Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller JULIO STRUBING MULLER NETO DEMOCRATIZAÇÃO E...
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Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
Tipo de estudo: teórico conceitual e estudo de caso discute conceitos básicos da teoria democrática e da
teoria da organização e suas relações com as políticas de saúde, sobretudo no âmbito municipal
Fio condutor: categorias teóricas do Agir Comunicativo e da Teoria Discursiva da Democracia de Habermas
Incorpora a contribuição do planejamento situacional e a proposta para a organização pública de Carlos Matus
Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
Estrutura Resumo, introdução, objetivos, estratégia metodológicaCapítulo I: Teoria democrática, representação,
participação e deliberaçãoCapítulo II: Teoria do Agir comunicativo e democraciaCapítulo III: Descentralização: cenários, contextos e
conceitosCapítulo IV: Racionalidades, democracia e
descentralização nas organizações púbicasCapítulo V: Democracia e descentralização nas
organizações na visão de Mintzberg e MatusCapítulo VI: Políticas de Saúde no Brasil, descentralização
e democratizaçãoCapítulo VII: Influência das conferências municipais de
saúde na política e na gestão municipal de saúde: um estudo de caso em cinco municípios de Mato Grosso
Conclusão: possibilidade e limites da esfera pública sanitária
Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
ObjetivosGeral: Analisar o debate teórico sobre democratização e
descentralização e suas relações com as políticas e a gestão de saúde no Brasil, apoiado em um estudo de caso
Específicos1. Relacionar o debate existente sobre democracia e descentralização
no âmbito da relação entre Estado e sociedade com o mesmo debate no âmbito das organizações públicas e das políticas de saúde no Brasil
2. Analisar aspectos do papel do município no plano político-institucional, da participação social e da governança democrática na área da saúde no Brasil
3. Analisar aspectos da experiência concreta de representação, deliberação e participação social no espaço público da conferência municipal da saúde e sua influência na formulação e implementação da política e da gestão municipal da saúde.
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Abordagem teóricaUtilizamos o método analítico lógico
comparativo-contrastante (ECO, 1983).
O procedimento adotado foi realizar a investigação teórica em dimensões superpostas, sem se sucederem, espacial e cronologicamente
Premissa: a democracia e as organizações democráticas apóiam-se na possibilidade das pessoas agirem comunicativamente;
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PressupostosDemocracia e descentralização conceitos
polissêmicos: múltiplas interpretações diversidade social e política dos atores e dos discursos heterogêneos que sustentam
Conexão entre o debate sobre a democratização e a descentralização no âmbito da relação Estado e Sociedade com aquele no âmbito das organizações e no setor saúde.
Ação Comunicativa, Teoria Discursiva da Democracia e o referencial do PES possibilitam a análise e compreensão das novas modalidades de participação social e deliberação pública e da formulação das políticas e gestão do SUS
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Teoria democrática, representação, participação e deliberação
Dificuldades teóricas e pragmáticas para superar os dilemas sobre a relação entre representação política e participação:
Pitkin (1967) e Urbinati (2006): “re-presentar” fazer presente alguém que está ausente por meio de um intermediário
Bobbio (1986): como A representa B e o que representa. Delegado (mandato imperativo) e Fiduciário (autonomia)
Santos (2002): representação envolve pelo menos três dimensões: autorização, identidade e prestação de contas.
