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DEIXE-ME SER ENSINADO: PERSPECTIVAS DA FORMAÇÃO CONTINUADA BASEADA NOS PRINCÍPIOS DO DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM Ilzani Valeira dos Santos Denise Barreto da Silva Daiane Cristina Costa Ribeiro Ximenes Secretaria Municipal de Educação de Mesquita – e-mail:[email protected] Resumo Este estudo traz dados elaborados sobre a formação continuada para professores da rede municipal de Mesquita (RJ) durante o ano letivo de 2017. Como método, utilizou-se a pesquisa-ação a fim de analisar a ação que se decide tomar para melhorar a prática. Durante as formações, apresentou-se a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem que prevê a utilização de múltiplas formas de apresentação dos conteúdos, de ação e expressão e engajamento durante o processo de ensino-aprendizagem. Logo, esta abordagem visa assegurar que as intervenções pedagógicas ocorridas no ambiente escolar contemplem a diversidade humana. Além disso, os professores que participaram das formações fizeram avaliações da formação a fim de nos trazer a percepção dos mesmos sobre a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem e aplicabilidade dos seus pressupostos. Conclui-se destacando que a formação continuada é essencial para garantir a aprendizagem de todos os sujeitos, independentemente de suas condições específicas. Palavras-chave: Formação Continuada. Desenho Universal para a Aprendizagem. Paradigma da Inclusão. INTRODUÇÃO De acordo com os textos normativos e orientadores, os sistemas de ensino em nosso país devem adotar os pressupostos da Escola Inclusiva. Diante disso, muitos sujeitos que historicamente foram privados do acesso à escolarização comum, passam a acessar a escola. Neste cenário, cabe aos professores através de sua prática, contemplarem estes alunos. Os desafios oriundos da diversidade humana, característica do espaço escolar atualmente, apontam para demandas relacionadas à formação dos professores. Pensar o fazer pedagógico em diálogo com os docentes é essencial para atender tais demandas. Nesta (83) 3322.3222 [email protected] www.ceduce.com.br

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DEIXE-ME SER ENSINADO: PERSPECTIVAS DA FORMAÇÃO CONTINUADA BASEADA NOS PRINCÍPIOS DO DESENHO

UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEMIlzani Valeira dos SantosDenise Barreto da Silva

Daiane Cristina Costa Ribeiro Ximenes

Secretaria Municipal de Educação de Mesquita – e-mail:[email protected]

Resumo

Este estudo traz dados elaborados sobre a formação continuada para professores da rede municipal de Mesquita (RJ) durante o ano letivo de 2017. Como método, utilizou-se a pesquisa-ação a fim de analisar a ação que se decide tomar para melhorar a prática. Durante as formações, apresentou-se a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem que prevê a utilização de múltiplas formas de apresentação dos conteúdos, de ação e expressão e engajamento durante o processo de ensino-aprendizagem. Logo, esta abordagem visa assegurar que as intervenções pedagógicas ocorridas no ambiente escolar contemplem a diversidade humana. Além disso, os professores que participaram das formações fizeram avaliações da formação a fim de nos trazer a percepção dos mesmos sobre a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem e aplicabilidade dos seus pressupostos. Conclui-se destacando que a formação continuada é essencial para garantir a aprendizagem de todos os sujeitos, independentemente de suas condições específicas.

Palavras-chave: Formação Continuada. Desenho Universal para a Aprendizagem. Paradigma da Inclusão.

INTRODUÇÃO

De acordo com os textos normativos e orientadores, os sistemas de ensino em nosso

país devem adotar os pressupostos da Escola Inclusiva. Diante disso, muitos sujeitos que

historicamente foram privados do acesso à escolarização comum, passam a acessar a escola.

Neste cenário, cabe aos professores através de sua prática, contemplarem estes alunos.

Os desafios oriundos da diversidade humana, característica do espaço escolar

atualmente, apontam para demandas relacionadas à formação dos professores. Pensar o fazer

pedagógico em diálogo com os docentes é essencial para atender tais demandas. Nesta

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conjuntura, este trabalho apresenta uma experiência de formação continuada com professores

de uma rede municipal de ensino. Nestas formações, foi apresentado o conceito de Desenho

Universal de Aprendizagem como uma possibilidade de atuação na perspectiva da educação

Inclusiva.

