DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de...

47
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE DEPARTAMENTO DE DESIGN GRADUAÇÃO EM DESIGN FATORES RELEVANTES NA CONSTRUÇÃO DE MOLDES PLANOS DE CALÇA JEANS PARA MULHERES COM MANEQUINS ENTRE 46 E 50. JUSSIÊ BRASILIANA DE ARRUDA Caruaru 2012

Transcript of DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de...

Page 1: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

DEPARTAMENTO DE DESIGN

GRADUAÇÃO EM DESIGN

“FATORES RELEVANTES NA CONSTRUÇÃO DE MOLDES PLANOS DE CALÇA

JEANS PARA MULHERES COM MANEQUINS ENTRE 46 E 50”.

JUSSIÊ BRASILIANA DE ARRUDA

Caruaru 2012

Page 2: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

2

JUSSIÊ BRASILIANA DE ARRUDA

Projeto de graduação de design

apresentado como requisito para

obtenção do grau de bacharelado em

Design da Universidade Federal de

Pernambuco, Centro acadêmico do

agreste.

ORIENTADORA: Profª. Dra. Dorivalda Santos Medeiros Neira.

Page 3: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

3

Catalogação na fonte

Bibliotecária Paula Silva CRB4 - 1223

A779f Arruda, Jussiê Brasiliana de.

“Fatores relevantes na construção de moldes planos de calça jeans para mulheres

com manequins entre 46 e 50”. / Jussiê Brasiliana de Arruda. - Caruaru: O autor,

2012.

46f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Dorivalda Santos Medeiros Neira

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de

Pernambuco, CAA. Design, 2012.

Inclui bibliografia.

1. Modelagem plana. 2. Calça jeans. 3. Vestuário feminino. I. Neira, Dorivalda Santos Medeiros (orientadora). II. Título.

740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2012-101)

Page 4: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

4

Profª. Ms. Tercia Walfridia Lima Nunes

2ª Avaliadora

Profª. Drª. Dorivalda Santos Medeiros Neira

Orientadora

Profª. Drª. Ana Paula Celso de Miranda

1ª Avaliadora

Page 5: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

5

Dedicado á

Em especial a minha mãe Irene

Meus irmãos,

Ao meu esposo Edvandro,

Ao meu filho Juão e

A minha irmã Au.

Page 6: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter permitido mais uma conquista na minha vida, e por estar

sempre ao meu lado em todos os momentos.

Agradeço a minha mãe por acreditar em mim, e por me encorajar a seguir em frente

nos momentos mais difíceis durante todo o trajeto acadêmico, e sempre!

Agradeço a todos os meus irmãos que de alguma forma contribuíram para mais essa

vitória, e em especial a Josefa Maria de Arruda (Au), por ficar com o meu filho na minha

ausência, ou seja, a semana toda!

Agradeço ao meu esposo Edvandro Serafim dos Santos pelo apoio emocional, físico e

financeiro, que foi de grande importância nessa reta final.

Agradeço a meu filho Juão Serafim Arruda dos Santos pelo amor e o carinho. Pois

com certeza vem dele a vontade de seguir em frente e o encorajamento para enfrentar todas as

dificuldades encontradas no meu caminho.

Um agradecimento mais que especial, a minha orientadora Dorivalda Neira. Agradeço

pelo tempo disponível, pelo carinho e a clareza nas orientações. A Ana Paula Celso de

Miranda por também fazer parte desta conquista.

Page 7: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

7

LISTA DE FIGURAS

2.1 MOLDE DA CALÇA JEANS .....................................................................................22

2.2 AUMENTOS NA PONTA DO GANCHO E NA ALTURA DO GANCHO...............23

2.3 MÉTODOS PARA AUMENTAR A REGIÃO DO GLÚTEO.....................................25

3.4 MOLDE DE BASE FINALIZADO...............................................................................32

3.5 MODELO DE FICHA TÉCNICA...................................................................................34

3.6 CONFECÇÃO E ESTUDO DOS MOLDES..............................................................35

3.7 MOLDES DE TRABALHO OU INTERPRETADO.....................................................36

3.8 PEÇA PILOTO EM ESCALA REDUZIDA...............................................................38

3.9 PEÇA PILOTO EM PROCESSO DE ADEQUAÇÃO AO CORPO..........................39

3.9.1 MODELO FINAL, CALÇA JEANS PROPOSTA COM AS ALTERAÇÕES........40

LISTA DE QUADORS ETABELAS

3.1 MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO........................................................27

3.2 MEDIDAS DA MODELO DE PROVA.......................................................................28

3.3 MEDIDAS PADRÃO DO CORPO HUMANO............................................................31

3.4 MEDIDAS DA MODELO DE PROVA.......................................................................31

Page 8: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................14

2.1. A MODA E O SOBREPESO FEMININO.................................................................14

2.2 A E ACALÇA JEANS.................................................................................................15

2.3 QUESTÕES ERGONÕMICA DA CALÇA FEMININA.............................................17

2.4 ANTROPOMETRIA E MODELAGEM INDUSTRIAL BRASILEIRA....................18

2.5 PRINCIPAIS CONCEITOS EM MODELAGEM PLANA INDUSTRIAL...............21

2.6 ASPECTOS RELEVANTES PARA AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES NO MOLDE

BASE DA CALÇA.................................................................................................... ..............22

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.....................................................................26

3.1 FORMULAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO NAS ENTREVISTAS....27

3.1.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS............................................28

3.2 PROPOSTAS DE UMA MODELAGEMDIFERENCIADA DE CALÇA JEANS

PARA MULHERES QUE USAM MANEQUIM COM NÚMERAÇÃO ENTRE OS

TAMANHOS 46 E 50.............................................................................................................30

3.2.1 DESEMVOLVIMENTO DO MODELO PROPOSTO..............................................30

3.2.2 DESENVOLVIMENTO DA MODELAGEM PROPOSTA.....................................34

3.2.3 TESTE COM USUÁRIA...............................................................................................36

4. CONCLUSÕES.............................................................................................,,,...................39

Page 9: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

9

RESUMO

O designer de moda começa a projetar um produto quando identifica as necessidades

dos consumidores. Para atender as necessidades de mulheres que usam calça jeans com

numeração entre os tamanhos 46 e 50, foram realizadas pesquisas de campo, bibliográfica e

na internet. Neste estudo foram levados em consideração apenas os problemas comuns entre

as usuárias, sabendo que a silueta do corpo varia de pessoa para pessoa. Os problemas

relatados pelas entrevistadas foram alvo deste estudo, alguns problemas como: comprimento

da barra (calça), pences na cintura, e outros comuns, foram classificados como casos isolados,

e não foram levados em consideração. Estas mulheres que usam calças jeans com numeração

entre 46 e 50 se dividem em dois grupos de consumidoras. As mulheres que usam calças jeans

de tamanho considerado grande para os padrões estéticos de beleza, mais que assumem o

corpo típico das mulheres brasileiras gostam de se mostrarem e de se exporem. A usuária que

faz compras, baseadas na mídia, (televisão, revistas, internet, etc.) amigos entre outros meios

de propaganda em geral, não se encaixam nesta pesquisa. O objetivo desse estudo estar

destinado para mulheres que usam calças jeans no tamanho entre 46 e 50 e, independente de

ter o corpo típico de mulher brasileira, faz opção por roupas menos ousadas, preza pelo

conforto do corpo e o caimento da peça; costumam se fidelizar a uma marca opta pelo

tradicional. Trabalho, ou é dona de casa, tem família, e se relaciona com pessoas de culturas e

costumes diferentes.

Palavras Chave: Modelagem plana, calça jeans, vestuário feminino.

Page 10: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

10

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo se deu pelo fato de que as mulheres que usam calça jeans entre os

tamanhos 46 e 50, não se enquadram nos padrões estéticos de beleza, por terem o corpo típico

de mulher brasileira, com os glúteos (nádegas) grandes, e o quadril largo.

Geralmente, o mercado visa apenas dois públicos: mulheres que têm o corpo magro e

mulheres que têm o corpo gordo. Àquelas que usam calça jeans de número intermediário

vivem momentos de frustração quando tentam fazer compras.