Miguel (2003): representação descritiva (espelho, microcosmo da sociedade); formalista, autorização dada por cidadãos para agirem em seu lugar; definição da agenda e autonomia dos eleitores
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Teoria democrática, representação, participação e deliberação
Urbinati (2006): modelos de democracia baseadas nas teorias da representação : jurídica (direta), institucional (eleitoral) e política (representativa)
Representação é contrato privado (Hobbes e Rousseau)
A teoria política da representação: além de eleições livres e regulares se estabelece uma corrente comunicativa permanente entre a sociedade política e a civil. Afinidade entre eleitos e eleitores
Participação social adota o estatuto da representação e todas
suas formas implicam delegação de soberania (AVRITZER, 2007)
Ampliação do conceito de autorização: o de agente; o de advogado (advocacy) e o de partícipe
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Tipo de representaçã
o
Relação com o representado
Forma de legitimação da representação
Sentido da representação
Eleitoral Autorização através do voto
Pelo processo
Representação de pessoas
Advocacy Identificação com a condição
Pela finalidade
Representação de discursos e
idéias
Representação da
sociedade civil
Autorização dos atores com
experiência no tema
Pela finalidade e
pelo processo
Representação de temas e
experiências
Formas de Representação na Política Contemporânea
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Teoria democrática, representação, participação e deliberaçãoProposta deliberativa: procedimentalista; democratiza a
representação; estabelece procedimentos consenso participação
A deliberação: processo de discussão pública e tomada de decisões -> debate entre cidadãos livres e iguais -> consenso ou acordo possível sobre temas coletivo -> direito de todos os interessados poderem participar (Manin, 2007)
Requer pontos de vistas múltiplos e conflitantesDeve-se articular deliberação e representação:
representantes defendem interesses gerais e dos seus segmentos. No voto o processo de formação da vontade é concluído
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia Habermas (1987; 2002;2003) incorpora a dimensão
social ao argumento procedimentalista ao propor o princípio de deliberação societária e a importância dos movimentos sociais e da diversidade cultural
Os interesses políticos e valores conflitantes, sem possibilidade de consenso, precisam de soluções equilibradas que não serão alcançadas por meio de discursos éticos
Três modelos normativos de democracia: liberal, republicano e discursiva
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia Princípio do discurso, núcleo central da teoria moral
habermasiana Formas de comunicação sem sujeito constituem
arenas onde ocorre a formação mais ou menos racional da vontade e da opinião
A formação informal da opinião pública gera a influência; esta é transformada em poder comunicativo por meio das eleições políticas; e o poder comunicativo é transformado em poder administrativo por meio da legislação
A sociedade civil fornece base social das esferas públicas autônomas, equilíbrio entre as três fontes integradoras das sociedades modernas: dinheiro, poder administrativo e solidariedade
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia
Através dos meios de comunicação de massa a esfera pública faz a mediação entre inúmeras mini-audiências. Metáforas são arquitetônicas: espaço, fórum, rede, etc.
Esfera pública: rede adequada para a comunicação de conteúdos, tomadas de posição e opiniões; nela os fluxos comunicativos são filtrados e sintetizados a ponto de se condensarem em opiniões públicas enfeixadas em temas específicos
Sociedade civil (SC): associações e organizações livres, não estatais e não econômicas, as quais ancoram as estruturas de comunicação da esfera pública nos componentes sociais do mundo da vida
SC: 3 parâmetros analiticamente distintos: pluralidade, publicidade e privacidade
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia
Papel democratizante da SC é realizado na esfera pública, não como escolha individual ou em associação voluntária
Fraser (1992) assinala a existência de públicos políticos e civis diferenciados e institucionalizados, fracos e fortes
O princípio da democracia enquanto teoria normativa: institucionalização de processos discursivos da formação política da vontade e da opinião
A participação social, em iguais condições, associada às eleições democráticas são os procedimentos da soberania popular e garantia de governo representativo
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia
Conceito de Ação Comunicativa (AC): diferente daquela voltada para o sucesso, instrumental ou estratégica, em que os atores são vistos como obstáculos
O consenso é sempre provisório e renovável, ancorado no saber pré-teórico (mundo da vida), compartilhado pelos falantes como um cenário de fundo que propicia significados comuns a todos
O mundo da vida compreende a cultura, a sociedade e a personalidade, baseado na linguagem como articuladora da ação em geral e geradora da solidariedade
Relação dialética entre o mundo da vida, mediado razão comunicativa, e o sistema, mediado pela razão instrumental. A reprodução material da sociedade é desempenhada pelo sistema