Segundo Silva, Santos et al (2016), o campo de conhecimento da Educação Especial

aponta para novas abordagens teóricas e metodológicas, tornando assim necessário ao

profissional da área que tenha acesso a formações de maneira constante. Como a formação

continuada pode ressignificar a prática da Escola Inclusiva? Qual é o papel do Desenho

Universal para a Aprendizagem neste contexto?

Este estudo é relevante, pois está voltado a docentes que atendem pessoas com

deficiência que configuram um público que muitas vezes se encontra à margem de seus

direitos. Para além disso, fez-se necessário desenvolver ações para superação de modelos de

atendimento oriundos de abordagens não relacionadas ao paradigma da inclusão. O acesso à

educação passa pelo direito à aprendizagem, conforme atesta Pletsch, Souza et al (2017)

Em outras palavras, essa perspectiva não exclui as ajudas técnicas específicas, mas vai além da aplicação tradicional de acessibilidade aos espaços físicos, o uso de artefatos e produtos, recursos de comunicação e outros que visem a garantia de acesso e a participação de todas as pessoas, independentemente de suas especificidades sensoriais ou físicas visando, assim, condições plenas à locomoção, comunicação, informação e ao conhecimento (p. 272).

Para confecção deste estudo, foram traçados os seguintes objetivos:

° Contribuir para os estudos dos processos de aprendizagem na perspectiva da

Educação Especial/Inclusiva;

° Discutir questões referentes à percepção do conceito de Desenho Universal para

a Aprendizagem (DUA) pelos professores da Educação Especial e do ensino

Regular;

° Analisar o impacto da formação continuada baseada nos princípios do Desenho

Universal para a Aprendizagem (DUA) para os professores de Mesquita no que

concerne a questões teórico-metodológicos.

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Para elaboração dos dados deste estudo, utilizamos os pressupostos teórico-

metodológicos da pesquisa-ação. Na perspectiva de Tripp (2005), este método consiste em

uma forma de investigação-ação que utiliza técnicas de pesquisa para informar a ação que se

decide tomar para melhorar a prática. Outrossim, o autor afirma que as técnicas de pesquisa

devem atender aos critérios comuns a outros tipos de pesquisa acadêmica como revisão dos

procedimentos e significância.

Como procedimentos empregamos centros de estudos, oficinas e avaliações escritas

após os encontros. No caso das técnicas de entrevista (avaliações escritas), estas foram

utilizadas para a obtenção de dados subjetivos, pois o sujeito do processo (o professor) tem

um papel fundamental no processo de investigação ao interpretar os fenômenos atribuindo-

lhes significados (OLIVEIRA; FONSECA et al, 2010).

Foram realizadas 5 oficinas com professores do ensino regular1 e da Educação

Especial e profissionais de apoio escolar no município de Mesquita (RJ) de diversas unidades

escolares durante o ano letivo de 2017. Em verdade, as oficinas ministradas contaram com a

participação de professores representantes de todas as escolas do município em momentos

distintos. Utilizamos apresentações de slides a fim de familiarizar os profissionais ao conceito

de DUA. Posteriormente, estes profissionais foram instigados a usar materiais

disponibilizados para confeccionar um material a ser aplicado em suas turmas. Dos materiais

dispostos, citam-se diversos tipos de papéis, tintas guache, barbantes etc.

1.1 Lugar de pesquisa e inferências

O lugar de inferências no qual se deu a realização da proposta foi o município de

Mesquita, localizado na denominada Baixada Fluminense2. Emancipado do município de

1 Com esses professores foram realizadas as oficinas dentro de uma estrutura organizada em parceria com o setor de Formação Continuada da Secretaria Municipal de Educação que contemplou a educação especial e as práticas pedagógicas.

2 Baixada Fluminense é o nome dado à região em redor do município do Rio de Janeiro. Fazem parte os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados e Mesquita. Alguns estudiosos também incluem os municípios de Magé, Guapimirim, Japeri, Paracambi, Seropédica e Itaguaí no estado do Rio de Janeiro, conforme informações obtidas no endereço eletrônico

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Nova Iguaçu desde 1999 através da Lei Estadual 3253/1999, tem sua constituição histórica

atrelada ao município de Nova Iguaçu em muitos aspectos, como o fato de ter sido um grande

laranjal e a chegada da linha férrea, fonte de riquezas para a região (SILVA, 2016).

Em 2017, a rede municipal de ensino de Mesquita era composta por 41 unidades

escolares que atendiam à Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e

Adultos. Destas unidades, 3 eram de Educação Integral e 22 dispunham de salas de recursos

multifuncionais. O primeiro concurso público para admissão de professores ocorreu no ano

20063.