Certamente, empresas que fabricam jeans, usam moldes e gradua (escala de

tamanho) os moldes, utilizando a tabela de medidas antropométricas com proporções do corpo

iguais para todos os tamanhos. Observa-se que mulheres e adolescentes usam calça jeans com

numerações grandes, com o mesmo modelo.

Provavelmente esse tipo de calça jeans não proporciona conforto, segurança, e

acomodação do corpo, além de poder também limitar os movimentos. Embora muitas dessas

mulheres realizem a compra só pelo prazer e o desejo de ter a marca. Na ergonomia, o corpo

humano é o ponto de partida, para o correto dimensionamento de um produto. Portanto, a

escala humana é referência. Isso implica levar em consideração que pode haver semelhanças,

mais nunca igualdades entre os seres humanos. Não é o usuário que deve se adaptar ao

produto e sim o inverso. PIRES (2008).

Em alguns casos, há uma preocupação emocional e psicológica, em afirmar para as

outras pessoas que usam um número de calça a menos do que o real, com a finalidade de

constrangimento, e conforme vai aumentando a numeração das calças eleva ainda mais, o

grau de dificuldade para essas usuárias. SELLTIZ (1987)

Durante o processo de construção de moldes, as proporções do corpo podem ser

modificadas com facilidade por meio de vários métodos de construção dos moldes. Uma

mudança na altura da bainha, cintura, bolso, costura ou posição da pence, por exemplo, é

capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com

técnicas (modelagem, corte, costura) especificas no processo de confecção. A escolha da

textura e da cor do tecido também influencia o efeito total transmitido pelo corte e pela forma

de uma roupa. FISCHER (2010)

Todas as mulheres são engajadas, de certa forma, no gerenciamento de sua aparência.

Esta preocupação acontece porque existe a percepção, de observar e fazer avaliações baseadas

em como as pessoas se apresentam. A aparência de uma mulher é o primeiro estágio de

Page 11: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

11

interação com meio em que vive, depois vem a roupa como um formulário de identificação de

transporte dos valores e da opinião. MIRANDA (2008)

O sociólogo Lipovetsky acredita que em alguns casos o uso da calça jeans busca uma

imagem de mulher mais livre em movimentos, mais sexy e mais descontraída. Esse tipo de

vestimenta pode representar uma força emocional que não necessita refletir diretamente os

sentimentos ou posição social de qualquer um que use, pois, são roupas usadas por todos, pelo

simples fato de serem integrante de um circulo. CATOIRA (2006).

Portanto este estudo tem o objetivo de avaliar por meio de entrevistas os problemas

mais relevantes relacionados ao uso da calça jeans nos tamanhos entre 46 e 50, a fim de

entender quais são as maiores dificuldades vividas por essas usuárias e após essa análise,

propor modelagens diferenciadas que busquem satisfazer as necessidades identificadas.

GRANDE ÁREA

Design de moda/Tecnologia do Vestuário

ÁREA ESPECIFICA

Tecnologia do Vestuário. Modelagem Plana Manual. Montagem e Pilotagem. Calça

Jeans feminina com numeração entre os tamanhos 46 e 50.

PROBLEMATIZAÇÃO

O Jeans transcende a Moda! Como pessoas com sobrepeso podem se sentir

confortáveis usando uma calça jeans? Que fatores incentivam ou desestimulam as mulheres

com sobrepeso a usarem calça jeans? É possível corrigir as queixas das usuárias durante o

processo de modelagem da peça? Quais fatores devem ser levados em consideração

respeitando a silhueta dessas usuárias?

Page 12: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

12

PERGUNTA DE PESQUISA

A maioria das calças jeans confeccionadas para mulheres que usam tamanhos entre

46 e 50 não proporcionam conforto nem caimento?

RESPOSTA DE PESQUISA

Identificação de elementos constitutivos na modelagem das calças jeans que

corresponda às expectativas desse público.

OBJETIVO GERAL

Avaliar as queixas das usuárias de calças jeans, nos tamanhos entre 46 e 50 e propor

um molde diferenciado para atender as expectativas das usuárias.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar fatores que influenciam o uso de calças jeans por mulheres com

numeração considerada grande (46 e 50).

- Analisar as calças cuja modelagem favorece a silhueta das usuárias.

- Analisar como se dar o processo de escolha e adequação desse produto pelas

mulheres

Page 13: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

13

JUSTIFICATIVA DO TEMA ESCOLHIDO

Através de análises empíricas, percebeu-se que mulheres que usam manequim entre os

tamanhos 46 e 50 sentem dificuldades em comprar calças jeans em lojas convencionais, lojas

de departamento, shopping Center e etc.

A calça foi um vestuário escolhido pelos jovens, que nunca deixou de ter um

significado próprio - todas as pessoas querem ter um jeans - alguns autores, como Valerie

Steele e Ana Martinez, veem o jeans com o dispositivo de sedução e expressão, pois ele

transformou a cultura individualista fundamentada no culto do corpo – efeito de marcar os

quadris, alongar as pernas - e a busca por sensualidade. CATOIRA (2006).

Muitas das necessidades de uso das mulheres são satisfeitas pelo vestuário, isso ocorre

devido ás funções que a roupa exerce sobre o corpo. A natureza do uso de uma peça de roupa

deve garantir e satisfazer as necessidades das pessoas que pagam por ela. LÖBACH (2009)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE através do senso de 2010

realizou uma pesquisa referente ao aumento de peso da população brasileira, os resultados

vêm dar suporte a importância desta pesquisa, pois o aumento de peso da população tem um

impacto direto na indústria do vestuário, consequentemente na modelagem da calça jeans e

em todo processo de confecção.

A evolução no índice de sobrepeso entre homens e mulheres, no Brasil vem

aumentando consideravelmente desde 1974-1975, datado pelo IBGE, o número de mulheres

acima do peso representavam um percentual de 20% a menos que os homens. Em 2008-2009.

A diferença entre homens e mulheres caiu para 5%, no Brasil.

Page 14: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para esse estudo foram feitas pesquisas bibliográficas, tomando como base autores

cujo seus estudos se adequaram a este projeto. Foram utilizados médotos práticos e teóricos

para o desenvolvimento desta fundamentação.

2.1 A MODA E O SOBREPESO FEMININO

Todas as sociedades formam uma ideia de beleza. Desde

jovens nos comparamos uns com os outros, objetivando o próprio corpo

e os corpos das outras pessoas. Essas impressões são reforçadas pela

opinião coletiva. Ser magro e musculoso é considerado um indicador de

juventude, vida ativa, autocontrole sobre o corpo, e sobre o peso. No

mundo da moda, durante o último século houve uma tendência

significativa para usar modelos esquálidas, com um aspecto doentio e

miserável. Fomos tão acostumados a ver modelos absurdamente magras

nas revistas e nos anúncios da televisão, que mulheres com peso normal

se consideram gordas. Somos irrealistas em relação ao aspecto

verdadeiro do corpo. JONE (cap.3, pag.78.2005)

Pessoas com sobrepeso, geralmente ficam constrangidas ao falar sobre ao assunto, e

principalmente sobre a numeração de roupa que usa. Algumas chegam até mesmo a afirmar

que usam um número de roupa inferior ao seu tamanho. Esse tipo de comportamento é

comum principalmente entre as mulheres.

A busca pela beleza corporal nos faz desde jovens nos comparamos uns com os outros;

objetivamos o nosso corpo e os dos outros. Ser magro e musculoso é um indicador de

juventude e vida ativa, sabe-se que o ideal é ter a aparência saudável e feliz, durante o ultimo

século houve uma tendência significativa para usar como padrão de beleza modelos esquálido

com especto doente e miserável.

A beleza é uma raridade, e por isso aquelas que são consideradas belas não são

representativas das massas. Menos de 5% das mulheres têm as medidas de uma modelo de

moda. Hoje as modelos pesam 23% menos que a média das pessoas. Fomos tão acostumados

Page 15: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

15

a ver modelos magras nas revistas e anúncios que mulheres de peso normal se consideram

gordas. JONES (2005)

2.2 A MODA E A CALÇA JEANS

Segundo Pezzolo (2007) a palavra jeans é originaria de Gênes, nome francês da cidade

de Gênova, cidade italiana onde os marinheiros usavam calças resistentes para trabalhar,

confeccionadas com tecido Denim. O Denim é um tecido de algodão com armações em sarja.

