de Combustíveis Renováveis BOLETIM MENSAL DOS ... - OLADE · etanol na entressafra e a retomada...
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Publicado em 07.03.2013
EDIÇÃO No 61
Fevereiro/2013
SUMÁRIO Destaques 2
Biodiesel
Produção e Capacidade 10
Atos Normativos 10
Localização de Unidades Produtoras
11
Preços e Margens 11
Entregas dos Leilões 13
Preço das Matérias‐Primas 13
Participação das Matérias‐Primas
16
Produção Regional 19
Não Conformidades no Diesel B
19
Consumo Internacional 19
Etanol
Produção e Consumo 20
Atos Normativos 21
Exportação e Importações 21
Frota Flex‐Fluel 21
Preços da Cana‐de‐Açúcar 22
Preços 22
Margens 23
Paridade de Preços 23
Preços do Açúcar 24
Não Conformidades 25
Consumo Internacional 25
Biocombustíveis
Variação de Matérias‐Primas e do IPCA
26
Números do Setor 26
APRESENTAÇÃO
Nesta edição, são apresentadas informações e dados atualizados relativos a produção e preços de biocombustíveis. Como destaques principais do mês, temos:
O monitoramento das condições de suprimento de etanol na entressafra;
O abastecimento de carros e trios do Carnaval de Salvador com B50 pela Petrobras;
A realização de workshop sobre óleo de palma pela Embrapa, MDA e MAPA;
O início de novos estudos com foco no etanol de segunda geração pela Embrapa;
A avaliação de cultivo de pinhão‐manso no Piauí pela Embrapa;
O início de pesquisa em tortas de crambe e pinhão‐manso pela Embrapa;
A assinatura de acordo de cooperação para desenvolvimento de bioquerosene de aviação pelos governos dos Estados Unidos e da Espanha;
A análise conjuntural da soja pelo CEPEA; e
Os resultados do 29º Leilão de Biodiesel.
O Boletim é parte do esforço contínuo do Departamento de Combustíveis Renováveis (DCR) em tornar transparentes as informações sobre biocombustíveis, divulgando‐as de forma consolidada a agentes do setor, órgãos públicos, universidades, associações, imprensa e público em geral.
O Boletim é distribuído gratuitamente por e‐mail e está disponível para consulta no endereço virtual www.mme.gov.br/spg/menu/publicacoes.html.
Muito obrigado,
A Equipe do DCR
Ministério de Minas e Energia Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis Departamento de Combustíveis Renováveis
BOLETIM MENSAL DOS COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS
BOLET IM MENSAL DOS COMBUST ÍVE I S RENOVÁVE I S NO 61 FEVEIRO/2013
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DESTAQUES
Monitoramento das condições de suprimento de etanol na entressafra
O Governo tem realizado encontros com representantes do setor privado para avaliar o suprimento de etanol na entressafra e a retomada do crescimento do setor sucroenergético desde o início da safra 2011/12. Até o momento, já foram realizados vinte e três encontros entre membros do Governo, dos distribuidores de combustível e do setor sucroenergético para avaliar a conjuntura do abastecimento de etanol no País.
As informações fruto dessas reuniões tripartites serviram como subsídio para a decisão do Governo em elevar o percentual de mistura de etanol na gasolina de 20% para 25%, aprovada na Resolução CIMA Nº1 de 28/02/2013 e efetivada por meio da Portaria MAPA Nº 105/2013 de 28/02/2013. O novo percentual de mistura vigorará a partir de 1º de maio de 2013. Para esta decisão, o Governo Federal levou em consideração a perspectiva de uma maior safra de cana‐de‐açúcar com aumento da produção de etanol. Em função dos resultados das reuniões para o abastecimento do mercado de etanol e gasolina no País, os agentes públicos e privados continuarão monitorando as condições do abastecimento por meio das reuniões periódicas da Mesa Tripartite.
Petrobras abastece carros e trios do Carnaval de Salvador com B50
Este foi o quinto ano consecutivo em que a maior festa de rua do mundo, o Carnaval de Salvador, contou com o fornecimento de combustível da Petrobras para movimentar trios, geradores e carros de apoio na folia baiana. Com autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a sociedade de economia mista preparou cerca de 96,5 mil litros de B50 exclusivamente para os dias de festa. O biocombustível movimentou mais de 120 veículos.
De acordo com a estimativa da equipe técnica, o uso do B5 geraria a emissão de 298 toneladas de CO2 eq (CO2 equivalente). Com o uso do B50, a emissão será reduzida para 225 toneladas de CO2 eq, ou seja 73 toneladas de CO2 a menos. Para calcular a redução da emissão de CO2 com o uso do B50, os técnicos utilizaram valores estimados gerais, adaptando referências mundiais e considerando não apenas a emissão direta de CO2, mas também estimativas das emissões de gases de efeito estufa ao longo do ciclo de vida dos combustíveis.
Este é o quinto ano em que a estatal contribui para a sustentabilidade do Carnaval de Salvador. A primeira vez, em 2008, forneceu o B5 (5% de biodiesel misturado ao diesel fóssil) e em 2010, o B20 (mistura de 20% de biodiesel ao diesel fóssil). Já em 2011, a utilização do B50 resultou na economia de 68 toneladas de CO2 eq e, em 2012, este número ficou em torno de 73 toneladas de CO2 eq.
