DENTES IMPACTADOS - Centro Universitário Redentor · a perda precoce de dentes decíduos foram...
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ANA PAULA PERES PRETTI PISCITELLI
DENTES IMPACTADOS
NITERÓI
2012
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ANA PAULA PERES PRETTI PISCITELLI
DENTES IMPACTADOS
Monografia apresentada a Faculdade Redentor, como requisito para obtenção do título de Especialista em Ortodontia.
Orientador: Prof. Alexandre Ponce
NITERÓI
2012
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Apresentação da Monografia em / / ao curso de Ortodontia
___________________________________________________________________
Coordenador: Alexandre Ponce
Orientador: Alexandre Ponce
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Dedico este trabalho aos meus filhos, meu marido e meus pais pelo apoio a mim concedido em todos os momentos.
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“De longe, o maior prêmio que a vida oferece é a chance de trabalhar muito e se dedicar a algo que valha a pena.”
Roosevelt
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SUMÁRIO
1 Introdução 9
2 Proposição 11
3 Revisão de literatura 12
4 Discussão 54
5 Conclusão 59
6 Referências 60
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RESUMO
A erupção ectópica, bem como a impactação de dentes são situações comumente encontradas na população. 0 tratamento ortodôntico precisa solucionar impactações dentárias para que o seu resultado seja satisfatório. O objetivo desta revisão de literatura foi estudar as localizações de dentes não irrompidos, as impactações mais frequentes, os métodos de investigação destes dentes e as consequências estéticas, periodontais e funcionais do problema. A atresia maxilar e a perda precoce de dentes decíduos foram identificadas como as causas mais frequentes de impactações dentárias. Como consequência, as reabsorções dentárias em dentes adjacentes a impactação, são frequentemente relatadas. Os terceiros molares inferiores obtiveram maior prevalência de impactação, seguidos dos terceiros molares superiores, supranumerários, caninos superiores e segundos pré-molares superiores. Observou-se predominância de retenções dentárias no arco inferior em relação ao arco superior. Detectando possíveis causas de retenção dentária, pode-se descrever um prognóstico e determinar soluções, conseguindo assim a excelência no tratamento ortodôntico.
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ABSTRACT
A ectopic eruption and impaction of the teeth are situations commonly encountered in the population. The orthodontic treatment need for dental impaction resolve and the outcome need to be good. The objective of this review was to study the localization of unerupted teeth, the most common impaction, rearch methods and the consequences of these teeth esthetic, periodontal and functional problem. The maxillary atresia and early loss of deciduous teeth were identified as the most frequent causes of tooth impaction. As a consequence, root resorption of adjacent teeth impaction, are frequently reported. The third molars had a higher prevalence of impaction, followed by the third molars, supernumerary canines and second premolars. It was observed predominantly in the lower arch dental deductions in relation to the maxillary arch. Detecting possible causes of tooth retention, we can describe a prognosis and give solutions for the best orthodontic treatment.
.
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1 INTRODUÇÃO
A terminologia empregada para retenções dentárias é variada. São
chamados de dentes retidos aqueles que uma vez chegada a época da erupção
continuam dentro dos maxilares. A retenção pode apresentar-se completamente
rodeada por osso (retenção intra-óssea) ou o dente permanecer coberto por mucosa
gengival (retenção sub-gengival). Um dente impactado é aquele que não consegue
erupcionar atingindo sua posição na arcada dentária dentro do tempo esperado. O
termo incluso abrange tanto dentes impactados quanto aqueles em processo de
erupção.
A impactação ou retenção dentária é um problema cada vez mais
frequente e muitos fatores concorrem para que isso ocorra, dentre os quais podem
ser considerados o crescimento da caixa craniana em detrimento dos maxilares, a
ectopia do germe dentário, perda precoce e anquilose de dentes decíduos, presença
de tecido fibroso sobre o dente, presença de dentes supranumerários, odontomas,
traumas durante a formação dentária e a dieta cada vez menos exigente do aparelho
estomatognático.
Os dentes que mais comumente sofrem impactação nos adultos e
adolescentes são os terceiros molares e nas crianças os caninos superiores. A
avaliação radiográfica é de suma importância na classificação desses elementos
dentários quanto a sua posição, para se estabelecer o tipo de tratamento
preconizado. A presença de dentes impactados pode provocar o desenvolvimento
de condições patológicas importantes, podendo comprometer a integridade do
complexo maxilo-mandibular, assim como a saúde do paciente.
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Dentre as possibilidades clínicas de desimpactação dentária, a erupção
guiada pelo método de tracionamento orto-cirúrgico é a mais utilizada, embora
novas propostas terapêuticas tenham surgido nos últimos anos, como a utilização de
magnetos para guiar a desimpactação
O presente trabalho de revisão de literatura tem como objetivo facilitar o
diagnóstico e o tratamento de dentes impactados, bem como prever sequelas
originadas de impactações dentárias.
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2 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho foi avaliar:
a) Como diagnosticar precocemente impactações dentárias?
b) Que método diagnóstico utilizar para a precisa localização de dentes
impactados?
c) Qual o maior problema decorrente do tratamento de dentes impactados?
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3 REVISÃO DE LITERATURA
Haney et al (2010) fizeram uma análise comparativa entre as imagens de
radiografias tradicionais e tomografias computadorizadas cone beam no diagnóstico
e plano de tratamento de caninos maxilares impactados. Foram estudados 18
indivíduos, 12 do gênero feminino e 6 do gênero masculino, com 25 caninos
impactados, sendo 7 impactações bilaterais. Das impactações unilaterais, 6 eram do
lado direito e 5 do lado esquerdo. A idade dos indivíduos variava entre 12,3 e 34,6
anos. As radiografias tradicionais utilizadas incluíam radiografia panorâmica para
avaliar a posição vertical do canino impactado, radiografia oclusal para observar a
proximidade dos dentes adjacentes e duas radiografias periapicais para analisar a
posição vestíbulo palatina. As imagens da tomografia computadorizada foram
obtidas no aparelho CBWorks software (CyberMed, Seoul, Korea). As imagens
separaram a dentição maxilar dos tecidos moles e dos ossos maxilares, restando
somente os dentes superiores. O dente impactado pode ser visualizado em: vista
frontal, vista lingual, obliqua, oclusal e da raiz. Um total de 60 exames foi realizado,
sendo 30 radiografias tradicionais e 30 tomografias computadorizadas cone beam.
Sete profissionais participaram do estudo, 4 ortodontistas e 3 cirurgiões que
avaliaram todos os caninos impactados. Ocorreram diferenças na identificação da
localização do canino impactado dependendo da modalidade radiográfica utilizada.
De acordo com a posição mésiodistal em que o canino se encontrava, em 79% dos
casos os profissionais concordaram que não ocorreu diferença de localização entre
os dois métodos, mas em 21% encontraram posições diversas. Com as radiografias
convencionais e a tomografia combinada os profissionais concordaram com a
localização mesiodistal em 100% dos casos. Na análise da posição vestíbulo
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palatina em 84% dos casos os profissionais concordaram com o mesmo
posicionamento, mas as análises combinadas também obtiveram um resultado de
100% de concordância de acordo com a posição vestíbulo palatina. No diagnóstico
de reabsorção radicular, 64% dos profissionais concordaram com o mesmo
resultado. Os planos de tratamento dos ortodontistas sofreram influência da
modalidade radiográfica utilizada. 27% dos dentes que tiveram como plano de
tratamento extração com base na radiografia convencional, tiveram planos de
tratamento diferentes com a utilização da tomografia computadorizada cone beam.
Os resultados da pesquisa fizeram com que os autores concluíssem que a utilização
de radiografias convencionais e tomografias computadorizadas nos casos de
caninos impactados produzem diagnósticos e planos de tratamentos diferentes para
os mesmos casos. A tomografia computadorizada cone beam produz informações
mais precisas para um melhor diagnóstico e plano de tratamento, ocasionando
melhores resultados na resolução dos casos.
Becker et al ( 2010) analisaram os insucessos no tratamento de caninos
impactados. Foram estudados 28 indivíduos, 18 do gênero feminino, 10 do gênero
masculino com 37 caninos impactados. Os exames iniciais dos indivíduos mostraram
que 26 impactações eram palatinas, 9 eram vestibulares e 2 estavam no centro do
osso alveolar. Todos os indivíduos foram submetidos anteriormente a tratamento
para a referida maloclusão e um canino impactado não respondeu ao tratamento.
Nove pacientes tinham impactação bilateral de canino e cada insucesso foi
considerado em separado neste estudo. Nos registros dos indivíduos foram
recolhidas as seguintes informações: foram relatados detalhes do tratamento inicial.
O tratamento foi executado por profissionais com mais de 10 anos de experiência.
Os indivíduos foram classificados em relação a exposição cirúrgica, ao estágio de
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tratamento ortodôntico, antes ou depois da falha no tracionamento do dente
impactado. Os exames radiográficos foram utilizados para o diagnóstico inicial. Foi
analisado o número de vezes que se realizou a exposição cirúrgica do elemento
impactado e quando se obteve sucesso no tracionamento. Também foi estudada a
tração aplicada. O tempo entre o inicio do tratamento e a constatação do insucesso
foi contabilizado e principalmente quais foram as rações do insucesso no tratamento.
No segundo tratamento ortodôntico realizado, perceberam serem necessários mais
registros radiográficos e analisaram o que se deveria adotar: uma nova técnica
cirúrgica, alterações na direção de tração do canino impactado ou um reforço na
ancoragem. Foram relatados problemas com anquiloses em 17 dentes, reabsorção
da raiz do incisivo em 6 dentes, posicionamento do canino que inviabiliza o
tracionamento em 3 dentes, falhas no dispositivo usado para tracionamento em 3
dentes, insucessos na cirurgia em 2 dentes e período inadequado de erupção em 2
dentes. Os autores concluíram que existem diferentes motivos para o insucesso do
tratamento de caninos impactados. O presente estudo mostrou que as falhas no
tratamento são muito freqüentes e as razões são diversas como: a localização do
dente impactado e sua relação com as raízes dos dentes adjacentes que devem ser
diagnosticadas no início do tratamento por meio de exames, o erro no diagnóstico
posicional do dente impactado faz com que ocorra um erro de direção no momento
do tracionamento, uma ancoragem inadequada pode causar uma ineficiência na
mecânica utilizada e dentes anquilosados foram observados e podem ser resultado
de manobras cirúrgicas inadequadas.
Nieri et al ( 2010) estudaram os fatores que afetam a abordagem clínica
de caninos impactados. Foram estudados 168 indivíduos com caninos impactados
uni ou bilateralmente. Cento e vinte e cinco indivíduos possuíam impactação
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unilateral do canino maxilar e quarenta e três, impactação bilateral dos caninos
superiores. Dos 168 indivíduos 40 eram do gênero masculino e 128 eram do gênero
feminino. Algumas variáveis foram consideradas antes do tratamento: impactação
por vestibular ou por palatina,pelo lado direito ou esquerdo, unilateral ou bilateral;
na radiografia panorâmica a análise do ângulo entre o longo eixo do canino
impactado e a linha média, a distância entre a cúspide do canino e o plano oclusal, o
setor horizontal onde a cúspide do canino está localizada( entre a linha média e o
longo eixo do incisivo central, entre o longo eixo do incisivo central e o incisivo lateral
ou entre o incisivo lateral e o primeiro pré-molar). Os dentes impactados foram
expostos cirurgicamente e uma tração ortodôntica foi aplicada para guiar a erupção
do canino corretamente até o centro do alvéolo. O tratamento foi dividido em três
fases: tratamento ortodôntico inicial para abrir espaço no arco maxilar, exposição
cirúrgica e tracionamento ortodôntico foram utilizados para mover o dente impactado
até o osso alveolar. Foi utilizado um amarrilho conectado no acessório adaptado ao
dente impactado e um elástico em cadeia para tracionar o dente impactado. Um arco
retangular de aço foi usado para a ancoragem adequada e manter o espaço
suficiente no arco dental. O tempo de tracionamento foi calculado desde a aplicação
da força de tração até o aparecimento da cúspide do canino impactado. Um
tratamento ortodôntico final foi realizado para o completo alinhamento do canino no
arco dental. A aplicação de critérios para o diagnóstico e os aspectos terapêuticos
do tratamento orto cirúrgico de caninos superiores impactados identificaram uma
possível relação entre os fatores que afetam o resultado final da terapia. Os autores
concluíram que de acordo com a análise que foi aplicada em indivíduos com
características específicas que permitem a técnica de tração com túnel, algumas
características estão associadas com a longa duração do tratamento. Caninos
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decíduos anquilosados, caninos permanentes impactados, espaço disponível no
arco dentário, viabilidade da tração do canino impactado para o centro do alvéolo,
impactação bilateral e a impactação palatina estão associadas com a duração do
tratamento.
