DEFEITOS PUNTIFORMES EM CRISTAIS DE NaCI: NaF :M++ · Wo' tempo~ Em nosso sistema wl e w2 são...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FíSICA E QUíMICA DE SÃO CARlOS DEPARTAMENTO DE FíSICA E CIÊNCIA DOS MATERIAS DEFEITOS PUNTIFORMES EM CRISTAIS DE NaCI: NaF : M++ Dulcina M. G. Pinatti Tese apresentada ao Departamento de Física· e Ciência dos Materiais para obtenção do título de Mestre em Física.

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FíSICA E QUíMICA DE SÃO CARlOS

DEPARTAMENTO DE FíSICA E CIÊNCIA DOS MATERIAS

DEFEITOS PUNTIFORMES EM

CRISTAIS DE NaCI: NaF :M++

Dulcina M. G. Pinatti

Tese apresentada ao Departamento deFísica· e Ciência dos Materiais paraobtenção do título de Mestre em Física.

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FíSICA E QUíMICA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE FíSICA E CIÊNCIA DOS MATERIAS

DEFEITOS PUNTIFORMES EM

CRISTAIS DE NaCI: NaF : M++

Dulcina M. G. Pinatti

Tese apresentada ao Departamento deFísica e Ciência dos Materiais paraobtenção do titulo de Mestre em Flsica.

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I

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Milton Ferreira de Souza pela valiosa orient~

çao, constante apoio e incentivo que foram fundamentais na reali

zação desse trabalho.

Aos Professores Maximo Siu Li e Sergio Carlos Zilio pela

indispensável colaboração na parte experimental e nas discussões.

Ao Professor José Pedro Andreeta pelo bom funcionamento do

Laboratório de Crescimento de Cristais.

Ao Heraldo Gallo pela valiosa ajuda na análise química dos

cr i S'tat:s •Ao Ser. Domingos Aielo pela boa vontade com que colaborou

nas medidas experimentai s.

AO Sr. João Frigo pelo crescimento de cristais.

A tc>tioaos amigos do Departamento de F!sica peloambiente de trabalho.

ótino

Enfim, a todos que direta, ou indiretamente,

para a realização desse trabalho .

colaboraram

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RESUMO

Neste trabalho estudamos defeitos pontuais em cristais

de NaC~ + NaF contendo diversos íons divalentes e em especial o

0# b++l.on P .

As técnicas usadas foram as de I.T.C. e absorção ótica.

Identificamos três novos defeitos e novos agregados de Pb++.

Um modelo ml.croscópico para os defeitos observados e pr~

posto. Dois dos novos picos de I.T.C. são identificados como rela

xação do mesmo defeito constítuido do íon divalente e um íon p em

sua proximidade.

Pela primeira vez observou-se a conversão da relaxação

dielétrica de um íon divalente isolado para a de uma posição per­

turbada. Os !ons P- funcionam como armadilhas eficientes para a

difusão do íon Pb++. O efeito do raio iônico sobre a relaxação

desses defeitos foi observado e discutido.

Atribuiu-se tentativamente a um par de vacâncias ao pico

de I.T.C. de mais baixa temperatura .

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IIr

ABSTRACT

This work report resul ts on the study of point. defecL::

in Nacl ~ NaF slngle crystals doped with several divalent ions ard

, h ~ t .. f b++ ~Wlt more ae al~S or P lons.

I.T.C. and u.v. spectroscopy were the used techniq~es.

'rhree new relaxation peaks were found as well as large aggregates

f b++ d .o P an F lons.

A microscopic model for the observed defects is proposed.

Two of the new I.T.C. peaks called B and C, are identified as oi-

eletrics relaxation of one defect - its transverse and the longi-

tudinal relaxatian modes. This defect is made af ane divalent ion

one F anion as its close neighbor and one vacancy.

For the first time it was observed the conversion af a

Pb++ ion fram a normal to a perturbed lattice site. The F anions

are efficient traps for divalent ion diffusion.

The effect of divalent ion radius on the dieletric rela-

xation of these perturbed defects was observed and discussed.

The lower temperature peak is tentatively attributed to

relaxation of a divacancy - a pair of positive and negative vacan~i

bound together .

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RESUMO •••••• ., •.•••••••.•••••••• a_ ••••••••••.•••••••••••••••••••••

........................................•.....•........

INDICE

AG RAD EC lMENTOS ••.•••••••••••.•••••••••••••• ~ •••••••••••••••••••

ABSTRACT •• ;•• ,•••••••••••••••••••••• -•• -••••••••.••••••••••••••.•••

INTRODUÇÃO

CAPiTULO I - PROPRIEDADES OOS IONS DIVALENTES NA REDE DE NACt

a) ~onsider_ações Gerais ...........•.••.•••..••...•. ' .•.......b) O lon Divalente na Matriz de NaC! ••.•.•••••••••...•••.

c) A Rêorientação do Dipolo I-V no Campo Elétrico •••...••.

d) Relaxação Anelástica do Dipolo I-V ....••••••.•.••••.•.

e) Ressonância Paramagnética de Elétrons - Mn++ em NaC! e

KCl. ••••••••••.••••• _•••••••••••••.•••••.••••••••••••••••.•••

CAPITULO II - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ••••.••••••••••••••••.

a) Preparação da .A1nostra •••••.•.••.••.••.•••••.•••.••••••••.••.•••.•

b) Procedimento da Medida •••.•••.•••••••••••••••••••••.•••

c) Resultado da Análi se Qulmica •.••••••••••••••••••••..•.•

d) Análise das Curvas de I.T.C .•••.••••••••••••••••••••••

CAPITULO rII - RESULTADOS EXPERIMENTAIS ••••••••••••••••••••••

1) Cristais Impurificados com Pb++ ••••••••••••••••••••••..

2) Processo de Agregaçao •.••••••••••••••••••••••••••••••••

3) Outros Ions Divalentes •.•.•••.•••.•••••••••••••••••••••

CAPITULO IV - RESULTADOS TEORICOS:E DISCUSSXO ••••••••••••••••

a) Modelo Microscópico para os Picos B e C •••••.•••••••.••

b) Modelo Tentativo para o PicoD ..•••••••••••••••••••.•••

c) Os Agregados de Maior Complexidade .•••••..•••••••.••.••

CAP!TULO V - CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...•..••••..••••••.••...••

REFERtNC IAS •••••••••.•••••••••••••.••••••••••••••••••••• ~ •••••

IV

I11II! 14

46915

1820202222242525293155

..55

69727476

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1

INTRODUÇÃO

o estudo àe defeitos em sólidos ionicos vem se desenvol-

vendo há várias décadas. Entre os defeitos mais estudados estão

~. ~ +++ 1aqueles causados por 10ns al10valentes: 10ns M nos f uoretos de

alcalinos terrosos e os íons M++ nos halogenetos alcalinos. A in-

trodução desses íons nos halogenetos alcalinos leva à formação de

dipolos elétricos e elásticos, vacâncias isoladas, aglomeradas (di

meros, trimeros,'étc.) eao aparecimento de novas fases como

(MCt2) (Nael) no Nael conhecidas como fase Suzuki. Entre osx y

íons divalentes estudados estão todos os alcalinos terrosos, desde

++ . ++ ++ ++ ++o Be ao Ba , ed .,Pb , Sn ,

++ ++ ++Eu , Srn , Mn ,

++ ++Zn . , Co • Os

cristais mais estudados são o Naet e Ret.

Neste trabalho abordamos problemas relacionados com os

cristais acima usando técnica de relaxação dipolar e absorção óti-

ca, o que nos permitiu estudar a presença de defeitos, seus pro-

cessos de agregaçãc, a cin~tica microscópica de reorientação e

algumas observações sobre os processos de difusão.

Nossa motivação inicial surgiu ao tentarmos melhor enten

der o processo inicial de agregação àos dipolos forma~os pelo...~on

divalente e ~ vacância que lhe está associada. Esse processe de

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2

associação tem sido motivo de bastante discussão ultimamente. Ap~

rentemente agregados de mais do que dois desses dipolos tem momen-

to dipolar nulo o que impossibilita a distinção entre os seus di-

versos graus de associação. A presença de um anionte de

raio ionico na formação desses complexos poderia contribuir

essa distinção.

menor

para

Portanto, os cristais que iniciamos estudar foram os de

NaCl contendc (no sal fundido) 2% de NaP e íons divalentes. Entre

os diversos íons divalentes escolhemos o Pb++ pois este apresenta

uma banda de absorção ótica no u.v.

Os problemas que surgiram nesse estudo fizeram com que

mudassemos nosso objetivo inicial e este trabalho passou a abordar

o seguinte:

a) Descrição de 3 novos picos de relaxação

observados em nossos cristais.

dielétrica

b) Os processos microscópicos que explicam dois dos no-

vos processos de relaxação a baixa temperatura.

c) Explicação tentativa do pico de mais baixa temperatu-

ra.

-- ~ ++d) Processos de agregaçao do lon Pb com o anion P e o

espectro de absorção ótica.

e) Processo de precipitação em NaCi~ P- e KCl: P-.

OS RESGLTADOS QUE OBTIVEMOS NOS PERMITIRAM CONCLUIR O

SEGUINTE:

•1- A presença do íon F como vizinho do íon divalente per-

Inite distinguiros diversos processosmicroscápicosde frequênciaw I ú..'3 e w 1.o 4

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Em cristais puros de NaCi dopados com lons divalentes o único pico

de I.T.C.é composto pela associação de

d 1· .- 1 1 d d.e :.1;$ ~açao -r- e -À-- a os por:1 2

Wo' tempo~

Em nosso sistema wl e w2 são distinguiveis na aproximação: Wo > Wj

e w4•

2- O pico de mais baixa temperatura é possivelmente devi~

do a reorientação de um par de vacâncias de.sinal oposto.

3- O tratamento térmico mostra que preferencialmente os

H.· iIons de Pb se agregam de forma irrevers vel (na temperatura aln~.,- .' , .-

biente) aos 10ns de F mantendo o momento dipolar eletrico.

4- Que os Ions de Pb++ formam agregados com banda de ab~-

sorçao ótica característica no u.v. indicando a pre.sença simultâ-:

nea de íons F-. Como tais agregados se formam somente por aqueci~

mentos acima de 50 °c concluimos que nessas condições o Pb++ e F-

difundem simultaneamente na rede de modo a formar uma nova

que tanto poderá ser PbF2 como umeutético de PbF2 e NaCi.

enfoque encontra suporte nos resultados obtidos em KCi.

fas~

Es~e

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CAPíTULO 1

PROPRIEDADES DOS tONS DIVALENTES NA REDE DE NACt

Neste capítulo iremos fazer um apanhado geral dos resul­

tados já publicados que são relevantes para nosso estudo.

Neste trabalho estudamos a relaxação dielétrica de cris­

tais de NaCt dopados (no sal fundido) com 2% de NaF e 0,1% de íons

divalentes.