Fonte: Agência Petrobras (www.agenciapetrobras.com.br)
Embrapa, MDA e MAPA realizam workshop sobre óleo de palma
A Embrapa Amazônia Oriental, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) promoveram, em Belém ‐ PA, nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro, o I Workshop do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil: Agricultura Familiar e Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação. O evento teve como público‐alvo profissionais de instituições públicas, privadas e de federações, técnicos da extensão e assistência rural, produtores e agricultores de palma de óleo, a fim de alcançar o máximo de esferas envolvidas na produção, fomento e disseminação de conhecimentos relacionados à cultura da palma de óleo (dendê).
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A realização do I Workshop do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil: Agricultura Familiar e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, teve como objetivo de integrar os agentes dos processos produtivos e agentes Governamentais e não Governamentais que atuam no segmento dessa cultura, a fim de discutir problemas e propor soluções para a execução do programa. Por meio de atividades expositivas e da formação de grupos de trabalho, pretendeu‐se consolidar um documento técnico contendo o estado da arte, os pontos fortes, os pontos fracos, propostas e soluções levantadas que possam subsidiar ações governamentais e não governamentais dentro do Programa da Palma de Óleo.
O objetivo do Workshop foi estabelecer o estado da arte e fazer uma análise focada na inclusão de agricultores familiares e PD&I na cadeia produtiva da palma, levantando gargalos e discutindo soluções, registrados em documento técnico capaz de sustentar ações Governamentais e não Governamentais. Cinco grandes temáticas foram priorizadas no evento: (1) inclusão da agricultura familiar; (2) regularização fundiária e reforma agrária; (3) licenciamento ambiental; (4) crédito rural; e (5) pesquisa, desenvolvimento, inovação e assistência técnica/extensão rural ‐ ATER.
No primeiro e segundo dia o evento será com a participação de todos os inscritos no evento, com apresentações institucionais de acordo com as temáticas priorizadas. No terceiro dia os participantes serão divididos em Grupos de Trabalhos – GT por temáticas, determinados no segundo dia de evento. Cada GT deverá gerar um documento com estado da arte, pontos fortes, pontos a melhorar, propostas e soluções para os problemas analisados. Os demais participantes participarão de uma programação paralela de ciclo de palestras. Apresentação dos documentos desenvolvidos nos Grupos para discussão plena entre todos os presentes, a fim de obter o documento consolidado
Fonte: Embrapa Amazônia Oriental (http://palmadeoleo.cpatu.embrapa.br)
Embrapa inicia novos estudos com foco no etanol de segunda geração
A pesquisa com microrganismos para produção de etanol celulósico (2G) na Embrapa Agroenergia ganha reforço a partir deste ano, com o início de um projeto de pesquisa que integra ferramentas de Genômica Funcional, Transcriptômica e Metabolômica. Por meio delas, os pesquisadores irão criar uma base de dados e utilizá‐la na definição de alvos para o melhoramento genético de espécies de leveduras, com o objetivo de obter boas fermentadoras de xilose.
O etanol é produzido por meio da fermentação dos açúcares por leveduras, sendo que Saccharomyces cerevisiae é a mais eficiente delas. O problema é que essa levedura não consegue fermentar a xilose, açúcar presente nas matérias‐primas para etanol 2G – no bagaço da cana ela chega a representar 33% do total de açúcares. Em todo o mundo, cientistas estão se valendo da engenharia genética para desenvolver linhagens recombinantes de Saccharomyces cerevisiae ou tornar espécies naturalmente fermentadoras de xilose bastante produtivas e robustas para serem utilizadas com eficiência em processos industriais.
De acordo com uma pesquisadora da Embrapa Agroenergia, a Metabolômica e a Transcriptômica estão entre as ferramentas da bioquímica que permitem identificar as funções dos genes de um organismo. A primeira delas é utilizada para estudo dos metabólitos, ou seja, das substâncias geradas pelo microrganismo, por exemplo, na produção do etanol a partir do açúcar. Por sua vez, o transcriptoma está diretamente relacionado aos níveis de produção das enzimas que atuam nesse processo.
O projeto, que terá duração de três anos, conta que o grupo de cientistas irá usar essas ferramentas para estudar uma linhagem recombinante de Saccharomyces cerevisiae e quatro espécies de leveduras naturalmente fermentadoras de xilose. Os dados obtidos darão suporte a programas de melhoramento de microrganismos, especialmente a dois trabalhos em andamento na Embrapa Agroenergia focados na obtenção de linhagens a ser utilizadas na produção de etanol celulósico (2G).
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Ao se trabalhar com diversas leveduras, o projeto pode gerar dados bastante promissores para o desenvolvimento de tecnologia industrial. As informações obtidas permitirão utilizar a bioinformática para testar o melhoramento genético antes dos experimentos em bancada de laboratório, otimizando tempo e recursos. Além disso, a proposta se destaca pelo grande conjunto de parâmetros que serão medidos, permitindo uma avaliação sistêmica das leveduras em estudo.
O projeto forma uma rede multi‐institucional da qual participam mais de 20 pesquisadores doutores das unidades Informática Agropecuária e Florestas da Embrapa, além da Fiocruz, Universidade Católica de Brasília (UCB), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade de Campinas (Unicamp).
Fonte: Embrapa Agroenergia (www.cnpae.embrapa.br)
Embrapa avalia cultivo de pinhão‐manso no Piauí
A cerca de 200 km ao norte da capital piauiense, na cidade de Piracuruca, está uma das unidades de observação de pinhão‐manso mantidas pela Embrapa Agroenergia e parceiros, por meio do projeto “BRJATROPHA ‐ Pesquisa, desenvolvimento e inovação em pinhão‐manso para produção de biodiesel”, parcialmente financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos ‐ FINEP. A área está localizada na Fazenda Tiracanga, onde há dois anos os pesquisadores vêm avaliando o comportamento de três genótipos da oleaginosa, em três diferentes sistemas de manejo.
