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1 DEPARTAMENTO DE CASAIS DA SEICHO-NO-IE DO BRASIL Como orientar uma atividade para casais? (Material para Preletores e Líderes da Iluminação) 2012

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DEPARTAMENTO DE CASAIS

DA SEICHO-NO-IE DO BRASIL

Como orientar uma

atividade para casais?

(Material para Preletores e Líderes da Iluminação)

2012

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Sumário

Considerações iniciais ......................................................................................................................................... 3

1. O propósito das “Atividades para Casais”, promovidas pelo Departamento de Casais da Seicho-No-Ie do

Brasil, e seu público-alvo. .................................................................................................................................... 4

2. A relevância das Atividades para Casais para a concretização da paz mundial ........................................... 7

3. Qual o papel do orientador numa atividade para casais ................................................................................ 8

a) A essência do casamento ......................................................................................................................... 9

b) O princípio da unidade dos cônjuges ...................................................................................................... 10

c) O verdadeiro objetivo do casamento ....................................................................................................... 11

d) A importância da expressão do amor ...................................................................................................... 13

e) Posturas mentais que preservam eternamente a felicidade conjugal e o “Princípio do Relógio de Sol”. . 14

f) O papel do homem e da mulher no casamento ....................................................................................... 17

g) Casamento é maravilhoso! ..................................................................................................................... 19

h) A natureza divina do casal e a importância do correto uso do poder da palavra ..................................... 20

i) Confiança, liberdade e respeito à individualidade. .................................................................................. 23

j) O sentimento de gratidão aos pais e aos sogros e a concretização de um casamento feliz .................... 24

k) Harmonia sexual ..................................................................................................................................... 25

l) A pedagogia da Seicho-No-Ie ................................................................................................................. 30

m) O perdão ................................................................................................................................................. 32

n) “Instrumentos” para a solução de qualquer “dificuldade” relacionada à vida conjugal e a realização das

03 práticas fundamentais da Seicho-No-Ie e outras. ...................................................................................... 34

4. Esclarecimentos sobre os temas mencionados .......................................................................................... 38

5. Temas da atualidade e o foco das atividades para casais .......................................................................... 39

6. A responsabilidade é do casal .................................................................................................................... 40

7. O que deve ser evitado numa atividade para casais ................................................................................... 41

8. A Seicho-No-Ie e o divórcio ........................................................................................................................ 42

8.1. O significado espiritual do casamento ..................................................................................................... 42

8.2. O que leva um casal à separação? ......................................................................................................... 45

8.3. O divórcio seria a melhor solução? ......................................................................................................... 49

8.4. Sobre a “existência de diversas metades da alma” ................................................................................. 54

Considerações finais ......................................................................................................................................... 55

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Considerações iniciais

O presente manual tem como finalidade auxiliar os orientadores (Preletores e/ou Líderes da

Iluminação) ainda não habituados com a condução de “Atividades para Casais”. Visa também a

proporcionar aprimoramento para aqueles que já têm experiência em orientar esse tipo de atividade.

Por ser um manual, tem caráter exclusivamente de guia para o preparo de palestras, estudos e

outros.

Por não se constituir em obra sagrada, não deve ser utilizada durante as atividades para

casais. Nessas, são as obras sagradas em si (livros, revistas...) que devem ser apresentadas,

seguidas e estudadas. O presente manual, portanto, não pode ser utilizado senão para o preparo das

atividades doutrinárias, servindo de consulta prévia para o preletor. Em função do compromisso com

o meio ambiente, solicitamos que este material não seja impresso.

É uma alegria orientar reuniões, conferências e seminários para casais, pois percebemos a

força do ensinamento já no decorrer da palestra ou do estudo. No início, alguns casais ficam um tanto

distantes um do outro, mas aos poucos, graças à Verdade, vão se aproximando (aos poucos se dão

as mãos; se abraçam). Já no final da atividade é possível ver muitas manifestações de afeto e

carinho.

O que particulariza uma atividade específica para casais é o fato de o ensinamento poder ser

aplicado já no próprio local de reunião. Os cônjuges não precisam voltar para casa a fim de pedir

perdão ou de dizer que se amam; de se abraçar ou de se elogiar. Para nós, orientadores, presenciar

tudo isso é muito gratificante.

Neste material, procuramos apresentar o propósito do Departamento de Casais da Seicho-No-

Ie e seu público-alvo. Destacamos o foco principal dessas atividades que servirá como um norte para

nós. Estudamos o papel do orientador de uma reunião para casais e os principais aspectos da “Nova

Visão do Casamento” que devem ser abordados ao nos dirigirmos a este público.

Ao final, apresentamos um breve estudo sobre o tema divórcio, oportunidade em que

ressaltamos a importância da nossa atuação como orientadores. Aproveitamos para fazer um alerta

sobre a abordagem desse tema em reuniões para casais.

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Como mencionamos diversos trechos das obras da Seicho-No-Ie, acreditamos que este

material auxiliará bastante na preparação do orientador. É importante dizer, por um lado, que este

estudo se constitui apenas em um direcionamento e não esgota todo o conteúdo de a “Nova Visão do

Casamento”.

Por outro lado, o Preletor ou Líder da Iluminação apesar de poder utilizar este material na sua

preparação, não deve fazer uso dele diretamente na condução de suas palestras. Isso porque tem à

sua disposição as obras sagradas mencionadas neste estudo.

Por fim, nós Preletores e Líderes da Iluminação devemos sempre nos aperfeiçoar na sagrada

missão de transmitir a Verdade e é com este espírito que podemos aproveitar as próximas linhas.

1. O propósito das “Atividades para Casais”, promovidas pelo Departamento de Casais da

Seicho-No-Ie do Brasil, e seu público-alvo.

O Departamento de Casais da Seicho-No-Ie do Brasil promove atividades específicas para

casais, com o propósito de transmitir o ensinamento da Seicho-No-Ie aplicado ao casamento, por nós

denominado “Nova Visão do Casamento”. Com isso, orientamos casais que buscam uma vida

conjugal feliz e harmoniosa sob a base da Imagem Verdadeira, iluminamos lares, “aproximamos

corações” e concretizamos a paz, pois o paraíso terrestre começa dentro do lar.

O público-alvo é formado por casais de todas as faixas etárias. Consideramos como casais,

aqueles formados pelo homem e pela mulher, unidos pelo casamento com registro no Cartório de

Registro Civil ou que vivam em regime de união estável. Esta última se caracteriza pela convivência

duradoura, pública e contínua com o objetivo de constituição de família.

Casais de namorados ou noivos podem participar de reuniões, conferências e seminários locais

e regionais, no entanto, nos Seminários das Academias só podem participar casais “casados” ou que

vivam em união estável. Noivos com data agendada para o casamento (até um ano do Seminário)

também podem participar.

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Cabe aqui abrir parênteses para citar o que o Mestre Masaharu Taniguchi explica ao enfatizar a

importância de os casais formalizarem sua união:

Muitos jovens se esquecem da essência espiritual que constitui a base do

casamento, ou seja, a Verdade de que o matrimônio “é o reencontro das metades da

alma, que voltam a ser um”, e acham que casamento é apenas união carnal entre um

homem e uma mulher. Por isso, consideram dispensáveis todas as formalidades, tais

como pedir permissão aos pais, realizar cerimônia e efetuar o registro no cartório. Assim,

muitos rapazes e moças simplesmente se juntam para consumar a união carnal. Não se

tornam casal legítimo, mas apenas amantes que desfrutam o prazer físico.

(Do livro Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, Masaharu Taniguchi, 2001, p. 81)

Como se pode perceber pela leitura do trecho acima, o casamento deve ser entendido em sua

essência espiritual. E é justamente, pensando nessa correta visão do casamento/união que preletores

e líderes da Iluminação não podem perder de vista as especificidades de uma atividade direcionada

para o público em questão: casais. Tais atividades não podem ser confundidas com uma

reunião/conferência/seminário para a família (como, por exemplo, o Domingo da Seicho-No-Ie, o

Seminário do Livro etc. que abrangem todos os membros da família, incluindo-se ali pais, filhos, tios,

avós, entre outros).

O orientador, ao conduzir sua palestra, não deve fazê-lo como se estivesse orientando uma

atividade da Pomba Branca (específica para mulheres) ou da Fraternidade (reunião específica para

homens). Deve considerar sempre nas suas colocações o casal e não só o homem ou a mulher. Deve

haver uma adequação ao público (casais) e ao assunto principal (“A Nova Visão do Casamento”). Deve

conhecer e estudar permanentemente a “Nova Visão do Casamento” (o modo feliz de viver a dois) e

vivenciá-la no seu cotidiano.

Existem diversos livros da Seicho-No-Ie relacionados ao casamento. Neles encontra-se tudo o

que é necessário saber para se viver uma vida conjugal feliz e harmoniosa. Cabe ao Preletor (a) ou

Líder da Iluminação tê-los como base de suas palestras e estudos. Abaixo segue uma lista dos

principais livros que abordam questões de interesse das Atividades para Casais:

Nova visão casamento, Prof. Masaharu Taniguchi.

Assim se concretiza o amor, Prof. Masaharu Taniguchi.

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Namoro, casamento e maternidade, Prof. Masaharu Taniguchi.

Amor conjugal, Prof. Seicho Taniguchi.

A Verdade da Vida, vol. 14, Prof. Masaharu Taniguchi.

A Verdade da Vida vol. 29, Prof. Masaharu Taniguchi.

A Verdade da Vida, vol. 40, Prof. Masaharu Taniguchi.

A Verdade, vol. 05, Prof. Masaharu Taniguchi.

Meu lar é um paraíso, Prof. Seicho Taniguchi.

A Felicidade da Mulher, vols. 01 e 02, Prof. Masaharu Taniguchi.

A Razão de Ser da Mulher, vols.01 e 02, Prof. Masaharu Taniguchi.

Lições para o Cotidiano, Prof. Masaharu Taniguchi.

Vivendo e amando, Profª. Emiko Hinonishi

Reverenciando-o com Mestre, Amando-o como marido, Profª. Teruko Taniguchi

Você será salvo infalivelmente (Capítulo: O que é Lei Mental), Prof. Toshiyuki Fujiwara.

Reconstruindo a vida humana (Capítulos: 07, 08, 09,10), Prof. Masaharu Taniguchi.

Superando obstáculos (capítulos “Dicas para manter um casamento feliz” e “Harmonia conjugal é a

chave do sucesso”), Prof. Yoshihico Iuassaca.

Educação do filho de Deus, vols. 01 e 02, Prof. Keiyo Kanuma.

Educação do renascimento, Prof. Keiyo Kanuma.

Educando e disciplinando os filhos, Prof. Keiyo Kanuma.

Sobre essa lista, cabe esclarecer que existem outros livros da Seicho-No-Ie que fazem menção à

harmonia conjugal e que podem ser utilizados (como os livros “A Verdade da Vida, vol. 07” em seu

último capítulo e “51 Consultas Femininas” etc.). Aqui citamos apenas os mais direcionados à vida

conjugal.

A partir da (re)leitura desse livros, perceberemos que a felicidade conjugal não depende apenas

da escolha do cônjuge, mas, como nos ensina o Mestre, do modo como o casal vive após o casamento.

É nossa missão mostrarmos o caminho (o modo de viver) que conduzirá à eterna felicidade do casal.

Será que você tem ideia da importância do casamento na vida de uma pessoa? É

preciso saber que a felicidade ou a infelicidade estão relacionadas não só com a escolha

do companheiro, mas também com a vida que o casal leva após o casamento.

Principalmente no caso de os cônjuges não saberem como expressar o amor, é comum

ocorrerem conflitos no lar, levando o casamento ao fracasso.

(Nova Visão do Casamento, Masaharu Taniguchi, Prefácio)

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Uma vida conjugal feliz e harmoniosa não é fruto do acaso, mas decorrência de um processo de

conquista do próprio casal. Daí a importância dessas atividades direcionadas e da orientação específica

do Preletor ou Líder da iluminação. É isso ao que nos remetem os trechos abaixo:

Tanto esposa quanto marido precisam conquistar a verdadeira felicidade, pois do contrário

seus filhos serão infelizes também, e tanto o produto do trabalho quanto a posição social

acabarão por desmoronar um dia.

(Amor conjugal, Seicho Taniguchi, Prefácio)

Nenhum ser humano gosta de viver só. As crianças não crescerão felizes num ambiente

solitário. O lar é indispensável, e ele só se desabrocha como jardim no paraíso ao ser alicerçado

pelo amor conjugal. E no cultivo desse jardim nada mais valioso do que a ternura e a solicitude

da esposa. Não basta o casal se amar. É preciso aprender como amar, como apoiar um ao

outro, como se harmonizar e como manter a alegria diária, observando as leis da natureza.

(Amor conjugal, Prefácio)

Para se tornar um casal ideal, que desfruta satisfação plena também no relacionamento

sexual, são necessários estudos e esforço.

(Nova Visão do Casamento, p. 95.)

A respeito do conhecimento e experiência de vida nesses assuntos para a realização de

atividades, nada impede que Preletores ou Líderes da Iluminação solteiros conduzam-nas, pois

caberá a ele (a) apenas transmitir a Verdade, constante das obras sagradas, dentro do enfoque do

casamento.

2. A relevância das Atividades para Casais para a concretização da paz mundial

Um lar harmonioso é a base de uma sociedade feliz e não é exagero dizer que a paz mundial

tem início no lar. A harmonia conjugal também é a base do verdadeiro sucesso, da saúde e da

prosperidade, além de ser o principal fundamento da educação dos filhos.

Havendo ordem nos lares, haverá ordem na sociedade; havendo ordem na sociedade,

haverá ordem na nação; havendo ordem nas nações, haverá ordem no mundo. Haver ordem

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significa estar tudo em harmonia, manifestando-se no mundo concreto a Imagem Verdadeira do

Universo, que é a de evolução incessante.

(Você é Dono de Potencialidade Infinita, compilado por Kamino Kusumoto - p. 179-180)

O lar perfeito é aquele em que o homem e a mulher estão firmemente unidos, amando-se

e respeitando-se mutuamente. Um bom lar constitui uma boa „pedra fundamental‟ da sociedade

e da nação. Não havendo bons lares, não poderá haver uma sociedade sadia nem uma nação

sadia.

(A Verdade da Vida – vol. 14, 3.ª edição, p. 98)

Sobre o assunto, consulte também:

Educação do Filho de Deus – vol. 01, 6.ª edição, Keiyo Kanuma, p. 211.

A Prosperidade em Suas Mãos, 1.ª edição, Yoshihico Iuassaca, p. 161.

Meu lar é um paraíso, 2.ª edição, Seicho Taniguchi, Prefácio.

Tudo isso ressalta a importância desse trabalho específico com casais e serve como um

incentivo ao estudo e ao aperfeiçoamento constante do Preletor e do Líder da iluminação.