Fleming et al (2009) analisaram a influência da posição radiográfica dos
caninos ectópicos na duração do tratamento ortodôntico. Foram analisados
indivíduos com até 18 anos de idade com um ou dois caninos superiores impactados
que necessitavam de exposição cirúrgicas e tracionamento ortodôntico destes
caninos. Todos os indivíduos foram tratados com exposição cirúrgica e através da
técnica de Edgewise, alinhamento e abertura de espaço para o tracionamento do
canino. O tempo de duração do tracionamento até o completo alinhamento do dente
durou em torno de 8 semanas.As variações no tempo de tratamento tem relação
com o posicionamento radiográfico dos caninos ectópicos:angulação do canino em
relação à linha média,posição mésio distal do canino, distância vertical em relação
ao plano oclusal e posição antero posterior do canino.O estudo encontrou 45
indivíduos com 54 caninos ectópicos por palatina, sendo que 80% dos indivíduos
eram do gênero feminino. A idade da cirurgia de exposição dos caninos teve como
média 14.81 anos de idade. A duração dos tratamentos dependeu das variáveis:
angulação em relação a linha média de 0 a 15º obteve uma média de 27.7 meses de
tratamento;angulação de 15° a 30º , 24.4 meses; angulação maior que 31º, 27.8
meses de tratamento em média.O estudo procedeu com tratamento da classe de
molar. Após esta fase o tempo de tratamento para o correto alinhamento dos
caninos ectópicos foi de 26.3 meses. O tempo de tracionamento do canino está mais
relacionado com a idade do indivíduo do que com a posição ectópica em que se
encontra. Indivíduos com mais de trinta anos tem prognóstico mais desfavorável. A
17
idade não teve influência nesse estudo porque os indivíduos possuíam menos de 18
anos. A avaliação da angulação dos caninos através de radiografias panorâmicas foi
utilizada, mas as distorções encontradas não indicam a posição real dos caninos.
Com utilização de tomografias podemos ter mais precisão de localização de dentes
inclusos. Os autores concluíram que a posição onde se localizam caninos
impactados não é um fator relevante para a duração do tratamento ortodôntico e que
mais pesquisas são necessárias para investigar ouras variáveis que podem
influenciar no tempo de tratamento, incluindo o tipo de procedimento cirúrgico usado
para expor o dente incluso e a mecânica usada para alinhar os dentes ectópicos.
Magnusson & Kjellberg (2009) analisaram o diagnóstico, o tratamento e o
resultado na impactação e retenção de segundos molares. Participaram do estudo
87 indivíduos, 42 do gênero masculino e 45 do gênero feminino com 135 segundos
molares retidos/impactados e idades entre 11 e 19 anos. Os indivíduos foram
submetidos a tomografias computadorizadas, radiografias panorâmicas e
radiografias periapicais. Também foram utilizados prontuários e fotos. O material foi
estudado de acordo com os parâmetros encontrados: ausência ou presença do
terceiro molar e erupção do antagonista do segundo molar. Os resultados pós-
tratamento e sem intervenção de tratamento foram estudados. Se o primeiro
tratamento falhou foi realizado um segundo tratamento. O tratamento foi considerado
falho se o segundo molar não erupcionou até um ano após a intervenção cirúrgica
ou tratamento ortodôntico. A erupção e a devida oclusão do segundo molar é
considerada um sucesso se estiver em uma posição vertical com a superfície oclusal
a 2 mm do plano oclusal. Se o segundo molar for extraído, o tratamento só é
considerado um sucesso se o terceiro molar erupcionar numa posição vertical com a
face oclusal a 2 mm do plano oclusal. Do total de 106 segundos molares
18
diagnosticados como impactados, 24 possuíam retenção primária (antes de emergir
na gengiva) e 5 segundos molares possuíam retenção secundária (após emergir na
gengiva). Cento e dezoito dentes, os quais o antagonista estava retido se
encontravam extruídos, principalmente na maxila. 60 casos de retenção de
segundos molares que foram ortodônticamente tratados mostraram uma tendência a
apinhamento no resultado final. 20% dos casos não foram tratados e desses casos
44% erupcionaram em boa oclusão. Dos 80% dos casos que foram tratados com
intervenções ortodônticas e cirúrgicas, somente 42% obtiveram resultados
satisfatórios. A exposição cirúrgica foi o tratamento que obteve mais sucesso (71%).
A taxa de sucesso caiu para 50% quando a exposição cirúrgica foi combinada com
extração do terceiro molar ou luxação do segundo molar. A extração do segundo
molar e sua substituição pelo terceiro molar foi o tratamento mais utilizado (25%)
mas só se obteve sucesso em 11% dos casos. Os autores concluíram que mais da
metade dos tratamentos não obtiveram sucesso. Concluíram também, que a
extração do segundo molar e sua substituição pelo terceiro molar foi o tratamento
mais realizado neste estudo, mas seu índice de sucesso foi pequeno (11%). A
exposição cirúrgica do segundo molar foi a melhor escolha de tratamento com
sucesso de 70%.
Silvola et al ( 2009) analisaram os efeitos do uso do extra oral no atraso
da erupção de caninos maxilares. No presente estudo foram analisados 240
indivíduos com sete anos de idade que necessitavam de tratamento ortodôntico e
possuíam uma tendência a oclusão de classe II. Dos 240 indivíduos 68 foram
analisados com detalhes. O grupo de estudo compreendia 40 indivíduos do gênero
masculino e 28 do gênero feminino com média de idade de 7.6 anos. Os indivíduos
foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo iniciou imediatamente o tratamento
19
com extra oral. Os primeiros molares foram bandados e somente o extra oral e
tração cervical utilizado. Foi utilizada uma força de 10N e os indivíduos instruídos a
utilizar durante a noite de 8 a 10 horas. O outro grupo foi feito um controle e
procedimentos interceptativos onde se extraíram os caninos decíduos superiores em
38% dos indivíduos e os caninos inferiores decíduos em 35% dos indivíduos para
facilitar a erupção dos incisivos laterais. Foi executada uma tomografia onde foi
analisado o posicionamento e angulação do canino superior em relação a linha
média. Foi analisado o ângulo formado entre o longo eixo do canino e a linha média
e o longo eixo do canino e o longo eixo do incisivo lateral. A posição do canino em
relação ao incisivo lateral foi determinada dividindo o incisivo em 5 áreas. A distância
de mesial de canino a mesial de primeiro molar foi medida. Foi estudada a inclinação
do canino superior e o espaço presente na arcada. A inclinação do canino em
relação à linha média adquiriu um posicionamento mais vertical no grupo que utilizou
o extra oral de tração cervical em comparação com o grupo de controle depois de 1
ano de tratamento. Após 2 anos de tratamento a inclinação do canino superior em
relação a linha média obteve uma verticalização bem significante no grupo do extra
oral em relação ao grupo de controle. Oito anos após o tratamento não houve
diferença entre os grupos com relação a inclinação dos caninos. A angulação do
canino em relação ao incisivo lateral foi menor no grupo que utilizou o extra oral em
comparação com o grupo de controle após o primeiro ano. Após o segundo ano a
angulação foi significativamente menor no grupo do extra oral. Oito anos após não
houve diferença significativa entre os dois grupos. Quando examinaram a posição da
coroa do canino em relação ao incisivo os valores encontrados nos dois grupos não
apresentaram diferenças significantes. Os autores concluíram que o tratamento
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precoce com extra oral afeta a inclinação do canino superior durante a sua erupção,
que se apresentou mais vertical com a utilização do aparelho extra oral.
Sökücü et al (2008) analisaram se a expansão rápida da maxila afeta a
erupção dos terceiros molares superiores. O estudo dividiu os indivíduos em dois
grupos. O primeiro grupo incluía 20 indivíduos, 13 do gênero feminino e 7 do gênero
masculino com idade média de 15,3 anos. O segundo grupo era constituído de 10
indivíduos, 6 do gênero feminino e 4 do gênero masculino com idade média de 15,7
anos. O primeiro grupo era de indivíduos com mordida cruzada posterior e os dois
terceiros molares maxilares. O grupo de controle possuía as mesmas características.
O primeiro grupo foi submetido a tratamento ortodôntico utilizando o aparelho com
disjuntor Hirax, que foi posicionado paralelo ao segundo pré-molar. O disjuntor foi
utilizado para descruzar a mordida posterior. O disjuntor foi ativado com ¼ de volta
por dia. Os exames realizados antes do tratamento incluíam radiografia
cefalométrica e modelo. O Hirax foi removido após 8 meses e durante este tempo
não foi utilizada nenhuma aparatologia fixa. Foram realizados exames para constatar
a expansão na região de molar. As medidas utilizadas na radiografia frontal foram:
Fr-a°que é o ângulo entre o longo eixo do terceiro molar e a linha zigomática, Fr-d
que é a distância entre a linha formada pela face oclusal do terceiro molar e a linha
zigomática. Na radiografia cefalométria se utilizou Cp°que é a medida do ângulo
formado entre o longo eixo do terceiro molar e a linha sela-násio. Não ocorreu
mudança no ângulo Fr-a° nas medições de antes, durante e depois do tratamento
nem no grupo de estudo e nem no grupo de controle. A distância Fr-d sofreu
mudança significativa no grupo de estudo, no grupo de controle não houve
mudança. Na radiografia cefalométria se observou mudanças nos ângulos no grupo
de estudo, o que não aconteceu no grupo de controle. Os autores concluíram que os
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terceiros molares superiores sofrem influência da expansão rápida da maxila. Os
terceiros molares têm sua erupção acelerada após a expansão rápida da maxila,
mas no final não ocorre muita diferença em relação aos indivíduos que não foram
tratados com expansão.
Falahat et al (2008) pesquisaram a reabsorção radicular de incisivos na
presença de caninos ectópicos. Foram estudadas 107 crianças e adolescentes entre
9 a 15 anos (com idade média de 12,5 anos no momento do registro inicial) com
caninos maxilares ectópicos. As crianças foram encaminhadas por apresentarem
risco de reabsorção radicular de incisivos devido ao posicionamento ectópico dos
caninos. Foram utilizados exames radiográficos incluindo tomografia
computadorizada para determinar a presença, e a severidade de lesões de
reabsorção radicular em incisivos. Os exames resultaram no diagnóstico de
reabsorção radicular em 51 crianças, sendo afetados 58 incisivos laterais e 14
incisivos centrais. No aprofundamento dos estudos foram examinadas 35 das 51
crianças (10 do gênero masculino e 25 do gênero feminino). Das 35 crianças
examinadas 8 que apresentavam reabsorção bilateral dos incisivos laterais foram
excluídas da pesquisa, pois esses elementos dentários foram extraídos. As 27
crianças incluídas na pesquisa ( 7 do gênero masculino e 20 do gênero feminino)
possuíam reabsorção radicular sendo 24 incisivos laterais e 8 incisivos centrais.