A parceria com a fazenda será ampliada com a introdução de outros 40 genótipos no local. O novo plantio foi acertado durante a visita de pesquisadores à propriedade rural, em janeiro. Foram levados os materiais mais promissores identificados no banco ativo de germoplasma para o local, com o objetivo de avaliar o comportamento das plantas nas condições climáticas da região.
Além de ampliar a área cultivada com pinhão‐manso, a Embrapa Agroenergia irá utilizar a fazenda, que tem cerca de 1.200 hectares cultivados com pinhão‐manso, como modelo para estudos socioeconômicos e ambientais. A ideia é de que seja estudada, em condições reais, toda a cadeia de valor da oleaginosa, do plantio à produção de biodiesel. Levantamentos de custos de produção e de viabilidade econômica estão incluídos nos estudos que serão realizados. Os pesquisadores também querem fazer a Análise de Ciclo de Vida (ACV) do pinhão‐manso cultivado para biocombustíveis.
Durante a visita à Piracuruca, os pesquisadores começaram a discutir um trabalho com pinhão‐manso no Assentamento Bela Vista, que fica próximo à Fazenda Tiracanga e abriga 25 famílias. O Ministério do Desenvolvimento Agrário ‐ MDA financiará o projeto, que tem como objetivo criar, no local, uma nova unidade de observação da oleaginosa, em consórcio com culturas alimentares – milho e feijão. A iniciativa conta também com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão‐manso (ABPPM).
Fonte: Embrapa Agroenergia (www.cnpae.embrapa.br)
Tortas de crambe e pinhão‐manso são foco de nova pesquisa da Embrapa Agroenergia
Pesquisadores da Embrapa Agroenergia estão iniciando o desenvolvimento de métodos ultrarrápidos a fim de identificar e quantificar substâncias tóxicas ou com potencial de utilização em tortas de duas culturas oleaginosas com potencial de inserção da cadeia produtiva do biodiesel: o pinhão‐manso e o crambe. O projeto de pesquisa conta com a parceria da Embrapa Agroindústria Tropical, Fundação Mato Grosso do Sul e Universidade de Campinas (Unicamp) e tem duração prevista de dois anos.
A torta é o material que sobra do esmagamento dos grãos após a extração de óleo. Normalmente, é utilizada para alimentação animal na forma de farelo. No entanto, apesar de apresentarem alto valor proteico, as tortas do crambe e do pinhão‐manso possuem substâncias tóxicas, glicosinolatos e ésteres de forbol, respectivamente , que impedem o uso direto para esse fim.
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Pesquisas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir ou eliminar esses compostos das tortas de pinhão‐manso e crambe, de modo a permitir seu uso como componentes de rações, agregando valor às cadeias produtivas. Para tanto, os cientistas estão se valendo tanto do melhoramento genético para obter cultivares não tóxicas, quanto de processos físicos, químicos e biológicos para remover ou reduzir a concentração das substâncias indesejadas.
Segundo o pesquisador líder do projeto iniciado na Embrapa Agroenergia, para auxiliar as pesquisas que estão sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir ou eliminar esses compostos das tortas de pinhão‐manso e crambe, é necessário empregar técnicas analíticas que permitam obter informações precisas e exatas em curto espaço de tempo. Além disso, o pesquisador disse que o monitoramento da eficiência e eficácia destes processos é indispensável para garantir o uso seguro das tortas e, como consequência, garantir a agregação de valor às cadeias produtivas dessas duas culturas.
Ele explica, ainda, que existe grande deficiência nas abordagens analíticas empregadas atualmente no monitoramento dos agentes tóxicos dos produtos e coprodutos de crambe e pinhão‐manso porque os procedimentos de referência são morosos e laboriosos e, no caso do pinhão‐manso, são incapazes de realizar a diferenciação entre os seis isômeros de ésteres de forbol conhecidos ou, ainda, predizer se ocorre a formação de derivados similares durante os processos de destoxificação.
Na expectativa de contribuir para a solução desse problema, os pesquisadores da Embrapa e das instituições parceiras irão desenvolver metodologias utilizando a cromatografia acoplada a diferentes tipos de detectores para monitorar os níveis dos compostos químicos tóxicos em crambe e pinhão‐manso. O objetivo é obter métodos ultrarrápidos, que permitam identificar e quantificar as substâncias encontradas, mesmo em baixos níveis de concentração. Também é meta do trabalho empregar instrumentação que colabore com a redução do volume de reagentes utilizados e, consequentemente, com a redução de efluentes gerados nas análises.
Além do sistemático monitoramento das substâncias tóxicas, a pesquisa também pretende reconhecer outros compostos químicos de ocorrência nas culturas do crambe e do pinhão‐manso que apresentem potencial valor agregado para a cadeia dos biocombustíveis ou para outros nichos de interesse comercial. A condução do projeto prevê, ainda, ensaios para validação dos métodos obtidos, cursos para capacitação de pesquisadores e técnicos, e ações de transferência das tecnologias que forem geradas.
