DEFESA E SEGURANÇA PÚBLICA: INDICADORES E EXPERIÊNCIAS … · 2019. 5. 10. · daquilo que se...

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REVISTA SILVA – Humanidades em Ciências Militares Vol 2, n.2 – Jul – Dez 2018 – ISSN: 2594-8199 4 DEFESA E SEGURANÇA PÚBLICA: INDICADORES E EXPERIÊNCIAS DE INTEGRAÇÃO DAS CAPACIDADES RELACIONADAS À INFORMAÇÃO NAS OPERAÇÕES DE NÃO GUERRA Cc Alexandro Sarmento Vianna Profa. Dra. Ana Paula de Moraes Teixeira CMG Cesar da Silva Santos Maj Art Filipe Saraiva do Nascimento ___________________________________ RESUMO: O objetivo deste artigo é tratar de forma sumária de dois aspectos relevantes para auxiliar o repertório de profissionais das Forças Armadas, e que participam de campanhas que envolvam o manejo da informação nas operações de não guerra. O primeiro deles diz respeito a uma problematização sobre quais são os indicadores teóricos sobre opinião pública mais relevantes para se considerar a percepção da população sobre a atuação das Forças Armadas. O segundo, desdobrado no texto em duas seções, trata de relatos de experiências positivas sobre a integração de Capacidades Relacionadas à Informação no evento dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O texto é um fragmento de construções oriundas das discussões estabelecidas em 2018, no âmbito do Grupo de Estudos Estratégicos da Comunicação e da Informação (GESTECI), do Programa de Pós- Graduação em Humanidades em Ciências Militares do Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias, instituição militar de pós-graduação lato e stricto sensu do Exército Brasileiro. E os autores são integrantes do referido grupo. PALAVRAS-CHAVE: Manejo da informação. Estratégia de comunicação. Jogos Olímpicos 2016. Operações de Informação. ABSTRACT The objective of this article is to summarize two aspects that are relevant to assist the repertoire of professionals of the Armed Forces, and who participate in campaigns that involve the handling of information in non - war operations. The first one concerns a problematization about which are the theoretical indicators on public opinion most relevant to consider the perception of the population about the performance of the Armed Forces. The second section, which is expanded in two sections, deals with reports of positive experiences on the integration of Information Capabilities in the event of the Rio 2016 Olympic Games. The text is a fragment of constructions from the discussions established in 2018 within the Group of Strategic Studies on Communication and Information, the Graduate Program in Humanities in Military Sciences of the Center for Personnel Studies and Forte Duque de Caxias. KEYWORDS: Management of information. Communication strategy. Olympic Games 2016. Information Operations. 42

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    4 DEFESA E SEGURANÇA

    PÚBLICA:INDICADORES E

    EXPERIÊNCIAS DEINTEGRAÇÃO DAS

    CAPACIDADESRELACIONADAS ÀINFORMAÇÃO NAS

    OPERAÇÕES DE NÃOGUERRA

    Cc Alexandro Sarmento ViannaProfa. Dra. Ana Paula de Moraes TeixeiraCMG Cesar da Silva SantosMaj Art Filipe Saraiva do Nascimento___________________________________

    RESUMO: O objetivo deste artigo é tratar de formasumária de dois aspectos relevantes paraauxiliar o repertório de profissionais dasForças Armadas, e que participam decampanhas que envolvam o manejo dainformação nas operações de não guerra. Oprimeiro deles diz respeito a umaproblematização sobre quais são osindicadores teóricos sobre opinião públicamais relevantes para se considerar apercepção da população sobre a atuação dasForças Armadas. O segundo, desdobrado notexto em duas seções, trata de relatos deexperiências positivas sobre a integração deCapacidades Relacionadas à Informação noevento dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Otexto é um fragmento de construçõesoriundas das discussões estabelecidas em2018, no âmbito do Grupo de EstudosEstratégicos da Comunicação e daInformação (GESTECI), do Programa de Pós-Graduação em Humanidades em CiênciasMilitares do Centro de Estudos de Pessoal eForte Duque de Caxias, instituição militar de

    pós-graduação lato e stricto sensu doExército Brasileiro. E os autores sãointegrantes do referido grupo.

    PALAVRAS-CHAVE:Manejo da informação. Estratégia decomunicação. Jogos Olímpicos 2016.Operações de Informação.

    ABSTRACTThe objective of this article is to summarizetwo aspects that are relevant to assist therepertoire of professionals of the ArmedForces, and who participate in campaignsthat involve the handling of information innon - war operations. The first one concernsa problematization about which are thetheoretical indicators on public opinion mostrelevant to consider the perception of thepopulation about the performance of theArmed Forces. The second section, which isexpanded in two sections, deals with reportsof positive experiences on the integration ofInformation Capabilities in the event of theRio 2016 Olympic Games. The text is afragment of constructions from thediscussions established in 2018 within theGroup of Strategic Studies onCommunication and Information, theGraduate Program in Humanities in MilitarySciences of the Center for Personnel Studiesand Forte Duque de Caxias.

    KEYWORDS:Management of information. Communicationstrategy. Olympic Games 2016. InformationOperations.

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    Introdução

    Não são fartos os artigos científicos quetratam das operações militares de nãoguerra, como por exemplo, as operações deGarantia da Lei e da Ordem. O que há sãodeclarações e análises de especialistas ejornalistas que aqui e ali manifestam opiniõesde toda gama sobre a presença das ForçasArmadas em missões – cujo interesse égarantir um ambiente seguro e estável atéque a ordem social se reestabeleça.

    Porém, o tema da Intervenção Federaldecretada pelo Governo Federal, insuflou aespeculação sobre esses tipos de operações,ainda mais devido à efervescência do período– 2018, ano eleitoral – e de condiçõesdepauperadas na governança do estado doRio de Janeiro. Ademais, foram muitos osfatores que levaram ao colapso a SegurançaPública do estado do RJ e que, devido aoslimites deste texto, não serão apontados emprimeiro plano.

    Mas interessa ao escopo destadiscussão quais seriam os indicadores maisadequados para avaliar a efetividade deações relativas ao manejo da informação, emespecial tendo como pano de fundo umadiscussão que divide opiniões com relação aoemprego das Forças Armadas em operaçõesde Segurança Pública.

    O pressuposto de partida com relação aencontrar indicadores adequados não passapor números ou estatísticas, uma vez que oabsoluto desses dados não deve serconsiderado fora de uma contextualização.Soma-se a isto as diferentes metodologias deapuração de dados - que não fazemencontrar números e levantamentos decontextos situacionais diversos.

