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DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS PARA A FORMULAÇÃO DE MISTURAS DE ARGILAS VERMELHAS
Grun, E.(1); Denardi, C. D.(1); Correia, S. L.(1); Folgueras, M. V.(1)
Departamento de Engenharia Mecânica. Campus Universitário Avelino Marcante s/n
Bairro Bom Retiro, Joinville, SC CEP 89223-100
Universidade do Estado de Santa Catarina
RESUMO
As indústrias de cerâmica vermelha, em geral utilizam como única matéria prima
argilas , que em geral apresentam elevado teor de ferro e boa plasticidade. Na
preparação das massas pode-se considerar o uso de uma única argila ou trabalhar
com a combinação de várias argilas, buscando melhorar as condições de
processamento e as propriedades do produto acabado. Com o intuito de valorizar o
processo de formulação das massas, foi desenvolvido um estudo de caracterização
física, mineralógica, morfológica e térmica de diferentes argilas provenientes da
região de Canelinha, em Santa Catarina, com a finalidade de encontrar os
parâmetros adequados para uso no estudo de formulação de massas para cerâmica
vermelha. O estudo foi desenvolvido utilizando como principais técnicas de
caracterização a análise química por fluorescência de raios-X, a difratometria de
raios-X e a análise térmica. Foram consideradas 7 argilas, denominadas A, B, C, D,
E, F e G, selecionadas entre várias disponíveis em duas empresas de produção de
tijolos e telhas. Os resultados obtidos mostram as semelhanças e diferenças entre
as argilas, e as dificuldades encontradas na definição de critérios para uso no
processo de formulação.
Palavras-chave: Tijolos, argilas, Difração de raios-x, Formulação
1
INTRODUÇÃO
O estudo de matérias primas argilosas empregadas nas indústrias de cerâmica
vermelha estrutural, têm como meta a busca de informações que possam auxiliar no
desenvolvimento de produtos e processos. O resultado poderá ser refletido através
da obtenção de tijolos e telhas de melhor qualidade, seja por mudanças nas
formulações das misturas, seja por melhorias no processo de fabricação, através do
controle das propriedades das matérias primas.
A importância da busca do conhecimento sobre as matérias primas argilosas,
e sua relação com a qualidade dos produtos, pode ser confirmada pela grande
quantidade de material científico disponível (1)(2)(3)(4). Estes trabalhos concentram
seus estudos em argilas encontradas em grandes pólos de produção de cerâmica
vermelha, como a região de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro, região de
Santa Gertrudes, em São Paulo e algumas regiões do nordeste Brasileiro.
Em alguns casos, o alvo dos trabalhos é a avaliação das características de
argilas coletadas em uma mesma jazida, considerando diferentes posições e
profundidades de extração. Em outros casos, foram consideradas argilas, com
características bastante diferenciadas, oriundas de diferentes jazidas, situadas em
locais próximos(4). Em todos os casos as argilas foram caracterizadas quanto a sua
composição química e mineralógica, distribuição granulométrica, comportamento
térmico e, em alguns casos, comportamento mecânico após aquecimento. Os
resultados encontrados foram utilizados para mostrar a importância de conhecer as
características das argilas empregadas nos processos industriais.
Os resultados obtidos neste tipo de trabalho também foram empregados como
base para a construção de propostas para o estudo das diversas possibilidades de
misturas de argilas para a composição de massas mais adequadas aos processos
utilizados na confecção das peças cerâmicas. Assim, a formulação de massas foi
estudada com diferentes enfoques. Em alguns casos procurou-se avaliar a
adequação de uma mistura considerando a composição química como critério
fundamental(5). Em outras situações procurou-se o uso do critério granulométrico
como forma de adequar a mistura de argilas às condições ideais de processamento,
considerando que esta classificação faz uma associação indireta com a composição
mineralógica do material(6). Por fim, a formulação pode ser definida com base na
2
composição mineralógica das argilas, o que exige um estudo mais detalhado para
permitir a quantificação das fases presentes em cada argila considerada(7)
Estudos recentes tem utilizado como ferramenta adicional para o processo de
formulação o uso de design de experimentos, que permite um ganho de informações
sobre o processo de formulação com base nos dados que já vêm sendo estudados a
vários anos(8).