Fonte: Embrapa Agroenergia (www.cnpae.embrapa.br)
Governos dos Estados Unidos e da Espanha assinam acordo de cooperação para desenvolvimento de bioquerosene de aviação
A Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration ‐ FAA) dos Estados Unidos e a Agência Estatal de Segurança Aérea – AESA da Espanha assinaram um acordo de cooperação para promover o desenvolvimento e o uso de biocombustíveis de aviação em ambos os países. O acordo visa que os dois países troquem ideias, informações, proficiências e técnicas; e colaborem em problemas e projetos de interesse mútuo no desenvolvimento e uso de combustíveis alternativos sustentáveis de aviação.
As áreas específicas de cooperação incluem o intercâmbio de informações sobre resultados de pesquisas, publicações, financiamento de pesquisas e desenvolvimento de atividades. As partes também compartilharão melhores práticas na pesquisa e desenvolvimento da conversão do bioquerosene de aviação. O acordo também permite que o Escritório de Meio Ambiente e Energia da FAA (Office of Environment and Energy) e a AESA explorem possibilidades de cooperação em outras áreas, tais como pesquisas sobre os efeitos do ciclo de vida a partir das emissões de biocombustíveis alternativos na atmosfera, bem como pesquisas sobre a redução dos custos de produção dos biocombustíveis de aviação.
Fonte: Federal Aviation Administration ‐ FAA (www.faa.gov)
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Análise conjuntural da soja
A temporada 2012/13 de soja no Brasil deverá ser novamente favorável aos produtores de soja, com boa produtividade e remuneração acima da média. Os estoques mundiais continuam baixos, a demanda segue firme e há expectativa quanto ao tamanho da safra na América do Sul. Após a redução de 4% produção dos Estados Unidos e de 13% na Argentina, há necessidade de uma safra recorde no Brasil e no Paraguai para atendimento da demanda mundial. Por enquanto, os números do United States Department of Agriculture ‐ USDA apontam produção de 81 milhões de toneladas no Brasil (a Conab sinaliza 82,6 milhões de toneladas), 55 milhões para a Argentina e 7,8 milhões de toneladas para o Paraguai. Se esses números se confirmarem, o Brasil deve se tornar o maior produtor mundial de soja, à frente dos Estados Unidos, devido à menor produtividade agrícola norte‐americana na temporada colhida em 2012 (safra 2012/13). A seca prolongada, que foi a maior em décadas, prejudicou o desenvolvimento das lavouras daquele país.
Para o Brasil e América do Sul de forma geral, os bons patamares de preços obtidos em todo o ano de 2012 levaram produtores a substituir parte das áreas de outras culturas, especialmente milho, com a soja, que se refletirá nesta temporada 2012/13. Apesar de preços recordes observados em 2012, a demanda não se retraiu, mantendo boa a liquidez e também a expectativa de transações internacionais crescentes. Na prática, o que elevou os preços da soja em grão no Brasil e no mundo em 2012 foram os valores recordes de farelo de soja. As cotações de óleo de soja oscilaram em menor intensidade no ano frente às do farelo, limitadas pelos valores do petróleo. Para 2013, pelo o menos no primeiro semestre, serão novamente os valores do farelo que deverão manter boa a remuneração da soja em grão para vendedores.
De modo geral, mesmo com o crescimento da produção da América do Sul, os preços devem se manter na casa dos US$ 32,00/sc no porto de Paranaguá (PR) pelo o menos no primeiro semestre de 2013. Mais da metade da safra estimada para 2012/13 já foi comercializada, inclusive a valores acima dos sinalizados atualmente, e o restante que não foi vendido deve ser escalonado por vendedores no decorrer de 2013. Regionalmente, o IMEA (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária) sinaliza que, em Mato Grosso, cerca de 70% da safra já foi negociada e, no Paraná, o Deral/Seab indica 35%. Outro ponto importante na formação de preços para o próximo ano será a taxa de câmbio. Neste ambiente, não há sinalização de alterações. O relatório Focus do Banco Central indica taxa média de R$ 2,08/US$ em 2013, inclusive terminando este ano neste patamar, semelhante ao observado nas últimas semanas de 2012.
Apesar de os contratos FOB exportação por Paranaguá estarem na casa dos US$ 32,00/sc de 60 kg para a soja em grão, os valores do farelo de soja sinalizam quedas expressivas a partir de abr/13, quando haverá melhor ritmo de processamento doméstico da oleaginosa e maior disponibilidade de produto. A estimativa é de queda de 16% entre os valores de negócios para embarque em jan/13 e os de abr/13, indo para a casa dos US$ 440,00/t. Para o óleo de soja, a estimativa é de queda de 7%, para cerca de US$ 1.000,00/t. Assim, apesar do otimismo quanto aos patamares de preços de soja em grão, que deverá gerar rentabilidade acima da média por mais uma safra, produtores devem ficar atentos aos estoques. Pelos números citados acima, poderá haver pressão a partir de abril/13 – não dá para manter o pagamento pela soja em grão se não há rentabilidade dos derivados.
Além disso, novos números para a safra norte‐americana 2013/14 podem exercer pressões sobre as cotações, especialmente a partir de maio/13, quando haverá estimativas sobre o desenvolvimento das lavouras dos Estados Unidos. Claramente, a concorrência em área com milho e trigo, também com valores atrativos, pode limitar a expansão de cultivo de soja naquele país. Neste cenário, para vendedores, pode ser uma boa alternativa a negociação de maior parte da safra ainda no primeiro semestre de 2013, quando a demanda deve se manter firme pelo produto da América do Sul. Ainda assim, buscar formas de se garantir bons níveis de preços para o segundo semestre e de se precaver quanto a quedas bruscas de preços pode ser uma boa estratégia. Contratos de futuros e de opções estão na lista e à disposição de agentes.