1.2- Desenho Universal da Aprendizagem – acesso ao direto à educação, desafio das práticas.

No campo de conhecimento da Educação Especial, há um consenso estável quanto à

adoção do paradigma da inclusão como norteador das práticas. Neste ínterim, importa que o

professor se aproprie de abordagens pedagógicas capazes de responder às demandas dos

estudantes com ou sem deficiência.

Percebeu-se em diálogo com as equipes das unidades escolares e com a equipe de

formação continuada do município que os professores têm indagações recorrentes do que

fazer com o aluno público-alvo da educação especial. Muitos têm em seu imaginário que o

planejamento deve ser completamente desconectado da realidade dos demais alunos, sempre

baseado em sua incapacidade pois, como nos testifica Mantoan,

Ocorre que os professores, ao trabalharem com alunos deficientes, prendem-se unicamente ao que é próprio de sua condição; aqueles que se dedicam ao ensino de alunos normais ficam restritos ao que é característico da maioria, sem levar em conta que cada aluno é um indivíduo, com suas particularidades de desenvolvimento (MANTOAN, 1989, p.161).

Nesse ínterim, destaca-se a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem

(DUA). Segundo Nunes e Madureira (2015), esta abordagem visa o desenvolvimento de

www.riodejaneiro.com/baixadafluminense-htm no dia 11 de junho de 2018.

3 Conforme informações obtidas no endereço eletrônico www.mesquita.rj.gov.br/editais-e-concursos-2006/ no dia 11 de junho de 2018.

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práticas pedagógicas que permitam o acesso ao currículo, a participação e o progresso de

todos os alunos, independentemente de suas limitações e capacidades.

A abordagem implica no desenvolvimento de práticas que permitam diversas maneiras

de envolvimento, de representação e de expressão (NUNES & MADUREIRA, 2015). Em

suma, são adotadas múltiplas formas de apresentação e representação dos conteúdos, além de

múltiplas formas de engajamento por parte dos educandos matriculados no ensino comum.

Na perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem, o professor deve elaborar

suas intervenções pedagógicas, considerando que cada sujeito aprende de maneiras diferentes.

Diante disso, este profissional se ocupará de apresentar este conteúdo de maneiras diversas a

fim de beneficiar todos os alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo foi realizado durante o ano letivo de 2017 e reflete as percepções da equipe

de Educação Especial da rede municipal de Mesquita (RJ), durante a realização de formações

com professores de diversos níveis e modalidades de ensino e com profissionais de apoio.

Inicialmente, elegemos os professores da Educação Especial do Município de Mesquita, que

totalizam cerca de 60 professores, que atuam tanto no Centro de Referência em Educação

Especial, que é a escola Municipal Professor Marcos Gil quanto nas salas de recursos de

diversas unidades escolares. Após a constatação de que os professores das escolas regulares

precisavam ser contemplados, iniciamos com os professores do quarto e quinto ano de

escolaridade, Professores dos Anos Iniciais da Educação de Jovens e Adultos, professores de

História e Geografia e Língua Portuguesa do 6º ao 9º ano, em centros de estudos. Contudo,

salientamos que o objetivo é oferecer a todos os níveis de escolaridade, posteriormente à

confecção do presente estudo.

Em suma, aproximadamente 107 profissionais (entre professores e profissionais de

apoio),porém esse número ainda é incipiente diante das demandas latentes no processo de

educação inclusiva e de uma rede que dispunha de mais de 500 docentes no momento de

realização das formações. É importante ressaltar que os professores participantes das

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formações não foram selecionados. As escolas foram comunicadas sobre a formação que

ocorreria e os profissionais foram designados a comparecer.

A proposta aqui explicitada propicia que seja veiculada a qualquer nível de

escolaridade, o que mudará a atuação é a apresentação de possíveis conteúdos dentro dos anos

escolares. Antes de desenvolver ações de formação continuada relacionadas à abordagem do

Desenho Universal da Aprendizagem, a equipe de coordenação da Educação Especial

participou de uma formação sobre o assunto. Cabe mencionar que ao nos depararmos com o

conceito do desenho universal da aprendizagem, foi um grande desafio assimilá-lo. Através

da vivência em oficinas práticas4, apropriamo-nos desta abordagem. Logo, diante de uma

construção coletiva, foi-nos possibilitado compreender as nuances de uma prática pedagógica

desenhada para todos os alunos.