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Teoria do Agir Comunicativo e Democracia A ação comunicativa pressupõe a inteligibilidade da
mensagem, a pretensão de verdade (mundo objetivo), a pretensão de validade ou legitimidade (mundo normativo ou social) e a pretensão de sinceridade (mundo subjetivo)
O discurso pressupõe a ruptura do consenso, quando é interrompida a ação comunicativa, e gera o resgate das pretensões de validade. Teórico e prático
Críticas: inexistência de conflitos e assimetrias
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Descentralização: cenários, contextos e conceitosA descentralização pode remeter ou à distribuição
real do poder ou à distribuição dos encargos estatais. A diferenciação é nítida apenas no plano da formulação
Borja (1988): centralização como garantia de direitos sociais mínimos para minorar desequilíbrios herdadas do feudalismo e do capitalismo
Nos anos 1960/70 a descentralização entra na agenda dos países europeus pela Social-Democracia
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Reformas dos governos locais: importância explicativa dos valores Eficácia como valor universal: governo local é
melhor prestador de serviços porque é submetido ao eleitorado e fonte de pressão sobre governo central para segmentos sociais com menor capacidade de vocalização (Sharpe)
Democracia e participação: espaço adequado para o encaminhamento de conflitos, próprios da democracia participativa, pois há acesso popular aos órgãos decisórios (Hill)
Autonomia e relação intergovernamentais: dois modelos
A. independente, esferas de governo separadas com atribuições claramente definidas
B. cooperativo, integração e divisão de funções de modo flexível e pragmático. Não se trata de mais ou menos centralizado ou socialista ou liberal (Kjjellberg)
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Descentralização no BrasilConstituição -> agenda de inovações nas relações intergovernamentais e
no papel do município (SOUZA, 2006). Município é parte da federação
A descentralização político-jurídica exige: autogoverno, auto-administração; recursos próprios; sistema de controle. (Lordello de Mello,1988)
Ribeiro (2007)-> descentralização do Estado no Brasil nos anos 1990 foi decorrência divergências entre dois projetos distintos
ABRUCIO, 2006; ARRETCHE, 2000; SOUZA, 2002) -> importância do federalismo brasileiro para sucesso ou fracasso das políticas descentralizadoras
Wampler e Avritzer (2004): importância das experiências brasileiras de participação no governo local fruto da multiplicação de organizações da sociedade civil (OSC) e de novos valores e estratégias política
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Descentralização e Democracia nas Organizações Públicas
Organizações públicas: objeto; finalidade; interesse público; valores.
As grandes organizações governamentais são caracterizadas por pressupostos da racionalidade instrumental e foram construídas com um referencial estrutural-funcionalista (Denhardt ,2004)
Papéis da burocracia e da relação entre administração e política
(LABRA,1988; MARTINS,1997; MOTTA,2003)
A relação dialética entre mundo da vida e sistema permite a integração nas organizações, pois a racionalidade instrumental depende dos padrões simbólicos do mundo da vida dos atores
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Descentralização e Democracia...
Matus (1982; 1993; 1996; 1997): importância do planejamento descentralizado e participativo. PES é ferramenta acessível ao conjunto das forças sociais
Desloca a perspectiva do planejamento para sociedade civil e sistema político:orientado aos objetivos democráticos, contrário à visão de que apenas o Estado e as organizações privadas planejam
Matus (1997): a dinâmica de uma organização está nas conversações que geram as ações e uma rede de conversações (Flores)
Explicação situacional: diálogo entre o ator e outros atores, cujo relato é assumido por um dos atores
O plano representa um compromisso (declaração) de ação
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Descentralização e Democracia...
Para Matus:Ação pode ser estratégica ou comunicativa. Na
primeira, o ator apenas pretende aumentar a eficácia do seu plano; na segunda, diálogo aberto entre vários atores que explicitam suas posições e constroem cooperativamente seus planos de ação
Empiricamente a participação da população ocorre em duas situações: representação de movimentos populares e sociais e/ou a consideração pelo ator principal da posição da população (“colocar-se em situação”)
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Descentralização e Democracia...
Indissolubilidade entre planejamento e gestão possibilita superação da clássica distinção entre política e administração (PES -> instrumento ponte)
Governar -> articulação permanente três variáveis: projeto de governo, capacidade de governo e governabilidade. Sistema no qual uma das variáveis depende das demais
Triângulo de ferro (sistema de gestão racional): agenda do dirigente; sistema de petição de prestação de contas; sistema de gerência por operações
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Descentralização e Democracia...
