesus, Maria e Jose, padre Alfredo Pinto Damaso,
então pároco local, adquiriu de Francisco de
Ferreira Bento e sua mulher D. Maria Rosa dos
Santos uma parte da terra localizada serra do
Gico, conforme registro em cartório de imóveis,
fls 58 do Iv. 37 nesta cidade, no ano de 1937, o
terreno onde foi erguida a ermida de santa
Terezinha do menino Jesus. A pedra fundamental
foi lançada no dia 28 de abril de 1935, após
autorização de D. Manoel Antonio Gouveia,
segundo bispo de Garanhuns. No entanto, as
obras foram interrompidas devido ao falecimento
deste bispo em 19 de maio de 1937. em 12 de
junho de 1937, realizou-se uma santa missa e foi
colocada a placa de mármore na pequena igreja,
ainda em construção. Sua inauguração realizou-
se finalmente no dia 07 de janeiro de 1940, sendo
bispo da diocese D. Mario Miranda Vilas – Boas,
quando realizava visita a esta paróquia. O habito
da peregrinação foi adquirido com o passar dos
anos, sendo que a primeira realizada pelos
prisioneiros de Garanhuns. Trabalharam na
construção alguns pedreiros da cidade, sempre
orientados pelos mestres Jose Barbosa e João
Vieira Belo. Sua pintura foi executada por
Joaquim Vieira Belo, o Joaquim correntao. Foi
construída com doações do povo de Bom
Conselho, que levava tijolos, pedrês, areia,
cimento, cal e até água na cabeça até o topo
serra. Liberados por padre Alfredo todos os fieis
participavam sendo os ricos com doações e
esmolas e os pobres com trabalho e mão – de –
obra. E a exemplo de frei Caetano foi construída a
Ermida de Santa Terezinha e a casa do padre. Em
22 de maio de 1941 alguns devotos de santa
Terezinha do menino Jesus abriram um estrada
até a ermida e fizeram a doação de quinze
cruzeiros alusivos ás quinze estações da via –
sacra, onde os fieis fazem suas penitencias até
hoje. Foram doadores dos cruzeiros em madeira
os seguintes senhores e suas famílias: Francisco
Vicente e Agustinho, Expedito Amaral, mestre
Fausto, Abílio Alapenha, João Taveira, João
Gomes, capitão Felix, Cassiano, capitão Pedro
Zuza, João Reif, Antonio Penedo, Barretinho,
Estevão Malafaia, capitão Antonio Meireles,
coronel Alípio Luna. Em 1987, por ocasião do
jubileu de Ouro, exigência do próprio Pe. Alfredo
foi realizada uma grande festa e a partir daí,
todos os anos se realiza a festa de santa
Terezinha com uma procissão de fieis, trazendo a
santa nos braços. Dias depois, a santa é levada ao
seu santuário em uma carreta que percorre toda
cidade. Esta festa mobiliza toda a paróquia, com
uma grande demonstração de respeito. É
importante ressaltar que o Mons. Alfredo Pinto
Damaso encontra – se sepultado dentro da igreja,
atendendo um pedido do mesmo, no mês de
junho dia 29, também dia de São Pedro, é
realizada uma missa com a presença de muitos
fieis que conviveram com o padre Alfredo e
conversavam a sua fé no sacerdote. Este ano foi
feito o calçamento e as escadarias que dão
acesso á serra possibilitando aos fieis, devotos de
santa Terezinha e padre Alfredo melhores
condições para chegar até o santuário.
PADRE CARICIO... E UM SÓ REBANHO
Com a morte de padre Alfredo outros padres
vieram de forma interina assumir a paróquia. No
dia 31/11/65, chega a Bom Conselho padre Edgar
Caricio de Gouveia, que foi pároco durante 19
anos. Saiu de Bom Conselho quando foi
promovido a bispo e recebeu a diocese de Irecê
/Ba, para trabalhar. Em entrevista, Dr. Caricio fala
sob sua estada, da seguinte forma: - minha
chegada a Bom Conselho foi marcada por uma
grande adesão do povo. Teve muita
compreensão, neste sentido, porque todos
formaram um só rebanho em meu respeito. Eu
respeitei religiosamente os princípios dos
adversários políticos do Mons. Alfredo. Nunca
procurei discutir com eles certas coisas, mas
houve um profundo respeito a minha pessoa e,
portanto eu os respeitei muito. Achei que cada
um tem o direito de pensar como quiser, embora
respeitando os princípios dos outros. Nesta linha,
eu procurei caminhar até o fim da minha
passagem por essa paróquia e fui bem sucedido. -
A posição da igreja durante o tempo em que foi
pároco foi de grande fidelidade aos princípios do
catolicismo e ao papa. Seguindo sempre os
caminhos tradicionais que a igreja apresentava,
procurou formar um só rebanho em torno do
único pastor, DEUS. Se antes existia em Bom
Conselho oposição declarada ao Pároco, com
padre Caricia as forças políticas não se
manifestaram claramente, havendo ocasiões de
toda comunidade se mobilizar para a construção
da Atual casa Paroquial e todos ficarem juntos de
mãos dadas na mais perfeita unidade de
pensamento. Todos colaboram, prestaram sua
assistência, atingindo êxito as promoções
realizadas a tal fim. Dentro de seu trabalho
pastoral, desempenhava com muito brio e
decência. Procurou cumprir a agenda de seu
antecessor, dando assistências aos seus
paroquianos da melhor forma possível.
Conservou as tradições religiosas da cidade.
Apesar de reduzir o numero de figurantes da
procissão de Senhor Morto, a mesma continuou
tão bonita como antes. Auxiliava as irmãs
religiosas, com aulas de francês no colégio N. Sra.
Do Bom Conselho, oferecendo ás alunas um
aprendizado de boa qualidade do idioma
estrangeiro. Por ocasião da visita da imagem de
N. Sra. Aparecida, o núncio apostólico do Brasil
acompanhava a imagem chegando a Bom
Conselho ficou muito satisfeito com o trabalho
realizado pelo padre. Em reconhecimento, o
promoveu a Monsenhor. Toda paróquia ficou
feliz, manifestando – se com muitas palmas,
durante alguns minutos. Foi tão grande a
identificação do padre caricio com a terra e seu
povo que sua família, mãe e irmãs vieram morar
em Bom Conselho e as que aqui faleceram foram
sepultadas e não em Quipapá, sua terra natal. O
povo bonconselhense tem muita admiração e
agradecimento ao padre Edgar Caricio e quando
soube da sua promoção para bispo, entre
lagrimas, lenços brancos e muitas mãos
acenando, deram adeus ao bom Pastor que
partia. D. Caricio continua cidadão
bonconselhense, pois aqui reside sua irmã, é aqui
que vota e presta sua declaração de imposto de
Renda. Quando indagado sobre o seu trabalho
material, se posicionou sempre com uma
pequena reforma na igreja, uma pintura, etc., eu
vi que era necessário e que foi feito com muita
eficiência, como também se listou muito, a
construção da casa paroquial. A casa que
funcionava era muito pequena. - Eu construí a
casa a paroquial com muito sacrifício, mas com o
apoio de todos. Por exemplo, fizemos um grande
bingo com cinco carros. Todos colaboraram.
Todos prestaram a assistência devida para o êxito
daquele movimento em prol da igreja e da casa
paroquial. Tudo foi feito com muita alegria e
muita satisfação por todos - Quando foi embora
para a Bahia, deixou grandes amizades e sempre
que se refere a Bom Conselho se tornou no meu
tempo, grande família.
FREI DIMAS – UMA REVOLUÇÃO CULTURAL
Diante de uma igreja conservadora de padres
seculares, de uma educação religiosa voltada
para as formas voltada para as formas
tradicionais, surge um novo líder. Chegado de
Caruaru, Frei Dimas – José Marleno -,
transformou Bom Conselho com os seus
trabalhos religiosos, suas missas movimentadas e
concorridas pelos jovens da cidade. Em todos os
horários a igreja ficava lotada e entoava os mais
modernos cânticos. Foi uma grande revolução
religiosa e cultural. O frade participava dos ritos
eclesiásticos com o mesmo entusiasmo com que
desenvolvia seu trabalho de professor do mais
novo colégio da cidade – Escola Frei Caetano de
Messina – tendo assumido tempos depois a
direção do mesmo. A partir daí, Bom Conselho
não foi mais o mesmo. Sua contribuição a historia
é inegavelmente de grande valia. Trabalhou com
a juventude, proporcionando a cada um
condições de se educar em uma democrática
onde a arte era sua grande arma de conquista.