    De sorte que as duas questões que sãotomadas para composição de indicadores eque são as mais priorizadas por especialistase pesquisadores, quais sejam: o volume deinformações divulgadas pela mídia e areverberação na opinião pública dasnarrativas tratadas, normalmente nãoconsideram a volatilidade de números eestatísticas e quase nunca tomam aspectosteóricos sobre a formação da opinião públicano contexto das discussões. A esta lacuna,este ensaio tente suprir sumariamente.

    Ainda em face desta questão, a opiniãopública não pode ser compreendida apenas a

    partir de estatísticas apuradas por Institutosde Pesquisa, como é de praxe que seminiaturize o conjunto subjetivo das opiniõesem um par de algarismos. É preciso que asdiscussões considerem outros elementos quedoravante serão tratados.

    Na sequência, um relato de umaexperiência operacional trará à baila dadiscussão como o trabalho desenvolvido nomaior evento já realizado no país – os JogosOlímpicos 2016 – pode oferecer liçõessignificativas sob o contexto da não guerra,para a segurança, a lei e a ordem do país, apartir da integração de capacidadesrelacionadas à Informação (CRIs).

    Por fim, numa terceira seção, o textoapontará alguns exemplos de materiais ela-borados em função da campanha de segu-rança das Forças Armadas para os JogosOlímpicos 2016, cuja experiência, a partir damissão, consolida o desafio de integração en-tre Comunicação Social e Operações Psicoló-gicas para o manejo da informação.

    1. OPINIÃO PÚBLICA COMO INDICADORÀ LUZ DAS OPERAÇÕES DE NÃO GUERRA

    O desencadeamento de uma operaçãode não guerra, como é o apoio à SegurançaPública (mais comumente percebida pormeio da Garantia da Lei e da Ordem) pelasForças Armadas tem relação estreita com aopinião pública.

    Sociologicamente, a opinião pública é aopinião relativamente coesa, que se formaperiodicamente por intermédio da confluênciade posições e comportamentos que estavampulverizados e que passaram a constituir emalgo comum, acima dos indivíduos eposicionamentos. A opinião pública éreconhecidamente tomada como consenso oumesmo considerada como o juiz da sociedade(MARCONDES FILHO, 2009), fato que énotório quando se observa as interaçõesentre as pessoas.

    Mesmo em um ambiente virtual, comredes sociais que facilitam o anonimatodaqueles que estabelecem algum tipo deinteração de conteúdo, é comum que aspessoas busquem expressar ideias que estãodentro de um escopo reconhecidamentepositivo na sociedade, ou se calar.

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    Noelle-Neumann afirmava na década de1980 que as pessoas tendem a esconderopiniões contrárias às da maioria,dificultando a mudança de hábitos eajudando a manter o status quo. Para apesquisadora alemã, a opção pelo silêncio écausada pelo medo de solidão social,escondendo desejos de mudanças por vezespresentes em uma maioria silenciosa. A estaideia foi dado o nome de Espiral do Silêncio(PENA, 2013).

    Opiniões cobrem uma grande frente deideias, em dilatados períodos de tempo e emquantidade maior que os seres humanospodem observar de maneira direta. Emsíntese, as opiniões surgem como módulosabsorvidos de relatos externos ou daquiloque as pessoas podem imaginar (LIPPMANN,2009). O que Walter Lippman queria dizer éque as pessoas possuem opinião acerca demuitas coisas que estão ao redor, mesmo quenão tenham profundo conhecimento. Aimaginação se encarrega em grande partedaquilo que se chama opinião.

    Acrescenta-se à imaginação, conformeafirmou Lippman (2009), que aquilo que seacha ser um relato de determinada ação é,na verdade, uma metamorfose subjetivadaquela mesma ação. A interpretação de umrelato é resultado do conhecedor e doconhecido, sendo que para o que éobservado há o caráter seletivo e, por vezes,criativo.

    Ainda ao se tratar de relatos, Lippman(2009) diz que o observador define o queacontece na ação para depois vê-la, quandona verdade deveria vê-la primeiro paradepois definir o que acontece. É nesseinstante que é colocado em relevo o que seentende por estereótipo. Na grande confusãode ideias do mundo exterior, a cultura definepara as pessoas aquilo que devem entenderdo que se passa ao seu redor. O ser humanotende a entender o mundo de formaestereotipada.

    A herança cultural, que é resultado degerações, condiciona a criar reaçõesnegativas para comportamentos fora dospadrões aceitos pela maioria. A maneiracomo se vê o mundo, apreciações de ordemmoral, comportamentos sociais e posturascorporais são produtos do resultado daoperação da cultura. Conforme Lévi-Strauss(1976), "o sábio nunca dialoga com a

    natureza pura, senão com um determinadoestado de relação entre a natureza e acultura, definida por um período da históriaem que vive, a civilização que é a sua e osmeios materiais de que dispõe" (apud Laraia,2001).

    Compilando essa perspectiva aosconceitos apresentados, é possível observarque as pessoas, em geral, já possuem ideiasfixas sobre determinados assuntos e que asmesmas pessoas são bombardeadas porrelatos de uma realidade filtrada, em grandeparte, de produtos feitos pela mídia. Osrelatos midiáticos reforçam aquilo que acultura pessoal já internalizou como o que éreal nas mentes das pessoas.

    Para McCombs (2009) e a Teoria doAgendamento, as pessoas que consomemnotícias tendem a considerar maisimportantes os assuntos que são veiculadospela imprensa, ao sugerir que os veículos decomunicação agendam as conversas travadaspela sociedade.

    Nesse sentido, alerta-se que para quasetodas as preocupações da agenda pública, aspessoas as tratam como uma realidade ditade segunda-mão, já que ela é estruturadapor relatos de jornalistas sobre os últimoseventos e situações, a partir de ocorrências eambientes para além da experiência imediatado cidadão. Mais do que relatar eventosimportantes, o que os jornalistas focam éatrair a atenção dos consumidores de notíciase influenciar a percepção do que é maisimportante. Situação agravada pelo fato deque os meios de comunicação são, para amaioria das pessoas, únicas fontes deinformação sobre os assuntos que ocorremno País e no mundo.

    Transferindo este estado de coisas parao divulgação pela mídia de ações de nãoguerra, entra em foco, de forma episódica, asações de GLO.

    Por definição, considera-se o seguinteconceito para GLO: as Operações de Garantiada Lei e da Ordem (GLO), no contexto dasOperações de não guerra, são açõesdesempenhadas pelas Forças Armadas, a fimde que se possa garantir aos brasileiros atranquilidade desejada por todos, emmomentos de graves situações deperturbação da ordem, acrescendo-se o fatode que as Forças de segurança públicatenham esgotado todo o potencial de

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    combate a tais perturbações. As operaçõesde GLO são garantidas pela ConstituiçãoFederal brasileira e por outras leis e decretos,concedendo de forma episódica às ForçasArmadas a possibilidade de atuarem compoder de polícia em uma área restrita e portempo limitado, até que seja reestabelecida aordem pública, a integridade da populaçãolocal e o funcionamento regular dasinstituições.