Através de resultados da relaxação dielétrica e das pro-

priedades óticas desses cristais pudemos concluir que urna parcela

apreciável dos íons divalentes acha-se associada a íons F-.

a) Considerações Gerais

As propriedades de cristais de NaCf puros e dopados com

grande variedade de impurezas são bem conhecidas.

Quando puros, os cristais de NaCI são isolantes elétri­

cos e transparentes à radiação eletromagnética num intervalo gran­

de do espectro (de 200 nm a 200 em-I). Acima de 200 nm a radiação

cria excitons (defeitos eletrônicos) e abaixo de 200 cm-l são exci

tados fonons próprios do cristal.

Aquecendo-se NaCl puro introduz-se defeitos de natureza

puramente termodinâmica sendo predominante as vacâncias de íons

positivos e as de íons negativos. Tais defeitos são conhecidos

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como defeitos schotky e s.ãogerados aos pares nos cristais

_5

puros

para que sua eletroneutralidade seja mantida. A criação de defei-

tos do t~po Frenkel, que consiste de uma vacância e um íon inters­

ticial, não é um processo ~ominante em NaCl.

A presença da vacância permite que os íons da rede -se

tornem móveis, isto é,há lugares disponíveis na~rede para onde os

íons positivos ou negativos podem saltar. Portanto diz-se q1.!e

essas vacâncias são móveis e que são os portadores quando se esta....

belece-uma corrente elétrica nesses cristais. Porém, a

elétrica é praticamente devido a mobilidade dos íons

condução

positivos

apesar da existência dos dois tipos de vacâncias. Portanto NaCl~é

essencialmente um condutor cationico de baixa condutividade (inteE

valoentre banda de condução e banda de valencia é de 6.0 ev)(l)em

contraste com os condutores superionicos como o Li3N, muito estu­

dado atualmente.

Condutividade é frequentemente medida por métodos a.c.

ou d.c. -Os resultados mais recentes de condutividade permitem c~­

nhecer os parâmetros das energias:de formação e mobilidade (2,3)•~

Infelizmente não é possível obter cristais de NaCl com-

pletamente puros. Cristais considerados "puros" podem conter dí-

versas impurezas com concentração de 1 ppm. A presença desses de­

feitos pode mudar as propriedades óticas e elétricas dos'cristais.

As propriedades óticas mudam, por exemplo, quando o defeito tem

massa ou propriedades eletrônicas diferentes das do íon da

Exemplos de defeitos com essas propriedades são: centro F,

rede.

S ++m -,

H ao b++ E ++ OH- . d dd ~ - .. -, , p , u, , etc. As proprl.ea es e conauçao l.onl.c.a

sao afetadas se há vacâncias na rede. Essas vacâncias aparecem

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como uma consequência da presença de impurezas aliovalentes++ ++ --

como Ca ,Pb ,S , C03 ' etc.

6

tais

As polarizabilidades elétrica e elástica podem ser alte-

radas pela presença de defeitos se os mesmos possuirem momentos

de dipolo elétrico e elástico como por exemplo Li+ (o qual ent~a

na rede substitucionalmente mas fora de centro), OR e o par

divalente-vacância.

.•.J.on

Para o estudo desses defeitos usa-se muitas técnicas sen

do as mais comuns absorção ótica, E.P.R., efeito Raman, relaxação

dielétrica e anelástica, efeito mecanico-ótico.

b) ° íon Divalente na Matriz de NaCl

Vamos dar ênfase ao íon divalente como impureza por se

tratar do defeito estudado nepte trabalho.

Quando íons divalentes M++, são introduzidos na rede,

ocupam posição substitucional, isto é, ocupam o lugar de um íon

de Na+. Para que seja mantida a neutralidade elétrica do cristal

- - ..•. + - .e necessarJ.oque um outro J.onde Na nao esteJa presente na rede

ficando no seu lugar uma vacância de íon positivo. Portanto um

cristal de NaCl impurificado com íon divalente M++ tem dois

de defeito: um íon M++ e uma vacância [±], como mostra a

abaixo.

tipos

figura

+

+

+ -+-+--- I I+

-I + I-+L_J++

-+-++

-+-+

Ilil••••·••••·1

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7

Como esses defeitos estão na rede, um em relação ao ou-

tro e de máxima importância para o nosso problema.

Em temperaturas elevadas uma grande porcentagem dessas

vacâncias movem-se livremente pelo cristal tornando-o mais condu-

tor. A fração livre depende da energia de ligação entre a vacan­

cia e o íon divalente. A energia de ligação é composta principal-

mente das componentes eletrostática e elástica. Nesse aspécto e

conveniente mencionar que os raios ionicos dos diversos íons envol

vidos afetam essa energia de ligação. A Figura 1 mostra como va-

[M++mJ

[M++Jp =:

FIGURA 1

do íon divalente. Gl e a

energia de Gibbs de asso-

ciação.

As curvas I, II e III cor-

-4 -3respondem a 10 ,10 e

-210 molar respectivamente

o

t 0.6

ria o grau de associação p com a temperatura para esses dois defei

tos (1). O grau de associação p é definido por:

Na temperatura ambiente praticamente todas as vacâncias

acham-se associadas aos respectivos 10ns divalentes e e nesse sen~

tido que iremos estudar esse par de defeitos. No estado associado

portanto ternos um novo defeito chamado defeito impureza--vacância

(I-V) mostrados na Figura 2.

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+°t

+

-a+

+

+

+

+

+

8

FIGURA 2 - As duas posições de estado ligado para uma vacância na

rede de NaC{ impurificado com íon divalente.

metro de rede.

a e o para-

S~o considerados estados associados somente os mostrados

na Figura 2, isto é, aqueles em que a vacância está numa das se~

guintes posições:

1) a uma distância a/2 do íon divalente chamada posiçao

n.n. Há 12 dessas posições no NaCt.

2)a uma distância2a do íon divalente chamada~

posiçao

n.n.n.

Há6dessas posiçoesno NaC{.

3)

a uma distância av~ doíon divalente chamadaposiçao

n.n.n.

Há24dessas posições.

Esta última posiç~o só recentemente tem sido considerada

por P. Dansas(4). Os outros autores já a consideram um estado li-

vre da vacância.

Nes te trabalho iremos cons iderar somente as posições n.n. e

:l.n.n.Nessas fX)slçÕesda vacâ-l'1ciao defeito I-V tem o rrodulodo rromentodipo-

lar elétrico dado rúr p = ea/:2 e p = 2eann nnn respectivamente. Além

~o dipolo elétrico esse defeito tem momento de dipolo elástico de

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simetria-ortorrombica llOquando na configuração n.n. é

tetragonal quando. na configuração' n.n.n.

A .imetria~o dipolo elãstIco pode ier estudada

técnica de atr~to interno( 5,6j •.

c) A Reorientação do Dipolo I-V no Campo Elétrico

9

simetria

Considerando que a vacância pode estar somente em posi­

çoes n.n. e n.n~n. o dipolo I-V pode mudar sua orientação através•

das seguintes transições n.n. ~ n.n. com frequência de salto ~r'n.n.n. ~ n.n. com frequência de salto w3' n.n. ~ n.n.n. com

quênciade salto w4' e troca direta entre o íon divalente a

vacância na posição n.n., a qual chamamos de transição n.n.

com frequência de salto w2'

fre-

Os valores da frequência de salto dependem da matriz -e

do íon divalente, porém em todos os casos são processos termicamen

te ativados. Isto significa que, para esses íons mudarem de posi-

ção precisam vencer uma barreira qe potencial de altura H sendo

w sua frequência de tentativa como mostra a Figura 3. w é _dao o

mesma ordem da frequência dos fonons óticos do cristal.

c.vo

V

FIGURA 3 •

O processo de troca de posição de íon é totalmente clás-

sico e dado por:

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10

W = w exp (-H/KT)o

conhecido como processo de Arrhenius.

Numa aproximação grosseira ao problema das frequências

tomemos'o seguinte exemplo: um cristal de NaCt impurificado com

++ ...Ca .. Nesse caso podemos dizer que, na temperatura ambiente a va-

cinoii se movimenta ao redor do íon divalente rapidamente enquanto

este permanece em reI>0uso, isto é, wl' w3 e w4 são muito maiores

que wZ. POderiamos pensar que a vacância "gira" ao redor do íon

div.lente e que o íon divalente salta na vacância com baixa fre­

quência. Tal imagem desse sistema foi obtida comI>arando-se resul­

tados -de medida de difusão do íon divalente e de perda dielétrica.

A.difusão que é essencialmente dominada pela frequéncia w2' apre­

senta :.energia de ativação medidaexper imentalmente de 0,96 ev (7) •

Esse valor é muito maior do que os valores de energia de ativação

(0,6 ev) obtidos por perda dielétrica a qual mede essencialmente a-

rotação da vacância, isto é, wl' w30u w4•

Como já mencionamos anteriormente o complexo I-V se re-

- - J, _

orien~a sob a açao de um campo elastico uniaxial ou sob a açao de

um campo elétrico. Vamos primeiro analisar o caso de reorientação

sob a_ação de um campo elétrico.

Antes de passarmos às equações que regulam esse processo

podemos entender o que ocorre considerando por exemplo as 12 posi­

ções n.n. as quais tem mesma probabilidade de ocupaçio antes da

aplicação do campo elétrico. Na Figura 4 temos representados quatro•

planos do cristal com as doze posições equivalentes e com o íon

divalente na or1gem.

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plano a

•_ . .,...J:. .

plano b

FIGURA 4

plano c

E

11

Considerando que as 12 posiçoes n.n. podem ser represe~-

tadas por poços de energia de profundidade H , depois da aplica-nn -

ção do campo teremos: no plano a as vacâncias terão energia H -E- -,- nn ea

no plano b terão energia H e no plano c H +E~ nn· - nn eaPortanto

aplicação do campo elétrico provoca urna redistribuição da popul~­

ção de vacâncias. No caso em análise essa redistribuição é peque-

na pois H »Eea, porem suficiente para dar os efeitos denndielétrica e I.T.C.

perda

o problema completo foi··estudado por Lidiard (8) que

controu expressões matemáticas para a dependência com o tempo

en-

d~s

concentrações de vacâncias nas posiçoes n.n. e n.n.n. em função do

campo elétrico aplicado a.c. ou d.c. e das frequências de pulo w1'

w2' w3 e w4, e fornecem soluções para essas equações para ocaso

do campo elétrico a.c. Para o caso do campo elétrico d~c. a solti­

ção foi dada por R.W. Dreyfus(9) e expressa a polarização P(t) e a

densidade de corrente j(t) da seguinte maneira:

-À t -À tP(t) = Pl(l-e 1) + P2(1-e 2)

(I)

onde Àl e À2 são as duas constantes de tempo necessárias para de~­

crever o processo de relaxação.