Neste período, precisamente em 1973, Bom
Conselho participa do programa de televisão da
rede Jornal do comercio, campeonato das
cidades e frei Dimas unido ao povo sob o
patrocínio do então prefeito Walmir Soares,
produzem um show que vence a cidade de
surubim com larga vantagem. É uma grande
conquista e um grande momento para a cidade
das escolas, pois, a partir de sua chegada os
jovens passaram a participar mais ativamente da
vida sócio-cultural de nossa terra. Criou
movimentos artísticos, que há muito não havia,
deu impulso á banda Marcial da Escola F. Caetano
de Messina, que sob sua regência transformou-se
em cartão de visita, chegando a participar de
concursos e encontros de bandas e outros
eventos até hoje. Irrequieto, frei Dimas promove
expedições e escavações arqueológicas em nosso
município e encontra diversas ossadas gigantes,
de animais já extintos. Não pára e cria o instituto
Marcelino Pão e Vinho, uma escola para atender
ás crianças de pré – escolar. Não sendo muito
feliz, mais tarde veio a encerrar suas atividades.
Percebendo a necessidade de atender aos
adultos, consegue para Bom Conselho o curso
madureza, atual supletivo, favorecendo a
dezenas de adultos a realização dos estudos.
Posteriormente conseguiu o 1º grau realizou em
dois anos, que permaneceu por maior tempo e a
Escola frei Caetano abrigou todo esse pessoal
oferecendo uma chance que jamais tivera.
Muitos deles prosseguiram os estudos chegando
a fazer, mais tarde, curso superior, dentro de
suas habilidades. Muitas outras mudanças foram
realizadas em nossa terra, enquanto sua
permanência entre nós. Alguns de seus discípulos
são hoje bons professores da escola frei Caetano
e de outras escolas. Muitos outros partiram em
busca de novos horizontes e hoje são pessoas de
destaque na vida profissional e social. Após vários
anos de atividade em nossa cidade, a ordem
Franciscanas, a que pertence,achou por bem
transferir frei Dimas para outra cidade e até hoje
os jovens procuram preservar os seus ideais
plantados na terra do Papacaça e na Escola
estadual Frei Caetano de Messina.
OUTROS PADRES IMPORTANTES
Outros padres e frades estiveram aqui e deixaram
seu testemunho, cada um de modo, cada um com
sua contribuição. Do seminário vinham os
conselhos sábios, nas palavras do Frei Leão de
Viçosa, durante suas duas passagens aqui em
Bom Conselho, trabalhou baseado na fé e nos
ensinamentos bíblicos. Posteriormente chegaram
outros frades, pois a paróquia passou a ser
administrada pelos frades franciscanos. Com a
chegada de Frei Hélio, foi um choque muito
grande, afinal era muito novo, brincalhão,
dançava nos bailes e tomava uísque. Foi muito
trabalho para pessoas aceitarem o
comportamento extrovertido e extravagante do
pároco da cidade. Muitas vezes as moças que
visitavam a cidade, não sabendo que o mesmo
fosse um padre chegavam a tentar uma
conquista. Ficavam desapontadas quando o
mesmo lhe falava que era padre. Outros frades
de valor estiveram aqui, Frei Babosa, Frei
Severino e atualmente o nosso pároco, Frei Zico,
apesar de jovem e de ter assumido sua primeira
paróquia, tem demonstrado grande força de
vontade e dedicação a seu rebanho. Com uma
visão muito prática, procurou resolver os
problemas dos idosos do Abrigo São Vicente de
Paula, colocando-os para morar na casa Paroquial
e junto a um grupo de fiéis, a Prefeitura
Municipal e ajudas da Alemanha está construído
uma nova casa destinada aos idosos e ao Abrigo
São Vicente de Paula, que será inaugurada muito
em breve. Outras obras estão sendo executadas,
como a Casa do Estudante Carente, onde jovens
da Zona Rural terão abrigo, estudo e uma
atividade produtiva, dentro de suas habilidades.
Para esse projeto também recebeu ajuda da
Alemanha. Como diz o próprio Frei Zico-‘’Minha
passagem deve ficar marcada onde quer que eu
vá, para que não seja uma passagem em vão.’’
Quando a sua atividade pastoral tem
desenvolvido dentro de uma nova dinâmica,
onde cada periferia recebe a ajuda espiritual em
seu bairro, com missa, palestras e outras
atividades referentes ao trabalho de quese. São
muitos os planos do jovem frade, que estão
sendo elaborados, espera-se que se tenha tempo
e condições de realizá-los.
A PRIMEIRA IGREJA EVANGÈLICA
São pioneiro na fundação da primeira Igreja
Evangélica Presbiteriana de Bom Conselho o casal
João José de Oliveira Campos e D. Maria Oliveira,
sua esposa, quando em 1929, cediam sua casa às
primeiras reuniões, posteriormente, os primeiros
cultos, presididos pelos americanos, Dr. Thaylor e
Dr. Nevelly, missionários vindos de Garanhuns
para evangelizar em nossa cidade. Gozava de
certo destaque o casal que recebiam os
missionários, pois o Sr. João José era medico
prático muito conhecido e farmacêutico
homeopático com larga experiência nos
tratamentos a base de ervas e plantas. Para todos
era apenas, “João Boutler”, pois recebera este
nome devido a um bom tempo trabalhando ao
lado do médico americano Dr. Boutler. Aos
poucos algumas famílias foram se aproximando
ao ponto de ser formada a primeira congregação.
Em 1930, já formada a pequena congregação,
transferiu-se para a Rua Sete de setembro nº149,
tendo como lideres Sr. Manoel batista de Macedo
e José Campos de Oliveira. Foram muitas
perseguições, pois até aí, a cidade era totalmente
católica e com a invasão dos “bodes” tudo que
acontecia era motivo para ser considerado um
castigo dos céus. Contam os idosos, que certa
vez, por ocasião de fortes chuvas, caiu um raio na
igreja Matriz, chegando a destruir a cruz e parte
de umas das torres, foi danificada.
Coincidentemente no dia anterior tinha falecido
um comerciante evangélico por nome Justo
Cordeiro. As pessoas católicas fervorosas e
fanáticas atribuíram este fato a um “castigo dos
céus”. Eram tantos os escárnios e as perseguições
que Manoel batista de Macedo chegou a ser
expulso da cidade, voltando tempos depois. Com
a evolução da congregação em igreja, funda-se
em 1931 a sociedade Auxiliadora Feminina – SAF
que já comemorou seus 50 anos. Por ocasião do
jubileu de ouro da mesma foi realizada a reunião
das Federações das SAFs; Reunião dos
Presbíteros; e União da mocidade Presbiteriana.
O atual templo situado á Pç. Dantas Barretos foi
construído em 1946, quando contava com
numero significativo de membros tendo-se
destacado alguns deles que tornaram pastores,
sendo notável o seu desempenho. São eles:
-Revdº-Zenas Campos
-Revdº- João Campos
-Revdº- Cilas Campos
-Revdº-Elias Sabino
-Revdº- Abel cordeiro
-Revdº- Manoel Cavalcante
-Revdº-Jason oliveira dos Anjos
-Revdº-Eronides Batista, este filho do saudoso
Manoel batista de Macedo.
Dentre os presbíteros destacamos a participação
do Sr. Genésio Cordeiro, atuou durante 42 anos
tendo inclusive, conduzido os trabalhos da igreja
sozinho por muitos anos. Assumiu diversas vezes
muitas funções dentro da igreja, excetuando - se
ministrar a Santa Ceia, Batismo, e Casamentos.
Chegou a ser convidado para se ordenar pastor,
tendo recusado o convite. Faleceu em 26/11/90,
deixando o legado de seu exemplo e seu
testemunho. Atualmente a igreja encontra – se
dirigida pelo Revdº José Ernando Pereira de
Vasconcelos, desempenhando um trabalho
eloqüente, incluindo o programa “Cristianismo, a
melhor Resposta”, na Rádio papacaça com o
apoio e participação de alguns membros. Foram
organizadas diversas congregações ao longo dos
anos, como: Pedra de Fogo, Monte Alegre, Saloa
e Ebenezer. As duas últimas já são duas novas
igrejas, fruto dos trabalhos da igreja Presbiteriana
do Bom Conselho.
CIDADE DAS ESCOLAS – OS PRIMEIROS MESTRES
No século passado não existia em Bom Conselho
alguém ou escola responsável pela educação
masculina, pois as famílias de posses recorriam às
escolas das cidades vizinhas e até das capitais de
Maceió e Recife. As moças já contavam com a
existência do colégio N. Sra. Do Bom Conselho.
Muitos rapazes pobres recorriam aos seminários
pelo fato de ser mais cômodo, pois ali tinham a
moradia, a educação, tudo isso, gratuito. Foi por
estes motivos que muitos rapazes estudavam nos
seminários e após os estudos concluídos
renunciavam a vida religiosa. No final do século
passado, surgiu um professor que veio mudar o
destino dos rapazes da nossa terra. Mestre
Laurindo Seabra era professor muito severo, que
ensinava aos meninos e rapazes a ler. Seguia a
metodologia de que” a letra com sangue entra” e
a cada erro seja tabuada, nas argüições, nas
sabatinas, recorria da velha palmatória, dos
castigos ajoelhados sobre sementes de milho e
outros. Segundo Arthur Carlos Villela, em suas
memórias, “ele dava aulas de ceroulas compridas
e suspensórios”. Nos dias de domingo, segundo o
senhor Barretinho, “trajava – se de paletó,
chapéu de massa e bengala, quando ia a missa.”