A denominação vem do fato de ter sido feito originalmente em Nimes na França.

A história do jeans teve inicio em 1847 quando o jovem Levis Strauss deixou a

Baviera, atual Alemanha, para tentar fazer fortuna em Nova York. No entanto só na década de

1940 após a Segunda Guerra Mundial, o Denim (tecido jeans) foi usado na moda para uso

diário, só a partir de então começou a produção para diversas atividades de trabalho e lazer.

Em 1950, o cinema e o rock exerceram influência para que os jovens adotassem o

jeans como estilo de vida. Com a entrada definitiva do jeans na indústria da moda, o tecido

tradicional ganhou variações, nas cores, na textura, introdução dos fios de elastano, lavagens e

etc.

A produção em larga escala de calça jeans é padronizada. Geralmente a empresa se

apropria de uma tabela de medidas e faz algumas modificações para atender seu público. O

estudo da Textile/ Clothing Technology Corporation, de 1996, revelou que metade de todos os

usuários americanos não consegue encontrar roupas prontas adequadas às dimensões do

corpo. PIRES (pg.34. 2008)

Desde o início da história da humanidade, foram inventadas muitas maneiras de cobrir

o corpo, mas a moda foi uma invenção diferente. Surgiu no final da Idade Média, com a

burguesia propondo um sistema novo em que se tornou obrigatório para a sociedade

ocidental. A fase que se pode considerar como o início da moda, remonta a metade do século

XIV, uma época em que ao mesmo tempo artesanal e aristocrata, se cobriam com vestes que

revelavam seus traços sociais e estéticos.

Page 16: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

16

As mulheres que aprenderam a usar calças compridas serviam-se do jeans urbanos,

masculinos, confeccionados sem concessões às formas femininas, numa atitude libertadora. O

povo acabava convencido de que as calças jeans eram antimoda e romperam os padrões da

época.

O jeans que nasceu rústico e masculino rendeu-se aos caprichos do segundo sexo, e se

tornou a veste de toda juventude. Na verdade, o jeans já começou a sua trajetória como um

elemento globalizado, e virou febre em todo mundo.

No Brasil as calças Rancheiras eram vendidas em lojas de departamentos

para atender as necessidades dos jovens brasileiros. Na metade dos anos 60, ganhou destaque

com o novo mito da musica jovem, Roberto Carlos. Nos anos 70, a moda une exotismo e

folclore com o uso de calças com flores. Logo após, não só cobre o corpo, mais serve também

de tela artística para inspirações individuais ou dentro de grupos.

Nos anos 80, o jeans mostra duas fases, um novo ídolo da musica, Michael Jackson,

que lança um estilo break – que hoje é conhecido como street dance. No ritmo das discotecas

e do bailarino John Travolta, com o brilho das pistas de dança. Nos anos 90, o tecido ganha

detalhes, bordados, brilho, galões, taxas rendas. Na mesma década fazendo um contraponto de

estilo, o minimalismo tira o exagero e o jeans volta a ser básico. Hoje quem usa esse tipo de

calça, é um eterno jovem e continua refletindo suas aspirações. CATOIRA (2006)

Pois o jeans transcende a moda desde o tempo da jovem guarda, e ainda hoje é visto

como um vestuário jovem, e versátil carregado de expressões. A calça jeans com certeza tem

é alvo de desejado por muitos consumidores.

De acordo com as entrevistas, o fator que incentiva o uso da calça jeans por essas

mulheres, seria o fato de fazer referência a um estilo de vestuário jovem, é um produto de

interação na sociedade. È de uso comum entre todas as classes sociais, de ser um vestuário

com influência sobre a aparência, e a personalidade da pessoa que usa. Há uma

desestimulação com relação ao uso do jeans por pessoas com sobrepeso, por parte das

empresas de confecção, que limita sua produção, ao corpo magro e esbelto.

Page 17: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

17

2.3 QUESTÃO ERGONÔMICA DA CALÇA FEMININA

O termo ergonomia ou ciência do trabalho tem origem grega ergue (trabalho) e nomos

(leis, regras) foi cunhada em 1857, pelo polonês Yastembowski. Os estudos relativos à

ergonomia tiveram inicio durante a primeira guerra mundial (1914-1918) com os problemas

da atividade bélica. Porém, 1949 é considerado o ano de nascimento da ergonomia.

MARTINS (2008)

Para a ergonomia aplicada à moda, o corpo humano é o ponto de partida para o correto

dimensionamento de uma peça do vestuário. As medidas antropométricas são pontos de

referência. Isso implica em levar em consideração que somos semelhantes em formas e

tamanhos, mas nunca iguais. Critérios de usabilidade devem apresentar conforto e adequação

aos usuários. PIRES (2008)

Quando se trata de calça feminina o volume da circunferência da cintura fica

representado por pences, mais o volume dos glúteos (nadegas) geralmente é visto como uma

figura plana, com pouca representatividade na modelagem. O dimensionamento adequado do

vestuário é tão importante para o usuário quanto os aspectos de conforto, segurança, proteção

e estética. JONES (2005)

Figura 2.3 Calças com modelagens inadequadas para mulheres. flickr.com

Page 18: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

18

2.4 ANTROPOMETRIA E MODELAGEM INDUSTRIAL BRASILEIRA

A antropometria é um método de aplicação científico das medidas do corpo humano

que respeita as diferenças entre indivíduos de raças e grupos sociais. O termo antropometria é

de origem grega, sendo que anthropo quer dizer homem e metry significa medidas.

ROEBUCK (1975)

A antropometria é subdividida em duas áreas: antropometria Estatística ou Estrutural e

antropometria Dinâmica ou Funcional.

Segundo Pires, a antropometria Estatística ou Estrutural a aborda as medidas do corpo

em posições padronizadas, sem movimentos. São medidas muito utilizadas no processo da

alfaiataria e que podem ser usadas na modelagem de vestuário do tipo social. Já a

antropometria Dinâmica ou Funcional aborda as medidas do corpo, levantadas durante um

movimento associado à determinada atividade. São funções adequadas para o projeto e

modelagem de vestuários esportivos.

Para a produção de calça jeans feminina em larga escala, o conhecimento e a

padronização da numeração baseadas nas medidas e proporções do corpo feminino, são

fatores de base no sucesso comercial da indústria. PIRES (2008)

No Brasil não há uma padronização das tabelas de medidas para a confecção de

roupas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estipulou em 1995 as medidas

que correspondem à numeração de busto e cintura das roupas. Embora a ABNT esteja

tentando efetivar um censo antropométrico brasileiro, o que tem acontecido é uma alteração

generalizada da modelagem dos produtos adotada pelas marcas de todo o país em duas

formas. Reduzindo as dimensões dos tamanhos (tamanho 40 com dimensões de 38)

instituindo um padrão de roupa para mulheres com o corpo magro. Aumentando as dimensões

dos tamanhos, fazendo parecer que às pessoas que estão mais magras e vestindo se com

tamanho menor.

As proporções do corpo feminino podem ser observadas pela forma que analisamos

uma peça de roupa. Pode-se imaginar ou criar ilusões sobre as proporções e medidas através

Page 19: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

19

do vestuário. Essa percepção dá a informação de onde mudar o lugar das costuras ou dos

detalhes. Para mulheres que usam calça jeans com numeração entre os tamanhos 46 e 50 se

faz necessário tomar decisões relativas ao tamanho de corpo para o qual se está criando, ou

mapeando todos os aspectos, com definições claras sobre quais os tipos de modelagens

valorizam o corpo.

O fator mais importante para o desenvolvimento de uma modelagem é a exatidão das

medidas, pois dão perfeição ao molde e economizam tempo. As medidas exatas tiradas rentes

ao corpo são necessárias para o desenvolvimento das bases. Qualquer acréscimo deve ser feito

depois que for executada a modelagem.

