Deleuze - Epistemologia Menor
-
Upload
alan-rodrigo -
Category
Documents
-
view
220 -
download
1
Transcript of Deleuze - Epistemologia Menor
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
1/23
Deleuze&Guattari
Proposio III:A exterioridade da mquinade guerra confirmada
ainda pela epistemologia, que deixa pressentir a existncia e a
perpetuao de uma "cincia menor" ou"nmade".
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
2/23
Relao Binria
Cincia Rgia e Cincia NmadeNa matemtica e na Lgica, uma relao binria uma relao entre dois elementos,
sendo um conjunto de pares ordenados. As relaes binrias so comuns em muitas reas
da matemtica para definir conceitos como por exemplos: " mltiplo" e "maior que" daaritmtica; " congruente" da geometria; e outros.
Cincia Rgia e Cincia Nmade
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
3/23
"cincia menor"ou "nmade"
"cincia menor" ou "nmade": De difcil classificao, e cuja histria at difcil
seguir. No so "tcnicas", segundo a acepo costumeira. Porm, tampouco so
"cincias", no sentido rgio ou legal estabelecido pela Histria.
Caractersticas da Cincia Excntrica :
Modelo hidrulico
Modelo de devir
Modelo turbilhonar
Modelo problemtico
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
4/23
Modelo Hidrulico X Teoria dos SlidosPlato e a teoria do atomismo slido
No livro Timeu, escrito por volta do ano de 350 a.C ,Plato apresenta a teoria segunda a qual osquatros elementos admitidos como constituintes do mundofogo,ar, gua e a terra- eramagregados de slidos minsculos. Alm disso, defendia ele, uma vez que o mundo s poderiater sido feito a partir de corpos perfeitos, estes elementos deveriam ter a forma de slidos
regulares.
Sendo o mais leve e o mais violento dos elementos, o fogo deveria ser um tetraedro;
Como o mais estvel dos elementos, a terra deveria ser constituda porcubos;
Como o mais inconstante e fluido, a guatem que ser um icosaedro, o slidoregular capaz derolar mais facilmente.
Quanto ao ar, Plato observou que: o ar para gua o que a gua para o ar, e conclui, deforma algo misteriosa, que ar deve seroctaedro.
Finalmente para no deixar de fora um slido regular, atribuiu ao dodecaedro a representaoda forma de todo o universo.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
5/23
Plato e a Teoria do Atomismo Slido
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
6/23
MODELO HIDRULICO
Leucipo foi o primeiro filsofo da antiguidade parateorizar que o universo foi produzido pelomovimento dos tomos, para ele, o movimento foialeatrio e indeterminado.
Demcrito, foi um estudante de Leucipo.Segundo C. Tamagnone, ele substituio indeterteminismo de movimento dos tomoscom o determinismo.
Lucrcio , Titus Lucretius Carus foi poeta efilsofo latino que viveu no sculo I a.C.. Nasceuca. 99 a.C. e viveu 44 anos (Rerum Natura)
o cosmo (o mundo e todas coisas, inclusive aalma) formado por um turbilho de infinitostomos de diversos formatos que jorram aoacaso e se chocam.
o cosmo (o mundo e todas coisas, inclusive aalma) formado por um turbilho de infinitostomos de diversos formatos que jorram ao
acaso e se chocam. Dessa maneira, algunsconjuntos de tomos que se aglomeram tomamconsistncia e formam todas as coisas queconhecemos, que depois se dissolvem nomesmo movimento turbilhonar dos tomos doqual surgiram.
O tomo elemento que limita duplamente oespao geometrizado.Movimenta-se livrementeno espao vazio impulsionado por trs tipos demovimento:
1- Choque entre tomos;
2 - Queda vertical no espao vazio;
3 -Clinamen desvio dos tomos .quedavertical
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
7/23
Modelo de Devir
Modelo de heterogeneidade que se ope ao estvel, ao eterno, ao idntico, ao
constante. um "paradoxo", fazer do prprio devir um modelo, e no mais ocarter segundo de uma cpia; Plato, no Timeu, evocava essa possibilidade,
mas para exclu-la e conjur-la, em nome da cincia regia. Ora, no atomismo, ao
contrrio, a famosa declinao do tomo proporciona um tal modelo de
heterogeneidade, e de passagem ou de devir pelo heterogneo.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
8/23
Modelo TurbilhonarJ no se vai da reta a suas paralelas, num escoamento lamelar ou
laminar, mas da declinao curvilnea formao das espirais e
turbilhes sobre um plano inclinado: a maior inclinao para o menor
ngulo. Da turba ao turbo: ou seja, dos bandos ou maltas de tomos sgrandes organizaes turbilhonares. O modelo turbilhonar, num
espao aberto onde as coisas-fluxo se distribuem, em vez de distribuir
um espao fechado para coisas lineares e slidas. a diferena entre
um espao liso (vetorial, projetivo ou topolgico) e um espao estriado
(mtrico): num caso, "ocupa-se o espao sem medi-lo", no outro, "mede-
se o espao a fim de ocup-lo.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
9/23
MODELO PROBLEMTICOE NOTEOREMTICO
O Modelo Problemtico: H a toda
sorte de deformaes, transmutaes,
passagens ao limite, operaes ondecada figura designa um "acontecimento"
muito mais que uma essncia: o
quadrado j no existe independente de
uma quadratura, o cubo de umacubatura, a reta de uma retificao.
