DEPARTAMENTO DE PARQUES E ÁREAS VERDES … · s seres vivos se relacionam de modo interdependente...

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BIODIVERSIDADE APA CAPIVARI - MONOS

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DEPARTAMENTO DE PARQUES E ÁREAS VERDES (DEPAVE)

DIVISÃO TÉCNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA E MANEJO DA FAUNA SILVESTRE (DEPAVE 3)

Av. IV Centenário, Portão 7A - Viveiro Manequinho Lopes

Parque Ibirapuera - São Paulo - SP - CEP 04030-050

Tel. 3885 6669 - 3887 2688

DIVISÃO TÉCNICA DA ESCOLA MUNICIPAL DE JARDINAGEM E

HERBÁRIO MUNICIPAL (DEPAVE 4)

Av. Pedro Alvares Cabral, s/nº

Parque Ibirapuera - São Paulo - SP - CEP 04094-050

Tel. 3884 3457

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PLANEJAMENTO (DEAPLA)

DIVISÃO TÉCNICA CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (DEA)

R. Paraíso, 387 - 4º andar

Paraíso - São Paulo - SP - CEP 04103-000

Tel. 3372 2321

Maiores informações da APA Capiravi-Monos:

Seção Técnica de Unidades de Conservação (DEPAVE 5)

Tel. 3372 2339

www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente

BIODIVERSIDADE

APA CAPIVARI - MONOS

Apoio:

Conselho Gestor daÁrea de Proteção Ambiental

do Capivari-Monos

Patrocínio:

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APRESENTAÇÃO

Você sabia que em São Pauloainda é possível encontrar rios e

cachoeiras de água cristalina, animaisameaçados de extinção e a maior reservade Mata Atlântica do Município?Neste lugar privilegiado, existe uma APA –Área de Proteção Ambiental do Capivari-Monos, com o objetivo principal deproteger a natureza e possibilitar odesenvolvimento de atividadeseconômicas, para que as pessoas quenela moram possam viver melhor, semprejudicar omeio ambiente.Há também um Conselho Gestor,formado por representantes do governo eda sociedade. O Conselho propõe edecide sobre as melhores soluções paraa região, respeitando o uso sustentáveldos recursos naturais.

ONDE CONSULTAR

BIODIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃOPAULO, BRASIL: SÍNTESE DOCONHECIMENTO AO FINAL DO SÉCULOXX, C. A. Joly e C. E. M. Bicudo, Fapesp,São Paulo (7 Volumes).

ÁRVORES BRASILEIRAS, H. Lorenzi,Editora Plantarum, Nova Odessa.

FLORES E ABELHAS EM SÃO PAULO,J.. R. Pirani e M. Cortopassi-Laurino,Edusp/Fapesp, São Paulo.

FRUTÍFERAS NATIVAS ÚTEIS À FAUNAEM SÃO PAULO, M. C. C. Sanchotene,Ed. Sagra, Porto Alegre.

HISTÓRIA NATURAL DA SERRA DOJAPI: ECOLOGIA E PRESERVAÇÃO DEUMA ÁREA FLORESTAL DO BRASIL, L.P. C. Morellato, Ed. Unicamp/Fapesp,Campinas.

ORNITOLOGIA BRASILEIRA, H. Sick,Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro.

AVES NO CAMPUS, E. Höfling e H. F. A.Camargo, Instituto de Biociências, USP,São Paulo.

RASTROS DE MAMÍFEROSSILVESTRES BRASILEIROS, M. Beckere J. C. Dalponte, Ed. UnB, Brasília.

EQUIPE TÉCNICA

CoordenaçãoMirian Mayumi Okada (Assist. Social)Nísia Mafra (Assist. Social)

TextosBrígida Gomes Fries (Bióloga)Ricardo José Francischetti Garcia (Biólogo)Clara Miti Izumisawa (Bióloga)Mirian Mayumi Okada (Assist. Social)Leo R. Malagoli (Estag. Biologia)

Projeto Gráfico / MapasMarcos Kawall Vasconcellos (Méd.Veterinário)

IlustraçõesTeresa de Lourdes Cavalheiro (Bióloga)Graça Maria Pinto Ferreira (Bióloga)

FotografiasGlória Jafet (Fotógrafa/Zoológico de SãoPaulo)Elmar Pequeno (Biólogo/SABESP)Brígida Gomes Fries (Bióloga)Ricardo José Francischetti Garcia (Biólogo)Clara Miti Izumisawa (Bióloga)Mirian Mayumi Okada (Assist. Social)Maria Lucia R. Bellenzani (Eng. Agrônoma)Adriana Joppert (Méd. Veterinária)

SÃO PAULO • 2006

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A fim de proporcionar ao maior número de pessoas o acesso

às informações ambientais daregião, foi elaborado este materialeducativo sobre a biodiversidade(todas as espécies de seres vivosem um dado local).Nesta publicação serãocomentados os diversos ambientese algumas espécies selecionadasde flora e fauna significativas daAPA. A preservação da região trazreflexos positivos, não só para acomunidade local, como para toda apopulação do município de SãoPaulo.