    Então, como pode a opinião pública teruma percepção positiva dessas operações sequase sempre o conhecimento pela maioriadas pessoas sobre essas ações são relatosditos de segunda-mão e já afetados porinúmeros estereótipos intervenientes?

    Para que se ofereça minimamente umaresposta ao problema apresentado, deve-separtir do entendimento de como umaoperação de GLO, ou qualquer outra açãopontual de não guerra, pode interferir nocotidiano da sociedade.

    Ao atuarem com poder de polícia, asForças Armadas trazem um “remédioamargo” para a solução de problemasmortais para a sociedade. Para adoutrinadora de Direito Fernanda Marinela(2006), o poder de polícia é um instrumentoconferido ao administrador, que lhe permitecondicionar, restringir, frenar o exercício daatividade, o uso e gozo de bens e direitospelos particulares, em nome do interesse dacoletividade. Ou seja, restrição de direitosindividuais, que são tão caros à sociedade.

    Em um contexto de opinião públicaligada ao emprego das Forças Armadas emoperações de GLO, pode-se cuidar dasdivulgações considerando o contexto dasoperações em três momentos: osantecedentes à operação; a operaçãopropriamente dita; e as consequências queelas trazem para as Forças Armadas. Todoseles, com capital influência dos veículos decomunicação.

    Sobre o primeiro momento, é precisoque haja clareza por parte dos responsáveispela determinação de uma operação o quãoimportante é o período que antecede àsoperações de GLO. Informações relacionadasao meio político e o desgaste das instituiçõesde segurança pública pesam muito no“preparo” da disposição de aceitação de umaoperação por parte da opinião pública.Problemas de insegurança e desordem

    pública são trazidos à tona de maneiramassiva pela imprensa. A sociedade passaentão a criar opiniões acerca do assunto. Taisopiniões normalmente elegem um herói e umvilão. No caso, normalmente o vilão passa aser as instituições de segurança pública ou aclasse política, ao não conseguir reverter umretrospecto histórica e sucessivamentenegativo. O que favorece uma apostasignificativa em eleger as Forças Armadascomo o herói, ou, o salvador, sob umaperspectiva de contraponto.

    Como consequência, aumenta muito aresponsabilidade sobre as Forças Armadasem relação às faltas que o meio político e asinstituições de segurança não supriram.Nesse ínterim, cabe ressaltar também aimportância da atividade de ComunicaçãoSocial para as Forças Armadas namanutenção de seus índices de credibilidade,anualmente apurados por institutos depesquisas.

    Com o objetivo de preservar efortalecer a imagem, as Forças Armadasbuscam pautar suas ações de comunicaçãopela transparência e oportunidade. Talpostura deve ser reiterada por todos osenvolvidos com o manejo da informação,pois, durante as operações de não guerra,como é o caso das operações de GLO, ecomo é o caso dos exemplos listados naseções subsequentes, os produtos de mídiapassam a dar maior atenção aos trabalhos eàs ações das Forças Armadas. E respeitandoa ética, os veículos de comunicação devemreportar à sociedade o que de fato estáocorrendo. Tal situação deve ser capitalizadae utilizada como janela para a transparênciae a oportunidade.

    É nesse momento que as ForçasArmadas devem ter a atenção voltada para olimiar entre a execução de ações necessáriaspara o objetivo operacional e a manutençãode sua imagem. Ações que são restritivas (ousigilosas) podem ser confundidas comtruculência, que é um estereótipo pulverizadona sociedade acerca das Força Armadas.

    Durante as operações de GLO ou emoutras ações de não guerra, as coberturasjornalísticas tendem a adotar uma posturade cobrança, como que representando oguardião do interesse público. Salvo emsituações atípicas, a maioria das açõestendem a gerar dados concretos de proteção,

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    que devem ser constante e incessantementedivulgados, pois, grande parte dos resultadospossibilitam pautas positivas. Tal dinâmica,favorece um amistoso relacionamento com amídia e permite uma maior sensibilização daopinião pública sobre a relevância dasoperações.

    O último momento a ser considerado éo período pós-operação, em que as ações decomunicação e manejo de informação devemmostrar à população os benefíciosconquistados. Benefícios objetivados emdados comprováveis, e facilitados ao acessoda mídia, que são os interlocutores dos fatoscotidianos para a sociedade. Com isso, aimagem tenderá a permanecer positivaperante a opinião pública.

    Tendo em vista cada tipo de posturadada a cada um dos diferentes momentos,reitera-se que só a capitalização dos dados,com transparência e oportunidade, e aacuidade com as ocorrências restritivas, emrelação a como isto pode ser traduzido pelamídia, podem ser revertidos na imagempositiva que os profissionais de comunicaçãotanto buscam com suas ações e estratégiasde manejo da informação.

    2. O CASO CDS COPACABANA: RELATODE AÇÃO OPERACIONAL NO MAIOREVENTO JÁ REALIZADO COM AÇÃOINTEGRADA DE OPERAÇÕES DEINFORMAÇÃO

    As Forças Armadas, durante os JogosOlímpicos e Paralímpicos em 2016,desenvolveu diversos Comandos de DefesaSetorial (CDS), entre eles o de Copacabana,com a finalidade de atuar como Força deContingência dos Órgãos de SegurançaPública, visando a realização pacífica esegura dos jogos da Rio 2016. Este é umrelato da coordenação realizada pela Marinhado Brasil, no Comando em destaque, quecoordenou, naquela Unidade de Defesa,ações de integração em Operações deInformações (OpInfo).

    Foram desenvolvidos sistemas degerenciamento de informações,comunicações e imagens que possibilitaram oacompanhamento em tempo real do queocorria em casas temáticas, nas estruturasconsideradas estratégicas e em todos os

    locais onde o perímetro do Comando deDefesa abrangia, em conjunto com os Órgãosde Segurança Pública (OSP), que tambémficaram situados no Comando do PrimeiroDistrito Naval. Foi naquela ocasião queocorreu o primeiro trabalho de Operações deInformação realizado de forma integrada pelaMarinha do Brasil em conjunto aos demaisOSP do Rio de Janeiro. Seguindo uma políticatraçada pela Sessão de Operações do CDSCopacabana, foi formada a Seção deOperações de Informação (M-8).