Foram encontradas reabsorções severas em 11 dentes e reabsorções superficiais
em 15 dentes. As lesões de reabsorção foram localizadas por lingual ou disto lingual
em 17 dos 32 incisivos e vestibular ou disto vestibular em 6 incisivos. Todos os
incisivos responderam positivamente a testes de vitalidade pulpar. Os caninos
impactados foram expostos cirurgicamente e tratados com aparatologia ortodôntica
fixa. O intervalo entre a conclusão do tratamento e os registros de acompanhamento
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variou de 2 a 10 anos. Todas as crianças foram submetidas a exame radiográfico
para determinar a presença, localização e gravidade da reabsorção radicular dos
incisivos. As reabsorções foram classificadas como ligeira, até a metade da
espessura da dentina, moderada a meio caminho da polpa e severa onde a polpa
está exposta. Foram analisadas usando testes de vitalidade e exames radiográficos
as seguintes variáveis: identificação da área reabsorvida, sinais de alteração
inflamatória, largura da câmara pulpar, sinais da anquilose, membrana periodontal e
lâmina dura e comprimento da raiz. Os resultados mostraram que não havia incisivo
reabsorvido que tivesse sido perdido no período de 2 a 10 anos. As reabsorsões
foram submetidas a reparos em 13 dentes, permaneceu inalterada em 12 dentes e
aumentou em 7 dentes. Os resultados do estudo mostraram que a reabsorção
radicular associada a caninos ectópicos não ameaça a vitalidade dos incisivos
afetados.
Ribeiro et al (2008) avaliaram a posição radiográfica de terceiros molares
retidos em relação à classificação de Winter. De acordo com a classificação de
Winter se avalia o longo eixo do terceiro molar retido em relação ao longo eixo do
segundo molar que podem encontrar-se na posição vertical, mesioangular,
distoangular, horizontal, paranormal ou invertida, e ainda linguoversão ou
vestibuloversão. Selecionou-se uma amostra de 430 radiografias panorâmicas, nas
quais foi possível avaliar um total de 1720 regiões correspondentes aos quadrantes:
ambos os arcos ( superior e inferior) e lados ( direito e esquerdo), referentes a região
de terceiros molares. Os indivíduos estudados eram de ambos os gêneros, com
idades entre 20 e 40 anos, que apresentavam pelo menos um terceiro molar retido e
um segundo molar adjacente. Obteve-se um total de 971 terceiros molares retidos.
As radiografias utilizadas neste estudo foram obtidas a partir de um único aparelho
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panorâmico, o Rotograph Plus produzido pela Villa Sistemi Medicalli, operando, em
média, com 70 Kvp e sempre com 10 mA. Para a coleta de dados, foi utilizada uma
ficha específica pré-elaborada, na qual se registrou a idade e o gênero do respectivo
indivíduo, bem como o a utilização da classificação de Winter. Os dados obtidos
foram copilados e analisados por meio de estatística descritiva. Das 430 radiografias
analisadas, 234(54%) eram de indivíduos do gênero feminino enquanto que
196(46%) eram do gênero masculino. Em 971 (56.5%) verificaram-se terceiros
molares retidos. Em 343 (19.9%) dentes estavam ausentes. Do total de 971 terceiros
molares retidos, 385 situavam-se na maxila e 586 na mandíbula, sendo que 424
encontravam-se na posição mesioangular, 322 na posição distoangular, 119 na
posição vertical, 88 na horizontal, 17 na vestibuloversão/linguoversão, e apenas 1 na
paranormal ou invertido. Dos 385 encontrados na maxila 185 estavam do lado direito
e 200 do lado esquerdo. No elemento 18 a posição mais prevalente foi a
distoangular em 74 casos e no elemento 28 em 90 casos. Nos terceiros molares
inferiores a posição com maior prevalência foi a mesioangular. Conclui-se que os
terceiros molares foram mais prevalentes no gênero feminino, na idade dos 20 aos
25 anos e na mandíbula. Quanto à classificação de Winter, com relação à maxila, a
posição mais encontrada foi a distoangular, enquanto na mandíbula, encontrou-se a
posição mesioangular.
Zasciurinskiene et al (2008) pesquisaram a posição inicial vertical e
horizontal do canino maxilar impactado e os efeitos periodontais do tratamento orto
cirúrgico. A presente pesquisa incluiu 32 indivíduos, sendo 22 do gênero feminino e
10 do gênero masculino, previamente tratados com caninos maxilares impactados.
Os tratamentos tiveram duração de 6 a 30 meses. Os indivíduos foram
periodontalmente examinados 3 meses após a remoção da aparatologia fixa. A
24
posição inicial do canino impactado foi visualizada na radiografia panorâmica. A
posição vertical e horizontal do canino superior foi avaliada em relação ao incisivo
lateral adjacente. A ponta de cúspide do canino impactado pode estar aquém ou
além da linha horizontal que passa pelo ponto de contato do incisivo lateral
determinando sua posição vertical. A posição horizontal do canino impactado foi
determinada de acordo com o longo eixo do incisivo lateral podendo a ponta de
cúspide do canino impactado estar por distal ou por mesial dessa linha. A pesquisa
consistiu em todos os indivíduos serem tratados durante 4 anos e submetidos a
cirurgia. Foi adaptado um botão no canino exposto cirurgicamente e utilizado um
elástico em cadeia para reposicionar o dente impactado empregando forças
leves.Para ancoragem foi utilizada uma barra palatina. Os indivíduos foram
analisados por peridontistas após o tratamento ortodôntico. A situação periodontal
dos primeiros pré-molares, caninos e incisivos laterais foi avaliada com checagem de
bolsa periodontal e recessão gengival. A referência usada foi a distância da gengiva
marginal a linha cemento esmalte. O método comparou a situação periodontal do
lado com canino impactado e o lado sem canino impactado do mesmo indivíduo. A
bolsa periodontal no canino tracionado se apresentou em média com 3.1mm sendo
que no canino que não se apresentava impactado a bolsa foi de 2.4mm em média. A
bolsa periodontal encontrada no canino foi maior nos dentes com posição inicial
vertical abaixo da linha de ponto de contato do incisivo lateral e nos caninos com
posição horizontal inicial mesial ao longo eixo do incisivo lateral. Seis dos 32 caninos
apresentaram recessão gengival. Não foi encontrada recessão gengival em
primeiros pré-molares. Os autores concluíram que a combinação de ortodontia com
procedimento cirúrgico para o tratamento de caninos impactados produz efeitos
periodontais aceitáveis. Não foram encontradas diferenças significantes nas
25
recessões gengivais dos caninos que foram tracionados e dos que não foram.
Concluiram também que as condições periodontais do canino impactado e dos
dentes adjacentes que foram submetidos a tratamento orto cirúrgico dependem da
posição inicial que se encontra o canino impactado.
Crosariol & Habitante (2008) estudaram a prevalência de caninos e
molares inclusos e sua relação com a reabsorção radicular. Foram avaliados 919
prontuários da disciplina de clínica integrada do curso de odontologia da
Universidade de Taubaté, contendo 12866 radiografias periapicais de indivíduos
com idade entre 12 e 55 anos. Os indivíduos foram divididos de acordo com a faixa
etária em 3 grupos: dos12 aos 33 anos, dos 34 anos aos 44 anos e dos 45 anos aos
55 anos. Observaram-se radiografias com auxílio de negatoscópio e lupa de 90 mm
de diâmetro e aumento de 2 vezes e meia, buscando identificar os dentes inclusos.
Foram avaliados 5500 dentes entre terceiros molares e caninos. Considerou-se
como dente incluso aquele que apresentasse as seguintes características: falta de
espaço na arcada com o dente vizinho servindo de obstáculo; permanência
prolongada de dentes decíduos; perda prematura de dentes decíduos alterando a
posição dos permanentes; presença do dente intra-ósseo com alteração da direção
do seu longo eixo. Foram examinados 919 prontuários, nos quais observou-se que a
incidência de caninos inclusos foi maior do que a dos terceiros molares e que a
reabsorção ocorria, na maioria das vezes nos dentes adjacentes. As autoras
concluíram que diante dos resultados obtidos e através da metodologia empregada
a frequência maior de dentes inclusos ocorreu em caninos (1,08%), o gênero
feminino apresentou maior frequência de dentes inclusos (70%), a idade que
apresentou maior índice de dentes inclusos foi dos 12 aos 33 anos (82,35%), a
26
reabsorção no próprio dente ocorreu em 10% dos casos examinados, enquanto que
no dente adjacente foi de 20%.
Crescini et al (2007) analisaram os resultados ortodônticos e peridontais
do tratamento de caninos maxilares impactados. A população estudada era
constituída de 168 indivíduos com caninos maxilares impactados uni ou
bilateralmente que foram submetidos a tratamento ortodôntico e tracionamento do
canino impactado. Cento e vinte e cinco indivíduos apresentaram impactação
unilateral e 43 apresentaram impactação bilateral dos caninos. A seleção final do
estudo consistiu de 168 caninos impactados sendo 40 de indivíduos do gênero
masculino e 128 do gênero feminino em idades entre 12.8 e 52.0 anos. A posição do
canino impactado foi avaliada com a utilização de radiografias panorâmicas de
acordo com os critérios propostos por Ericson e Kurol. O ângulo entre o longo eixo
do canino impactado e a linha média, a distância entre a cúspide do canino e o plano
oclusal e o setor onde a cúspide do canino está localizada. O setor 1: entre a linha
média e o longo eixo do incisivo central; o setor 2: entre o longo eixo do incisivo
central e o longo eixo do incisivo lateral e o setor 3: entre o longo eixo do incisivo
lateral e longo eixo do primeiro pré-molar. Todos os indivíduos foram submetidos à
cirurgia para colocação de acessório ortodôntico. Uma tração ortodôntica foi
aplicada para guiar o canino impactado até o centro do osso alveolar. O tratamento
foi dividido em três fases: a) criação de espaço no arco com utilização de
aparatologia fixa; b) cirurgia e fixação de acessório; c) tração ortodôntica com a
utilização de elásticos visando o centro do osso alveolar. Como finalização, o
tratamento ortodôntico fez o correto alinhamento do canino no arco. Os dentes
tratados foram avaliados periodontalmente através de sondagem das bolsas
periodontais em seis locais: mesiovestibular, vestibular, distovestibular, mesiolingual,
27
lingual e distolingual e avaliação da largura do tecido queratinizado. As estatísticas
periodontais após o tratamento ortodôntico mostram bolsas de 2,45 ± 0.45mm. As
bolsas periodontais encontradas em caninos impactados por palatina foram maiores
do que as encontradas em caninos impactados por vestibular. Somente um indivíduo
apresentou retração gengival de 1mm. Os autores concluíram que a utilização da
análise de radiografias auxilia na estimativa do tempo de tratamento de
tracionamento de caninos impactados, mas não pode prever a situação periodontal
ao final do tratamento.
Fischer (2007) estudou a aceleração do tratamento ortodôntico com
exposição cirúrgica com corticotomia adicional de caninos superiores impactados. O
tratamento de indivíduos com caninos impactados podem ser complexos e longos
visto que esses caninos devem primeiramente ser localizados, tracionados e
posteriormente alinhados. O canino superior é o segundo dente mais
frequentemente impactado, ficando atrás somente dos terceiros molares. Essa
condição é duas vezes mais frequente em mulheres do que em homens. No
presente estudo foram utilizados seis indivíduos sendo 4 do gênero feminino e 2 do
gênero masculino ambos de etnia branca entre 11.1 e 12.9 anos de idade. Os dois
caninos foram expostos na mesma cirurgia um de maneira convencional e o outro
com uma corticotomia adicional. Esse procedimento inclui perfurações circulares no
osso que recobre o canino por mesial e por distal da raiz. Cada paciente retornou 2
semanas após a cirurgia para a colagem de um acessório ortodôntico para
tracionamento. O ortodontista não tinha conhecimento de qual dente foi exposto com
cirurgia convencional e qual foi submetido a técnica com corticotomia adicional.