Foram muitos anos de luta para professor de
renome, pois dentre seus alunos destaca –se o
Dr. Agamenon Magalhães, e num gesto de
gratidão homenageou o velho mestre com a
construção do grupo que trás seu nome. Faleceu
em 1936, nosso herói, após um trabalho de muita
dedicação, semeando o saber em muitas
crianças, que mais tarde se destacaram na vida
pública de Bom Conselho. É este mesmo período
a participação valiosa da Mestra beatriz, figura
humana que encarou a educação como uma
missão. Em suas aulas utilizava de carinho,
dedicação e honestidade profissional. O ano
letivo em sua escola iniciava – se no dia 03 de
janeiro e terminava ás vésperas do natal. De
muita religiosidade, tocava órgão na igreja,
pertencia ao apostolado da oração da igreja
Matriz e nas missas entoava os hinos e benditos.
Com o seu método e ao som da cantoria do Bê-á-
bá, alfabetizava, recitava a tabuada e tirava os
“nove-fora”. Foi uma verdadeira mãe - mestra de
seus alunos e obrigava-os todos os dias ao entrar
e ao sair da escola, dar-lhe a benção. Faleceu
entre 1932 e 1933, com mais de sessenta anos de
idade. Em 1968 recebeu do programa “aliança
para o progresso”, onde americanos e brasileiros
unidos, investiram em educação e saúde, a justa
homenagem de ter um grupo escolar com o seu
nome.
O SECULAR COLÉGIO N. Sr. DO BOM CONSELHO
Tudo começou a semente plantada por frei
Caetano de Messina, ainda no século passado.
Durante todos esses anos, sempre firme, esteve
no colégio de nossa senhora do Bom Conselho,
abrigando entre suas paredes estudantes e
religiosas. Tem sido um trabalho serio e
persistente desde a sua fundação em 1853.
Muitas mulheres saídas desta casa tornaram – se
figuras importantes nos mais diversos cenários,
em nossa região. Foi o primeiro colégio do
agreste Pernambucano a formar professores, no
curso normal Rural, 1º Ciclo. As professoras
formadas aqui saiam com muita credibilidade e
competência. As festas do colégio sempre foram
uma beleza impar, a partir da festa religiosa de N.
Sra. do Bom Conselho, como também as
escolares. Foram inúmeros os seus momentos de
gloria, podendo criar a festa do centenário em
1853, quando na ocasião as professoras ex-
alunas fizeram a doação do documento á nossa
senhora do Bom Conselho. Outros momentos
foram importantes na vida desta casa, tornando-
se difícil enumera. Aqui foram realizados grandes
encontros da congregação; muitas participações
na vida social da cidade sempre que seus salões
são cedidos as recepções de casamentos, bodas
de prata, etc. Apesar da imponência do seu
prédio da paz que inspira aos seus visitantes, o
colégio passa por grandes dificuldades, até em
manter as suas noviças. Boa parte do seu
patrimônio se encontra improdutivo. O terreno já
não rende o suficiente e o numero de irmãs que
produzem é muito restrito, pois a maioria delas
se encontra idosas e doentes não podendo
trabalhar mais. Da estrutura da congregação
muito se conserva, entretanto do ensino
tradicional muito pouco nos resta. Foi um colégio
exclusivamente feminino, passando a misto
apenas na década de 80, com a finalidade de
solucionar os problemas financeiros, porem
pouco ajudou, haja vista, atualmente só existir o
primeiro grau (até a 8ª Série), perdendo o
segundo grau, este ano, por total falta de
condições financeiras, pois a crise que enfrenta o
pais não poupou a grande obra de frei Caetano. É
necessário que uma medida urgente seja tomada,
quer pelas autoridades civis e eclesiásticas para
devolver ao colégio o seu objetivo inicial: Abrigar
meninas órfãs, resgatando sua filosofia e desejo
do seu criador. Concluindo, é muito triste vê uma
obra tão bonita e importante, que tantos serviços
prestou a nossa terra venha a sucumbir diante
dos nossos olhos e nada seja pelos habitantes
desta terra.
CRIAÇÃO DO GINÁSIO SÃO GERALDO
Na década de 30, chega a Bom Conselho, um
jovem, chamado de Valdemar Gomes de Santana,
formado em humanidades pelo colégio salesiano
do Recife E junto a outros jovens idealistas,
Gervásio Vieira Pires, fundaram e construíram o
centro Lítero cultural que tinha como objetivo
ensinar as crianças abandonadas. Tamanho foi o
entusiasmo, que tempos depois, Valdemar
Santana, Gervásio Pires e Dr. Joaquim Cirilo, juiz
de direito da comarca de Bom Conselho
fundaram o instituto São Geraldo, que funcionou
basicamente de 1944 a 1947. contaram com o
apoio de muitas pessoas da cidade, que fizeram
doações e cooperaram como puderam. Com a
colaboração de alguns bonconselhense e o
idealismo de Valdemar, Gervásio e Dr. Cirilo
surgiu o Ginásio são Geraldo em 1948, contra
tudo e contra todos os poderosos. Compreendia
o poder o grupo político do PSD e os sócios do
são Geraldo faziam parte da U.D.N., corrente
política adversária. Era pensamento dos “homens
do poder” daquela época, que uma escola de
porte, chefiada por pessoas de visão política iria
mudar a mentalidade das pessoas; após estudar e
receber esclarecimento e até hoje esta filosofia
permanece. Durante a construção muitas vezes
as paredes que estavam sendo construídas eram
derrubadas á noite; no outro dia, Prof. Valdemar
responsabilizava o cel. Jose Abilio, representante
da corrente política e chefe político da cidade.
Era uma eterna briga entre eles, pois o Coronel
negava qualquer participação nos atos. Atribui –
se que o são Geraldo só chegou a ser concluído,
devido as influencias de Dr. Cirilo em Bom
Conselho, pois sendo juiz, havia muito respeito a
sua pessoa. Superado os problemas com a
fundação e construção o ginásio passa a
funcionar legalmente em 1948, em 1954, cria o
2º ciclo, o curso pedagógico ( equivalente ao
segundo grau de magistério) e em 1956 realiza as
solenidades de formatura de seus primeiros
alunos- mestres. Continuava prof. Valdemar no
são Geraldo, Dr. Joaquim Cirilo e Gervásio Vieira
Pires unidos na educação de jovens de Bom
Conselho. Entretanto, os caminhos desses
homens foram tomando rumos diferentes.
Gervásio já se tornara político e os compromissos
na capital o prendiam cada vez mais. Permanece
em Bom Conselho prof. Valdemar e Dr. Cirilo
lutando pelo crescimento de ensino, o que lhe
valeu o titulo de Baluarte da Educação em
Papacaça; o ginásio são Geraldo, formara
algumas dezenas de professores, já somara outro
curso de 2º grau, desta vez, o curso Técnico de
Contabilidade, quando as dificuldades chegaram
a escola. Os primeiros problemas se agravaram
com os atrasos nos pagamentos das bolsas
escolares, que os governos municipais, estaduais
e federais favoreciam aos estudantes carentes e
muitas vezes só eram pagas no final do ano
letivo. Com o surgimento dos colégios Souto filho
e estadual frei Caetano de Messina oferecendo
inicialmente o primeiro grau, em seguida com a
criação do segundo grau de boa qualidade,
cientifico e contabilidade, provocou o
agravamento da crise ao ponto da escola não
mais sobreviver. Como recurso, prof. Valdemar
utilizou um artifício muito comum em algumas
faculdades, nos dias de hoje, matricula alunas
portadoras de diplomas de segundo grau, no
curso pedagógico sem exigir freqüência. “As
fantasmas” como eram chamadas, foram
aumentando de tal modo que chamou a atenção
da secretaria de educação e após uma denúncia,
a inspeção chegou ao são Geraldo e constata as
irregularidades tornando-se impossível
prosseguir o trabalho educacional, chegando a
encerrar suas atividades em 1978. Em 1979
faleceu o prof. Valdemar, o último baluarte do
Ginásio são Geraldo, segundo José Duarte,
“decepcionado, sentido-se abandonado por
todos os jovens que ele educou e que agora esses
ex-alunos procuravam outras escolas para educar
seus filhos.” Atualmente o prédio do ginásio sapo
Geraldo abriga uma pré-escola do estado.
Paralelamente o prefeito, Gervásio Matos, está
construindo a escola técnica profissionalizante
São Geraldo, no terreno anexo ao antigo prédio,
onde futuramente deseja criar a fundação de
ensino Valdemar Gomes de Santana.