    A primeira atividade da equipe deOpInfo foi a formação da equipe, tendo comofoco as seguintes capacidades operativas:Operações Psicológicas, Defesa Cibernética,Guerra Eletrônica e Assuntos Civis, além deum estreito relacionamento com as Seçõesde Comunicação Social e Inteligência, e comos Grupos-Tarefa sob coordenação do Centrode Coordenação Tático Integrado (CCTI) -Elementos de Operações Especiais(ElmOpEsp) e Elementos especializados emDefesa Nuclear, Biológica, Química eRadiológica (DefNBQR) da Marinha do Brasil.Para cada um dos citados grupos foielaborado um conjunto de atividades eobjetivos a serem atingidos, diretamenterelacionados à missão do CDS Copacabana,em estrito atendimento ao estabelecido noPlano de Operações. A formação do grupoensejou a preparação do Plano de operaçõesde Operações de Informação, que foianexado ao Plano de Operações do CDSCopacabana.

    As reuniões da equipe de OpInfo,ocorriam semanalmente no CDS Copacabanae no Comando Militar do Leste. O ExércitoBrasileiro, por meio do Comando Geral deDefesa de Área (CGDA), também dispunhade Seções de Estado-maior de naturezasemelhante às da Marinha, sendo a de maiordimensão a D-8, sob coordenação de umCoronel, com curso de OperaçõesPsicológicas junto ao então 1º Batalhão deOperações de Apoio à Informação (1º BOAI)em Goiânia.

    Coube à Marinha do Brasil realizar umtrabalho integrado de OpInfo em conjuntocom os Órgãos de Segurança Pública,podendo ser destacados as Polícias Federal eCivil, o Centro de Inteligência da Marinha, doExército e dos Jogos, a Guarda Municipal e osdemais órgãos de segurança que

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    compunham o núcleo do CDS Copacabana.Havia, portanto, disponibilidade plena dasinformações, troca conjunta entre os grupos,e reuniões para tratar de possíveis situaçõesque afetavam a segurança, prevenindoperigos potenciais que pudessem interferirnos jogos.

    As equipes da Seção de OpInfo foramelaboradas com a finalidade de manter asuperioridade da informação em relação àseventuais Fontes de Ameaça, proteger ossistemas de informação de interesse do CDSe assegurar o emprego coordenado dascapacidades interferentes na dimensãoinformacional, na cidade do Rio de Janeiro,promovendo a sinergia de esforços naobtenção dos efeitos desejados e evitando ofratricídio informacional, redundânciasdesnecessárias ou lacunas de execução.

    Os núcleos de inteligência operacionaldos jogos e as equipes de OperaçõesPsicológicas, realizaram atividadessimultâneas e integradas, pois as principaisações decorrentes ocorriam por meio dacoleta de dados de inteligência, queorientavam ações de operações em todos osgrupos. Nesse sentido as Operações deGarantia da Lei e da Ordem (GLO), recebiamdiversas e ordenadas informações quepossibilitavam às equipes realizaremintervenções focadas em problemas reais,por meio de estudos e planejamento detarefas elaborados com bastanteantecedência pelos setores.

    Diariamente ocorriam reuniões on-linejunto ao Centro de Comando e Controle dosJogos, com participação da equipe de OpInfo.Na ocasião, a doutrina dos diferentes núcleosera transmitida, de forma a possibilitar acolocação em prática das ações de segurançaem todo o Rio de Janeiro. Haviam também osbriefings de segurança entre os setores doCDS Copacabana, onde ocorria uma trocasemanal de informações sobre o andamentodas ações em desenvolvimento por cadasetor. No entanto eram nas reuniões junto àsequipes de Inteligência Operacional que onúcleo de OpInfo mais buscava elementospara coordenar as ações em cada célula dogrupo.

    As operações psicológicas (OpPsico)realizadas pelo grupo de OpInfo ocorreramde forma integrada com as equipes deinteligência e Centro de Controle de Ações

    Anti-terrorismo (CCTI). Dessa forma, emapoio às atividades de treinamento do CCTI,a equipe de OpInfo programou e realizoupalestras em empresas, clubes, organizaçõesestratégicas e possíveis locais consideradosalvos de ações terroristas.

    As Campanhas de Conscientização paraa Percepção de Ameaças Anti-terroristas(CPAT) permitiram que os cidadãosdesenvolvessem a mentalidade desegurança, reforçando seu comprometimentocom o esquema de segurança dos jogos e,desta forma, potencializando a capacidade dedissuasão contra as possíveis ameaçasterroristas. A equipe de operaçõesPsicológicas, contribuía dessa forma, paradisseminar à população informações quecontribuíam para prevenir e evitar possíveisataques terrorista, e obtinham, por parte dapopulação, informações que possibilitavam aantecipação de ações em contribuição aoCCTI.

    Em 14 de agosto de 2016 a FederaçãoIsraelense do Estado do Rio de Janeiroorganizou uma cerimônia no Palácio daCidade em homenagem aos onze mortos doatentado ocorrido durante os Jogos Olímpicosde Munique em 1972. Destacamentos deComandos Anfíbios, de Mergulhadores deCombate, de Anti-Dispositivos ExplosivosImprovisados (Anti-DEI) e Equipe deNegociadores do Grupo-Tarefa CCTI forampré-posicionados como opção tática, nasimediações do local. Para que esse trabalhofosse realizado com êxito, houvecoordenação plena das equipes de OpInfo eCCTI do CDS Copacabana.

    A equipe de Operações Psicológicasproduziu material de campanha, de forma aestimular a tropa para a missão de defesa.Nesse sentido, as campanhas ocorreram como emprego de material impresso, notícias emmeios de comunicação, mensagens deincentivo à tropa, todas com o apoio diretodo setor de Comunicação Social. O setor deOpInfo definia as ações com os Chefes doCDS Copacabana, e as principais açõestinham como foco manter a tenacidade edisposição de toda a tropa em comprimentoà missão dos Jogos Olímpicos 2016.

    Esta coordenação e resumo de algumasdas ações de planejamento, coroados com osucesso do evento e da consecução dasmissões, são exemplos de como as Forças

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    Armadas desempenham sua capacidadeoperativa com integração coordenada,garantido a lei a ordem sempre quenecessário.

    Por fim, a última seção indicaráexemplos de como a capacidade operativatotalmente integrada foi materializada nacampanha de sensibilização da opiniãopública nos Jogos Olímpicos 2016.

    3. A INTEGRAÇÃO DE DUASCAPACIDADES DE OPERAÇÕES DEINFORMAÇÃO APURADA A PARTIR DEUMA PESQUISA SOBRE A EXPERIÊNCIADOS JOGOS OLÍMPICOS 2016

    3.1 Comunicação Social eOperações Psicológicas unindo esforçospara divulgação de matérias na mídia

    As referências a que se refere o relatodoravante de pesquisa, tiveram como base oano de 2016, pois foi exatamente o ano emque foram apurados os dados à luz dos JogosOlímpicos 2016. Esta observação é cabíveluma vez que vários dos documentos citadosjá tiveram suas respectivas atualizações, masno texto ora apresentado serão consideradosas versões estudadas à época, para que aanálise não sofresse desconexão em funçãoda atualização dessa documentação.

