Definindo nosso chamado

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Definindo Nosso ChamadoRick Joyner - 29 de Julho de 2002

(Apóstolos) Esse ministério Palavra da Semana é um modo pelo qual estamos procurando metodicamente aprofundar nossas raízes nas sólidas verdades bíblicas, assim como nas questões espirituais importantes de nossos tempos. Por essa razão queremos investigar de maneira mais profunda o texto que estudamos na última semana, Efésios 4:11-13 que é uma das mais sucintas declarações do propósito da igreja nas Escrituras.

"E Ele designou uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que alcancemos a unidade de fé e do conhecimento do filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo" (NVI).

Aqui nós temos listado os ministros que foram dados para equipar a igreja para seu propósito. Como podemos ver, o propósito final é atingir "a medida da plenitude de Cristo." Esse deve ser nosso alvo final, e o foco que motiva tudo o que fazemos no ministério. Qualquer coisa que nos desvie dessa simplicidade de propósito irá nos desviar da finalidade de nossa chamada. Crescer no próprio Senhor Jesus, conhecê-lo, e habitar nele é nosso objetivo.

Agora iremos dar uma breve descrição de cada um desses ministérios que foram dados a igreja para esse propósito, começando com o primeiro listado, o apóstolo. Nos é dito em Hebreus 3:1, "Portando, santos irmãos, participantes do chamado celestial, fixem os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos." Jesus é o Apóstolo, assim como Ele é o Profeta, o Evangelista, o Pastor, e o Mestre. Quando crescemos no ministério, estamos de fato crescendo nesses aspectos dEle.

O ministério apostólico é basicamente um composto de todos os outros ministérios. Por exemplo, podemos ver que os principais apóstolos na Escritura, Pedro, João, e Paulo, foram todos grandes mestres, e eram certamente pastorais, proféticos, assim como evangelísticos em seu trabalho. Apesar disso, isso não significa que alguém que tem tendência a ter todas essas coisas seja necessariamente um apóstolo. Por quê? Porque o ministério apostólico é uma autoridade, não somente uma função.

Qualquer crente, mesmo um que não foi chamado para nenhum dos cinco ministérios, pode às vezes ser usado para ensinar, pastorear outros, profetizar, ou conduzir pessoas ao Senhor. Ser um desses ministros requer uma comissão. O ministério apostólico requer uma comissão pessoal do próprio Senhor. Isso não vem somente como uma impressão ou uma palavra profética. Em I Coríntios 9:1, uma das primeiras referências que o apóstolo Paulo dá que validam seu ministério apostólico é ter "visto Jesus nosso Senhor". Obviamente, aqui ele está falando sobre algo maior que somente um sonho ou uma visão.

Porque um apóstolo deve ver o Senhor? Apóstolos são os "mestres de obra" na construção do templo do Senhor, que é a igreja. Assim como Moisés, o primeiro na Escritura a edificar uma habitação para o Senhor, teve que subir a montanha para ver o modelo do tabernáculo antes de construí-lo, o apóstolo precisa ter uma visão clara do que ele está construindo. O modelo da igreja é o próprio Jesus. Há algo em contemplar a glória e majestade de quem Ele é que dá um entendimento, foco e resolução que é essencial para a verdadeira autoridade apostólica.

A carga apostólica final pode ser resumida em Gálatas 4:19 "Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que Cristo seja formado em vocês." Muitas definições populares do ministério apostólico enfocam que ele é mais dons administrativos que apostólicos. Recrutar igrejas em uma organização, ou ensinar à liderança da igreja pode ser feito por pessoas que não tem nenhum dos cinco ministérios dados para equipar a igreja. Um bom marqueteiro pode fazer isso. A verdadeira unção apostólica compele a igreja a estar perto do Senhor, a contemplá-lo, e ser conformada a Sua imagem, não somente a crescer dentro de um sistema.

