De profundis
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De profundis
Autor: Oscar Wilde
Sobre a obra:
Enquanto ganhava reconhecimento literário, Wilde se envolveu com o jovem Lord Alfred
Douglas, a quem ele chamava Bosie. O pai de Alfred, o marquês de Queens berry, soube do
envolvimento amoroso e enviou ao escritor irlandês uma correspondência atacando a
homossexualidade do autor. Em resposta, Wilde processou o marquês por difamação, mas a
decisão acabou sendo um tiro no próprio pé – os advogados do marquês apresentaram provas
da homossexualidade (considerada crime à época) de Wilde, não apenas se livrando da
acusação de difamação, mas provocando a prisão do escritor por “indecência grave”.
No dia 25 de maio de 1895, Wilde foi considerado culpado e sentenciado a alguns anos de
prisão. Isolado da sociedade, Wilde manteve-se ocupado escrevendo. Um de seus trabalhos foi
a carta que viria a ser chamada “De Profundis” e que foi publicada cinco anos após sua morte.
O título significa “das profundezas” e faz referência ao salmo 130, da Bíblia, no qual a
expressão é usada como metáfora de uma terrível angústia e, segundo alguns críticos, da
morte.
O texto dá conta das dificuldades sofridas por Wilde, que, enquanto discorre sobre os
tormentos que Bosie lhe trouxe, acaba revivendo certos episódios de sua relação.Cheio de
amargura, Wilde chama a atenção de seu provável amante para o desperdício que lhe trouxe
tanto financeira quanto artisticamente. Culpa-o pelo dinheiro esbanjado e por sua própria
produção literária escassa. A disparidade com que o autor vê a sua vida e a de seu antigo
companheiro é flagrante: "Você tem caminhado livre entre as flores. De mim o belo mundo de
cor e movimento foi usurpado".
Wilde também comenta a natureza humana e a sociedade, na qual seu status foi deteriorado
após a prisão. De fato, quando termina o período de encarceramento, ele se exila na França e
passa a viver na casa de amigos e em hotéis baratos. Sua produção literária nessa época é
mínima, e a escassez permeia toda a sua vida – Wilde estava falido e emocionalmente
esgotado, além de ter a saúde debilitada. Wilde nunca enviou a carta para Bosie, que a leu
pela primeira vez quando ela foi publicada.
De profundis é uma obra menos estudada que os clássicos do autor, como O retrato de Dorian
Gray e a peça A importância de ser prudente. A edição da Tordesilhas tem posfácio de Munira
H. Mutran, professora da Universidade de São Paulo (USP) e fundadora da Associação
Brasileira de Estudos Irlandeses(ABEI). Munira é amplamente reconhecida por sua contribuição
ao estudo da literatura irlandesa.
SOBRE O AUTOR
Oscar Wilde nasceu em 1854, em Dublin, Irlanda. Filho de um médico e de uma poetisa, foi um
aluno brilhante, de excelência acadêmica. Morava em Londres quando publicou seu primeiro
livro, Poems, em 1881, estabelecendo-se como um escritor em ascenção. Após a faculdade,
começou a se encontrar com escritores renomados, como Walt Whitman, e a proferir
palestras, nas quais propunha que, na arte, a estética deveria se sobrepor a ideologias sociais
ou políticas. Em 1884 casou-se com uma rica inglesa chamada Clarence Lloyd, com quem teve
dois filhos. Foi editor de uma revista feminina e continuou a escrever, publicando poemas,
peças, romances e ensaios. Entre suas obras ilustres estão o romance O retrato de Dorian Gray
e a peça A importância de ser prudente. Wilde foi preso foi “indecência grave” após um
envolvimento homossexual, e o encarceramento consumiu sua saúde. Já liberto, morreu de
meningite em 1900, na França.
Editora: Tordesilhinhas
Nº de páginas: 208
Preço: R$ 32,50
Contato: [email protected]