Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

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Faculdade Salesiana Dom Bosco William Fontanin Rodrigues Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue Piracicaba 2012

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Sistemas de Informação na Faculdade Salesiana Dom Bosco de Piracicaba ano 2012. Trata-se do desenvolvimento de um jogo de computador para transmitir os conhecimentos sobre o combate a dengue.

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Faculdade Salesiana Dom Bosco

William Fontanin Rodrigues

Dengue Killer: um serious game para educação

em saúde com ênfase no combate a dengue

Piracicaba

2012

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Faculdade Salesiana Dom Bosco

William Fontanin Rodrigues

Piracicaba

2012

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência parcial

para obtenção do grau de Bacharel em

Sistemas de Informação na Faculdade

Salesiana Dom Bosco de Piracicaba,

sob a orientação do Prof. Maurício

Carnevalli e coorientação do Prof. Me.

Kléber de Oliveira Andrade.

Dengue Killer: um serious game para educação

em saúde com ênfase no combate a dengue

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Piracicaba

2012

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência parcial

para obtenção do grau de Bacharel em

Sistemas de Informação na Faculdade

Salesiana Dom Bosco de Piracicaba,

sob a orientação do Prof. Maurício

Carnevalli e coorientação Prof. Me.

Kléber de Oliveira Andrade.

Dengue Killer: um serious game para educação

em saúde com ênfase no combate a dengue

William Fontanin Rodrigues

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 10/12/2012 pela comissão

julgadora:

__________________________________________

Prof. Dr. José Martins Junior / Faculdade Salesiana Dom Bosco

__________________________________________

Prof. Me. Kléber de Oliveira Andrade / Faculdade Salesiana Dom Bosco

__________________________________________

Prof. Dr. Renato Kraide Soffner / Faculdade Salesiana Dom Bosco

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus, pelas incríveis oportunidades.

A minha família e namorada pelo companheirismo, compreensão e apoio as

minhas decisões, que me deram forças.

Ao professor orientador Maurício Carnevalli que me ajudou nessa jornada.

Ao professor e coorientador Me. Kléber de Oliveira Andrade, por toda ajuda

durante este trabalho, me sugerindo a ideia, ajudando na compreensão do

desenvolvimento de jogos, no uso Framework XNA e nas muitas referencias

indicadas.

A todos os professores pela dedicação, ensino e atenção que nos deram

durante toda a graduação.

Ao Mergulhão que me ajudou criando imagens para o jogo.

A todos os meus amigos e companheiros de turma, sempre ajudando uns aos

outros, a Diego Doná pela produção da música do jogo.

A todos que direta ou indiretamente me ajudaram e contribuindo com este

trabalho. Depois desses longos meses de intenso trabalho espero que este trabalho

esteja à altura de todos aqueles que contribuíram para a sua conclusão.

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“Tentar não. Faça, ou não faça. Tentativa não há.”

Yoda, do filme Star Wars Episodio V: O império Contra-Ataca.

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Resumo

A dengue é uma doença que atinge várias pessoas no mundo e traz risco de morte,

sendo necessárias ferramentas para conscientizar as pessoas sobre o método para

combatê-la. Um dos métodos eficazes hoje em dia para educação das pessoas é o

uso de jogos eletrônicos. Esses jogos são denominados serious games, os quais

são utilizados em diversos setores, como: militar, educação, marketing, saúde, etc.

Assim, este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um serious game

educativo, para transmitir informações sobre o combate a dengue através da

eliminação dos criadouros do mosquito vetor. O resultado deste trabalho é um jogo

para computador que visa a educação sobre o combate a dengue. Para o

desenvolvimento do mesmo foi criado o projeto do jogo, que contém todas as

informações necessárias para seu desenvolvimento e foi utilizado o Framework XNA

da Microsoft com a linguagem C# para a programação, pois trazem facilidades para

se desenvolver jogos. Sendo a dengue uma doença problemática que traz risco de

morte e que seu combate necessita da participação de todos, o jogo resultado deste

trabalho vem ser uma ferramenta para a conscientização das pessoas. Este trabalho

foi apresentado no 12° Congresso Nacional de Iniciação Científica CONIC e na XII

Mostra de Produção Científica UNISAL na modalidade painel, ver os ANEXOS A ao

D.

Palavras-chave: Serious games. Jogos eletrônicos. Educação em saúde. Combate a

dengue.

Page 7: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 8

1.1 Objetivo geral .......................................................................................................................... 8

2 DENGUE ........................................................................................................................................... 9

2.1 Dengue no mundo ................................................................................................................... 9

2.2 Transmissão ........................................................................................................................... 10

2.3 Sintomas ................................................................................................................................ 11

2.4 Tratamento ............................................................................................................................ 11

2.5 Modos de combate ............................................................................................................... 12

3 JOGOS ELETRÔNICOS .................................................................................................................... 15

3.1 Serious Games ....................................................................................................................... 16

3.2 Aplicações .............................................................................................................................. 17

3.2.1 Militar ............................................................................................................................ 17

3.2.2 Governo ......................................................................................................................... 18

3.2.3 Educação ....................................................................................................................... 19

3.2.4 Corporativo.................................................................................................................... 19

3.2.5 Saúde ............................................................................................................................. 19

4 MODELAGEM ................................................................................................................................ 21

4.1 Metodologia de desenvolvimento ........................................................................................ 21

4.1.1 Scrum ............................................................................................................................. 21

4.2 XNA Framework e linguagem ................................................................................................ 24

4.2.1 Camadas do XNA ........................................................................................................... 25

4.3 UML ....................................................................................................................................... 26

4.4 Diagramas .............................................................................................................................. 27

4.4.1 Diagrama de atividade .................................................................................................. 27

4.4.2 Diagrama de caso de uso .............................................................................................. 28

5 PROJETO DO JOGO ........................................................................................................................ 32

5.1 Ideia e rascunho do jogo ....................................................................................................... 32

5.1.1 Descrição do jogo .......................................................................................................... 32

5.1.2 Objetivos do jogador ..................................................................................................... 32

5.1.3 Jogador .......................................................................................................................... 33

5.1.4 Inimigos ......................................................................................................................... 33

5.1.5 Pontuação ..................................................................................................................... 34

5.1.6 Controles ....................................................................................................................... 35

Page 8: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

5.1.7 Estória ............................................................................................................................ 35

5.2 Fluxo do jogo ......................................................................................................................... 35

5.3 Fase ....................................................................................................................................... 36

5.4 Heads-up displays (HUD) ....................................................................................................... 39

5.5 Especificações técnicas ......................................................................................................... 40

5.5.1 Recursos utilizados ........................................................................................................ 40

5.5.2 Requisitos de hardware e sistema para o desenvolvimento ........................................ 40

6 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................................... 41

6.1 Primeiro Sprint ...................................................................................................................... 42

6.2 Segundo Sprint ...................................................................................................................... 44

6.3 Terceiro Sprint ....................................................................................................................... 46

6.4 Quarto Sprint ......................................................................................................................... 48

6.5 Quinto Sprint ......................................................................................................................... 49

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 53

7.1 Trabalhos futuros .................................................................................................................. 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 55

ANEXO A – Certificado de participação no 12º Congresso Nacional de Iniciação Científica CONIC-

SEMESP .................................................................................................................................................. 58

ANEXO B – Painel apresentado no 12º Congresso Nacional de Iniciação Científica CONIC-SEMESP ... 59

ANEXO C – Certificado de participação na XII Mostra de Produção Científica UNISAL ........................ 60

ANEXO D – Painel apresentado na XII Mostra de Produção Científica UNISAL .................................... 61

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1 INTRODUÇÃO

A Dengue é um problema de saúde mundial. É uma doença com risco de

morte e não existe tratamento específico. Todo ano milhões de pessoas são

infectadas e casos de mortes são registrados. O método eficaz para combatê-la é

através da eliminação do mosquito vetor, ao eliminar os locais onde seus ovos são

depositados. Esses locais são chamados de criadouros.