Enquanto o teorema da ordem das
razes, o problema afectivo e
inseparvel das metamorfoses, geraes
Modelo teoremtico: uma afirmao
que pode ser provada como verdadeira
atravs de outras afirmaes j
demonstradas, como outros teoremas,juntamente com afirmaes
anteriormente aceitas, como axiomas.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
10/23
Exterioridade da Cincia Nmade
Essa cincia arquimediana, ou essa concepo da cincia, estessencialmente ligada mquina de guerra: os problemata so aprpria mquina de guerra, e so indissociveis dos planosinclinados, das passagens ao limite, dos turbilhes e projees.
Poderia dizer-se que a mquina de guerra se projeta num saberabstrato, formalmente diferente daquele que duplica o aparelho de
Estado.Diramos que toda uma cincia nmade se desenvolve
excentricamente, sendo muito diferente das cincias regias ouimperiais. Bem mais, essa cincia nmade no pra de ser"barrada", inibida ou proibida pelas exigncias e condies dacincia de Estado.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
11/23
Cincia de Estado no pra de imporsua forma de soberania s
invenes da cincia nmade; sretm da cincia nmade aquilo de
que pode apropriar-se, e do resto fazum conjunto de receitas
estritamente limitadas, sem estatutoverdadeiramente cientfico, ou
simplesmente o reprime e o probe.
Essa cincia arquimediana,
ou essa concepo da cincia,est essencialmente ligada mquina de guerra: os
problematasso a prpriamquina de guerra, e soindissociveis dos planos
inclinados, das passagens aolimite, dos turbilhes eprojees. Poderia dizer-seque a mquina de guerra seprojeta num saber abstrato,
formalmente diferente
daquele que duplica oaparelho de Estado.
limitedos
fenmenosfronteirio
s onde acincianmade
exerce umapressosobre a
cincia deEstado, e
onde,inversame
nte, a
cincia deEstado seapropria etransforma
os dados
da cincianmade.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
12/23
Teoremtico e Problemtico
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
13/23
Aparelho de Captura do Estado
Os grandes matemticos de Estado se esforam em dar-lhe umestatuto mais firme, porm precisamente sob a condio deeliminar dele todas as noes dinmicas e nmades como as de
devir, heterogeneidade, infinitesimal, passagem ao limite,variao contnua, etc, e de impor-lhe regras civis, estticas eordinais.
O Clculo Diferencial e Integral, tambm chamado de clculoinfinitesimal, ou simplesmente Clculo, um ramo importante damatemtica desenvolvido a partir da lgebra e da geometria, que se
dedica ao estudo de taxas de variao de grandezas (como a
inclinao de uma reta) e a acumulao de quantidades (como a rea
debaixo de uma curva ou o volume de um slido).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Integral_as_region_under_curve.png -
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
14/23
MODELO HIDRAULICO
Mas sob uma forma muito diferente, j que oEstado precisa subordinar a fora hidrulica acondutos, canos, diques que impeam aturbulncia, que imponham ao movimento irde um ponto a outro, que imponham que oprprio espao seja estriado e mensurado, queo fluido dependa do slido, e que o fluxo
proceda por fatias laminares paralelas.
consiste em se expandir por turbulncia numespao liso, em produzir um movimento quetome o espao e afete simultaneamente todosos seus pontos, ao invs de ser tomado por
ele como no movimento local, que vai de tal
ponto a tal outro.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
15/23
Espao liso e Estriado
Espao Liso e Espao Estriado no so da mesma natureza. Eles formam uma oposio
complexa, na qual os termos das oposies no coincidem inteiramente. Sua separao
uma construo abstrata: eles s existem de fato nas misturas entre si, e nas maneiras como
passam de um ao outro. Os autores constituem as oposies entre eles em alguns modelos,
como segue:
Modelo Hidrulico um campo sem condutos nem canais. Um campo, um espao lisoheterogneo, esposa um tipo muito particular de multiplicidades: as multiplicidades nomtricas, acentradas, rizomticas, que ocupam o espao sem "medi-lo", e que s se podeexplorar "avanando progressivamente".
Modelo Musical :a partir da teoria musical de Pierre Boulez, temos a idia de um espao liso,onde se ocupa sem contar, com cortes irregulares e indeterminados e uma distribuiointensiva/intervalar das freqncias sonoras. Por outro lado, no espao estriados e conta parapoder ocupar, a partir de um tipo de corte modulado e padronizado, com intervalos fixos edistino entre harmonia e melodia.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
16/23
RELAO BINRIA:CINCIA NMADE E CINCIA RGIAO DENTRO E O FORA
O ESPAO LISO E O ESPAO EXTRIADO
Modelo tecnolgico: O tecido o estriado por excelncia: formado por dois tiposde elementos paralelos (linhas horizontais e verticais) que no possuem uma funo:enquanto um fixo, o outro mvel; enquanto uma linha fica estendida, a outra passa por cima epor baixo para compor a trama. O espao do tecido um espao delimitado, fechado,ao
menos de um lado: por mais que a trama possa prosseguir indefinidamente em umadireo (digamos, comprimento), o ir-e-vir dos fios mveis compe um limite fixo(digamos,largura).