Além de ter a autoridade para edificar, há outras questões relacionadas ao ministério apostólico como lançar por terra erros, heresias e apostasia. Uma das razões porque há muita confusão e disputas sobre muitas doutrinas hoje é a falta da verdadeira autoridade apostólica na igreja. Quando esse ministério for

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totalmente restaurado a igreja, ele terá autoridade para confrontar essas grandes questões com sabedoria celestial que estará acima de reprovação ou discussão. Essa autoridade não vem de um título, mas de uma sabedoria e unção que a sabedoria humana não poderá refutar.

Em Provérbios 24:3-4 nos é dito que "Com sabedoria se constrói a casa, e com discernimento se consolida. Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem…" É a sabedoria que de fato constrói a casa. Conhecimento irá encher, mas temos tentado trazer o enchimento antes de construir a casa. Portanto, nós não temos realmente igrejas, mas multidões que se reúnem. Isso vai mudar quando a verdadeira autoridade apostólica for restaurada. Eles irão vir principalmente com sabedoria, não somente conhecimento. Poderão não atrair como muitos, mas irão construir algo em que o Senhor irá habitar.

Há também outra característica apostólica fundamental que é ter uma natureza pioneira e valente, o que é visto nos apóstolos bíblicos. Esse é um impulso para ir mais longe, mais alto e mais profundo, que compele os outros a fazer o mesmo. Não há nada nesse mundo mais contagiante que aquele que está se aproximando do Senhor, e esse é o impulso preeminente do ministério apostólico. Isso pode ser classificado simplesmente como liderança. Contudo, essa é uma liderança que não somente dita a direção, mas conduz de fato.

Quando o verdadeiro ministério apostólico surgir, a igreja será cada vez mais levada àquilo a que ela foi chamada para andar. Esse é um alvo intangível que somente virá pela unção especial que está reservada àqueles que são da essência que poderão ser então aprovados. Contudo, como esse ministério é composto de todos os outros ministérios dados para equipar a igreja, ele será totalmente prático em ensinar, aconselhar, compartilhar visão e direção, assim como em alcançar os perdidos.

É inquestionável que a igreja necessita agora de liderança apostólica. No entanto, não podemos aceitar substitutos baratos. Se quisermos a coisa real, temos que ser dispostos a esperar por ela. Apóstolos não são feitos da noite para o dia. Mesmo o apóstolo Paulo foi chamado muitos anos antes de ser comissionado para esse ministério. Ele então era um apóstolo muito imaturo até que ele cresceu a ganhou experiência. Uma das principais razões para a superficialidade na igreja hoje é a superficialidade daqueles a quem estamos dispostos a seguir.

Assim como o Senhor elogiou a igreja de Éfeso por colocar a prova àqueles que se chamavam apóstolos mas não o eram, essa é uma questão que é muito importante a ser observada. Podemos errar de ambas as formas, ou perdendo o tempo da nossa visitação não reconhecendo o ministério, ou recebendo muito facilmente aqueles que não são realmente os bons. Lembre-se, há um fosso em ambos os lados da estrada da vida, mas quando você está no caminho você sabe por causa da vida que está fluindo.

Os Profetaspor Rick Joyner - 5 de Agosto de 2002

Na última semana começamos nosso estudo dos ministérios dados para equipar a igreja listados em Efésios 4 com uma breve olhada no ministério apostólico. Nessa semana, iremos continuar com o próximo ministério que é mencionado-os profetas. Na verdade, o melhor que pode fazer em um formato curto como esse é muito superficial, mas iremos realçar um pouco de cada um desses ministérios.

Como discutimos em relação ao apóstolo, podemos executar todas as funções do ministério apostólico às vezes, mas isso não faz de nós um apóstolo. Assim, podemos ser usados para profetizar, mas isso não faz de nós necessariamente um profeta. De fato, Paulo escreveu que "vocês todos podem profetizar…" (I Coríntios 14:31). Nos também lemos em Atos 2:17, "Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos”.