Foram utilizadas mecânicas de tração idênticas para os dois caninos, utilizando
força de 60g. O tempo de tratamento dos caninos que sofreram exposição com
28
corticotomia adicional foi reduzido. Em comparação com os caninos que passaram
por exposição cirúrgica convencional ocorreu uma redução no tempo de tratamento
de 28 a 33%. Não ocorreram diferenças peridontais e no nível ósseo entre as duas
técnicas cirúrgicas. O canino exposto com corticotomia adicional se moveu 1.06 mm
ao mês, sendo que o dente que passou pela cirurgia convencional se movimentou
0.75 mm ao mês. A corticotomia adicional reduz a massa óssea ao redor do canino
e no caminho de movimentação do dente. Os resultados encontrados mostraram
que a corticotomia adicional produz uma movimentação maior durante o
tracionamento do dente impactado e que essa técnica cirúrgica não produz nenhum
dano significativo a saúde periodontal dos dentes.
Schindel & Duffy (2007) analisaram a relação entre as discrepâncias
transversais maxilares e a impactação de caninos superiores em indivíduos com
dentição mista. A incidência de impactação de caninos é de 2% considerando todos
os indivíduos que buscaram por tratamento ortodôntico. Participaram do grupo
experimental de estudo 84 indivíduos, 42 do gênero masculino e 42 do gênero
feminino, que apresentavam dentição mista e discrepância transversal da maxila, em
idade média de 9.5 anos. Do grupo de controle participaram 100 indivíduos, 46 do
gênero masculino e 54 do gênero feminino em dentição mista e sem possuir
discrepância transversal da maxila, em idade média de 9.9 anos. No grupo
experimental 53.6% dos indivíduos apresentaram caninos impactados, sendo que no
grupo de controle, onde não encontramos discrepância transversal da maxila
somente 19% apresentaram caninos impactados. Foram encontradas 80% das
impactações unilateralmente no grupo experimental e 20% bilateral. Em 45
indivíduos, 36 tiveram impaccão unilateral e 9 bilateral. No grupo de controle 74%
das impactações foram unilaterais e 26% foram bilaterais. Em um total de 19
29
indivíduos, 14 tiveram impactação unilateral e5 bilateral. Os autores concluíram que
indivíduos com discrepância transversa da maxila tem maior probabilidade de terem
caninos impactados do que os indivíduos que não possuem discrepância transversa
da maxila. Concluíram também que indivíduos que possuem discrepância transversa
da maxila não têm maior probabilidade de possuírem caninos impactados
bilateralmente. No entanto a amostra de indivíduos no presente estudo foi reduzida
se comparada ao número de indivíduos que possuem dentes impactados.
Santos Júnior et al ( 2007) analisaram a incidência das inclinações dos
terceiros molares mandibulares inclusos. Foram utilizadas 700 radiografias
panorâmicas. O método utilizado para estabelecer as posições dos dentes
observados nesta análise foi o de Winter que classifica os terceiros molares inclusos
de acordo com a relação da inclinação de seus eixos maiores com os longos eixos
dos segundos molares, observadas radiograficamente. Esta classificação conta com
as seguintes categorias: vertical, horizontal, invertida, mésioangular, distoangular,
buço angular, linguoangular. Winter considera quatro pontos essenciais na sua
classificação: a posição da coroa, a forma radicular, a natureza da estrutura óssea
que rodeia o terceiro molar e a posição do terceiro molar inferior em relação ao
segundo. Assim classifica-os em: retenção vertical onde o eixo maior do terceiro
molar é paralelo ao do primeiro e segundos molares; retenção horizontal onde o eixo
maior é paralelo ao do primeiro e segundo molar; retenção mesio angular onde o
eixo é dirigido acima do segundo molar formando com este ângulo de grau variável
(ao redor de 45°); retenção invertida onde o eixo maior é paralelo ao do segundo
molar, mas em posição invertida (coroa em direção ao bordo mandibular); retenção
bucoangular onde o eixo maior é vestibularizado em relação ao segundo molar; e
retenção linguoangular onde o longo eixo é lingualizado em relação ao do segundo
30
molar. Os resultados obtidos foram distribuídos em tabelas e analisados de acordo
com o número e a porcentagem de dentes ocorrida em cada tipo de inclinação. Dos
700 indivíduos analisados radiograficamente, 93 (6.64%) tinham ausência dos
terceiros molares inferiores. A maior incidência foi de terceiros molares inferiores
mesioangulados (57.07%), 397 do lado direito e 402 do lado esquerdo, seguidos dos
verticais (17.64%) e horizontais (8.86%). A disto angulação foi encontrada em 103
dentes (7,36%), tendo sido encontrado ainda um terceiro molar inferior
linguoangulado (0,07%) e 10 buco angulados (0,71%). De acordo com os resultados
obtidos no estudo e com a análise de dados, os autores concluíram que a posição
de maior incidência de terceiro molar incluso é a mésioangular.
Cerqueira et al (2007) analisaram a topografia axial dos terceiros molares
inclusos através da radiografia panorâmica dos maxilares em relação à classificação
de Winter. Foram realizadas 200 radiografias para análise em relação à posição
horizontal, vertical, mesioangular, disoangular, invertido,
linguoversão/vestibuloversão. As radiografias foram analisadas aleatoriamente de
indivíduos com faixa etária compreendida entre 18 e 30 anos de ambos os gêneros.
A análise da posição do longo eixo axial dos terceiros molares inclusos foi
determinada pelo ângulo formado entre o longo eixo do dente (terceiro molar) e o
plano oclusal, onde esse plano é formado por uma linha tangente na face oclusal de
pelo ou menos duas cúspides do dente vizinho, onde será classificada em: vertical
(entre 90° e 75°); inclusão mesioangular (entre 11° e 75°); inclusão distoangular
(entre 11° e 75°); horizontal (menor que 11°); invertido; e ectópico. Das 200
radiografias analisadas com terceiros molares inclusos, 58% eram do gênero
feminino e 42% pertenciam ao gênero masculino. De acordo com a classificação de
Winter a posição vertical foi a que apresentou a maior freqüência (66,7%), seguida
31
da mesioangular (24,3%), distoangular (5,4%), horizontal (3,5%), invertido (0,2%) e
ectópico (0,0%). O elemento 28 apresentou-se ectópico com maior freqüência, em
164 casos, sendo 69 indivíduos do gênero masculino e 95 do gênero feminino,
seguido do elemento 18 com 65 casos em indivíduos do gênero masculino e 98 do
gênero feminino. Do total de 619 terceiros molares analisados 56,4% eram do
gênero feminino, onde o elemento 18 (28,1%) representou maior frequência na
posição vertical (83,7%), seguido do elemento 28 com 27,2% na mesma posição,
porém não ocorrendo o mesmo com o gênero masculino (43,6%), sendo a maior
frequência do elemento 48 ( 26,3%) representando a posição mesioangular (53,5%),
seguido do elemento 28 (25,6%) na posição vertical (84,4%). Os autores concluíram
que a incidência de dentes inclusos no gênero feminino foi maior do que no gênero
masculino, a posição vertical foi a mais frequente seguida da mesioangular, e a
maior frequência dental foi o elemento 28, seguido do elemento 18 em ambos os
gêneros.
Bondemark & Tsiopa (2007) estudaram a prevalência de erupção
ectópica, impactação, retenção e agenesia do segundo molar permanente. No
estudo foram utilizadas radiografias e uma amostra de 1543 indivíduos, sendo 722
do gênero feminino e 821 do gênero masculino nascidos entre 1984 e 1989. Em
todos os indivíduos foram feitos exames clínicos e radiografias periapicais e
panorâmicas anuais entre os 10 e os 16 anos de idades dos indivíduos pesquisados.
A prevalência de erupção ectópica, impactação, retenção e agenesia dos segundos
molares foi documentada. Durante as radiografias anuais o momento de erupção
dos segundos molares foi registrado. Nas radiografias foram avaliadas a localização
do segundo molar e os efeitos da erupção retardada do mesmo. A erupção ectópica
ocorre quando o segundo molar inicia os movimentos eruptivos e encontra com a
32
proeminência distal do primeiro molar, impedindo a sua erupção. A impactação
ocorre quando a erupção é interrompida por uma barreira física ou por uma posição
anormal do dente. A retenção primária acontece quando a erupção é interrompida
após o dente ultrapassar a barreira gengival sem a interrupção de uma barreira
física. A retenção secundária é observada quando a erupção é interrompida após o
dente ultrapassar a barreira gengival sem a interrupção de uma barreira física e sem
o dente estar em posição ectópica. A agenesia é definida pela ausência congênita
do elemento dentário. Foram encontradas agenesias em 0.8% dos indivíduos,
erupção ectópica em 23 indivíduos, sendo que 20 indivíduos apresentaram
segundos molares ectópicos unilateralmente e três bilateralmente. A prevalência de
impactação do segundo molar permanente foi de 0.2%. Três indivíduos, dois do
gênero feminino e um do gênero masculino apresentaram um segundo molar
impactado. A retenção primária foi encontrada em 9 indivíduos. Três do gênero
feminino e seis do gênero masculino apresentaram um segundo molar em retenção
primária. Em nenhum indivíduo foi encontrado retenção secundária do segundo
molar. A erupção retardada foi encontrada em 48 indivíduos. Em 22 indivíduos a
erupção retardada acometeu um elemento e em 26 acometeu os dois segundos
molares. Os autores concluíram que indivíduos com problemas de erupção e
agenesia de segundo molar também apresentaram atraso na erupção dos outros
segundos molares se comparados com indivíduos que não possuem nenhuma
desordem de erupção.
Nery et al (2006) avaliaram a prevalência, a posição e a inclinação do
longo eixo de terceiro molares inclusos em radiografias panorâmicas. Foram
selecionadas duzentas e cinqüenta radiografias panorâmicas que foram realizadas
de forma padronizada, utilizando-se o aparelho Rotografh Plus (70 KVp e 10 mA).