3. Qual o papel do orientador numa atividade para casais

Como já se mencionou, é função do orientador transmitir a “Nova Visão do Casamento” e

conduzir os casais para uma vida conjugal feliz e harmoniosa. Competirá a ele também auxiliar os

casais, que estiverem passando por “dificuldades”, apresentando-lhes o caminho para a solução

desses problemas. Contudo, cumpre observar que essas atividades não são direcionadas apenas

para casais que passam por “crises”, mas para todos aqueles que querem viver num lar Seicho-No-Ie,

realizando infinitamente o amor.

Não será possível numa única atividade transmitirmos aos casais a totalidade da “Nova Visão

do Casamento” e todas as ferramentas para vivenciar uma vida plena a dois. Por isso, a depender do

tema que nos for passado, daremos mais ênfase em um ou outro aspecto desta vasta doutrina

relacionado ao casamento. Para auxiliar na seleção necessária a um bom trabalho, destacamos a

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seguir os principais pontos da “Nova Visão do Casamento” a serem desenvolvidos pelos orientadores

nas atividades para casais, e que possibilitam uma vida conjugal verdadeiramente harmoniosa e feliz.

a) A essência do casamento

Em que consiste a essência do casamento? Consiste na prática de um ritual sagrado, no

qual dois seres que eram originalmente uma alma, mas que estão temporariamente

manifestados como positivo e negativo, ou seja, masculino e feminino, retornam a unidade

original.Portanto, o casamento deve consistir na manifestação no plano fenomênico, da

consciência de unidade dos cônjuges: isto é, cada cônjuge deve ter consciência de que o outro

faz parte de sua alma e que os dois são essencialmente inseparáveis.

(Nova Visão do Casamento, 11.° edição, p. 28).

O Mestre Masaharu Taniguchi apresenta uma nova visão (espiritual e não material) do

casamento. Explica que o casamento não é uma simples união de corpos ou uma mera sociedade

entre duas pessoas, registrada em cartório.

Todos pensam que a relação conjugal começa a partir do casamento. Visto sob o prisma

do aspecto fenomênico, da união carnal e da instituição social, é isso mesmo. Mas penso que a

relação conjugal não é algo tão superficial. Aliás, não só penso assim como sei que essa é a

Verdade. No livro A Verdade em Orações, consta Oração para o matrimônio feliz, que é como

segue: “Deus dividiu uma só alma em duas metades e colocou-as em dois corpos, um de

polaridade positiva e outro de polaridade negativa, a fim de que elas, chamando-se e atraindo-

se mutuamente, pudessem experimentar a beleza, a profundidade e a sinceridade do amor. Por

isso, o amor puro entre um homem e uma mulher é algo sumamente belo, profundo e sincero

(...)”.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 75)

Na “Nova Visão do Casamento”, a união não está alicerçada em bases materiais ou nos

atributos físicos do cônjuge, mas sim na Imagem Verdadeira da Vida:

Se a beleza da aparência física dos cônjuges (ou um dos cônjuges) constitui o

principal fator da alegria de um determinado lar, este fatalmente acabará desmoronando.

Não devemos construir nosso lar sobre algo sem durabilidade como a beleza física.

Devemos construir nosso lar sobre a base perpétua chamada Imagem Verdadeira.

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(A Verdade da Vida, 3.ª edição, vol 14, p 100)

A Imagem Verdadeira do ser humano é filho de Deus. É preciso que os cônjuges

conduzam a sua vida familiar contemplando mutuamente essa Imagem Verdadeira.

(A Verdade da Vida, vol. 14, p 101)

Compete a nós, portanto, transmitir esse significado espiritual do casamento, fundamentado na

Verdade de que marido e mulher são metades de uma mesma alma, para que os cônjuges,

conscientes da Imagem Verdadeira da Vida, possam vivenciar a verdadeira união.

Sobre o tema, veja ainda:

Assim se concretiza o amor, p. 77.

Nova Visão do Casamento, capítulos 01,0 2, 03 e 04.

b) O princípio da unidade dos cônjuges

Infelizmente, muitos casais, mesmo casados, continuam separados, por desconhecerem que

são metades de uma única alma. Em razão de conceitos materialistas, se veem separados um do

outro e acabam também por cindir a própria vida conjugal. Seus discursos apresentam frases que

expressam bem essa situação: “sua família”, “minhas coisas”, “meu dinheiro”, “o problema é seu”, “a

vida é minha”, “eu faço o que eu quero” etc. Como orientadores, precisamos despertar ou resgatar o

sentimento de unidade. O Mestre Masaharu Taniguchi nos ensina que o amor “é ação de reunificar o

que foi dividido.”

A ação do amor é contrária à da sabedoria, que subdivide a unidade. Dispondo-a

em partes individuais. Sua função consiste em promover a reunificação do que

originariamente é uma coisa só. Assim, promove a reconscientização da unidade. A

consciência de que, apesar de estarmos aparentemente separados, somos, na verdade,

um só ser é o amor.

(Namoro, Casamento e Maternidade, 1.ª edição, p.60)

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Quando essa consciência de unidade se manifesta em atos concretos, o casal encontra o

verdadeiro sentido do casamento e passa a desfrutar de uma imensa alegria e percepção correta

sobre o seu relacionamento.

Não devem ter relacionamento sexual com o intuito de obter satisfação própria,

mas pensando que é um ato de total doação, algo que se faz para dar alegria ao outro.

Se utilizarem o outro para obter satisfação própria, não estarão realizando um ato

conjugal, mas um ato sexual como profissionais do sexo. Quando se anula e se doa

totalmente ao outro, a própria pessoa se sente vivificada. Isso porque o eu e o outro são

um só corpo.

(Namoro,Casamento e Maternidade, p. 68)

Como o casal forma um só corpo, os cônjuges jamais fazem exigências absurdas.

Se uma das partes anular o ego e pensar “apesar de sermos dois seres distintos, somos

um, jamais o outro dirá coisas absurdas.”, procurando apenas dar alegria a ele,

exatamente de acordo com esse pensamento, o outro também se manifestará do mesmo

modo.

(Namoro, Casamento e Maternidade, p. 68)

É certo que o casal pode se sentir mais próximo (consciência de unidade) ou distante a

depender de suas atitudes no cotidiano. Quanto mais próximos se sentirem (e, portanto, unidos), mas

felizes estarão. Cabe a nós Preletores e Líderes da Iluminação destacarmos as condutas e práticas

relacionadas à “Nova Visão do Casamento” que levam os casais a se sentirem mais próximos,

unidos. De maneira geral, toda ação direcionada ao cônjuge repleta de amor puro e incondicional,

aproxima-os e os une.

A Professora Emiko Hinonishi, no livro Vivendo e Amando, ao relatar a sua história de amor,

nos dá diversos exemplos do que pode afastar e do que pode aproximar um casal. Vale a pena

conferir. (Vivendo e Amando, Emiko Hinonishi, p. 204- 224).

No livro Lições para o Cotidiano, capítulo 01, o Mestre Masaharu Taniguchi nos apresenta um

relato que demonstra a aplicação deste princípio no cotidiano do casal. Recomendamos igualmente a

leitura.

c) O verdadeiro objetivo do casamento

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O casamento não tem por objetivo a mera satisfação dos prazeres físicos ou interesses

econômicos. O verdadeiro objetivo do casamento é a realização do amor. No entanto, ainda hoje

existem homens e mulheres que, por ignorarem o verdadeiro propósito do casamento, se unem

motivados por interesses dos mais variados. É certo que uma união assim só trará sofrimentos.

Existem pessoas também que, embora no princípio não tenham se aproximado

conscientemente imbuídos de algum interesse, no decorrer do tempo, passam a exigir do outro

posturas e atitudes com o intuito apenas de satisfazer suas próprias vontades. Esse comportamento

leva, da mesma forma, o casamento ao fracasso. Isso acontece, por exemplo, se um dos cônjuges

passar a exigir do companheiro (a) um melhor desempenho sexual ou uma melhor colocação no

mercado de trabalho.

Para evitarmos esses desencontros, devemos apresentar o verdadeiro objetivo do casamento.

A verdadeira vida conjugal consiste na união de duas pessoas de sexos opostos

pelo princípio da complementação e para o eterno aperfeiçoamento mútuo do caráter,

através da realização do Amor de Deus na vida prática.

(Namoro, Casamento e Maternidade, 1.ª edição, p. 160)

Para que a vida conjugal seja harmoniosa e constitua uma fonte de felicidade

eterna, é necessário que os cônjuges deixem de ter a atitude mental errônea de

considerar o (a) parceiro (a) como meio para obter benefício próprio, e descubram o

verdadeiro sentido do casamento.

(Nova Visão do Casamento, 11.ª edição, p. 28)

Como já ouvimos diversas vezes na Seicho-No-Ie “aquele que casa para ser feliz, pode não

encontrar a felicidade, mas quem casa para fazer o outro feliz, infalivelmente, encontrará a felicidade.”

Assim, devemos deixar bem claro que o casamento é uma maravilhosa oportunidade que a grande

Vida nos dá para expressarmos o amor. Casamos, simplesmente para amar!

No entanto, é muito importante esclarecermos que, mesmo um casal que tenha se aproximado,

motivado por algum interesse no início do relacionamento, pode vir a ter um casamento feliz, caso

haja o arrependimento e a decisão de retomar uma nova e verdadeira vida conjugal.

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A vida conjugal que se iniciou com base nos prazeres carnais torna-se tediosa

com a repetição dos mesmos estímulos, e enfrentará uma situação de perigo iminente

quando surgir uma outra pessoa que ofereça novo e maior estímulo.

Para superar perigos desse tipo é preciso que o cônjuge reflita sobre a finalidade

com que se casou, remontando à causa fundamental inicial. E se, assim, examinando a

fundo a causa da lassidão que o casal está enfrentando, encontrar alguma impureza,

algo egoístico entre as motivações que o levaram ao casamento (por exemplo,

vantagens econômicas, prazeres carnais), deve refletir que esse sentimento egoístico

atraiu, segundo a lei de atração dos semelhantes, um (a) parceiro (a) também com

objetivos egoísticos. Sem investir contra ele (a), deve se arrepender de coração “Estou

profundamente sentido (a) por tê-lo (a) tratado como objetivo para obter vantagens

egoísticas”. E, para reparar o mal, deve passar a tratar o (a) esposo (a) com toda a

gentileza e amor, livre de qualquer intenção egoística. Então, segundo a lei de atração

dos semelhantes, o outro cônjuge também fará o mesmo, iniciando assim uma vida

conjugal totalmente diferente daquela que tinha como objetivo a autossatisfação.

(Namoro, Casamento e Maternidade, 1.ª edição, p. 160)

d) A importância da expressão do amor

O amor verdadeiro não se confunde com paixão carnal ou com o mero gostar. É um

sentimento de entrega, de doação; é incondicional. É o desejo sincero de fazer o outro feliz, sem

esperar nada em troca. E é esse amor que deve nortear nossas ações no casamento.

O amor cria o paraíso. Inferno é sinônimo de um mundo sem amor. O amor é um

sentimento cálido com o qual envolvemos o nosso próximo. Quem ama não se atém aos

defeitos do outro; envolve-o com a macia atadura do amor e espera até que esses

defeitos desapareçam. O amor verdadeiro não é possessivo, pois é sentimento de

doação.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 164)

Quem ama de verdade não vê com os olhos carnais a pessoa amada. Por isso,

não se prende à aparência física, seja bela ou feia. Quem ama de verdade vê com os

olhos da alma a beleza da Imagem Verdadeira da pessoa amada. O amor verdadeiro

não é paixão exacerbada.

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(Assim se concretiza o amor, p. 164)

Entretanto, não é suficiente conhecer apenas a essência do amor verdadeiro, é preciso

concretizá-lo na prática como nos ensina o sagrado Mestre.

Mas não basta compreender o amor verdadeiro no nível da ideia, ou seja, de

maneira abstrata. É imprescindível expressá-lo em atos concretos. Conhecer a essência

do amor e manifestá-la na vida prática – este é o significado de “concretizar o amor”.

(Assim se concretiza o amor, prefácio)

É certo que muitos casais já não sentem mais a mesma alegria e emoção do início do

relacionamento, simplesmente porque deixaram de expressar o amor. O casamento fica sem brilho e

sem encanto quando não há manifestação de amor entre os cônjuges. O Mestre Masaharu Taniguchi

nos ensina que “a alegria de amar desaparece quando o amor não é expressado em atos.”

A alegria de amar intensifica-se quando manifestamos o amor em nossos atos.

Quando o amor não é manifestado em atos, a alegria de amar acaba desaparecendo.

Amar simplesmente, sem se esforçar para manifestar o amor em atos, é como tentar

dirigir um carro num aclive sem pisar no acelerador: tal amor acaba arrefecendo, assim

como o carro nessa condição acaba descendo ladeira abaixo.

(Assim se concretiza o amor, p. 167)

Assim, a falta de alegria e entusiasmo de muitos casais não está na ausência do sentimento de

amor, mas na falta de expressão do amor. Como não exteriorizam o amor, não sentem a alegria de

amar. Portanto, cabe a nós a bela missão de conscientizar os casais da importância da expressão

diária do amor.

Para ilustrar a força da manifestação do amor na vida de um casal, sugerimos a leitura da

história do casal Shimizu, constante no capítulo 16 do livro Lições para o Cotidiano.

e) Posturas mentais que preservam eternamente a felicidade conjugal e o “Princípio do Relógio de Sol”.

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Algumas posturas mentais conduzem o casal para uma vida de eterna felicidade. Podemos

destacar como as principais, citadas pelo sagrado Mestre: o semblante de alegria, as palavras

afetuosas, a gratidão, o elogio e o abençoar com bons e puros pensamentos.

A gratidão, a benção e a alegria são os três fatores mentais que permitem

preservar eternamente a felicidade conjugal.

(A Verdade em Orações vol. 1, Masaharu Taniguchi, Oração para o Matrimônio feliz, p. 36)

No livro Assim se Concretiza o Amor, o Mestre nos orienta a colocar em prática, na vida

cotidiana, o lema “fisionomia alegre, palavras afetuosas e elogios”:

Tanto o marido como a mulher devem substituir a expressão severa pela

expressão afável e conversar com o cônjuge e com os demais familiares em tom

afetuoso e brando. Esse é o segredo para banir a briga conjugal e transformar o

lar num lugar paradisíaco.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 97)

O cumprimento matinal que o casal troca entre si com um sorriso carinhoso nos

olhos e nos lábios tem o poder de criar um mundo novo.

(Nova Visão do Casamento, 11.ª edição, p. 55)

Nos livros Assim se concretiza o Amor (capítulo “Transforme seu lar num paraíso”) e Nova

Visão do Casamento (capítulo 04), encontramos mais detalhes sobre essas posturas. Neles, o

Mestre também nos exorta a ver “somente o lado positivo das pessoas”.