Aqui, vemos que quando o Senhor derrama seu Espírito, todos profetizam - jovens e velhos, homens e mulheres. Então, somente ter uma revelação profética não faz de alguém um profeta. Então, o que faz de alguém um profeta? Novamente, esses

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ministérios listados em Efésios4 são ofícios para os quais precisamos ser comissionados. Há uma diferença entre ser chamado para algo e ser comissionado para aquele ministério. Paulo foi chamado para ser um apóstolo muitos anos antes de ser comissionado.

Então quando alguém sabe que foi comissionado? Se você se faz essa pergunta é porque isso ainda não aconteceu. Quando o Senhor comissionar você para um ministério, você irá saber. Então, o que a comissão faz por nós que muda as coisas de quando nós ainda não fomos comissionados?

O tempo entre o chamado e o comissionamento é o tempo de preparação para o nosso ministério. Podemos fazer todos as coisas que um ministro comissionado faria, e esse deve ser um tempo em que nós estamos especialmente crescendo nos dons espirituais que nos foram dados em preparação para o nosso ministério. Apesar disso, quando a comissão vem, há um acréscimo de autoridade e unção que vem com ela. A comissão é um endosso especial do próprio Senhor que ele reconhece e dá suporte ao nosso ministério.

No mundo, reconhecemos a posição de alguém e nos submetemos à autoridade dele ou dela por causa de sua posição. Se você está no exército e alguém tem a patente de capitão, eles irão relacionar-se de acordo como o seu posto. Alguns serão compelidos a se submeter a sua autoridade, e aqueles que têm postos mais altos irão esperar os oficiais de postos mais baixos se submeterem a eles. Isso, apesar de quem é o mais inteligente, o mais desembaraçado ou o maior líder. Não é imaginável que a mesma coisa aconteça na igreja. Procuramos ser liderados pelo Espírito, e, portanto reconhecer a comissão e unção que está na vida de alguém. Somente os realmente espirituais poderão entender isso, e muitos poucos o farão. Mesmo assim, isso é algo em que devemos amadurecer se a igreja estiver vindo a ser aquilo a que ela foi chamada a ser nesses dias finais.

Então, o que o profeta faz que é diferente dos outros ministérios? Novamente, aqui nós temos que tratar sobre isso superficialmente. Basicamente, profetas são chamados para ouvir o Senhor em um nível estratégico. Isso não tem nada a ver com ensinar, escrever ou estabelecer doutrinas, mas antes, revelar a vontade do Senhor em certas questões. Isso pode ser para indivíduos, igrejas, a igreja universal, ou mesmo para governos, empresas, ou outras entidades para as quais o Senhor quer falar.

Os modos pelos quais os profetas recebem revelações do Senhor são muito diversos nas Escrituras. Ela pode vir como uma impressão, sonhos, visões, uma palavra do Senhor, visitações angélicas, ou sendo arrebatado no Espírito a ficar diante do Senhor, o que o torna um ministério excepcionalmente excitante. Mesmo assim, nos é dito que "profetizamos em parte." Isso significa que não importa o quão espetacularmente nossa revelação veio ela é apenas uma parte, como em um quebra-cabeça. Portanto, se quisermos ter a figura completa, precisamos aprender a colocar nossa parte junto com o que outros estão vendo. É por isso que esse ministério é quase sempre referido no plural.

Em Mateus 23:34 o Senhor disse, "Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas..." Para sermos claros, precisamos fazer uma distinção entre esses três emissários específicos que o Senhor prometeu nos enviar-profetas, sábios e escribas. Profetas são enviados com palavras e revelações do Senhor. Sábios têm a sabedoria que edifica o ministério apostólico, sobre o qual falamos na semana passada. Escribas são escritores (mestres). Cada um desses tem funções e autoridade diferentes.

Tivemos um bom exemplo de autoridade espiritual algumas semanas atrás quando

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as bolsas de valores estavam em queda. Assisti com interesse quando o Presidente tentou tranqüilizar e estabilizá-las com um discurso sobre como a economia estava indo bem. As bolsas caíram ainda mais. Então Alan Greenspan, o chefe da Reserva Federal, basicamente disse as mesmas coisas no outro dia e obteve um efeito positivo imediato. Certamente o Presidente tinha mais autoridade por sua posição que o chefe da Reserva Federal, mas ele não tinha mais autoridade espiritual.