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onde:

j (t) =dP (t)dt

12

P =1422a e N:i..E

----------.--------- ')<,

(AÍ

(2 4, (' j)3RT +-",,' \ ';'1-' 2.u,,:- ....,

com-

4a2e2NiE----w4

3RT 12+,;)') (À1-Ã2)

r wI À (l+-±)L 1 W 3

-,I2(w+w4)!o .....l

C 4)

ÇS)

(-6 )

e Ni é a concentração de impurezas com vacâncias nas posições nõn.

e n.n.n.

Portanto, numa dada temperatura a corrente de polariza-

çao será composta de "duas correntes". Uma polarização rápida.cu-

ja constante de tempo será Àl e outra lenta cuja constante de tem­

po seráÀ2.

Se o campo elétrico aplicado for alternado haverá.

defasagem Ó entre a t~nsão aplicada e a corrente. Lidiard(8)

'9Dreyfus' ) discutiram esse problema e mostraram que:

uma

e

tgo = (7}

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que é simplesmente a soma de dois picos de Debye com tempos de re­

laxação A~l e \;1. Àl e ;2 só depend~~ da temperatura porque cada

w = w exp (-H/KT). Então, numa dada temperatura Àl e À~ sao conso ~

tantes.

o comporta.mento de orientação (e de desorientação) dlpo-

lar elétrica dos dipolos I-V pode, portanto, ser resumido da se-

guinte forma: dada as frequências wl' w2' w3 e w4' que sao os pa­

rametros que representam o movimento microscópico do defeito, ares

posta macroscópica é dada somente por duas combinações dessas fre­

quências:

t8 )

Portanto, corno as frequências w dependem da tempera tu-

ra, se mantivermos a temperatura constante a medida da perda dielé

trica s&ri dàda por uma Cornbinaçã~ de AI e A2. O mesmo ocorre com

as corrente. dê polarização e despolarização.

Quando uma medida de perda dielétrica ou de I.T.C. pode

dar informações sobre os fenômenos básicos, isto é, sobre wl' w2'

w3 e w4?

Os valores médios dessas frequências foram encontrados

S (10 , 11 ) N CO· • f . d M ++ t~. dpor ymrnons em a ~ lmpurl lca o por n por ecnlca .e

E.P.R.

12= 8,41xlO exp(-O,659(ev)/KT) (lú)

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14

12 -1w2 = 1,93xlO exp(-0,6pl(ev)/KT s

13w3 = 7,357xlO exp(-0,63l9(ev)/KT

14w4 = 1,059xlO exp(-0,67ll(ev)/KT

-1s

-1s

(lO)

. - ... (12) . de F. Cusso e F. Jaque' . mostraram recentemente, usan o as rela-

çoes {3), (4) e (10) que Pl/P2 < 5% no intervalo de 80 a 600 K, i~

to é, a polarização com constante de tempo >2 é dominante. O pico

de I.T.C. de tal sistema que satisfaz essa condição, quando anali.-

sado apresenta um comportamento normal, isto é, pode ser analisado

como sendo devido a um único processo de Arrhenius com lo=4,4~lO-14

sec e E = 0,624 eV, isto é:.,./

(11)

-1 13- T exp(-H/KT) = 2,27xlO exp(-0,624/KT)o

Portanto uma interpretação microscópica dos resultados

da análise de uma curva I.T.C. só pode ser

das seguintes condições ocorrerem:

feita se uma

- se mais do que um pico de I.T.C. ocorrer porque a de-

pendência de w com T distingue os diversos valores.

-se outra informação independente sobre os w puder' ser

obtida (relaxação anelãstica, por exemplo) .

- se o sistema físico estudado permite uma aval~ação teó

rica da relação entre os diversos w.

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1..­. .')

d) RelaxaX'âo Artelástica <10 Dipo10 I'-V

A técnica da n:..:.a.xação anelástlca consiste na meàiJ.a da.

perda de energia quando se aplica uma bensão mecanica no cristal:

No nosso caso esse €Íei to de perde, de.: energia será devido a preE-~'!':

ça do "dipolo elástico" do ptit' iI':lpure.zadivalente-vac~nci,a.

par se 6r~enta sob a açâc de um carr:pouEiaxi.:Ü Elást ico e ness2

proce$SO~ ~omo a resposta ndO ê instantânea, a orientaç&o do defe~

to fica atrasadá em re.l.açãoa tensãornecanica aplicada. Espêra-se

portanto que a relaxação anelástica sej -'1 similar a relaxação di.elé

trica com ? diferença de que o campo elástico irá produzir-

dife...,

rentes mod-os de relaxação, isto é, causará uma diferente repopula-:

çao das posições da vacância quando comparada com o caso elétric~

Uma diferença essencial reside no fato de ser o campo elástico um

campo tens:Orial possuindo o dipolo elástico 3 componentes princi'""-

. ')' (13)pals ial, ~2' a3

A obtenção de informação microscópica do defeito a par~

tir dos dados de relaxação anelástica depende de se poder resolver

as equaçõe~ que determinam as taxas de repopulação das diversa~

posições disponiveis para o defeito. Esse problema foi resolvido

por Dreyfus e Laibowitz para o caso de Ions divalentes em Naci(51~

. -

Para uma barra de cristal com seu eixo principal na dir~

çao 100 ou 111, a relaxação mecanica para tensões aplicadas ao ló~

go desse eixo são governadas pelos tempos de relaxação dados abai~

xo:

Tensão na Direção 100

Neste caso há 3 modos de relaxação Àl, À2 e À3 dados por

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r ~, ... LI- I (3;,' -2(;J +w )- L ~l 3 4

-,1/2+ 2ú..\3U'A:

16

(12)

Os modos .l e )'2 sao devidos a perturbação introduzida

pelo defeito nas constantes elisticas (511-812) e À3 nas cons~an­

tes\Sll+2S12)' 311e S12 são Constantes e1isticas do cristal cG--

bico como definidas na referência número 13.

Tensão na Direção ll!

Neste case os tempos de relaxação são dados por 2 modos

de relaxação (o terceiro é nulo) .

(13)

o modo )4 é devido à perturbação introduzida pelo defei­

to na constante elistica 844 e ÁS na constante (811+2812),

~ interessante notar que w2' a frequência de salto do

lon divalente na vacância não contribui para a relaxação anelisti-

ca. Isto é devido ao fato da tensão mecânica ser centro simétrica.

e portanto não distingue duas posições que diferem por 180°.

Portanto, medidas anelisticas com cristais orientados

nas direções 100 e 111 oferecem a oportunidade de medir quatro me-

dos de relaxação Àl, À 2' ),4 e

do uma combinação de wI'w3 e w4.

Temos então que a relaxação anelistica é um mé~odQ efi-

ciente para o estudo desses defeitos e que quando associado a téc-

nica de perda dielétrica fornece um resultado complete das

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17

propriedade9 micr6sê5picô.s do defel to .. Uma caracteristica impor-...•:..•...

tente da relaxaçàoarêlã~t.ica: e que pode ser usada para todos os

tons divalentes com oS quais nio se pode aplicar a t~dnica de

E.P.R.

POde-se medir experimentalmente a perda anelistica por

dois processos. Um deles ê pelo decrémento da amplitude de \-ibra-

çao para diversas tempet"'aturas de uma barra crista.lina corno funçào

do tempo após a retirada da excitação. O outro é da medida da am­

plitude de vibração da barra (em uma de suas frequências próprias)

em função da temperatura obtendo-se um pico de perda quando 9ra~i-

camas a amplitude de vibração como função da temperatura.

esse processo ~ simples ele é descrito. pela bem conhecida

de Debye:

Quando

função

tg6

onde: 6 = angulo de perda

= A[~ À J-l1 +-1\ (;)(14)

w = frequência de excitação

À = inverso do tempo de relaxação.

Os resultados mais importantes obtidos a partir de rela­

xaçao anelistica são devido a Dreyfus e Laibowitz(5) e são os se-

guintes:

a) diminuindo o raio da impureza hi um aumentó eITl

b) confirmou os resultados obtidos anteriormente por

(14) . (15) f - d ~.E.P.R. e teorlcamente de que a raçao e vacanClas que ocu

pam lugares n.n.n. aumentam quando o raio da impureza diminui como•mostra a tabela abaixo:

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~ac.t+CaC.e.2______ '_ ••••1 __ • -·' •• --.

E -Enn nnn O,044±O,006 eV

""1

II

fI1

--,N~C.e+MnCf2 !

O,02±O,Ol eV

18

e) Ressonânci.a Parama9nética de Elétrons - MnT+ em NaCt e KCt

o ion de Mn++, além das propriedades comuns a todos os

outros íons divaleiltes é também um íon paramagnético com seu espe~

tro de ressonância muito bem compreendido em diversas condições

de simetria cristalina. As razões acima levaram Watkins a estudar

o espectro de R.P.E. desse íon em LiCl, NaCf e KC.t(14) encontrando

os seguintes espectros: I, 11, 1111, 1112 e IV atribuidos ao íon

Mn++ . t d' -, nas seguln es con 1çoes:

d 4' ++I. agrega os de lons Mn

11. ion Mn++ isolado num siti.o cúbico

1111, Mn++ num sítio cúbico perturbado por urna vacância na posição

n.n.

1112, Mn++ corno em IIr1 porém com a vacância na posição n.n.~.

IV. atribuido a associação de um íon de Mn++ com outra impureza.

A intensidade relativa dos espectros 1111 en,

experimentalmente, ---'~-,é dado por:...

J"'2

rIr.,"-

medida

= 126 exp(E1 - E2';'KT

(15 )

onde os índices i e 2 correspondem ãs posições n.n. e n.n.:l, res-

pectivamente .

•Os valores encontrados por Watkins para temperatura de

25 °e estão resumidos na tabela abaixo.

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19

(El-E2) eVEl-E2(teórico)

nl/n2

(exp)(exp)

(p/sr++)

LiCi

7,4+0,034 -NaCi

7,4+0,034+0,02

KCi

0,65-0,029-0,11

Os experimentos de Watkins não permitiram a medida das

frequências de pulo w1' w3 e w4.

Medindo o espectro de R.P.E. variando a temperatura até

600 °c conseguiu-se seguir o processo de dissociação da vacância e

do íon diva1ente, isto é, a conversão dos espectros II11 e 1I12 no

espectro lI.

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20

CAPíTULO 11

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Preparação da Amostra

Foram crescidos cristais de NaCl e NaCl: 2% NaF (no sal

fundido) puros e dopados com lons divalentes - Ba++, Pb++,++

Eu ,

S ++ S ++r , n , C ++ Z ++ ++ d f' , t da , n e Mg ,sen o que o coe lClen e e segrega-

ção do íon de F- era de aproximadamente 10 e do lon divalente va-

riava de acordo com o raio iônico. Todos os cristais foram cres-

cidos pelo método de Czochralski em atmosfera de argonio após os

sais serem tratados em alto vácuo durante 12 horas. Os sais usa-

dos foram sempre da Merk P.A. Os cristais assim crescidos foram

clivados de maneira a se obter placas de espessura não maior que

- - 21 mm e com area nao menor que 1 cm . Tais amostras eram tratadas

a 720 °e no ar durante 10 minutos de modo a dissolver qualquer ti-

po de agregado. Em seguida as amostras eram rapidamente esfria-

das à temperatura ambiente sendo o tempo gasto para a temperatura

variar de 720 °e à temperatura ambiente não maior que 1 minuto.