Por fim, o tecido sempre tem um avesso e um direito, mesmo que constitudo pelo n finaldas linhas. Por outro lado, o feltro o liso: no h distino entre os fios, nem
entrecruzamento, mas apenas emaranhados de fibras. Ele infinito, aberto ou ilimitado;pode se estender indefinidamente em todas as direes. No tem direito nem avesso nemcentro. No estabelece fixos e mveis, mas variao contnua de fibras heterogneas.Espao liso no implica homogeneidade.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
17/23
HUSSERL: CINCIAS VAGABUNDAS OU NMADES
Husserl fala de uma protogeometria que se dirigiria a essnciasmorfolgicas vagas, isto , vagabundas ou nmades.
Essas essncias se distinguiriam das coisas sensveis, mas igualmentedas essncias ideais, regias, imperiais.
A cincia que dela trataria, a protogeometria, seria ela mesma vaga, nosentido de vagabunda: nem inexata como as coisas sensveis, nem
exata como as essncias ideais, porm anexata e contudo rigorosa("inexata por essncia e no por acaso").
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
18/23
PROTOGEOMETRIAO crculo uma essncia fixa ideal, orgnica, mas o redondo uma essnciavaga e fluente que se distingue ao mesmo tempo do crculo e das coisasarredondadas (um vaso, uma roda, o sol...).
Uma figura teoremtica uma essncia fixa, mas suas transformaes,deformaes, ablaes ou aumentos, todas suas variaes, formam figurasproblemticas vagas e contudo rigorosas, em forma de "lentilha", de"umbela" ou de "saleiro".
Husserl v a uma protogeometria, uma espcie de intermedirio, e no umacincia pura? Por que ele faz as essncias puras dependerem de umapassagem ao limite, quando toda passagem ao limite pertence como tal aovago?
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
19/23
Duas concepes da cincia
Cincia Regia no pra de apropriar-se dos contedos de umacincia nmade ou vaga, e onde uma cincia nmade no pra de
fazer fugir os contedos da cincia regia.
Cincia Nmade uma instncia pr-cientfica, ou para-cientfica, ousub-cientfica. E sobretudo, j no se pode compreender as relaes
cincia-tcnica, cincia-prtica, visto que a cincia nmade no uma simples tcnica ou prtica, mas um campo cientfico no qual oproblema dessas relaes se coloca e se resolve de modointeiramente diferente do ponto de vista da cincia regia.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
20/23
UM E OUTROAPARELHO E MAQUINA
O Estado conduzido perpetuamente a reprimir as cincias menores enmades, se ele se ope s essncias vagas, geometria operatria dotrao, no em virtude de um contedo inexato ou imperfeito dessascincias, nem de seu carter mgico ou inicitico, mas porque elasimplicam uma diviso do trabalho que se ope das normas de Estado.
A cincia nmade a matria nunca uma matria preparada, portantohomogeneizada, mas essencialmente portadora de singularidades (que
constituem uma forma de contedo). E a expresso tampouco formal,mas inseparvel de traos pertinentes (que constituem uma matria deexpresso).
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
21/23
Oposio : Dois Modelos Cientficos
O Modelo cmpar o modelo legal ou legalistaadotado pela cincia regia.
A busca de leis consiste em pr constantes
em evidncia, mesmo que essas constantessejam apenas relaes entre variveis(equaes).
O esquema hilemrfico est baseado numaforma invarivel das variveis, numa matriavarivel do invariante.
O Modelo Dspar elemento da cincianmade.
Variveis em estado de variao contnua
Inequaes, equaes diferenciaisirredutveis forma algbrica
Captam ou determinam singularidades damatria
Operam individuaes por acontecimentos
As essncias vagas no so seno
hecceidadesIntuio sensvel da variao
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
22/23
CAPTURA : PROBLEMA EM TEOREMA
H cincias ambulantes, itinerantes, que consistem em seguir um fluxo num campo
de vetores no qual singularidades se distribuem como outros tantos "acidentes"
(problemas).
As cincias ambulantes ultrapassam muito rapidamente as possibilidade doclculo. As solues devem vir de atividades que as constitui com no autnomas .
A cincia regia, ao contrrio dispe de um poder mtrico (cincia experimental).
As cincias ambulantes contentam-se em inventar problemas, soluo a
atividades coletivas e no cientfica , mas cuja soluo cientfica depende,
ao contrrio da cincia regia , e de maneira que essa cincia transformou o
problema em teorema.
-
7/23/2019 Deleuze - Epistemologia Menor
23/23
Referncias