A ESCOLA DA COMUNIDADE
Em 1963 exatamente no final do ano, um grupo
de pessoas lideradas pelo tenente coronel
Florisbelo Vila-Nova, conseguiram através do
Deputado Roberto Phalhante, genro de Ademar
da Costa Carvalho também deputado ligado ao
Sr. Gervásio Vieira Pires, conseguiram para a
nossa cidade a primeira escola que daria
condições ás pessoas de baixa renda conseguir
estudar ou formar seus filhos. Foram tempos
muito difíceis. Inicialmente, a primeira turma que
pretendia enfrentar o admissão ao ginásio, turma
muito grande, contando com um numero grande
de adultos, pessoas da comunidade que não
tinham estudado por não haver escola noturna, e
o ginásio Souto Filho chegara para solucionar
estes problemas. O tenente- coronel Florisbelo
Vila-Nova havia sido indicado para ser o diretor e
este lutando muito, enfrentando diversos
problemas conseguiu vence-los e em março de 64
já havia cursado regulamente duas turmas, uma
de admissão e uma de primeira série ginasial.
Com muita boa vontade um grupo de
professores, os mesmos dos colégios particulares
davam sua colaboração, muitas vezes sem
receber salários. Aos poucos o ginásio Souto
Filho foi ser firmando e em 1967, realizava a sua
primeira festa de conclusão do curso Ginasial.
Com uma festa muito bonita. Era a consagração
do trabalho daquela equipe que lutava contra ás
adversidades. Mas, surgia um novo problema,
como prosseguir os estudos? Prof. Valdemar
Gomes para atender as necessidades daqueles
estudantes, cria o curso Pedagógico á noite, pois
já contava no são Geraldo com o ensino noturno
e o curso técnico de contabilidade, fechando
posteriormente. Tempos depois, Florisbelo se
transfere para outra cidade e a direção do Souto
Filho é entregue ao prof. Manoel Barros de
Miranda, este continua a luta e em 1970
consegue o curso técnico de contabilidade,
realizando sua primeira solenidade de formatura
no dia 03 de janeiro de 1973, da qual eu
orgulhosamente fazia parte como formanda. Com
transferência do prof. Manoel Barros de Miranda,
vieram muitos outros professores a dirigir o
então colégio Comercial Souto Filho, entre eles
prof. Joaldi Soares, prof. Geraldo Guedes de
Araújo, profª Mercês Estevão, prof. Hildeberto
Campos e outros. Como o regulamento
determinava o colégio deveria ser administrado
da seguinte forma: Na direção um professor e
um conselho comunitário presídio pelo prefeito
do município. Com tas mudanças políticas,
sempre interferia no andamento do colégio,
provocando crises. Em uma dessas crises,
vereadores acompanhados de alguns
professores, conseguem com o governador do
estado a liberação de alguns professores
contratados pelo estado para prestar a serviços
no colégio e essa crise foi superada.
Posteriormente nova mudança de governo, nova
crise, nova diretoria, novos problemas. A partir
deste momento o Colégio Comercial Souto Filho
passa a diminuir a matricula que resulta no
inevitável fechamento. Transcorria o ano de 1983
e em menos de dez anos, duas boas escolas
deixaram de existir na “Cidade das escolas”. O
Colégio Comercial Souto Filho sempre funcionou
no prédio do grupo escolar Mestre Laurindo
Seabra, durante 20 anos.
ESCOLA FREI CAETANO DE MESSINA
Estava o prédio do seminário são Fideli ocioso há
vários anos, quando o governo do estado,
representado por Dr. Paulo Pessoa Guerra e o
secretario de educação Dr. Roberto Magalhães,
solicitou dos frades Capuchinhos a cedência do
prédio a fim de instalar um escola estadual.
Inicialmente ficou determinado que a direção da
escola deveria ser entregue a um religioso da
ordem Franciscana e designaram para exercer o
cargo de primeiro diretor, Frei Bernardo. Em
1970, a direção da escola foi entregue a Frei
Dimas (José Marleno), este solicitou a criação do
curso cientifico, a nível de 2º grau. Entretanto as
dificuldades para se conseguir professores eram
inúmeras, levando o frade a convidar professores
da cidade vizinha de Garanhuns. Imediatamente
o convite foi aceito e alguns dias depois contava,
o colégio, com os professores (também
estudantes da Faculdade de Formação de
professores de Garanhuns), Luis Carlos Pessoa,
Fernando Souto, Carlos Alberto Guilherme, Edson
e a saudosa Profª Dora (Maria das Dores).
Com a conquista do segundo grau, logo veio uma
outra, que seria tornar a escola mista. Não era
lógica uma escola estadual só para homens.
Primeiramente o ingresso se deu no segundo
grau, posteriormente no primeiro grau, a partir
daí muita coisa cresceu no campo educacional.
Tornou – se um marco importante na vida
educacional dos jovens papacaceiros, dando
origem a vários movimentos, inclusive a banda
Marcial. Após sua transferência, por questões
religiosas, passou a dirigir o colégio, o também
franciscano, frei Leão de Viçosa – Nicio Peixoto –
que desenvolveu um trabalho de excelente
qualidade. Algum tempo depois com a
transferência de frei leão para Maceió e a ordem
franciscana abrindo mão da direção do colégio
passa o comando para as mãos do prof. Luis
Carlos Pessoa, até os dias atuais. São muitos os
momentos de gloria desta escola, nos seus 25
anos, podendo relacionar alguns:
- Participação no campeonato das cidades;
- Concurso de bandas marciais;
- Vitória no vestibular e o triunfo profissional de
seus ex-alunos;
- Ingresso de alguns deles, no corpo docente da
escola;
- Festa dos casais;
- Outros eventos, etc.
Atualmente a escola possui o curso técnico de
contabilidade e o curso de estudos gerais (antigo
cientifico) e o primeiro grau, atendendo uma
população de 2000 alunos.
CERU – CENTRO DE EDUCAÇÃO RURAL CEL. JOSÉ
ABILIO
Em 1977 era prefeito de Bom Conselho o Sr.
Walmir Soares da Silva e tendo boas relações
com o governo estadual, conseguiu para nossa
cidade um colégio com boas instalações,
equipamentos de primeira qualidade e uma
filosofia de trabalho muito abrangente e
profunda. É inaugurado o CERU em 02 de agosto
de 1977 e para o prédio foram removidos os
alunos e professoras de três outras escolas:
Dircéia Vilela, Zélia Dias, e cel. José Abílio. Iniciou
suas atividades com os alunos de 5ª série no ano
seguinte e em 1980 era feita a primeira festa de
conclusão do primeiro grau. Foi designada para
dirigir a escola a Professora Jaciara Pereira de
Souza, que o fez com muito mérito, deixando o
cargo em 1987, por questões políticas. Passou a
dirigir o CERU o prof. Joaldi Soares por quase
quatro anos, aposentando – se por tempo de
serviço. Para seu cargo foi designado o prof.
Alberto Torquato Ramos, que responde
atualmente. A filosofia inicial da escola era servir
de apoio ás escolas da zona rural, para isso
contava com o efetivo e competente
desempenho do grupo de Estudos. Era formado
por uma equipe de cinco ou seis professores que
assistiam e repassavam as determinações da
secretaria de educação; capacitava o professor –
leigo; promovia o aluno da zona rural
proporcionando um ensino votado para a
agricultura e pecuária. Os próprios alunos, com
auxilio de um professor, desenvolviam os
trabalhos de horta, granja e jardins, chegando a
ser premiado em concurso realizado entre outros
CERUs do estado de Pernambuco, como o de
melhor desempenho. A comercialização dos
produtos era feita pelos próprios alunos na
cadeira de técnicas comerciais, que funcionava
em sala – ambiente muito bem equipada,
integrada também ás aulas de educação para o
lar, educação artística e escola de danças
folclóricas. O grupo de danças foi varias vezes
convidadas a se apresentar no Recife, no centro
de convenções e em outras localidades e
eventos. Apesar de funcionar muito bem foi
extinto após as mudança de governo e a
transformação do CERU em escola de magistério.
Como toda escola de Bom Conselho, possui
Banda Marcial de grande porte, não ficando a
dever a nenhuma outra. Dos grandes momentos
nos resta lembrar: as formaturas, os encontros de
professores e finalmente os seus quinze anos de
existência. Recebeu como patrono cel. José Abílio
em homenagem ao grande chefe – político de
nossa terra por 50 anos. Após uma busca muito
grande com seus cursos, firma – se o CERU como
escola de magistério, sendo considerado o
melhor curso de magistério da rede oficial do
estado de Pernambuco.