Ambos estavam realmente tentando resolver uma questão espiritual-medo. Alan Greenspan construiu uma longa história de credibilidade que a comunidade empresarial respeita. Ele é um homem sábio nessa área. O Presidente ainda não tem esse tipo de história em relação à economia. Apesar de ele estar em uma posição muito mais alta, Greenspan tem mais autoridade espiritual que ele em algumas áreas.

Agora, podemos imaginar alguém que acumulou credibilidade pelo que ouviu do Senhor de modo que sua mensagem é aceita como tendo vindo diretamente de Deus? Esse seria um tipo diferente de autoridade que os sábios têm por sua sabedoria, e muito mais poderosa. Esse tipo de autoridade espiritual não acontece da noite para o dia, a menos que venha com manifestações espetaculares e sobrenaturais. Vemos profetas nas Escrituras ganhando autoridade de ambos os modos. O Senhor endossou alguns deles com grande poder sobrenatural. Outros cresceram em estatura porque nenhuma de suas palavras "caiu por terra". Normalmente, autoridade profética é uma combinação de ambos.

Apesar disso, precisamos distinguir a autoridade profética da autoridade dos "sábios." Os profetas são enviados para entregar mensagens de Deus, não somente tendo bons conselhos. Assim como discutimos com o ministério apostólico, não devemos aceitar substitutos baratos.

O Pastorpor Rick Joyner

Em nosso estudo sobre o ministério quíntuplo descrito em Efésios 4:11, nosso próximo ministério é o pastor. Na última semana nós discutimos que há cerca de vinte pessoas no Novo Testamento referidas como apóstolos, somente algumas que são chamadas de profetas, e uma que é chamada de evangelista-Filipe. Não temos ninguém no Novo Testamento que seja chamado de pastor. Esse versículo, Efésios 4:11, é o único lugar no Novo Testamento onde esse ministério é mencionado.

Isso nos leva a uma questão muito importante. Como esse ministério, que é alistado somente uma vez e sem nenhuma definição, e que não tem nenhum exemplo dado no Novo Testamento, veio então a dominar o ministério da igreja? Primeiro, nós não devemos concluir imediatamente que isso está errado ou completamente errado. Mesmo que nós não tenhamos um exemplo explícito desse ministério no Novo Testamento, nós temos um exemplo implícito no próprio Senhor, assim como temos em todos os ministérios. Liderar e guiar o rebanho é basicamente o que o Senhor faz com o Seu rebanho, o que Ele faz principalmente através daqueles a quem ele deu esse ministério.

A palavra grega traduzida como "pastor" aqui é poimen, que é definida como "um pastor, alguém que apascenta rebanhos", não meramente alguém que os alimenta. Apascentar fala de protegê-las dos predadores, manterem sua saúde, examinar seus pastos procurando por qualquer vegetação nociva, assim como prover para elas água pura para beber. Semelhantemente, isso é responsabilidade desse ministério na igreja.

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Também deve ser notado que os presbíteros foram instruídos a pastorear o rebanho de Deus,como vemos em Atos 20:28-30: Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si.

Essa instrução é dada aos "bispos", no plural. Nenhuma vez no Novo Testamento nós vemos somente uma pessoa sendo chamada "o pastor". Parece óbvio que a intenção sempre foi que houvesse um trabalho em equipe. Isso não deve ser interpretado que presbíteros ou pastores devem supostamente ser co-iguais em autoridade ou liderança. De fato, o padrão Neo-Testamentário para a liderança é que normalmente alguém lidere a equipe, como Pedro, e então como Tiago fez em Jerusalém. Mesmo assim, há uma equipe de presbíteros e apóstolos em cada caso. Nenhum homem pode ter tudo para o que o pastoreio do rebanho de Deus requer.

Aqueles que estão sobre uma única pessoa que tenta ser todas as coisas para todo mundo são pobremente tratados como ovelhas.