Imediatamente após o resfriamento aplicava-se eletrodo

de prata coloidal nas faces de maior área da amostra as quais 2m

seguida eram colocadas no criostato (Figura 5) onde se efetuav:l.

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2111

, -

2'

103

, ,

"9

.,5,o

- --21- ~'

A"' ..I.~"i- I,

(

1!

.r-I

\ 21 ... ,

28U

1111

l'tO

11.8

~ L __

lziI •L

._~---4

~--- ..... ..,

FIOORA5 - Criostato usado para m=rlida de I. T.C. Medid8s an milimetros. A parteexterna é de 1a'tã:>e a anostra se localiza dentro de umenvólucro decobre. A isolação é mantida sarente no topo do criostato. A sus­

pmsão do envólucro e o ter.mi.nalde contacto são an aq::J inox. Ocriostato mantánvácuo de 10-6 rnnHg.

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22

-5vácuo de 10 mrnHg.

b) Resultados da Análise Química

o íon divalente foi analisado pelo método de absorção

atomica e o íon F através de eletrodo seletivo. A tabela abaixo

mostra o resultado da análise de alguns cristais.

I N9 doCristalConcentração no sal

Concentração no cristalfundido em %

em%

-M++

-M++P

F

489

(F- e Pb++)20,20,22 0,04

I 485

(P- e Pb++)20,080,13 0,02

544

(P- e ca++)20,20,42 0,10

o coeficiente de segregação é muito maior para os

de raio ionico muito diferente daquele da matriz isto é, do

íons

íon

Na+. O íon divalente que mais facilmente se incorpora é o Ca++ e

. d ~ ++o malS segrega o e o Ba .

c) Procedimento de Medida

1. Técnica de I.T.C. (Corrente Termo-Ionica)

A amostra era polarizada aplicando-se campo elétrico

d.c. da ordem de 2 kV/mm durante 10 minutos nas temperaturas onde

ocorriam os máximos de corrente como mostra a figura seguinte.

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35 50 ttmin.

23

FIGURA 6

Após a amostra ter sido polarizada permanecia a 77 K até

que toda polarização atomica e eletronica relaxasse. Em seguida a

amostra era aquecida com uma taxa da ordem de 0,03 K/seg.

As curvas de I.T.C. assim obtidas foram analisadas de

maneira a ser descrita.

2. Espectros Oticos

Os espectros de absorção ótica foram medidos em um espe~

trofotometro Cary 17 da forma usual em diversas temperaturas. Me­

didas até 77 K foram obtidas usando-se um criostato com janelas

de quartzo. Nenhuma variação apreciável foi observada nos espec­

tros de absorção ótica quando variou-se a temperatura de 300 K a

77 K.

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24

d) Análise das Curvas de I.T.C.

A expressão para a corrente i(T) de despolarizaçâo da

d 'd d ' - d' 1 ~ , t (1,6)amostra eVl o a esorlentaçao lpO ar e a seguln e :

(15) -

onde N = número de dipolos;

p = momento de dipolo;

a = fator geométrico que depende das possíveis orientações do

dipolo;

E = campo de polarização;p

T = temperatura de polarização;pb = taxa de aquecimento.

A área delimitada pela corrente i(T) é proporcional a

medida da polarização da amostra. Um fato que devemos sempre ter

em mente é que o espectro de I.T.C. não depende da direção do cam-

po em relação aos eixos cristalinos.

Para analisar os especttos de I.T.C ..de modo a se obter

L e H para os diversos picos usamos um programa desenvolvido poro

M. Siu Li(17) para calculadora HP-9820A da Hewlett Packard com gr~

ficador.

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CAPiTULO 111

RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Este capítulo trata da descrição dos resultados

mentais obtidos pela técnica de I.T.C. e absorção ótica em

tais de NaCf dopados com fluor e diversos íons divalentes .

experi--

cri$.-

Devido

a grande quantidade de informação obtida vamos dividir este

tulo em:

1. Cristais impurificados com Pb++

2. Processo de agregaçao

3. Outros íons divalentes.

1. Cristais impurificados com Pb++

.,rcapL-

Cristais de NaCi contendo somente Pb++ como impurez:a

apresenta apenas um pico de I.T.C. em.216 K e um espectro de absor

ção Ótica com uma banda em 272 nm como mostram as Figuras 7 e a-.

Se esses cristais são mantidos na temperatura ambiente durante vá-

rias horas o espectro de I.T.C. da Figura 7 decresce sendo que não

aparece nenhuma outra relaxação. Como resultado dessa agregaçao

a banda de absorção ótica decresce desenvolvendo-se uma banda de

absorção ótica mais larga no lado de baixa energia da banda de

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26

272 nm como mostra a Figura 8. Esses r~sultados são devidos a

- .•. ++ - ,agregaçao entre os ~ons de Pb formando agregados de var~as or-

denso O processo de agregação ainda não está devidamente esclare~

'd (18,19,20)c~ o· •

A Figura 9 mostra o espectro de I.T.C. do cristal d~

.•. - ++NaCI contendo como impureza ~ons de F e Pb . O processo de ob-

- .-.,.tençao·desse espectro de I.T.C. esta descrito no cap~tulo anterior.

Os quatro picos de I.T.C. obtidos são indicados pelas letras A, B,

C e O no sentido de mais alta para mais baixa temperatura. Os pi~

cos B, C e D nunca foram observados antes e o pico A é atribuido

.•. d b++ - b 1'"ao ~on e P nao pertur ado pe o ~on F .

I.T.C. têm as seguintes propriedades:

Esses novos picos

a) Se os cristais são mantidos a temperatura ambiente

por várias horas o pico A decresce e os picos B e C crescem enqua~

to o pico-D se mantem constante.

b) Em cristais cuja concentração de F~ é grande ,compara~, - ++ - ++

da a concentraçao de Pb (NaCI + 0,13% F + 0,02% Pb ) a soma

das áreas sob os picos A, B e C se mantem con~tante (A+B+C = cons~

tante) durante o processo de agregação. Quando a concentração de++ - ++ -

Pb aumenta (NaCI + 0,22% F + 0,037% Pb ) essa soma decresce du

rante o processo de agregação. As Tabelas 1 e 2 e as Figuras 10 e

11 mostram a evolução desses picos com o tempo de tratament~ tér~

mico na temperatura ambiente.

c) O espectro de absorção ótica desses cristais também

mostra a presença de fluor. Os cristais resfriados rapidamente•

de 720 °c mostra, além da banda de absorção ótica em 272 nm, uma

outra banda em 262 nm. Essa nova banda de absorção ótica cresce

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27

durante o processo de agregação enquanto que a banda de 272 nm de-

cresce como mostra a Figura 12. O crescimento desse pico de abso~

çao ótica de 262 nm está diretamente relacionado com o crescimento

dos picos B e C do espectro de I.T.C.

d) Tratando esses cristais em temperaturas acima de 500C

porém inferior a 100 °c os picos A, B e C decrescem tornando-se

praticamente nulos após algumas horas enquanto que o pico O perma-

nece inalterado como mostra a Figura 13.

e) Simultaneamente ao decréscimo dos picos A, B e C de-

cresce também as bandas de absorção ótica em 272 e 262 nm. Agreg~

dos de ordem superior resultam desse processo o que se manifesta

através do aparecimento de uma nova banda de absorção ótica em 236

nm como mostra a Figura 14. Esses agregados, d·if,ere.~nte .do

que acontece com cristais que contem apenas Pb++,mostram essa ab­

sorçao no ultra-violeta indicando que tais agregados contem íons- - . ~ - ~ ++

de F. Esses agregados sao dev~dos a difusao dos ~ons de Pb e

possivelmente também do íon F. Esse resultado nos levou a medir

o espectro de absorção ótica do c~istal de KCi : F-: Pb++ onde ob-

servamos que, mesmo quando os cristais eram rapidamente esfriados

de alta temperatura para temperatura ambiente, apresentam apenas

bandas de absorção ótica devido a presença de agregados como mos-

tra a Figura 15. Portanto, nesses cristais, observa-se rapidamen-

te os produtos finais da agregação diferentemente do que ocorre

quando a matriz é NaCi. Comparando os parâmetros de rede do KCi

(6,29~) e NaCi (5,63~) podemos observar que o processo de difu-•

são é facilitado na rede do KCi.

f) Foi feito análise do espectro de I.T.C. desses cristais

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28

da maneira descrita no capítulo anterior (Figuras 24, 25, 26 e 27)

e o resultado nos mostra que a energia de ativação H decresce do

pico A para o pico O enquanto o T não sofre mudanças substanciaiso

corno mostra a Tabela 3. Portanto podemos atribuir o decréscimo na

temperatura dos picos (Tabela 3) devido principalmente ao decrésci

mo das barreiras de energia.

g) O pico O não está diretamente relacionado com íon de

b++ . - -P pOlS todos os processos de agregaçao nao contribuem para o

seu decréscimo. Fazendo tratamento térmico dos cristais em tempe­

raturas acima de 100 °c o pico O decresceu sem, entretanto, intro-

duzir qualquer mudança no espectro ótico desses cristais.

TABELA 1 - variação da polarização de cada pico de I.T.C. com o

tempo de tratamento térmico na temperatura

o . - ++(22 C) do cristal: NaCl+0,13% F + 0,02% Pb .

ambiente

I- 2

I Polarizaçao o=Np E/3KTI Tempo

(horas) 2 7 Pem C/m xlOA

BICO(A+B+C)C/On-36

In0,0

754085742002,120,52 I

1,5

624288721922,090,42 i

58

1,96 II

3,0499676203

0,38 i5,0

5450100772042,O0,33 I8,0

4651101781981,980,22

12,0

425410477200

I

1,92 0,14

16,0

4055108772031,960,10

26,0

3656109772011,95--31,S

3356108751971,93--45,S

3355108761961,96--

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29

TABELA 2 - Variação da polarização de cada pico de I.T.C. com tem-

po de tratamento térmico na T.A. (22 °C) do

++NaCl + 0,22% F + 0,037% Pb~· .

crista1:

- 2IPolarizaçao o = Np E/3KT

I

Tempo(horas) 2 7 P

I

em C/m x 10A

BCDA+B+CC/~ --0,0

3975579885311 44-, -

2,034568102885151,50_

6,5

31177131905191,70'

14,5

29485137865161,61-

23,0

26392145875001,58--37,5 225100158884831,58-

131,5

135111169904151,52-

169,0

135103166884041,6L

2. Processo de Agregação

d - ~ d b++ ~O processo e agregaçao entre o 10n e P e o Lon

é indicado pela conversão, à temperatura ambiente, do pico A em B

e C bem como pela conversão da banda de absorção ótica de 272 nrn

a banda de 262 nm. Um íon livre de Pb++ (pico A) ao se difundir

na rede encontra um íon F convertendo-se em outro defeito o qual

é responsável pelos dois picos B e C. Esse processo de agregaçao

irreversível pode ser fenomenologicamente descrito pela. equaçao:

A + F

(Defeito do pico A + F

--)0- B + C

--~- Defeito do pico B + Defeito

do pico C)

Chamando a concentração do pico A de n e a de íons F de

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I di;! U,,, >to 11

3-0

de fa seguinte equação pode ser escrita:

dndt = -pnf '17)

onde S § uma constante que depende da temperatura de

t§rmico. Mas

tratamentc

Substituindo (18) em (17)

dndt

dn2 -

n -n(n -f )o o

f "" fo

= -Sdt,

In -n), o

= -sn2 + S(no-fo)n

integrando temos:

( 18-)

1 n-aIn

(n -f )- log

I= -St com a =an

In o oo

f

on-a

= aBtlog -- - log nn

o

(19 )

onde n efsao os valoresiniciais den efrespectivamente.oo

Os dados da Tabela

1obedecem a equaçao (17)comon1t.")S -

tra a Figura 16 (curva

indicada pelo n'?1)onde ,'{=36,sendo obti-

do do gráfico da Figura 10. O desvio observado ocorre quando a

concentração de F já decresceu devido a reação A+F 4 B+C e a rea

- ~ ++ . ~çao entre os lons de Pb passa a predomlnar. Esse fato e bastan-

te acentuado com os dados da 'rabela 2 como pode ser observado nG

curva n'? 3 da Figura 16.