O amor nos faz ver o lado positivo das pessoas. Quem vê apenas o lado negativo

dos outros acaba criando um inferno para si próprio. Todas as pessoas têm o lado

positivo e o lado negativo. E quando reparamos nos defeitos, estes parecem manifestar-

se de modo mais acentuado. A mente possui a propriedade de absorver tudo o que

vemos. Ver o lado ruim é como absorver o ar poluído. A mente absorve e assimila o que

vemos.

(Assim se concretiza o amor, p. 168)

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Daí a importância de reconhecermos sempre as qualidades do cônjuge por meio do elogio

constante e sincero. Nesse ponto, como sugestão, compartilhe a experiência do Professor Keiyo

Kanuma constante do livro Educação do Renascimento, 4.ª edição, p. 186, ou o relato apresentado

pelo Professor Yoshihico Iuassaca no livro Superando Obstáculos, 2.ª edição, p. 102.

Por isso dizemos que o casamento deve ser um eterno namoro. Fazemos essa colocação no

sentido de que os atos de amor existentes em abundância no início do relacionamento devem

perdurar durante todo o casamento. O sagrado Mestre faz a seguinte recomendação:

O que sempre ensino às esposas que vivem em desarmonia com seu marido é

“Passe a viver como vivia quando eram “recém-casados”. Certamente naquela época,

tratou o marido com um sorriso muito meigo. Será que esse sorriso ainda existe em sua

fisionomia? E também, naquela época, deve ter servido ao marido com gestos muito

delicados e conversado com ele num tom de voz muito meigo. Se esse sentimento, esse

tom de voz e essa postura da época de recém-casados continuam presentes, mesmo

que passem 40 ou 50 anos de vida conjugal, que já estejam com muitas rugas no rosto,

o lar desse casal certamente foi sempre agradável como se estivessem em perene lua-

de-mel. Mas, embora já não estejam vivendo como naquela época, se passarem a viver

agora daquele mesmo modo, com certeza, nesse lar voltará a soprar a brisa agradável

da primavera, tal como no tempo de recém-casados. Os cônjuges devem levar a vida

conjugal pensando sempre que são recém-casados.

(Lar que é manifestação do amor, Revista Mundo Ideal, fev. de 2009, p. 22, livro UtsukushikiSeikatsu, ainda não

editado em português. Título provisório: Uma vida Harmoniosa e Bela)

É claro que essas colocações se aplicam tanto ao homem quanto à mulher. É a disposição de

manifestar o amor (muito evidente no início do namoro ou do casamento) que faz o casal sentir a

verdadeira alegria de viver a dois.

Devemos também enfatizar a importância do casal viver segundo os princípios do relógio de

sol. Marido e mulher vivenciam no seu dia-a-dia, e ao longo de uma vida, infinitos momentos de

alegria, porém, nem todos reconhecem isso. Como orientadores, devemos levá-los a essa reflexão

para que percebam que um simples café da manhã em família é uma experiência única e

maravilhosa. Muitos casais, após o casamento, cometem o erro de priorizar a busca por uma vida

material confortável, se esquecendo do principal (a família; Deus).

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Alguns casais se esquecem do ensinamento, constante da Bíblia Sagrada: Buscai em primeiro

lugar o reino de Deus e a sua Justiça, e as demais coisas vos serão dadas por acréscimo. Com isso

acabam colocando “a carroça na frente dos bois”. Outros casais, por não conhecerem o princípio do

relógio de sol, pensam que a felicidade está em “coisas extraordinárias”, não percebendo que a

felicidade está na rotina “simples” do cotidiano.

Não existe nada mais gratificante do que uma vida normal, aparentemente

rotineira. É comum as pessoas se entediarem com a rotina e passarem a desejar algo

diferente - um mundo espetacular onde abunda o dinheiro, facilitando a aquisição de

todos os tipos de mercadoria. É um grande erro. Não existe felicidade na matéria, na

posição social, nas glórias artificiais.

(Amor conjugal, 3.ª edição, Seicho Taniguchi, p. 177)

Sobre este assunto recomendamos a leitura do livro do Professor Masanobu Taniguchi O

princípio do relógio de Sol, bem como do livro a Verdade da Vida, vol. 07, capítulo 3 (Vivamos

segundo os princípios do relógio de sol). Aconselhamos que o orientador se valha de exemplos

relacionados ao cotidiano de um casal.

f) O papel do homem e da mulher no casamento

Homem e mulher são iguais na essência (como filhos de Deus), mas diferentes no que se

refere aos dons e atributos. Uma ideia equivocada da igualdade entre os sexos pode levar o

casamento ao fracasso. Essa Verdade está em diversas obras da Seicho-No-Ie e precisamos tomar

apenas o cuidado para não passarmos uma ideia de superioridade masculina (ou vice-versa). Marido

e mulher são iguais, mas exercem papéis diferentes, nada mais.

O verdadeiro ensinamento da Seicho-No-Ie orienta o marido a reverenciar a

esposa, e a esposa a reverenciar o marido.

(Para Realizar o Amor e a Oração, 1.ª edição, Seicho Taniguchi, p. 238)

Um lar ideal é aquele em que tanto a opinião do marido como a da mulher são

respeitadas e a vida conjugal é bem estruturada e harmoniosa.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p 88)

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A mulher tem natureza passiva, enquanto a do homem é ativa. Por isso, é

Verdade eternamente imutável o fato de, no lar, ser correto o marido liderar, e a esposa

segui-lo. Isso, no entanto, não significa jamais que o homem seja mais ou menos

importante que a mulher. Significa apenas que a função do homem e da mulher são

naturalmente diferentes, semelhantes à função da agulha e da linha.

(Para Realizar o Amor e a Oração, Seicho Taniguchi, p. 238)

O sagrado Mestre explica de diversas formas essas diferenças entre homens e mulheres.

Considerando o lar como um “corpo vivo”, podemos dizer que o seu

subconsciente é a esposa, e o seu consciente é o marido. O lar em que a esposa não

acata o desejo, o anseio e a ordem do marido é como a mente na qual o subconsciente

não colabora para a concretização do desejo do consciente. Em tal caso, o anseio do

marido não se concretiza. (...) O lar em questão também “tropeçará”, “escorregará” e

acabará “despencando”; e não conseguirá, portanto, alcançar o “cume da prosperidade”.

A mulher é o “solo”, o marido é o “lavrador”. O marido lança no “solo” a “semente do ser

humano” e produz um filho seu; e a mulher, abrigando a “semente” no “solo fértil” que é o

útero, nutre-a, desenvolve-a e finalmente dá à luz.

(Assim se concretiza o amor, p. 131)

Aconselha-se uma correta explicação dessas peculiaridades para que não se confunda o papel

de “centro” do homem, com “machismo”. Assim, o auxílio mútuo deve sempre existir e a posição de

“centro” deve ser conquistada pela virtude e não pela força:

A maneira de ser de um casal - marido liderando, e a mulher seguindo-o - não significa o

marido sentar-se e a esposa permanecer de pé ao lado dele, nem a esposa com o bebê

nas costas e as bagagens nas mãos seguir atrás do marido, que caminha fumando

tranquilamente.

(Para Realizar o Amor e a Oração, p. 240)

Não se pode confundir também o papel social que o homem ou a mulher exerce fora do lar,

com o seu papel dentro de casa. No ambiente doméstico, não deve entrar o (a) Encarregado (a), o (a)

Dr (a), o (a) Executivo, mas apenas o “eterno homem” e a “eterna mulher”.

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A mulher com carreira, que ganha mais que o marido, tende a sentir-se superior

ao cônjuge e a tornar-se mandona. Em consequência, o casal passa a ter discussões

acaloradas, que podem evoluir para o divórcio.

(Assim se concretiza o Amor, p. 43)

O marido não sente atração pela esposa se ela não é realmente feminina e

meiga; que o homem ama uma mulher que seja de fato meiga e bondosa.

(A Verdade da Vida, vol 40, 4.ª edição, Masaharu Taniguchi, p. 47)

No livro “Você será salvo infalivelmente”, do Professor Toshiyuki Fujiwara (1.ª edição, p. 185

em diante), encontramos diversas analogias interessantes acerca dos diferentes atributos masculinos

e femininos, que poderá nos auxiliar muito na hora de expor o tema.

g) Casamento é maravilhoso!

Casamento é maravilhoso! É um presente de Deus para que nós possamos cumprir a missão

de amar. É uma oportunidade para sentirmos e expressarmos Deus. Não é um palco de brigas, é um

palco de expressão do amor.

No entanto, o senso comum costuma ver o casamento como algo “difícil”, “complicado” e que

exigirá “muita paciência”. Essas considerações negativas decorrem das experiências de alguns casais

que não conseguiram vivenciar uma vida harmoniosa e feliz ou que passaram por muitas dificuldades

antes de encontrar o caminho do amor.

Ideias negativas acerca do casamento não espelham, porém, a totalidade das experiências

relacionadas ao casamento, pois muitos casais conseguiram e conseguem viver uma vida plena e

feliz. Além disso, essas crenças a respeito do casamento, quando projetadas no mundo dos sentidos

(mundo fenomênico), acabam por concretizar um destino infeliz. A afirmação bíblica “seja-te feito

conforme creste” se encaixa perfeitamente aqui. Por isso, devemos reforçar a visão correta e

verdadeira sobre o casamento.

Se um casal briga com frequência, a causa fundamental está no fato de os cônjuges (ou

um deles) trazerem no seu subconsciente a ideia preconcebida e errônea de que “brigas são

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inevitáveis na vida conjugal”. Quando existe uma ideia arraigada na mente, ocorrem fatos

condizentes com essa ideia. Por isso, é preciso eliminar as ideias errôneas arraigadas na mente.

(Assim se concretiza o Amor, 1.ª edição, p. 83)

Outras ideias equivocadas também se projetam e prejudicam muitos relacionamentos. Como a

ideia de que “homem não presta” ou ainda a de que “nora e sogra não se dão bem”.

Quando a sogra e a nora fenomênicas contemplarem a Imagem Verdadeira uma da outra

e se reverenciarem mutuamente reconhecendo que são mãe e filha em perfeita harmonia, o

ambiente familiar se tornará radiante, e o paraíso se manifestará no lar.

(Assim se concretiza o amor, p. 208)

“Os sentidos não captam senão projeções da mente". Se a pessoa gravar no

filme mental a crença de que terá sofrimentos e tristezas na vida, eles serão projetados

na tela do mundo exterior e surgirá a imagem desses revezes.

(A Verdade da Vida, vol 40, 4.ª edição, p. 160)

Cumpre, portanto, eliminarmos esses conceitos errôneos das nossas próprias mentes e das

mentes de nossos adeptos. Para tanto, devemos, inclusive, evitar “piadas” que propaguem ideias

errôneas sobre o casamento, o caráter do homem, a relação entre sogras e noras, genros e cunhados

(as) etc. Confira também o livro Viver Junto com Deus, 4.ª edição, Masaharu Taniguchi, p. 137,138 e

139.

h) A natureza divina do casal e a importância do correto uso do poder da palavra

O homem é filho de Deus. Este é um princípio básico do nosso ensinamento que deve nortear

nossos pensamentos e ações. Essa é a chamada Verdade Vertical imutável. Aprendemos também

que este mundo fenomênico é projeção da mente. Assim, a perfeição é inata a todo indivíduo, porém,

no plano do fenômeno (mundo dos cincos sentidos) será refletido o conteúdo de nossas mentes.

Levando essa Verdade para a vida conjugal, aprendemos que marido e mulher são dois seres

perfeitos e que a compreensão desta Verdade conduzirá o casal a um relacionamento feliz.

O seu verdadeiro casamento começa a partir do momento em que você

reconhece a pessoa amada – seja namorada (o), noiva (o) ou esposa (marido) – como

manifestação da Vida de Deus e passa a respeitá-la (o). A partir dessa conscientização é

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que se inicia o novo casamento também para aqueles que estão casados há muito

tempo.

(Nova Visão do Casamento, 11.ª edição, p. 52)

Compete a nós Preletores e Líderes da Iluminação, portanto, passarmos essa visão correta

acerca da Vida e do ser humano, levando os casais a uma vida conjugal harmoniosa em que

reconhecem – um no outro – a Vida perfeita de Deus.

A Imagem Verdadeira do ser humano é filho de Deus. É preciso que os cônjuges

conduzam a sua vida familiar contemplando mutuamente essa Imagem Verdadeira.

Todos nós devemos nos reverenciar mutuamente, vendo em cada semelhante um filho

de Deus. Por mais imperfeito que seja o aspecto fenomênico daquele que escolhemos

como marido (ou mulher), não devemos pensar que essa imperfeição fenomênica seja a

imperfeição do próprio marido (ou da própria esposa).

(A Verdade da Vida, vol 14, 3.ª edição, p. 101)

Quem não possui essa compreensão, reconhece como existência real apenas o que enxerga

com os olhos físicos (o mundo do fenômeno). E, assim, observando as falhas e os defeitos do

cônjuge, acaba se prendendo a eles, advindo daí uma série de sofrimentos. Isso porque, a tendência

comum, ao se reconhecer a imperfeição, é a de tentar mudar o que está manifestado, o que provoca

invariavelmente muitos conflitos.

Como nos ensina o Professor Seicho Taniguchi:

Enquanto o casal estiver censurando os defeitos recíprocos, jamais haverá

harmonia. No homem-matéria existem sempre defeitos e falhas. Mas se alguém ficar

constantemente apontando para o outro: Esse é um defeito seu. Você sempre faz isso! –

o defeito começa a aumentar e torna-se impossível eliminá-lo. Isso porque existe uma lei

que diz: “Tudo que se admite, aparece”. Enquanto admitir o mal, apegando-se a ele, será

difícil fazê-lo desaparecer.

(Amor conjugal, 3.ª edição, p. 69)

É certo que a imperfeição não desaparecerá enquanto for reconhecida na mente. Os casais

que ainda não possuem esse entendimento travam inúmeras “batalhas” mentais e verbais no afã de

mudar um ao outro, mas tudo em vão. O sagrado Professor Seicho Taniguchi acrescenta:

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Repetimos diversas vezes que é inútil criticar os defeitos do marido com o intuito

de corrigi-lo. Pior que isso, porém, é comentar com pessoa estranha as falhas do marido,

porque as palavras têm poder de concretização. Uma vez pronunciadas, ficam gravadas

na “consciência do Universo” para se tornarem realidade. Infelizmente, muitas pessoas

caem na tentação de confidenciar a amigos ou amigas os defeitos do seu cônjuge, às

vezes até com exagero. É preciso saber que tal ato constitui, por si só, infidelidade

conjugal.

(Amor conjugal, p. 155)

Marido e mulher são como dois espelhos, um refletindo o outro. Assim, não adianta tentar

mudar o que está projetado no cônjuge, precisamos conscientizar os casais (e a nós mesmos, se for

o caso) de que a mudança deve se iniciar primeiro em nós próprios, o que provocará, naturalmente,

uma mudança na vida do casal. Esse reconhecimento sincero é de suma importância.

Um casal vive a mesma alma. São como dois espelhos, um refletindo o outro.