Não obstante, os pastores constantemente são bombardeados com noções tolas tais como "minha vida, (minhas crianças ou meu ministério...) não estariam tão ruins se nós tivemos um pastor melhor!" As expectativas irreais colocadas nos pastores não são apenas irreais, mas sádicas e cruéis. Mesmo o maior pastor não é Deus, e nenhum pastor está aqui para tomar o lugar de Deus em nossas vidas.

Contudo, o Senhor nos deu a metáfora de ovelhas e pastores por causa das características que temos em comum. Um bom pastor, como o Senhor, não é um empregado que está somente fazendo um trabalho, mas é alguém que realmente ama a ovelha, e que daria sua própria vida por elas. Eles irão também procurar com que elas tenham os melhores pastos, a melhor água, e serão vigilantes para lhes garantir proteção.

Um dos requerimentos mais básicos para um rebanho saudável é a procriação com ovelhas de outros rebanhos. Qualquer rebanho que não cruze com outros rebanhos ficará mais fraco a cada geração. O mesmo é verdade na igreja. Se nós não tivermos comunhão e intercâmbio com crentes de outras igrejas diferentes da nossa, ficaremos continuamente mais fracos ao invés de mais fortes. Portanto, pastores que são possessivos ou tem medo de outras igrejas e ministérios provavelmente danificarão mais o seu próprio rebanho em longo prazo que qualquer problema que poderiam ter encontrado através do intercâmbio com outros.

Podemos ver no Novo Testamento que os apóstolos chamavam a si mesmos de presbíteros. Porém, isto não deveria ser interpretado que eles se consideraram os anciões das igrejas locais, mas estavam em uma esfera maior de autoridade na igreja. Há esferas de autoridade e níveis de autoridade na igreja que nós precisamos reconhecer e ficar dentro de ambas as direções.

O que eu quero dizer quando digo ficando dentro de nossas esferas de autoridade dentro de ambas as direções é que mesmo que você seja um apóstolo sobre um movimento inteiro, e, portanto tenha responsabilidades pastorais sobre ele, o que é delegado a anciões ou outros líderes em nível local não deveria sofrer interferência, a menos que seja a pedido deles. É por isso que um grande número das epístolas no Novo Testamento são de fato cartas escritas em resposta a cartas com

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questionamentos das igrejas.

I Coríntios 11:3 declara que "...Cristo é o cabeça de todo homem..." Se eu fosse um apóstolo, há algumas coisas na vida do homem que são seus negócios e nas quais eu não poderia interferir. Eu não poderia interferir em seu casamento ou família a menos que houvesse transgressões sérias que estivessem afetando a outros na igreja, etc. Nesse caso eu não hesitaria em usar a minha autoridade pelo bem do homem, sua família, ou da igreja. Mesmo assim, sempre que possível toda a autoridade espiritual deveria ser exercida com o máximo respeito uns pelos outros.

A verdadeira autoridade espiritual lança outros em autoridade maior dando a eles mais responsabilidade. A verdadeira autoridade espiritual é sempre tentar trazer aqueles que estão sob nossa autoridade a um lugar de maturidade e sabedoria para que eles não precisem mais de nossa autoridade, mas tenham a sua própria autoridade. Até mesmo o Rei dos Reis disse que era oportuno para Ele se afastar de Seus discípulos para que assim o Espírito pudesse vir diretamente a eles. Esse era o melhor meio para eles crescerem nEle. Há um ponto no qual o pastoreio espiritual quebra a metáfora de ovelhas e pastores. O fato é que deveríamos estar procurando transformar todas as nossas ovelhas em pastores. É por isso que esse é um ministério "equipante”.

Como discutido em relação aos outros ministérios equipantes, eles são chamados a equipar os santos que farão a obra do ministério. O trabalho de um profeta não é apenas profetizar, mas também equipar os santos a conhecer a voz do Senhor eles mesmos, e serem usados por Ele para profetizar. Um evangelista não somente prega o evangelho ele mesmo, mas equipa a igreja a pregar o evangelho e ter a ter uma paixão pelos perdidos. O mesmo é verdadeiro para o ministério pastoral-ele é dado para ajudar todos os crentes a carregar o coração pastoral do Senhor pelo menos em algum nível. Todos nós deveríamos ser capazes de discernir quando um irmão ou irmã está com algum problema, e souber como ajudá-los.