Posto isso é necessário educar a população para colaboração e participação

ao combate a dengue. Uma tentativa pedagógica utilizada atualmente para fins

semelhantes são os jogos eletrônicos, denominados serious games, que são uma

ferramenta diferenciada e de uso crescente em diversos setores, tais como militar,

saúde, educação, etc. Como aspectos positivos de seu uso, pode-se nomear a

retenção de informações com maior facilidade, ao mesmo tempo em que prende a

atenção do jogador para conhecimento da doença. Outro aspecto relevante com

relação aos jogos é a participação direta na vida das pessoas, estimulando-as a

busca de novos conhecimentos.

1.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo transmitir informações através de um jogo a

ser desenvolvido para educação sobre o combate a dengue. No jogo os principais

criadouros serão os inimigos que ganharam vida, a fim de, atrapalhar o objetivo

principal do jogador que é eliminá-los e deixá-los na posição em que estes não

ofereçam mais o perigo de um criadouro ativo. Para que este trabalho fosse

desenvolvimento, realizaram-se pesquisas sobre a dengue e serious games,

voltados à educação. O jogo foi desenvolvido com o uso do XNA Game Studio da

Microsoft e a linguagem C#.

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2 DENGUE

De acordo com a World Health Organization (WHO, 2012a) a dengue se trata

de uma infecciosa causada por vírus que são transmitidos principalmente pelo

mosquito Aedes aegypiti encontrado em áreas tropicais e subtropicais e pelo

mosquito Aedes albopictus em alguns países. Ainda segundo WHO (2012a) existem

quatro tipos de vírus da dengue conhecidos como de DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-

4. A infecção por um vírus torna a pessoa imune ao vírus que foi infectada, mas não

ao outros vírus.

O Portal da Saúde do Ministério da Saúde (MS, 2012) apresenta dois tipos de

dengue, a clássica e a hemorrágica, chamada de dengue severa pela WHO (2012a),

as formas se diferem pelos sintomas, a forma hemorrágica é a mais severa e pode

ter como consequência a morte.

2.1 Dengue no mundo

Segundo a WHO (2012b) a dengue hemorrágica foi identificada no ano de

1950 nas Filipinas e Tailândia onde se teve epidemia naquele ano. Antes de 1970

eram nove países que tinham passado por epidemias graves de dengue e

atualmente são mais de 100 países em que a dengue é endêmica, ou seja, acontece

com frequência.

A dengue é um problema de saúde pública mundial, WHO (2012a) relata que

mais de 2,5 bilhões de pessoas correm risco de contrair dengue e também calcula

que 50 a 100 milhões de pessoas possam ser infectadas por ano no mundo.

Somente nas Américas em 2010 foram relatados 1,6 milhão de casos da doença e

desses 49 mil casos graves contra 1,2 milhão de casos nas Américas, Sudeste

Asiático e Pacífico Ocidental, mostrando aumento nos casos de dengue. A Figura 1

indica os países e áreas onde se tem risco da doença.

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Figura 1 – Dengue, países ou áreas de risco

Fonte: Organização Mundial de Saúde (2012c).

2.2 Transmissão

A transmissão da dengue acontece através da picada do mosquito fêmea

infectado. O mosquito é infectado quando pica alguém que está com a doença e ele

irá transmitir a doença por toda sua vida. A Figura 2 apresenta o ciclo de vida do

mosquito.

Figura 2 – Ciclo de vida do mosquito da dengue

Fonte: Guia Básico de Dengue (YASUMARO et al, 2002).

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2.3 Sintomas

Segundo MS (2012) existem alguns sintomas nos quais é possível

determinar se a pessoa está com dengue clássica ou hemorrágica.

Dengue clássica:

Febre alta, dor no corpo, dores nos ossos e articulações, dor de cabeça, dor

atrás do olho, perda do paladar e apetite, náuseas e vômitos, tonturas, cansaço,

moleza, manchas e erupções na pele.

Dengue hemorrágica:

Apresenta os mesmos sintomas da dengue clássica e também após terminar

a febre surgem dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele

pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, manchas vermelhas

na pele, sonolência, agitação e confusão mental, sede excessiva e boca seca, pulso

rápido e fraco, dificuldade respiratória e perda da consciência.

2.4 Tratamento

Não existe um tratamento específico para a doença, o paciente deve procurar

ajuda médica, repousar e beber bastante líquido. Para alívio das dores e febre é

usado o Paracetamol, mas não devem ser tomados a Aspirina e o Ibuprofeno, pois

estes medicamentos aumentam o risco de hemorragia. Nos casos graves são

necessários cuidados médicos, sendo a principal medida o controle do volume

líquido circulante no paciente para conter o agravo da doença e salvar vidas (WHO,

2012a).

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2.5 Modos de combate

O único método de combate a dengue segundo a WHO (2012a) é o combate

ao mosquito vetor, eliminando seus criadouros. Os criadouros podem ser vistos na

Figura 3.

Figura 3 – Criadouros e medidas de combate

Fonte: Ministério da Saúde (CARTILHA DA DENGUE, 2007).

WHO (2012b) ainda relata três métodos para o combate ao vetor, a gestão

ambiental, controle químico e o controle biológico e nas Diretrizes Nacionais para a

Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (DNPCED, 2009) além desses, tem

o controle mecânico, o controle legal e traz também como medida de prevenção a

comunicação e mobilização.

Gestão ambiental

A gestão ambiental tem objetivo de modificar o ambiente com a destruição,

alteração, eliminação ou reciclagem de recipientes que servem como local para os

ovos, larvas e pupas. Dessa forma ela visa também melhorias no abastecimento de

água e fornecimento confiável para que não seja necessário armazenamento de

água. No caso de necessidade de recipientes para armazenamento, os recipientes

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devem ser a prova de mosquito, com tampas vedadas. Os resíduos sólidos devem

ter a coleta, destinação e eliminação adequada, sendo recolhidos em sacos

plásticos e coletados duas vezes por semana. Deve-se ter um sistema de limpeza

de ruas regular para recolhimento de descartados que possam acumular agua. Nas

construções e reformas surge a oportunidade de se modificar e reduzir os locais com

potencial para serem criadouros (WHO, 2012b).

Controle químico

O controle químico é considerado pela WHO como complemento a gestão

ambiental, a não ser em casos de emergência, quando o controle químico é feito nos

recipientes que não podem ser monitorados ou eliminados. Neste controle são

usadas substâncias químicas para controle do vetor tanto na faze larvária como na

fase adulta (WHO, 2012b).

Controle biológico

O controle biológico utiliza de organismos que atacam, parasitam ou

competem com o Aedes. São usados peixes e crustáceos de água doce contra as

formas imaturas de larva do mosquito (WHO, 2012b).

O controle biológico adotado pelo Ministério da Saúde que é informado nas

DNPCED (2009) é o uso do Bacillus thuringiensis israelenses (Bti). O Bti atua

produzindo endotoxinas proteicas que são ingeridas pela larva do mosquito

causando sua morte.

Controle legal

O controle legal prevê medidas de caráter legal que visam principalmente

responsabilizar os proprietários pela manutenção e limpeza de terrenos baldios,

garantir a visita domiciliar do Agente de Controle de Endemias (ACE) aos imóveis

fechados, abandonados e onde não é permitida a inspeção (DNPCED, 2009).

Controle mecânico

O controle mecânico é composto de praticas para impedir a procriação do

Aedes, tendo como principais atividades a destruição ou destinação adequada de

criadouros que são feitas pelo morador/proprietário com a supervisão do Agente de

Controle de Endemias (ACE) ou Agente Comunitário de Saúde (ACS). Também é

feito o controle mecânico em larga escala como coleta de resíduos sólidos e

destinação final adequada do mesmo e o armazenamento e destino adequado dos

pneus (DNPCED, 2009).