    A Marinha define em seu Plano deComunicação Social (2016 p. 4) que o Oficialde Comunicação Social precisa dedicarespecial atenção ao relacionamento com aImprensa, sempre de maneira proativa,“estreitando o relacionamento comprofissionais da mídia, construindo pautas eimplementando estratégias que transmitam àopinião pública uma imagem positiva daMarinha”. Já o Centro de Comunicação Socialdo Exército (CCOMSEx), no item “Y”, FunçãoRelacionamento com a Mídia, demonstravaem seu documento de 2016 como o público éimportante para a Força Terrestre,destinando quatro páginas para descrever orelacionamento da Comunicação Social doExército Brasileiro com a mídia. (ExércitoBrasileiro, 2016, p. 144).

    Em 2013, o Exército Brasileiro publicouum caderno que tem como título “Falandocom a Imprensa”, o qual tinha a finalidade deconscientizar os integrantes do Sistema deComunicação Social do Exército

    (SISCOMSEx) sobre a importância de seadotar procedimentos da área dasInformações Públicas para o êxito no tratocom a mídia e desenvolver, em todos osníveis do Sistema, habilidades decomunicação com a imprensa. O EB aindapossui o Projeto “Formadores de Opinião”,que são ações destinadas a estreitar orelacionamento entre as OM e o segmento deformadores de opinião, incluindo osprofissionais da imprensa, por se tratar depúblico de interesse com maior potencial deprojetar a imagem da Força junto àsociedade.

    A Força Aérea também promoveeventos regulares com a imprensa e aindarealizam, diariamente, clippings dos jornaismais importantes do país, selecionando asnotícias que têm relação com as atividadesmilitares, e, sobretudo, as que tratamdiretamente de assuntos sobre as ForçasArmadas.

    Todo esse esforço das FA para o estreitorelacionamento com a imprensa, confere aosmilitares dos Órgãos de Com Soc das FA aaptidão necessária para a implementação edivulgação de matérias de interesse da forçana mídia, o que pode potencializar diversosprodutos de Op Psc nos Jogos Olímpicos de2016.

    Entender como um fato ou ação viranotícia é primordial para os militares deComunicação Social e OperaçõesPsicológicas, sobretudo em atividades deintegração. A publicação de um produto nossites das Forças e nas Redes Sociais écomum e depende muito mais dos própriosmilitares do que do meio utilizado. De outraforma, quando esse mesmo produto épublicado nos principais jornais do país ouem um canal de TV aberta, ele ganha umadimensão que transcende a finalidade inicialde quem o produziu.

    Em 1965, as pesquisadoras JohanGaltung e Marie Ruge, desenvolveram umestudo que define os critérios denoticiabilidade, que são valores ou critériossubjetivos que determinam a importânciaque um fato ou acontecimento tem para sernoticiado. As Americanas apontaram osseguintes valores-notícia:

    1. Freqüência ou duração doacontecimento (compatibilidade entre o

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    ritmo do acontecimento e aperiodicidade do meio); 2. Amplitude(dimensão do acontecimento, que vaidesde o número de pessoas envolvidasaté a carga dramática do fato); 3.Clareza (quanto menor a ambigüidade,maior a notabilidade); 4. Significância(diz respeito à proximidade culturale/ou relevância); 5. Consonância(facilidade de inserir o “novo” numa“velha” idéia que corresponda ao quese espera que aconteça); 6. Inesperado(acontecimento raro, com proximidadecultural); 7. Continuidade (o que já foinotícia tende a continuar sendo, mesmoque tenha reduzida a amplitude outornado familiar o inesperado); 8.Composição (o valor de cadaacontecimento varia de acordo com oequilíbrio do produto jornalístico comoum todo); 9. Referência a países deelite; 10. Referência a pessoas de elite;11. Personalização (possibilidade de servisto); 12. Negatividade (quanto maisnegativas as conseqüências, maischances de um fato virar notícia).(GALTUNG e RUGE apud SOARES,2007, p.15)

    Vários autores já discorreram sobreesse assunto, com designações diferentes ouidentificação de mais ou menos critérios denoticiabilidade. É dever do Oficial deComunicação Social, que trabalha comRelações Públicas, Propaganda e Publicidadee Informações Públicas, ter plenoconhecimento desses critérios paraviabilização de divulgação das atividades eda missão das FA.

    Neste ponto, a produção coordenada dematérias otimiza o processo de avaliação do“valor-notícia”, o que já ocorreu, em parte,no Centro Conjunto de Prevenção e Combateao Terrorismo (CCPCT), célula subordinada àCoordenação Geral de Defesa de Área(CGDA), formada para os Jogos Olímpicos,que tratou especificamente de ameaçaterrorista. Várias matérias foram publicadasna mídia (como p.ex. Figura 1), porintermédio de ações integradas entre oOficial de Com Soc e os Oficiais de Op Psc, osquais realizavam um trabalho conjunto nasala do referido Centro.

    Figura 1 – Panfleto de sensibilização contrapossível ameaça terrorista

    Fonte: MINISTÉRIO DA DEFESA(http://www.defesa.gov.br/noticias/22120-rio-2016-defesa-realiza-campanha-educativa-para-sensibilizar-populacao-sobre-possiveis-ameacas-terroristas) acessado em 27 de agosto de 2016.

    Dentre as várias publicações na mídia,destacam-se duas matérias que saíram noPortal G1, do site globo.com e uma narevista época online:

    Figura 2 – Matéria publicada no site darevista época sobre a campanha desensibilização da população contra ameaçaterrorista.

    Fonte: Página da revista época no site globo.com(http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2016/06/ministerio -da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.html) acessado em 5 de setembro de2016.

    49

    https://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttps://d.docs.live.net/51f1333ff6326b05/ComSoc/ComSoc/TCC/(http:/epoca.globo.com/tempo/expresso%20/noticia/2016/06/ministerio%20-da-defesa-lanca-campanha-para-prevenir-ameacas-terroristas.htmlhttp://www.defesa.gov.br/noticias/22120-rio-2016-defesa-realiza-campanha-educativa-para-sensibilizar-populacao-sobre-possiveis-ameacas-terroristashttp://www.defesa.gov.br/noticias/22120-rio-2016-defesa-realiza-campanha-educativa-para-sensibilizar-populacao-sobre-possiveis-ameacas-terroristashttp://www.defesa.gov.br/noticias/22120-rio-2016-defesa-realiza-campanha-educativa-para-sensibilizar-populacao-sobre-possiveis-ameacas-terroristas

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    Figura 3 - Matéria publicada no site do portalg1 sobre a campanha de sensibilização dapopulação contra ameaça terrorista:

    Fonte: Portal G1 do site globo.com(http://g1.globo.com/rio-de janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/07/ministerio-da-defesa-divulga-videos-para-alertar-ameacas-terroristas.html) acessado em: 5 setembro de2016.