33
Foi executada a classificação dos terceiros molares quanto a relação entre os planos
oclusais do terceiro e segundo molar de acordo com Pell e Gregory. A análise
radiográfica realizou-se em ambiente escurecido e silencioso, sobre um
negatoscópio de luz fixa, com auxílio de lupa de aumento de duas vezes e máscara
de papel preto. Foi pesquisada a presença de terceiros molares inferiores inclusos, e
os lados comprometidos foram registrados, assim como a idade e o gênero de cada
indivíduo. Os terceiros molares inferiores ainda foram submetidos à classificação de
Winter (longo eixo do terceiro molar em relação ao longo eixo do segundo molar) e
de Pell e Gregory (posição do dente incluso considerando a profundidade do osso e
o espaço existente entre a distal do segundo molar e o ramo mandibular). Para a
análise estatística, foram calculadas as frequências absolutas e relativas das
variáveis estudadas. Das duzentos e cinquenta radiografias, noventa foram
excluídas por pertencerem a indivíduos com menos de 18 anos de idade, pois
nesses indivíduos terceiros molares em processo de erupção poderiam ser
confundidos com dentes retidos. Ao final, cento e sessenta radiografias panorâmicas
participaram do estudo. Em relação ao gênero, cento e nove radiografias pertenciam
ao gênero feminino, enquanto apenas cinquenta e uma a indivíduos do gênero
masculino. A faixa etária mais prevalente foi de 18 a 27 anos, seguida pela faixa de
28 a 37 anos e após de 38 a 47 anos. Das cento e sessenta radiografias, quarenta e
seis apresentavam terceiros molares inclusos. Dessas 34 pertenciam ao gênero
feminino e 12 ao gênero masculino. No total foram encontrados setenta dentes
inclusos, sendo 39 terceiros molares inferiores esquerdos e 31 terceiros molares
inferiores direitos. Em relação à classificação de Winter, a maioria dos terceiros
molares estava em posição mesioangulada (40 casos), seguida da posição vertical
(15 casos) e das posições disto angulada (8 casos) e horizontal (7 casos). Em
34
relação à classificação de Pell e Gregory, os terceiros molares inclusos pertenciam
às classes B (a face oclusal do dente incluso está entre o nível oclusal e o cervical e
II) e II (presença de espaço insuficiente entre a distal do segundo molar e a borda
anterior do ramo da mandíbula). Os autores concluíram que a prevalência de
terceiros molares inferiores inclusos foi de 28,75%, a maioria pertencia ao gênero
feminino, 55,71% estavam na hemiarcada esquerda, a posição mais encontrada foi
a mesioangulada e em relação à classificação de Pell e Gregory pertenciam as
classe B e II.
Saiar et al (2006) estudaram a relação existente entre o osso maxilar e a
impactação palatina dos caninos. Foram comparados exames de indivíduos com
caninos impactados unilateral ou bilateralmente com idades entre 9 e 15 anos.
Participaram do estudo indivíduos com maloclusão de classe I e classe II. Indivíduos
com maloclusão de classe III foram excluídos da pesquisa pelos efeitos causados
pela discrepância óssea existente. Foram coletados dados dos indivíduos
participantes como: morfologia óssea, classificação de classe segundo Angle e
medidas do arco dental. Foi utilizado o oclusograma para avaliar a distância entre os
primeiros molares, pré-molares e caninos maxilares. Foi traçada uma linha passando
pela mesial dos dentes, perpendicular a rafe palatina. Nas radiografias
cefalométricas se analisou a distância J-J (ponto J é um ponto lateral ao processo
jugal, na tuberosidade maxilar), a distância NC-NC (distância bilateral entre as asas
do nariz), e a distância AG-GA (ângulo mandibular). As variáveis encontradas foram
comparadas em dois grupos de indivíduos com 79 participantes em cada grupo de
estudo, totalizado 158 indivíduos estudados. Concluiu-se, de acordo com a distância
entre primeiros molares, pré-molares e caninos, que quanto menores estas
distâncias, maior a probabilidade de ocorrer impactação de caninos. As medições
35
em J-J, NC-NC e AG-GA não apresentaram relações significativas com a presença
ou não de caninos impactados.
Sobrinho et al (2006) pesquisaram uma alternativa mecânica com
emprego de forças magnéticas para desimpactação dentária. O estudo foi realizado
na arcada inferior de um indivíduo do gênero feminino, leucoderma, com 11 anos e 2
meses de idade. O indivíduo se encontrava na fase de dentição mista. Verificou-se
na radiografia panorâmica a impactação do segundo pré-molar inferior direito junto à
raiz mesial do primeiro molar inferior permanente direito. O dispositivo magnético
empregado foi confeccionado utilizando um par de magnetos da liga samário-cobalto
cilíndricos revestidos previamente por um filme fino para evitar corrosão. Este
dispositivo foi previamente avaliado quanto aos níveis de força magnética em função
das distâncias. A composição química dos magnetos foi verificada através de uma
análise de fluorescência e da disfração de raios x. Foram também realizados testes
de dureza e de magnetização. Para uma melhor adequação da posição entre os
magnetos, permitindo a manutenção da força magnética sem que houvesse inverso
do campo, foram realizadas medições da variação da força gerada pelo campo
magnético em função da variação da angulação intermagnetos. Um dispositivo alça-
banda foi preliminarmente elaborado em um modelo de gesso. Em seguida foi
acrilizado em uma superfície oclusal com a finalidade de reter o pólo magnético
rígido. Isto permitiu a avaliação da relação força/distância intermagnética. Antes da
instalação do sistema magnético foi realizada uma cirurgia para remoção do
segundo molar decíduo e exposição da coroa do dente impactado. Esse
procedimento foi realizado através de uma ulectomia feita com eletro bisturi para
minimizar o sangramento na região, em consequência, permitir uma colagem eficaz
do magneto, evitando-se o deslocamento durante o tracionamento. Buscou-se
36
preservar ao máximo o folículo pericoronário do pré-molar impactado. Em seguida foi
instalado um pólo magnético horizontalmente posicionado em direção ao plano
oclusal. Para aproximar o magneto da superfície oclusal e diminuir a distância
intermagnética inicial, foi confeccionado um platô com resina fotopolimerizável. Sete
dias após a cirurgia instalou-se um pólo magnético atrativo rígido apoiado no
aparelho alça-banda. A distância inicial intermagnética foi de 2mm. Os autores
concluíram que a utilização da técnica magnética para desimpactação neste caso
clínico foi bastante eficaz tanto em relação ao tempo quanto em relação ao conforto
do paciente. Os magnetos empregados geraram um campo de força contínuo e
autônomo não sendo necessários fios como guia de orientação na erupção. Esta
possibilidade terapêutica poderá ser útil em desimpactações mais profundas, tais
como dos caninos ectópicos.
Martins et al ( 2005) fizeram uma avaliação radiográfica da localização de
caninos superiores não irrompidos. Foram analisadas 70 radiografias panorâmicas
de indivíduos com idade mínima de 11 anos e máxima de 45 anos com impacção uni
ou bilateral de caninos. Foram utilizados alguns critérios para localização dos
caninos: horizontal (ponta de cúspide do canino até linha média), vertical (dividiu-se
a porção radicular dos incisivos em três partes iguais), angulação (ângulo formado
pelo longo eixo do canino e a linha entre incisivos centrais), distância da cúspide do
canino ao plano oclusal (traçou-se o plano oclusal funcional e uma linha
perpendicular a esse plano passando pela cúspide do canino), distância da cúspide
do canino a crista óssea alveolar (usando as mesmas linhas do anterior). De acordo
com as radiografias analisadas encontraram impactações com 55 casos unilaterais,
sendo 31 do lado direito e 24 do lado esquerdo e 15 casos de impactação bilateral.
Foram observados muitos caninos próximos à linha média. Quanto à disposição
37
vertical, observou-se grande porcentagem de dentes localizados no terço médio da
raiz dos incisivos. A angulação em relação à linha média encontrada foi de 31°a 45°,
e tem importância fundamental para o sucesso do tratamento. Com relação à
distância da ponta de cúspide ao plano oclusal, o maior resultado encontrado foi
uma variação de 6 a 25 mm. Os autores concluíram que a maior parte dos caninos
não irrompidos localiza-se próxima ao ponto de contato dos incisivos central e
lateral. A cúspide apresenta-se no terço médio das raízes destes dentes. A
inclinação predominante foi de 16° a 45º, estando a maioria distantes 11 a 20 mm do
plano oclusal e -4,0 a 5,0mm da crista óssea alveolar. Na impactação dentária, o
correto diagnóstico proporciona melhora no acesso cirúrgico, poupa tempo clínico e
garante mais precisão na aplicação de forças durante o tracionamento.
Artun et al (2005) analisaram a predileção da impactação de terceiros
molares maxilares em pacientes adolescentes de ortodontia. Foram executados
exames antes (T1) e depois (T2) do tratamento ortodôntico e exames finais (T3) 10
anos após o final do tratamento em indivíduos tratados sem extração (242) e em
indivíduos que sofreram extração de 4 pré molares (315). A amostra constituiu 132
indivíduos, com idade em T1-12,25 anos, em T2-15,19 anos e em T3-30,18 anos. O
tratamento sem extrações foi executado em 31% dos pacientes, em 64% o
tratamento foi com extração de 1° pré-molar e 5% com extração de 2° pré-molar.
Dos indivíduos 42% estavam classificados como classe I de Angle, 53% como
classe II e 5% como classe III de Angle. O terceiro molar foi classificado como
impactado quando sua erupção não estava completa em T3 e o ápice da raiz já
estava fechado. A movimentação do primeiro molar maxilar entre o início e o final do
tratamento, entre T1 e T2, foi medida. Também foi registrada a distância entre PTV e
a face distal da coroa do primeiro molar superior (M1/PTV), o ângulo formado entre a
38
face oclusal do terceiro molar e o plano oclusal (M3/OP), o ângulo entre a face
oclusal do terceiro molar e o plano palatino (M3/PP), o tamanho da coroa do terceiro
molar superior (WM3). As variáveis demonstraram que a extração de pré-molares no
início do tratamento reduz o risco de impactação em 76% dos casos. A mesialização
do primeiro molar também reduz a impactação do terceiro molar. Quanto mais
mesial estiver no início do tratamento o risco de impactação reduz em 13% e no final
do tratamento a redução é de 27%. A possibilidade de impactação é bem maior
quando o ângulo M3/OP mede de 0° a 30°. Os autores concluíram que a impactação
de terceiros molares em pacientes ortodônticos adolescentes pode ser prevista
antes do tratamento de acordo com o espaço retro molar e com a distância do
primeiro molar a PTV. A mesialização dos molares pode ser prevista durante o
tratamento reduzindo o risco de impactação. Os parâmetros onde se pode prever
impactação são a angulação mesial, um ângulo maior que 30° de angulação distal
do terceiro molar em relação ao plano oclusal e um espaço retro molar reduzido.
Leache et al (2005) estudaram a ocorrência e as características da
erupção ectópica do primeiro molar maxilar permanente em crianças em
crescimento. Foram incluídos no estudo 509 indivíduos com idades entre 6 e 9 anos
na fase de dentição mista. Como rotina os indivíduos foram avaliados com
radiografias bitewings de ambos os lados. Os primeiros molares superiores
permanentes foram avaliados após a erupção dos primeiros molares permanentes
inferiores. Foram aferidos dois tipos de erupção do primeiro molar superior
permanente: a erupção ectópica reversível, onde ocorre a correção espontânea da
trajetória de erupção e o dente rompe na posição normal e a erupção ectópica
irreversível, onde o primeiro molar permanente se mantém bloqueado pelo segundo
molar decíduo. Foram estabelecidos níveis de reabsorção da raiz do segundo molar
39
decíduo em casos onde o primeiro molar permanente se encontrava impactado.
Nível 1: reabsorção mínima do cemento; Nível 2: reabsorção moderada sem
exposição pulpar; Nível 3: reabsorção severa da raiz distal com exposição pulpar;
Nível 4: reabsorção muito severa acometendo a raiz mesial do segundo molar
decíduo. Foi desenhado um plano paralelo a parede distal do segundo molar
decíduo, perpendicular ao plano oclusal para se medir em milímetros a distância do
ponto de maior convexidade da face distal do primeiro molar ao segundo molar
decíduo, obtendo assim a magnitude do impactação. Dos 509 indivíduos, 22 foram
diagnosticados com erupção ectópica do primeiro molar permanente, sendo 13
indivíduos do gênero masculino e 9 do gênero feminino. Em 36,4% dos casos a
erupção ectópica foi unilateral e em 63,3% foi bilateral. Nos 22 indivíduos, 36
primeiros molares se encontravam ectópicos e o prognóstico foi que 25 dentes
(69,4%) sofreram auto correção e 11 (30,6%) permaneceram impactados. Nos casos
onde ocorreram autocorreção, a porcentagem de impactação bilateral foi maior do
que de impactação unilateral. A média de idade onde ocorreu auto correção foi entre
7 anos e 5 meses e 8 anos e 2 meses. Os autores concluíram que se a reabsorção
se apresenta no nível 1 e no nível 2, a auto correção espontânea pode ocorrer sem
a necessidade de tratamento. Se a reabsorção estiver no nível 3 ou mais a maioria
dos casos não se auto corrige. O tratamento para se obter uma erupção normal do
primeiro molar permanente se mantendo o segundo molar decíduo deve ser iniciado
o mais cedo possível.