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Comunicação e mobilização

Tem como objetivo realizar práticas educativas com ações de comunicação

para poder mobilizar as pessoas e sociedade organizada, criando consciência do

problema da dengue e assim fazer com que as pessoas participarem das ações de

combate. Faz parte das ações a divulgação das medidas de prevenção para

incentivar a adoção delas e evitar a proliferação do mosquito vetor. DNPCED (2009)

cita como primordial a comunicação como ferramenta para a divulgação de

informações da dengue e para informar a sociedade de seu papel nas ações de

combate a dengue.

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3 JOGOS ELETRÔNICOS

Os jogos e brincadeiras fazem parte da humanidade desde os primórdios e

constitui em um dos aspectos que definem a própria existência da humanidade, pois

eles são importantes elementos da cultura e um traço essencial da sociedade

humana. Os homens jogam e brincam de forma consciente durante toda a vida para

obter prazer (CRUZ; ALBUQUERQUE; AZEVEDO, 2009).

Jogos têm várias definições ligeiramente diferentes, Michael e Chen (2006)

citam uma síntese para a definição de jogos, que eles são atividades voluntárias,

fora da vida real, onde se tem um mundo imaginário que prende toda a atenção do

jogador, eles acontecem em um tempo e lugar específico e são regidos por regras.

Existem varias funções para os jogos na sociedade, sendo a principal oferecer

lazer e diversão. Eles oferecem um ambiente para a investigação e busca de

soluções livre de pressões e avaliações que favorecem o aprendizado pelo erro,

tendo assim como beneficio o estimulo da exploração em que se pode errar, sendo

assim os jogos completam o conhecimento do individuo (KISHIMOTO, 1994 APUD

CRUZ; ILHA, 2007).

Existem vários fatores para que os jogos sejam utilizados além do mero

entretenimento.

Os jogos segundo Clark Abt (1987 apud MICHAEL; CHEN, 2006) são

motivadores e tratam de vários conceitos e fatos e assim, são dispositivos eficazes

para treinamento e ensino.

Eles fornecem uma visão do tema ou problema em estudo possibilitando o

jogador enfrenta-lo, definir estratégias, tomar decisões e ter retorno rápido das

consequências de suas escolhas sem que elas sejam reais (MICHAEL; CHEN,

2006). Os jogos eletrônicos podem contribuir para o desenvolvimento cognitivo, pois

fazem com que o jogador tome decisões e as priorizem com base em um trabalho

intelectual.

Este trabalho intelectual é composto pelo aprendizado das regras, pois

raramente elas são totalmente definidas antes que se jogue. Também faz com que o

jogador trabalhe com vários objetivos ao mesmo tempo, tendo que gerenciá-los para

progredir. Ele ainda tem que explorar o mundo virtual para ter uma hipótese do que

os eventos podem significar e escolher um para ver se tem o resultado esperado.

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Esse processo faz com que o jogador aprenda por tentativa e erro com base nos

desafios vencidos.

Portanto os jogos eletrônicos fazem com que os jogadores aprendam a

aprender, a pensar e refletir sobre os acontecimentos e narrativa do jogo

(JOHNSON, 2005 APUD CRUZ; ALBUQUERQUE; AZEVEDO, 2009).

Os jogos por natureza fazem com que o jogador aprenda, pois o jogador deve

no mínimo aprender as regras do jogo e a partir do entendimento delas o jogador

começa a buscar novas formas e estratégias para aplica-las (MICHAEL; CHEN,

2006).

Eles trazem ainda outros benefícios como apoio ao desenvolvimento de

habilidades como a analítica, espacial, estratégica, discernimento, capacidade de

aprendizagem e memória, psicomotoras, atenção seletiva visual, melhora na auto

monitoração, no reconhecimento de problemas e solução, na tomada de decisão, na

negociação, colaboração e alivio da frustração (SUSSI; JOHANNESSON;

BACKLUND, 2007).

3.1 Serious Games

Segundo Marsh (2011) os serious games são jogos digitais, simulações,

ambientes de realidade virtual, mista e mídia que fornecem um meio para

desenvolver uma atividade através de uma narrativa, jogabilidade ou encontro para

informar, influenciar, para o bem estar e / ou experiência para a transmissão de um

proposito.

Michael e Chen (2006) definem que os serious games são jogos que tem

como principal objetivo a educação, eles podem ser usados para todos os tipos de

educação e em todas as idades. Outra definição apresentada é que os serious

games são jogos que são utilizados para passar uma mensagem, ensinar uma lição

ou oferecer uma experiência ao jogador.

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3.2 Aplicações

Os serious games devido as suas vantagens são usados nos mais variados

setores. Eles são usados principalmente em setores como o militar, governo,

educação, corporativo e da saúde (MICHAEL; CHEN, 2006). Nos próximos

subtópicos serão apresentados estes setores.

3.2.1 Militar

Os serious games permitem ao setor militar criar simulações para serem

usadas em treinamentos, para preparação de missões, ensino de línguas e

formação cultural estrangeira. Algumas vantagens desses jogos no setor militar são

para melhoria na coordenação olho mão, aumento da capacidade multitarefa e

habilidade de trabalho em equipe com o mínimo de comunicação. O primeiro jogo

usado para o treinamento militar foi o chamado Army Battlezone criado pela Atari

(SUSSI; JOHANNESSON; BACKLUND, 2007).

Figura 4 - Battlezone

Fonte: Atari (2012).

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O jogo America’s Army (Figura 5) é um dos mais conhecidos jogos utilizados

na área militar, ele foi utilizado primeiramente pelo Exército Americano para

aumentar o ingresso de recrutas no Exército. Além disso, ele é utilizado para o pré-

treinamento dos soldados e para preparo pra missões (SUSSI, JOHANNESSON,

BACKLUND, 2007).

Figura 5 – America’s Army

Fonte: Superdownloads (2009).

3.2.2 Governo

O governo tem a vantagem de poder criar cenários de diversos locais com

níveis de gravidades e situações perigosas, que podem ser repetidos, que seriam

impossíveis ou caros para se construir realmente com um baixo custo. Os jogos são

utilizados pelos governos para simulação e formação que incluem diversas tarefas e

situações como, por exemplo, ataques terroristas, surto de doenças, questões

relacionadas à saúde, atendimento ao publico, planejamento urbano, controle de

tráfego, combate a incêndios, ética entre outras aplicações (MICHAEL; CHEN,

2006).

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3.2.3 Educação

Os jogos para educação são considerados uma ferramenta de ensino e

formação. Essa ferramenta tem como valor ser eficaz no ensino (MICHAEL; CHEN,

2006). Assim eles têm como diferenciais ser um facilitador da aprendizagem de

temas complexos, desenvolver habilidades cognitivas, como o raciocino rápido,

criatividade, percepção e resolução de problemas, proporcionado à imersão de

quem joga (PRENSKY, 2001; GEE, 2003 APUD GHENSEV, 2012).

Outro fator para o seu uso é o fato deles poderem aumentar o engajamento

do jogador através da imersão, possibilitando que o jogador assuma riscos

intelectuais sem medo de fracassar, criando interação entre os jogadores e podendo

se adaptar a vários modos de aprendizado. Eles são utilizados para gerar

conhecimento e para reforçar os conhecimentos já adquiridos (GHENSEV, 2010).

3.2.4 Corporativo

Devido ao desinteresse pelos treinamentos corporativos tradicionais as

organizações têm adotado os jogos para seus treinamentos com o objetivo de

construir as habilidades dos funcionários, isso se deve ao fator de que a média de

um comprador de jogo ser de 36 anos oque aumenta a possibilidade deles fazerem

parte das organizações. Com o uso de jogos os funcionários estão imersos no que

se pretende ensinar e não mais sendo expostos a informações que podem ser

ignoradas como nos outros métodos (MICHAEL; CHEN, 2006).