A cinética de agregação em temperaturas superiores J

ambiente não foi est_udada apesar de ser um problema interessant.e.

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Jl

3. Outros 10ns Divalentes

Os outros Ions divalentes estudados incluem os alcalinos

- . ++ ++ ++ ++ - ++ ++ ++terrosos-Mg , Ca , Sr e Ba alem do Sn , Eu eZn . As Fi

guras de_l? a 23 mostram o I.T.C. dos cristais de NaCl+NaF dopados

com esses íons respectivamente. Infelizmente os íons divalentes

cujo raio ionico (Tabela 3) diferem muito do raio ionico do+

Na

tem forte coeficiente de rejeição durante o processo de crescimen-

to doa monocristais.

O estudo dos cristais dopados com esses íons tiverãm

por finalidade contribuir para o entendimento dos picos B, C e -D

de I.T.C~ Fizemos a anilise de alguns desses picos e os param~-

tros obtidos estão na Tabela 3. Observa-se imediatamente que:

a) Os íons divalentes pequenos suprimem o pico Bi

b) em todos espectros observa-se a presença do pico C; -

) . t' d d S ++ B ++ - -c os crlS alS opa os com r ea nao apresentam o

pico D. -Existe uma forte correlação entre a presença do íon diva-

lente na rede e o pico D. A concentraçã~ de íons divalentes é 'me­

dido através da área dos picos A, B e C. 'Em outras palavras, o:p!

co D está relacionado com a concentração de íons divalentes na re-

de;

d) ~ d ++ .. -. lh t d E ++o lon e Sn cUJo ralO e mUlto seme an e ao o u-

t- t ... d C ++ Pb++ te es a en re o ralo lonlco o a e , se compor a como um

•. t - d Z ++ ++ t .~on pequeno, 1S o e, como o e n e Mg por apresen ar um plCO

B muito pequeno. Outra peculiaridade do íon sn++ como impureza _e

que os cristais que o continha, apresentavam o pico D ~esmo que os

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32

cristais fossem resfriados rapidamente de 450 °c enquanto que os

cristais contendo os outros íons divalentes necessitavam ser res-

friados rapidamente de 720 °c para que apresentassem o pico D.

Nenhum estudo de agregação foi feito com os cristais im-

o • ~ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++pur1f1cados com 10ns de Mg , Ca , Sr , Ba , Zn , Eu e Sn .

As tentativas que fizemos em estudar os cristais impurl~

ficados com Mn++ não foram bem sucedidas por termos encontrado aI-

gumas dificuldades sendo a mais importante aquela relacionada com

seu tratamento térmico. Os íons M~++ difundem para a superfície

reagindo com oxigênio formando MnO quando os cristais são tratados

oa 720 C no ar.

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TABELA 3

1--~ I ~ ·'2 11 4 1 --11 I

II -13104 n 10 - 10 L_li QULb U, j l' X U IG,_ jX~ ~/J J

128 I 0,30 12X10-11 I

107

j 15,1 !

128 I 0,34 15x10-12 I1070,26 6><10--1111,211

126 I

II107I I -'J____-.L__~__~

Pico C T Pico O -~-----,

- - C/E

H_~~~ TO (seg) __ J116 I I I n tem 1120 I I I ii tem 1,441

],:>c:. I' Ilnl -L qc;l.LO. I ~...'- I . , .. 11

, I '126 I I I 100 I I

; 4 ll,,-ll "

i X_I II i_1 I

0,37 ! 9xl0 ~_l Ii '

I I~ I -121

O,4u I 4, 4xlü IIj

156

162

I

n te.."1l1L.

polarização do Pico CPolarização do Pico B

l,5Y~O-12

Obs.: C/B =

o,6°14,ÜX10-13O,6811,OxlO-14

0,60

Pim A " Pico B

TO{seg) G(k~eV) r TO(seg). p------rI 151

) J 0-13 I ' c:: ri i ().

-x _ I L) 'I --,'±

I TI b2111\

1,3)(10-12 I 156 I

212

1,13 I211

O,74 i

218

0,95 1,361,81

.L,1~

ci'

F

+Na

I SI!

I ++

I' E!J++,~1...11 l

I

I Raio

10n Ianico 1

(A) . '1'(k) I H (eV)

rBa";: 11•35 '-;;10 -1----Sr++ 1•13 ií tem Iea++ . fJ.qg ?ln I C-lh3

I ,-- I --~ i ' -

I 0,:5 I 204 I o1,.::.1 I 21b! u,60

I I

A+B+CO

= Polarização do Pico A + Pico B + Pico Cpolarização do Pico O

ww

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li..

~i!

__ --LO

II

I 1020 tempo !mln )

----

~

~--- ----------

NaCI + 103 PbCI2

\\

\ ..\\

__ .---1-

30

\\

216 K

1

40

I•

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I.C}-

rl'­'"--''>­LO(. )

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Q) 05-,---.... j,c

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-1

1-j!li--

di?- :=;Uí:1Cljt,C UIl, P~C(J <1r.::, L.T,.C,

IJiJ;·;

FIGI;E! ESpEctro de I.T.C. de um cristal puro de NaCR contendo Pb++. Temos a presença

w,t:.

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I()~-

08oC~

(}6

NoCI + 103 PbCI2

I apos resfriomento de 720°C

2 5 horas r A

3 20 horas TA

/:;'~\"I II '

Ii (\ \I!/ \ I11,' \ ii·' i 1

: \11

II~

lu320

--...

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-~~-~:-=-~~

"

~\,\\

\.\ \

\. ,\ "

1 _

i,\I,i

lii

1

I

ri:

I"

i:'

II

/,III!I-~ 1

260 280 300compnrTIento de onda ( nm )

L1

240.1.

\""-\ "-

~' " /,

" '~, /....•... ---

'"'-- "-. - -- - -, ~-------:::-.:::.-""'.=-----.:~ - - -I'

(' )t' - 1220

I

! i4i-, -, I\ ,f-. L

rIGURA 8 - Espectro de absorção 6tica de um cristal de NaCt puro contendo Pb~+ para dive~

sos tempos de ~gr~g~ç~o~ Not~ O desenvpl~imentp,de uma banda ao, redor de 290

Il1lj em função do tempo de agregaçao.i.0{

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NoCl 2% NoF2 X IÓ3 PbCI2

!11~

•!.~i,1~..!lii

1..

.:!a

j~

1--ii

""

11

a....•.

t

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><

jIlc~"-ou

I. !16K&

50 40 30

~KI

IIIII

/o c

2010 (') Otempo,mtn

fiI•;;

FIGURA 9 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal COJ1­

++tendo Pb .

v)m

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-4NaCI +2% NaF + 8 xlO PbCI2

~D.

D.D. D.

2.5~CA/à /~li

<..) 2.0

= l-'-o_oo

o

bo o

><

O

..

o \10

•o- ,. ,........-.+• +-o • +'<:N B~ o .,o o. .~.

I

A

0.5

o~

10

----L__ l20 30

I.40

-----~---- ---50 tempo (horas)

FIGURA 10 - Evolução no tempo da área dos picos A, B, C e D durante o processo de agrega-

- d ++ - d c;çao e Pb com F. Da o~ da Tabela I. '·1

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~

60-~!

NaCI· 2 % NoF + 2 X IÕ3 PbCI2

;;••

~

~----~-

~"""6

"o

50C

/ •....• ----- -~ - ._---..• •

----'-'-- .-~ ~ ~:' -------- +

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~-~~

R.T

6_1:.-1:.-1:.'

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10

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.<; 30 \ •••---- .-. "

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'8 / \•..§ Ia \0 o o oli- +_0 •

..Q ! "-&. 2.0 .,.

....•..•.•.• ----.~.--._------.

Ie

11!

!-1

.....

rc;vk.A lJ -' Mesma qUE; a Figura 10, çomoad,os da Tabela 2. Â.dir~U_a do.gr.áficomastra-se-, o

a evoluçao dos mesmos picos a 50 C.

"~ií~

IJiI••

»~

l LO 20

1

40L__._~ __-----L ..

60 80 100

I

__-L.l_120 O

~~ l5 10

tempo (horas)

I 'I15 20

w(X)

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No Ci + 2% Na~- + 2 X 103 PbCI2antes <;0 tratamento lerr

após res fri'lnlertr5 horas TA15 horns TA

....•

_._-L L I I I I I

23C 25C 270 290 310comprimento de mda ( n m )

\,\

\\

""- ~.-.~ ----

___ .-1 _._ J210

',"liL.

r)

I (. ~_.-

C8·-

,~blI

l_I -I

- ( /<--J '~

FTGhv),: 2. Espectro de absorção ótica mostrando a evolução de banda de 262 m" il~d j car.do,. ,,' , ++, , _.

il, <y,rQ'Ja~q.(: p~,Pp" ,com ,F,.G:~,

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"Óo

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~O'-­'--Ou

OL- ---10------- --do-L50 4b

107 t<

-1-

__ ----L- ~ _L3C 20

\~

'~--

__~ _L _K) terrpo ( rnàI) O

IJii•"

FIClJHA J} - I.T.C. da amostra da Figura' 9 após tratamento térmico até 100I i I 1 ,I 1 \. I I I' t / .t

sivel redução dos picos A, B e C.