Mas não se deve nunca tentar “melhorar” o outro. Isso só termina em neurose. Deve-se

gravar no fundo da mente que o outro “já é perfeito, pois é filho de Deus” e aceitá-lo tal

como é, vivendo com alegria e gratidão.

(Amor conjugal, p. 154)

Dessa forma, devemos ensinar os casais a usar corretamente o poder da palavra para

concretizarmos o paraíso terrestre que começa no lar.

Não pronuncie palavras depreciativas em relação ao cônjuge, como: "Aquele

imprestável" ou "Aquela chata". É essencial que os cônjuges se cumprimentem

respeitosamente todas as manhãs, dizendo "bom-dia", como um filho de Deus

cumprimentando outro filho de Deus.

(Nova Visão do Casamento, p. 55)

Ainda sobre este tema, vale consultar os livros:

Namoro, Casamento e Maternidade, 1.ª edição, p. 244, 245.

A Razão de Ser da Mulher, vol. 01, 2.ª edição, p. 169.

A Verdade da Vida, vol. 14, capítulo 07.

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i) Confiança, liberdade e respeito à individualidade.

A confiança é um elemento fundamental em qualquer relacionamento. Porém, aqui não

estamos nos referindo apenas à confiança relacionada à fidelidade, mas na fé que se deposita no

outro como filho de Deus perfeito. Confiar é acreditar na natureza divina do cônjuge.

O marido deve ter plena confiança na esposa, e vice-versa. Por mais que confie, nunca

será demais. Quanto mais se confia numa pessoa, mais ela mostra o seu valor. (...)

Se procurou moldar o outro ao seu próprio padrão, é porque receou que, deixando-o agir

por si mesmo, algo poderia sair errado. Tal receio significa falta de confiança. Se confiasse

realmente no outro, deixá-lo-ia agir livremente. Se não consegue libertá-lo totalmente, é porque

não existe a plena confiança.

(A Verdade da Vida, vol. 14, 3.ª edição, p. 102)

A pureza de um casal se encontra no respeito mútuo a essa natureza divina de ser um só

corpo, sem alimentar qualquer dúvida. É confiar reciprocamente e reverenciar a perfeição da

Imagem Verdadeira, seja qual for a aparência fenomênica.

(Reconstruindo a vida humana, 1.ª edição, Masaharu Taniguchi, p. 84)

Ser amado, ser útil, ser reconhecido, ser elogiado e ser livre são desejos fundamentais do ser

humano. A liberdade é um dentre esses cinco desejos fundamentais e deve estar presente em

qualquer relacionamento sadio.

Também nas relações conjugais, o cerceamento da liberdade traz resultados

negativos. Se o marido tentar tolher a liberdade da esposa (ou vice-versa) com regras ou

normas excessivamente rígidas, não será possível a verdadeira felicidade conjugal. Um

casal que vive assim, por mais que aparente ser feliz, não o é realmente. Para conseguir

a verdadeira felicidade conjugal, é preciso que cada um dos cônjuges procure doar-se

inteiramente ao outro, em vez de tentar cercear-lhe a liberdade com sentimento de

posse.

(A Verdade da Vida, vol 14, p. 132)

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É bom ressaltar que a nossa tarefa não se limita a explicar o que não deve ser feito num

relacionamento (como restringir a liberdade do outro), compete a nós ajudar os casais a encontrarem

efetivamente a solução para os seus problemas. Podemos fazer isso, levando os casais a

despertarem para a natureza divina do ser humano.

A liberdade é inerente à Vida. Por essa razão, quanto mais se procura tolher o ser

humano, mais ele procura reagir contra a restrição.

(A Verdade da Vida, vol. 14, p. 133)

Embora nos tornemos uma só Vida após o casamento, a individualidade de cada um

permanece, como uma das infinitas formas de manifestação de Deus. A beleza está justamente na

diversidade da Vida. Respeitar as peculiaridades próprias de cada um é o caminho certo para uma

vida de respeito, amor e felicidade.

As pessoas diferem quanto à personalidade e também quanto à forma de

observar coisas e fatos, do mesmo modo que diferem quanto à fisionomia. Assim, sendo

as tentativas de forçar os outros a terem critérios e opiniões exatamente iguais às

nossas fatalmente resultarão em fracasso.

(A Verdade da Vida, vol. 14, p. 143)

j) O sentimento de gratidão aos pais e aos sogros e a concretização de um casamento feliz

Sabemos que o relacionamento com os pais, seja no passado ou no presente, influi

diretamente no relacionamento com o cônjuge. O mesmo se pode dizer do relacionamento com os

sogros. Daí a importância de abordarmos também essas questões.

No livro Assim se Concretiza o Amor, o sagrado Mestre nos ensina que:

A raiz da nossa “árvore da felicidade” é constituída por Deus e pelos nossos

antepassados; o tronco é constituído pelos nossos pais (inclusive os sogros, que são os

pais do cônjuge). Ao agradecermos aos nossos pais, mantemos firme a ligação com o

tronco da “árvore da felicidade”, e, ao agradecermos a Deus e aos nossos antepassados,

mantemo-nos firmemente ligados à raiz da “árvore da felicidade”.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 196)

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Será infeliz o casamento de quem sente ódio pelos pais. A esposa que odeia o

pai não consegue amar o marido, porque a imagem do pai é projetada no seu cônjuge.

Ela vê a imagem do pai através do marido e transfere este ódio que sente pelo pai. Da

mesma forma, o marido que mantém relacionamento desarmonioso com a mãe não

viverá em harmonia com a esposa, porque ele tende a procurar a imagem da mãe na

esposa. Um casamento abençoado, em que os cônjuges amam e respeitam os pais,

possui desde o início uma sólida base para a felicidade, mas um casamento realizado

contra a vontade dos pais geralmente termina mal. Porém, nunca é tarde para começar:

se a partir deste momento você se esforçar para manifestar gratidão a seus pais,

conseguirá ser feliz.

(Educação do Filho de Deus, vol.01, 6.ª edição, p. 188)

Quando a sogra e a nora fenomênicas contemplarem a Imagem Verdadeira uma

da outra e se reverenciarem mutuamente reconhecendo que são mãe e filha em perfeita

harmonia, o ambiente familiar se tornará radiante, e o paraíso se manifestará no lar.

(Assim se concretiza o amor, p. 208)

Sugerimos consultar também o livro Viver Junto com Deus, 4.ª edição, p. 137,138.

k) Harmonia sexual

O tema harmonia sexual exposto detalhadamente no livro “Nova Visão do Casamento” também

deve ser estudado nas reuniões, conferências e Seminários para casais. O sexo no casamento é uma

manifestação no plano físico da união espiritual e é um ato sagrado quando praticado com a

consciência de unidade dos cônjuges e com o único objetivo de proporcionar felicidade ao outro.

O casamento manifesta neste mundo fenomênico a unidade originária de um

homem e uma mulher que, no plano da Imagem Verdadeira, já são uma só pessoa.

Sendo o corpo carnal projeção da mente, quando as almas se unem, os corpos também

se unem, e se realiza o casamento físico.

(Namoro, Casamento e maternidade, 1.ª edição, p. 167)

Um homem e uma mulher que estão envolvidos num namoro sério, ou que são

predestinados a se tornarem marido e mulher, eram originalmente uma alma. Por isso, é

natural que surjam neles o desejo de serem um também no plano físico, como expressão

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da unidade intrínseca; e a relação sexual no casamento desempenha um papel

importantíssimo para a concretização plena desse desejo.

(Nova Visão do Casamento, 11.ª edição, p. 101)

Todas as experiências referentes ao ato sexual devem ser feitas com base no

profundo amor e compreensão do casal, e jamais com o intuito de fazer do parceiro

(parceira) um objeto de prazer.

(Nova Visão do Casamento, p. 101)

Ao estudarmos este assunto, verificamos que o estado mental do casal (ou de um dos

cônjuges) exerce total influência na prática do ato em si. Sentimentos de culpa, ideia de pecado,

amores não esquecidos, ressentimentos, mágoas, distanciamento, críticas, rótulos, tudo isso pode ser

sentido na prática do ato sexual e prejudicar a relação.

O prazer do corpo, seja ele relativo ao apetite ou ao desejo sexual, é

grandemente influenciado pelo estado mental da pessoa no momento de desfrutá-lo.

(Nova Visão do Casamento, p. 64)

Geralmente, a ideia de pecado conduz à repressão do prazer. As penitências

religiosas e as punições dos pecadores são formas de repressão do prazer resultante da

ideia de pecado. Mas, às vezes, até mesmo distúrbios nervosos e doenças “concretas

ocorrem devido ao inconsciente desejo de expiação, resultante da ideia de pecado”.

(Nova Visão do Casamento, p. 75)

As passagens anteriores e as que seguem servem de base para pensar sobre impotência do

marido e frigidez da mulher. Consulte o livro Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 217. A visão

que um cônjuge tem do outro também será determinante no relacionamento íntimo do casal. Sobre

isso, o Mestre expõe no livro A razão de ser da mulher, vol. 01, p. 147:

Para a mulher, o relacionamento com o marido pode ser repugnante, indiferente,

ou intensamente prazeroso como se estivesse no céu, dependendo da atitude mental

dela em relação ao marido. O prazer ou a insensibilidade ou frigidez sexual da mulher

não é questão que diz respeito somente à compatibilidade dos órgãos genitais do corpo

do casal, mas uma questão de compatibilidade entre as mentes dos cônjuges.

(Razão de ser da mulher, vol.01, 2.ª edição, p. 147)

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É fato que, se o casal estiver em harmonia, o ato será prazeroso como concretização da união

espiritual. Já se houver dissonâncias, estas serão sentidas pelo casal. Quanto maior a harmonia, a

expressão do amor no cotidiano do casal, maior será a satisfação sexual. O carinho deve ser

expressado não só nas "preliminares" do ato, mas no dia-a-dia dos cônjuges.

O ambiente deve ser preparado não só momentos que antecedem o ato, mas durante todo o

tempo em que o casal estiver juntos. Tudo isso propiciará que o amor entre “quatro paredes” seja

expressado com toda intensidade. Assim, o que de fato será determinante para a harmonia sexual do

casal é o modo como o casal vive a sua rotina diária.

É importante ressaltar que, embora seja fundamental essa abordagem sobre o aspecto da

mente, não podemos desconsiderar as questões físicas (e fisiológicas) que envolvem a prática do ato,

citadas no livro “Nova Visão do Casamento”, sempre com a adequação necessária. A orientação do

sagrado Mestre é completa, vai desde a postura mental do casal até a “forma, o modo” como o casal

prática o ato, evoluindo até a sublimação da vida sexual.

Acredito ser necessário que as pessoas abandonem as ideias arcaicas a respeito

do relacionamento entre homem e mulher. Se o marido pedir à mulher para tomar uma

posição diferente da habitual na hora de praticar sexo, ela não deve desprezá-lo por isso,

nem sentir-se ofendida. Não deve interpretar tal pedido como proveniente do desejo

sexual pervertido que o estaria induzindo a tratá-la como objeto e a querer desfrutar um

prazer doentio, com um toque de voyeurismo, mesmo atentando contra o pudor da

mulher. Interpretar erroneamente tal pedido do marido pode trazer consequências

desastrosas. Para se tornar um casal ideal, que desfruta satisfação plena também no

relacionamento sexual, são necessários estudos e esforço.

(Nova Visão do Casamento, 11.ª edição, p. 95)

Os cônjuges devem procurar conhecer as funções fisiológicas um do outro e

“pesquisar” sobre as posições que deve tomar na hora de praticar o ato sexual, para

proporcionar felicidade ao parceiro (à parceira).

(Nova Visão do Casamento, p. 95)

O fato é que existem muitos casos em que a frigidez da esposa persiste porque o

casal só pratica o ato sexual convencional e não consegue ter o contato adequado dos

pontos mais sensíveis. Nesses casos, pode ser muito útil a sugestão para tentar

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posições diferentes, como se pode constatar pelo exemplo daquele mediador de conflitos

conjugais, que ajudou uma senhora a curar-se da frigidez com a seguinte sugestão:

“Experimente praticar o ato sexual torcendo um pouco o corpo”.

(Nova Visão do Casamento, p 85)

Se a Atividade para Casais for direcionada para o casal, devemos fazer nossa abordagem

sempre considerando os dois. Agora, se a Atividade para Casais for realizada especificamente com

os homens ou só com as mulheres, podemos ressaltar aspectos peculiares de cada um deles,

sempre com o intuito de fazer com que os cônjuges se compreendam mutuamente (nos seus anseios

e vontades).

Provavelmente 90% dos maridos – excetuando-se os pintores e os escultores,

que criam suas obras fazendo suas esposas posarem como modelo – nunca viram de

todos os ângulos o corpo nu de suas esposas. Justamente porque as amam e respeitam

muito, não são capazes de fazer delas objetos de seu próprio prazer. Mas as mulheres,

na verdade, desejam que seu corpo seja visto pelo marido. E os homens, por sua vez,

querem ver o corpo da mulher de todos os ângulos. Mas muitos homens não conseguem

realizar esse desejo com a própria esposa, e deve ser por isso que existem sempre

tantos apreciadores de strip-tease, que mostra a nudez feminina por inteiro.

(Nova Visão do Casamento, p. 85)

O grau de excitação do homem influi no prazer sexual da mulher. Quanto mais

intensa for a excitação do homem e quanto maior a sua “rigidez”, mais acentuado será o

estímulo que ele proporcionará à mulher, fazendo com que ela tenha mais prazer – e no

caso da frigidez, ocorra naturalmente a cura. Acontece que a excitação sexual do homem

se intensifica ao apreciar o corpo feminino de diferentes ângulos, conforme já foi

explicado. Assim sendo, na eventualidade de o casal estar se enfastiando da relação

sexual rotineira praticada na posição considerada normal, torna-se necessário recorrer à

criatividade, experimentando posições diferentes.

(Nova Visão do Casamento, p. 102)

O homem sente-se mais atraído por uma pele bonita que se vislumbra pela fenda

do quimono do que pela nudez exposta de uma stripper. O que é completamente exposto

não oferece a beleza sugestiva. Isto se aplica também aos poemas japoneses waka (ou

tanka). Se o significado estivesse explícito, seriam “poemas explicativos”

desinteressantes. Aquilo que é apenas parcialmente exposto, ou seja, semi-encoberto,

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possibilita que a pessoa que o aprecia transfira para ele a sua imagem ideal valendo-se

do poder da imaginação e faça a sua própria criação. Assim, ele sente o prazer de criar.

(Nova Visão do Casamento, p. 114)

Acima, vimos alguns trechos acerca do interesse dos homens, mas o Mestre ressalta também

o desejo das mulheres referente ao ato sexual. Vejamos:

Uma vez terminado o ato, a energia do homem enfraquece rapidamente e ele

perde por completo o entusiasmo. Mas um marido que ama realmente a esposa não

deve dar tudo por encerrado assim que terminar o ato e virar as costas ou pegar logo no

sono. A mulher, da mesma forma que se excita lenta e gradativamente, também demora

a sair do estado de excitação. Mesmo depois que o homem termina o ato, perdura na

mulher a emoção de sentir que foi amada. Para proteger e cultivar o amor da mulher, o

homem não deve parar de acariciá-la e abraçá-la mesmo que de sua parte o interesse

sexual tenha arrefecido.