Considerando‐se a demanda firme, estimativas do USDA indicam exportação de 37,4 milhões de toneladas pelo Brasil na temporada 2012/13, um volume recorde e o maior do mundo, puxada pela necessidade de importação também recorde de 63 milhões de toneladas por parte da China. O USDA também sinaliza
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processamento brasileiro de cerca de 37 milhões de toneladas. A Conab estima que, de janeiro a dezembro de 2013, o Brasil exporte 36,4 milhões de toneladas e que o processamento interno seja de 42 milhões de toneladas. Com este nível de processamento, as ofertas de farelo (29,5 milhões de toneladas) e de óleo (7,5 milhões de toneladas) devem ser recordes. Para o farelo, a sustentação virá do consumo interno (14,3 milhões de toneladas) e da exportação (14,9 milhões de toneladas), que devem ser recordes. Já para o óleo de soja, será o consumo doméstico (5,6 milhões de toneladas) que dará sustentação, o qual deverá ser utilizado na produção de biodiesel – as exportações deverão ser de 1,8 milhão de toneladas.
Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ/USP (http://cepea.esalq.usp.br)
Resultados do 29º Leilão de Biodiesel
Em atendimento às diretrizes definidas pelo MME pela Portaria nº 476 de 2012, foi promovido pela ANP, no final de janeiro, iníco de fevereiro, o 29º Leilão de Biodiesel, para suprimento do mercado durante o segundo bimestre de 2013.
Quarenta e uma empresas foram habilitadas pela ANP para apresentarem suas propostas, respeitando os preços máximos de referência que variaram em função da região e da detenção do Selo Combustível Social, perfazendo um total de 716,5 mil m³. Nas fases posteriores foram arrematados 517,4 mil m³, de 34 unidades produtoras, ao preço médio de R$ 2,214 por litro (inclui os tributos federais Pis/Pasep e Cofins). A movimentação financeira foi de R$ 1,15 bilhão.
Do volume total comercializado, 514,8 mil m³ de litros (99,5%) serão fornecidos por empresas detentoras do Selo Combustível Social. Nos gráficos a seguir apresenta‐se o volume vendido e os preços médios de venda por unidade produtora (agrupados por região), por empresa, estado produtor e região. Posteriomente mostram‐se os resultados tabelados por estado de origem e por unidade produtora.
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Tabela 1. Participação por estado de origem do biodiesel
UF Região
Capacidade
Disponível
(m³/bim.)
Volume
Ofertado
(m³)
Volume
Vendido
(m³)
Valor Total
(R$)
Preço Médio
(R$ / litro)
Participação
(%)
RS S 274.640 219.140 133.255 R$ 287.167.295 2,1550R$ 25,8%
GO CO 205.860 116.700 111.060 R$ 247.321.300 2,2269R$ 21,5%
MT CO 244.431 165.307 89.644 R$ 192.678.725 2,1494R$ 17,3%
BA NE 83.785 49.000 41.000 R$ 98.120.635 2,3932R$ 7,9%
SP SE 110.447 39.773 37.773 R$ 84.231.581 2,2299R$ 7,3%
MS CO 61.800 43.700 31.940 R$ 68.272.050 2,1375R$ 6,2%
PR S 28.380 21.180 21.180 R$ 47.223.000 2,2296R$ 4,1%
MG SE 27.884 18.000 18.000 R$ 41.154.600 2,2864R$ 3,5%
CE NE 18.103 17.000 17.000 R$ 40.930.575 2,4077R$ 3,3%
TO N 26.460 19.700 13.995 R$ 32.208.450 2,3014R$ 2,7%
RO N 5.400 2.000 2.000 R$ 4.600.925 2,3005R$ 0,4%
RJ SE 10.002 5.000 510 R$ 1.295.400 2,5400R$ 0,1%
PA N 1.800 0 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
MA NE 21.600 0 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
1.120.592 716.500 517.357 R$ 1.145.204.536 2,2136R$ 100,0%TOTAL
Tabela 2. Participação por unidade produtora
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Unidade
ProdutoraUF
Capacidade
Disponível
(m³/bim.)