O MOVIMENTO ESTUNDANTIL
O movimento estudantil nos anos 60 era ativo,
responsável e organizado. Com a U.E.B. – União
dos Estudantes de Bom Conselho, criada em
10/06/59, tudo era determinado e a participação
dos jovens era maciça, no dia 1º aniversario da
organização foi também inaugurada a sede
própria cedida pelo prefeito Valdemar Guedes,
no antigo prédio do clube dos 30. Durante cinco
anos o movimento atuou com muita competência
preparando o individuo para o exercício da
cidadania. Através do jornal “Tribuna Estudantil”
se fazia ouvir, conscientizando os seus leitores
com artigos de qualidade, sempre dirigidos aos
jovens. Foram anos de muita luta e muito
sucesso, quando em 1962 realizou-se o
Congresso dos Estudantes Secundaristas aqui em
Bom Conselho. Foi um movimento impar. Todos
os estudantes foram mobilizados, hospedando os
visitantes em suas casas, formando uma
participação brilhante. Nossos representantes,
precisamente, Joseleno Vieira Belo chegou a
participar do congresso nacional dos estudantes
secundaristas. Anualmente eram realizadas as
eleições para diretório e a cada gestão o
movimento crescia, com biblioteca, jogos,
competições, eventos culturais, tudo voltado
para o desenvolvimento consciente do cidadão.
Com a revolução de 64, tudo foi desarticulado. Os
estudantes participantes do movimento foram
rotulados de comunistas, perseguidos, outros
presos e outros chegaram a passar alguns dias
fora de suas casas. O jornal saiu de circulação e
aquela juventude que antes participava, passou a
se calar, se afastar uns dos outros. Poucas
amizades resistiram às pressões da Ditadura
Militar. O entusiasmo deu lugar a desconfiança: a
coragem ao medo: medo daquele regime
estranho onde era proibido aos jovens pensar e
falar. Tudo era perigoso. Algumas casas fechadas,
algumas famílias sobressaltadas, alguns jovens
desaparecidos, outros confinados longe da
família. Por quase trinta anos não vimos os
nossos estudantes nas ruas questionando,
exigindo, posicionando-se. Finalmente em fins de
agosto deste ano, ressurge o movimento
estudantil. Tomando as ruas, estão eles lá,
organizados estudantes e professores na luta
pelo ”impeachment” do presidente Fernando
Collor. A praça D. Pedro II volta a receber seus
estudantes ativistas, agora de “cara pintada”,
gritando palavras de ordem, lutando por dias
melhores, resgatando o direito constitucional de
exercício da cidadania, com muita dignidade,
liderada agora pelo estudante Zenon Nogueira,
quase uma criança, mas com uma visão de quem
viveu muitos anos, chamando os jovens á
responsabilidade de uma participação atuante e
significativa, trazendo de volta a tradição
bonconselhense de que os grandes movimentos,
as grandes oposições têm sempre á frente um
jovem idealista.
CULTURA
FOLCLORE
De modo geral a nossa cultura é constituída de
conhecimentos básicos indispensáveis para a
nossa convivência, entretanto pouco se conserva
de nosso patrimônio histórico e cultural.
Partindo dos nossos hábitos, que já perderam
com as novas gerações e as interferências de
outras regiões e até as importadas, porém
resistindo a tudo e a todos ainda encontramos
em nossa zona rural os mais puros grupos
folclóricos como os aboiadores, os reisados, os
cocos de roda, as zabumbas, as cantadeiras de
excelência, os pastoris, jogos populares, as
cantigas de roda e as brincadeiras infantis. Na
área urbana temos grupos que desenvolvem
essas atividades, como as escolas, o Núcleo da
FUNDAC, etc., se apresentando sempre nas festas
internas ou quando solicitadas, resistindo às
inovações culturais.
ARTESANATO E ARTE
A nossa região é muito rica e variada em
artesanato, haja vista contarmos com mais de
uma centena de artesões cadastrados na casa de
arte e cultura Gervásio Vieira Pires, inaugurada
recentemente para apoiar o artesão local.
Dividindo por área temos: Nos trabalhos com
fios, existe um numero indefinido de jovens e
mulheres que trabalham com as técnicas de
crochê, tricôs, tapeçaria, bordados á amo e á
maquina, costuras, metalassê, etc., muitos deles
ligado a FUNDAC. Outros artesões independentes
trabalham com tecelagem, macramé com cordas
pinturas em tecidos, serigrafia, pinturas em
nogueiro ou nogueirama, destacando nesta arte
Fernando Lima, pintor primitivista.
ESCULTORES
Como escultores em madeira temos grandes
artistas, os mais importantes são: + Irineu
Feitosa, grande mestre que passou para muitos
jovens a técnica e a arte de entalhe. Junto a sua
esposa, Dalva Feitosa, trabalhou muitos anos na
fabricação de imagens de gesso dos santos mais
conhecidos e as figuras dos presépios da cidade.
+ Eduardo discípulo de Sr. Irineu que desenvolve
um trabalho de muita qualidade. + Cláudio Anjo,
herdou de seu pai, o velho Anjo, o talento para o
desenvolvimento de uma técnica e uma ate tão
valorizada. Participou de vários salões em Recife
sempre com destaque. + Natalício Góes,
residindo atualmente no sul do País,
desempenhou sua arte com muito destaque e
talento. Realizou varias exposições em Maceió e
em Garanhuns. + Antonio Francelino, desenvolve
o seu trabalho de forma magistral, tendo suas
peças “O CAÇADOR”, símbolo de Bom Conselho
de Papacaça. + Adriano Santana e seu pai Zé Neto
Santana, dois talentos em uma só casa,
completando o cenário de nossos escultores.
PINTURA EM TELA
Muitos são os talentos nesta área. Temos as
pintoras Berenice Vieira Belas, Eronisia Azevedo,
Irene Alves, Telma Beijoino, Auxiliadora Vieira
Pires, Filha do saudoso Gervásio Pires, e outras
Porem, entre telas e pinceis uma família se
destaca pelo talento, técnica e arte, Nara Tavares
e as filhas Carmem Cleide formada em
comunicação visual pela UFPE e participante de
varias exposições e salões de arte em Recife e
Carmem Lucia, médica geriatra, que nas horas
vagas trabalha com pinceis maravilhosamente.
MÚSICA
O maior destaque para as notas musicais fica com
o talentoso José Duarte, autodidata, possuidor de
peças musicais, valsas, machas carnavalescas,
hinos religiosos, maestro da antiga Banda de
musica Villa – Lobos. Outro talento que
destacamos é o musico Sebastião Moraes, o
conhecidíssimo Basto Peroba, que desde
pequeno toca acordeom, chegando a ser
comparado com os grandes mestres da
“sanfona”. Participou da gravação de muitos
discos, de cantores nordestinos. Atualmente é
proprietário do conjunto Metamorfose Musical e
também “ Basto Peroba e seu Regional”, muito
solicitado nos períodos juninos.
EM CENA, LEDA!
Após um tempo distante, volta a Bom Conselho a
estudante de historia natural, leda Cavalcanti.
Com a sua chegada a nossa cidade passou a se
transformar. Contratada posteriormente pelo
colégio Frei Caetano, leda se encarregou das
aulas de educação física e daí para as aulas de
teatro foi um pulo. Desenvolveu um trabalho
muito bonito e deixou plantadas as sementes de
sua arte no corpo de Balizas do colégio Frei
Caetano de Messina e em muitas outras áreas.
Realizou grandes espetáculos de danças e desfiles
colaborando com o desenvolvimento cultural.
PEDRO DE LARA – O excêntrico que deu certo.
São poucas as noticias deste bonconselhense,
quase tudo que se sabe a seu respeito é o que se
vê e ouve pela televisão. Infância de menino
pobre, desde cedo já ajudava ao medico da
cidade, chamado Dr. Lessa. Eram recados,
mandados e la ia Pedro de Lara, como era
conhecido. Diante de quadro de tamanha
pobreza, o pequeno Pedro resolveu partir para
outras terras. Lá se foi, com apenas doze anos de
idade. Após muitas lutas, estudo re dedicação,
desponta para o Brasil o esotérico Pedro de Lara,
profundo conhecedor dos segredos dos sonhos e
da grafologia, alcançando grande sucesso. Nunca
voltou a sua terra natal, porem na ocasião do
“campeonato das cidades”, programa
apresentado pela televisão Jornal do Comercio,
foi solicitada a sua presença e o mesmo
compareceu, contribuindo para a vitória na
disputa com surubim, terra do saudoso
Chacrinha. Sempre que fala de sua terra, de suas
lembranças, fala de forma folclórica e
extravagante levando as pessoas a duvidar de sua
seriedade, porém suas verdades variam de
acordo com suas fantasias. Esta figura
controvertida conseguiu vencer longe de sua
terra e sempre fala de seu Papacaça com carinho
dos que amam sua terra natal.
VALORES DO PASSADO
Entre os valores do passado podemos destacar a
pianista Iracema Tenório Braga, que em sua
juventude chegou a dar concertos no teatro
Santa Isabel, no Recife. D. Iracema ou vó Iracema
como gostava que seus alunos a chamassem, foi
uma artista que viveu entre nós bom-
conselhenses, com o seu grande talento,
ensinado os princípios de musica, piano e
desenho a varias gerações de jovens, ora no
colégio são Geraldo, ora em sua residência
sempre com carinho, técnica e talento. Apos sua
morte ficou esta lacuna que jamais foi
preenchida. Outro grande artista foi o pintor
Joaquim Correntao, como era conhecido. De
Tamanho talento foi responsável pela pintura da
igreja matriz e da Ermida de santa Terezinha.