Oco Note a SLn-",

.I-C"J

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-3

NaCI+2% NaF+5x10 PbCI2vários dias TA

3Q' mjnuto~' a' 85bC

6 horas a 85°C

4 horas a 85 "C

1.0

08

06I

o ~°04

02

o

\

L_210

_ J _ J__230

L 1 _250

i _ 1. _ 1 __

270 290comprimento de onda (nm)

310

~10nFIGURA 14 - Espectro de absorção ótica do ion Pb++. Após vários dias a T.A. todo o

b++' b d 1 ~ -P esta pertur a o pe o 10n F .

Tratamento a 85 °c dá aparecimento a agregados de maior complexidade indicada

pela banda a 235 m~ .~•......

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"'

- --

sem tratamento térmico

após resfriamento de 720°C

KCI+ 2% KF + Id3 PbCI2

\\\,

,,,,\

\,\\

\\

\

\

/ \..... I \" " \

..... _/ ',

,.,.

,./I,.

,./I

/

I I I__ ~ __ L ~_I __220 240 260 280

comprimento de onda (n m )

0.6

0.2

0.0

0.8

o°04

~

•!!~i,li~

-o

jf..

·i

11!~

"a

i!-

,-1

1-j!

~r

FIGURA 15 - Espectro de absorção ótica do íon Pb++ após rápido resfriamento mostra a ban-

atribuída a agregados.

·Ji·••·,;

da a 272 atribuída ao íon Pb++ isolado. Note a predominância d~ banda

~IV

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43

1.00'

.80

.60

.20

.10 3 6

9

Cinetica de agregacão do ion Ptr·coma ian F-

A+F- - C+B

+ \

12 15 18 21 24 27 30

tempo (horas)

FIGURA 16 - Cinética de agregação do íon Pb++ com o íon F

do com a equação

curva 1 - ajuste dos dados da Tabela 1.

curva 3 - ajuste dos dados da Tabela 2.

de acor-.

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~

;11!

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IOOK

I

____ -----1-

I() ()tempo (rTlln)

c

126K!

20304050

A

204KI

NaCI + 2% NoF + 2 X 103 fv1(j! ~I;:

60o

;!.Ior'C ,X IQ)C~~O I

u05f-

1;

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1-j

11

~;;:~

JiI••

+~

FIGURA 17 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal mis

++to contendo Mg

.s::..

.t:.

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«••'Q

JC

10~

"

70

-)f\,oCI + 2 % NoF + 2 )(10 CaCI2

8

I I I60 50 40

..L30

J

I i20 (') 10fempo rnln

1.O

FIGURA 18 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal mis++

to contendo Ca . ~01

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a

--!!

-~--------

c

120 KI

---151K

NaCI + 2% NaF + 103 SrCI2

IOt-

«r'l'Q

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Q)-c~~o°05

I

,.

*!~1!

~!I

1--1!

••---o 50

I I

40 30-120

I I

10 (' ) Otempo mln"'­..

~

IiI;*!

FIGURA 19 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal mis

++to contendo Sr . .a:.

O'l

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10

NoCI + 2% NoF + 2 X 103 8002

10 --L_t . OerT1ÇX) (min)I

20

143KI

I I30

i72K

I

40L

50

A

210 KI

______..L60

<ft')

'o><

~cv

~ Io I

U05,I

FIGURA 20 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo para um cristal

contendo Ba ++ . 'Os'picos de 'baixa' ternpera'tura' não' se 'iden'tifi'cam . ;rtnituarnent:e!

++com aqueles dos cristais contendo Ca .

o/llo

...•

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11!

1­O

oc

I

I 1 1030 20 tempo (min)

B

--L40

L _5060

-~NaCl+2% NoF +5 xlO SnCI2

70

21211« I I..• •.OJ<O

.SllCQ)~h<.)

~ A

'"

•i~lif•~.;:•.J~

I"••

-.S

1-jtli--

i~r

~

IiI••

FIGURA 21 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal mis

++to contendo Sn .

,l::.00

;;

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-:5

f\bC1+ 2% ~·IO EuCl2

--

1O

B

I I i j __ L50 40 30 20 10

tetT{:>O (min )

~.-L­60

1

70

A

oL.-L80

<t..•.•..Q

,.c

-o~~

FIGURA 22 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com O tempo de um cristal con

++tendo Eu .

.~

\D

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í~!

- ~NaCl + 2% NaF· 5x10- ZnCl2

107 I(

1

.lO

"I(

---

oc

126 K

_____-L ---120 10

tempo (mln)

L30

I60K

j

~-­

40_1

50I6C

A

~bu

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'Q)o(

~

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.•.!

iI"-t~i•jj!

-1

1-jj••~é--

.."~

JiI••

FIGU&~ 23 - Espectro de I.T.C. e dependência da temperatura com o tempo de um cristal co~++ ~

tendo Zn . o!

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1.92 E-15

-<{-Q)1­CQ)~I-oo

2.71 E-Ial • _-'_--...1 t__ L_190.3 1946 1987 2020 208.9 211.0 215.1 219.7

temperatura ( K)

223.3 2274

FIGURA 24 - Ajuste dos dados experimentais (pontos) do pico A do cristal misto contendo++ .•............... -12

Pb a curva teorica de LT.C. com H = 0,60 eV e T - 1,3xlO segoo(J1•.....

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~

!"11!

itj;!••

Ji•

-1

1-j

11

"--

~

1f··~

1.52E-13

1.54E-13-<l

Q).•...c::Q)......O 1.17E-13O

7.94E-14

4.20E-14

L136.6

L139.6

_L142.5

L145.5

~ __-L .__._---..L~ __ --Í-..148.4 1514 1543 1673

temperatura (K)

160.2

b++ - - . 9 O 10-14P e a curva teor1ca de I.T.C. com H = 0,36 eV e T = ,1 x segoo

JI~;·••

FIGURA 25 - Ajuste dos dados experimentais (pontos) do pico B do cristal misto contendo

VIIV

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4.18E-14rI~

--...«-Q)-t­c:Q)~

oo

4.18E-15

•100.7

L11I.8

-L114.4

L117.3

--L120.1

-L123.0

••

L!25.8 128.7 131.5

temperatura (K)

134.4

FIGURA 26 - Ajuste dos dados experimentais (pontos) do pico C do cristal misto

++ - -11Pb a curva H = 0,32 eV e T = 1,4xlO segoo

contendo

VIW

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1.98E-15--

~11!

t

IJ

1li--ji..

1;

T--

..-...

<:{-....

Q)+­CQ)'­~oo

148 E-18

~

tI

~-

• • •

95.0

• ••

-~ _..__._L __._..J L99.8 102.3 104.0 1072

-1__ --1 _108.2 112.1

temperot ura ( K)

1178

iJ••;;";;

rTGURA 27 - Ajuste dos dados experimentais (pOTltos) do pico D do cristal .m,i$to, c.ontendoi +'+ ' , I , , r , " " , I i ,r I I ,I' 1.',',1 I I " 1 ':-13' r

Pb +a curva teórica de I-T.C. com H = 0,30 eV e T = S,4xlO segoo

'.', .ç',

Ul~

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55

CAPiTULO IV

RESULTADOS TEÓRICOS E DISCUSSÃO

Procuraremos mostrar nesta discussão quais os poss~veis

modelos microscópicos responsáveis pelos picos B, C e O e qu~ ~co~

clusõe$ preliminares podem ser tiradas dos processos de

Dividiremos essa discussão em três partes:

a) Modelo microscópico para os picos B e C.

b) Modelos tentativos para o pico D.

c) Os agregados de maior complexidade.

a) Modelo Microscópico para os Picos B e C

A conversao do pico A em picos B e C mostra

-difusão.

claramente

que os íons Pb++ ao se difundirem na rede caem em armadilhas forma

das pelos íons F-. A difusão dos íons Pb++ se dá através da vacân

cia compensadora de carga. Na presença do íon F de raio menor

que CI-, a difusão do íon divalente fica com forte correlação,

praticamente impedindo sua difusão(21). A Figura 28 mostra como

se localizam o íon divalente e o íon F na rede e a Figura 29 . o

íon divalente numa matriz pura. O eixo de simetria do defeito-pa~

sa pelos íons divalente e de fluor, portanto ao longo de uma' .das

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56

(/00> (001)I

n.nn.n.n.n.n

WJ3,AH\J \J\An.nn.n

- íon divalente oronde -- - - ion dIvalente pequeno

< 100> (001)

FIGURA 28 - Disposição dos íons divalentes e do íon F na rede do

NaCl levando ao defeito respons&vel pelos picos B e C.

o plano (100) contém o eixo do defeito - isto é contém

.•. ++ - O) - .•.o lon M e F. O plano (O 1 contem o lon F e as

quatro posições nn da vacância. O íon divalente de

raios distintos altera substancialmente a dinânica da

posição nnn. Esta figura deve ser comparada com a Fi-

gura 29.

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80H < 100>

nn n." nn.n. nn

1M divaleAte grande lSo··'

(100)

<001>

nn n.n

-. - - ion divalente pequeno lMnH )

(001)

57

FIGURA 29 - Disposição do íon divalente e vacância na rede de NaCl

puro para dois íons divalentes de raios diferentes. o.

plano (100) contém o íon divalente. O plan~ (001) tem

o íon divalente como seu vizinho próximo, portanto con

tendo quatro das posições nn. Note que o H, é

que no caso anterior.

maior

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58

três direções: <100>, <010> e <001>.

Devido a aplicação do campo elétrico num desses cristais

duas situações podem ocorrer:

- O campo elétrico pode estar ao longo do eixo do defei­

to. Estão nesta situação ~ do total de dipolos da rede.

- O campo elétrico pode estar perpendicular ao eixo do

defeito. Estão nessa situação ~ do total de dipolos da rede.

Esses defeitos são caracterizados por terem quatro posi-

çoes para a vacância na posição n.n. e 1 na posição n.n.n. As OU-

tras 8 posições n.n. e 5 n.n.n. não são acessíveis à vacância de­

vido a diminuição das barreiras de energia causadas pelo íon P-.

Vamos mostrar que os picos B e C sao devidos a relaxação

desse defeito. Os defeitos paralelos ao campo apresentam um tempo

- - -1de relaxaçao de polarizaçao À e aqueles perpendiculares um outrop

-1tempo Àt'

a-I) Defeitos com Eixo Perpendicular a Direção do Campo

Tornemos três planos dentro do cristal sendo que um con-

tem o íon divalente, o outro contem o íon F e o plano seguinte.

Tais planos são perpendiculares ao eixo do defeito Pb++ F-. A Fi-

gura 30 mostra as possíveis posições para a vacância nesse siste-

ma. O campo elétrico pode estar aplicado somente em duas posições

nao equivalentes em relação ao defeito, Et e Ep'

Estamos considerando o campo Et. As posições da vacan-

cia de diferente energia na presença do campo são a, b, c e b' .

Antes da aplicação do campo as posições a, b e c tinham a mesma

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59

a

ETc,~" Jli),,~ t~, ~b

T

,'1'l I I",'

/' I b'/ I ( I'.