Peça-piloto é o nome dado a primeira peça confeccionada de um modelo, o modelo de

prova é uma pessoa que possua as mesmas medidas do molde base, é usada para provar a

peça-piloto. Durante a prova, fazem-se as marcações e todos os acertos necessários na peça. A

seguir transferem-se os acertos e marcações para o molde final. (PESSOA, 2003).

Os estilistas produzem uma série de idéias que serão passadas para o papel em forma

de croqui, (croqui desenho a mão livre). Um croqui não precisa ser uma perfeita cópia da

roupa, alguns detalhes da figura não precisam ser representados (rosto, mãos, pés etc.) o

objetivo do croqui é ajuda na trajetória da criação. O croqui deve trazer informações claras,

para que o modelista consiga entender qual a idéia que o estilista quer passar atraveis do

espoco de um desenho.

Após definido o croqui, o próximo passo é junta os desenhos a coleção. O modelista

com técnica de modelagem irá reproduzir os moldes em papelão. Os moldes devem servir de

base para o corte do tecido, e os tecidos já cortados deve seguir para linha de produção. Nesta

fase da pesquisa deve incluir uma análise extensiva dos objetivos. Entender para quem se está

desenhando. É importante identificar o mercado alvo, e o perfil, a idade e o sexo. MORRIS

(2007).

As referências do corpo para confecção da calça, de acordo com a norma NBR 14842.

2007 são referenciadas por PIRES (2008).

Page 20: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

20

1. Altura da cintura: distância vertical entre o ponto mais baixo do cotovelo,

com o antebraço dobrado em ângulo reto e a região plantar (solo), na posição ereta.

2. Altura do entrepernas: distância vertical entre o períneo (região dos órgãos

genitais) e a região plantar (solo), na posição ereta.

3. Extensão lateral externa da perna: extensão entre a linha da cintura e a

região plantar (solo), em posição ereta, acompanhando lateralmente o contorno do corpo até a

largura máxima do quadril, e a partir deste ponto verticalmente até o solo.

4. Extensão lateral entre a cintura e o baixo quadril: extensão entre a cintura e

o baixo quadril, acompanhando lateralmente o contorno do corpo.

5. Extensão lateral entre a cintura e o alto quadril: extensão da linha entre a

cintura e o quadril acompanhando lateralmente o contorno do corpo.

6. Comprimento da cintura até os joelhos: distância entre a cintura e o centro

da patela (rótula) em posição ereta.

7. Comprimento entre a cintura e o tornozelo: distância entre a cintura e o

maléolo (proeminência óssea do lado de fora do calcanhar), em posição ereta.

8. Distância entre a virilha na altura do perínio: (região do órgão genital), no

plano frontal.

9. Comprimento do montante: distância entre a cintura e a superfície horizontal

plantar (rígida), na qual o individuo estar sentado, com as pernas em ângulo reto.

10. Altura posterior a perna: distância vertical entre o fosso poplíteo (cavidade

atrás do joelho) e a região plantar (solo), com o individuo sentado.

11. Distância entre o fosso poplíteo e a região da glútea: distância horizontal

entre o fosso poplíteo (cavidade atrás do joelho), e o plano que passa pelo ponto posterior

mais proeminente da região glútea, com o individuo sentado, com as pernas formando um

ângulo reto.

12. Altura do calcanhar: distância vertical entre o ponto de reflexão acima da

tuberosidade do calcâneo (parte mais proeminente do calcanhar) e a região plantar (solo).

13. Perímetro da cintura: perímetro do tronco no nível médio entre as costelas

mais baixas e a crista superior do ilíaco.

14. Perímetro do quadril: perímetro passando pela espinha ilíaca ântero-

posterior.

Page 21: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

21

15. Perímetro do baixo quadril: maior perímetro do quadril, passando pela região

glútea (nadigas).

16. Perímetro da coxa: maior perímetro da coxa.

17. Perímetro do joelho: perímetro passando pelo centro da patela (rótula), em

posição ereta.

18. Perímetro do tornozelo: perímetro passando pelo maléolo lateral

(proeminência óssea do lado de fora do calcanhar).

Recomenda-se de acordo com Duarte e Saggese (2010) que estas medidas sejam

tiradas.

2.5 PRINCIPAIS CONCEITOS EM MODELAGEM PLANA INDUSTRIAL

Peça piloto: a pilotagem se dar pela confecção de uma perça de roupas com a

finalidade de fazer alterações e ajustes para obter o caimento desejado ao corpo, e logo após

com base nos procedimentos de melhoria, fazer as correções no molde de papel. JONES

(2005)

Molde base: os moldes de base da calça jeans è composto por duas partes: a primeira

compreende a parte da cintura até o gancho, passando pelo quadril, e a segunda corresponde

às pernas. Pode-se alterar: altura da cintura, comprimento do gancho, a largura no quadril e

pernas, modificando assim o estilo da calça.

O molde base não inclui margem de costuras ou folgas, os acréscimos nas margens de

costura variam de indústria para indústria, e as folgas variam de acordo com o modelo e o

efeito desejado. DUARTE E SAGGESE (2010)

Molde de trabalho ou molde interpretado: no molde de trabalho ou interpretado

deve conter todas as informações necessárias para confecção do vestuário, desde as margens

de costuras, folgas, dobras do tecido, números da partes para cortes, representação de pregas,

franzidos, furos, piques, número de partes, etiqueta da empresa e etc.

Page 22: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

22

As peças do molde são contornadas com um lápis macio ou giz de alfaiataria, e as

posições das pences e bolsos são marcadas através dos buracos no molde de papel. JONES

(2005)

2.6 ASPECTOS RELEVANTES PARA AVALIAÇÃO E ALTERAÇÕES NO

MOLDE BASE DA CALÇA.

Como discutido anteriormente o molde base serve de referência para a variação e

alteração no molde que será proposto.

Para confeccionar o molde da calça jeans é necessário antes fazer a interpretação do

molde base. De acordo com o método descrito por DUARTE E SAGGESE (Pag. 194. 2010).

Propõe-se uma alteração nas bases da calça como mostrado na figura 2.1 e descrito a seguir.

Figura 2.1 Molde da calça jeans DUARTE E SAGGESE (2010).

Page 23: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

23

O método sugere desenhar as bases da frente e das costas nivelando pela bainha da

calça. Em seguida fazem-se as alterações desejadas de acordo com a Fig.2.1. Afunilar a

largura das pernas, etc.

AB= Descer a cintura 3 cm; Pala das costas, BC = 6 cm/ BD = 3 cm; Afunilar as

pernas até a altura do quadril; Eliminar as pences das costas e da frente, compensando sua

largura no centro das costas e no centro da frente; E desenhar o bolso da frente, o bolso das

costas, e a braguilha.

De acordo com o livro MOLDES E MEDIDAS (2012) para executar as modificações

e fazer os ajustes nos moldes da calça, o segredo é optar por fazer os procedimentos de

aumento no gancho. Para aumentar o molde da calça, se faz necessário usar as medidas dos

quadris, mesmo que ele seja muito largo. Será mais simples reduzir a linha da cintura do que

aumentá-lo.

Alterações no gancho; uma pequena mudança no gancho pode melhorar o caimento da

peça de roupa ou valorizar a silhueta de mulheres com glúteo grande ou achatado. O ajuste na

ponta do gancho, ou na intersecção da costura da parte interna da perna, pode aumentar ou

diminuir a área mais alta das coxas. MOLDES E MEDIDAS (2012)

Figura 2.2 Aumento na ponta do gancho e na altura do gancho. MOLDES E MEDIDA (2012)

Page 24: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

24

As alterações propostas são para mulheres que apresentam volume maior nas regiões

do quadril, coxas e glúteos, e que sentem algum tipo de dificuldade em usarem calças jeans,

devido às proporções do corpo.

A figura 2.2 exemplifica como são realizados os procedimentos para fazer o aumento

na ponta do gancho do molde. Para efetua esse procedimento se faz necessário colocar um

papel por baixo do molde de papel e traça a nova ponta de gancho, que será maior do que o

normal desenhe de novo a costura interna da perna a partir da nova ponta do gancho.