Sambataro et al ( 2005) estudaram o diagnóstico precoce da impactação
de caninos superiores através da utilização de análise cefalométrica de perfil. Foram
selecionados 43 indivíduos com várias relações dento faciais, sendo 22 do gênero
masculino e 21 do gênero feminino, com dentição mista e média de idade de 8 anos
40
e 5 meses. A análise cefalométrica utilizada foi a de Ricketts. Todos os indivíduos
foram avaliados em um segundo momento quando possuíam em média 14 anos e 3
meses. Entre a primeira e a segunda avaliação os indivíduos não foram submetidos
a nenhum tratamento ortodôntico. Com base nos exames clínicos e radiográficos os
indivíduos foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo compreendeu 31
indivíduos, sendo 16 do gênero masculino e 15 do gênero feminino, que
apresentaram erupção normal do canino maxilar. Os outros 12 indivíduos, 6 do
gênero masculino e 6 do gênero feminino apresentaram impactação unilateral do
canino superior. Foi medida a distância entre o centro da coroa do canino e o plano
sagital e a distância entre o processo jugal e o plano sagital. Foi efetuada uma
equação onde o valor da distância do centro da coroa do canino até o plano sagital
multiplicada por 0.883, diminuída do valor da distância do processo jugal até o plano
sagital, multiplicada por 0.345-1039. Com esta equação conseguiu-se o valor de
cada indivíduo. O valor da divisão entre o grupo que não possuía caninos
impactados pelo grupo que possuía caninos impactados foi em média de -0.565. Se
o valor encontrado no indivíduo for mais negativo do que a média aos 8 anos de
idade o canino ficará impactado. Se o valor do indivíduo for maior do que o valor
médio, um valor positivo, o canino erupcionará normalmente. Os autores concluíram
que pode-se identificar precocemente a tendência a impactação do canino. Quanto
mais perto do plano sagital mediano a coroa do canino estiver, maior a probabilidade
de impactação do canino.
Walker et al (2005) pesquisaram a localização tridimencional dos caninos
maxilares com a utilização de tomografia computadorizada cone-beam. Foram
coletadas imagens de tomografia computadorizada cone-beam de 19 indivíduos,
sendo 15 do gênero feminino e 4 do gênero masculino, que possuíam impactação
41
ou erupção ectópica dos caninos unilateral ou bilateralmente. Foi pesquisado um
total de 27 caninos, incluindo16 impactações bilaterais, 5 impactações unilaterais
esquerda e seis impactações unilaterais direita. A idade dos indivíduos variava entre
8 e 20 anos. Em 48% dos casos o canino decíduo ainda estava presente e desses
casos, 33.3%dos caninos decíduos estavam retidos. A dentição permanente estava
presente em 61.1% dos casos e 38.9% possuíam dentição mista. Foi utilizado o
sistema de imagem NewTom QR-DVT 9000. O programa mostra visões axiais,
panorâmicas e em terceira dimensão com o foco nos tipos de impactação, a
reabsorção nos incisivos, a proximidade entre o canino impactado e o incisivo
lateral, a distância entre a coroa do canino incluso e a borda do folículo (se essa
distância for menor do que 2mm é considerado normal, mas se for maior do que
2mm o folículo está aumentado), a existência de caninos decíduos, o nível ósseo na
margem cervical dos dentes adjacentes ao canino impactado e a localização que é
determinada por 3 visões: frontal, sagital e horizontal. Os ângulos e as distâncias
são medidas no programa NewTom. Para afirmar a localização, linhas de referência
são consideradas como a linha horizontal do plano oclusal e uma linha vertical
coincidindo com a linha média. Numa vista frontal se pesquisou a distância da ponta
da cúspide do canino impactado até o plano oclusal, a distância da ponta da cúspide
do canino impactado a linha média, o ângulo formado entre o canino impactado e o
plano oclusal e o ângulo entre o canino impactado e a linha média. Numa vista
sagital encontraram valores para a distância entre a ponta de cúspide do canino
impactado e o plano oclusal, a distância entre a ponta de cúspide do canino
impactado e o plano frontal, o ângulo entre o canino impactado e o plano oclusal, o
ângulo entre o incisivo lateral e o plano oclusal e o ângulo entre o incisivo central e o
plano oclusal. Na vista horizontal acharam a distância entre a ponta de cúspide do
42
canino impactado e a linha média e o ângulo formado pelo canino impactado e a
linha média. Não se encontrou diferenças entre impactações do lado direito ou
esquerdo. A maioria das impactações estava localizada por palatina, somente 7,4%
estavam por vestibular. Foram encontrados 21 casos de incisivos reabsorvidos. Os
autores concluíram que as imagens oriundas da tomografia computadorizada
tridimensional são excelentes fontes de informação para o tratamento cirúrgico e
ortodôntico de caninos impactados.
Caovilla (2005) avaliou a prevalência de caninos retidos e identificou a
localização e o posicionamento destes dentes. Participaram do estudo indivíduos
com pelo menos um canino superior retido indicado para exodontia ou
tracionamento ortodôntico e que apresentavam idade igual ou acima de dez anos. A
amostra contou com 31 indivíduos com idades entre 10 e 49 anos. Destes
indivíduos, 3 apresentavam dois dentes retidos totalizando 34 caninos superiores
retidos. Para avaliação da posição dos caninos superiores retidos foi utilizada a
classificação descrita por Álvares e Tavano (1998), utilizada para determinar a
posição de terceiros molares. Foram inspecionadas radiografias panorâmicas e os
caninos classificados em: mesial, quando o longo eixo do canino estiver dirigido para
mesial em relação ao incisivo lateral; distal, quando o longo eixo do canino está
dirigido para distal em relação ao incisivo lateral; horizontal, quando o longo eixo do
canino estiver perpendicular ao incisivo lateral; vertical, quando o longo eixo está
paralelo ao incisivo lateral ou paranormal, quando o canino estiver em outra posição
não descrita. Foram utilizadas também radiografias periapicais onde foi utilizado o
método de Clark. Os caninos superiores acometeram mais o lado esquerdo,
representando 19 casos e o lado direito apareceu em 15 casos. A maioria dos
indivíduos afetados estava na faixa etária entre 10 e 14 anos, representando 36% do
43
total. Com relação ao gênero, 23 (74%) eram pacientes femininos, enquanto que 8
(26%) eram masculinos. Após analisar os resultados a autora concluiu que quanto à
prevalência, dos 7.934 indivíduos estudados 0,39% (31 indivíduos) possuíam
caninos superiores retidos. Dos 31 indivíduos com caninos superiores retidos,
quanto à faixa etária observou-se: 35% de 10 a 14 anos, 25,58% de 15 a 19 anos,
16,13% de 20 a 24 anos e 25,82% na faixa etária de 25 a 49 anos. Quanto à cor da
pele 48,39% (15 indivíduos) eram leucodermas, 38,71% (12 indivíduos) eram
feodermas e 12,90% (4 indivíduos) melanodermas. Quanto ao lado de retenção 56%
(19) estavam do lado esquerdo, 44% (15) do lado direito e em 3 (9,68%) a retenção
era bilateral. Quanto à localização 82% estavam por palatina e 18% (6) por
vestibular. A posição mesial foi a mais encontrada, em 91% dos casos e em 9% (3)
foi constatada a posição horizontal.
Leonardi et al (2004) analisaram duas abordagens interceptativas para
caninos ectópicos por palatina. O estudo consistiu de 50 indivíduos com caninos
impactados por palatina unilateral ou bilateralmente. Os caninos impactados foram
diagnosticados por palatina em radiografias panorâmicas e em radiografias
periapicais. Os indivíduos possuíam idades entre 8 e 13 anos no momento da
primeira análise. O material coletado para análise possuía radiografia cefalométrica
de perfil executada imediatamente após a extração dos caninos decíduos e
radiografia panorâmica feita depois do período inicial de 18 meses do estudo. As
radiografias do início da análise e na segunda fase do estudo foram executadas no
mesmo aparelho de rx. Os indivíduos foram monitorados com consultas bimestrais
por um período de 48 meses e foram divididos em 3 grupos: grupo onde foi
executada somente a extração do canino decíduo, grupo que após a extração do
canino decíduo utilizou um aparelho extra oral de tração cervical para manter o
44
espaço no arco superior e o grupo que não recebeu nenhuma intervenção entre a
primeira análise e a segunda 18 meses após. O primeiro grupo consistia de 11
indivíduos com idade media de 11,6 anos, sendo 5 do gênero masculino e 6 do
gênero feminino com 14 caninos impactados por palatina. O segundo grupo possuía
21 indivíduos com idade média de 12,2 anos, sete do gênero masculino e quatorze
do gênero feminino com 32 caninos impactados. O terceiro grupo era constituído de
14 indivíduos com idade média de 11,6 anos, sendo 4 do gênero masculino e 10 do
gênero feminino com 16 caninos impactados por palatina. A severidade da
impactação palatina dos caninos na análise inicial foi similar em todos os indivíduos.
Não ocorreu diferença significativa entre o grupo que extraiu o canino decíduo e o
grupo onde não se fez intervenção. A prevalência de casos com resultados
satisfatórios foi bem maior no grupo que utilizou aparelho extra-oral como
mantenedor de espaço. Os autores concluíram que somente a extração do canino
decíduo não é um procedimento efetivo que ajude na erupção normal de caninos
impactados, mas se utilizado em conjunto com um aparelho extra-oral para
manutenção do espaço a chance de sucesso na perfeita erupção do canino
permanente foi maior em 80% dos casos. Contudo, a utilização do aparelho extra-
oral não influenciou no tempo de tratamento para a perfeita erupção de caninos
permanentes maxilares impactados.
Becker & Chaushu (2003) analisaram a taxa de sucesso e a duração do
tratamento ortodôntico em adultos com caninos maxilares impactados. Foram
selecionados 38 indivíduos com caninos impactados unilateral ou bilateralmente. O
diagnóstico foi feito com base nos exames radiográficos e clínicos. O grupo
experimental consistia em 19 indivíduos, 7 do gênero feminino e 12 do gênero
masculino com idades entre 20 e 47 anos. O grupo de controle consistia de 19
45
indivíduos jovens, com idades entre 12 e 16 anos, sendo 8 do gênero feminino e 11
do gênero masculino. Em cada grupo 4 indivíduos possuíam canino impactado
bilateral e 15, caninos impactados unilaterais. O número total de caninos impactados
era de 23. A posição em que se encontrava o canino impactado foi classificada
segundo Becker. Essa classificação é especificamente para orientar no prognóstico
do tratamento. A classificação é baseada em 2 variáveis: a relação transversa da
coroa do canino impactado e a linha média e a altura da coroa do canino impactado
em relação ao plano oclusal. De acordo com a classificação o grupo 1 o canino
estava numa posição próxima a linha média e próxima ao plano oclusa. No grupo 2
o canino está próximo da linha média e do plano oclusal e inclinado para mesial
próximo a raiz do incisivo lateral. O grupo 3 é onde o canino está próximo da linha
média, mas está alto em relação ao plano oclusal. No grupo 4 o canino está longe
da linha média , mas próximo do plano oclusal. No grupo 5 o canino transpassa
mesialmente a raiz do incisivo lateral ou distalmente a raiz do primeiro pré-molar. No
grupo 6 o canino está na linha de erupção, reabsorvendo a raiz de um incisivo. Dos
23 caninos impactados, 9 foram classificados no grupo 1, 11 no grupo 2 e 3 no
grupo 4. Não houve representantes nos grupos 3, 5 e 6. O critério adicional de
inclusão nos grupos foi tratamento ortodôntico e exposição cirúrgica usando a
mesma técnica, atendimentos ortodônticos regulares e exames radiográficos. Os
grupos de controle e experimental foram comparados em relação ao insucesso,
duração do tratamento ortodôntico, inclusive o número de consultas. Foi definido
como tratamento com sucesso quando o canino impactado foi colocado no arco
dental e tratamento falho quando o canino impactado não se moveu, provavelmente
por anquilose. Nos indivíduos adultos do grupo de controle o sucesso foi de 69,5%
e no grupo jovem foi de 100%. Não ocorreram diferenças significativas na duração
46
do tratamento e no número de consulta entre o grupo de adultos e o de jovens. Os
autores concluíram que o tratamento de caninos impactados em adultos pode não
ter um prognóstico favorável pelo fato de que muitos caninos impactados se
encontram anquilosados e por isso os indivíduos devem ser avisados dos riscos de
uma falha no tratamento.