Experienciar oficinas inspiradas nos princípios do Desenho Universal para a

Aprendizagem nos trouxe possibilidades de (re)pensar aspectos da prática em sala de aula e

consequentemente replicar esta perspectiva para professores do município de Mesquita.

As oficinas favorecem um aprendizado mútuo. A partir das avaliações dos

participantes5, constatamos que, muitos docentes, perceberam que já estavam no caminho de

propiciar práticas inclusivas, outros, simplesmente ficaram impactados com tamanha

possibilidade. Vejamos uma das avaliações, obtidas de uma docente do quinto ano de

escolaridade:

Agora compreendo o meu planejamento e não preciso ficar fazendo atividades desconexas para meus alunos com deficiência, o que eu precisava é aplicar os princípios (DOCENTE ATUANTE NO 1º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL).

4 As professoras Ilzani Valeira dos Santos e Denise Barreto da Silva participaram de oficinas práticas na perspectiva do Desenho Universal da Aprendizagem durante o curso de aperfeiçoamento. Elaborando: educação inclusiva na prática que ocorreu no ano de 2017 no Território Inventivo. As oficineiras desta formação foram Daniela Marçal, Karla Vianna e Maria Antônia Goulart.

5 Os participantes das oficinas preencheram avaliações escritas anônimas após o término da formação.

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Além deste profissional, as afirmativas obtidas através das avaliações dos encontros,

faziam referência ao entendimento do conceito de desenho Universal da Aprendizagem e

como esta abordagem poderia ampliar possibilidades em sala de aula.

Figura 1 - Professores da Educação Especial apresentando uma proposta de aula com os princípios do DUA.

Nessa conjuntura, é possível inferir que as oficinas favoreceram um novo olhar sobre a

prática, geralmente direcionada apenas ao aluno padrão. É possível, então, reconhecer lacunas

na formação inicial de muitos profissionais, cujo discurso relacionado ao despreparo tende a

evidenciar invisibilização da pessoa com deficiência em suas formações.

Um outro dado detectado é a resistência de alguns docentes a alunos com deficiência. O

nosso diálogo na oficina sempre começava com sensibilização. O ato de ouvir-se, sentir-se,

perceber-se e a utilização dos sentidos foram aliados à sensibilização. Expusemos imagens

para observação, música, um vídeo de história contada em Libras e Português6 a fim de

demonstrar possibilidades. Cabe mencionar que, na condição de professoras da Educação

Especial, percebemos que há um imaginário mitificado em relação à nossa categoria por parte

de professores de outras áreas de conhecimento. Durante as formações coube a nós explicitar

que não detemos "receitas" direcionadas às deficiências. Buscamos apontar caminhos;

viabilizar a ampliação das possibilidades de intervenções pedagógicas.

6 O vídeo disponibilizado aos docentes é intitulado A menina que não gostava de ler, disponível no endereço eletrônico https://www.youtube.com/watch?v=Qjp-aE-okFA

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O objetivo destas oficinas foi fornecer subsídios aos profissionais da educação na

elaboração de estratégias diversificadas a fim de atender a todos os alunos. Os docentes

aprenderam a identificar e eliminar as possíveis barreiras para o aprendizado dos alunos,

explorando diversas possibilidades de engajamento dos estudantes.

Os profissionais puderam aplicar os materiais desenvolvidos durante as oficinas em suas

aulas, além disso foi possibilitado aos mesmos (re)pensarem sua prática, explorando múltiplas

formas de apresentação dos conteúdos. Compreendemos que este momento de formação deve

ser um momento de planejamento, logo estes profissionais foram instigados a elaborarem

estratégias que poderiam ser adotadas em suas turmas e a produção de material de baixo

custo.

O diálogo sobre a prática foi pertinente, principalmente para os grupos que compõem o

segundo segmento (sexto ao nono ano). O desafio a ser vencido é garantir a aprendizagem

nesta etapa, com uma dinâmica própria e com tantas distâncias dos anos iniciais e com uma

formação inicial tão deficitária no que tange ao ensino de todas as pessoas e não apenas ao

aluno dito “normal”. Os municípios precisam em diálogo, propiciar a formação em serviço.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inferimos que, na tessitura de um caminho de formação continuada e do acesso à

aprendizagem, é necessária uma construção a muitas mãos. Ouvir os docentes, buscar

caminhos, promover ações que passam por acesso a novas leituras, experiências e trocas,

podem trazer um cenário diferenciado, não isento de dificuldades, porém mais fortalecido na

proposta de ensino para todos.