F- I )I ''1 I

,,''I' 1 1I L',~

FIGURA_30

Ep

pequ~no

dipolos,

Portanto,

concentração

2 no3 -4- - e

campo aplicado an n

.~ 2 o 2 osera :3 -4-' :3 -2-'

posiçao n.n. e n.n.n. respectivamen

Sem

concentração total N de

e b'

(H é ,a barreira de energia entre duas

icação de um campo elétrico

posições da vacância) tem co~o efeito somente mudanças nas popula-

ções de a e c enquanto que ble b I se mantem constante.

probabilidade de ocupação.

chamemos de nem aqueleso o

te, sendo portanto n +mo o

de dipolos na posição a, b,

~ mo respectivamente.

tal que pE/KT « 1 e pE

aplicando-se o campo elétricp as concentrações dos defeitos nas

diversas posições vão mudar Icomo mostram as equações abaixo.

dna =dt

dnb

=dt

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dmbdtdncdt

= -2n~wl (l-a)+nbwl (1+(1)- ncw 4 (l-a)+mbw3 (l+a)

60~

(22) -

(23)-

Nas equações acima a = .~~ = eKa: e (l±a) resulta d~

desenvolvimento em série dew = Wo exp (H ± ~;) considerando

~ « 1.KT

tanto:

Das equações (2l) e (22) obtem-se que =

mo .=w4(24)-no

4w3

Das equaçõe s

(20)a(23)mostra-se também que:

dn

dn--!.. = __ cdtdt

A população nas posições a e c variam no tempo com deteE'

minadas "constantes de tempo" dadas pelas seguintes expressões:.

(25.> -

Pode-se mostrar que no nosso caso basta considerar ape-

nas uma constante de tempo, diferentemente do caso quando temos.

íon divalente sem'íon P- como seu vizinho. Então as equações (25)

e (26) ficam:

nan

= o -xt--6-- - nl (l-e T)

•(27)

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nTI = o -r, tc --6-- + DI (l-e T)

dn - " tEntão:

a

=:: - DI '''-T e

'T'

dt

dn

-...

".,L-Cl

~ = D1"Te

61

(28)

(29)

(30)

Substituindo as equações(29)e(30)em(20)e(23)te-

mos:T = 2wl + w4

(31)

n

o (32)n =--a 1 3

A polarização elétrica, P,em função do tempo será

-À t.PT(t)

(n -n )T

2ea=

ea = 2nl (l-e )c a

2

E 2 2-À t

PT(t)

e aT(33)

= - n KT(l-e )

3 o

E~tão, depois de longo ~empo a polarização será:

PT(OO) ==

4

3no

E 2 2e aKT (34)

a-2) Defeito com Eixo Paralelo a Direção do Campo

No caso do campo ser paralelo ao eixo do defeito temos

que todas as 4 posições n.n. são equivalentes entre si diferindo,

em energia, da posição n.n.n. As equações equivalentes as de nÚffie

ro (20) a (23) sao:

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dn _dt - dmdt

62

(35)

(36 )

com n =n

o3

-À t+ nl (l-e p) (37 )

mo _

m = 3

-À tnl (l-e p) (38)

Conclui-se dessas equaçoes que:

mo

no= e que À

P = 4w3 + w4

e a polarização será:

-À tPp(t) = 2nl (l-e p )ea

cálculo de nl

Se fizermos t = 00 nas equações (36), (37) e (38)

mos:

(39 )

tere-

dndt

então: 4mw3(1+a) = nW4 (l-a)

momas: m=---n3 1

n

on=--+n 3 1

Portanto:

= O = dmdt

(40 \

(41;

(42)

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mo4(-3- - nl) (U3(l+a)

no

= (--- + n )w (l-a)3 1 4

63

(42:

comom

on

o= a equação (42) fica:

rm i l+a- (l-a) =

01 nll (4W3+l1)4)+(4w3-w4)u...J

Então:83 m a

o (43J

Portanto a equação (39) fica:

P (t) =P

16 mo3

2 2Ee aKT

-À t(l-e p)

Então, depois de um longo tempo a polarização sera:

p (00) =p

16 mo3

2 2Ee aKT (44)

Tomando em conta que n +m = N onde N e o numeroo o

de defeito, as equações (34) e (44) ficam:

total

PP

= 163

N 2 2Ee aKT (45)

FT

- -º-- N- J..J

2 2e a EKT (46 )

Numa dada temperatura T a relação entre essas polariza-

-"

çoes sera:

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_ 1- :2 +

2w3

64

Se vamos comparar os resultados acima com nossos valo-

res experimentais precisamos levar em conta que w3 e w4 dependem

da temperatura. Portanto a relação PT/Pp obtida na equação (47)só

ser~ adequada para essas comparaç6es quando w3 »1°4, Quando J4

se tornar da ordem de w3 então a relação correta sera:

PT (T')

P (T)P

=

2w) (4w3 + w4)

2 (4w3 + 11)4) W3W4

T~ (48 )

Em associação com os picos de I.T.C. devemos tomar

conta também que o inverso dos tempos de relaxação, ÀT e Àp'

funções da temperatura.

em

serao

Um exame das expressões acima mostra que a polarização

perpendicular (PT) é tanto maior quanto for a população nos esta­

dos n.n. e seu tempo de relaxação depende de wl. Portanto, pode­

mos chamar a polarização perpendicular de polarização n.n. A po-

larização paralela depender~ de processos n.n. ~ n.n.n. e portanto

será chamada de processo n.n.n.

a-3) Vamos associar o pico C das nossas medidas de I.T.C. à polar~

zação perpendicular e o pico B à polarização paralela. Para que

tal associação possa ser feita é necessário que para o defeito em

estudo ocorra o seguinte:

I , ,wl > w3 > w4 e wl > w3 > w4

Desse modo garantimos que a polarização paralela seja me

nor do que a perpendicular e também que o pico C seja essencialme~

te a despolarização no plano das posiç6es n.n. através de saltos

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65

n.n. -+ n.n.

Portanto a introdução do íon F como vizinho próximo do

íon divalente causa um aumento sensível em wl' w3 e w4' como con­

sequência da diminuição das barreiras de energia correspondentes,

quando comparado ao que ocorre com o íon divalente sem a presença

do íon F-. Essa redução se faz sentir mais em wl pois noscris-

tais sem fluor w3 > w4 > wl. Essa redução acentuada em W,.L

seria

esperada se considerarmos a Figura 24. Também podemos ver que

íons divalentes de diferentes raios devem afetar muito pouco esse com-

portamento pois um deslocamento do íon F na direção do eixo do

defeito certamente irá afetar mais as frequências w4 e w3 do que a

w1. O acima exposto garante que o pico C deva ter sua energia de

ativação bastante independente da natureza do íon divalente

sente.

pre-

O fato de que o pico C é sempre maior do que o pico B

(PT > Pp) é uma indicação que w3 > w4. Portanto para íons divalen

tes de raio pequeno, onde encontramos experimentalmente que o Pico

C é muito maior que o pico B, dev~mos ter PT »P o que implica, p

w3 »W4. Nesse caso, dos íons divalentes de pequeno raio, deve-

mos ter em mente que a principal contribuição para a diferença de

energia da vacância entre as posiçoes n.n. e n.n.n. deve provir

da interação eletrostática. A energia de interação devido as for­

ças de repulsão deve ficar sensivelmente reduzida. A contribuição

eletrostática para a diferença de energia entre as posiçoes n.n. e

n.n.n. é apreciável corno vemos abaixo:

el _E200 -

2e4TIE ao

í 11_

:, /2- ~\ ­2 I ­)

1,07 eV

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tomando a ~ 2,8 ~.

66

Se tomarmos a constante dielétrica do cristal

esse valor iria para ~ 0,30 eV. Portanto esperamos que,G3 ~4 ~p~

ra o caso dos ions divalentes pequenos, pois nesse caso a energia

eletrostática deve ter papel dominante. Nesse caso teriamos:

nn nn

Para o caso de ions divalentes grandes aonde aparece - o

pico B de forma proeminente devemos ter que a diferença de enerqia- -

entre as posiçoesn.n.e n.n.n.não poderáser tãogrande.

Nesse caso w3

~w4·

Defato,a máxima polarização paralela-p- p

ocorre quando w3

w4

caso o pico C deveriaigual= -- e nesse ser4

ao pico B, o que-

nao ocorre. Portanto podemos dizer que

os ions maiores vão fazer com que a posição n.n.n. para a vacância

tenha uma menor energia. Isso nos parece razoável pois se o.•.-lon

+divalente aumenta de raio a "energia elástica" de um ion de Na na

posição n.n.n. crescerá, isto é, a energia para a vacância na pos~

çao n.n.n. diminuirá.

Os nossos resultados ganham coerencia se w4 depender po~

co do raio do ion divalente fazendo com que o processo dominante

da despolarização se dê através de '.'1 •<}

Assim o pico B teria uma

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posiçao definida na temperatura para seu máximo. Nos casosinter-

mediários, como é o caso do íon aonde w3 e w4 diferem, isto e

UJ3 < wl porém w3 > w4' o pico B deverá estar composto de dois· Frc-cessos de Arrenhius distinguiveis.

- ~ .~~

Este e o caso do lon Ca

caso do íon Pb++ aonde o pico B é representado por um único

de I.T.C~,w3 e w4 devem ser da mesm~ ordem. Nos íons pequenos

Resumindo essa. seção podemos dizer que o íon F na rede

do NaCt age como uma armadilha para a difusão do íon Pb++ atraVés

do aprisionamento da vacáncia associada ao íon divalente. O ·íõn

F faz COm que a energia da vacáncia para posi<,?oesao seu redor se

ja cons~aeravelmente reduzida. A estrutura dos níveis de energ~a

da vacânCia ao redor do íon F- podem ser entendidas pela relaxaçâo

dielétrica medida pela técnica de I.T.C. O modelo proposto de de­

feitos pâralelas e perpendiculares ao campo elétrico, deve ser

confirmado através de outras técnicas. Está em andamento medidàs

de relaxâção anelástica com esse objetivo.

a-4) conservação da polarização

Dreyfus(9) calculou a polarização devido ao íon divalen-

te, sem fluor, na rede. Como já vimos essa polarização tinha dois

tempos de relaxação: l/Àl e l/À2" A cada um desses temgos de rala

xaçaocorresponde uma polarização final Ple P2 sendo a soma dada

por:

_ 4-3 1+W4/w3

2+w4/w3 •(~9)

Do nosso modelo resulta para a soma das polarizações'PT

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68

e P o seguinte valor:p *

[1 +

*!8a2e2NE

w3 w4P + P =----;<,--,c-IT P 3

* *KT' 4w3+w4 4w3+w4I

)

Esse valor se reduz a

(50 )

se e

Portanto para que a polarização total da amostra, a qual

é dada pela soma sob as áreas dos picos A, B e C, se mantenha apr~

w4ximadamente constante basta que a relação ---- < 1 se mantenhaoonsw -3tante mesmo quando o íon de Pb++ mude da situação de íon não per-

turbado para a situação de ter um íon F como seu vizinho.