Rivera (1995): tensão entre a concepção democrática e descentralizada da proposta de Matus com a ênfase por ele atribuída ao poder de decisão concentrado no sistema de direção -> restringe autonomia dos gerentes e da linha de frente
Também há tensão entre a importância atribuída ao conhecimento especializado e a inevitável concentração de poder em mãos dos especialistas –analistas, planejadores estratégicos - e a estruturação democrática do processo decisório (MINTZBERG, 2004)
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Mudanças nas Organizações PúblicasRedes de políticas: favorecer relações baseadas na
confiança e processos gerenciais horizontais e pluralistas (FLEURY & OUVERNEY, 2007)
Superar os padrões problemáticos de comunicação e assumir a organização como uma “rede de conversações” (FLORES, 1994; ECHEVERRIA, 2007)
Políticas públicas: compromisso com a democratização das relações sociais de todo tipo: o campo da macropolítica e o da micropolítica
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Políticas de saúde, democratização e descentralização: concordânciasRevisão da literatura sobre a descentralização das
políticas de saúde: existência de alguns consensos ou fortes concordâncias
Dois projetos em conflito: modernização e diminuição do papel regulador do Estado; ampliação e universalização de direitos de cidadania e redemocratização do Estado
Discurso a favor da descentralização da saúde incorpora os valores democráticos: ela deixa de ser vista como uma estratégia ou simples delegação de atribuições, assumindo a característica de um fim em si mesma
Crescente papel dos municípios na prestação de serviços e na construção de novos modelos de atenção, mesmo que não estendidos ao conjunto de municípios
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Políticas de saúde, democratização...O aumento do número de servidores e do gasto em
saúde dos municípios em proporções que abalam a própria governabilidade e capacidade de governo dos mesmos (CONASEMS, 2006; MACHADO, 2007; RIBEIRO, 2007).
Período 1980-2003: número de empregos na área da saúde nos municípios saltou de 43.086 (16,2% do total de empregos públicos na saúde) para 791.397 (66,3%) (AMS/IBGE, 2003)
Houve descentralização de atribuições, de recursos e de poder, mas restringidos por mecanismos financeiros e controles administrativos por parte do MS e de muitas SES
Governabilidade e capacidade de governo limitadas na maioria dos sistemas municipais de saúde
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Políticas de saúde, democratização...A relação entre a democratização e o processo de descentralização revela existência de forte concordância sobre o aumento e fortalecimento da participação social na saúde a par do processo de descentralização
Aspectos relacionados ao grau de participação social no âmbito da saúde mais citados: ação política dos movimentos sociais, sindicais e outros; a cultura cívica local; maior ou menor autonomia da gestão municipal da saúde e sua capacidade de intervenção; conformação institucional da política; posição político-ideológica dos dirigentes ou ocupantes de cargos no governo municipal
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Políticas de saúde, democratização e descentralização: dissensosConcepções de autonomia municipal: uma, auto-
suficiente, não enfatiza a coordenação; outra, cooperativa, caracteriza as relações intermunicipais e a região como o espaço de articulação
Relação entre iniquidade e a descentralização do sistema de saúde: um discurso a atribui às desigualdades e heterogeneidades estruturais, previamente existentes; outro a atribui ao processo de descentralização ocorrido
O tema da representação envolve discursos que negam a legitimidade dos representantes dos atores sociais nos fóruns deliberativos até aqueles que não julgam necessário nenhum processo de autorização para o exercício da representação
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Opções metodológicas do Estudo de Caso: construção de matriz analítica
Matriz para política deliberativa : publicidade, pluralidade e condições para igualdade deliberativa.
Matriz para análise da organização e da gestão municipal de saúde : projeto de governo, governabilidade e capacidade de governo (triângulo de governo de Matus)
Matriz para análise do sistema de direção estratégica da gestão municipal de saúde : agenda do dirigente, gerência por operações e cobrança e prestação de contas (triângulo de ferro)
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Opções metodológicas do Estudo de Caso: Discurso do Sujeito Coletivo
Entrevistados: Foram entrevistadas trinta (30) pessoas. Critério para a escolha dos entrevistados: ter participado no processo de realização da conferência municipal de saúde
Método de análise dos discursos: transcrição das entrevistas semi-estruturadas.
organização dos dados: quatro figuras metodológicas:1. expressões-chaves; 2. idéias centrais; 3. discursos do sujeito coletivo4. ancoragem.
Uso de software Quantiqualisoft.