    Independente da monta do evento ouação militar desenvolvida por qualquer umadas Forças, a aproximação do Sistema deComunicação Social com os órgãos daimprensa facilita uma possível divulgaçãodessas ações como mídia espontânea, o quepotencializa a exposição da imagem dasForças Armadas no que tange às suasresponsabilidades e missão constitucional.

    3.2 Propaganda e Publicidade comoinstrumentos de persuasão naintegração de capacidades

    A propaganda é o principal instrumento doprocesso de comunicação utilizado pelas OpPsc, por meio da qual qualquer informação,ideia ou apelo especial, influencia opiniões,provoca atitudes, gera emoções ou dirige ocomportamento de indivíduos e grupos, a fimde beneficiar, direta ou indiretamente, quema promoveu. O antigo Manual de Op Psc doEB dava destaque a ela como o meio maispoderoso para influenciar a Opinião Pública.Nas campanhas do passado, o ambienteoperacional tradicional era concentrado nadimensão física e fatores como acompartimentação do terreno e condições

    meteorológicas eram consideradospreponderantes para o sucesso da operação.Porém, “As variações no caráter e nanatureza do conflito, resultantes dasmudanças tecnológicas e sociais, impõemuma visão que também considere asinfluências das dimensões humana einformacional nas operações militares e vice-versa.” (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2014, p. 2-2).

    Figura 4 - As Dimensões do AmbienteOperacional

    Fonte: EXÉRCITO BRASILEIRO (2014)

    Hoje, o terreno humano é tão relevantequanto o físico. O uso legítimo da força temsido justificado por líderes de naçõesproeminentes no cenário mundial emsituações em que as imperfeições humanastranscendem os limites da razão, uma vezque os elementos relacionados às estruturassociais, seus comportamentos e interesses,normalmente são os geradores do conflito.

    A importância da dimensãoinformacional é destacada no Manual deOperações de Informação do EB, o qualressalta que a percepção das pessoasocasionará uma narrativa dominante quepoderá ser decisiva nas operações militarescontemporâneas.

    […] a percepção que a populaçãotem da realidade é de sumaimportância. Controlar a “narrativa” énão apenas comunicar bem, mascomunicar primeiro. Dessa constatação,decorrem outras:

    50

    http://g1.globo.com/rio-de%20janeiro/olimpiadas%20/rio2016/noticia/%202016/07/%20ministerio-da-defesa-divulga-videos-para-alertar-ameacas-terroristas.htmlhttp://g1.globo.com/rio-de%20janeiro/olimpiadas%20/rio2016/noticia/%202016/07/%20ministerio-da-defesa-divulga-videos-para-alertar-ameacas-terroristas.htmlhttp://g1.globo.com/rio-de%20janeiro/olimpiadas%20/rio2016/noticia/%202016/07/%20ministerio-da-defesa-divulga-videos-para-alertar-ameacas-terroristas.html

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    - a prioridade atribuída aosassuntos de Defesa é definida a partirda percepção da sociedade sobre asameaças concretas e potenciais;

    - nas situações para as quais asociedade aceita a solução pela viamilitar, espera-se que o emprego daforça seja seletivo, gradual,proporcional e de curta duração. Oexcesso de força é dispendioso e, porisso, inaceitável; e

    - perder o controle da narrativapode levar a sérias restrições àliberdade de ação e até mesmo impor aderrota no Espaço de Batalha.(EXÉRCITO BRASILEIRO, 2014, p.2-6)

    Apesar de toda propaganda conterelementos de controle em maior ou menorgrau, a prática persuasiva, com o escopofinal da narrativa dominante, se caracterizapela persuasão deliberada, a qual utilizatécnicas provenientes de várias áreas, comoa psicologia e a comunicação.

    Com o objetivo permanente damanutenção da credibilidade e preservaçãoda imagem das Forças, a Com Soc pode edeve utilizar a expertise dos militares de OpPsc nas suas ações e confecções de produtos,que serão definidas claramente a origem dapropaganda. De outra forma, as Op Psc é umcampo que não se restringe às ações econfecções de materiais de persuasão, masoutras ações que se utilizam de atividades etécnicas relacionadas à informação paraprevenção de ameaças e enfraquecimentodos adversários.

    E o embasamento para essas ações nãopodem ficar restritos aos manuais decampanha que tratam de Op Psc e Com Soc.A literatura oferecida ao mercado profissionalé farta com relação aos ensinamentos sobrecomo influenciar a opinião pública a partirestratégias de publicidade, propaganda emarketing. Um exemplo é a obra de Keller eKotler (2012, p.514). Para os autores,propaganda é “qualquer forma [paga] deapresentação e promoção não pessoal deideias, mercadorias e serviços, por umanunciante identificado via mídia impressa(jornais, revistas) eletrônicas (rádio,televisão), em rede (telefone, cabo, satélite,wireless), e expositiva (painéis, placas desinalização e cartazes)”.

    Obviamente que, para suas finalidadescomo instituição de Estado, o Manual de OpPsc do EB não contempla a visão lucrativa deKotler no que se refere à relação dapropaganda com a venda e tampouco àidentificação do anunciante. Por outro lado,estabelece alguns princípios que devemnortear a propaganda nas FA, a saber:credibilidade, oportunidade, coerência,significância, positividade, permanência eadequabilidade.

    Ainda utilizando a obra comoreferência, (KELLER e KOTLER, 2012, p. 518)também é recomendável observar, para odesenvolvimento de uma comunicação eficaz,as oito etapas a partir das quais se deverealizar um planejamento, das quaisdestacam-se: determinação dos objetivos,identificação do público-alvo, elaboração dacomunicação, seleção dos canais emensuração dos resultados da comunicação.Como paralelo, é possível corresponder essasetapas aos ciclos de propaganda descritos noManual de Op Psc, conforme comparação natabela a seguir:

    Tabela 1 – Comparação do ciclo de propagandacom as etapas do processo de comunicação deKotler

    Manual C-45-4 KotlerConhecimento da missão Determinação dos Objetivos e

    Identificação do público alvoEstudos da situação e decisão

    Preparo da propaganda Elaboração da comunicaçãoDivulgação Seleção dos canais

    Acompanhamento e avaliação Mensuração dos resultados da

    comunicação

    Criação: Alexandro Sarmento Vianna (2016)

    Ainda na escolta das recomendações deKeller e Kotler (2012, p. 542) os objetivos dapropaganda podem ser classificados deacordo com o propósito de informar,persuadir, lembrar ou reforçar. Da parte doExército, o plano de Comunicação Socialestabeleceu em 2016, ano do evento e emque esta pesquisa foi realizada, as seguintesações que podem ser correlacionadas com osobjetivos da propaganda listados por Kotler.