3.2.5 Saúde

Na saúde os jogos vêm sendo utilizados para ajudar no treinamento de

médicos, no preparo de médicos para cirurgias delicadas, na recuperação dos

pacientes, para promover o bem estar, ajuda para os pacientes com problemas

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mentais, para distrair os pacientes em procedimentos que são dolorosos, para

melhorar a habilidade motora e em fisioterapias para acelerar a recuperação.

Para os idosos os jogos os ajudam a permanecerem saudáveis e

mentalmente alerta melhorando o tempo de reação, o bem estar, a função cognitiva,

memoria e estado emocional.

Os jogos no treinamento médico têm como vantagem possibilitar aos médicos

praticarem cirurgias ou procedimento perigosos sem ter que fazer na pessoa. Outra

vantagem é que os jogos se mostram eficaz em focar a atenção do paciente fazendo

com que ele sinta menos dor por não estar tão consciente do que está acontecendo,

também podem trazer distração para pacientes antes de cirurgias e procedimento

médicos fazendo com que se diminua a ansiedade.

Outro uso para os jogos é aumentar a autogestão de doenças crônicas que

dependem dos pacientes ajustarem seu modo de vida e hábitos. Os jogos podem

ensinar os jogadores a se manterem saudáveis, abordando temas como nutrição,

condicionamento físico, doenças sexualmente transmissíveis, promovendo

mudanças e no tratamento de fobias (MICHAEL; CHEN, 2006).

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4 MODELAGEM

Neste capitulo é abordado a modelagem do jogo, apresentando a metodologia

de desenvolvimento, o Framework XNA e os diagramas utilizados.

4.1 Metodologia de desenvolvimento

A metodologia consiste em atividades, ações e tarefas que são necessárias

para desenvolver um software (PRESSMAN, 2006). Nesse trabalho foi utilizada a

metodologia Scrum.

4.1.1 Scrum

Scrum é definido como um framework incremental para projetos e que

também é utilizado como metodologia para o desenvolvimento de softwares. Scrum

fornece suporte ao desenvolvimento de produtos complexos e visa o

desenvolvimento de forma iterativa e incremental para melhorar a previsão e

controle dos riscos durante o processo de desenvolvimento. As interações e

incrementos do Scrum são denominados de Sprints (SCHWABER; SUTHERLAND,

2011). O Scrum conta também com os artefatos que visam aumentar a

transparência das informações e com os participantes que definem os papéis de

cada um durante o projeto.

Os Sprints são ciclos de trabalho executados um após o outro, com prazo

mínimo de duas semanas e máximo de quatro semanas. O Sprint acaba em uma

data determinada e não se estende o prazo, mesmo se todo o trabalho não for

concluído.

No começo de um Sprint a equipe seleciona as tarefas a serem realizadas em

uma lista de prioridades. Todo dia a equipe verifica o progresso das tarefas para

poder definir as próximas etapas para termina-las. Ao final do Sprint o trabalho

Page 23: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

22

entregue deve ser algo utilizável para que os interessados possam acompanhar o

trabalho feito (DEEMER et al, 2012).

Artefatos do Scrum

Os artefatos do Scrum tem objetivo de aumentar a transparência das

informações que são necessárias para que o time do Scrum entregue um

incremento pronto, eles são o Product Backlog e o Backlog do Sprint.

Product Backlog

É uma lista com ordem definida do que é preciso no produto, onde itens que

estão no topo da lista tem maior prioridade sendo desenvolvidos primeiro. O Product

Backlog sofre mudanças conforme o produto é desenvolvido e nele são listados as

características, funções, requisitos, melhorias e correções das modificações que

devem ser feitas no produto (SCHWABER; SUTHERLAND, 2011).

Backlog do Sprint

São os itens do Product Backlog que são separados para o Sprint, um plano

para entrega do produto e realização da meta estipulada, ele contem o trabalho que

a equipe de desenvolvimento irá fazer para transformar os itens do Product Backlog

em um incremento, tornando o trabalho da equipe de desenvolvimento acessível aos

demais. Durante o Sprint o Backlog do Sprint é modificado pela equipe de

desenvolvimento devido ao maior entendimento da equipe sobre o trabalho que é

preciso para atingir a meta (SCHWABER; SUTHERLAND, 2011).

Participantes do time do Scrum

Os participantes do time do Scrum são compostos por Product Owner,

ScrumMaster e a equipe de desenvolvimento.

Product Owner

É a pessoa responsável por definir as tarefas que compõem o produto e

também criar uma lista ordenada dessas tarefas (Product Backlog) para que se

tenha um melhor resultado. Ele é responsável por ajudar os participantes a terem

um melhor entendimento do produto em desenvolvimento e deve ter melhor

entendimento para que o produto final tenha um melhor valor para os interessados

(SCHWABER; SUTHERLAND, 2011).

Scrum Master

Ele tem a função de verificar se a equipe segue as praticas e valores do

Scrum, ajuda a equipe a fazer o trabalho da melhor forma e também a usar o Scrum.

O Scrum Master é o responsável por desfazer qualquer impedimento para o

Page 24: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

23

progresso do projeto, facilita reuniões e ajuda o Product Owner a manter o Product

Backlog (MOUNTAIN GOAT SOFTWARE, 2012).

Equipe de Desenvolvimento

Profissionais responsáveis por entregar um utilizável ao final de cada ciclo de

trabalho (Sprint). A equipe é multifuncional, possuindo todas as capacidades para

concluir o ciclo, se organizar e gerenciar o trabalho (SCHWABER; SUTHERLAND,

2011).

Eventos

Os eventos têm a finalidade de definir uma rotina e evitar reuniões não

definidas no Scrum. Esses eventos têm uma duração máxima para poder ter o

tempo necessário de planejamento, eles são apresentados a seguir.

Reunião de planejamento do Sprint

Essa reunião tem o objetivo de planejar o trabalho que será realizado no

Sprint e é feita por todo time do Scrum. Ela define qual vai ser o resultado no final do

Sprint e como dever ser realizado o trabalho para alcançar o resultado. Essa reunião

deve ter um tempo máximo de oito horas.

A equipe de desenvolvimento planeja o trabalho que prevê para o Sprint e

divide esse trabalho em partes de um dia ou menos de duração para se auto

organizar e realizar o trabalho.

O Product Owner deve classificar os itens escolhidos para o Sprint e ajudar

nas escolhas. No fim da reunião a equipe de desenvolvimento deve ser capaz de

explicar como pretende trabalhar para chegar ao resultado (SCHWABER;

SUTHERLAND, 2011).

Reunião diária

Reunião feita pela equipe de desenvolvimento para definir um plano para as

próximas 24 horas. Essa reunião é usada pela equipe para avaliar o progresso do

Sprint e do trabalho todo, ela tem duração de 15 minutos.

Essa reunião permite melhorar a comunicação, detectar impedimentos para o

desenvolvimento e eliminá-los, ter rápidas tomadas de decisão e tornar o nível de

conhecimento da equipe de desenvolvimento melhor (SCHWABER; SUTHERLAND,

2011).

Revisão do Sprint

Ao final do Sprint é realizada a revisão para verificar o resultado obtido e

adaptar o Product Backlog. Essa reunião tem duração de quatro horas.

Page 25: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

24

Nessa reunião, o Product Owner identifica oque foi feito e oque não foi. A

equipe de desenvolvimento relata oque ocorreu bem, os problemas ocorridos e

como foram resolvidos, mostra o resultado obtido e responde às questões. O

Product Owner estima as datas para conclusão do trabalho, o time Scrum discute o

que fazer a seguir e o Product Backlog é revisado (SCHWABER; SUTHERLAND,

2011).