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Região contempla váriosambientes que abrigam grande

quantidade de espéciesda fauna e flora

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Localização da Área de Proteção Ambiental doCapivari-Monos no Município de São Paulo

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CONHECER PARA REFLETIR

Os seres vivos se relacionam de modo interdependente e só sobrevivem emambientes que apresentem condições necessárias para seu desenvolvimento,

buscando sempre o equilíbrio da natureza.

Por outro lado, váriasexperiências positivas têmmostrado que é possível aconvivência harmônica do serhumano com a natureza. Maspara que isso aconteça, épreciso antes de tudo rever alógica de que a natureza existepara ser dominada. Esteconceito de desenvolvimento,adotado pelos países doPrimeiro Mundo e imposto aosdemais, prega umconsumismo desenfreado.

É preciso estabelecer umanova relação com o meioambiente, baseada em valorese principios tais como orespeito à vida e à dignidade humana, a solidariedade, a participação consciente, ofazer individual e coletivo.

A mudança de hábitos e práticas não ocorre de um dia para o outro. Para isso, o diálogoprecisa existir e muitas reflexões devem ser feitas. E nesse processo, a informação éfundamental.

Para se formar uma opinião a respeito de qualquer assunto, é preciso, antes de tudo,conhecê-lo. Um dos objetivos desta publicação é possibilitar mais conhecimento sobreesta área de proteção ambiental.

Espera-se que você o utilize na escola, em casa ou nas trilhas com os amigos e quedesperte a valorização deste espaço tão significativo para todo o Município.

Detalhe da inflorescência de uma planta

AMBIENTES

Ambientes são locais em que vivem os seresvivos, como os microrganismos, as plantas,

os animais e a espécie humana. Os elementosfísicos do ambiente, como o solo, a água e ascondições climáticas, vão favorecer a ocorrênciade determinados seres vivos.A vegetação é o conjunto de plantas que ocorreem determinado ambiente, sendo um dosprincipais elementos que caracterizam umapaisagem. Ela tem importante papel naestabilidade do solo, na manutenção dosmananciais, da fauna e do clima da região. Asvárzeas, por exemplo, são fundamentais para aproteção dos recursos hídricos, pois funcionamcomo filtros na depuração da água.Para a fauna, a vegetação propicia condições deabrigo, alimentação, locomoção e reprodução. Porser formada por seres vivos que interagem entresi, a vegetação é dinâmica, isto é, pode mudar deaspecto e composição segundo alteraçõesnaturais (queda de raios, deslizamentos de terra,enchentes) ou provocadas pelo homem (queimadas, extrativismo, corte). Terminadauma destas alterações, verifica-se, ao longo do tempo, um processo de SUCESSÃOECOLÓGICA, isto é, a substituição de um conjunto de plantas por outros, até orestabelecimento das condições originais. Esses processos podem demorar dezenasa centenas de anos.Podemos reconhecer na região tipos de vegetação resultantes da ação humana como:hortas, pomares, jardins, reflorestamentos de pinheiros e eucaliptos e a vegetaçãoruderal (o “mato” que costuma crescer em terrenos baldios junto das casas e das ruas).Aqui, vamos caracterizar os tipos de vegetação nativa, não alterados pelo homem.

Cachoeira na Serra do Mar,extremo sul do Município

Ambiente campestre

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Na beira de córregos ocorre a mata ciliar

Exemplo típicode mata deplanaltonos morrosda região

Campo alto-montano

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PERERECADendropsophus minutus

Esta espécie de perereca é bempequena e os machos nãochegam a ultrapassar os 2,5centímetros. Possuem umacoloração castanho alaranjada. Agarganta do macho é amarela e ada fêmea, esbranquiçada. Vivemsobre as árvores, mas,durante o período reprodutivo(setembro a fevereiro), seconcentram em áreas abertascomo lagos e brejos existentes naAPA. O canto dos machos ébastante estridente, lembrando osom de grilos. A perereca tambémé muito importante para o bomfuncionamento da cadeia

alimentar, pois se alimenta de insetos e serve de alimento para outros animais, comoaves e mamíferos. O desaparecimento deste pequeno ser pode causar muitos danosao ambiente.