Contavam os mais velhos, que certa vez, ao
procurar emprego de pintor, chegou a uma
construção e o mestre – de – obras não acreditou
na sua capacidade profissional. Percebendo o que
se passava na cabeça do tal homem, Joaquim
ficou magoado e quando chegou a hora do
almoço, todos largaram e foram embora. Nosso
artista resolveu dar uma lição; desenhou e pintou
uma mosca na parede que havia sido pintada.
Quando o mestre voltou, tentou varias vezes tirar
o inseto até quando percebeu perguntou quem
era o autor de tal brincadeira Joaquim se
apresentou e falou que era sua. Apesar de esta
com muita raiva, o mestre- de – obras o
contratou, pois reconhecera o seu talento.
POETAS MODERNOS
CARLOS ALBERTO BARROS DE SENA Ou
simplesmente, CARLOS SENA:
“Autor de três livros de poesias, “sujeito
composto” (1981); “Frente e Verso” (1983);
“Verbo ser”, onde ele fala de si, da sua infância,
dos seus sonhos e das suas insônias. Transcreve
suas emoções de forma direta, também suas
criticas ás condições de vida ou subvida do povo
nordestino. Não poderia faltar o poema dedicado
aos amigos de infância e até a “Zé bebinho”, que
o assustava nos becos por onde passava, todos os
seus livros estão com as edições esgotadas.
DORALICE SORES DE MORAES:
Apesar de nova entre os poetas, já s e encontra
com o seu primeiro livro “reticências de vida”
esgotado. São poesias que falam da busca
interior, uma procura do conhecimento mais
profundo do ser. O seu estilo difere dos demais,
não tem nome nenhum dos seus poemas do seu
primeiro livro. Já se encontra em fase de
publicação o seu segundo livro.
LITERATURA
Pouco é divulgado entre os bonconselhense, o
valor de seu filho mais ilustre, DANTAS BARRETO.
Além de general, herói da guerra do Paraguai e
governador do estado de Pernambuco, foi
também escritor, chegando a se tornar imortal na
Academia Brasileira de Letras, entre suas obras
podemos destacar: “Margarida Nobre”,
“Destruição de Canudos”,”Acidentes de Guerra”,
“Impressões militares”, Expedições a Mato
Grosso”, “Comentários”, Ultima expedição Contra
Canudos”, e a peça em 4 atos” A condessa
Herminia” Escreveu para numerosos periódicos,
entre eles a “revista Americana” e a “Revista da
SOCIEDADE fênix Literária”, Onde são
encontrados os seus trabalhos: “ Dois pintores da
renascença”, “ O Plebeu e a Fidalga” “ A Poesia
do século XIX e “ Do Para o templo”.
VIDA SOCIAL
Ainda era uma fazenda de gado, povoada pela
família Villela, quando despertava para á vida
social, a localidade que mais tarde veio a ser Bom
Conselho. As diversões e o lazer neste período da
nossa historia, se prendia aos acontecimentos
religiosos, alguns casamentos, batizados,
quermesse, grandes procissões, alguns saraus,
recitais de poesias sempre realizados nas
residências dos fazendeiros. Os ambulantes eram
esperados com ansiedade pelas moças para
conhecer as novidades em tecidos e a moda
feminina. Cinta – se que por ocasião da
Proclamação da Republica e a aprovação da
primeira Constituição, surgiu um tecido chamado
de constituição que se transformou na grande
atração das moças e das costureiras. Eram belos
vestidos, usados para brilhar nos salões, quando
participava das festas ou na igreja, quando
participava das procissões. Foi a partir da década
de 20, que Bom Conselho contava com uma vida
social movimentada; os grupos se organizavam e
as festas populares concentravam um numero
significativo de gente e as melhores famílias. Os
concursos de beleza passaram a ser realizados na
década de 30 e precisamente no ano de 1934, foi
eleita Miss BOM CONSELHO, Berenice Feliciano,
aos 15 anos de idade, conservando até hoje a
beleza e a elegância de sua juventude, quando
em companhia de seu esposo, o comerciante José
– Correntao Vieira Belo, deslizam nos salões de
baile dos clubes locais.
“DO CENTRO LÍTERO CULTURAL AO CLUBE DOS
30”
Segundo o Sr. José Correntao, baseado em suas
lembranças pude apurar que o “Centro Lítero
Cultural surgiu do ideal de alguns jovens,
Gervásio Pires, Tenorinho, Expedito Amaral,
Gaudêncio e outros amigos, com o objetivo de
ensinar a crianças que não tinham pais ou mesmo
que tivessem; também ensinavam adultos que
não tiveram oportunidade de aprender. Tudo era
precário. Foi daí que surgiu a idéia do instituto
São Geraldo. Tempos depois os salões de baile
surgiram e sempre foram bem freqüentados
durante muitos anos.” Com a orquestra Vila -
Lobos do Maestro José Duarte, o Zé Puluca, eram
animados os bailes, as festas, as solenidades e os
grandes carnavais. Desde aquele tempo, a vida
social entra em crise a cada campanha política,
pois algumas pessoas assumem o partido de
forma tão apaixonada que não conseguem fazer
a distinção entre política e sociedade. Após cada
eleição a cidade permanece dividida por um bom
tempo.
VAI OU RACHA
Foi durante uma dessas crises, que surgiu uma
agremiação carnavalesca, chamada ”vai ou
racha”, encabeçada pelo jovem José correntao,
os irmãos e alguns amigos. Seguiram estes
jovens, algumas das melhores famílias da cidade
e o vai ou racha passou a ser o salão das grandes
festas sociais, sendo registrado, inclusive, os
grandes desfiles do bloco carnavalesco com as
mais ricas fantasias de seus componentes, que
pelo fato de pertencerem ás famílias ricas,
caprichavam em suas vestes, não podendo ser
igualadas pelos outros blocos que não dispunham
de recursos. Com o passar do tempo o prédio
onde funcionava o “Centro” foi ficando pequeno
para as grandes festas, os grandes bailes, os
grandes carnavais, apenas as matines eram
realizadas lá e José de Puluca com sua orquestra
enchia aquele salão de boleros, fox – trot,
marchinhas, sambas e samba – canção; ás vezes
arriscava um rock e outros ritmos modernos. As
tardes do domingo eram magníficas. As moças
com suas saias rodadas, os sapatos Luis XV, os
rapazes de terno e gravata black – tié, os sapatos
brilhando, as camisas engomadas, os cabelos
arrumados com brilhantina faziam a composição
dos anos dourados. Diante dos problemas
ocasionados pela falta de condições, do clube O
Sr. José Galindo Alves, empresário sócio dos
lacticínios Santa Maria, na época, era também
presidente do centro, que já havia mudado de
nome e era agora clube dos 30, pois haviam
trinta sócios, resolveu construir uma nova sede,
hoje é o prédio da secretaria municipal de
educação, na av. xv de novembro. Foi ótimo. A
cidade aprovou e muito se desenvolveu o nosso
acontecimento social, com registro grande bailes,
grandes desfiles. O domingo á tarde também
trazia grande expectativa masculina, para ver as
moças internas no colégio N. Sra. do Bom
Conselho,quando saiam a passeio pelo quadro
(centro) da cidade, “naquela praça”, a antiga,
cheia de palmeiras imperiais, pés de rosas e
canteiros de margaridas, que foi substituída pela
atual, tudo acontecia naquele cenário e naqueles
domingos cheios de sonhos e romantismo. Eram
bilhetes, recados e os mais ousados arriscavam
um beijinho rápido, escondido das “irmãs”,
acompanhantes das internas.
O CINE TEATRO REX – Quem não se lembra?