Outro elemento básico que devemos manter em mente com relação ao pastor é que o fundamento básico do ministério não é o amor as ovelhas, mas o amor ao Senhor. É claro que devemos amar as ovelhas, mas as amaremos da forma errada se não amamos o Senhor ainda mais. É isso que o Senhor tentou compartilhar com Pedro em João 21:15-17:

Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, ama-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, ama-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.

Aqui, vemos que ao dizer que amava o Senhor, Pedro então deveria, 1) apascentar Seus cordeiros, 2) pastorear Suas ovelhas, e 3) apascentar Suas ovelhas. Começa com os mais jovens, e enfatiza ambos o pastorear e o apascentar as ovelhas. Nós faremos tudo isso se nós O amarmos.

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O Mestrepor Rick Joyner

O mestre é o último dos cinco ministérios dado para equipar a igreja listado em Efésios 4:11, mas é a fundação para todos os outros ministérios. Equipar outros irá requerer ensino assim como treinamento e compartilhamento. No entanto, o ministério de ensino é o único que tem o foco em compartilhar o conhecimento dos caminhos de Deus, especialmente como revelado através das Escrituras, pelo Espírito.

Assim como no ministério de pastor, não temos um exemplo no Novo Testamento de alguém que fosse exclusivamente um mestre, se bem que nós temos em Atos 13:1 uma lista de cinco homens que eram "profetas e mestres". Obviamente alguns desses eram profetas e alguns eram mestres, mas não sabemos quem era o quê. Mesmo assim isso nos leva a um ponto importante. Foi quando os profetas e mestres estavam adorando ao Senhor juntos que os nasceram os ministros apostólicos. É a junção especial desses dois ministérios hoje que é especialmente necessária de forma a lançar o verdadeiro ministério apostólico novamente.

Mestres tenderão a ser práticos enquanto profetas tratarão mais na área da visão-onde devemos estar antes de chegarmos lá. Quando esses dois ministérios trabalham juntos, eles quase sempre irão ser uma dinâmica e poderosa equipes que poderá realizar grandes coisas. Quando operam separadamente ambos podem ser não só ineficientes, mas destrutivos. Mestres sem a influência dos profetas irão freqüentemente ser tão práticos que as pessoas poderão ter doutrina sadia, mas faltará o fogo e a visão que o progresso sempre requer. Profetas sem a influência de mestres podem ter todo mundo incendiado, mas não sabendo o que fazer.

Todos esses ministérios dados para equipar a igreja são designados para funcionar em equipe, e como equipe eles serão a mais dinâmica e poderosa força de liderança na terra. Individualmente, eles todos podem realizar algumas coisas, mas muito menos do que fariam se estivesse trabalhando juntos. Devemos também notar que quando atuando como uma equipe não significa que eles precisarão estar juntos o tempo todo. No Novo Testamento vemos como alguns foram a uma cidade para plantar ou ministrar a uma igreja, e então outro grupo vinha depois para prosseguir o trabalho. Como Paulo relatou dessa forma alguém plantou, outro grupo regou, mas Deus deu o crescimento.

Agora voltemos a função específica do mestre. O coração e a alma do ministério de ensino é um amor pela verdade. Esse amor sempre nos levará a procurar as Escrituras, que são a fundação de toda a verdade. I Coríntios 2:10 revela um ponto importante sobre o mestre: "mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus". É o Espírito que nos compele a buscar as profundezas de Deus e é também o Espírito que as deve revelar. Por essa razão, o mestre precisa ser tão sensível ao Espírito como qualquer outro ministério. Hermenêutica e outros sistemas de estudo podem ser ferramentas úteis, mas se começarmos a depender deles em lugar do Espírito nós seremos enganados. A verdade espiritual de Deus não pode ser encontrada cientificamente, mas precisa ser revelada pelo Espírito da verdade. Essa é uma das principais razões pela qual o Espírito foi dado, nos guiar em toda a verdade.