Neste trabalho foram caracterizadas 7 argilas oriundas de diferentes olarias da
região de Canelinha, em Santa Catarina. As argilas foram analisadas quanto a sua
composição química, composição mineralógica, distribuição de tamanho de
partícula, análise termogravimétrica e comportamento de queima utilizando a curva
de gresificação. Os dados foram utilizados para definir as variáveis mais adequadas
para o desenvolvimento de estudos de formulação de massas, assim como para
identificar as principais diferenças encontradas entre as argilas utilizadas na região
para a produção de tijolos e telhas.
MATERIAIS E MÉTODOS
As argilas selecionadas foram misturadas com água (35%) e então
desaglomeradas em moinho giratório por 40 minutos. As barbotinas foram secas em
estufa a 110o C. A argila seca, passada em peneira 50 mesh, foi utilizada para a
realização dos ensaios de caracterização. Os ensaios de análise térmica foram
realizados em equipamento marca Netzsch, sendo utilizada alumina como material
de referencia e taxa de aquecimento de 10 ºC/ min. As curvas de distribuição
granulométrica foram obtidas em equipamento a laser. A caracterização
mineralógica foi realizada utilizando difratômetro de Raios X, marca Shimadzu, com
tubo de cobre e intervalo de ensaio de 4 a 70 º . Os ensaios foram realizados com
amostras calcinadas, glicoladas, orientadas e compactadas(9)(10). As curvas de
gresificação foram construídas utilizando amostras submetidas a aquecimento em
forno mufla, em temperaturas que variaram entre 900 e 1250 ºC. Para estes ensaios
foram utilizados corpos de prova preparados pela compactação do pó, com 10 % de
umidade, utilizando dispositivo de prensagem uniaxial.
3
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela I apresenta os resultados de análise química das argilas. De todas as
amostras apenas a argila B apresenta um teor de sílica significativamente inferior às
demais, o que, aliado aos baixos teores de Na2O e K2O, é indicativo de que esta
argila apresenta elevado teor de argilomineral, baixos teores de sílica livre e
praticamente ausência de feldspatos. Esta argila apresenta também como diferencial
o elevado teor de ferro que pode estar presente em solução na estrutura dos
argilominerais ou na forma de óxidos como hematita ou magnesita. As demais
amostras apresentam valores semelhantes de teor de sílica, sendo que as argilas C
e D podem ser consideradas como semelhantes em toda a composição,
apresentando a possibilidade de presença de feldspatos, principalmente potássicos.
Todas as demais argilas devem apresentar teores de sílica livre e argilominerais
semelhantes.
TABELA I – Composição química das argilas, obtidos por Fluorescência de Raios-X.
SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO Na2O K2O MnO TiO2 MgO P2O5 PF
Argila A 64,07 19,26 6,65 0,06 0,12 1,49 0,04 1,11 0,22 0,04 6,94
Argila B 40,48 25,80 19,55 0,06 0,06 0,44 0,08 1,37 0,22 0,04 11,9
Argila C 65,38 17,86 4,54 0,21 0,55 3,3 0,06 0,93 0,57 0,12 6,48
Argila D 64,27 18,70 4,94 0,19 0,49 3,24 0,06 0,94 0,61 0,11 6,46
Argila E 66,66 19,33 3,38 0,12 0,14 1,61 0,03 1,11 0,3 0,04 7,27
Argila F 62,39 17,75 6,79 0,38 0,66 2,78 0,22 1,00 1,42 0,09 6,52
Argila G 66,61 17,82 5,36 0,14 0,14 1,11 0,04 1,13 0,34 0,04 7,27
A semelhança na composição das argilas pode ser visualizada através da
representação das composições em um diagrama ternário, considerando como
vértices o SiO2, como indicativo da presença de sílica livre, o Al2O3, como indicativo
da presença de argilominerais e o vértice constituído pela soma de Fe2O3, Na2O,
K2O, CaO e MgO. (Figura 01). Este último vértice considera a soma de componentes
presentes em óxidos livres, carbonatos e feldspatos.