Volume
Ofertado
(m³)
Volume
Vendido
(m³)
Valor Total
(R$)
Preço Médio
(R$ / litro)
Participação
(%)
ADM MT 81.120 52.000 40.000 R$ 86.691.250 2,1673R$ 7,7%
Amazonbio RO 5.400 2.000 2.000 R$ 4.600.925 2,3005R$ 0,4%
Barralcool MT 9.804 6.000 450 R$ 1.046.250 2,3250R$ 0,1%
Bianchini RS 54.000 40.000 25.000 R$ 52.801.090 2,1120R$ 4,8%
Binatural GO 27.000 16.000 13.000 R$ 28.779.500 2,2138R$ 2,5%
Bio Óleo MT 9.000 2.000 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
Bio Vida MT 1.080 1.080 540 R$ 1.020.600 1,8900R$ 0,1%
Biocamp MT 18.000 18.000 12.490 R$ 27.104.300 2,1701R$ 2,4%
Biocar MS 1.800 1.700 1.700 R$ 4.099.250 2,4113R$ 0,3%
Biopar MT MT 6.000 4.000 1.180 R$ 2.619.600 2,2200R$ 0,2%
Biotins TO 4.860 2.700 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
Bioverde SP 30.196 1.000 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
BSBios/Petrobras PR PR 21.180 21.180 21.180 R$ 47.223.000 2,2296R$ 4,1%
BSBios/Petrobras RS RS 26.640 26.640 26.640 R$ 58.348.265 2,1903R$ 5,1%
Bunge MT 24.827 24.827 16.827 R$ 34.616.575 2,0572R$ 3,3%
Camera ‐ Ijuí RS 39.000 33.500 31.000 R$ 65.471.140 2,1120R$ 6,0%
Caramuru Ipameri GO 37.500 25.000 25.000 R$ 56.078.500 2,2431R$ 4,8%
Caramuru São Simão GO 37.500 31.000 31.000 R$ 68.931.000 2,2236R$ 6,0%
Cargill MS 42.000 30.000 30.000 R$ 63.607.600 2,1203R$ 5,8%
Cesbra RJ 10.002 5.000 510 R$ 1.295.400 2,5400R$ 0,1%
Cooperbio MT 27.600 20.000 1.860 R$ 4.082.700 2,1950R$ 0,4%
Cooperfeliz MT 400 400 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
Delta MS 18.000 12.000 240 R$ 565.200 2,3550R$ 0,0%
Fertibom SP 19.998 3.000 2.000 R$ 4.950.000 2,4750R$ 0,4%
Fiagril MT 33.780 30.000 16.297 R$ 35.497.450 2,1782R$ 3,2%
Granol GO GO 61.980 42.000 42.000 R$ 93.390.100 2,2236R$ 8,1%
Granol RS RS 56.000 42.000 35.875 R$ 78.207.500 2,1800R$ 6,9%
Granol TO TO 21.600 17.000 13.995 R$ 32.208.450 2,3014R$ 2,7%
Grupal MT 7.200 5.000 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
JBS SP SP 33.614 22.600 22.600 R$ 48.878.000 2,1627R$ 4,4%
Minerva GO 2.700 2.700 60 R$ 142.200 2,3700R$ 0,0%
Oleoplan RS 63.000 50.000 14.060 R$ 30.829.700 2,1927R$ 2,7%
Olfar RS 36.000 27.000 680 R$ 1.509.600 2,2200R$ 0,1%
Orlândia SP 9.000 9.000 9.000 R$ 20.700.023 2,3000R$ 1,7%
Petrobras BA BA 36.205 31.000 31.000 R$ 74.288.650 2,3964R$ 6,0%
Petrobras CE CE 18.103 17.000 17.000 R$ 40.930.575 2,4077R$ 3,3%
Petrobras MG MG 25.364 18.000 18.000 R$ 41.154.600 2,2864R$ 3,5%
SP Bio SP 4.173 4.173 4.173 R$ 9.703.558 2,3253R$ 0,8%
Transp. Caibiense MT 6.000 2.000 0 R$ ‐ ‐R$ 0,0%
V‐Biodiesel BA 21.600 18.000 10.000 R$ 23.831.985 2,3832R$ 1,9%
TOTAL 1.120.592 716.500 517.357 R$ 1.145.204.536 2,2136R$ 100,0%
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BIODIESEL
Biodiesel: Produção e Capacidade Produtiva Mensais
Dados preliminares com base nas entregas dos leilões promovidos pela ANP mostram que a produção estimada em janeiro de 2013 foi de 228 mil m³. Um acréscimo de 4% em relação ao mesmo período de 2012 (193 mil m³).
A capacidade instalada, em janeiro de 2013, ficou em 6.724 mil m³/ano (560 mil m³/mês). Dessa capacidade, 90% é referente às empresas detentoras do Selo Combustível Social. O número de unidades detentoras do Selo Combustível Social em janeiro foi de 40.
Biodiesel: Atos Normativos e Autorizações de Produtores
Atos Normativos Aviso de Homologação do Pregão Eletrônico ANP nº 2/2013 ‐ Biodiesel para o 2º bimestre 2013 . Avisos de Licitações do Leilão Público ANP nº 14/2013 ‐ Biodiesel para o 3º bimestre 2013.
Produtores Autorizações de Operação nos 166/2103 (Biofuga – RS, capacidade de 300 m³/d) e 185/2103
(Potencia – PR, capacidade de 477 m³/d); Autorização de Ampliação nº 167/2103 (Biofuga – RS, sem alteração de capacidade); Ato Declaratório da RFB do delegado de Uberaba ‐ MG no 15/2013 (cancelamento do Registro
Especial na RFB da B100 ‐ Araxá Bio Brasil ‐ MG);
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Biodiesel: Localização das Unidades Produtoras
Biodiesel: Preços e Margens
O gráfico a seguir apresenta a evolução de preços de biodiesel (B100) e de diesel no produtor, na mesma base de comparação (com PIS/COFINS e CIDE, sem ICMS). Os demais gráficos mostram os preços de venda da mistura obrigatória ao consumidor e ao posto revendedor final. Mostra‐se, também, o comportamento das margens de revenda.
Região nº usinas Capacidade Instalada
mil m3/ano %
N 4 202 3%
NE 6 741 11%
CO 27 3.073 46%
SE 11 890 13%
S 8 1.818 27%
Total 56 6.724 100% OBS: contempla apenas usinas com Autorização de Comercialização na ANP e Registro Especial na RFB/MF. Posição em 31/01/2013.
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No mês de janeiro, o preço médio de venda da mistura B5 ao consumidor apresentou uma acréscimo de 0,2% na média nacional em relação ao mês anterior. No preço intermediário (venda pelas distribuidoras aos postos revendedores), houve um decréscimo de 0,1%.