Para o mestre equipar os santos, é requerido mais que somente partilhar conhecimento.

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O principal trabalho do mestre e compartilhar um amor pela verdade. Isso irá compelir os santos a caminhar sozinho, o que é essencial para a verdadeira fé. Ninguém irá entrar no reino por conhecer alguém que conhece o Senhor; precisamos todos conhecê-lo por nós mesmos. Nós todos precisamos conhecer a verdade por nós mesmos. O verdadeiro mestre compartilha tal amor pelo conhecimento dos caminhos de Deus que aqueles que o ouvem são eles mesmos atraídos para o Verbo.

O Evangelistapor Rick Joyner

Essa semana estaremos continuando nosso estudo dos ministérios dados para equipar a igreja listados em Efésios 4:11 e iremos dar uma breve olhada no ministério de evangelista.

No Novo Testamento, há cerca de vinte pessoas referidas como apóstolos, somente algumas que são referidas como profetas e somente uma que é chamada de evangelista - Filipe (veja Atos 21:8). Timóteo foi instruído por Paulo a "fazer a obra de um evangelista" (II Timóteo 4:5), mas nunca foi chamado de evangelista.

A palavra grega que é traduzida por "evangelista" nesses versículos é "euaggelistes" que significa literalmente "um bom mensageiro", ou "mensageiro do bem", ou "boas novas". Desde o início ela foi usada em referência àqueles que pregavam o evangelho. Nesse sentido, todos os apóstolos foram também evangelistas. Apesar disso, essa era somente uma de suas muitas obrigações. Havia aqueles cujos ministérios eram totalmente voltados a pregar o evangelho para trazer a oportunidade de salvação aos não salvos.

Filipe, que foi nomeado com Estevão como um dos sete diáconos em Jerusalém, é o único exemplo que temos dado desse ministério no Novo Testamento. Desde Atos 8 o vemos operando sozinho e seu ministério foi limitado a conduzir as pessoas à salvação. Ele precisou que os apóstolos viessem após eles para estabelecer aqueles que abraçaram a salvação em uma igreja. Mesmo que Filipe tivesse demonstrado extraordinários sinais e maravilhas que agitaram a cidade inteira, nesse caso foram os apóstolos que orou para as pessoas receberem o batismo no Espírito Santo.

Nós então vemos no apogeu desse avivamento na cidade Filipe sendo levado a pregar o evangelho à somente um homem no deserto. Isso requereria uma notável sensibilidade e obediência ao Espírito, assim como uma submissão ao ministério que Deus havia dado a outros, isto é, aos apóstolos. Filipe obviamente não foi possessivo em seu trabalho e reconheceu suas próprias limitações.

Hoje os Batistas do Sul parecem reconhecer esse ministério e aprenderam a utilizá-lo melhor que qualquer outro segmento no corpo de Cristo. Quando alguém demonstra essa unção em seu meio, eles o valorizam bastante e tentam promover aqueles com esse dom providenciando suporte para cruzadas evangelísticas e outros eventos. Os grandes ministros, como Billy Graham, também tentam envolver o resto do corpo de Cristo em seus esforços para alcançar a cidade. Portanto, não é surpreendente que os evangelistas mais ungidos de nossos tempos tenham vindo do meio dos Batistas do Sul.

Como Paulo instruiu Timóteo a "fazer o trabalho de um evangelista" muitos tem

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interpretado que isso significa que todos nós fomos chamados a fazer isso. Certamente, devemos todos estar prontos a compartilhar a esperança que temos. É digno de nota que estudos mostraram que cerca de 95 por cento daqueles que vem à salvação o fazem através do testemunho de um amigo ou parente. Isso significa que menos de 5 por cento estão vindo através de cruzadas, programas de televisão e todas as outras formas de evangelismo combinadas. Isso nos mostra um ponto importante concernente ao ministério de evangelista - é sua responsabilidade principal equipar os santos para fazer o trabalho do ministério como é o caso de todos aqueles ministérios listados em Efésios 4:11.