Faça um corte no molde base na linha de alteração (mais ou menos na altura da linha

do contorno do quadril) desde o gancho até a linha da costura externa da perna, com as mãos

afaste as partes na medida necessária, coloque um papel por baixo do molde, para pode fazer

as alterações necessárias e adequadas ao publico alvo em questão. MOLDES E MEDIDAS

(2012).

Outro método para aumentar o molde da calça na região das nadegas, será conveniente

fazer um modelo de prova e um molde básico. O molde de prova terá a função de peça

experimental. Esta peça será destinada apenas para resolver os problemas de ajustes e

caimento, depois que todas as alterações forem concluídas, os resultados serão transferidas

para o molde de base. Esse procedimento está descrito no Grande Livro da Costura (1977).

Page 25: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

25

Figura 2.3 Método para aumentar a região do glúteo (nadegas). O GRANDE LIVRO DA

COSTURA (1980)

A figura 2.3 apresenta os procedimentos de ajustes e folgas na modelagem de calças,

com a finalidade de proporcionar conforto e segurança para as usuárias com sobrepeso. Para

tanto se faz necessário o uso de uma peça piloto e uma modelo de prova, e assim fazer as

possíveis alterações desejadas na região dos glúteos e coxas.

O procedimento se dar da seguinte forma: com a calça em uso e bem justa ao corpo da

modelo de prova, abre-se um corte na peça piloto partindo do centro das pences na altura do

cós, como mostra a figura 2.3, e segue descendo até a altura dos joelhos ou a 2,5 cm acima da

barra, e volte a fazer mais um corte abaixo do ápice das penses no sentido horizontal, em

seguida preencha os espaços com retalhos de tecido.

Para unir as pences, use alfinetes para alinhavar o tecido seguindo as linhas da costura

primitiva, em seguida transfira cuidadosamente as alterações para o molde cortando e

afastando as partes alteradas, tal como ficou no modelo de prova, para assim poder obter o

efeito desejado de caimento e adequação ao corpo das usuárias em questão. A calça é uma

peça tridimensional que se relacionam com o corpo e alteram-se seus ângulos conforme o

movimento do corpo, a silhueta da calça pode acompanhar o contorno do corpo ou alterá-lo.

TREPTOW (2007)

Page 26: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

26

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos adotados no estudo e avaliação dos resultados foram

norteados por meio de levantamento de dados qualitativos e quantitativos. Foram realizadas

entrevistas com mulheres que usam calça jeans nos tamanhos entre 46 e 50. Possíveis

alterações da peça (calça) foram levantadas e analisadas de acordo com os resultados das

entrevistas.

A seguir relata-se uma breve descrição do método de pesquisa para norteamento das

entrevistas. Foram utilizados os métodos de observação não participante (direito e esquerdo).

O método direito Possibilita o contato do pesquisador com o seu objeto de estudo,

relatando informações, registrando fatos e situações importantes para a análise do estudo.

Exige a utilização de um protocolo de observação e diário de campo.

Na observação direta o observador está fisicamente presente e monitora pessoalmente o que

ocorre COOPER e SCHINDLER (2003). O pesquisador enquanto observa deve ser imparcial

tendo cuidado para não transmitir suas opiniões e julgamentos. MARTINS (2008)

Já no método de observação indireto o pesquisador faz observações enquanto o

usuário faz a prova do produto utilizando de meios mecânicos, como a fotografia, neste caso a

pesquisadora fotografa pontos importantes para a pesquisa. É muito menos tendenciosa e

muito mais acurada que a observação direta COOPER E SCHINDLER (2003).

Ainda segundo o autor as fotografias tornam-se um instrumento que aumenta as

chances de análise dos fenômenos observados, capaz de revelar aspectos físicos importantes

dos dados, oferecendo um registro concreto dos materiais utilizados. Logo, essas reflexões

foram utilizadas para análise dos resultados que motivaram as entrevistas e a prova da peça

final.

Para esse estudo se fez necessário tira as medidas de uma pessoa real para fins de

comparação com a tabela de medidas do corpo humano. Ao explorar tais medidas (tabela do

corpo humano, e as medidas reais do corpo), é provável que elas não correspondam, pois o

Page 27: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

27

processo de confecção dos moldes segue padrões de normas e medidas. Por isso, para atender

as necessidades desse estudo, os ajustes nos moldes são inevitáveis.

3.1 FORMULAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO PARA AS

ENTREVISTAS

A pesquisa foi justificada junto às entrevistadas, considerando importância dos relatos

para aplicação do estudo, além de dar garantias por escrito de que os dados seriam usados

apenas no meio acadêmico e que nenhum nome real das pessoas envolvidas seriam

identificados.

Foram realizadas 19 entrevistas com mulheres cujos padrões estéticos de beleza do

atendessem os objetivos desse estudo. As mulheres em questão residiam nas cidades de

Caruaru e Camocim de são Félix, na faixa etária entre 25 e 45 anos de classe social variada,

emprego fixo e família. E todas relataram que usam ou já usaram uma calça jeans.

Mostraram-se interessadas no assunto, e algumas falaram abertamente sobre os problemas e

as dificuldades enfrentadas.

No quadro 3.1 está mostrando as três perguntas que foram feitas às usuárias de calça

jeans.

Idade Profissão:

1º Você compra calça jeans regularmente?

2º Em relação a comprar e provar calça jeans nas

lojas, como é essa experiência pra você?

3º Você tem alguma dificuldade relacionada ao uso

de calça jeans? Por quê?

Modelo do questionário aplicado - Quadro 3.1

Page 28: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

28

3.1.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

De acordo com o questionário aplicado referente ao uso de calça jeans por mulheres

que usam manequim com numeração entre o tamanho 46 e 50. Os resultados das análises

foram divididas nas seguintes categorias. Como mostrado no Quadro 3.2.

Categorias analíticas Significados relacionados

Mobilidade Calça jeans com elastano

Ajuste no cós

Largura da boca

Segurança Altura do gancho

Ajuste no cós

Durabilidade Desgaste no entre pernas

Auto-estima Lojas especializadas para

pessoas com sobre

Cores escuras

Estética Largura na boca da calça

Jeans com elastano

Cores escuras

Conforto Ajuste no cóz da calça jeans

Quadro 3.2 Análise das entrevistas- categoria e significados do uso da calça jeans

pelas usuárias. A seguir estão algumas entrevistas:

A sensação de insegurança, e incômodo, limita os de movimentos, fazem com que

algumas mulheres tomem atitudes inadequadas, em relação ao uso do produto, a fim de

reverte o problema, e atingir a um nível mínimo de satisfação. Para a maioria das mulheres o

desconforto com a altura no gancho das calças jeans, é solucionado com o uso de uma blusa

com tamanho grande, no comprimento.

Page 29: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

29

“As calças com elastano, não proporcionam conforto, e segurança, além de ter o cós

muito baixo. Mas nas lojas não temos muitas opções” (entrevistada)

Por motivos estéticos, a calça com a boca justa ao corpo da usuária evidencia o

volume dos quadris, por esse motivo que esse modelo de calça, é vista como sendo feia, e de

mau gosto, pelas mulheres.

“As calças jeans com a boca skiny, são esteticamente feias e de mau gosto. Já a calça

jeans sem lycra tem a boca larga, têm o caimento melhor e veste muito bem!” (entrevistada).

A auto-estima entre as mulheres em dar preferência pelas cores escuras, pois estas

cores dão a sensação de parecerem mais magras. A durabilidade do produto fica representada

pelo desgaste das calças na região do entre pernas.

“Só compro calça jeans na cor preta ou bem escura, mais fica logo branca aqui nas

minhas coxas, eu odeio isso. A calça pra mim fica logo perdida!” (entrevistada).

Para as mulheres que buscam a melhor forma de atender as suas necessidades, e

procura adequar o produto ao corpo, o uso das pences na calça jeans, proporcionar conforto e

segurança do corpo, foi à melhor solução encontrada pela usuária.

“Preciso comprar um número maior pra poder usar, porque tenho os quadris largos

depois faço pences para justar a calça no meu corpo” (entrevistada).