CAXINGUELÊ,ESQUILOOU SERELEPESciurus aestuans

O caxinguelê é um roedorque vive em florestaspreservadas ou degradadas.Gosta de se locomoverrápido nos cipós e nas copasdas árvores e aproveita ostroncos ocos para fazer suastocas.Tem hábito solitáriomas também pode serencontrado aos pares. Apalavra serelepe significacomportamento “irriquieto”, oque justifica um dos seus nomes. Alimenta-se de pequenos frutos, nozes e insetos.Nas trilhas da APA, é comum encontrar coquinhos com a característica marca triangularou quadrangular deixada pelo caxinguelê que deles se alimentou.

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O caxinguelê vive solitário ou aos pares

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AMBIENTE FLORESTAL

Mata AtlânticaÉ caracterizada pelo predomínio deárvores. Podem ser reconhecidostrês estratos (camadas): superior,médio e inferior. Aqui, é comumencontrarmos manacás, cássias,bromélias, orquídeas, begônias epalmeiras.Da fauna, reconhecemos: aves,como saíras, tangarás-dançadores, corocochós, pica-paus e beija-flores; anfíbios, comopererecas; mamíferos, comoveados-catingueiros, cachorros-do-mato, quatis e tatus.

De acordo com as condições de solo, clima e relevo, podemos reconhecer osseguintes tipos de mata:

Mata de planalto - nos morros ebaixadas, mais secos.Mata de neblina - no topo da Serra doMar, com ocorrência freqüente deneblina.Mata de encosta - na descida daSerra do Mar.Mata de turfeira - em áreas planas,alagadiças, com terra preta.Mata ciliar - acompanha os rios,córregos e represas.

A perereca macho tem voz estridente

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sDRÓSERADrosera villosa

São ervas insentívoras encontradas em regiões montanhosas do Sul e Sudeste doBrasil. Crescem em solos pobres em nitrogênio, geralmente encharcados. Paracompensar a carência nutricional, elas desenvolveram adaptações (“armadilhas”) paracapturar insetos: possuem folhas com muitos pêlos que produzem substânciaspegajosas. Pequenos insetos que pousam em suas folhas ficam presos e sãodigeridos pela planta. Florescem e frutificam somente em seu habitat natural, entreagosto e maio.

LÍQUEN

Liquens são associações entre algas e fungos em que ambos os tipos de organismostêm vantagem para sobreviver quando estão juntos. Dependendo das espéciesenvolvidas nessa associação, podemos reconhecer diferentes tipos de liquens:crescendo sobre pedras, muros e telhados, sobre árvores e ainda sobre o solo. Osliquens são utilizados como indicadores da qualidade ambiental porque têmcrescimento muito lento e são sensíveis a poluição e às condições de temperatura eumidade locais (microclima). É preocupante que os liquens venham sendo extraídospara uso decorativo, o que poderá levar vários deles à extinção local.

Ao centro, um exemplar de drósera.Liquens, mais claros, junto ao solo

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Vegetação aquática

Localização dos Ambientes Florestais e Campestres

AMBIENTE CAMPESTRELocal onde há predomínio de plantasherbáceas (ervas). Podem ocorrer arbustos eárvores de forma esporádica ou formandopequenas moitas. Da fauna, identificamos:pica-pau-do-campo, garça-vaqueira, quero-quero, sabiá-do-campo, preá.De acordo com as condições de solo, clima erelevo, podemos reconhecer os seguintes tiposde campos:

Campo alto-montano - no topo da Serra doMar, em geral, sobre solos pouco profundos ecom ocorrência freqüente de neblina.Campos de várzea, brejos e vegetaçãoaquática - várzeas (ou ‘vargem’) são áreasplanas, próximas a rios, sujeitas a inundaçõesperiódicas. Os brejos ocorrem em áreaspermanentemente encharcadas e a vegetaçãoaquática típica ocorre em áreas completamenteencobertas pela água. Há uma grandevariedade (gradiente) de formas de vegetação eflora, conforme muda o ambiente.