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    Tabela 2 - Propósitos da Propaganda e Ações do

    CCOMSEx nas Olimpíadas

    Informar

    - Divulgar o emprego do Exército durante

    a realização dos Jogos; e

    - Comunicar a atuação do EB nos Jogos

    Olímpicos e Paralímpicos 2016, tanto nas

    ações de preparação e de condução, como

    na participação de seus atletas de

    alto desempenho nas competições.

    Persuadir

    - Colaborar para conscientizar a população

    brasileira sobre a importância das FA, em

    particular do EB, na defesa e segurança

    nacional;

    - Contribuir para a garantia e a percepção

    da segurança dos jogos nas Áreas de Ação de

    Segurança sob responsabilidade do EB,

    a fim de promover um ambiente pacífico e

    seguro nos eventos-teste 2015/2016 e nos

    Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016;

    - Potencializar a dissuasão de ações que

    comprometam a realização dos Jogos;

    - Contribuir para a prevenção, o enfrentamento

    e a mitigação dos possíveis vetores de ameaças

    antes, durante e após a realização dos Jogos; e

    - Impactar os públicos-alvo, compostos pela

    população e pelas mídias regionais das cidades-

    sede dos Jogos, pelos veículos nacionais e

    internacionais, por militares e atletas de alto

    rendimento, por formadores de opinião e

    profissionais de mídia, crianças, jovens e

    estudantes de todos os níveis de escolaridade. Lembrar/

    Reforçar

    - Fortalecer o moral e o espírito de corpo dos

    integrantes do EB participantes dos Jogos.Criação: Alexandro Sarmento Vianna (2016)

    Tais correlações, no âmbito da pesquisaora apresentada, apontam queconceitualmente os trabalhos da Força estãoalinhados à literatura sobre a produçãoprofissional, ainda que para se fazer um bomproduto de propaganda, especialmentequando o assunto é a não guerra, aindatenha que ser pelo agenciamento e manejoda Informação a partir de outros referenciais,como aqueles oriundos da psicologia ou daantropologia, isso para não falar dospressupostos para as ações de combate .

    Independente de qualquer que seja oreferencial, as Forças Armadas sempredevem contar com seu pessoal qualificadopara fortalecer e preservar a imagem das FA,por meio da divulgação de suas atividades aum público cada vez mais informado eexigente. Um exemplo que vai ao encontrodesta qualificação são os cursos de lato estricto sensu na área oferecidos peloExército, por meio do Centro de Estudos dePessoal e Forte Duque de Caxias, na cidadedo Rio de Janeiro.

    Seja como for, as FA não podemprescindir do profissionalismo e daexperiência de todos os seus militares noplanejamento e na realização de campanhasque envolvem a Comunicação Social e as OpPsc. No caso específico dos Jogos Olímpicosde 2016 foi observado que a maioria dasações de Com Soc e os objetivos psicológicospara a missão era correlata e convergiam namesma direção, demonstrando que aintegração de capacidades:

    Tabela 3 – Relação dos Objetivos psicológicos com a

    campanha para os jogos Olímpicos do CCOMSEx

    Objetivos psicológicos Campanha dos Jogos

    Olímpicos de 2016 -

    CCOMSEx- Desenvolver e fortalecer atitude

    favorável aos objetivos e ações

    das FA.

    -Fortalecer o moral e o

    espírito de corpo dos

    integrantes do Exército

    participantes dos Jogos- Desenvolver e fortalecer

    constante preocupação

    com a segurança no manejo do

    – Contribuir para a

    prevenção, o enfrentamento

    e a mitigação dos possíveis

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    armamento, nos deslocamentos

    motorizados, das instalações, das

    informações e com a segurança

    individual/grupo.

    vetores de ameaças antes,

    durante e após a realização

    dos Jogos.

    - Neutralizar os efeitos das

    notícias veiculadas, propagandas

    ou contrapropagandas oriundas

    das mídias ou de Agentes

    Perturbadores da Ordem Pública

    (APOP) que comprometam a

    imagem de prontidão obtida

    pelas FA.- Fortalecer a confiabilidade da

    população carioca e de turistas

    nas atividades das FA durante as

    Olimpíadas.

    - colaborar para

    conscientizar a população

    brasileira sobre a

    importância das FA, em

    particular do EB, na defesa e

    segurança nacional;

    - comunicar a atuação do EB

    nos Jogos Olímpicos e

    Paralímpicos 2016, tanto nas

    ações de preparação e de

    condução, como na

    participação de seus atletas

    de alto desempenho nas

    competições.- Contrapor-se à desinformação

    deliberada.– contribuir para a

    prevenção, o enfrentamento

    e a mitigação dos possíveis

    vetores de ameaças antes,

    durante e após a realização

    dos Jogos.

    - potencializar a dissuasão de

    ações que comprometam a

    realização dos Jogos.

    - Estimular a pró-atividade da

    população para as

    medidas de segurança e

    cooperação com os diversos

    Órgãos de segurança.- Reduzir ou neutralizar a

    liberdade de ação dos APOP

    contra a tropa.- Reduzir a sensação de

    impunidade dos APOP.Criação: Alexandro Sarmento Vianna (2016)

    Abalizado por essa relação de objetivoscorrelatos, percebe-se que a opinião pública,cujos preceitos foram tratados na primeira

    seção deste texto, cresce de importânciapara as Forças militares. Com aacessibilidade aos meios de comunicação eàs redes sociais, por todas as esferas dapopulação, o que o público pensa e publicaganhou nos últimos anos um peso aindamaior, o que deve impactarconsideravelmente as estratégias dascampanhas militares.