(Nova Visão do Casamento, p. 118)

Creio que são poucos os homens que se empenham em repetir as carícias.

Porém, é preciso que o homem recorra a algum expediente para retardar o máximo

possível o momento da ejaculação. É nesse esforço que se constata o amor pela

esposa.

(Nova Visão do Casamento, p. 119)

O que nós devemos sempre frisar nessas atividades é que o objetivo do ato deve ser

concretizar o amor e proporcionar alegria ao outro. Todo ato praticado com esse interesse (o de fazer

o outro feliz), dentro do casamento, deve ser considerado sagrado.

“O ato sexual é sagrado”. Não deve ser praticado com o mero intuito de se divertir

com a (o) parceiro (a), nem de obter a satisfação do próprio desejo à custa dela (dele). O

marido deve se empenhar em proporcionar mais prazer à esposa, e a esposa também

deve se empenhar em proporcionar prazer ao marido.

(Nova Visão do Casamento, p. 111)

Devemos esclarecer que o sexo, embora importante no casamento, não constitui o centro da

vida conjugal e também não é um fator determinante para a felicidade do casal. Essa alegria provém

do sentimento de unidade expresso em pequenos gestos no cotidiano normal do casal.

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A prática sexual é importante, mas não devemos pensar que ela constitua o

centro da vida conjugal e o momento máximo da sensação de unidade do casal.

Precisamos saber que o relacionamento sexual é a expressão concreta que indica o

início da vida conjugal, e que a sensação de comunhão espiritual que se segue à união

física é mais importante do que o ato sexual em si.

(Nova Visão do Casamento, p. 122)

Ademais, o amor conjugal, expresso através do ato sexual, vai se sublimando gradativamente

até alcançar um amor ainda mais elevado.

O amor conjugal, que no início está ligado ao prazer carnal, vai se sublimando

aos poucos e, com o passar do tempo, transforma-se em amor mais elevado e mais

puro. O amor entre homem e mulher, no começo do casamento ou do namoro, é como o

saquê não-refinado que ainda não tem o verdadeiro aroma e a verdadeira pureza (...).

(Nova Visão do Casamento, p. 133)

Nesta parte, em especial, acabamos nos alongando um pouco mais, tendo em vista a riqueza

de detalhes com que o sagrado Mestre aborda o assunto no livro “Nova Visão do Casamento”.

Existem ainda outras referências a este tema em outras obras da Seicho-No-Ie, citadas neste trabalho

como o livro Namoro, Casamento e Maternidade, capítulo 10.

l) A pedagogia da Seicho-No-Ie

O tema “educação dos filhos” também é frequente nas reuniões para casais. Ainda mais pelo

fato de ser a harmonia conjugal “o melhor método educacional”, como nos ensina o Professor Keiyo

Kanuma (Educação do Filho de Deus, p. 211).

A pedagogia da Seicho-No-Ie é muito rica em conteúdo e podemos abordar este tema sob

diversos ângulos, a depender do que nos for solicitado (natureza divina dos filhos, talentos inatos,

individualidade, a prática do elogio, disciplina com amor e sabedoria etc.). Não cabe aqui adentrarmos

em cada um desses assuntos relacionados à Educação da Vida, mas é importante dizer que numa

atividade para casais, não podemos deixar de ressaltar a influência do relacionamento do casal na

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educação dos filhos. Estes refletem a mente dos pais: “pais felizes, filhos felizes”. Encontra-se no livro

Educação do Filho de Deus (vol. 1, 6.ª edição, p. 87) que a criança espelha fielmente o estado

mental dos pais.

Pede perdão à filha porque a ama e deseja ardentemente a recuperação dela,

mas não consegue perdoar a seu marido. Perdoar ao marido é a condição básica para

que sua filha recupere a saúde.

(A Verdade da Vida, vol 40, 4.ª edição, p 181)

A compreensão dos papéis do homem e da mulher no casamento também é fundamental para

que a família, em especial, os filhos possam se desenvolver de forma feliz e harmoniosa.

No lar, a mulher se coloca em uma situação relativamente delicada para vivificar

o entrosamento entre os membros da família. Faz do marido o centro de suas atenções e

proporciona aos filhos um exemplo vivo de dedicação. Aparentemente é um papel nada

vantajoso, mas, com esse comportamento, ela ensina aos filhos que o Universo se

constitui, estruturalmente, de um centro e de elementos que giram ao redor dele; que

existem +e-, o- girando ao redor do+; e que é esta disposição das coisas que mantém a

harmonia e o equilíbrio do Universo. A posição da esposa é a de educar, fazendo com

que a criança perceba isso naturalmente.

(Educação do Filho de Deus, vol.1, p. 219)

Quando a esposa toma a posição do marido, subjugando-o, começam as

tragédias no lar. Não crescem varões fortes num lar assim.

(Do livro Educação do Filho de Deus, Vol. 1, p. 219)

É importante também orientarmos os casais acerca da posição dos filhos e dos cônjuges

dentro do lar, como nos ensina o Professor Yoshio Mukai:

Uma família em harmonia tem como centro o marido e a mulher, cada um sendo

metade de uma alma, em perfeita harmonia, firme, sustentando os rolimãs que são seus

filhos, os quais, demonstrando as suas respectivas virtudes, giram em perfeito equilíbrio,

formando uma família feliz, dotada de prosperidade e felicidade. Mas, quando o casal

vive em dissensão, brigas, agressões, em quartos separados, esta figura sofre

alterações, e aquilo que deveria girar com suavidade, manifestando alegria e felicidade,

se decompõe, porque o eixo central se decompôs.

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(Amor e Dedicação a um ideal, 1.ª edição, Yoshio Mukai, p. 133)

Por fim, a maior alegria de um filho é ver a felicidade dos seus pais. Por isso, ao nos

dedicarmos ao casamento, expressando o amor e respeitando o cônjuge, tornamos nosso lar

iluminado e proporcionamos uma imensa alegria aos nossos filhos (isso deve ser destacado em

nossas orientações). Vale a pena investir no casamento! Isso trará benefícios para toda família.

Podemos citar ainda o exemplo do Prof. Keiyo Kanuma no livro Ensinando e Disciplinando os Filhos,

2.ª edição, p. 92 e 93.

m) O perdão

O tema perdão é muito relevante nessas atividades específicas, ainda mais considerando que

muitos casais chegam às nossas atividades com os corações cheios de mágoas e ressentimentos. Na

condução deste assunto, num primeiro momento, podemos levar aqueles que estão magoados,

ressentidos, a uma reflexão para que haja um entendimento acerca do ocorrido, conduzindo-os à

compreensão e ao amor verdadeiro.

Quando alguém não age de modo correto com você, quando lhe causa danos

fazendo julgamento errôneo ou praticando atos ilícitos, creio que você sente ódio ou

raiva dele. Mas deve refletir que, se a pessoa não age de modo correto, se faz

julgamento errôneo e pratica atos ilícitos, é porque está “mentalmente enferma”.

Certamente você não sente ódio nem raiva de alguém que esteja fisicamente enfermo e

não consegue processar as funções fisiológicas de modo normal, não é? Da mesma

forma, não deve odiar nem ter raiva de quem está “mentalmente enferma”. Deve

considerar que o “processador mental” dele está com algum desajuste, compadecer-se e

orar para que essa “enfermidade mental” sare logo. Isso é amar de verdade. Essa

postura mental não implica condescendência ou tolerância. É puro amor.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 255)

Também podemos levá-los a reflexão, fazendo-os considerar, o outro lado da situação: se não

tiveram alguma responsabilidade pelo fato. No livro Assim se concretiza o amor, página 253, o Mestre

cita uma orientação nesse sentido que leva a pessoa a refletir sobre sua participação no ocorrido:

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A senhora está revoltada com seu marido, pensando que só ele tem culpa. Mas,

na verdade, a senhora mesma contribuiu muito para ele se envolver com outras

mulheres. Com certeza, a senhora o decepcionou em várias ocasiões, mostrando-se

carrancuda quando ele queria vê-la sorridente, demorando a atender-lhe um pedido,

enfim, deixando de tratá-lo com carinho. Sentindo um vazio no relacionamento com a

esposa, ele passou a frequentar bares e beber para esquecer a mágoa. Nessa

circunstância, acabou se envolvendo com outras mulheres. Foi a senhora mesma quem

fez o seu marido afastar-se do lar e ter caso com outras mulheres.

Cabe esclarecer, no entanto, que, no caso, se tratou de uma orientação pessoal. Essa

observação é importante, pois toda e qualquer orientação deve ser guiada também pelo princípio da

adequação (hora, pessoa, lugar). Como já se frisou, a depender da atividade e do público, em uma

conferência para iniciantes, por exemplo, pode não ser recomendado dizer que a “culpa” pela traição

é unicamente da mulher ou do homem, pois pode levar aquele que errou a se justificar. Esse

esclarecimento, contudo, não impede que apresentemos um relato, como o mencionado, numa

atividade para casais.

Dito isso, o mais importante ao abordarmos o tema perdão, é fazer com que distingam o

aspecto falso (eu falso inexistente) do aspecto verdadeiro (eu perfeito):

Se você não consegue perdoar alguém, é porque não o ama. Jesus Cristo disse

que é preciso perdoar “setenta vezes sete”. Disse também: “Amai os vossos inimigos”.

Entretanto, é difícil amar alguém que consideramos inimigos. Enquanto o olharmos como

“inimigo”, não o estaremos amando. Somente quando deixarmos de vê-lo como “inimigo”

e tornarmo-nos capazes de visualizá-lo como amigo que contribui muito para polir a

nossa alma, poderemos dizer que o amamos de verdade.

(Assim se concretiza o amor, p. 254).

Quem está no nível de perdoar aos outros ainda não conhece o amor verdadeiro.

Isso porque, no fundo, continua atendo-se ao erro ou à culpa do outro e se esforça em

tolerá-lo. Na Revelação Divina da Seicho-No-Ie, consta: “A reconciliação verdadeira não

é obtida nem pela tolerância nem pela condescendência mútua (...). A reconciliação

verdadeira será consolidada quando houver recíproco agradecer”. Amar alguém é ser-lhe

grato. Sentir - se feliz e abençoada pelo fato de o outro existir e ter vontade de lhe

agradecer por isso – esse é o estado espiritual de quem ama de verdade(...).

(Assim se concretiza do amor, p. 255)

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Quem mais sofre quando condenamos o outro somos nós. E quem mais fica feliz

quando perdoamos e agradecemos ao outro, reconciliando-se com ele, somos nós. Se

perdoamos ou não o outro, se o amamos ou não - disso depende a nossa felicidade ou

infelicidade.

(Para Realizar o Amor e a Oração, 1.ª edição, p.126)

Reconciliação não é simples tolerância nem condescendência. Não é suportar o

erro do outro, reconhecendo a imperfeita imagem fenomênica dele.

(Para Realizar o Amor e a Oração, Seicho Taniguchi, p.126)

Quando agradecer ao outro e reverenciar verdadeiramente a Imagem Verdadeira

dele, ocorrerá mudança total no aspecto fenomênico do outro, e ele manifestará a

imagem maravilhosa de filho de Deus.

(Para Realizar o Amor e a Oração, Seicho Taniguchi, 2 p.126)

O verdadeiro perdão se obtém, portanto, quando reconhecemos a Imagem Verdadeira e

Perfeita do outro. Porém, se o casal estiver encontrando alguma dificuldade, cabe-nos ensinar a

oração do perdão e a Meditação Shinsokan, o que será tratado na sequencia.

Deve-se ressaltar ainda que o perdão deve ocorrer não só em relação a situações graves

como uma infidelidade, mas deve estar presente no cotidiano do casal no que se refere a pequenos

incidentes, falhas, defeitos etc. Outra fonte de consulta sobre esse assunto é o capítulo 04 do livro A

Verdade da Vida, vol. 14.

n) “Instrumentos” para a solução de qualquer “dificuldade” relacionada à vida conjugal e a realização das 03 práticas fundamentais da Seicho-No-Ie e outras.

O orientador não pode apenas mostrar como deve ser um relacionamento feliz e harmonioso,

cabe a ele apresentar “as ferramentas” necessárias para que o casal possa realmente alcançar esse

objetivo. A “Nova Visão do Casamento” não é uma teoria distante que só pode ser vivenciada por

alguns. Todos podem concretizar na sua vida o amor puro e incondicional de Deus. Para tanto, no

ensinamento da Seicho-No-Ie, encontramos diversos instrumentos que “transformam” o “ideal” do

casamento em realidade.

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Muitas vezes o casal não consegue tornar o almejado lar de manifestação do amor em um fato

concreto da sua realidade. Por exemplo, o casal deseja a harmonia, mas não consegue vivenciá-la no

seu dia-a-dia. Nesses casos, precisamos apresentar os “instrumentos” que possibilitam a

concretização do desejado.

Se há mágoas e ressentimentos, devemos ensinar não só a importância do perdão, mas

também como alcançar esse perdão. Uma das práticas recomendadas e usuais nas atividades para

casais (para que o casal possa se reconciliar) é a oração do perdão. É uma oração simples, mas de

um profundo significado, que devemos incentivar e realizar (se for o caso) na própria atividade que

estivermos conduzindo. É bom ressaltar que nessa prática podemos pedir para os casais se voltarem

um para o outro.

Se há excesso de cobranças e críticas no relacionamento, precisamos ensinar o elogio e,

principalmente, a prática do diário de elogio. Incentivemos não só a realizarem essa prática, mas

também mostremos como deve ser realizada. Essa prática auxilia aqueles que não reconhecem as

qualidades do cônjuge, ou que estão insatisfeitos com o casamento, pois faz a mente perceber as

infinitas virtudes que todo filho de Deus possui e tem o poder de melhorar a relação de qualquer casal

que decida praticá-la.

Se ainda existem na mente dos casais conceitos e ideias equivocadas acerca do casamento,

ou a respeito do relacionamento entre nora e sogra, por exemplo, compete a nós incentivarmos a

leitura das obras sagradas relacionadas ao casamento, para que eles possam assimilar e

compreender à “Nova Visão do Casamento”.

Cumpre a nós também ensinarmos o correto uso do poder da palavra, com práticas simples.

Ensinando, por exemplo, a proferir no cotidiano palavras de afirmação: “meu lar é o paraíso”, “meu

marido é o melhor marido do mundo”, “minha esposa é a melhor esposa do mundo”, “meu casamento

é maravilhoso, é harmonioso etc.”

