DEFICIT DE ATEN
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ED! MARISA LARA SA THLER
"DEFICIT DE ATEN
"0 segredo da existencia humana consistenao somente em viver mas em encontrarurn motivo para viver"
Dostoieviski
"Esta mao que se estende para 0 fruto, para a rosa, paraa vela que repentinamente flameja, seu gesto de atingir,atrair, atic;ar esta intimamente ligado a maturac;ao dofruto, a beleza da flor, ao flamejamento da vela. Masquando, neste movimento de atingir, atrair , ati9ar, amao ficou muito distante em rela9ao aD objeto, se dofruto, da flor, da vela, sai uma mao que vem 80 encontroda sua mao e, neste momenta, 13a sua mao que se fixana plenitude fechada do fruto, aberta da flor, na explosaode uma mao que flameja - entaD 0 que se produz ai ,130AMOR." J.LacanA todas as crian9as.
SUMARIO
RESUMO1- INTRODUCAO 12- ASPECTOS CONTEXTUAIS 32.1 - DEFINICAO SEGUNDO A CID-10 63- MODELO CEREBRAL DO DISTURBIO DO DEFICIT DE
ATENCAO 73.1 - DIAGNOSTICO SEGUNDO DSM IV 113.2 - EXAME NEUROLOGICO 143.2.1 - Lateralidade 153.2.2 - Linguagem 153.2.3 - Equilibrio est"tico 153.2.4 - Equilibrio dinamico 153.2.5 - Coordena9ao apendicular 163.2.6 - Sensibilidade e gnosias 163.2.7 - Persistencia motora 163.2.8 - Coordena93o tronco- membros 163.3 - TESTES PSICOMETRICOS 174- QUADRO CLiNICO 184.1 - CLASSIFICACAO DA HIPERATIVIDADE INFANTIL 204.1.1 - Hiperatividade verdadeira 204.1.2 - Hiperatividade situacional 214.1.3 - Hiperatividade Reacional 215 - TRATAMENTO 235.1 - PSICOESTIMULANTES 235.2 - ANTIDEPRESSIVOS 235.3 - ANSIOLiTICOS 235.4 - ANTICONVULSIVANTES 245.5 ANTIHIPERTENSIVOS CENTRAlS 246 - QUADRO COMPARATIVO 256.1 - BENEFiclOS DA MEDICACAO 256.2 - RESPOSTA SOCIAL 266.3 SUCESSO ESCOLAR 277 - ORIENTACAO PARA OS PAIS 297.1-AUMENTARACLAREZA 297.2 - AUMENTAR A PREVISIBILIDADE 307.3 - REMOVER BARULHOS E TRAFEGO IMPREVISivEL 308 - AL TERANDO COMPORTAMENTO 318.1 - DEFINIR 0 PROBLEMA DE UM MODO POSITIVO 31
9 - D1STURBIO DO DEFICIT DE ATENCAo:PROFESSORES DEVERIAM SABER
9.1 - IDENTIFICANDO D.DA NOS SEUS ALUNOS9 - CONSIDERACOES ESPECIAIS NA ESCOLA10.1 - 0 TIPO DE SALA DE AULA10.2 - TRABALHAN DO COM 0 PROFESSOR10.3 - TAREFA DE CASA10 - AMADURECER DDACONSIDERACOES FINAlSREFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
o QUE OS333336363737394042
INTRODUI;:AO
Atualmente, uma das maiores queixas nos consult6rios de psicopedagogia e:meu filho naG para quieto, nao consegue prestar 8ten980, as professores naD
conseguem ens ina-la, 0 que sera que ele tern?
E indiscutfvel a existencia de crianc;as que ja nos primeiros an os de vida
apresentam uma dificuldade maior em manter a interesse em brincadeiras e jogos. E
que na fase pre-8scolar au escolar esta caracteristica e mais evidente , pais acriang8 nao consegue prestar atenC;Elo no que e ensinado e e notada pelos pais eprofessores tanto par seu comportamento perturbador e inc6modo quanta par seu
baixo rendimento escolar. Estes, sao alguns comportamentos basicos associados as
crianc;as e adolescentes com "disturbio de deficit de atenc;:ao JI
o estudo deste disturbio tern atraido muito 0 interesse de pesquisadores demedicina, psicologia e educa9ao infantil, em virtude dos problemas afetivos
decorrentes das dificuldades em adquirir func;:oes, associ ados ao fracasso escolar,
que podem colaborar para um futuro desajuste sociaL Pesquisas recentes
demonstraram que metade das crianyas acometidas, se nao tratadas, superam
natural mente a transtorno na adolescencia. Porem, a outra metade nao con segue
supera-lo e, algumas destas crianc;as podem apresentar riscos na vida adulta
Um diagnostico preciso e multidisciplinar bem como 0 tratamento, sao de
fundamental importancia. 0 tratamento com medicamentos deve ser apenas um
coadjuvante e, par ser apenas sintomatico, contribui na narmaliza9aO do
comportamento, enquanto outras formas de atua980 terapeutica deverao estar
send a utilizadas.
Oessa forma, controle comportamental, terapia de grupo ou individual,
intervenc;;ao pedagogica e medica9Eio, constituirao um conjunto adequado de
tratamentos para a crianya com deficit de atenc;;ao
2 ASPECTOS CONTEXTUAIS
As primeiras cita90es sobre 0 deficit de atem;ao remontam ao inicio do sekula,
com a descrig80 de comportamentos instaveis por parte das crian98s onde, as
principais caracteristicas descritas eram: dificuldade de aten~o, impulsividade,
hiperatividade motora e labilidade emocional.