Retrospectiva do Sprint

Reunião destinada ao time Scrum para se revisar e definir melhorias para o

próximo Sprint. Ela tem duração de três horas.

Essa reunião tem o objetivo de rever como foi a relação entre as pessoas,

processos e ferramentas no ultimo Sprint, identificar os itens que foram bem, as

potenciais melhorias e criar um plano para realizar essas melhorias (SCHWABER;

SUTHERLAND, 2011). A Figura 6 representa uma visão gráfica do Scrum.

Figura 6 - Visão gráfica do Scrum

Fonte: Mountain Goat Software (2005).

4.2 XNA Framework e linguagem

O XNA foi lançado pela Microsoft em 2006 e é um conjunto de bibliotecas

multi-plataforma para o desenvolvimento de jogos para Windows, Xbox 360,

Windows Phone 7, Zune e Zune HD. A versão atual é a 4.0, liberada em 16 de

setembro de 2010. O XNA tem como linguagem oficial o C# e todos os modelos e

Page 26: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

25

exemplos do XNA são feitos com a linguagem C# (XNA FRAMEWORK OVERVIEW,

2011).

4.2.1 Camadas do XNA

O XNA é composto por quatro camadas (Figura 7), onde cada uma tem

responsabilidades específicas.

Figura 7 - Camadas do XNA

Fonte: Revista Nintendo Blast n° 6 (2010, p.56).

A Camada Jogos é onde ficam as aplicações e jogos prontos para execução

ou modificação. Os starter kits são kits prontos que servem como final ou partida

para o desenvolvimento. Nessa camada também ficam os códigos do jogo e seus

conteúdos como sons, imagens entre outros e os componentes criados pela

comunidade para ser usados nos jogos.

A camada de Extensões tem o Modelo de Aplicação que é responsável por

criar e gerenciar janelas, executar a inicialização do DirectX, gerenciar o game loop

Page 27: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

26

de execução do jogo e criar a estrutura básica de código quando criado um projeto

para desenvolvimento. Nessa camada fica o Content Pipeline que processa todo o

conteúdo que será utilizado durante o jogo. Ele importa os conteúdos e os

transforma em arquivos binários que serão usados facilitando o trabalho do

programador de tratar os vários tipos de conteúdo.

Na camada de Núcleo encontra-se o Graphics tem que a capacidade de

renderização usando DirectX, ele conta com vários recursos como o BasicsEffecs

para objetos 3D e o SpriteBach para gráficos 2D. Outro item dessa camada é o

Áudio que tem os recursos para tratar os áudios, o Input é responsável pela entrada

de dados do usuário podendo ser pelo teclado, mouses, Gamepad entre outros. A

Math responsável pelos cálculos no jogo e funções para lidar com movimentos,

colisões, vetores, etc. O Storage permite salvar e ler dados dos jogos e a Network

facilita a comunicação via rede ou online.

A Camada de Plataforma é a base para todas as outras camadas acimas

sendo que todas elas utilizam alguma componente desta camada (REVISTA

NINTENDO BLAST, n°6, 2012).

4.3 UML

A UML é um conjunto de notações gráficas que ajuda na descrição e no

projeto de softwares. A UML é a união de muitas linguagens gráficas de modelagem

orientada a objetos que surgiram no final dos anos oitenta (FOWLER, 2005).

Existem 13 tipos de diagramas na UML que são divididos em diagramas de

estrutura, comportamento e interação.

Os diagramas de estrutura são: diagrama de classe, de objetos, de

componentes, estrutura de composição, diagrama de pacote e de implantação. Os

diagramas de comportamento são: diagrama de caso de uso, de atividades e

máquina de estados. E os diagramas de interação são: diagrama de sequência, de

comunicação, de tempo e de visão geral da integração (OBJECT MANAGEMENT

GROUP, 2012).

Neste trabalho são usados os digramas de atividades e casos de usos,

abordados na sessão seguinte.

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27

4.4 Diagramas

Nos próximos subtópicos são apresentados os diagramas utilizados no

desenvolvimento do jogo.

4.4.1 Diagrama de atividade

Na Figura 8 temos o diagrama de atividade que representa o fluxo do jogo.

Figura 8 – Fluxo do Jogo

Fonte: Próprio autor (2012).

O jogo inicia com uma tela de abertura com o nome do jogo e após cinco

segundos é mostrado o menu. No menu o jogador pode escolher entre jogar ou sair.

Quando escolhido sair o jogo é terminado, quando escolhido jogar são apresentadas

as cenas com a estória do jogo e ao termino delas é iniciado a fase do jogo. Durante

o jogo se pressionado a tecla Esc ou P o jogo é pausado e apresentado a tela de

menu de pause do jogo com as opções de continuar ou sair, caso escolhido sair o

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28

jogo volta a menu inicial e se escolhido continuar volta-se a fase. Ao terminar a fase

é mostrada a pontuação e a imagem de fim na tela de final de jogo e ao pressionar

Esc volta ao menu inicial do jogo.

4.4.2 Diagrama de caso de uso

Menu:

O menu é uma tela do jogo em que o jogador poder escolher entre jogar e

sair, a Figura 9 trata-se do caso de uso do menu.

Figura 9 – Casos de usos Menu

Fonte: Próprio autor (2012).

Nas tabelas 1 e 2 são apresentadas as descrições dos casos de usos do

menu.

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29

Tabela 1 – Caso de uso Iniciar Jogo

Caso de Uso Iniciar Jogo

Descrição O jogador inicia o jogo

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador seleciona o item de menu

jogar.

O jogo apresenta a cena de entrada da

fase e após Inicia a fase.

Pós-condição Fase iniciada.

Fonte: Próprio autor (2012).

Tabela 2 – Caso de uso Sair

Caso de Uso Sair

Descrição Encerrar o aplicativo do jogo

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador seleciona o item de menu Sair.

O jogo termina a sua execução.

Pós-condição Jogo encerrado.

Fonte: Próprio autor (2012).

Gameplay:

O gameplay trata-se da jogabilidade, as opções e ações que o jogador pode

fazer durante o jogo. Figura 10 apresenta o caso de uso do gameplay.

Page 31: Dengue Killer: um serious game para educação em saúde com ênfase no combate a dengue

30

Figura 10 – Caso de uso Gameplay

Fonte: Próprio autor (2012).

As tabelas 3 a 6 apresentam as descrições dos casos de usos Gameplay.

Tabela 3 – Caso de uso Andar

Caso de Uso Andar

Descrição Jogador faz personagem andar

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador aciona uma das teclas que faz

o personagem andar.

Personagem anda na direção

correspondente a tecla pressionada.

Pós-condição Personagem ter andado.

Fonte: Próprio autor (2012).

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31

Tabela 4 – Caso de uso Pular

Caso de Uso Pular

Descrição Jogador faz o personagem pular

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador aciona a tecla de pulo.

Personagem realiza o movimento do

pulo.

Pós-condição Personagem no solo do jogo.

Fonte: Próprio autor (2012).

Tabela 5 – Caso de uso Pausar o Jogo

Caso de Uso Pausar o Jogo

Descrição Jogador pausa o jogo

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador aciona a tecla de pause.

Jogo mostra a tela de pause com as

opções de continuar ou sair.

Pós-condição Jogo pausado.

Fonte: Próprio autor (2012).

Tabela 6 – Caso de uso Sair

Caso de Uso Sair

Descrição Jogador sai do jogo

Ator Principal Jogador

Fluxo Jogador seleciona a opção de sair e o

jogo volta ao menu inicial

Pós-condição Jogo no menu inicial

Fonte: Próprio autor (2012).

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5 PROJETO DO JOGO

Neste capitulo é descrito o projeto do jogo.

5.1 Ideia e rascunho do jogo

A seguir é apresentada a ideia do jogo contendo a descrição do jogo,

objetivos do jogador, jogador, inimigos, pontuação, controles e a estória do jogo.