    Como característica do ambienteoperacional contemporâneo, a opiniãopública, tanto nacional quanto internacional,está menos propensa a aceitar o emprego daforça para as quais o Estado aplicava suas FAe tem exercido o papel de protagonismo nogerenciamento de crises e na solução deconflitos. Além disso, ressalta-se aconsiderável influência que a opinião públicaexerce sobre as operações militares atuais,pela importância atribuída à legitimidade dacausa, a qual é determinada pela legalidadecom base em diplomas legais nacionais einternacionais e respaldada por OrganismosInternacionais e pela moralidade, isto é, atosde guerra devem ser moralmente aceitospela opinião pública interna e externa.(EXÉRCITO BRASILEIRO, 2014, p. 2-1)

    A tendência de a opinião pública(população) integrar o centro de gravidadedos conflitos será acentuada. A versão danotícia deverá permanecer decisiva para aconquista da opinião pública e para o êxitodas operações. A batalha pela comunicação(mídia, Op Psc etc), será primordial para osucesso das campanhas. (PROFORÇA, 2012,p. 8)

    Para enfrentar a dificuldade de lidarcom a opinião pública, é importante que osmilitares da Com Soc e Op Psc tenhamconhecimento das vantagens e desvantagensdos meios e veículos da atualidade, nomomento de lançamento de umapropaganda. Como por exemplo que éconsenso entre diversos autores, que oconceito de público-alvo está mudandomuito. Profissionais da área de ComunicaçãoSocial não consideram mais essa designação,considerando que há perfis diferentes depúblico. De sorte que a maneira maisadequada para definição é Público deInteresse. A designação para "meios decomunicação de massa” também está sendoalterada, pois a capacidade que eles tinhamde persuadir e mudar comportamentos, como

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    acontecia há alguns, foi perdida com aevolução tecnológica e o empoderamento dasaudiências.

    Os produtos atuais consideram osindivíduos com corpo, mente e até espírito,numa vertente muito mais emocional do quequalquer outra coisa. Pode-se perceber, emdiversas agências e nos Centros de Com Socdas FA, que os trabalhos divulgação sãofeitos para públicos cada vez maissegmentados, especialmente quando se tratade Operações. Como por exemplo:"Indivíduos com mais de 50 anos moradoresdo bairro do Leblon", ou “Jovensuniversitários das faculdades públicas do Riode Janeiro”. Sem contar as atividadesinternas realizadas pelas Forças, direcionadasa Soldados, Cabos, Sargentos, funcionárioscivis, etc..

    Mas as práticas já estão direcionadasporque instrumentos ordinariamenteempregados pelas duas atividades paraconfecção de produtos de propagandatambém são/estão definidos nos diversosmanuais, como o Manual de Op Psc e O deOp Info do EB, e os Planos de ComunicaçãoSocial das FA. E, embora desatualizadas,algumas diretrizes e concepções do Manualde Op Psc do EB ainda estão sendo utilizadasnos Planos de Campanha de OperaçõesPsicológicas empregado nas operaçõesmilitares, como por exemplo as definições deIdeias-Força, Mensagens, Argumentos,Técnicas e slogans, que são definidos eutilizados em campanhas desde o Manual de1999. Com a publicação do novo Manual de2018, com acesso restrito, a tendência é queos procedimentos possam se investir de novoreferencial e acréscimos.

    Para finalizar, destaca-se a aplicação dapropaganda nos Jogos Olímpicos, identificadaem encartes com publicação de grandeamplitude (conforme Fig 5 e Fig 6) , como ainserção de peças em sites de empresasparceiras e terminais de autoatendimento debancos, além de revistas de grandecirculação, spots rádio para emissoras,vídeos para emissoras locais e totens empontos de grande circulação.

    Essas peças tiveram, entre outrosobjetivos, um em especial: o de cumprir coma missão de fortalecer a confiabilidade dapopulação carioca nas atividades das FAdurante os Jogos Olímpicos. Além das

    propagandas em destaque, também valeressaltar os diversos vídeos no canalYouTube, relativos às FA nos Jogos, matériaspublicadas nos principais meios decomunicação sobre a segurança nasOlimpíadas e cartazes e outdoors em locaisde grande circulação na cidade do Rio deJaneiro.

    Figura 5 – Registro fotográfico da campanhaPublicitária das Forças Armadas na estação demetrô de Afonso Pena, no Rio de JaneiroFonte: Alexandro Sarmento Vianna (2016)

    Figura 6 – Registro fotográfico da campanhapublicitária das Forças Armadas na estação de

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    metrô Uruguaiana, no Rio de Janeiro.Fonte: Alexandro Sarmento Vianna (2016)

    Para a missão de estimular a pró-atividade da população para as medidas desegurança e cooperação com os diversosÓrgãos de Segurança, o CCPCT já trabalhoude forma integrada nas Olimpíadas. Adivulgação de matérias no portal G1 doglobo.com, no site oficial das olimpíadas,além de palestras em grandes Shopping dacidade, foram grandes propagandas queatingiram boa parte da população carioca,turistas que estavam na cidade e pessoasque trabalham em locais de grandecirculação.

    Para o militar que trabalha na área deComunicação, é imperativo que se aprendaos processos e meios para atingir cadapúblico de interesse, baseados nasplataformas e instrumentos de comunicaçãoque se tem hoje em dia.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Os três fragmentos tratados no textooferecem ideias, conceitos e relatos deexperiência que ilustram, ainda que de formaincipiente, que os esforços para garantia dadefesa e da segurança pública coadunamtambém com aquiescência e sensibilização daopinião pública. A contribuição de cada umasdas seções representadas no texto revelaque a capacidade em operações conjuntasdemanda algo a mais do que o know-how e aexpertise para ações militares de não guerra,pois, sem uma campanha integrada demanejo das informações, os resultados dasações podem não ser reconhecidos pelasociedade.

    Os apontamentos sobre a opiniãopública, tratados na primeira seção, mostramque a predominância de qualquer relato, emgeral, está relacionada com o agendamentoda mídia. Complementarmente, a discussãoindica que a percepção por parte da opiniãopública normalmente é baseada naapreensão de uma realidade dita desegunda-mão, e não é incomum que aspercepções e apreensões sobre o mundo e arealidade sejam interpretações de relatossubjetivos, facilmente estereotipados.

    Estes apontamentos sugerem que asprovocações sobre a formação da opiniãopública incitadas pelo texto sempre devemser revisitadas em proveito de operaçõesconjuntas, especialmente com relação aostrabalhos que exijam sobremaneira o manejodas informações.

    Os relatos das duas experiências dasseções dois e três, referentes aos JogosOlímpicos 2016, mostraram que a integraçãodas Capacidades Relacionadas à Informação,como por exemplo a troca de práticas e deconhecimentos entre Comunicação Social eOperações Psicológicas, concretizadas emcampanhas para fortalecer a confiabilidadeda população nas atividades das ForçasArmadas, são úteis à missão sedesenvolvidas de forma integrada; edesenvolvidas a partir de conhecimentos ereferencial teórico consolidado.

    Como as experiências relatadas podemser caracterizadas pela expertise praxiológica

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    em ações de comunicação, podendo servircomo “o” exemplo de uma campanha deintegração bem sucedida, é possível que olegado dessas experiências tenha sido oacúmulo de saberes agregados, que, somadoà envergadura e à dimensão social com queas Forças Armadas atuou na proteção domaior evento que o país já teve, pode servirde parâmetro para as grandes e novasexperiências que estão por vir.

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