4
Fe2O3+ CaO+MgO+Na2O + K2O
SiO2
Al2O3
A
B
CD
EF
G
Fe2O3+ CaO+MgO+Na2O + K2O
SiO2
Al2O3
A
B
CD
EF
G
FIGURA 01 – Diagrama ternário do sistema SiO2-Al2O3-
Fe2O3+CaO+MgO+Na2O+K2O
Como alternativa para melhor avaliação das diferenças observadas nas
argilas, com base em sua composição química, foi construído um novo diagrama
ternário considerando como vértices o Fe2O3, maior responsável pela coloração
após sinterização, a soma dos teores de Na2O e K2O, como indicativo da presença
de fundentes, e a soma CaO+MgO, como indicativo da presença de
carbonatos.(Figura 2).
CaO+MgO
Fe2O3
K2O + Na2O
A
B
CD
EF
G
CaO+MgO
Fe2O3
K2O + Na2O
A
B
CD
EF
G
FIGURA 02 – Diagrama ternário do sistema Fe2O3-CaO+MgO-K2O+Na2O
5
Neste diagrama podemos notar que em todas as amostras a possibilidade da
presença de carbonatos é bastante reduzida. Que, como observado anteriormente, a
argila B deve ser considerada como uma grande fonte de ferro. Na prática esta argila
é empregada para conferir a coloração vermelha às telhas. Quanto às demais
argilas, apesar de apresentarem composições bastante semelhantes, existe a
tendência de apresentarem variações em relação às proporções de feldspatos e
óxidos livres, indicando que algumas devem apresentar caráter fundente mais
acentuado que outras.
A efetiva identificação das fases cristalinas presentes nas diferentes argilas foi
obtida através da difratometria de raios-x. A Figura 3 apresenta os difratogramas
obtidos utilizando amostras na forma de pó, compactadas manualmente no porta-
amostras de difração. Para a definição das fases presentes foram também
realizados ensaios com amostras glicoladas, para avaliar o efeito do etileno glicol no
espaçamento interplanar na direção 001; amostras térmicamente tratadas a 500oC,
para promover a remoção da água adsorvida nos argilominerais, alterando também
a distância interplanar na direção (001). Por fim foram analisadas amostras
orientadas, para verificar possíveis efeitos de orientação preferencial.
Os resultados mostraram que todas as argilas tem como características
principais a presença de argilominerais na forma de Caulinita e Ilita/Mica. Como
previsto inicialmente, a argila B apresenta reduzido teor de quartzo livre e não existe
a identificação de linhas características da presença de feldspatos. Para esta argila a
presença de Hematita é nítida, com baixo grau de ordenamento. Para as argilas A e
B existem indícios da presença de TiO2 na forma de anatásio. As argilas A e G não
apresentam linhas características da presença de feldspato, indicando que estas
argilas devem apresentar menor caráter fundente. Por outro lado, para as argilas C,
D e F é claramente identificada a presença de feldspatos, tanto sódico como
potássico. Estas informações estão em conformidade com as observações feitas
com base apenas na análise química.
A combinação dos dados de difratometria de raios-X e análise química permitiu
a construção da tabela II onde são apresentados valores de análise mineralógica
quantitativa. Os resultados foram obtidos utilizando o método proposto por
pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina(7).
6
5 10 15 20 25 30 35 40 45
H
K
K - CaulinitaQ - QuartzoA - AnatasioH - Hematita
H
A
Q
K
Q
K
K
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
QI QK
I - IlitaK - CaulinitaQ - QuartzoA - AnatasioM - Magnetita
M
AQ
K
Q
KK
I
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
VMFNa
Fk
I QI QK
I - IlitaK - CaulinitaQ - QuartzoFK - Feldspato potásicoFNa - Feldspato sódicoA - AnatasioV - VermiculitaM - MagnetitaH - Hematita
H
Q
Q
KKI
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
VMFNa
Fk
QI QK
I - IlitaK - CaulinitaQ - QuartzoFK - Feldspato potásicoFNa - Feldspato sódicoA - AnatasioV - VermiculitaM - MagnetitaH - Hematita
H
Q
Q
KKI
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
KFkQ
MQK
M - MicaK - CaulinitaQ - QuartzoFK - Feldspato potásico
Q
Q
KKM
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
FNa
MFk QM
Q
M - MicaK - CaulinitaQ - QuartzoFK - Feldspato potásicoF
Na - Feldspato potásico
Q
Q
KKM
2θ
5 10 15 20 25 30 35 40 45
K QK
QM
Q
M - MicaK - CaulinitaQ - Quartzo
Q
Q
KKM
2θ
Argila A Argila B
Argila C Argila D
Argila E Argila F
Argila G
FIGURA 03 – Difratogramas de Raios X das argilas A, B, C, D , E , F e G
compactadas
7
A tabela II resume as informações apresentadas até o momento, mostrando a
composição das argilas estudadas em termos de argilominerais, quartzo livre e
fundentes. Fica claro que as argilas C, D e F são as que devem apresentar o maior
caráter fundente, enquanto as argilas A e G devem apresentar comportamento
tendendo a refratário. O diferencial fica sempre definido para a argila B que
apresenta características bastante especiais. Esta comparação pode ser melhor
apresentada em um diagrama ternário (Figura 4) tendo como vértices as
composições em argilominerais, quartzo livre e fundentes.