5.1.1 Descrição do jogo

O jogo é no estilo plataforma onde o jogador enfrentará os inimigos que são

os principais criadouros do mosquito da dengue.

5.1.2 Objetivos do jogador

O jogador tem como objetivo eliminar os inimigos que contabilizam pontos e

chegar ao final da fase onde tem um símbolo da dengue, que encerra a fase e salva

o planeta do perigo de ser tomado pela dengue. Ao terminar a fase é apresentada a

pontuação do jogador e caso ele tenha eliminados todos os inimigos ele ganha um

bônus na pontuação, assim incentivando o combate a todos os criadouros.

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5.1.3 Jogador

O jogador é representado por um personagem que é um garoto chamado

“Zac”. Ele pode andar pela fase, pular os obstáculos e para matar os inimigos ele

deve pular sobre eles. Ele começa com três vidas exibidas no topo da tela, quando o

jogador é atingido por um inimigo ele morre, perde uma vida e volta ao inicio da fase.

Na Figura 11 temos o jogador.

Figura 11 – Jogador

Fonte: Próprio autor (2012).

5.1.4 Inimigos

Os inimigos são baseados em objetos que os mosquitos usam como

criadouro, todos os inimigos se movimentam em uma área definida e se tocam o

jogador o mesmo morre, os inimigos morrem se o jogador pular sobre eles. Os

inimigos são:

Vasos de plantas com prato, que acumulam água nos pratos que ficam em

baixo dos vasos;

Garrafas, que acumulam água no seu interior;

Pneus, que acumulam água no seu interior;

Lixeiras, que acumulam agua no seu interior;

Nas Figuras 12, 13, 14 e 15 temos os inimigos.

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Figura 12 – Vaso de planta

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 13 – Garrafa

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 14 – Pneu

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 15 – Lixeira

Fonte: Próprio autor (2012).

5.1.5 Pontuação

A pontuação é obtida ao matar os inimigos, sendo que, a cada inimigo morto o

jogador ganha 100 pontos. Caso o jogador termine o jogo matando todos os

inimigos, ele ganha um bônus de 2000 pontos, que se trata de uma forma de

mostrar a importância de combater todos os inimigos.

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35

5.1.6 Controles

A movimentação do personagem será através do teclado, as teclas de

movimento são:

– movimenta para a esquerda;

– movimenta para direita;

ou espaço– pula;

Esc ou P – pausa o jogo.

5.1.7 Estória

Em um dia normal aconteceu algo inusitado, quando uma erupção solar

atingiu a terra e por algum motivo que ninguém sabe, os mosquitos da dengue foram

modificados. Mas no começo ninguém percebeu, até que começou acontecer coisas

entranhas nas cidades. Quando uma pessoa tenta eliminar um criadouro da dengue,

esse ganha vida e começa ataca-las. Assim a dengue está se espalhando cada vez

mais e o planeta todo está em risco.

Um garoto chamado Zac que, ao mesmo tempo em que os mosquitos da

dengue se modificaram com a erupção solar, ele também sofreu modificações. Ao

saber que os criadouros começaram a ganhar vida, soube de uma forma que nem

mesmo ele sabe que ele é o único que pode combater esses criadouros. Agora Zac

vai enfrentar todos os criadouros da dengue e salvar o planeta.

5.2 Fluxo do jogo

O jogo inicia com uma tela de abertura onde é apresentado o nome do jogo.

Em seguida o jogador visualiza a tela de menu do jogo onde tem as seguintes

opções: jogar e sair. Na Figura 16 é apresentada a tela de abertura do jogo.

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Figura 16 – Tela de abertura

Fonte: Próprio autor (2012).

Na primeira opção o jogo é iniciado apresentando a estória inicial e ao termino

inicia-se a fase. Na segunda opção encerra-se o jogo. A qualquer momento da fase

o jogador pode aperta ESC ou P e pausar o jogo.

Quando termina a fase é mostrada para o jogador à sua pontuação no jogo.

Após, é mostrada uma cena de fim de jogo, dizendo ao jogador que deve combater

os locais que podem ser criadouros da dengue e também falar para as demais

pessoas.

5.3 Fase

O jogo tem uma fase com vários inimigos sendo eles dos quatros tipos de

inimigos. A fase inicia com cenas de entrada (cutscenes) que contam a história do

jogo e mostra os sintomas da dengue. As Figuras 17, 18, 19 e 20 são as cenas de

entradas que são mostradas nessa ordem no jogo.

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Figura 17 – Primeira cena

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 18 – Segunda cena

Fonte: Próprio autor (2012).

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Figura 19 – Terceira cena

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 20 – Quarta cena

Fonte: Próprio autor (2012).

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39

5.4 Heads-up displays (HUD)

Hud’s são elementos que permanecem na tela durante a execução do jogo

para indicar status ao jogador. Podem ser usados para mostrar, por exemplo, a vida

do jogador. Em resumo é um método para mostrar informações para o jogador

durante o jogo (WILSON, 2006). O Hud usando nas fases é semelhante ao da

Figura 21 apresentado a seguir.

Figura 21 – Hud

Fonte: Próprio autor (2012).

1. Indicador da fase: o indicador fica localizado no campo superior esquerdo,

traz a informação da fase em que o jogador está. É mostrado um texto com o nome

da fase;

2. Indicador de vidas: ele fica localizado ao centro e no topo, marca a

quantidade de vidas que o jogador tem. É representado por texto com o número de

vidas;

3. Indicador de pontos: fica no canto superior direito e registra os pontos que o

jogador tem na fase, indicado em forma de número.

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40

5.5 Especificações técnicas

A seguir são apresentados os recursos e requisitos utilizados para o

desenvolvimento do jogo.

5.5.1 Recursos utilizados

Para o desenvolvimento foram utilizados os seguintes recursos:

Microsoft Visual Studio 2010 – ambiente integrado de desenvolvimento

Framework XNA 4.0 – framework para desenvolvimento de jogos

tIde Tile Map Editor – editor de mapa de tile, usando para criar cenários para

jogos.

Astah – editor de diagramas UML.

5.5.2 Requisitos de hardware e sistema para o desenvolvimento

Para o desenvolvimento de jogos utilizando o XNA são necessários os

seguintes requisitos:

Windows XP ou superior;

Microsoft Visual Studio 2010;

Microsoft .NET Framework 4.0;

DirectX 9.0c ou superior;

Placa de vídeo suporte a Shader Model 1.1, recomendado Shader

Model 2.0.

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6 DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento foi realizado usando o XNA Game Studio da Microsoft,

que contém o XNA Framework, que utiliza a linguagem de programação C# por ser

a linguagem oficial do Framework. Também foram utilizadas duas engines, que são

pacotes de funcionalidades ou bibliotecas para facilitar o desenvolvimento, a xTile

para carregar e manipular o cenário e a Farseer Physics Engine para a detecção de

colisão e física do jogo.

Durante o desenvolvimento houve problemas de desempenho (lentidão) no

jogo quando o cenário era movimentado em acordo do andar do personagem. Esse

problema surgiu quando foi implementada a física no caminho que o personagem se

movimenta, este problema ocorreu devido o número de objetos que realizam a

física, que estavam sendo criados usando a resolução 800 x 600 pixels, o problema

de lentidão foi resolvido alterando a resolução do jogo para 640 x 480 pixels.

A versão atual do jogo conta com um menu principal com opções de jogar e

sair, também conta com cenas exibidas antes do início do jogo que mostram a sua

estória e trazem as informações sobre os sintomas da dengue. O jogo tem uma fase

que traz os principais criadouros como inimigos do jogo.