Warford et al (2003) pesquisaram a previsão da impactação de caninos
maxilares de acordo com o setor e a angulação do canino maxilar impactado. Os
critérios de inclusão no estudo eram que os indivíduos tivessem menos de 12 anos,
que os incisivos e primeiros molares estivessem erupcionados e caninos e pré-
molares ainda não, que não tivessem sido submetidos a nenhum tratamento
ortodôntico e não possuíssem outro dente impactado por palatina. Foram analisadas
radiografias panorâmicas de 82 indivíduos onde se contatou a angulação do canino
impactado e o setor onde se encontrava. A angulação foi determinada em relação a
uma linha perpendicular ao incisivo central e outra linha coincidente com a linha
média. O assoalho da fossa nasal foi a referência da linha horizontal bem como a
linha bicondilar. A medida do ângulo mesial é formada pela linha horizontal e o longo
eixo do dente não irrompido. O setor onde a cúspide do canino irrompido estava
localizada foi classificado por Ericsson e Kurol. Foram analisadas radiografias
panorâmicas onde se pesquisou a localização, a angulação, a correlação entre
impactação e o setor onde o dente irrompido se localiza e impactação e angulação
do dente irrompido. Foi analisada a correlação entre a probabilidade de impactação
do canino e o setor e a angulação que estavam quando irrompidos. Dos 164 caninos
analisados, 4 foram classificados como erupção inquestionável do canino. Dos 160
caninos remanescentes 35 resultaram em impactações. Seis impactações foram
encontradas no setor I, 12 no setor II, 10 no setor III e sete no setor IV. A localização
47
do canino mais no setor medial tem uma predileção maior por impactação. Os
autores concluíram que o setor de localização da cúspide do canino irrompido é o
mais importante indicador de impactação do mesmo. Neste estudo em 82% dos
caninos impactados as cúspides estavam localizadas nos setores II, III, IV. A
angulação do canino não irrompido não foi um dado importante para a indicação de
impactação. Somente quando a cúspide do canino irrompido está localizada no setor
II pode-se prever uma futura impactação.
Chaushu et al (2003) estudaram a relação entre a impactação de incisivos
maxilares e problemas na erupção de caninos superiores. O estudo contou com 75
indivíduos, 46 do gênero feminino e 29 do gênero masculino. O critério de inclusão
no estudo foi a presença de impactação unilateral do incisivo central maxilar,
radiografias iniciais e tratamento da impactação com exposição cirúrgica e
tratamento ortodôntico. Nos exames iniciais se constatou que existia um grande
grupo de indivíduos jovens (68) onde o canino ainda não estava erupcionado e um
pequeno grupo de indivíduos mais velhos (7) onde o canino já estava no arco. A
erupção dos caninos superiores foi monitorada com fotografias e radiografias
durante e após o tratamento ortodôntico. Foram realizadas radiografias panorâmicas
para analisar a etiologia da impactação dos incisivos maxilares, determinar a altura
do incisivo central impactado e a relação dele com os caninos e com os incisivos
laterais. Dois planos de referência foram construídos. O plano do longo eixo dos
dentes, o plano palatino como plano de referência horizontal e um plano vertical
passando pela espinha nasal anterior representando a linha média da maxila. Foram
analisados na radiografia panorâmica de cada indivíduo: fator 1 - a altura do canino,
a distância da ponta da cúspide do canino ao plano palatino, somente nos indivíduos
jovens, fator 2 - a distância do ápice do incisivo lateral a linha média, fator 3 - a
48
distância do ponto de interseção do longo eixo do incisivo lateral e do incisivo central
a linha média, fator 4 - o ângulo formado pelo longo eixo do incisivo lateral e o plano
palatino. A influência de 2 fatores, a etiologia e a altura foram estudados
separadamente. Contabilizaram-se os caninos ectópicos, caninos ectópicos por
palatina, caninos ectópicos por vestibular e transposição de caninos e incisivos
laterais. Nos casos avaliados a não erupção do canino foi causada por obstrução em
27 casos, 13 casos foi encontrado dilaceração, 13 por trauma e outros 10 casos por
etiologias diversas. O número de caninos com problemas de erupção no mesmo
lado da arcada em que o incisivo central está impactado é bem maior do que do lado
oposto. Os autores concluíram que antes de iniciar um tratamento ortodôntico onde
o incisivo central está impactado, as posições do canino e do incisivo lateral devem
ser examinadas. Deve ser mantido um monitoramento da posição do canino durante
o tratamento e o indivíduo deve ser avisado da possibilidade do canino erupcionar
ectópico ou estar impactado.
Vasconcellos et al (2003) pesquisaram a ocorrência de dentes
impactados. Foram analisadas radiografias panorâmicas de 530 indivíduos de
ambos os gêneros e com idades entre 21 e 25 anos, sendo diagnosticados 663
dentes impactados. O critério adotado para a seleção das radiografias foi a idade
dos indivíduos. Para a avaliação de cada radiografia panorâmica adotou-se uma
tabela na qual foi computada os resultados radiográficos obtidos. Foram utilizados
os laudos radiográficos emitidos por profissionais especialistas em radiologia
odontológica, sendo considerado impactado todo elemento dentário que não se
apresentava irrompido nas radiografias, já que foram estudados pacientes acima de
21 anos. Em 530 radiografias examinadas foram encontrados 280 pacientes
portadores de dentes impactados (52,83%) em um total de 663 dentes impactados.
49
Os dentes mais impactados foram, pela ordem, terceiros molares inferiores, terceiros
molares superiores, supranumerários, caninos superiores, segundos pré-molares
superiores, seguidos dos segundos molares superiores, incisivos centrais
superiores, segundos pré-molares inferiores e segundos molares inferiores em
número bem inferior. Em 530 radiografias não ocorreu retenção do primeiro molar
superior e inferior, primeiro pré-molar superior e inferior, canino inferior, incisivo
lateral superior e inferior e incisivo central inferior. Foram encontrados 13 dentes
supranumerários (1,96%), dentre os quais 6 paramolares (quarto molar), um
mesiodente, 5 dentes localizados na região anterior superior e um na região
posterior superior direita. Com relação aos arcos dentários ocorreu predominância
do inferior com 391 dentes impactados em relação ao superior que apresentou
apenas 262. Observou-se a predominância em relação ao gênero masculino, que
apresentou 55,24% de indivíduos com dentes impactados, enquanto foram
observadas retenções em 51,5% dos pacientes do gênero feminino. Os terceiros
molares impactados somados (627) foram expressivamente mais freqüentes que
todos os demais grupos de dentes. Os autores concluíram que houve uma
predominância pelo gênero masculino. Os dentes que apresentaram maior
ocorrência de impactação foram os terceiros molares inferiores, terceiros molares
superiores, supranumerários, caninos superiores e segundos pré-molares superiores
respectivamente. Observou-se predominância de retenções no arco inferior em
relação ao superior. Dentre os supranumerários, os paramolares foram os que
apresentaram maior incidência.
Ericson & Bjerklin (2001) pesquisaram o folículo dental de caninos
superiores em erupção normal e ectópica através de uma análise tomográfica de
107 indivíduos, 39 do gênero masculino e 68 do gênero feminino. A amostra
50
consistia de 156 caninos superiores com erupção ectópica e 58 com erupção
normal. A idade dos indivíduos variou entre 9 e 15 anos. Os indivíduos foram
examinados clinicamente, com radiografias periapicais, panorâmicas e tomografias.
Indivíduos com erupção ectópica dos caninos foram submetidos a tomografias para
avaliar os riscos de reabsorção radicular no dente adjacente. Um scanner de
tomografia computadorizada Siemens Somatone Plus (TC) foi utilizado para se obter
o exame dos dentes e do osso alveolar da maxila. A erupção de caninos superiores
e imagens do folículo dental dos caninos foram analisadas e foram registradas as
seguintes variáveis sobre o estágio de erupção dos caninos. Canino localizado
dentro do osso, presença do folículo; canino iniciando erupção, folículo não
completamente coberto por osso; canino rompendo a barreira gengival, ausência do
folículo; erupção vertical do canino, distância até a linha oclusal; ápice radicular
aberto ou fechado; posição da coroa do canino em relação aos incisivos; migração
mesial do canino, distância até a linha média; inclinação do canino em relação à
linha média; forma simétrica do folículo dental; forma assimétrica do folículo dental;
distância da coroa do canino até a borda do folículo; distância transversal entre a
polpa dos dentes 14 e 24. Cinquenta e oito dos 152 incisivos maxilares laterais
(38%) e 14 dos 156 incisivos maxilares centrais (9%) adjacentes aos caninos
rompidos ectopicamente apresentaram algum tipo de reabsorção. Os autores
concluíram que os folículos dentais dos caninos maxilares por si só causam
reabsorção do incisivo permanente, que não existe relação entre a extensão ou
formato do folículo e a reabsorção dos incisivos adjacentes, a reabsorção dos
incisivos após o rompimento dos caninos é causada pelo contato físico entre
incisivos e caninos e pela pressão do canino durante o movimento de erupção e que
51
o folículo dental do canino permanente em rompimento geralmente causa a
reabsorção da raiz do canino decíduo adjacente.
Steawart et al (2001) analisaram os fatores que influenciam na duração
do tratamento de indivíduos com caninos maxilares impactados. O critério de
seleção dos indivíduos que participaram do estudo foi: indivíduos abaixo de 20 anos
com aparelho fixo, que possuíam pelo ou menos um canino maxilar impactado, com
frequência regular aos atendimentos, tratamento realizado sem extrações. O
presente estudo utilizou 47 indivíduos onde a principal análise foi o tempo de
tratamento. As variáveis analisadas podem possuir efeito no tempo de tratamento
são elas: a distância da coroa do canino ao plano oclusal, lado em que o canino
impactado se encontra, a inclinação do canino impactado, a classificação de oclusão
segundo Angle, o overbite e o overjet do indivíduo. A posição inicial do canino
impactado no estudo foi analisada verticalmente em relação ao plano oclusal e os
valores obtidos foram entre 6.4 e 20.9 mm. A análise mostrou que existe uma
diferença entre os indivíduos em que o canino está a menos de 14 mm de distância
do plano oclusal e os indivíduos em que esta distância é maior. Na tomografia pode-
se verificar com precisão esta distância, o que não ocorre na radiografia panorâmica.