A margem bruta de revenda da mistura B5, por sua vez, apresentou um acréscimo de 2,6%. É importante lembrar que esta margem é calculada pela diferença entre o preço de venda ao consumidor final e o preço de aquisição do produto pelo posto revendedor. Representa, em tese, a lucratividade bruta do posto revendedor por cada litro de combustível comercializado.
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Biodiesel: Entregas nos Leilões e Demanda Estimada
O gráfico a seguir apresenta as entregas nos leilões promovidos pela ANP e nos leilões de estoque para atender a demanda obrigatória de B5.
O desempenho médio das entregas nos leilões públicos promovidos pela ANP é mostrado no gráfico a seguir. Contratualmente, a faixa de variação das entregas permitida é entre 90% e 110% na média trimestral. Em outubro, a performance ficou em 90% .
Biodiesel: Preços das Matérias‐Primas
O gráfico abaixo apresenta a evolução do preço da soja em grão no Paraná, Bahia e Mato Grosso.
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Na continuação, apresentamos as séries históricas do preço do óleo de soja em São Paulo, em Rosário (Argentina) e na Bolsa de Chicago (Estados Unidos), estas últimas convertidas para Real (R$) por litro.
No gráfico a seguir, apresentamos as cotações internacionais de outras matérias‐primas utilizadas na produção de biodiesel. Posteriormente, apresentamos as cotações do sebo bovino.
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No próximo gráfico, é mostrada a variação acumulada do óleo e do grão de soja.
No gráfico a seguir, apresentamos as cotações dos preços de exportação e importação brasileiras de matérias‐primas que podem ser utilizadas na produção de biodiesel. Na sequência, apresentamos uma comparação entre os preços do óleo de soja em São Paulo e os preços do óleo de soja nas exportações brasileiras.
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O gráfico abaixo apresenta a evolução de preços do biodiesel nos leilões promovidos pela ANP, comparados a outras commodities. Todos os valores foram convertidos para uma mesma base (US$/BBL), sem tributos.
As cotações de insumos alcoólicos utilizados na produção de biodiesel são apresentadas na continuação.
Biodiesel: Participação das Matérias‐Primas
Os gráficos a seguir apresentam a evolução mensal e anual da participação das matérias‐primas utilizadas na produção de biodiesel. No mês de dezembro de 2012, a participação das três principais matérias‐primas foi: 70,5% (soja), 19,6% (gordura bovina) e 5,7% (algodão).
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Nos gráficos a seguir, apresentamos a participação das principais matérias‐primas utilizadas na produção de biodiesel para cada região do Brasil. Observa‐se que o óleo de soja é a principal matéria‐prima em todas as regiões, seguido da gordura bovina e do óleo de algodão. Na região Nordeste o óleo de algodão, em alguns meses, foi a segunda principal matéria‐prima. Nas regiões Norte e Sudeste a gordura bovina, em alguns meses, foi a principal matéria‐prima.
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Biodiesel: Distribuição Regional da Produção
A produção regional, em dezembro de 2012, apresentou a seguinte distribuição: 44,7% (Centro‐Oeste), 31,9% (Sul), 10,3% (Sudeste), 12,7% (Nordeste) e 0,4% (Norte).
Biodiesel: Não Conformidades no Óleo Diesel (B5)
A ANP analisou 7.449 amostras da mistura B5 comercializada no mês de janeiro. O teor de biodiesel fora das especificações representou 21,3% do total de não conformidades identificadas.
Biodiesel: Consumo em Países Selecionados
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ETANOL Etanol: Produção e Consumo Mensais
A moagem de cana‐de‐açúcar no acumulado da safra 2012/13, até a posição de 01/12/2012, totalizou 580 milhões de toneladas. O mês de janeiro somou 8 milhões de toneladas de produção, segundo o MAPA. A região nordeste foi responsável por praticamente 100% da moagem do período, com 8 milhões de toneladas de cana moídas.
A produção de etanol no mês de dezembro foi de 0,32 bilhões de litros de etanol, sendo 50% desse volume referente a etanol anidro e a outra metade referente a etanol hidratado. Se comparada à produção do mesmo período do ano passado, pode‐se afimar que a produção permaneceu estável, somando 0,32 bilhões de litros de etanol carburante produzidos.
A respeito do consumo para fins carburante, o mês de janeiro apresentou um volume consumido total de 1,87 bilhões de litros de etanol, sendo que 1,1 bilhão de litros foi de etanol hidratado e 0,7 bilhões de litros de anidro . No mês de janeiro, o consumo de etanol anidro foi 13,0% maior do que em dezembro. O consumo de etanol hidratado aumentou 12% em relação ao mês de dezembro.
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Etanol: Atos Normativos
Atos Normativos Resolução CIMA Nº 1 de 28/02/2013, que dispõe sobre a alteração do percentual de mistura de etanol
na gasolina para 25% a partir de 1º de maio de 2013.
Etanol: Exportações e Importações
Em janeiro, as exportações brasileiras de etanol apresentaram uma diminuição de 88% em relação ao mês anterior, somando 350 milhões de litros, contra 3,1 bilhões de litros em dezembro de 2012. Esse resultado é compatível com o início do período de entressafra, que vai de janeiro a abril. Cerca de 56,0% das exportações em janeiro tiveram como destino os Estados Unidos de forma direta.