Cremos que, uma oficina não dá conta da complexidade dos sujeitos e do processo, mas

aponta reflexões sobre essa prática docente, que durante muito tempo, e ainda hoje, é norteada

por princípios que não levam em consideração a diversidade do sujeito. Mesmo tendo um

contexto desafiador, desejamos estender aos grupos de professores diálogos e práticas através

das vivências nas oficinas. Muitos professores expuseram dificuldades em fazer

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planejamentos coerentes pela falta de horário de planejamento, ainda não realizado de forma

efetiva em toda a rede.

Nas oficinas, nos momentos de pensar a prática docente e produzir material, foi possível

constatar que a prática docente expõe as contradições do ambiente escolar, assim como as

divergências relacionadas às práticas inclusivas e políticas educacionais. Conforme afirma

Pletsch (2015), há um macro e um micro. No macro está justamente o contexto social, político

e econômico. Logo, não basta implementar as políticas de educação inclusiva, é necessário

dar aos docentes subsídios necessários à sua prática.

O DUA como proposta para o desenvolvimento de práticas de múltiplas formas de

apresentação e representação dos conteúdos, certamente contribui para que os docentes

tenham sensibilidade à diversidade existente em sala de aula.

Após as oficinas já realizadas, compreendemos que, a formação docente “com sentido”

precisa ser vista como essencial no processo de educação inclusiva. Importa que a formação

continuada forneça subsídios para que os profissionais da educação possam vislumbrar

possibilidades diferenciadas de atuação.

Esta proposta nos possibilitou perceber que a formação docente, requer um caminho

longo e bastante complexo, mas capaz de contribuir indelevelmente para que a aprendizagem

seja garantida para todos, independentemente de suas condições específicas, oriundas ou não

de uma deficiência.

REFERÊNCIAS

NUNES, C.; MADUREIRA, I. Desenho Universal para a Aprendizagem: Construindo

práticas pedagógicas inclusivas. Invest. Práticas, vol.5, no.2, Lisboa, set. 2015.

MANTOAN M. T. E., Integração x Inclusão: Escola (de qualidade) para Todos. Campinas,

1993.

OLIVEIRA, I. A.; FONSECA; M. J. C. F. et al. A entrevista na pesquisa educacional. In:

MARCONDES, M. I.; TEIXEIRA, E. et al (org.). Metodologias e técnicas de pesquisa em

educação. Belém: EDUEPA, 2010.

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PLETSCH, M. D. Formação docente em tempos de inclusão escolar: em foco para as práticas

do atendimento educacional individualizado.UFRN,2015.

PLETSCH, M.; SOUZA, F.; ORLEANS, L.. A diferenciação curricular e o desenho universal

na aprendizagem como princípios para a inclusão escolar. Revista Educação e Cultura

Contemporânea, América do Norte, 1416 07 2017.

RIO DE JANEIRO. Lei 3253 de 25 de setembro de 1999. Cria o município de Mesquita a ser

desmembrado do município de Nova Iguaçu. Rio de Janeiro, 1999.

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quantitativa sobre formação continuada para professores da educação especial (Mesquita/RJ).

In: VII Congresso Brasileiro de Educação Especial e X Encontro Nacional de

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São Carlos: UFSCAR. Disponível: https://proceedings.galoa.com.br/cbee7/trabalhos/deixe-

me-ser-ensinadoa-uma-analise-quantitativa-sobre-formacao-continuada-para-professores-da

Acesso em 12/11/2017.

TÉDDE, S. CARO, S. M. P. Crianças com deficiência intelectual: a aprendizagem e a

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99f. Dissertação (Mestrado em Educação). UNISAL – SP.

TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.

31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

SILVA, A. C.; CHAVES, M. C. A trajetória profissional de professores de Mesquita na

Baixada Fluminense: uma identidade docente em construção/Adriena Casini da Silva – Rio de

Janeiro: Universidade Federal do Rio de janeiro, 2016, 146p. Dissertação (Mestrado em

Educação). UFRJ – RJ.

Documentos Consultados online

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• Acessado em 11 de junho de 2018

www.mesquita.rj.gov.br/editais-e-concursos-2006/

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• Acessado em 11 de junho de 2018

https://www.youtube.com/watch?v=Qjp-aE-okFA

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