No grupo de 29 indivíduos com mais de 14 mm de distância entre a coroa do canino
impactado e o plano oclusal somente 4 indivíduos tiveram um tratamento mais curto
do que no grupo com menos de 14 mm de distância. Dois casos necessitaram de 17
meses de tratamento, 1 caso precisou de 22 meses, e outro de 23 meses. Somente
3 dos 18 casos de indivíduos com menos de 14 mm de distância da ponta de
cúspide do canino impactado ao plano oclusal tiveram tratamento mais longo do que
os que possuíam distância maior que 14 mm. Estes casos utilizaram de 33 a 35
meses de tratamento. A conclusão em que os autores chegaram é que em
52
impactações unilaterais são necessários mais 3 meses de tratamento do que em
pacientes sem impactação. Impactação bilateral necessita de mais 6 meses de
tratamento do que em indivíduos sem impactação. Quanto mais cedo o indivíduo
busca tratamento, mais longa é a sua duração. Quanto mais próximo do plano
oclusal o canino impactado estiver mais rápido é o tratamento.
Ericson & Kurol (2000) pesquisaram a reabsorção de incisivos após a
erupção ectópica de caninos superiores. Foram estudados 107 indivíduos, sendo 39
do gênero masculino e 68 do gênero feminino com idade média de 12.5 anos. Os
107 indivíduos foram submetidos a radiografias periapicais e panorâmicas onde
foram analisadas as seguintes variáveis: ápices abertos ou fechados, inclinação em
relação a linha média, distância em mm da cúspide do canino ectópico em relação a
linha média, migração mesial do canino em relação a linha média. Utilizando
imagens tomográficas foram estudadas as raízes dos incisivos superiores, a posição
dos caninos e a presença de reabsorção. As reabsorções foram graduadas em 4
categorias: sem reabsorção (raízes intactas), reabsorção leve (1/4 de cemento
perdido), reabsorção moderada (1/2 de cemento perdido), reabsorção severa (polpa
exposta). De acordo com a localização dos caninos em relação à raíz dos incisivos
em 33 casos estavam por vestibular, em 28 casos distovestibular, em 42 casos por
lingual e em 36 casos por disto lingual. Em seis casos foram encontrados caninos
localizados apicalmente em relação ao lateral, um caso apical em relação ao central
e dez casos entre central e lateral. A maioria dos caninos superiores ectópicos
estava em contato com as raízes dos incisivos em algum nível. Os incisivos laterais
apresentaram mais reabsorções do que os incisivos centrais. Dos 156 caninos
posicionados ectopicamente 58 incisivos laterais e 14 incisivos centrais
apresentaram reabsorções. As reabsorções se apresentaram com mais frequência
53
entre 11 e 12 anos, sendo que as mais severas onde foi encontrado envolvimento
pulpar ocorreram mais por volta dos 9 anos. A localização e a extensão das
reabsorções radiculares apresentaram grande variação. As mais encontradas foram
nas regiões apical e média das raízes dos incisivos. A utilização da tomografia
mostrou-se efetiva na observação de reabsorções, fazendo com que o número de
raízes reabsorvidas fosse bem maior do que em estudos anteriores. Nas radiografias
periapicais somente 50% das reabsorções puderam ser detectadas. Os autores
concluíram que as reabsorções de incisivos causadas por caninos ectópicos
ocorrem com mais frequência entre 9 e 12 anos, acometem mais incisivos laterais no
ápice ou região média das raízes.
54
4 DISCUSSÃO
De acordo com a relação entre crescimento ósseo e impactação dentária,
os autores foram unânimes nas suas conclusões.
Para Schindel & Duffy (2007) os indivíduos com discrepância transversa
da maxila tem maior probabilidade de terem caninos impactados do que os
indivíduos que não possuem discrepância transversa da maxila. De acordo com
Saiar quanto menor a distância entre primeiros molares, pré-molares e caninos,
maior a probabilidade de ocorrer impactação de caninos. Já Sökücü et al (2008)
observaram que os terceiros molares tem sua erupção acelerada após a expansão
rápida da maxila.
Com relação à localização dos dentes impactados Martins et al
(2005) observaram que a maior parte dos caninos não irrompidos localiza-se
próxima ao ponto de contato dos incisivos central e lateral. A cúspide apresenta-se
no terço médio das raízes destes dentes. Para Warford et al (2003) a localização do
canino mais no setor medial tem uma predileção maior por impactação. Os autores
concluíram que o setor de localização da cúspide do canino irrompido é o mais
importante indicador de impactação do mesmo.
Walker et al (2005) analisaram a localização tridimencional dos caninos
superiores com utilização de tomografia cone beam e concluíram que maioria das
impactações estava localizada por palatina. Já para Caovilla (2005) que estudou a
localização e o posicionamento dos caninos retidos, 82% estavam por palatina e
18% por vestibular. A posição mesial foi a mais encontrada, em 91% dos casos e em
9% foi constatada a posição horizontal.
55
Sambataro et al (2005) observaram que quanto mais perto do plano
sagital mediano a coroa do canino estiver, maior a probabilidade de impactação .
De acordo com os autores, os caninos impactados se localizam mais
por palatina, e quanto mais mesial o posicionamento do canino, maior a
probabilidade de impactação do mesmo.
Para Silvola et al ( 2009) o tratamento precoce com extra oral afeta a
inclinação do canino superior durante a sua erupção, que se apresentou mais
vertical com a utilização do aparelho extra oral.
Chaushu et al (2003) observaram que quando o incisivo se apresenta
impactado, aumenta a possibilidade do canino erupcionar ectópico ou estar
impactado.
No estudo de Ribeiro et al (2008) os autores concluíram que os terceiros
molares foram mais prevalentes no gênero feminino, na idade dos 20 aos 25 anos e
na mandíbula. Na maxila, a posição mais encontrada foi a distoangular, enquanto na
mandíbula, encontrou-se a posição mesioangular. Santos Júnior et al ( 2007)
também concluíram que a posição de maior incidência de terceiro molar incluso é a
mésioangular. Já Cerqueira et al (2007) encontrou a posição vertical como mais
frequente, seguida da mesioangular. A incidência de dentes inclusos no gênero
feminino foi maior do que no gênero masculino.
Nery et al (2006) encontraram maior prevalência de terceiros molares
inferiores inclusos, a maioria pertencia ao gênero feminino, na hemiarcada
esquerda, e a posição mais encontrada foi a mesioangulada.
56
Para Vasconcellos et al (2003) ocorreu uma predominância de
impactações dentárias no gênero masculino. Os dentes que apresentaram maior
ocorrência de impactação foram os terceiros molares inferiores, terceiros molares
superiores, supranumerários, caninos superiores e segundos pré-molares superiores
respectivamente. Observou-se predominância de retenções no arco inferior em
relação ao superior. Dentre os supranumerários, os paramolares foram os que
apresentaram maior incidência.
Artun et al (2005) concluíram que a impactação de terceiros molares em
pacientes ortodônticos adolescentes pode ser prevista antes do tratamento de
acordo com o espaço retro molar. A mesialização dos molares pode ser prevista
durante o tratamento reduzindo o risco de impactação.
A maioria dos autores concordou que a impactação de terceiros molares é
a mais frequente, acomete principalmente o gênero feminino, na mandíbula, na
posição mesiangular e pode ser prevista ou evitada com manobras de mesialização.
Leache et al (2005) que estudaram a ocorrência e as características da
erupção ectópica do primeiro molar maxilar permanente em crianças em crescimento
concluíram que se a reabsorção se apresenta no nível 1 e no nível 2, a autocorreção
espontânea pode ocorrer sem a necessidade de tratamento. Se a reabsorção estiver
no nível 3 ou mais a maioria dos casos não se autocorrige.
Para Ericson & Kurol (2000) as reabsorções de incisivos causadas por
caninos ectópicos ocorrem com mais frequência entre 9 e 12 anos, acometem mais
incisivos laterais no ápice ou região média das raízes. Já Crosariol & Habitante
(2003) concluíram que ocorreu reabsorção no próprio dente em 10% dos casos
examinados, enquanto que no dente adjacente foi de 20%.
57
Falahat et al (2008) constataram que a reabsorção radicular associada a
caninos ectópicos não ameaça a vitalidade dos incisivos afetados. Ericson & Bjerklin
(2001) através de análise tomográfica concluíram que a reabsorção dos incisivos
após o rompimento dos caninos é causada pelo contato físico entre incisivos e
caninos e pela pressão do canino durante o movimento de erupção.
De acordo com Fischer (2007) a corticotomia adicional produz uma
movimentação maior durante o tracionamento do dente impactado e essa técnica
cirúrgica não produz nenhum dano significativo à saúde periodontal dos dentes.
Para Sobrinho et al (2006) o emprego de forças magnéticas para
desimpactação dentária no caso clínico estudado foi bastante eficaz, tanto em
relação ao tempo, quanto em relação ao conforto do paciente.
Zasciurinskiene et al (2008) pesquisaram a combinação de ortodontia
com procedimento cirúrgico para o tratamento de caninos impactados e concluíram
que o procedimento produz efeitos periodontais aceitáveis.
Nieri et al ( 2010) estudaram os fatores que afetam a abordagem clínica
de caninos impactados. Caninos decíduos anquilosados, caninos permanentes
impactados, espaço disponível no arco dentário, viabilidade da tração do canino
impactado para o centro do alvéolo, impactação bilateral e a impactação palatina
estão associadas com a duração do tratamento. Para Steawart et al ( 2001) quanto
mais cedo o indivíduo busca tratamento, mais longa é a sua duração. Quanto mais
próximo do plano oclusal o canino impactado estiver mais rápido é o tratamento
Becker et al ( 2010) analisaram os insucessos no tratamento de caninos
impactados e concluíram que as razões são diversas como: a localização do dente
58
impactado e sua relação com as raízes dos dentes adjacentes, erro de direção no
momento do tracionamento, uma ancoragem inadequada e dentes anquilosados.
.
Crescini et al (2007) encontraram bolsas periodontais em caninos
impactados por palatina maiores do que as encontradas em caninos impactados por
vestibular. Os autores concluíram que não se pode prever a situação periodontal ao
final do tratamento. Para Becker & Chaushu (2003) a taxa de sucesso e a duração
do tratamento ortodôntico em adultos com caninos maxilares impactados pode não
ser favorável pelo fato de que muitos caninos impactados se encontram
anquilosados e por isso os indivíduos devem ser avisados dos riscos de uma falha
no tratamento. Já Magnusson & Kjellberg (2009) observaram o que mais da metade
dos tratamentos para desimpactação de segundos molares retidos não obtiveram
sucesso, e que a extração do segundo molar e sua substituição pelo terceiro molar
foi o tratamento mais realizado neste estudo, mas seu índice de sucesso foi
pequeno (11%). A exposição cirúrgica do segundo molar foi a melhor escolha de
tratamento com sucesso de 70%.
Leonardi et al (2004) analisaram duas abordagens interceptativas para
caninos ectópicos por palatina e concluíram que somente a extração do canino
decíduo não é um procedimento efetivo que ajude na erupção normal de caninos
impactados, mas se utilizado em conjunto com um aparelho extra-oral para
manutenção do espaço a chance de sucesso na perfeita erupção do canino
permanente foi maior em 80% dos casos.
59
5 CONCLUSÃO
Após a presente revisão de literatura podemos concluir que:
a) De acordo com a atresia maxilar, a perda precoce de dentes decíduos
e a localização do germe do dente permanente, podemos descrever um prognóstico
que leva a impactação de elementos dentários.
b) A tomografia computadorizada cone beam se apresentou como o
melhor método para a precisa localização de dentes impactados, o que faz com que
a cirurgia seja facilitada e os métodos de tracionamento melhor planejados.
c) A reabsorção radicular encontrada nos dentes adjacentes ao dente
impactado é uma realidade que temos que prever. O correto planejamento de
tracionamento ou extração do elemento impactado minimiza o processo de
reabsorção.
60
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