Nesse caso, há uma relação entre o produto e a usuária, pois a função de deixar o

corpo mais definido e com formas arredondadas deve se ao uso da calça, para ela (usuária) a

roupa valoriza a auto-estima causando a sensação de se sentir bem, e de estar bonita.

“Faço ajustes na cintura e nas coxas para deixar o meu bumbum bem redondinho”

(entrevistada)

As usuárias não conseguem imaginar-se, comprando vestuário numa loja especializada

para pessoas que estão acima do peso.

“Nunca vou entrar numa loja que vendem roupa pra gordo! Tenho medo até de passar

na frente da loja, jamais comprarei lá!” (entrevistada)

Page 30: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

30

3.2 PROPOSTA DE UMA MODELAGEM DIFERECENCIADA DE CALÇA

JEANS PARA MULHERES QUE USAM MANEQUIM COM NUMERAÇÃO ENTRE

OS TAMANHOS 46 E 50.

3.2.1 DESENVOLVIMENTO DO MODELO PROPOSTO

O conjunto de bases da calça é composto por frente e costas, e pode ser confeccionado

em papel. Baseados em tabela de medidas de livros ou com medidas pessoais. O molde base

deve conter informações claras, sobre nível do gancho, altura do quadril, centro da frente,

centro das costas e pences. O molde dever ser fiel a tabela de medidas, sem adição de folga ou

margem de costura. Essas informações são essenciais para confecção do molde base (frente e

costas).

O molde de trabalho ou molde interpretado é a cópia dos contornos do molde base.

Faz-se necessário transferir o máximo possível de informações do molde base, incluindo

centro da frente, e centro das costas, as linhas da cintura, do quadril, e a altura do gancho

entre outras informações. Às vezes o molde de trabalho é muito manipulado, movido e

redesenhado, de forma que é preciso sempre estar marcando o sentido do fio, numero de

partes, tipo de tecido, etc. JONES (2005)

A escolha do tamanho 48 se deu pelo fato de ser um número intermediário entre o 46 e

o 50, e também por ser um tamanho consideravelmente mais fácil de trabalhar, considerando

que as entrevistadas por algum motivo ou valores estéticos, afirmavam usar o tamanho 46,

quando na verdade as medidas do seu corpo, se encaixava no tamanho 48.

Na verdade ficavam oscilando entre os três tamanhos, à vezes a circunferência do

quadril chegava até o tamanho 50, e a cintura da mesma pessoa media o tamanho 46. Para

essas usuárias a medida do quadril determina a numeração da calça.

Para confecção do molde base se faz necessário seguir uma tabela de medidas para ter

noção de tamanho (38, 40, 48, etc.), ou tirar as medidas da usuária, para servir como guia

durante o processo de confecção dos moldes. As medidas referenciais para a construção da

base de calça feminina tamanho 48 foram de DUARTE E SAGGESE (2010).

Page 31: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

31

Medidas Calça feminina Tam: 48

Perímetro da cintura 83 cm

Perímetro do quadril 116 cm

Altura do gancho 28 cm

Contorno do gancho 0

Comprimento 106 cm

Boca 40 cm

Tabela 3.2 - Medidas padrão do corpo humano Duarte e Saggese (2010).

Medidas usuária real Calça feminina Tam: 48

Perímetro da cintura 83 cm

Perímetro do quadril 116 cm

Altura do gancho 29 cm

Contorno do gancho 80 cm

Comprimento 106

Boca 40 cm

Tabela 3.3 - Medidas da modelo de prova (usuária).

A tabela 3.3 apresenta as medidas reais de uma modelo de prova, que usa T-48 para

fins de comparação durante o processo de confecção e manipulação dos moldes e

interpretado.

Aparti da tabela de medidas 3.3 executou-se o passo-a-passo do processo de confecção

dos moldes base. O método para a construção da base da calça feminina foi o descrito por

Duarte e Saggese (2010).

Page 32: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

32

Figura 3.4 Molde de base finalizado.

Na figura 3.4 podemos visualizar a proposta de uma calça jeans diferenciada para

mulheres que usam numeração entre os tamanhos 46 e 50, a ficha técnica serve como uma

espécie de documentação descritiva, da peça de roupa deve conter todas as informações sobre

o modelo a ser fabricado.

A ficha técnica tem como objetivo de levar informações sobre a matéria prima e o

modo de produção, e deve conter toda memória descritiva do produto. LEITE E VELOSSO

(2004).

A proposta do croqui é apresentar o esboço de uma calça jeans feminina, modelo

básico, boca reta, cós na altura da linha da cintura, e o deslocada da costura no entrepernas

para frente. O desenho propõe melhoria para o processo de confecção das modelagens para

calça jeans, tomando como base os problemas e as dificuldades relatadas pelas mulheres nas

entrevistas.

Page 33: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

33

A maior dificuldade na criação de roupa é a visualização da peça de roupa em relação

ao corpo para representá-la graficamente. O desenho técnico explicita os cortes, modelagem

completa e detalhada, com descrição da forma e do tamanho da peça.

NOME COMPOSIÇAO COR

Calça jeans Algodão e

poliéster

Azul

AVIAMENTOS

NOME COMPOSIÇAO COR

Linha 100% algodão Bege

Fio Algodão e

poliéster

Branca

Botão Plástico Azul

Zíper Metal Azul

SEQUÊNCIA OPERACIONAL

ORDE DE

MONTAGEM

TIPO DE MÁQUINA

Unir pala costa +

pregar bolso

Máquina reta + interloque

Page 34: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

34

Figura 3.5 Quadro ficha técnica para confecção de calça jeans

3.2.2 DESENVOLVIMENTO DA MODELAGEM PROPOSTA

Para confecção da base com a proposta de uma calça jeans diferenciada para mulheres

que usam manequim entre o tamanho 46 e 50. O molde base foi confeccionado em escala

reduzida de 1:2, no tamanho 48, sem adicionar folgas ou margem de costura de acordo com a

tabela de medidas do livro Modelagem Industrial Brasileira. DUARTE E SAGGESE (2010).

Figura 3.6 Confecção e estudo dos moldes em miniatura.

Unir gancho +

pespontar

Máquina reta + interloque

Pregar zíper e bolsos

frente

Máquina reta

Fechar laterais +

pespontar

Máquina reta + interloque

Page 35: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

35

Para o desenvolvimento do modelo proposto para modelagem de calça jeans

diferenciada para mulheres que usam manequim nos tamanhos entre 46 e 50. O primeiro

passo foi confeccionar o molde base, como mostra a figura 3.6.

A alteração no molde está relacionada à largura na boca da calça, este foi um dos

problemas mais citados pelas mulheres entrevistadas. A figura 3.6 mostra duas imagens

(molde base e molde interpretado) com base nas medidas da tabela antropométrica, no

tamanho 48. As linhas em vermelho da figura 3.6 mostram as alterações na largura da boca da

calça. Para isso, foram adicionados na largura da boca da calça; base da frente 2,5 cm, e base

das costas 3 cm.

Figura 3.7 Moldes trabalhados ou interpretados

As alterações propostas nesse molde de trabalho vêm atender as necessidades

referentes à altura do gancho e o desgaste no entrepernas das calças jeans.

Na figura 3.7 é mostrado como foram feitas as alterações na altura do gancho. Para

tanto foram feitas as seguintes alterações no molde: tomadas como base as medidas do

comprimento total do gancho da modelo de prova, e para fins de comparação a tabela de

medidas industrial, ambas no tamanho 48. Para fazer as alterações no molde de trabalho, a

Page 36: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

36

linha do perímetro do quadril serviu de guia para aumentar o comprimento do gancho. O

primeiro passo foi tirar a medida total da altura do gancho de uma pessoa real, dividir o valor

em partes iguais e adicionar a altura do gancho, e adicionar metade do valor para cada lado.

Ao fazer as divisões podem-se fazer os cortes seguindo as linhas que marcam a altura

do perímetro do quadril, após os cortes, separar totalmente as partes para acrescentar o valor

no comprimento do gancho. Com a régua curva (régua para modelagem), alinhar as partes

separadas, tomando como guia, a linha do gancho, traçando assim, a nova linha do gancho já

com aumento, feito isso, novamente com a régua curva fazer as correções na lateral, na altura

do quadril.