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ANTATapirus terrestrisEspécie ameaçada de extinção

A anta é o maior animal silvestre doMunicípio de São Paulo. Pesa 200quilos e mede até 2 metros decomprimento. Vive em florestas e pertodas margens de rios e brejos. Ésolitária e noturna. Suas pegadas sãofáceis de encontrar, mas é difícil de vê-la por ser tímida e silenciosa. Alimenta-se de vegetação terrestre, aquática,frutos de plantas rasteiras e frutoscaídos no chão como o araçá. A anta está ameaçada principalmente por causa da caçapara consumo da carne. Com o crescimento da cidade em direção ao sul do Município, ohomem está se aproximando cada vez mais do seu habitat e interferindo nas populaçõesque ainda ocorrem na APA do Capivari-Monos.

INTERAÇÃO ENTRE PLANTAS E ANIMAISARAÇÁPsidium cattleyanum

Árvore de 2,5 a 10 metros de altura, nativa da Mata Atlântica, ocorrendo da Bahia até oRio Grande do Sul, em locais de solos úmidos, em margem e interior de matas semi-devastadas e capoeirões, emcapoeiras e várzeas. Floresce desetembro a janeiro e seus frutosamadurecem de fevereiro atémarço, ocasião em que seobservam várias espécies depássaros, jacuguaçus, bugios eantas, alimentando-se deles. Éutilizada pelo homem para opreparo de geléias, compotas edoces. Partes da planta têmpropriedades medicinais.

Frutos de araçá alimentam as antas,compondo cadeia alimentar da região

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No Estado de São Paulo,

• Lista Preliminar da Flora

Ameaçada, SMA

• Lista da Fauna Ameaçada

(Decreto 42.838)

Legenda: Espécie ameaçada de extinção

No Mundo,

• Livro Vermelho União Internacional p/Conservação

da Natureza-IUCN/97, Plantas Ameaçadas

• Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de

Extinção-IUCN/2004

TUCANO-DE-BICO-VERDERamphastos dicolorus

Com um grande bico verdecaracterístico da espécie,corpo preto e papo amarelo,esta ave pode alcançar 50centímetros de comprimento.Vive em áreas de mata, ondese alimenta, principalmente,de frutos de palmeiras, comoo palmito e o jerivá, e tambémde amoras e jaboticabas. Éum importante dispersor desementes, ajudando narecomposição das matas.Costuma visitar pomares desítios para se alimentar.Devido a sua beleza, écomercializado de formaclandestina.

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Cachorro-do-mato se alimenta de pequenosmamíferos, aves, insetos e frutos

Espécie importante para dispersão de sementes

CACHORRO-DO-MATOOU LOBINHOCerdocyon thous

O cachorro-do-mato é pardo-cinzento ou cinzento-amarelado. Vive nas matas esuas bordas, nos campos epróximo a áreas habitadaspelo homem. É um animalonívoro, ou seja, alimenta-sede uma grande variedade deitens tais como: pequenosmamíferos, aves, insetos efrutos. Pode visitar sítios da

região em busca de alimento como frutas do pomar, galinhas e até restos de comida(lixo). Por ter hábito noturno, o cachorro-do-mato é difícil de ser visto, mas suaspegadas são facilmente encontradas nas trilhas e caminhos da APA.

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PALMITOEuterpe edulisEspécie ameaçada de extinção

Palmeira típica da Mata Atlântica, cresce emáreas de terras férteis, úmidas e sombreadas.Era utilizada pelos índios e já está ameaçada deextinção devido à extração predatória do palmito,comprometendo não somente a planta coletada,como também as mudas jovens que crescemnas imediações, por ocasião do pisoteio eretirada da planta cortada. A retirada do palmitoda mata é proibida por lei. Floresce na primaverae os frutos amadurecem no outono/inverno,quando são avidamente procurados por váriosanimais da mata, como por exemplo o pavão-do-mato. Demoram cerca de 8 a 10 anos paraproduzir frutos; portanto este deveria ser o tempomínimo de espera antes do corte, pois dariatempo para o estabelecimento de uma novageração no local.

PAVÃO-DO-MATO OU PAVÓPyroderus scutatusEspécie ameaçada de extinção

O pavão-do-mato é exuberante por sua forma e cor.Pode chegar a 40 centímetros, seu corpo é preto e opapo, vermelho. Vive em matas altas, em grupos deaté 10 indivíduos. Come frutos secos e carnosos,principalmente os de cor vermelha, como o coquinhodo palmito. Assim como a araponga, o pavão-do-matoé um ótimo dispersor de sementes, colaborando como crescimento das matas onde vive. As sementes dosfrutos engolidos por ele não são prejudicadas aopassar pelo intestino e até brotam mais rápido.Porém, com a destruição dos habitats, suasobrevivência, que depende da presença de frutossilvestres, está sendo seriamente ameaçada.