A função especial do evangelista é compartilhar um amor pelo mundo perdido e uma paixão por encontrar os perdidos. O fato que 95 por cento daqueles que vem a Cristo o fazem através do testemunho de crentes individuais está correto e deve ser considerado um testemunho do sucesso dos evangelistas na igreja hoje.

Apesar disso, embora tenhamos a proporção certa, os números de novos convertidos estão crescendo drasticamente em quase todos os lugares na terra exceto nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.

Esses são lugares principais onde a igreja está experimentando um enfraquecimento de devoção à moralidade bíblica, integridade e doutrina sadia. Como a maior parte de evangelismo é por relacionamentos, um dos elementos mais cruciais para fazer evangelismo é uma igreja encorajada.

Quando a imoralidade, impureza e o desvio da sólida doutrina começam a surgir, a luz começa a diminuir e o testemunho da igreja para.

Em II Coríntios 13:5 somos exortados: "Examinem para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos". Uma das maneiras pelas qual podemos fazer isso é pelo modo com que estamos alcançando os perdidos.

Não importa o quão maduros sejamos, não estaremos caminhando na luz a menos que estejamos libertando aqueles que estão em trevas. Essa é uma característica básica de cada um que andou na luz, seja nas Escrituras ou na história. Podemos dar todas as desculpas possíveis para não alcançar os perdidos e salvar almas, mas devemos nos examinar para ver o que está errado.

Uma das coisas que começamos a fazer foi dar uma mensagem breve e direta chamando à salvação no fim da maioria de nossos cultos, não importando o que tivesse sido dito na mensagem. O resultado foi que em quase todos os cultos há pelo menos um novo convertido e freqüentemente muitos mais.

Começamos a fazer isso porque estudos mostraram que menos de 25 por cento daqueles que estão em igrejas Pentecostais e Carismáticas foram batizados no Espírito Santo. Outros perceberam que pode ter uma grande quantidade de pessoas em igrejas evangélicas conservadoras que ainda não tiveram a experiência de nascer de novo.

Um amigo meu deu uma mensagem de salvação breve no fim de um culto em uma das igrejas mais respeitadas do país e esperava que apenas um punhado de pessoas viesse à frente. Ele ficou chocado quando centenas de pessoas saíram de seus assentos para

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nascerem de novo. O pastor ficou tão humilhado que ele acusou o evangelista de trazer condenação às pessoas, mas não foi esse o caso. Essas pessoas estavam na igreja porque acreditavam nela e precisavam dela, mas mesmo que alguns deles estivessem presentes na igreja fielmente por anos, ninguém os disse como nascer de novo, nem foram levados a isso por um pregador de salvação.

Na verdade, podemos apontar muitas igrejas que estão tão focadas na mensagem da salvação que falham em alimentar e ajudar a levar a maturidade as ovelhas que foram salvas. De qualquer forma, isso parece ser uma reação exagerada. Muitos presumem que aqueles que estão presentes em suas igrejas nasceram de novo quando na verdade não o fizeram. Mesmo assim, tomando um pouco as dores do pastor do caso apontado, os encontros na igreja devem ser para crentes e não para não-crentes. Se nós equipamos nosso povo para fazer o trabalho de evangelismo, cada casa de nossos membros será uma luz de salvação. Assim seria cada grupo familiar e encontro de oração. Estaríamos levando pessoas à salvação no trabalho, nas compras, no Lions Club, etc.

Como todos esses ministérios, podemos tratar deles aqui apenas superficialmente. Meu alvo é despertar os dons que estiveram inativos. Se somente um em cada congregação estivesse desperto, muitos mais seriam conduzidos a Cristo. Se isso de alguma forma despertou ou convenceu você, por favor, continue buscando ao Senhor em relação a isso. O que poderia ser mais importante em nossas vidas do que levar, mesmo que seja uma única alma à salvação?