TABELA II – Composição mineralógica quantitativa
Argilomineral Quartzo Feldspato Outros*
Argila A 50,19 40,1 0,00 9,71
Argila B 61,71 10,02 0,00 28,27
Argila C 46,09 39,4 14,51 0,00
Argila D 48,4 37,59 14,00 0,01
Argila E 49,34 43,81 6,85 0,00
Argila F 42,82 38,91 18,27 0,00
Argila G 45,39 45,6 0,00 9,01
* Em outros incluem-se todos os outros componentes mineralógicos identificados por difração de raios-X.
Argila
Fundentes
QuartzoAB
CD
E
F
GArgila
Fundentes
QuartzoAB
CD
E
F
G
FIGURA 04 - Diagrama ternário do sistema Argila-Quartzo-Feldspatos
A análise do diagrama mostra de forma clara que a argila B é
predominantemente composta por argilominerais. As argilas B, A e G são as que
8
apresentam menor teor feldspatos. Entretanto não se pode esquecer que a argila B
apresenta elevado teor de ferro que também deve atuar como fundente. As argilas
C, D e F apresentam teores de feldspatos semelhantes.
A confirmação, e complementação, das informações obtidas até o momento foi
obtida através de resultados obtidos por análise termogravimétrica, apresentados na
figura 05. As curvas indicam que para todas as argilas são identificados três eventos
associados a perda de massa durante o aquecimento no intervalo de 25 a 1400 ºC.
O primeiro deles, no intervalo entre 25 e 200 ºC, está associado a perda de umidade
superficial. Entre 200 e 450 ºC existe perda de massa, que em geral está associada
a decomposição da matéria orgânica presente. Por último, entre 450 e 600 ºC existe
a perda de hidroxilas resultantes da decomposição dos argilominerais.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
86
88
90
92
94
96
98
100
TG (%
)
Temperatura (oC)
A B C D E F G
FIGURA 05 – Curva de análise termogravimétrica das argilas estudadas
Da comparação das curvas pode-se dizer que a argila B, novamente,
apresenta comportamento diferenciado, com indícios de que esta apresenta maior
perda de massa associada a presença de matéria orgânica, e também com maior
perda associada a decomposição de argilominerais. As argilas C e D, confirmando o
que foi definido anteriormente, apresentam comportamento bastante semelhante,
sugerindo que estas argilas podem ser substituídas entre si em qualquer processo
sem que ocorram mudanças significativas. A argila A foi a que apresentou a menor
perda de massa no intervalo entre 200 e 450o.C, o que leva a concluir que esta
9
argila apresenta menor teor de matéria orgânica, o que pode influir diretamente no
seu comportamento plástico.
Complementando a análise do comportamento térmico das argilas, foram
avaliados o comportamento durante a sinterização de peças obtidas por
compactação uniaxial. Os resultados de absorção de água e retração linear,
apresentados na figura 6 mostram que a argila F é a única que apresenta um caráter
fundente um pouco mais acentuado, atingindo absorção de água próximo a 0 em
temperaturas da ordem de 1200 ºC. As argilas C e D apresentam comportamento
intermediário, enquanto as demais mostram-se como materiais com baixa
sinterabilidade, apresentando absorção de água final da ordem de 10%.