Dependendo das palavras que vem usando diariamente, o seu ambiente e seu

destino sofrem transformações diretas. Todas as pessoas colhem os frutos das palavras

que usam. Pode-se afirmar, portanto, que as palavras do cotidiano são verdadeiras

orações. De nada adiantará você orar durante 15 a 20 minutos, se ficar o resto das 24

horas do dia mentalizando ou comentando assuntos tristes.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, 5.ª edição, p. 231)

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Ao reconhecermos na mente a Imagem Verdadeira do cônjuge, esta se manifesta no mundo

das formas. Porém, nem sempre conseguimos sintonizar e perceber esse mundo perfeito, apenas

com os olhos dos cinco sentidos. Daí a importância de ensinarmos aos casais a prática da Meditação

Shinsokan para que possam habituar a mente a visualizar a perfeição e o aspecto real da vida.

Se as pessoas, não conseguem manter a harmonia e vivem se rivalizando e se

hostilizando, é porque não veem, mutuamente, a Imagem Verdadeira.

(A Verdade da Vida, vol. 14, 3.ª edição, p. 126)

Ao praticarmos a Meditação Shinsokan da Seicho-No-Ie, o nosso lar se

harmoniza naturalmente, e tudo que desejamos vem para nós, por si.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, p. 56)

O homem não é corpo carnal. É um ser espiritual. A meditação Shinsokan é uma

prática na qual nos conscientizamos profundamente desse fato. Conhecendo Deus

apenas de modo cerebral, não O compreenderemos de verdade. Devemos senti-lO e

percebê-lO com todo o nosso ser. O que nos possibilita isso é a Meditação Shinsokan.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, p. 23).

A prática da Meditação Shinsokan também auxiliará no autocontrole tão importante para o

relacionamento conjugal, na medida em que equilibrará e fortalecerá a mente e o corpo do praticante,

fazendo controlar suas emoções.

Se retirarmos as cintas de aço de um barril, as aduelas ficarão todas soltas, e

esse barril se desmontará. O autocontrole é comparável às cintas que mantêm firme o

barril chamado mente. Eliminando-se as cintas de autocontrole, o barril chamado mente

fica desarranjado. Quando isto acontece, é desperdiçada a “água da Vida” e, por fim, a

pessoa torna-se histérica ou contrai alguma doença física.

(A Verdade da Vida, vol.07, 18° edição, p. 235)

No último capítulo do livro A Verdade da Vida, vol. 07 (Ilumine sua vida familiar), encontramos

um vasto conteúdo sobre o tema autocontrole, tão importante para uma vida conjugal feliz. Ainda no

mencionado livro (página 236), o sagrado Mestre orienta acerca da desnecessidade de sermões no

lar e da importância de fitarmos sempre a Imagem Verdadeira de nossos familiares.

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Mesmo que os membros de sua família cometam erros, não lhes passe sermões

intermináveis, não vocifere, não faça carranca. Em vez disso, serene a mente e fite a

Imagem Verdadeira deles, o “Eu verdadeiro” deles. Veja seu marido, ou sua esposa, seu

filho, como filhos de Deus que nunca cometeram, nem cometerão erros de espécie

alguma.

Visualize a natureza divina de cada membro de sua família, e desperte essa

natureza divina, por intermédio da oração.

Sobre a importância de contemplarmos sempre o aspecto real e verdadeiro da vida, o sagrado

Mestre nos ensina:

“Contemplar” é ver com os olhos da mente – contemplando, aparece. Kan, da

palavra Shinsokan, significa “contemplar”, ou seja, “concentrar a mente e visualizar

compenetradamente com os olhos da mente”, e não com os olhos físicos.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, p. 31)

O que é a Imagem Verdadeira da Vida? Este mundo, assim mesmo como é, é o

mundo de Deus; o homem, assim mesmo como é, é filho de Deus – esta é a Imagem

Verdadeira da Vida. Como só aparece aquilo que foi contemplado, e não aparece o que

não foi contemplado, recomendo serenar a mente e contemplar a Imagem Verdadeira.

Qualquer que seja o mal que se manifeste no mundo fenomênico, ele não é existência

verdadeira, pois não foi criado por Deus. Sem se preocupar com ele, deve-se apenas

contemplar a perfeição e a harmonia da Imagem Verdadeira. Assim, a Imagem

Verdadeira se manifestará perfeita e harmoniosa.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, p. 32)

Contudo, devemos sempre observar que não se deve orar com o objetivo de mudar o outro,

oramos para sentir comunhão com Deus e para perceber que tudo já é perfeito. É fundamental

ensinarmos os casais a realizarem as 03 práticas fundamentais dos praticantes da Seicho-No-Ie: a

leitura das obras sagradas, a Meditação Shinsokan e a prática de amor ao próximo.

A única forma de se conseguir apreender integralmente a Imagem Verdadeira é:

de um lado, ler revistas e livros sagrados como a Seicho-No-Ie e a Verdade da Vida para

adquirir o correto conhecimento da Verdade e se precaver contra pensamentos iníquos;

e, de outro lado, praticar assiduamente a Meditação Shinsokan para elevar o

conhecimento da Verdade até transformá-la em fé e, desse modo, manifestá-la sob a

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forma de prática de caridade e amor. A Verdade se manifesta como força viva e dinâmica

quando o conhecimento a respeito dela é vivificado pela fé e colocado em prática sob a

forma de atos de caridade e amor. Nossa mente deixa, então, de ter uma visão apenas

superficial da Verdade e se identifica com a verdadeira Vida que constitui a nossa

Imagem Verdadeira original. Em outras palavras, deixamos de ficar fazendo

intermináveis debates sobre a Imagem Verdadeira e tornamo-nos de fato um com ela.

(Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan, p. 217)

É importante também ensinarmos a prática da gratidão. A partir desse ponto, entra a oração de

gratidão aos antepassados, tão importante para o fortalecimento de toda a família. Cabe acrescentar

ainda que podemos realizar (nas atividades para casais) a prática da Purificação da Mente e a

Meditação Shinsokan de Oração Mútua. Esta última, em especial, para que os casais possam

contemplar mutuamente a Imagem Verdadeira um do outro e sentir na plenitude esta perfeição.

Outrossim, compete a nós incentivar a aquisição e a leitura dos livros sagrados, especialmente,

dos relacionados ao casamento. O oferecimento da Forma Humana, com destaque para o desejo

harmonia e aqueles pertinentes à família, e incentivos para que se tornem associados da Missão

Sagrada são importantes. Tudo isso proporcionará aos casais uma vida plena!

4. Esclarecimentos sobre os temas mencionados

Cumpre esclarecer que ao apresentarmos estes temas, não pretendíamos esgotar todo o

conteúdo relativo à “Nova Visão do Casamento”, o que não seria possível. Ao estudarmos cada tema

em especial, não esgotamos, de maneira nenhuma, tudo o que poderia ser dito, fizemos apenas uma

abordagem geral.

Também ao citarmos alguns trechos das obras sagradas, não fizemos todas as citações que

seriam possíveis. Selecionamos alguns trechos pertinentes e fizemos suas transcrições. Quanto às

obras sagradas, da mesma forma, não mencionamos todas que tratam dos referidos assuntos.

Essas explicações são importantes apenas para demonstrar a riqueza do nosso ensinamento e

para dizer que não faltará material e subsídio para prepararmos qualquer estudo ou palestra referente

à vida conjugal. É salutar que façam as devidas pesquisas e procurem saber tudo (ou quase tudo) o

que o Mestre escreveu sobre cada assunto, o que não foi o propósito deste manual/guia. Aqui

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procuramos dar apenas um direcionamento para que o Preletor ou Líder da Iluminação possa se

situar nos diversos assuntos.

Não foi nosso objetivo passar um modelo de palestra ou estudo. O orientador no uso de sua

habilidade e criatividade poderá ver e sentir o melhor modo de transmitir a doutrina. E caberá a ele

também selecionar as obras sagradas e os respectivos textos que entender mais adequados,

conforme o tema passado pela coordenação do evento.

Neste trabalho, mencionamos apenas alguns pontos fundamentais do ensinamento aplicado à

vida conjugal, com o propósito de compartilhar experiências e auxiliar na pesquisa, no estudo e na

condução dessas atividades.

5. Temas da atualidade e o foco das atividades para casais

O Preletor e o Líder da Iluminação precisam estar antenados às constantes mudanças pelas

quais passa a sociedade e, sem abrir mão da essência imutável do ensinamento, deve transmitir a

Verdade considerando esses novos aspectos do mundo, que se transforma diariamente. Por

exemplo, ao abordar o tema infidelidade, deve levar em conta que hoje em dia a traição acontece

também via Internet, que as pessoas têm maior expectativa de vida, que existe medicamentos como o

VIAGRA etc.

Por um lado, ao abordar o tema vida profissional e casamento, deve se atentar para o fato de

que a mulher atualmente está no mercado de trabalho e o seu papel não se resume a cuidar da casa

e dos filhos. Por outro lado, também não podemos desconsiderar que ainda hoje existem mulheres

que exercem exclusivamente o papel de “donas de casa”. Contudo, ao considerarmos essas novas

realidades, não podemos modificar os pilares do nosso ensinamento. Assim, mesmo que a mulher

seja a principal provedora do lar, no sentido de trazer recursos financeiros para a família, o princípio

do positivo e do negativo permanece inalterado.

É muito importante que o orientador, ao abordar aspectos da “Nova Visão do Casamento”,

relacione-os sempre com situações do cotidiano dos casais, o que propiciará uma apreensão maior

do ensinamento. Em outras palavras, devemos apresentar a teoria e mostrar a sua aplicação no dia-

a-dia do casal.

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Não podemos perder de vista que toda a atividade é voltada para a vida conjugal, por isso, ao

tratarmos de qualquer assunto, devemos sempre relacioná-lo ao enfoque principal: a harmonia

conjugal. Por exemplo, se formos falar de prosperidade no lar, não poderemos nos limitar a falar

sobre as leis mentais, mas explicar como a harmonia conjugal atrai a riqueza, como os cônjuges

podem se auxiliar mutuamente, o princípio da unidade etc.

Qualquer que seja a situação atual de um lar, se existir harmonia conjugal, ele se

tornará próspero. O relacionamento conjugal influi até mesmo no desempenho

profissional da pessoa e pode resultar em ascensão ou decadência da própria família.

(Assim se concretiza o amor, p. 75)

Quando o casal vive em estado de total harmonia, só acontecem coisas

auspiciosas, o negócio prospera, os filhos crescem perfeitos.

(Do livro Amor conjugal, Seicho Taniguchi, p. 61)

O mesmo serve para qualquer tema. Assim, se falarmos de saúde, cabe nos referirmos a

doenças relacionadas à desarmonia conjugal e a forma de curá-las.

Com relação aos relatos de experiências, é recomendável que utilizemos relatos de casais

que, aplicando os ensinamentos da Seicho-No-Ie, alcançaram uma vida harmoniosa.

6. A responsabilidade é do casal

Na exposição de qualquer tema relacionada ao casamento, numa Atividade para Casais,

falando para o casal (pode acontecer de separarem os homens das mulheres em um Seminário na

Academia, por exemplo), devemos tomar cuidado para que a responsabilidade pela situação do casal

não recaía apenas em um dos cônjuges. Explicando melhor, num Seminário para Mulheres pode-se

dizer que a harmonia no lar está nas mãos da mulher, na sua força espiritual, docilidade e meiguice

(ou num Seminário só para Homens dizer que, se a vida sexual do casal não está boa, deve o homem

refletir se não está faltando (por parte dele) mais gestos de amor, carinho e proteção no dia-a-dia),

mas num Seminário para Casais, deve-se passar que cabe ao casal, juntos, conquistar a harmonia e

a felicidade.

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Sabemos que basta um dos cônjuges mudar verdadeiramente para que a vida do casal se

transforme, mas não podemos colocar a responsabilidade apenas sobre um dos cônjuges, quando

estivermos falando com ambos. Caso contrário, podemos gerar uma forma de cobrança ou de

desarmonia.

Em orientação pessoal, a postura do orientador poderá ser diferente, se estiver falando só com

um dos cônjuges. Nesse caso, o Preletor ou Líder da Iluminação poderá fazer o orientando refletir

sobre a máxima: “tudo o que acontece ao meu redor é reflexo da minha própria mente”. Mas, se

imputarmos a responsabilidade em apenas um dos cônjuges, numa atividade em que ambos estejam

presentes, isso poderá ser um argumento para uma cobrança futura. É recomendável, inclusive,

quando o casal buscar orientação, orientar primeiro um dos cônjuges, depois o outro, e depois, ainda,

conversar com ambos.

Um alerta aos casais é sempre pertinente: “o que aprendemos aqui não deve ser utilizado para

cobrar ou exigir do outro”. Tudo o que se aprende numa reunião para casais deve servir para que o

amor e a harmonia se concretizem no lar.

Por fim, a forma, o modo, de explicar o ensinamento, ou de conduzir uma orientação pessoal, é

muito pessoal, considerando a individualidade de cada um de nós orientadores. Essa diversidade

será sempre respeitada desde que a essência, o conteúdo, do ensinamento não seja deturpada.

Apenas estamos compartilhando experiências a fim de auxiliar no objetivo maior de formar lares

Seicho-No-Ie.

7. O que deve ser evitado numa atividade para casais

Como orientadores, devemos conduzir os casais à harmonia e à alegria de viver a dois. Este é

o nosso objetivo como orientadores. Assim, ao exercermos o nosso papel como orientadores,

devemos evitar qualquer assunto ou postura que possa levar o casal ao conflito ou à desarmonia.

Parece óbvio, mas, às vezes, uma simples “brincadeira” pode reforçar uma crença equivocada

ou provocar sentimentos que não fazem bem ao casamento. Considerações machistas ou feministas

podem parecer inofensivas, se feitas num tom jocoso, mas ajudam a propagar uma ideia errônea de

“disputa” entre os sexos. O mesmo se diga quanto a piadas sobre sogra ou que rotulem homens ou

mulheres de uma forma negativa.

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Alguns temas, se não tivermos o total domínio sobre eles e tempo necessário para uma correta

explanação, podem levar a mais de uma interpretação (à dúvida) e acarretar um resultado contrário

do esperado. Por exemplo, o tema divórcio e a explicação sobre a existência “das diversas metades

da alma”, se mal interpretados podem levar o casal ao total rompimento. A explicação pode até ser

boa, mas, se o adepto não estiver preparado para entender a mensagem, poderá fazer de sua

exposição uma boa “justificativa” para a adoção de uma postura eventualmente mais cômoda, porém,

nem sempre “a melhor” para o aprimoramento do casal. Pode pensar, por exemplo, “como existem

outras metades da alma, não há problema em me separar.” Daí o cuidado que devemos ter com

essas exposições.

Na sequência, apresentamos um breve estudo sobre o divórcio como um complemento e um

acréscimo a este trabalho.

8. A Seicho-No-Ie e o divórcio

Esse tema é abordado basicamente no livro A Verdade, vol. 05, capítulos XVII e XVIII. O

Mestre o faz, citando trechos do livro Spiritual Reading (Leitura Espiritual), de Edgar Cayce. Menciona

também interpretações do Sr. Selminara sobre a leitura espiritual de Cayce.