O processo de desenvolvimento foi realizando usando metodologia Scrum de

forma adaptada sendo que esse processo foi divido em cinco Sprints sendo eles:

Gerenciamento de cenas e menu inicial;

Criação do cenário, integração da engine xTile, carregamento e

manipulação do cenário;

Integração da Farseer Physics Engine para gerar física e detecção de

colisões no jogo, implementação da animação e física dos

personagens e geração da física onde é possível o jogador se

movimentar;

Implementação da animação e física dos inimigos, codificação das

respostas às colisões dos inimigos com o cenário, do jogador com os

inimigos e implementação da Hud;

Sistema de pausa, detecção de fim e sons do jogo.

Os Sprints são definidos com base no product backlog, que contém todos os

itens que devem ser desenvolvidos do jogo. São selecionados itens de acordo com a

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42

sua prioridade. Essa prioridade reflete uma ordem para que se possa incrementar o

jogo e no final tê-lo por completo.

No product backlog além da prioridade tem uma estimativa de tempo para se

concluir cada item e então selecionar uma quantidade de itens que não ultrapasse o

tempo máximo dos Sprints, que são de quatro semanas. Na Tabela 7 apresenta-se o

product backlog do jogo.

Tabela 7 – Product backlog

Product Backlog id Descrição Prioridade Estimativa (Dias)

1 Adicionar sons ao jogo 6 14

2 Adicionar a Hud a fase 9 5

3 Criar a animação dos inimigos 12 2

4 Criar Menu Inicial 19 4

5 Desenvolver os scripts de animação de personagem 14 6

6 Fazer integração da engine Farseer Physics 16 8

7 Fazer integração da engine xTile 17 8

8 Fazer o carregamento do Cenário feito com tIde 17 2

9 Implementação de sistema de pausa do jogo 8 7

10 Colisões entre jogador e inimigos 10 5

11 Tela final com a contagem de pontos 7 7

12 Scripts do Gerenciamento de Cenas 20 10

13 Colocar física onde o jogador vai se movimentar 15 5

14 Colocar física nos personagens 13 2

15 Colocar física nos inimigos 11 2

16 Criar cenário do jogo 18 4

Fonte: Próprio autor (2012).

6.1 Primeiro Sprint

Nesse Sprint foram selecionados os itens 12 e 4 do product backlog, tendo

como objetivo final o gerenciamento de cenas do jogo e o menu inicial do jogo.

Assim que é criado um novo projeto de jogo é também criada

automaticamente uma classe que contem o código básico para o jogo funcionar,

chamada de Game1. Essa classe é onde se inicia o jogo. Ela tem métodos para

carregar recursos como imagens, descarregar recursos e o game loop. Esse é o

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43

loop que trata de ler os dispositivos de entradas, atualizar o jogo e, por último

desenhar o jogo na tela. Na Figura 22 é apresentada parte dessa classe. Nessa

parte encontra-se o método Update onde é atualizado o jogo e o método Draw,

responsável por desenhar na tela.

Figura 22 – Classe Game1.

Fonte: Próprio autor (2012).

Para o gerenciamento de cenas foi criada uma classe abstrata chamada

Scene mostrada na Figura 23, que é uma classe que contém métodos que classes

filhas dela são obrigadas a ter. Ela tem a finalidade de ser a base para todas as

cenas. Assim, todas as cenas que o jogo tiver é uma nova classe filha da Scene. Ela

tem os métodos Update e Draw que são necessários para todas as cenas.

Figura 23 – Classe Scene

Fonte: Próprio autor (2012).

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Na classe Game1 foi criado um método responsável por trocar de cenas. É ele

quem carrega a cena inicial e troca a cena quando necessário. A partir desse ponto,

está pronto o gerenciamento de cenas.

O próximo passo desse Sprint é o menu inicial, uma cena do jogo. Para ele foi

criada uma classe filha de Scene chamada Menu. Ela funciona desenhando na tela

um menu com escolha para o jogador, sendo possível escolher jogar e sair. Ela

inicia com o item “jogar” marcado, ou seja, o jogador movimenta as setas para

esquerda ou direita para mover a seleção do item de menu e tecla enter para

selecionar. Terminado esse Sprint, o jogo está com o gerenciamento de cenas e o

menu inicial funcionando. A Figura 24 apresenta o menu.

Figura 24 – Resultado do primeiro Sprint

Fonte: Próprio autor (2012).

6.2 Segundo Sprint

Nesse Sprint é criado o cenário, feita a integração do jogo com a engine xTile,

que faz o carregamento e manipulação do cenário, que são os itens 16, 7 e 8 do

product backlog, tem como resultado final, o jogo com a fase em execução.

O cenário foi criado usando a técnica de Tilemap, que consiste em criar uma

imagem completa usando pequenos pedaços de imagem, assim compondo

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45

camadas que formam o cenário. Na Figura 25 temos o editor de cenário da xTile,

chamando tIde Tile Map Editor.

Figura 25 - tIde Tile Map Editor.

Fonte: Próprio autor (2012).

Para integrar a xTile adicionaram-se ao projeto do jogo duas DLL’s que

contêm toda a engine. O cenário é uma cena de jogo, então se cria uma classe filha

de Scene.

Para usar o xTile no jogo deve-se configurar três parâmetros: o cenário do

jogo, o dispositivo de desenho e o viewport, que é a parte do cenário que é

desenhada e visível na tela. Na Figura 26 é mostrada a parte do código que contêm

esses parâmetros.

Figura 26 – Parâmetros xTile

Fonte: Próprio autor (2012).

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46

Para movimentar o cenário de acordo com o movimento do jogador basta

incrementar ou decrementar a posição horizontal do viewport. Isso é feito no método

Update dessa cena e para desenhar usa-se o método Draw da propriedade map da

cena de jogo. Com o final dessa etapa, obtêm-se a integração, o carregamento e a

manipulação do cenário feito. Na Figura 27 é mostrada a fase em execução.

Figura 27 – Resultado do segundo Sprint

Fonte: Próprio autor (2012).

6.3 Terceiro Sprint

Nesse clico foi realizada a integração da engine Farseer Physics Engine com

o jogo, adicionada física nas partes do cenário em que é possível andar, a

codificação da animação e física do personagem, que são os itens 5, 6, 13 e 14 do

product backlog.

Para a integração desta engine adicionou-se o seu projeto ao projeto do jogo.

O funcionamento dela é através de um “mundo”, onde toda a física e colisão

acontecem. A partir desse mundo criado adicionam-se os objetos como, por

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47

exemplo, quadrados e círculos. Assim, eles sofrem ação da física e podem colidir,

tendo métodos para tratar as reações às colisões.

Para que o personagem e os inimigos possam andar no cenário foi preciso ler

uma camada que representa o “solo” e criar quadrados da engine Farseer Physics.

Assim esse caminho obteve física e o personagem pode andar sobre o solo. Na

Figura 28 observa-se na linha 74 a criação do mundo, onde acontece a física e, na

linha 75, a definição da força da gravidade desse mundo.

Figura 28 – Criando o mundo da Farseer Physics

Fonte: Próprio autor (2012).

A animação do personagem consiste em se ter uma imagem que contém

sequencias de quadros que representam ações, como andar e pular, para que seja

feita a troca de quadros a cada certo tempo e assim criar a animação. Para a física

do personagem foi criado um corpo composto de um círculo para os pés e um

quadrado representando o restante do corpo. Para essas implementações foram

criadas duas classes, uma representa a sequência da animação chamada de

Animação e outra chamada de SpriteAnimado que recebe as animações e tem a

lógica para executa-las. Nela também está a física do personagem.

Terminado esse Sprint, temos o mundo da engine Farseer Physics Engine

realizando a simulação de física, os quadrados físicos da parte do cenário que

representam o solo, a animação do personagem e sua física. Na Figura 29 é

mostrado o resultado desta Sprint.

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48

Figura 29 – Resultado do terceiro Sprint

Fonte: Próprio autor (2012).