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 12500
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Abso
rção
(%)
Temperatura (oC)
A B C D E F G
900 950 1000 1050 1100 1150 1200 12500
2
4
6
8
10
12
A B C D E F G
Ret
raçã
o (%
)
Temperatura (0C)
FIGURA 06 – (a) Curva de Retração de linear das argilas (b) Curva de Absorção de
água após tratamento térmico
Quando observado o comportamento de retração linear em função da
temperatura temos que a argila B, apresenta a maior retração, que pode estar
associado as características de compactabilidade da argila, o que pode ser um
diferencial negativo do uso desta argila na formulação. A argila F apresenta
comportamento típico de argilas com elevado grau de fundência, enquanto as
demais argilas, principalmente as argilas E, G e A, apresenta baixa retração linear, o
que confirma a baixa sinterabilidade da argila, que deve ser refletido na qualidade do
produto sinterizado.
10
CONCLUSÕES
A região de Canelinha, em Santa Catarina, constitui-se em um pólo de
produção de cerâmica vermelha por apresentar grande disponibilidade de argilas de
qualidade adequada para este fim. Dentre as argilas disponíveis, algumas foram
coletadas e analisadas para avaliar suas características visando encontrar critérios
de classificação que facilitem o processo de formulação e preparação de massas.
Dos resultados obtidos foi possível observar que as argilas, com exceção da
argila B, apresentam composição química bastante semelhante, e que este critério
não pode ser considerado como decisivo na escolha das argilas. Todas as argilas
apresentam como argilominerais constituintes a caulinita e Ilita/Mica, entretanto o
grande diferencial entre os materiais analisados está no teor de ferro e no teor e tipo
de feldspato formado. Esta diferença pode ser avaliada como responsável pelo
comportamento térmico das argilas, podendo ser considerado como critério de
formulação de massas.
De qualquer forma, todas as argilas consideradas apresentaram
comportamento efetivo de sinterização em temperatura superior a 1000o.C , que é
elevado para o fim a que se destinam, visto que a temperatura de queima das peças
industrialmente, não raramente atingem valores inferiores a este.
AGRADECIMENTOS
À CAPES pelo apoio ao programa de Pós Graduação em Ciência e
Engenharia de Materiais da UDESC.
REFERÊNCIAS
1 G.C. Luna da Silveira, R.G. Sallet. Anais do CBCIMAT, Natal, 2002, 143.
2 R.R. Menezes, H.S. Ferreira et al. Cerâmica, 49 (2003) 120-127.
3 C.M.F. Vieira, S.N. Monteiro, Cerâmica, 49, (2003)6-10.
4 A.C.Fernandes, et al. Cerâmica Industrial, 3, (4-6), (1998), 24-29.
5 C.M.F.Vieira, et al. Cerâmica Industrial, 6, (6), (2001), 43-49.
6 C. Fiori et al. Applied clay science, (4), 1989, 461-673
7 C. Coelho, N. Roqueiro, D. Hotza, Mater. Lett. 52 (2002), 394
11
8 S.L.Correia, et al. Journal of the European Ceramic Society, 24 (2004), 2813-
2818.
9 A.P.F. Albers, A.O.Boschi, et al. Cerâmica 48(305), (2002), 35-37.
10 D.M.Moore, R.C.Reynolds, X-Ray diffraction and the identification and
analysis of clay minerals. Oxford, New York,1997.
Defining parameters for clays materials formulation
ABSTRACT
In general brick and tile industry use one or more clays as raw material to
prepare their products. These clays mixtures often presents elevated amount of iron
and good plasticity. The choice of clays to prepare a mixture is made aiming at
improving the conditions of processing and the quality of the product. The present
work had as objective to study 7 different clays from Canelinha – Santa Catarina
region. These clays are used in the fabrication of bricks and tiles. The results were
used to identify right parameters to formulate clays mixtures. The clays were
qualitatively and quantitatively investigated by means of X-ray diffraction (XRD), X-
ray fluorescence, thermal analysis (TG) and thermal behavior. The clays are named
A, B, C, D, E, F and G. The results obtained show the resemblances and differences
between the clays, and the difficulties to found only one criteria to select adjusted
mixture of clays.
Key-words: ceramic tile, clays, formulation, X-ray diffraction.
12