8.1. O significado espiritual do casamento

Ao tratar sobre o significado espiritual do casamento, o sagrado Mestre Masaharu Taniguchi

faz uma referência prévia à Psicologia e à corrente espiritualista:

Segundo o psicólogo Link, “o casamento é uma união de forças objetivando

felicidade entre homem e mulher, que como indivíduos são incompletos”. Se

interpretarmos a “felicidade” referida por Link como autoaprimoramento, encontraremos a

mesma sabedoria dos mestres antigos, uma vez que a verdadeira felicidade não é

conquistada sem que se aprimore a si mesmo. A corrente espiritualista, que sustenta a

tese da reencarnação, vê o casamento como a oportunidade em que duas almas

incompletas se unem para saldar dívidas do carma, remodelando novas personalidades

e aperfeiçoando-as cada vez mais.

(A Verdade, vol. 05, 4.ª edição, p. 186)

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Esclarece que:

De acordo com a interpretação fatalista de Edgar Cayce, não existe fator coincidência no

relacionamento entre os homens. O casamento é o mais importante desses relacionamentos e

comprova a sua tese. “Nenhum casamento inicia uma nova página da vida. Ele é a continuação

de uma longa história.” Segundo as leituras espirituais de Cayce, o relacionamento entre um

marido e sua mulher não teve início nesta encarnação; já na vida anterior, ou mesmo numa das

que se deram antes, estas mesmas pessoas já tiveram algum tipo de relacionamento entre si.

(A Verdade, vol. 05, p. 186)

Em outro trecho, citado pelo Mestre, Edgar Cayce diz:

Para qualquer alma que esteja vivendo na Terra, o lar constitui a mais importante das

experiências. Para umas poucas almas as vidas pública e doméstica irão constituir

“antecedentes” igualmente importantes, mas a vida do lar é a que tem mais valor. Quem evita

essa experiência está transferindo inúmeros problemas para o futuro. O lar é o símbolo, o

esboço do paraíso que, em última análise, todas as almas anseiam encontrar. Transforme seu

lar em reflexo do paraíso.

(A Verdade, vol. 05, p. 187)

Após apresentar a filosofia de Edgar Cayce, o Mestre expõe, segundo a Seicho-No-Ie, o

significa espiritual do casamento:

a Seicho-No-Ie ensina que o marido e a mulher são, cada um “metade da alma”

do mundo da Imagem Verdadeira, isto é, da essência real da natureza. Esta

interpretação é mais profunda que a de Cayce, porque indica um relacionamento

espiritual originado na Essência Eterna da Alma. Se uma mulher e seu marido continuam

a representar o papel de casal que já exerciam na vida anterior, como diz Cayce, é

porque cada um já conhecia a metade da alma que o completaria com o casamento. De

qualquer maneira, marido e mulher estão ligados nesta vida através de um carma

longínquo e profundo. Esforçarem-se para construir um lar paradisíaco significa a criação

de um bom “antecedente espiritual”. Ter um bom antecedente é o mesmo que ter

excelente “curriculum vitae” ao partir para o mundo espiritual. (grifos nossos)

(A Verdade, vol. 05, p. 188)

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O Mestre Masaharu Taniguchi esclarece ainda que:

O “casal espiritual” ou “casal na sua Imagem Verdadeira”, preconizado pela Seicho-No-Ie

não se baseia apenas em motivos egocêntricos como a paixão pessoal. (...)

De acordo com a Seicho-No-Ie, “a alma, originariamente completa no mundo da Imagem

Verdadeira, projeta sua sombra no mundo dos fenômenos enquanto metade de si mesma. A

união com sua metade espiritual reconstituirá a alma unificada”. Não se deve, pois, destruir essa

união com paixões egoísticas. Se a cada sentimento passional as pessoas se unirem ou se

desunirem sem se importar com as conseqüentes tragédias que se abatem sobre terceiros,

estará destruída toda moral do mundo. Isso é macular aqueles antecedentes que, segundo

Cayce, só se obtêm através da vida conjugal e familiar.

(A Verdade, vol. 05, p. 191)

Se o lar atual carece de relacionamento amoroso, cada casal deve “se esforçar para

atingir seu objetivo – a felicidade de unir duas partes incompletas”, como disse Link. É um

grande engano trocar o “objetivo de felicidade” pelo “objetivo de satisfação dos prazeres”. Como

já dissemos antes, atingir o objetivo da felicidade significa conseguir o autoaperfeiçoamento. Por

que um destes fatores não existe sem o outro.

(A Verdade, vol. 05, p. 192)

A Seicho-No-Ie reconhece, portanto, que o casal está ligado através de “um carma longínquo e

profundo” e considera necessário haver mútuo esforço para construir um lar paradisíaco. Formação

de um “casal na sua Imagem Verdadeira não se baseia em motivos egocêntricos” e essa união não

deve ser desfeita em razão de um sentimento meramente passional e egoísta, sob pena de “ser

destruída toda a moral do mundo”.

No livro Utsukushiki Seikatsu (ainda não editado em português, título provisório: “Uma vida

harmoniosa e Bela” – pp.111-116 – material constante da Revista Mundo Ideal de fevereiro de 2009),

o sagrado Mestre assim nos ensina:

Originalmente, nossas vidas eram uma só, eternamente. Mas ela se dividiu pela

metade, formando o homem e a mulher, para encontrarem cada qual o (a) parceiro (a).

Portanto, isso não deve ser tratado de forma leviana como, por exemplo: “Ficamos juntos

por sentirmos atração recíproca”. Sendo o namoro um relacionamento sagrado, devem

fazer uma profunda reflexão acerca desse sentimento de amor e lidar com isso de

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acordo. Se houver irresponsabilidade, por mínima que seja, a pessoa já estará tratando

com negligência a sua vida. E, uma vez unindo-se, embora pareçam existir cada qual

independentemente do (a) outro (a), na verdade o (a) outro (a) é a sua preciosa metade.

Devem conscientizar que cada qual é a metade de uma só alma, que juntos formam um

todo, e não pensar em se separarem. Sendo o matrimônio uma instituição sagrada, deve

ser cuidado como tal.(grifo nosso)

O Professor Toshiyuki Fujiwara, no livro Você será salvo infalivelmente, 1ª edição, p. 195,

ressalta o vínculo espiritual que une um homem e uma mulher e destaca que tal união se dá pela

vontade de Deus. Vale conferir...

Como se verifica, o casamento é uma instituição sagrada e deve ser tratado como tal. Assim, o

casal deve se empenhar para construir um lar feliz. Não devem “pensar em se separar”, como nos

ensina também o sagrado Professor Seicho Taniguchi:

Tanto a esposa como o marido precisam conquistar a verdadeira felicidade, pois do

contrário seus filhos serão infelizes também, e tanto o produto do trabalho quanto a posição

social acabarão por desmoronar um dia.

(Amor conjugal, prefácio)

8.2. O que leva um casal à separação?

O número de divórcios no nosso país e no mundo é elevado. Esse dado é de conhecimento

geral. O acesso à informação e a desburocratização do processo de separação, bem como a

independência financeira da mulher, contribuem para o aumento do número de separações. Não cabe

aqui refletir de forma pormenorizada sobre os efeitos disso na sociedade, mas não há dúvida de que

num lar, onde reina a harmonia conjugal, os filhos se desenvolvem perfeitamente e a prosperidade se

estabelece.

A frase “não deu certo, separa”, infelizmente, tem se tornado usual. As justificativas para a

separação também são muitas e variadas: “incompatibilidade de gênios”; “problemas financeiros”;

“dificuldades no relacionamento com a família do cônjuge”; “ele(a) não é o que eu pensava”; “o amor

acabou”; “não há mais paixão”; “o sexo esfriou”; “apaixonou-se por outra (o)”; “vícios” etc.”

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As razões que costumam ser apresentadas espelham uma visão material de casamento e

conduzem invariavelmente ao sofrimento, mas é certo que uma correta compreensão da “Nova Visão

do Casamento” poderia levar a um resultado diferente. Por isso, compete a nós, Preletores e Líderes

da iluminação, a maravilhosa missão de transmitir esta Verdade: o “modo feliz de viver a dois”.

Será que você tem ideia da importância do casamento na vida de uma pessoa? É

preciso saber que a felicidade ou a infelicidade está relacionada, não só com a escolha

do companheiro, mas também com a vida que o casal leva após o casamento.

Principalmente no caso de os cônjuges não saberem como expressar o amor, é comum

ocorrer conflitos no lar, levando o casamento ao fracasso.

(Nova Visão do Casamento, prefácio)

No livro A Verdade, vol. 05, 4.ª edição, consta também a seguinte lição: O fato de desejarem a

separação não significa ausência de amor. Pode ser apenas questão de expressão. O amor mal

expresso pode trazer discórdia (p 79).

O Professor Seicho Taniguchi assim também nos ensina: Não basta o casal se amar. É preciso

aprender como amar, como se apoiar um ao outro, como se harmonizar e como manter a alegria

diária, observando as leis da natureza (Amor conjugal, prefácio).

Como já vimos, a Seicho-No-Ie apresenta uma doutrina específica acerca do relacionamento

conjugal. Com esse ensinamento, aprendemos a amar e a expressar o verdadeiro amor. Aprendemos

também como nos harmonizarmos e como manter a alegria diária. Compreendemos a verdadeira

natureza do casamento, a igualdade intrínseca dos cônjuges, bem como suas diferenças e, com isso,

passamos a viver uma vida de reverência mútua, num lar do progredir infinito.

É fato, portanto, que muitos casais se separam ou levam uma vida de insatisfação e conflitos

porque não compreendem o verdadeiro significado do casamento ou, então, porque desconhecem

esse modo feliz de viver a dois. O casamento não é uma instituição criada pelos homens. Não é um

contrato com o fim específico de encontrar a felicidade, nem uma mera união carnal. É preciso

compreender o significado espiritual do casamento:

Não é uma formalidade social chamada “casamento”, nem uma união carnal, que

forma um casal. Existem desde o princípio as duas metades da mesma alma, alojadas

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em corpos distintos, e como as vibrações espirituais de ambas são idênticas, elas se

aproximam naturalmente e se casam. O casamento e a subseqüente relação carnal

realizam-se naturalmente como reflexo dos rituais espirituais em que as duas metades

da alma, que desde o princípio formam um casal, fazem o chamado mútuo e se unem.

(Assim se concretiza o amor, 1.ª edição, p. 77)

A não compreensão do significado espiritual do casamento pode levá-lo ao fracasso. Quando

os cônjuges, ao contrário, compreendem que são metades de uma mesma alma, que não são uma

mera união carnal, se desfaz qualquer egoísmo e surge naturalmente o desejo de fazer o outro feliz.

Podemos dizer que o egoísmo é o estado estacionário da Vida: deixar de viver a Vida

como ela flui, espontânea e naturalmente, estancando-a com a ideia de que o homem é matéria,

é corpo físico isolado dos demais, que deve se proteger e agir de modo individualista.

(Namoro, Casamento e Maternidade, 1.ª edição, p. 66)

Quando os cônjuges considerarem reciprocamente que o outro é seu Verdadeiro Eu, que

inexiste o eu individual, e assim se doarem mutuamente, se manifestará a perfeita

personalidade do ser eterno, a verdadeira harmonia.

(Namoro, Casamento e Maternidade, p. 67)

O conceito materialista de casamento leva os cônjuges a se verem como dois seres

separados, surgindo daí o distanciamento e o egoísmo. O casamento visto como uma mera união de

corpos (um contrato, uma manifestação da vontade individual) faz o casal separar a vida, as coisas, a

família. Já a visão espiritual (a compreensão de que são metades de uma mesma alma) propicia a

verdadeira união do casal.

Acrescente-se ainda que o aprofundamento desse sentimento de unidade, através da

compreensão da Verdade e da postura do casal no dia-a-dia, conduz à verdadeira felicidade conjugal.

Assim, estamos incumbidos de despertar nos casais a consciência de que marido e mulher são um só

ser e mostrar o modo feliz de viver que leva a esse sentimento de unidade, pois, como já citamos: o

casamento deve consistir na manifestação, no plano fenomênico, da consciência de unidade dos

cônjuges: isto é, cada cônjuge deve ter consciência de que o outro faz parte de sua alma e que os

dois são essencialmente inseparáveis (Nova Visão do Casamento, p.29).

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Outros fatores podem conduzir ao divórcio. Eles serão aqui mencionados apenas a título de

exemplo: não compreensão do verdadeiro objetivo do casamento; desconhecimento da natureza

divina do homem; uso incorreto da palavra dentro do lar; falta de expressão do amor no cotidiano do

casal; ignorância quanto aos respectivos papéis (do homem e da mulher) no lar; ideias errôneas

arraigadas na mente como a de que “todo casal briga”; ingratidão aos pais e sogros; falta de gratidão

e alegria; desrespeito à liberdade e à individualidade do outro; exigências mútuas etc.

Assim, retornando novamente à pergunta inicial deste tópico (O que leva um casal a se

separar?), fazemos a seguinte reflexão:

O que leva um casal à separação é a ausência de amor ou é a falta de expressão do amor? É

a ocorrência da desarmonia ou é um desconhecimento de como se harmonizar e como manter a

alegria diária? É a incompatibilidade de gênios; é o defeito insuperável ou é a falta de compreensão

acerca da natureza divina do cônjuge?

Percebemos, portanto, que o que leva um casal a se separar é a não compreensão da

Verdade. É comum, inclusive, ouvirmos de adeptos e líderes da Seicho-No-Ie divorciados a seguinte

afirmação: “se eu tivesse conhecido a Seicho-No-Ie antes, não teria me divorciado”.

Analisando tudo isso, concluímos que seria muito difícil alguma situação de desarmonia

conjugal não se enquadrar numa das situações mencionadas acima. E é certo que, para todas elas, a

Seicho-No-Ie apresenta uma solução.

Mas cabe ainda a pergunta: haveria alguma situação em que se recomendasse a separação

como o melhor caminho? E é o que veremos na sequência.

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8.3. O divórcio seria a melhor solução?

O Mestre Masaharu Taniguchi, no livro A Verdade, vol. 05, na página 179, cita a opinião de

Edgar Cayce acerca do divórcio e faz a sua consideração sobre o exposto:

Cayce não é totalmente contra o divórcio. Ele admite dois fatores básicos que

influem no julgamento de um divórcio: A) as obrigações para com os filhos; B) as

obrigações mútuas do casal. Quando Cayce sugere claramente o divórcio como a melhor

das soluções, a situação se enquadra numa das três hipóteses seguintes: 1) o casal não

tem filhos, ou os tem mas a situação destes melhoraria com o divórcio dos pais; 2)

ambos esgotaram, no casamento, a lição recebida pela lei do carma, zerando o débito

porventura herdado das vidas passadas; 3) um dos cônjuges não vê o casamento como

oportunidade para aperfeiçoar a alma – pelo contrário, acaba conduzindo o outro cada

vez mais para a ruína.