O preço médio (FOB), em janeiro, subiu 4,0%, para US$ 0,65/litro, com relação ao preço registrado no mês anterior, US$ 0,63/litro. Se comparado ao mesmo período de 2012, o preço médio (FOB), por litro caiu 20%.
As importações brasileiras de etanol, em janeiro, somaram 14,3 milhões de litro. O preço médio (FOB) dessas importações foi de US$ 0,68/litro. A principal origem das importações brasileiras foram os Estados Unidos, com um volume de aproximadamente 11,4 milhões de litros.
Etanol: Frota Flex‐Fuel
O número de licenciamentos de veículos leves em janeiro de 2012 foi de 297 mil, apresentando um aumento de 18,0% em relação a janeiro de 2012 e uma diminuição de 14% em relação ao mês anterior. Desse total, os carros flex‐fuel representaram 88,4%. Em 2013, a ANFAVEA passará a contabilizar e número de veículos elétricos e híbridos, que somaram 45 licenciamentos em janeiro.
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Etanol: Preços da Cana‐de‐Açúcar
Etanol: Preços
Em janeiro, o preço médio do etanol hidratado teve um aumento de 1,3% em relação ao mês anterior, R$ 1,14/litro no produtor, enquanto que o anidro manteve‐se no patamar dos R$ 1,33/litro no produtor.
Comparando aos preços de janeiro de 2013 com preços do mesmo período ano anterior, o anidro está 5% maior e hidratado está 2% menor. Destaca‐se que o acompanhamento dos preços semanais realizados pela ESALQ referem‐se aos preços praticados no mercado spot, ou seja, não captura os preços praticados no contratos.
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Etanol: Margens de Comercialização
Etanol: Paridade de Preços – Média Mensal
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Etanol: Paridade de Preço – Semana de 03.02.2013 a 09.02.2013
A paridade de preços no varejo, em nível nacional, na primeira semana de fevereiro de 2012, esteve levemente superior aos 70% (valor que torna o consumo de hidratado mais vantajoso do ponto de vista econômico em relação à gasolina). Destaque para as cidades de Cuiabá, São Paulo e Goiânia que tiveram paridade inferior a 70%. As cidades de Vitória, Belém, Teresina e Boa Vista tiveram as maiores paridades, próximas de 90%.
Etanol: Preços do Açúcar e do Petróleo em Relação ao Etanol
Em janeiro, o preço médio do açúcar foi de US$ 414,61/ton (redução de 4,7% em relação ao mês anterior e retração de 22% em relação a janeiro de 2012). O preço do petróleo tipo Brent foi de US$ 113/barril (aumento de 3% em relação ao mês anterior).
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Etanol: Não Conformidades na Gasolina C
A ANP analisou 8.158 amostras de gasolina C no mês de janeiro. A não conformidade (NC) teor de etanol, correspondeu a 39,1% do total das não conformidades.
Etanol: Não Conformidades no Etanol Hidratado
A ANP analisou 3.953 amostras de etanol hidratado no mês de janeiro, das quais 67 apresentaram não conformidades. A maioria das não conformidades se refere à Soma de Massa Específica/Teor de Álcool.
Etanol: Consumo em Países Selecionados
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Biocombustíveis: Variação de Matérias‐Primas em Comparação à do IPCA
O gráfico a seguir mostra a variação acumulada da principais matérias‐primas de biocombustíveis usadas no Brasil (cana‐de‐açúcar e óleo de soja) em comparação com o Petróleo tipo Brent e o índice de inflação dado pelo IPCA.
Biocombustíveis: Números do Setor em 2011 e 2012
NÚMEROS DO SETOR DE BIOCOMBUSTÍVEIS (2011 e 2012)
Etanol Biodiesel
2011 2012 2011 2012
Produção (safras 2011/12 e 2012/13 – milhões de m³) 22,8 n.d. n.a. n.a.
Produção (ano civil – milhões de m³) 22,9 23,5 2,7 2,7
Consumo combustível (milhões de m³) 20,6 19,0 2,7 2,7
Exportações (milhões de m³) 1,96 3,1 ‐ ‐
Importações (milhões de m³) 1,15 0,5 ‐ ‐
Preço médio no produtor – EH e B100(1) (R$/L) 1,21 1,12 2,21 2,41
Preço médio no distribuidor – EH(2) e B5(2) (R$/L) 1,93 1,94 1,77 1,86
Preço médio no consumidor final – EH(2) e B5(2) (R$/L) 2,19 2,21 2,01 2,09
Capacidade de produção instalada nominal (milhões de m³) n.d. n.d. 6,0 6,9 (1) Inclui os tributos federais. (2) Com todos os tributos. Ressalva do Editor A reprodução de textos, figuras e informações deste Boletim não é permitida para fins comerciais. Para outros usos, a reprodução é permitida, desde que citada a fonte.
Distr ibuição do Boletim A distribuição do Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis é feita gratuitamente por e‐mail. Aqueles interessados em receber mensalmente essa publicação, favor solicitar cadastramento na lista de distribuição, mediante envio de mensagem para o endereço [email protected]. O Boletim também está disponível para download no sítio http://www.mme.gov.br/spg/menu/publicacoes.html
Equipe do Departamento de Combustíveis Renováveis Ricardo de Gusmão Dornelles (Diretor), Poliana Ferreira de Souza, Diego Oliveira Faria, Henrique Soares Vieira Magalhães, Luciano Costa de Carvalho, Marlon Arraes Jardim Leal, Paulo Roberto M. F. Costa, Raphael Ehlers dos Santos e Ricardo Borges Gomide.