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Roteiro para entrevista do DSC
OPINIÃO SOBRE A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE
REGRAS E FORMATO DA CONFERÊNCIA
REPRESENTATIVIDADE DA CONFERÊNCIA E DOS DELEGADOS
INFLUÊNCIA DA CONFERÊNCIA SOBRE GESTÃO, CONSELHO DE SAÚDE E LEGISLATIVO MUNICIPAL E SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
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Estudo de caso: influência das conferências de saúde nas políticas e gestão municipal de saúde
ANÁLISE DA MATRIZExistência de razoável divulgação da realização da
conferência municipal de saúde, mas a publicidade dos seus resultados é encontrada em apenas dois municípios
Verificamos a pluralidade de representação dos interesses dos diferentes grupos sociais, inclusive de alguns historicamente excluídos da agenda pública
Processo de seleção e escolha de representantes na conferência ainda é questão em aberto devido à diversidade e/ou inexistência de práticas e procedimentos mais inclusivos
Definição da agenda é fortemente influenciada pelo conselho nacional de saúde em detrimento dos atores locais
Houve regras aprovadas por todos para a deliberação, mas o acesso à informação e à deliberação é insatisfatório para que o processo de deliberação pública possa ser mais inclusivo
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Estudo de caso...Modelo de gestão apresenta governabilidade e capacidade
razoável para encaminhamento de soluções para demandas das conferências
Gestão da saúde é deficiente em relação à capacidade de planejamento, com exceção do município de Cuiabá
Poder do chefe do executivo municipal na definição das prioridades da saúde em quatro dos cinco municípios é aspecto determinante na definição da agenda da saúde
Problemas da população priorizados nas conferências são pouco valorizados pela gestão e pouco incorporados ao protocolo de problemas a serem processados . A organização pública da saúde não consegue “escutar” estas demandas
A prestação de contas da gestão existe, mas formalística, não correlaciona metas à resultados
O papel dos conselhos em relação às conferências também é pouco expressivo e manifesta-se de modo frágil em apenas dois municípios, sendo inexistentes nos demais.
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Estudo de caso... (DSC)
Ocorrência de discursos conflitantes em quase todas as questões, discursos concorrentes que refletem diferentes visões de mundo dos sujeitos individuais e coletivos
Análise das matrizes reforça alguns dos discursos e põe em pauta outros
Todos os DSC consideram a conferência de saúde municipal como um evento social e político importante e positivo, mas se diferenciam em relação ao seu papel
A conferência como fórum para levantamento de problemas e demandas, como instrumento do planejamento, como esfera pública onde se dá a representação de interesses dos sujeitos sociais, como espaço do controle social, como fórum educativo e como espaço político e democrático
Aspectos procedimentais, as regras, são valorizados nos discursos encontrados.
Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
Estudo de caso...As regras são importantes para igualdade de condições
no processo deliberativo pois definem formato adequado e e participantes aprovam as normas do debate
Outro discurso critica a falta de clareza das regras e a imposição de temas muito gerais e sem vínculo com a realidade local
Delegados eram representativos : cada um dos segmentos estava representado e refletia o conjunto da sociedade (“espelho” da sociedade)
Apenas uma parcela dos delegados era representativa, processo é formalista, paritário no papel
Delegados representam eles próprios, não representam o cidadão comum
A visão da política deliberativa é que se deve articular representação e deliberação para que os representantes defendam os interesses gerais e dos seus segmentos (MANIN, 2007
Democ e Desc. das Pol Saúde - Julio Muller
Estudo de caso...Em síntese, as cinco conferências municipais de saúde estudadas têm
características de um espaço público deliberativo, uma micro-esfera pública temática ou micro esfera pública sanitária, onde se encontram representantes da sociedade civil, da sociedade política e do poder público em condições de deliberação real e onde são cumpridos em parte alguns requisitos para tal, referentes à publicidade, pluralidade e igualdade de condições para deliberação.
É necessário melhorar o acesso à informação, as práticas deliberativas, os procedimentos participativos de escolha dos participantes, e a CMS ter mais autonomia para a definição de sua própria agenda
DSC sobre a CMS configuram um amplo painel da opinião pública sanitária e têm aspectos complementares e concorrentes, que buscam maior influência na micro-esfera pública sanitária e desta sobre o sistema político e o poder público
A relação entre democratização e descentralização das políticas e da gestão da saúde encontra ressonância tanto na análise das matrizes, quanto nos DSC analisados, embora alguns DSC assinalam a prevalência do caráter pouco comunicativo e a visão hierárquica da gestão, baseados na racionalidade instrumental
Não há receita única. Mais democracia, mais descentralização decisória, com mais ação comunicativa parece ser o caminho a trilhar.