Nestas três situações admitem-se a moralidade e a racionalidade do divórcio.

Podemos também levá-las em conta nas consultas de nossos adeptos sobre o mesmo

assunto.

Numa leitura apressada, pode-se pensar que a Seicho-No-Ie é favorável ao divórcio nessas

situações, mas não podemos nos limitar a apresentar uma resposta simplista como essa, sem uma

reflexão maior. Devemos interpretar outras considerações do sagrado Mestre, antes de chegar a

qualquer conclusão. Sobre esse trecho, o Mestre apenas diz que “podemos levá-las em conta nas

consultas de nossos adeptos”.

Seguem outras citações e os respectivos comentários do Mestre:

Cayce relata mais um caso entre suas leituras espirituais: uma mulher de 49

anos, residente em Nova Jersey, não tinha filhos e seu relacionamento com o marido era

difícil. A resposta à consulta foi a seguinte: “Esta senhora deve desenvolver o talento

excepcional que possui para o ofício de professora. Deve-se divorciar do marido”. (...)

(A Verdade, vol. 05, p. 179).

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Já em outra consulta, Cayce apresenta uma posição totalmente oposta:

Aqui, Cayce aconselha a mulher permanecer no lar, suportando até o fim uma

vida de sacrifício e obediência. Ela é vinte anos mais velha do que o marido. O

relacionamento é difícil – ele é alcoólatra, possessivo, usa de violência contra a mulher e

os filhos. Neste caso, Cayce não fala sobre o problema do carma herdado da vida

anterior. Apenas aconselha a mulher a manter a vida conjugal modificando a disposição

de sua mente: “As causas das dificuldades são a frustração e a interferência excessiva

de um na vida do outro. Não fuja desse relacionamento.(...).

(A Verdade, vol. 05, p. 180)

Comentando sobre a resposta de Cayce a essa consulta, o Mestre nos diz que:

Embora neste caso Cayce não fale sobre o carma recebido de vidas anteriores,

imaginamos que essa mulher poderia saldar a dívida contraída na vida passada dando

ao parceiro aquilo que gostaria de receber dele, nunca o criticando e mantendo aquela

atitude de “indiferença amorosa”. É de supor que, enquanto não acertasse essa dívida,

decisões como fugir da situação em nada lhe aliviariam o futuro ônus da alma.

(A Verdade, vol. 05, p. 180)

Considerando que as respostas são diametralmente opostas e até surpreendentes pelo senso

comum. No primeiro caso, como a relação com o marido era “difícil”, Cayce aconselhou o divórcio

para a mulher se dedicar à profissão, enquanto que, no segundo, em que o problema aparentava ser

muito mais grave (violência e alcoolismo), a orientação foi pela manutenção do casamento. O sagrado

Mestre faz as seguintes ponderações:

O divórcio nem sempre é condenável, mas devemos ser prudentes ao executar

uma decisão como essa. Quem não tem oportunidade de consultar um analista espiritual

não pode saber se o divórcio proporcionará ou não o cumprimento de uma missão mais

importante do que o casamento penoso. Assim, um divórcio precipitado pode apenas

piorar o carma já pesado que uma vida anterior legou.

(A Verdade, vol. 05, p. 181)

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O Mestre cita ainda o Sr. Selminara que analisa a obra de Edgar Cayce:

Ainda segundo Selminara, os cônjuges são atraídos um pelo outro devido aos

“antigos laços”, nunca a uma oportunidade fortuita. Até nas mais desagradáveis relações

conjugais somos conduzidos pela “intenção propositada do Universo”. Nessas relações

estão as oportunidades para o progresso e a evolução da alma. O divórcio é o abandono

voluntário dessas oportunidades, trazendo somente prejuízo ao crescimento da alma.

(A Verdade, vol. 05, p. 182)

E concluiu:

Este ensinamento é muito semelhante ao da Seicho-No-Ie. Para nós, cada um

daqueles que se unem obedecendo à “intenção propositada do Universo” é “a metade de

uma alma que se completa unindo-se à outra”.

(A Verdade, vol. 05, p. 183)

Na sequencia, cita mais uma vez a opinião de Selminara:

Selminara diz, porém, que “nenhum sistema pode prender o ser humano num

relacionamento distorcido, insalubre, que sufoca a alma”. Por mais que o amor seja puro

como uma pérola, não se pode oferecê-lo a um porco perverso e egocêntrico. Qualquer

contrato legal pode ser desfeito quando o parceiro age dessa maneira, e assim também

é o casamento: em tais situações, anular o contrato matrimonial é correto e saudável.

(A Verdade, vol. 05, p. 183)

Essa é a opinião de Selminara, que o Mestre faz menção e que parece aceitar, pelo menos,

em tese. Porém, como se trata de uma consideração abstrata e hipotética, que permite abarcar

diversas situações, não se recomenda que seja pontuada numa atividade para casais, pois poderia

levar casais, ainda não preparados para compreender na totalidade o ensinamento, a enquadrarem

nessa hipótese qualquer “briga” ou “conflito”, sem se esforçarem para buscar uma vida harmoniosa

através do estudo e da oração.

No livro Namoro Casamento e Maternidade, o Mestre também aborda o referido assunto,

porém, da mesma forma, não podemos chegar a conclusões sem analisar todo o conjunto da obra:

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Quando alguém se casar equivocadamente com um(a) parceiro(a) por quem não

sente amor, em vez de ter medo de corrigir isso, é melhor, para a felicidade de ambos,

desfazer logo essa união e iniciar nova vida, buscando uma união verdadeira.

(Namoro Casamento e Maternidade, p. 86)

Diz ainda:

Em linhas gerais, um casamento equivocado é aquele que não teve como base o amor

que se sente nas profundezas da alma. Por exemplo, um casamento efetuado por conveniência

familiar, por conveniência econômica, para satisfazer a vaidade, por compaixão, por sacrifício, por

ter sido enganado, por ter sido coagido etc. Essas uniões não foram realizadas com base no amor

que se sente nas profundezas da alma e, portanto, são falsas. Se, por engano, foi efetuada uma

união falsa, desfazê-la é o caminho de Deus.

(Namoro Casamento e Maternidade, p. 87)

Porém, em outro momento, também ao se referir a casamentos motivados por interesses, a

orientação dada pelo sagrado Mestre não é pela dissolução da união, mas pelo caminho do

arrependimento e da expressão do amor:

E se, assim, examinar a fundo a causa da lassidão que o casal está enfrentando,

encontrar alguma impureza, algo egoístico entre as motivações que o levaram ao

casamento (por exemplo, vantagens econômicas, prazeres carnais), deve refletir que

esse sentimento egoístico atraiu, segundo a lei da atração dos semelhantes, um (a)

parceiro (a) também com objetivos egoísticos. Sem investir contra ele (a), deve se

arrepender de coração “Estou profundamente sentido (a) por tê-lo (a) tratado como

objeto para obter vantagens egoísticas”. E, para reparar o mal, deve passar a tratar o (a)

esposo (a) com toda a gentileza e amor, livre de qualquer intenção egoística. Então,

segundo a lei de atração dos semelhantes, o outro cônjuge também fará o mesmo,

iniciando assim uma vida conjugal totalmente diferente daquela que tinha como objetivo

a autossatisfação.

(Namoro Casamento e Maternidade, p. 159)

Cabe acrescentar ainda que na literatura da Seicho-No-Ie encontramos diversos relatos de

situações aparentemente “insustentáveis” para o senso comum. São casos de traição, violência e

alcoolismo para os quais a orientação dada foi a da aplicação dos ensinamentos da Seicho-No-Ie e

não a de um aconselhamento ao divórcio.

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Deve-se esclarecer que não estamos aqui querendo apontar contradições na obra do sagrado

Mestre, pois não há. Queremos apenas demonstrar que o assunto (divórcio) é repleto de casuísmos

(cada situação é única) e devemos evitar generalizações nesse campo. Dizer simplesmente que a

Seicho-No-Ie é a favor ou contra o divórcio nesses ou naqueles casos, sem um tempo suficiente para

explicações e sem um preparo adequado, não é recomendável numa Atividade para Casais. O tema é

complexo...

Isso porque, se o casal não tiver preparo suficiente para compreender o ensinamento, pode

interpretar o que está sendo transmitido da maneira mais conveniente e cômoda, optando

simplesmente pelo divórcio, sem uma análise e compreensão total da situação, em prejuízo do

próprio aprimoramento do casal. Por exemplo, um marido (ou esposa) com o “ego” aflorado, pode

achar que o outro não deseja mais o aperfeiçoamento da alma através do casamento e decidir-se

pelo divórcio, “amparado ainda na doutrina da Seicho-No-Ie”. Pode pensar também que o outro está

atrapalhando o seu “crescimento espiritual”, sem uma maturidade suficiente ou senso de

responsabilidade pela situação. Já outro, pode interpretar que as brigas constantes estão

atrapalhando o desenvolvimento dos filhos e, sem se esforçar para fazer cessar os conflitos, apenas

optar pela separação.

Cabe ressaltar também que as pessoas buscam justificar as suas ações de diversas formas.

Ora fazem isso recorrendo ao velho jargão “mas todo mundo faz”, ora interpretando conforme lhe for

mais conveniente uma lei, regra, ou ensinamento religioso. Daí o problema de levantarmos esse tema

sem um estudo mais aprofundando ou sem um tempo hábil para reflexão e exposição.

Quando o assunto vier em forma de orientação pessoal ou mesmo em forma de perguntas e

respostas numa atividade aberta, a resposta não deve ser encaminhada no sentido de uma solução

dualista (separa ou não separa), pois essa decisão competirá unicamente ao orientando. Nossa

orientação deve ser sempre pela aplicabilidade do ensinamento.

Por fim, o nosso objetivo não foi esgotar o tema divórcio, que ainda exige muita reflexão,

apenas nos referimos ao assunto no intuito de mostrarmos a sua complexidade e como uma alerta

para que sua abordagem seja evitada em atividades para casais.

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8.4. Sobre a “existência de diversas metades da alma”

Para essas situações de rompimento (ou nos casos em que um dos cônjuges fica viúvo), surge

a pergunta: aquele que se separou poderia se casar novamente? Respondendo a essa pergunta, o

Mestre nos ensina:

Surge então a dúvida: como harmonizar essa afirmação com aquela segundo a

qual o casal é a união de duas metades da mesma alma? Explicamos assim: existem

vários derivados em cada “metade de alma”, como por exemplo:

A: A1 – A2 – A3 – A4 etc.

B: B1 – B2 – B3 – B4 etc.

A e B constituem uma alma completa ao se unirem, mas, quando B se torna

desajustado e desequilibra o progresso apresentado por A, os dois se divorciam. A une-

se novamente, com B1 ou B2, B3 etc., visando sempre o aperfeiçoamento conjunto da

alma. Por isso, ao escolher o parceiro existem vinte ou mais pessoas que podem ser

consideradas como portadoras de “metade” da sua alma. Aqui reside o direito ao

exercício da liberdade.

(A Verdade, vol. 05, 4.ª edição, p. 183)

Contudo, deve-se evitar essa colocação em Atividades para Casais, pois uma não

compreensão acerca da “Nova Visão do Casamento” pode levar um dos cônjuges, sem uma

ponderação mais aprofundada, a pensar que há um desequilíbrio na relação. Ele poderá considerar

que outro está impedindo o seu progresso espiritual quando, na verdade, trata-se apenas de uma

manifestação do “ego”. Pensar de forma simplista que existem diversas outras metades da alma, sem

um entendimento correto sobre a questão, pode fazer com que um dos cônjuges, insatisfeito, busque

em outra relação a suposta outra “metade da alma”. O que seria um evidente engano.

No momento em que nos casamos, passa a existir uma única metade da alma. O homem

eterno e a mulher eterna se unem para formar uma só Vida. Essa compreensão é fundamental para

um casamento feliz, pois quando nos conscientizamos que existe uma única metade da alma, a

relação se torna absoluta e não há necessidade de comparações.

Na “Oração para um matrimônio feliz”, o sagrado Mestre enfatiza isso da seguinte forma:

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Os casados, sendo os felizardos que já encontraram as suas respectivas

“metades da alma” e se completaram, devem agradecer ao seu feliz destino, abençoar-

se mutuamente e alegra-se por essa felicidade. A gratidão, a bênção e a alegria são os

três fatores mentais que permitem preservar eternamente a felicidade conjugal.

Neste momento, conscientizo profundamente a unidade das almas-metades que

se amam mutuamente, a eterna unidade. Para mim, existe uma única metade

correspondente à minha alma. Para o meu cônjuge, existe uma única alma-metade.

Quando medito sobre o milagre do meu lar constituído pela união de duas únicas

metades escolhidas dentre três bilhões de pessoas da Terra, não posso deixar de

agradecer à sábia providência divina.

(Sutra Sagrada A Verdade em Orações, vol.01, p. 36)

Sobre o tema “metades da alma”, podemos encontrar mais informações no livro “Namoro,

Casamento e Maternidade”, capítulo 08 (Para as viúvas que desejam se casar), tópico “A verdadeira

natureza de um casal”.

Considerações finais

Nas páginas anteriores, mencionamos os principais aspectos da “Nova Visão do Casamento” a

serem desenvolvidos numa atividade para casais e destacamos também alguns cuidados que se

devem tomar na orientação dessas atividades. É certo que, a depender do tema que nos for passado,

será ressaltado com mais ênfase um ou outro ponto do que fora exposto. Porém, é sempre

recomendável mencionarmos questões fundamentais para um casamento feliz como, por exemplo, a

expressão do amor.

Apresentamos acima somente alguns aspectos gerais do ensinamento, relacionados ao

casamento, mas que de maneira nenhuma esgotam tudo o que pode ser estudado e dito acerca da

vida conjugal, considerando o vasto material encontrado na literatura da Seicho-No-Ie.

Este material de estudo também não foi feito com o intuito de estabelecer um modelo padrão

de palestra, pois cada Preletor ou Líder da iluminação tem plena liberdade para estruturar suas ideias,

desde que não fuja do foco dessas atividades. Nosso maior objetivo foi o de colaborar na preparação

dos orientadores de atividades para casais e esperamos ter alcançado este intento. Por esse motivo,

ratificamos que este material não foi feito para ser utilizado durante as palestras e estudos, mas – sim

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– para servir de base para a elaboração (consulta prévia) dessas por parte dos orientadores. Não

imprimir este material representa uma ação importante de proteção ao meio ambiente.

Fica o convite ainda para que este texto seja aprimorado através de novos e contínuos estudos

e das experiências que os senhores(as) terão, ao orientar diversas reuniões, conferências e

seminários para casais.

Por fim, só podemos dizer que o casamento é uma dádiva de Deus e que viver essa

experiência fabulosa, de uma forma harmoniosa e feliz, depende apenas da correta compreensão da

Verdade!

Bons estudos, boas palestras e uma vida conjugal feliz para todos!

Departamento de Casais da Seicho-No-Ie do Brasil