Era um prédio muito bonito onde grandes filmes
eram exibidos, grandes espetáculos de teatro
eram trazidos para Bom Conselho. A sociedade
comparecia em massa e os grandes momentos
ficavam por conta dos filmes de Elvis Presley,
Sarita Montiel e outros dramas,quando a
juventude comparecia para copiar os modelos
das roupas, os ritmos alucinantes, e até mesmo a
choradeira no final da fita, quando a mocinha
ficava junto de seu herói após grandes
sofrimentos. No entanto, por conta de uma
administração municipal, sem visão, este prédio
foi destruído dando lugar a prédio muito simples,
que seria o Mercado de carne. Nosso jovem não
era diferente dos outros, acompanhava a moda,
dançava e cantava as canções de sucesso nas
serenatas; á janela de sua amada. Costume este
conservado até a década de 70, sendo os últimos
seresteiros Paulo de Tarso Albuquerque (Paulo
índio), Pedro Ramos (Dodô), que encantavam
nossas noites de lua, fazendo solo para as vozes
dos boêmios Antonio Vila Nova (Tonho Raul ),
Alexandre Canuto e outros que acompanhavam
ás vezes bem desafinados, mas entre uma cerveja
e outra era valido para declarar um grande amor
ou uma grande fossa. Com evolução da cidade, a
sede social do clube dos 30, tornou – se
insatisfatório e o idealismo de seu presidente na
época, sr. Marne Geordemar Urquisa, fez com
que lutasse e conseguisse uma nova sede, que
veio a satisfazer a expectativa da sociedade. Na
planta original já existia um parque aquático que
foi realizado posteriormente na gestão do Sr. José
Maria Tenório Taveira, com o apoio de muitos
boncoselhenses A inauguração da nova sede se
deu no carnaval de 68 quando se cantava a
marcha: “Esse amor de carnaval, Durou uma
canção, Foi uma serpentina partida, Que você
jogou no salão”... E assim, como uma
“serpentina”, ávida de Marne foi partida
inexplicavelmente, quando disputava as eleições
de prefeito em 1982. Atualmente a vida social de
Bom Conselho cresceu bastante, apesar das
crises, tendo inclusive a sede social do clube dos
30, passado por um leilão, por conta de uma
divida trabalhista, sendo recorrido e tornado o
leilão sem efeito, em junho de 92, tente se erguer
e sobreviver para continuar proporcionando
momentos de alegria e prazer em seus
associados e visitantes. Tudo foi possível graças
ao amor que os filhos de Bom Conselho tem por
nossa, cada um de seu jeito, participando da
forma que teve condições. Lado a lado temos a
Associação Atleticana Banco do Brasil, que
participou de modo brilhante com boas
instalações, uma bela quadra coberta, duas
piscinas e um salão de festas muito bom. A
população prestigia as nossas associações se
fazendo presente a cada evento produzido.
OS CARNAVAIS DO PASSADO
Dede os primeiros tempos, Bom Conselho
sempre foi terra dos grandes carnavais,
acompanhou a programação das grandes
cidades, os rapazes e as moças se organizavam
em blocos carnavalescos, realizavam batalhas de
confetes, elegiam a rainha do carnaval, que
desfilava em carro alegóricos. Ainda hoje os mais
idosos e os contemporâneos falam da beleza das
suas rainhas. Em 1958 a coroa ficou com a beleza
de Miriam Vieira Belo, hoje Sra. Juarez Tenório,
que herdou de sua mãe a beleza; em 1956, a
coroa foi para a cabeça de Fanife Ferro, hoje Sra.
Severino Tenório Pinto, que foi reeleita em 1959;
Este ano seguindo a tradição a coroa e a faixa
esta com a bonita e a jovem Milena Urquisa,
eleita rainha do carnaval centenário (1992). Mas
nem só de beleza se fez o carnaval de Bom
Conselho, desde o aparecimento do vai ou racha,
a festa do momo sofre grandes modificações. O
centro Lítero que naquele tempo já se tornara
um salão dançante, já promovia grandes
carnavais, estava feita a concorrência, qual dos
dois deveria fazer o melhor carnaval. Surgiram os
desfiles dos blocos, pelas ruas, os que mais se
destacaram eram: - Vai ou Racha; A rosa; A nega
da costa; O leão do norte; as moreninhas; O
Macaiba; O Paga nada; O bola de ouro: vai quem
pode; e o infantil, O amigo da onça. Todos eles
apresentavam um verdadeiro show. As moças e
os rapazes se organizavam e faziam grandes
fantasias, toda cidade participava, cada um
dentro do grupo social que pertencia. Os
fazendeiros também participavam de forma
característica, enfeitavam os cavalos, se
caracterizavam e dava seu desfile, á tarde, junto
com as agremiações. Das festas do modo foram
surgindo os grandes carnavalescos, os mais
comportados outros mais excêntricos,
irreverentes, como foi o caso de Frederico
(coveiro do cemitério) criador da tiririca, que
desfila até hoje, sua forma autentica,
acompanhado por sanfoneiro, invadem as ruas
assustando crianças e deixando os adultos
curiosos com os tipos extravagantes, por eles
compostos. Dos blocos dos sujos que saiam pela
manhã, a turma do funil, aglomerava as moças e
rapazes da sociedade; e dos casais, determinava
a condição essencial para fazer parte do mesmo
era ser casado e se fazer acompanha do cônjuge.
OS CARNAVAIS ATUAIS
Apesar de pequenas modificações, os carnavais
ainda conservam características básicas. Pela
manha os blocos de sujos invadem a cidade, hoje
com novas denominações. As caveiras (o maior
deles); O xipe; Ajamé; Poca oio; Vambora amar;
Padeiros; Fuscão preto e outros, que
movimentam a cidade com o tradicional mela-
mela. Apenas o clube dos 30 realiza bailes e
matinês carnavalescos, sempre muito animados,
todas as famílias se dirigem aos seus salões onde
se brinca durante quatro noites com muita
animação. Em 1990, tivemos dois bonecos que
resgataram dois personagens carnavalescos, o Zé
pelo sinal, que foi homenageado pelo Zé do boné,
e a nega da costa, que homenageava as grandes
folias, que arrastaram pelas ruas da cidade um
grande numero foliões, durante o tríduo
carnavalesco daquele ano. Sempre á tarde o
espetáculo fica por conta do desfiles dos blocos
carnavalesco e as escolas de samba Vera Cruz,
pertencente ao Vera cruz futebol clube, que
participa ativamente da vida social cultural, com
presenças marcadas nos eventos locais. Dentre
os blocos carnavalescos que desfilam á tarde, os
mais importantes são: (Fuscão preto; O vencedor;
Os padeiros; Os artistas, apresentando suas
fantasias simples, mas com muita alegria, na
preservação de nossa cultura e a escola de samba
“Unidos do Vera Cruz”.
OS GRANDES ARRAIAIS
O período junino em Bom Conselho e outro
período de destaque na vida social. Iniciamos o
Ciclo junino com a festa dos casais, festa
realizada pela escola frei Caetano de Messina,
onde são convidados os casais que destacam na
vida sócio-econômica da cidade. E um sucesso.
Muitos casais aguardam com ansiedade para
participar com muito entusiasmo. É um dos
grandes acontecimentos sociais vividos
atualmente. Nesta gestão municipal de Gervásio
Matos, surgiu o lado popular das festas juninas.
Utilizando a quadro de esportes Otavio
Gonçalves, onde muitas quadrilhas de rua
desfilam a tradições e animam os festejos, a do
Vera Cruz se faz presente e se destaca devido à
característica primitiva do folguedo e quase
sempre se faz vencedora. Terminada cada
apresentação, a população toma conta do grande
palhoção e das barracas de comidas típicas,
durante a segunda quinzena de junho.
OUTROS ACONTECIMENTOS SOCIAIS
A vida social também se confunde com a vida
religiosa da cidade, de uma vez que os
acontecimentos religiosos tomam o impulso e
atraem pessoas de outras localidades, alguns
bom-conselhenses, outros, apenas pessoas que
querem participar destes eventos.
Freqüentemente fatos isolados assumem a
projeção de acontecimentos sociais, quando
reúnem – se pessoas em torno de alguns eventos
como casamentos, formaturas, concurso de
beleza. Bom Conselho foi conhecida como a
“Terra de Mulher bonita”, sendo destaque até
hoje, a beleza das jovens. Nos anos 30, Berenice
Vieira Belo- miss Bom Conselho- 34; Marluze
Urquisa – Miss Bom Conselho-68; Tereza
Benjoino a mais bela estudante anos – 60; Miriam
Vieira Belo e Fani Ferro que dividiram as glorias
dos carnavais dos anos 50. Atualmente temos as
faixas de beleza nas mãos das jovens: Flávia
Claudine Miranda Ferro – garota
Bonconselhense; Michelly Tenório Paes – Garota
verão; Michelle Tenório Benjoino de Moraes – A
mais bela estudante – 92; Milena Urquisa Galvão-
Rainha do carnaval – 92. O sete de setembro, a
festa da Independência em Bom Conselho é um
acontecimento social, pois o desfile da escola são
tão produzidos que de cívico fica bem pouco. O
mais alto e esperado é quando as balizas entram
em cena. Desde o tempo do são Geraldo, quem
não se lembra da 1ª. Baliza, Marluce Urquisa,
“fechando” a cidade em 62 desfilava em frente
da Banda Marcial, totalmente masculina? Há
trinta anos que no dia sete de setembro as
escolas de segundo grau, sejam particulares ou
da rede oficial ( estadual e municipal), compondo
um corpo de ginástica rítmica orientadas e
seguindo os ensinamentos da Professora Leda
Cavalcanti, apesar de já não morar em Bom
Conselho deixou seu legado sendo transmitida
anos após ano por alunas que se dedicam a este
trabalho. E assim no dia da pátria, já não e tão
cívico e sim um acontecimento social. Da antiga
festa resta o desfile da Maçonaria – Loja Segredo
e Caridade - que da um toque solene aos festejos
cívicos, da festa da Independência.