6.4 Quarto Sprint

Para esse Sprint foram selecionados os itens 2, 3,10 e 15, que correspondem

a criar animação para os inimigos, adicionar física a eles, programar a reação das

colisões entre inimigo e cenário, do jogador com inimigos e criar a Hud para o jogo.

A animação e a física dos inimigos são feitas da mesma forma que a do

personagem. Assim, foi usada a mesma classe base e criada uma classe filha

chamada Inimigo, pois se difere do personagem em alguns pontos. Essa diferença

está na lógica para fazer os inimigos perambulem pela fase e, quando colidirem com

alguma parte do cenário, mudarem o sentido em que estão andando.

O tratamento de colisões entre jogador e inimigos foi implementado em um

método da classe Jogador. Nesse método, quando o jogador colide com um inimigo

verifica-se a posição vertical (posição y na engine), do jogador, se esta posição

estiver acima do inimigo quer dizer que ele colidiu sobre ele, e então se opera a

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49

morte do inimigo e a soma de pontos para o jogador. Caso contrário, quem morre é

o jogador e é tirada uma vida dele.

Para a Hud existe a classe chamada Hud, essa classe recebe a largura da

tela e um valor de distância que se deseja deixar as informações do topo da tela.

Com isso, ela desenha as informações de nome da fase, vidas e pontos. O nome da

fase fica no canto esquerdo, as vidas no centro e os pontos à direita, todos na

mesma altura definida.

Após essa etapa, o jogo conta com os inimigos no cenário, a Hud e as

respostas às colisões entre jogador e inimigos. A Figura 30 apresenta a fase após

essa etapa.

Figura 30 – Resultado do quarto Sprint

Fonte: Próprio autor (2012).

6.5 Quinto Sprint

Nesse Sprint são selecionados os itens 9, 11 e 1, que são relacionados ao

sistema de pausa, a detecção de fim e sons do jogo.

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O sistema de pausa consiste em detectar se o jogador pressionou “Esc” ou “p”

e assim ele pausa o jogo e mostra um menu de pausa, com as opções de continuar

e sair. Assim que o jogador pausa, o jogo passa para a atualização e desenho do

menu de pausa. Isso mantém o jogo parado para continuar do mesmo ponto, caso o

jogador escolha continuar. Na Figura 31 é mostrado o menu de pausa.

Figura 31 – Menu de pausa

Fonte: Próprio autor (2012).

Para finalizar o jogo foi criado um item que fica no final da fase, onde termina

o cenário e, através da colisão do personagem com esse item, é terminado o jogo e

carregada a cena final. Essa detecção de colisão é feita no próprio jogador. A cena

de final de jogo mostra a pontuação do jogador, quantos inimigos ele matou e, se

eliminou todos, ganha um bônus na pontuação. O texto com essas informações

aparece linha por linha em um intervalo de tempo de dois segundos e após a

pontuação é mostrado a tela final do jogo que mostra ao jogador que ele deve

retransmitir o conhecimento sobre o combate à dengue. Nas Figuras 32 e 33 são

apresentadas a pontuação do jogador e a tela final.

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Figura 32 – Pontuação

Fonte: Próprio autor (2012).

Figura 33 – Tela final

Fonte: Próprio autor (2012).

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Como último passo desse Sprint foram adicionados sons para o jogo. Os sons

são executados quando o jogador pula, quando ele mata o inimigo e quando ele

morre. Além desses sons, tem uma música que inicia quando o jogador começa a

jogar e fica tocando enquanto estiver jogando.

Após a conclusão desse último Sprint, todos os itens do product backlog

foram realizados, tem-se o desenvolvimento do jogo terminado e uma versão final

liberada. A partir desse ponto podem-se realizar melhorias no jogo e também

realizar correções de bugs que possam surgir.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como apresentado a dengue é uma doença problemática que é contraída por

muitas pessoas e traz risco de morte. Seu controle é difícil e necessita da

participação de todos. O método mais efetivo de enfrentar a doença é o combate

aos criadouros do mosquito da dengue, com a participação de todos, sendo assim é

importante ter ferramentas para criar conscientização sobre a importância da

participação de todos.

Este trabalho mostra que os serious games são uma ferramenta diferenciada

para o ensino e transmissão de conhecimento. Eles são usados por diversos setores

que cada vez mais comprovam o seu valor. Este trabalho resultou em um jogo para

computador para transmitir conhecimento sobre o combate à dengue e trazer maior

conscientização. Ele tem ênfase nos criadouros do mosquito, por ser o principal

método de combate à dengue. Como forma de mostrar ao jogador que deve

combater os criadouros, os inimigos no jogo são os próprios criadouros do mosquito

da dengue. Este jogo vem ser uma ferramenta para ajudar na conscientização do

combate à dengue.

O jogo foi desenvolvido com o Framework XNA e a linguagem C# por ser um

framework feito para o desenvolvimento de jogos trazendo facilidades para o

desenvolvedor. O jogo é para computadores com Windows e será distribuído

gratuitamente através da Internet, com a intenção de ter maior alcance às

comunidades mais suscetíveis à doença.

7.1 Trabalhos futuros

A seguir, são apresentadas sugestões para continuidade deste trabalho:

Melhorar a arte do jogo;

Desenvolvimento de novas fases para o jogo ter maior duração e mais

desafios;

Acrescentar inimigos “chefes” para aumentar o desafio;

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Adicionar mais inimigos, que representem outros locais utilizados como

criadouros, mas que não são os principais.

Essas medidas visam aumentar assim os desafios e diversão, para ter maior

engajamento dos jogadores.

A aplicação deste jogo em uma escola com dois grupos de alunos, em que um

grupo utilize o jogo e outro tenha uma aula sobre, para assim poder avaliar a eficácia

do jogo em relação à aula.

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REFERÊNCIAS

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Microsoft. XNA Framework Overview. Disponível em: http://social.technet.microsoft.com/wiki/contents/articles/xna-framework-overview.aspx. Acesso em: 05 mai 2012. Ministério da Saúde. Cartilha da Dengue. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao/orientacao/cartilha_da_dengue.pdf. Acesso em: 20 fev 2012. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude. Acesso em: 19 fev 2012. Montain Goat Sotware. An Overview of Scrum for Agile Software Development. Disponível em: http://www.mountaingoatsoftware.com/scrum/overview. Acesso em: 28 abr 2012. Nintendo Blast. Revista Nintendo Blast n° 6, GameDev. Disponível em: http://www.nintendoblast.com.br. Acesso em : 05 mai 2012. Object Management Group. Introduction to OMG's Unified Modeling Language. Disponível em: http://www.omg.org/gettingstarted/what_is_uml.htm. Acesso em: 19 mai 2012. Pressman, Roger S. Engenharia de Software. 6a edição. McGraw-Hill, 2006. Schwaber, Ken; Sutherland, Jeff. The Scrum Guide The Definitive Guide to Scrum: The Rules of the Game. Scrum.org, 2011. Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior. 12° Congresso Nacional de Iniciação Científica. São Paulo, 2012. Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca. Kershner, Irvin. EUA: Lucasfilm, 1980. Superdownloads. America's Army - Deploy 3.1.1. Disponível em: http://www.superdownloads.com.br/download/102/americas-army-deploy/. Acesso em: 11 nov 2012.

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ANEXO A – Certificado de participação no 12º Congresso Nacional de Iniciação

Científica CONIC-SEMESP

Fonte: Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (2012).

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ANEXO B – Painel apresentado no 12º Congresso Nacional de Iniciação Científica

CONIC-SEMESP

Fonte: Próprio autor (2012).

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ANEXO C – Certificado de participação na XII Mostra de Produção Científica

UNISAL

Fonte: Centro Universitário Salesiano de São Paulo (2012).

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ANEXO D – Painel apresentado na XII Mostra de Produção Científica UNISAL

Fonte: Próprio autor (2012).