Na decada de 20, observa90es de crianC;:8s que apresentaram encefalite
letargica revelaram que as manifestac;:oes sintomaticas ap6s 0 epis6dio da doenc;a
eram identicas as das crianc;as com comportamento instavel, levando desta forma, a
urna tentativ8 de assodar as manifestac;:oes da hiperatividade com les6es cerebrais.
Como naD fcram detectados danos em teeida cerebral, sugeriu-se a terma lesac
cerebral minima.
STRAUSS E LEHTINEN (1947), educadores que trabalhavam com crian9as
portadoras de Iesao cerebral, perceberam que algumas crianc;as apresentavam uma
conduta ~inexplicavelmente dificil". Tentaram fazer a correlac;ao anatomocHnica
desta conduta com as supostas "les6es cerebrais minimas", que acreditavam estar
presentes naquelas crianc;as. A refutaC;8o da hip6tese de lesao cerebral para
justificar este tipo de conduta, permitiu que se cunhasse 0 termo disfunc;ao cerebral
minima.
Segundo LEFEVRE (1989), a lalta de consenso quanta ao conceito de dislun9ao
cerebral minima (DeM) se de. par haver uma discordancia entre a relativo rigor da
caracterizaC;8o pedag6gica e pSicologica das crianc;as com OeM e a imprecisao dos
achados neurol6gicos nas mesmas. Oa mesma forma, 0 espectro de manifestac;oes
da oeM e muito abrangente, apresentando num extremo, urn quadro que se
confunde com graves encefalopatias, enquanto que no outro, e pouco distinguivel da
vaga fronteira da normalidade.
Segunda BAILEY, KIEHL, el alii (1974), a terma "dana cerebral minima",
posteriormente denominado de "disfungilo cerebral minima" e "disturbio do deficit de
atenc;ao" e urn complexo de sintomas, incluindo hiperatividade, coordenaC;3o motora
prejudicada, curto perioda de atengao, habilidade de concentragao empobrecida,
desardens de aprendizagem e controle dos impulsos prejudicados.
Em 1980, a Associac;ao Americana de Psiquiatria propos a substituic;ao dos
termos OeM e Hiperatividade pelo termo Sindrome do Deficit de Atengilo (SDA) e,
mais recentemente, em 1994, propos 0 termo Transtorno do Deficit de
Atengilo/Hiperatividade.
FERREIRA (1995, p.68), abservau que as criangas cem disturbia do deficit de
atenc;ao podem apresentar alterac;ao da sensibilidade, como par exemplo, da
sensac;ao de dor. Se a aquisic;ao de sensibilidade encontra-se comprometida, as
sensibilidades mais complexas como esquema corporal e praxias podem estar
prejudicadas.
Atualmente, ainda e comum nos depararmos com trabalhos que tragam um auDutro termo para se referir a Hiperatividade Infantil, entre eles:
Oisfunc;ao Cerebral Minima;
Disturbio do Deficit de Atengila;
Transtorno do Deficit de Atenl'ilo/Hiperatividade;
Sfndrame Hipercinetica au Transtorno Hipercinetica;
Sindrome da Crianga Hiperativa;
Instabilidade Psicomotora da Crian9a.
Com exce9ao da Fran9a, que utiliza 0 termo Sindrome Hipercinetica, os outros
parses europeus continuam a utilizar 0 termo Disfunyao Cerebral Minima ou
Hiperatividade. Nos Estados Unidos e chamado de Disturbio do Deficit de Atenvao
com Hiperatividade (Attention Deficit Disorder with Hiperactive).
Segundo WAJNSZTEJN (1997) 0 disturbio do dEificit de aten9ao e muito
frequente na infanda e na adolescencia, no entanto existem muitas contradi90es em
relagao a sua natureza etiopatogenica, seu diagnostico e sua terapeutica. Criangas
que se enquadram no quadro cHnico de disturbio do deficit de 8ten980 (DDA) sao
consideradas pel os seus pais, professores ou outros profissionais como sendo
agitadas, desatentas e superativas, com excegao daqueles casas em que a disturbio
de atengao e muito evidente e obvio.
Este disturbio e dividido em:
disturbio do deficit de aten980 com hiperatividade, caracterizado par deficit de
aten9ao, impulsividade e hiperatividade;
disturbio do deficit de aten980 sem hiperatividade, com apenas deficit de
atenc;ao e impulsividade;
disturbio do deficit de aten980 residual, caracteristica de adolescentes e
adultos jovens, que anteriormente tiveram disturbio do deficit de atenc;ao com
hiperatividade.
2.1 DEFINII:;:AO SEGUNDO ACID 10
A Classifica~ao Internacional das Ooen~s CIO 10". da Organiza~ao Mundial da
Saude (OMS), ciassifica a Hiperatividade Infantil atraves do C6digo F90 - dos
Transtornos Hipercineticos e os caracteriza par: "iniao precoce; uma combinac;ao de
urn comportamento hiperativo e pobremente modulado, com desateny:ao marcante e
falta de envolvimento persistente nas tarefas; conduta invasiva nas situac;oes e
persistencia no tempo dessas caracteristicas de comportamento".
Quando 58 encontram transtornos da conduta associados ao quadro
hipercinetico, a CIO-1O prop6e 0 C6digo F90.1 e, para os casos residuais, 0
C6digo F90.9.
MODELO CEREBRAL DO DISTURBIO DO DEFICIT DE ATENI(AO
Estudando GOLDSTEIN (1990), 0 modelo que sera apresentado pode ajudar a
entender algumas das informayoes complexas e conflitantes a respeito da aten9c3.0 e
concentra~o e as sintomas do disturbio da falta de atenQ8o.
A figura abaixo representa urn diagrama do cerebra, indicando 0 cen