Após fazer o aumento no gancho, deve-se fazer um corte na parte de traz do molde, na

linha que marca a altura do quadril, sem separar as partes, como mostra a figura 3.7. Para

assim fazer uma abertura de 1,5 cm, e redesenhar todo o molde. Essa abertura irá aumentar a

região do glúteo (nadegas), na peça final, e proporcionando conforto, e comodidade para as

usuárias.

O desgaste no entrepernas das calças jeans foi outro problema de impacto descrito

pela maioria das entrevistadas, pois a um desgaste acelerado na calças nessa região que causa

desconforto, e prejuízo para as mulheres. Na tentativa de aumentar a vida útil das calças,

amenizar o atrito nas costuras na região do entrepernas, e dar conforto para as usuárias, foi

feito um estudo sobre esse problema, e uma das alternativas encontradas foi descentralizar as

costuras nessa região, para diminuir o atrito entre as pernas e a costura da calça jeans.

Para isso foi preciso fazer alterações no molde na tentativa de amenizar o problema. O

primeiro passo será juntar as duas partes dos moldes (frente e costas), e unir com fita adesiva,

as pontas dos ganchos até a altura dos joelhos (metade do comprimento das pernas).

Certificar-se de que está bem presa, e sem folga. Fazer um corte no molde (frente) de modo

que retire toda parte curva do gancho da frente, em média 03 cm (escala reduzida 1:2), e siga

abrindo até a altura dos joelhos. Retire a fita adesiva gire o lado do corte da ponta do gancho

para melhor encaixe no molde (corte reto da ponta do gancho se encaixa melhor, pelo lado de

dentro do molde e a ponta curva fica pra fora), prenda com a fita adesiva, e refaça o molde. A

figura acima mostra o molde pronto com as possíveis alterações, na segunda figura (4º passo).

Page 37: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

37

Figura 3.8 Peça piloto frente e costas, em escala reduzida 1:2 no tamanho 48

Na figura 3.8 acima se pode observar a peça piloto confeccionada em escala reduzida,

com a finalidade de acelerar os resultados, ganhar tempo e economizar tecido. O

procedimento de confecção e alteração no molde para realização da pilotagem foi descrito

anteriormente. MOLDES E MEDIDAS (2012)

A peça piloto se comportou com esperado, apresentando folga no perímetro do

quadril, na região do glúteo, a boca ficou mais reta, o cós alto na cintura. A costura na região

do entre pernas foi deslocamento pra frente não ficando totalmente visível como mostrada na

figura 3.8. Embora a solução encontrada para solucionar o problema do desgaste no

entrepernas das calças nesse estudo, tenha sido a remoção da costura na zona de atrito entre as

coxas. Esse pode ser um método para amenizar o problema nessa região, outras possibilidades

poderão ainda ser estudadas na modelagem.

Page 38: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

38

Figura 3.9 Peça piloto em processo de folgas e ajustes para adequação ao corpo

Com o intuito de se chegar e um resultado satisfatório para as usuárias de calça jeans

com numeração entre os tamanhos 46 e 50. A figura 3.9 descreve visualmente como foram

realisados os procedimentos de ajustes e folgas na modelagem, para tanto foram utilizada as

duas metodologias (descritas nas paginas anteriores), com a finalidade de levar melhorias

satisfatória a peça final.

Nas alterações realisadas na peça como mostra a figura 3.9, foram levados em

consideração os espectos relevantes para avaliação e alteração no molde, focando os

principais pontos de melhorias de acordo com as entrevistas.

A escolha do tecido para pilotagem, foi em brim, com espesura e textura proscimo ao

tecido jeans, pois a semelhança entre os tecidos na pilotagem dever ser próscimo ao da peça

final para evitar problemas com o caimento da roupa.

Após a peça piloto pronta com as medidas justa ao corpo, a modelo de prova deve usar

a calça para alterações finais. Com o intuito de aumentar a e dar conforto região do glúteo,

Page 39: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

39

pode-se prodecer da seguinte forma: comece a fazer cortes na peça piloto partindo da pence

na altura da cintura, descendo até 2 cm da barra da calça, ou até a altura dos joelhos, nas duas

pernas, coloque um tecido por dentro, alinhave ou prenda com alfinetes.

Faça um corte na transvessal na altura do apce da pence, coloque um tecido por dentro

e prenda com alfinetes ou alinhave. Após fazer os ajustes e as folgas necessário, retire a calça

da modelo de prova, e estender a peça sobre a mesa de corte, e passa todas as modificações

cuidadosamente para o molde de papel.

Na figura 3.9, os cortes na vertical foram feitos até a altura dos joelhos, visto que não

houve a nessecidade de ir além, pois os resultados são imediatos. Nesse caso a abertura até a

altura dos joelhos foi o sufuciente para obter os resultados desejados.

A modelo deve manter-se em posição ereta e imóvel, até o final do procedimento.

Ao fazer os ajustes verificar para que não haja folgas e sobras de tecido.

Fazer os ajustes de modo que elimine a pressão do glúteo sobre a calça, e haja uma

destribuição de forças igual em todo corpo.

Apois fazer as alterações de ajustes e folgas mais relevantes para a confecção do

molde final, fez-se necessário fazer uma análise nas duas tabelas de medidas, (medidas padão

do corpo humano, e medias reais do corpo de pesquisa) com o intuito de aproscima os dois

tamanhos, e assim com base nos resultados obtido através das alterações feitas anteriormente

utilisando os moldes base e a pilotagem, poder então partir para confecção do molde de

trabalho, acrescentando as folgas e as margens de costuras dar inicio ao corte do tecido, e

entrar no processo de cofecção da peça final com todas as alterações propostas.

Page 40: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

40

Figura 3.9.1 Peça final- calça Jeans proposta com as alterações

Na figura 3.9.1 pode-se observar a finalização do modelo proposto de calça jeans, para

mulheres que usam manequim, nos tamanhos entre 46 e 50. Com a finalidade de atender as

necessidades desse público, tomando como base os resultados das entrevistas, foram

consideradas as seguintes necessidades:

A altura do gancho foi alterado para o nível do perímetro da cintura.

A boca da calça ficou reta, para visualmente diminuir o volume do quadril.

O problema com odesgaste no entrepernas, foi solucionado com o deslocamento das

costuras na região do atrito entre as coxas.

A calça foi confeccionada com tecido jeans sem elastano e na cor azul escuro, para

atender mais uma das exigencias nas entrevistas.

Page 41: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

41

Na figura 3.9.1 é possivel observa que as dimensões do corpo da modelo, atende aos

padrões estéticos da pesquisa, e que o deslocamente da costura na região do entrepernas,

quase não é visivel, e que a calça jeans do modelo proposto não tem nenhum tipo de lavagem.

A modelo de prova não fez parte das entrevistas, serviu apenas para análise e ajuste do

produto proposto, mais houve uma satisfação imediata por parte da mesma, ao provar o

moldelo final. A avaliação positiva com relação a altura do gancho, o fato da calça acomodar

bem o corpo, proporcioanar conforto e segurança.

“Já tive uma calça assim, com esse cós alto. Mas faz muito tempo, e agora que estou

bem mais cheinha... Essa ficou ótima! As calças que tem o cós mais alto, quando eu vejo?

Pego logo, pode ser o preço que for. (modelo de prova)

Apenas o deslocamento de uma costura para frente ou para tráz, pode mudar o

caimento e a comodidade da peça de roupa. Em relação a mudança da costura na região do

entrepernas, chamou a atenção da modelo de prova.

. “Essa idéia de trazer a costura pra frente ficou muito boa, ficou até melhor de vestir!

E de andar também! Ficou muito boa. Essa região das pernas acaba com as calças!” (modelo

de prova)

Os valores relacionados a estética e a segurança do produto são perceptiveis de

diversas formas, no caso da eliminação das pregas na parte de tráz da perna não foi alvo de

preocupação ou de estudo, e não houve relato desse problema nas entrevistas. Porém foi

percebido logo ao fazer uso da peça.