ECONOMIA MUNICIPAL
Durante a criação da fazenda e o povoado de
Papacaça, tudo era produzido num verdadeiro
estilo feudal, apenas era comprado sal e tecidos.
Entretanto desde os primórdios as atividades
ligadas ao setor primário foram as mais que se
destacaram, conservando as raízes até os dias
atuais. Nas décadas de 30,40 e 50 nossa cidade
dispunha de farta agricultura e pecuária
chegando a pesar na economia do Estado.
Levados por esta produção, o comércio era de
boas proporções chegando a abastecer alem da
região, boa parte dos sertões de alagoas. Aqui
eram vendidos a maioria dos viveres daquele
povo. Com o desenvolvimento da cidade vizinha
Garanhuns a chegada a estrada de ferro até ela, o
comercio daquela cidade prosperando dia a dia,
deste lado problemas políticos internos se
agravando, prejudicando o desenvolvimento
local, tudo isso provoca uma grande evasão dos
nossos compradores que ate então favoreciam o
nosso comercio, esta pena pagamos até hoje pois
os nossos consumidores preferem comprar em
outra cidade, levando nossa riquezas embora a
investir no comercio local. Alegam a falta de
opção, falta de condições e outras coisas mais. De
real só temos que a cada cruzeiro saído de nossa
terra é mais um cruzeiro somado nas riquezas da
outra cidade. Posteriormente com a queda da
agricultura, o município passou a se dedicar mais
a pecuária, criando gado, especialmente de vacas
leiteiras, transformando a região anteriormente
agrícola, com boas fazendas de café, milho, feijão
e outras culturas, em cercados de capim, palma e
outros pastos destinados a alimentação dos
rebanhos, provocando mesmo uma
transformação em nossa vegetação.
MAIOR BACIA LEITEIRA DO ESTADO
Com o aumento da pecuária, as grandes vacarias
vão surgindo, conseqüentemente o leite passou a
ser nossa maior fonte de renda. Muitos
fazendeiros industrializavam e industrializavam
até hoje, de forma artesanal em suas próprias
fazendas. Ali é fabricado o queijo de manteiga, ou
requeijão; o queijo de coalho e a manteiga, entre
eles destacam-se alguns da família Ferro, que
desenvolvem esta atividade há quase cinqüenta
anos, passado de geração a geração. No entanto
o maior destaque é para o Sr. José Galdino Alves,
que de simples fabrica na fazenda Santa Maria,
no ano de 1947, transformou nossa cidade na
maior bacia leiteira do estado, poucos anos
depois. Em sociedade com algumas pessoas do
Recife, surge os laticínios Santa Maria,
respondiam pela administração os três sócios
majoritários, Sr. Antonio Eduardo M. Simões; Sr.
Alberto Eduardo M. Simões Sr. José Galdino
Alves, Sr. Arnaldo da Silva Regatas e o chamado
Dawsk, estes últimos representavam pequena
parte do capital. Do grupo só Sr. José Galdino é
bonconselhense; homem simples, de poucas
letras, porém de uma visão futurista, progressista
batalhando e muito trabalhador que logo
impressionou aos seus sócios pela capacidade
administrativa. Foi daí que surgiu a época de ouro
do leite em nossa terra. A santa Maria, como era
identificada, iniciou sua produção em torno de 10
toneladas por semana, recebia toda produção
leiteira da região. Tempos depois expandiu – se
para o vizinho Estado de Alagoas e abriu uma
filial em batalha, então maior bacia leiteira do
seu estado. Estava formando o intercambio entre
os dois estados. Com a produção aumentada
passamos a fornecer nossos produtos de São
Paulo a Manaus, chegando a uma produção diária
de 15 toneladas. Quando em 1974, por
problemas internos foi dissolvida a sociedade,
passou Bom Conselho a contar com mais de uma
centena de pessoas desempregadas e nos outros
núcleos Recife, Salvador e Batalha o restante
totalizando em quatrocentos o total de
desempregados. Fechada a única indústria de
representação, estamos com uma agricultura
sem significado e com uma produção de leite sem
consumo, surgem algumas pequenas fabricas que
vieram a fechar posteriormente por falta de
estrutura, capital de giro e outros problemas.
Torna – se difícil a situação para os produtores
que recorrem ao Governo do Estado um posto de
resfriamento de leite da CILPE, que permanece
até hoje, somado a mais outros dois, o da Betânia
( Vale Dourado) r o posto da cooperativa de
Produtores de leite do santo Antonio, organizada
pelos próprios, a fim de buscar uma saída para o
seu produto.
NOVAS PERSPECTIVAS ECONÔMICAS
Com a mudança do governo municipal,
assumindo a Prefeitura o Sr. Gervásio Cavalcanti
de Matos uma nova perspectiva surge para os
bom-conselhenses. Levados pelo idealismo do
atual prefeito surgem novas esperanças com o
inicio do distrito de nossa cidade. É feita uma
campanha apelando aos conterrâneos de posses,
que invistam em nossa região, canalizando
recursos para nossa terra. Segundo o mesmo, o
seu maior sonho é montar uma indústria em Bom
Conselho. Para isso já construí a parte estrutural
e aguarda a liberação do projeto pela sudene,
Fundo Nacional de Desenvolvimento do Nordeste
para montagem de uma industria de tubos de Pvc
e de roupas de malhas. Concluído este projeto,
irá gerar mais de 100 empregos diretos; outros
100 indiretamente; outras perspectivas na busca
de sócios para construir um hotel, que faz parte
do projeto político elaborado pela SUDENE, para
explorar os nossos recursos turísticos, que só
poderá existir após a construção do referido
hotel. Existe ainda uma expectativa muito grande
em torno do desenvolvimento econômico, de
uma vez que foi criado através de Lei Municipal o
parque industrial, oferecendo incentivos fiscais,
assegurando a construção de mais duas
empresas. É cogitada também a construção de
uma fabrica de Vitamina C, a base de batata
doce, no distrito de Rainha Isabel, com a
participação da prefeitura, população e o grupo
estrangeiro. Concluído estes projetos vamos
verificar que após o Centenário, nosso município
terá outra vida econômica, passando a viver de
outra forma neste segundo século, com maior
numero de empregos, pois há cinco anos, a nossa
oferta de empregos diretos. Concluindo o Parque
industrial nos teremos uma vida econômica ideal,
onde o bonconselhense passará a crê mais em si
próprio, em seu potencial e em sua capacidade
empresarial e política, para fixar o nosso povo em
nossa terra. Esperamos que o comércio cresça e
volte a abastecer a nossa terra; que nossa gente
se compromete a consumir aqui e não continua
enriquecendo as cidades vizinhas que não nos
valorizam e não nos prestigiam.
VALORIZAÇÃO POLÍTICA
Em 1712 chega o português Manoel da Cruz
Villela, se estabelece, constituiu uma família
iniciando o povoado através de seus descentes
Antonio Anselmo da Costa Villela e Joaquim
Antonio da Costa, possivelmente filho e neto
respectivamente do patriarca Manoel da Cruz
Villela, vindo mais tarde a assumir o patriarcado
da família. Em 1825 foi construída a primeira
capela, a mando de Matias da Costa Villela, sob a
invocação de Jesus, Maria e José, e em 12 de
junho de 1837, pela Lei nº45, foi elevada a
freguesia sob a denominação de Papacaça, tendo
o seu primeiro vigário padre João Clemente da
Rocha. Em 25 de junho de 1848 pela Lei
Provincial de nº204, o território dessa freguesia
foi anexado ao território dessa freguesia foi
anexado ao território de correntes. A 30 de maio
1849, por efeito da Lei Provincial nº239, volta a
freguesia a sua primitiva sede,restaurando – se
em sua plenitude pela Lei Provincial nº246, de 30
de Abril de 1860, quando Papacaça foi elevada a
categoria de Vila, com a denominação de 1861 foi
inaugurada a Vila de Bom Conselho,
denominação dada por Frei Caetano de Messina.
Em 07 de junho de 1872 foi criada a comarca de
Bom Conselho, pela Lei Provincial nº157. O
decreto 5.004, de 10 de junho de 1872 considera
a comarca de primeira Entrância e o Decreto
5.139, de 13 de novembro do mesmo ano nomeia
o Dr. João Vieira de Araújo, primeiro juiz de
direito. Em 03 de agosto de 1892, pela Lei
Provincial nº52, determina o prazo. Para a
distribuição do município autônomo. E a 28 de
dezembro de 1892 constituiu – se município
autônomo tendo sido seu primeiro prefeito o
coronel Augusto Martiniano Soares Villela; sub-
prefeito: Francisco Teixeira de Macedo e o
conselho Municipal: Tenente Cândido Carlos da
Costa Villela, Antônio Idelfonso da Silva Amaral,
Capitão Tude Pinto Costa, Joaquim Vieira de
Souza e tenente João Tenório Mascarenhas.
Home page da cidade:
www.bomconselhopapacaca.com.br
E-mail: [email protected]
.