Chamando de y =w3

duas polarizações é dada por:

ew *

,4 -y = --,. a relaçao entre essas

w3

~(PicoA) Pl+P2T'l+y(4+y*)2

.=:

=r; _ ~51)PT+Pp

fJ - 2T 2+y*L (PicoB + Pim C) (4+3)

Essa relalão depende dey e y' como mostra a tabela abai

xo, ondeTIT = 0,74.

--

y='y IS

O

0,74

0,5

0,82

1J, 88

iU 4Como vemos uma avaliação da relação --,- não pode :,,;er

'3

fei ta devido ao fato dessa reJação ser função da temperatura. Porém

os valores de B são muito próxinDsde 1 com se deveria esperar l--;e'~C)sdados ,:,x-

perimentais.

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69

b) Modelos Tentativos para o Pico D

o pico de ~elaxação dielétrica de mais baixa temperatu-

ra, o qual chamamos de pico D, foi melhor estudado para os

tais contendo Pb++. Portanto a maior parte de nossos argumentos

estão centrados em experiências feitas com os cristais de NaCl +

++NaF + Pb .

Ficou bem estabelecido de nossos experimentos que para

obtermos o pico D era necessário que existissem simultaneamente

tanto o íon divalente quanto o íon F no cristal de NaCf. A Tabe-

la 3 mostra que a intensidade do pico D está relacionada com a con

centração total de íon divalente. Convem destacar as

outras propriedades do pico D:

seguintes

- 121) T e da ordem de 10 seg, da mesma ordem que aqueleso

dos picos B e C.

2) Sua energia de ativação é independente do íon divalen

te presente e da ordem de 0,3 eV.

3) Quando o ion Pb++ difunde na rede o pico D nao e per-

turbado. Portanto o defeito responsável pelo pico D não reage

~ b++ ~ - . d -com o lon P corno ocorre com o lon F. Outra proprle ade e a de

estabilidade térmica do defeito, mantendo-se estável para tempera­

turas inferiores a lOOoC.

4) Durante o processo de destruição do pico D nao se de

tectou mudança no espectro ótico dos cristais de NaC( + F- + Pb~+.

5) Finalmente para sua obtenção é necessário que se res­

frie rapidamente os cristais « 1 minuto) de 720 °c para a maioria

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dos íons divalentes.

A idéia central de nosso modelo tentativo ~ o do conOei3

rnem::ade produ :::08 de alguma reação que ocerre em altas terroerat,:-raso o defeito mais comum a altas temperaturas são vacânCl3S. Pr2

curamos portanto algum defeito que envolvesse vacâncias. Prlmelrç.

nosso defeito terã que ter momento de dipolo el~trico. EX3rl~a~e~

a possibilidade desse defeito ser uma divacâncla, um par d~ v~ca~-

cias, uma positiva e outra negativa.

Em temperaturas elevadas há suficiente evidência da exis

tência de divacâncias devido a alta concentração de vacâncias pos~

tivas e negativas. Nessas temperaturas se estabelece o

equilíbrio:

seguinte

+ ::-p: . I

divacâncias.

A evidência da existência dessas divacâncias vem de me-

didas de condutividade elétrica desses sais. Vemos que a existên-

cia de divacâncias está condicionado a alta concentração de vacan-

cias positivas e negativas. Por rápido resfriamento desses cris-

tais não se encontra evidencia de congelamento das

Procuramos então uma nova possível fonte de divacâncias cuja. rea-

ção de equilíbrio pudesse se manter a temperaturas inferioT"es. '1\

idéia desse nosso argumento é a seguinte: como a reação acima 50

ocorre em temperaturas muito elevadas, o rápido resfriamento do

cristal permitiria a destruição das divacâncias ou termica~ente ou

por difusão até deslocaç6es. Portanto seria importante encontrár

uma nova fonte de divacâncias em temperaturas mais baixas.

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71

A equação abaixo poderia ser a nova fonte:

+ -+r-, t + t

-+

-

L_.J

+

+

..

-+

-+

~-4

fi)-

+

--

+I - i

-

L-.J

+

-+

ou

MF+

+ EJ++

onde M e F sao dois íonssubstitucionais na rede. ~+

e um novo íon resultante da agregação de dois íons (semelhante ao

íon OH por exemplo) .

o equilíbrio da reação acima poderia ser efetivo ainda

em temperaturas que permitissem o congelamento das divacâncias.

Evidentemente que essa reação vai depender fortemente da energia

de ligação do íon F e o íon divalente. Portanto deveriamos espe­

rar que a intensidade do pico D, além de depender da concentraçâo

de íons divalentes e de F-, deve também depender da natureza do

íon divalente. Se a energia de ligação entre o íon F e o íon di­

valente for pequena significa que essa reação ocorrera em tempera-

turas inferiores.

NaCl + NaF

Talvez esse seja o caso do íon Sn++. Em cristais

dopados com Sn++ notou-se que o pico D (Figura 21)

de

era

bem grande e que para obte-lo não era necessário que esse cristal

fosse resfriado de 720 °C, como ocorria com os outros íons divalen

tes, sendo 500 °c suficiente. Por outro lado, entre os fluoretos

e cloretos de todas as impurezas usadas, os de Sn++ é de mais baixo

ponto de fusão.

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72

Apesar das evidências favoráveis do modelo de divacânc{a

até agora apresentadas, há um ponto ainda bastante obscuro. Nào+

encontramos evidência para o íon ~ apesar de termos feito medi

das de. I.~.C. até 4 °K com auxílio do professor M. Siu Li.

Como outra possibilidade que deveria ser estudada poste-

riormente mencionamos a que nos foi feita pessoalmente pelo profe~

sor Pritz Luty. O íon P- devido ao seu pequeno raio poderia apr~~

sionar vacâncias positivas por razão puramente elástica. O modelo

será portanto i P- I + \. Nesse caso a fonte de vacâncias seria da-L--.ldo pela seguinte reação:

-++- ++ !IM + I + Il-J

+ F -+

Para concluirmos qual será o modelo definitivo

sera necessário outros tipos de medida.

c) Os Agregados de Maior Complexidade

ainda

Como vimos anteriormente, no primeiro estágio de agrega-

çao os íons Pb++ ficam ligados a íons F dando aparecimento aos

picos B e C do I.T.C. Agregados de dois dipolos ou maiores, con-

tendo P ou não, tem momento de dipolo elétrico nulo.

A agregaçao somente de íons Pb++ em dimeros, trimeros.,

etc., faz com que apareça uma banda de absorção no lado de baixa

energia da banda de 272 nm. Nos cristais contendo F todos os íons

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Pb++ ~e -convertem em agregados com uma absorção õtica caracterí~ti

ca em 232 nm. Pode-se concluir portanto que os... ++lons Pb estao

associados a íons F-. Esses tipos de agregados foram obtidoi aqu~

cendo~se os cristais acima de 50 oCo Para que tenhamos agregãdos

contendo P- e Pb++ é necessário que acima de 50 °c haja difusão,

- ... ++ d'" - d ++-tanto_ dos lons Pb como os lons F ou dos agrega os Pb F. -E~

se comportamento do íon F é não usual devido a pequena mobilidade

dos aniontes na rede cristalina. Esses agregados podem ser cons-

tituidos de PbF2 ou de super-estruturas como no caso

Susuki, -bem conhecida na precipitação de Cd++ em NaCl.

das fases

Essa ~ur::eE.

estrutura e cúbica f.c.c. com parâmetro de rede duas vezes a

{} ... d d++ .. t -NaC~. Os lons e C se arranJam na seguln e proporçao:

6NaCl.

A estrutura dessas fases nos cristais de

-

NaCl+NaF+Pb++

- - - d (22)esta em estu o .

- . - - ++.Neste caso aparentemente, ha dlfusao de F e Pb SlIDU1-

taneamerite na rede cristalina. O íon P teria sua difusão aumen­

tada quando na presença do íon Pb++ e da vacância. A possibiLi~a­

de de que os íons Pb++ difundissem para regiões contendo uma concen

tração de F mais elevada deve ser descartada pois nesse caso -al-

gumefeito deveria ocorrer no primeiro estágio de agregação e al-

gum outro pico de I.T.C. deveria crescer. O mais aceitável -de

nossos resultados é de que apõs o tratamento térmico a alta tempe-

ratura se tenha uma distribuição uniforme de íons F na rede cris­

talina; A agregação dos íons de Pb++ e F em grandes precipitãdos

- - ... ++-deve ocorrer portanto pela migraçao dos lons Pb e F .

A possibilidade de difusão assistida é um problema inte-

ressante que será explorado posteriormente.

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74

CAPíTULO V

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Neste trabalho obtivemos os seguintes resultados:

1) Observou-se pela primeira vez a transformação da Gon­

figuração do íon Pb++ de uma posição normal da rede para outra~pe~

turbada por um íon F .

2) Identificou-se o íon F como uma armadilha para difu-

- .•. ++ - - -sao ~o-~on Pb por tecnica de I.T.C. e absorçao otica.

3) Foram estudadas as propriedades de relaxação d{el~tri

ca dos :modelos microscópicos que identificam dois dos nossos picos

de I.T.C. observados - pico B e C.

4) Um modelo tentativo para o pico de baixa temperàtura

foi p~oposto.

5) O espectro de I.T.C. de cristais NaCf:NaF dopados~com

íons de diferentes raio ionico e natureza foram estudados e en~en-

didos em seus aspectos gerais.

6) O espectro de absorção ótica dos cristais contendo

Pb++ mostram propriedades interessantes que estão sendo estudadas

tendo~se em vista o processo de agregação e a natureza dessespre-

cipitàdos.

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7) Uma das observações experimentais mais interessantes

foi a de identificação de um pico de baixa temperatura cuja t~mpe­

ratura do máximo não depende da natureza do íon divalente - pico D.

O defeito responsável pelo pico O não foi identificado porém algu-

mas sugestões foram feitas.

Como sugestão para futuro trabalho para prosseguir -no

entendimento desse problema será interessante prosseguir nas se-

guintes linhas:

a) Estudar a relaxação anelástica do sistema para deter-

minar a simetria desses defeitos.

b) Uso de outros íons de raio pequeno no estudo desses

problemas, como por exemplo KBr + KCN + Pb++. Assim o íon CN- po­

de também ser observado oticamente. Um possível alinhamento dos

íons CN- por pressão uniaxial seria muito interessante.

ç) Estudo da cinética de formação dos grandes agregadoso

em temperaturas ao redor de 50 C.

:à)Estudo dos agregados por técnicas de raio-X e Ram~n.

e) Um estudo do processo de agregação no primeiro está­

gio us~ndc o~tros íons divalentes que não o Pb++.

f) Estudo por técnicas de EPR de cristais de NaCt-+NaF-foH'ifoot

ou NaCI+NaF+Eu ++ • Outra possibilidade seria o estudo pQr NMRcdO

lon F-• • .1 .. .,

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