“Essa calça não estar fazendo pregas na parte de tráz das pernas, é imprecionante isso!

Todas as minhas calças fica repuchando atráz. Essa calça eu compraria em qualquer loja. Eu

amei! (Modelo de prova)

Page 42: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

42

3.2.3 TESTES COM USUÁRIA

Para ter uma visão mais ampla sobre os resultados do modelo proposto da calça jeans

para mulheres que usam manequim com númeração entre os tamanhos 46 e 50. Então foi

necessário que algumas mulheres, com padrões de medidas semenhante ao tamanho da peça

proposta no tamanho 48, que podessem provar a calça e assim fazer as possiveis

considerações, para fins de avaliação com o propósito de identificar os fatores relevantes para

o uso e produção da calça em questão.

O uso do jeans sem elastano e a altura no gancho na confecção da peça foi alvo de

pecepção logo ao pegar o produto, quase todas as mulheres se mostraram interessadas na

calça por esses motivos. Ao vestir a peça foram avaliadas de forma possitivas a largura na

boca da calça e a ausencia de pregas na parte de tráz da perna. As questões relacionadas a

estéticas e o conforto do produto não são mencionadas mais ficam implicito no modelo

proposto.

“Não tem lycra? Pois já gostei! Ficou perfeita, essa altura no cós... È muito bom

porque disfaça as gordurinhas indesejadas, também gostei dessa boca mais larginha. Muito

boa... Vestiu bem, e não esta fazendo pregas na parte de tráz das pernas. Adorei! Eu

compraria essa calça com certeza. Eu gosto muito de fazer compras! (usuária).

Para a usuária havia uma inovação, que ela não conseguia identificar, e um vestígio de

frustração relacionada as provas de produtos anteriores, que a impedia de diagnósticar os

fatores relevantes no momento, para aquela calça, ao final a peça foi elogiada, e houve

consulta para compra.

“Essa calça tem lycra? Essa calça tem lycra? Porque só tenho calça jeans com lycra, e essa

esta diferente... Parece diferente! Olha, vestiu em mim muito bem. Acho que é por causa

desse tecido sem lycra. A altura no cós ficou ótima! (Usuária).

Neste caso houve uma sensação de repulsa e em seguida de aceitação por parte da

usuária, pois as questões de conforto e segurança não foram considerados de início pela

Page 43: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

43

usuária. O hábito de usar sempre o mesmo modelo de calça jeans, ou receber as peças em

casa, causa comodismo e insatisfação relacionada ao produto

“Essa calça parece não cabe em mim... Nossa! Deu certinho, olha só! Não está fazendo

aquelas pregas na parte de tráz das pernas que eu odéio! Achei o cós um pouquinho alto, mais

com essa calça nem vou precisar usar modelador, porque ela aperta a barriga. Ficou ótima!

Ficou mesmo!” (usuária).

No relato de outra usuária identificou-se que a funcionalidade dos produtos de moda

muitas vezes fica sufocada pela função estética, para essa cosumidora, o envolvimento com a

moda é prazeroso, mais reconhece que a indústria do vestúario confeccionam roupas

enadequadas para algumas ocasiões e deixa a desejar. As questões de conforto, segurança e

auto-estima muitas vezes fica só no imaginário.

“A boca está perfeita, larguinha! Eu adoro usar botas no inverno por dentro da calça

porque sou gordinha (fica menor com a bota por fora da calça), mais não acho uma calça

Jeans com a boca larga! Outra coisa que me faz comprar calça. È jeans sem lycra, faz muito

tempo que não uso uma calça sem lycra!” (usuária).

O uso da calça jeans denota os sentimentos de exclusividade e posse, algumas usuária

demostra um sentimento de envolvimento com a roupa

“Essa calça é confortável, e diferente, eu quero ficar com ela” Se você fizer pra

vender... Não vai faltar clientes, na sua porta!” (usuária)

Page 44: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

44

4. CONCLUSÕES

Conclui-se que o presente estudo realizado com as mulheres que usam calça jeans com

numeração entre os tamanhos 46 a 50, teve resultados positivos com relação ao

desenvolvimento de uma modelagem adequada ao porte físico das usuárias.

As mulheres com sobrepeso sentem algum tipo de dificuldade relacionada à compra e

uso da calça jeans, devido às dimensões do seu corpo. È comum se deparar com

consumidoras, que embora tenha hábitos de consumo, estão sempre vestindo a mesma peça de

roupa, isso se dá pelo fato de que calça jeans comum.

Durante o processo de modelagem da calça jeans é possível fazer alterações, que

venham trazer benefícios e atender as necessidades da usuária em questão. Todos os fatores

relacionados aos relatos das entrevistas foram levados em considerações, porém, foram alvos

de estudos os seguintes fatores: a altura no gancho, composição do tecido, a largura na boca

da calça, e o desgaste no entre pernas.

O projeto final da calça jeans teve aceitação unânime entre as mulheres, apenas por

atender aspectos simples como: conforto, caimento, segurança, e acima de tudo atender aos

valores estéticos das usuárias.

Page 45: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

45

REFERENCIAS

BAUER, M. W. G. G. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: um Manual

Prático. Petrópolis: Vozes, 2002.

BÜRDEK E B. Histórias, Teorias e Praticas do Design de Produtos. São Paulo. SP. 1º Ed.

Editora Edgard Blücher, 2006.

CATORIRA LU. Jeans, a roupa que transcende a moda. SP. Editoras Idéias & Letras,

2006.

COOPER, D. R.; S, P. S.; Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: 7ª. Ed. Ed.

Artmed, 2003.

DUARTE S. E S. S. Modelagem Industrial Brasileira. 5º Ed. Rio de Janeiro. Editora

Guarda Roupa. 2010.

FIORI. V. Sedentarismo e com dietas inadequadas 15% das crianças Brasileiras estão

acima do peso. Jornal O Estado de São Paulo, 31 de ago. 2003, Suplemento Feminino, p.13.

Disponível em: WWW.estadao.com.br.editoriais: acessado em 14/06/2012 9h.

JONES S. J. Fashion Design, Manual do Estilista. 2ª Reimpressão Ed. Editora. 2007.

LÖBACH B. Design Industrial. Rio de Janeiro: Editora Blücher 2001.

LUDWING, A. C. W. Fundamentos e prática de metodologia científica. Petrópolis: Ed.

Vozes, 2009.

MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. 2ª. Ed. São Paulo: Editora

Atlas, 2008

Page 46: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

46

MIRANDA A. P. Consumo de Moda, A relação pessoa-objeto. São Paulo: Editora Estação

das Letras e Cores, 2008.

MOLDES E M. Guia completo da costura. O passo a passo prático das técnicas para

confeccionar roupas e acessórios. Volume 2, São Paulo. Editora. Abril, 2012

MORRIS B. Fashion Illustrator. Manual do Ilustrador de Moda. São Paulo. SP. Editora.

Gustavo Gilí S.A 2007.

PEZZOLO D. B. Tecidos, História, Tramas, Tipos e usos Editora SENAC SP. 1º Ed. 2007

PIRES D. B. Design de Moda, Olhares Diversos. Editora Estação das Letras e das Cores

2008.

ROBUCK, J. A. Antropometric methods: designing to fit the human Body. Santa Monica:

Human Factors and Ergonomics Society, 1993

O grande l. C. SELEÇÃO DO READER`S DIGEST. Lisboa Portugal. 1980.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: Métodos e técnicas. São Paulo: 3ª. Ed. Ed. Atlas,

2008.

TREPTOW D. Inventando Moda. Santa Maria RS 4º Ed. Editora pallotti 2007

TIRVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências Sociais. Ed.16. São Paulo: Ed.

Atlas, 2008.

YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 3ª. Porto Alegre: Ed. Editora

Bookman, 2005.

Page 47: DEPARTAMENTO DE DESIGN · 2019. 10. 26. · capaz de alterar significativamente as proporções de largura e comprimento do corpo, com técnicas (modelagem, corte, costura) especificas

47