Exemplo de interação: pavão-do-mato se alimenta dos

frutos do palmito

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Cyathea delgadii

Apresenta caule ereto que pode atingir até10 metros de altura, sem ramificações,com grandes folhas no ápice, lembrandouma samambaia gigante. É uma espéciecomum no interior da Mata Atlântica, emlocais úmidos e que recebam maisiluminação, como clareiras e beira de rios.Tem parentesco próximo com os xaxins,que diferem por apresentar muitas raízesaéreas fibrosas sobre o caule, que sãoutilizadas comercialmente naconfecção de vasos.

AROEIRA-MANSASchinus terebinthifolius

O nome aroeira vem de araroieira, que significa“árvore da arara”, já essa ave pousa e vivepreferencialmente nela. Apresenta ampladistribuição, desde Pernambuco até o RioGrande do Sul, em beira de rios, matas,restingas e capoeiras. Planta muito resistente,suporta solos pobres e a seca, mas tambémcresce em solo úmido. Árvore da família dasanacardiáceas, que atinge até 15 metros, éótima para recuperação de áreas degradadas,especialmente matas ciliares. Temcrescimento rápido, florescendo já no primeiroano, principalmente entre setembro e janeiro.Seus frutos, que ocorrem entre janeiro e julho,são procurados pela avifauna. É utilizada comomedicinal e seus frutos são apreciados comocondimentos.

Esta espécieprefere locais úmidos e

bem iluminados

Os frutos de aroeira sãoapreciados pelos pássaros

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BIODIVERSIDADE APA CAPIVARI-MONOS BIODIVERSIDADE APA CAPIVARI-MONOS

BROMÉLIANidularium sp

As bromélias em geralpertencem à famíliaBromeliaceae, distribuindo-sepor todo o País,especialmente na MataAtlântica. Devido ao modismo,têm sido muito utilizadas emprojetos paisagísticos,provocando uma extraçãopredatória, colocando-as emrisco de extinção. Elasabrigam verdadeirosecossistemas dentro daconcavidade formada por suas

folhas em roseta, onde água e detritos são acumulados. Vários organismos comoinsetos, rãs e pequenas cobras podem viver ou depender diretamente delas. Suasflores atraem beija-flores.

PALMEIRINHALytocaryum hoehneiEspécie ameaçada de extinção

É uma espécie que ocorre só nosarredores da cidade de São Paulo, ouseja, é endêmica desta região. Devido aodesmatamento sem critérios da matasque ocorrem na região metropolitana deSão Paulo, há um potencial risco de estaespécie se tornar extinta. Normalmenteocorre em lugares sombreados da mata.Apresentam flores que ocorrem entreabril e junho.

As bromélias acumulam águae abrigam vários organismos

A espécie só é registrada perto dacidade de São Paulo

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ARAPONGAProcnias nudicollisEspécie ameaçada de extinção

A araponga é uma das aves maisfamosas da Região Sudeste. Omacho é todo branco e a fêmea éparda. Vive em matas preservadas ese alimenta de frutos silvestres,principalmente os suculentos, etambém pequenos insetos. Seucanto é inconfundível, um sommetálico parecendo uma martelada.É justamente pelo canto e a pela corque a araponga é procuradíssimapelo mercado de “aves de gaiola”.A captura ilegal da araponga,principalmente do macho branco,e a crescente destruição de seuhabitat são os principaismotivos de ameaça de extinção.

LONTRALontra longicaudisEspécie ameaçada de extinção

A lontra é uma excelente e graciosa nadadora. Vive solitária ou aos pares em rios deágua limpa. Costuma sair à noite para pescar. Além de peixes, alimenta-se de sapos,

pequenos mamíferos,camarões de água doce e deoutros invertebradosaquáticos. No entanto, oaumento da poluição dos riosestá causando o declíniodesses pequenos animaisaquáticos. Sem alimento, aslontras saem para pescar emlagos e represas de sítios. Osproprietários e caseirosmuitas vezes matam as

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Seu canto tem som estrindente

A lontra é umaexcelente nadadora

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PINHEIRO-DO-PARANÁAraucaria angustifoliaEspécie ameaçada de extinção

Pinheiro de grande porte (atinge 30 metros dealtura), nativo da região Sul e Sudeste do Brasil.Quando jovens, apresentam uma copa cônica esomente quando adultos têm o formatocaracterístico de taça. Sua madeira foi extraídairracionalmente, causando praticamente a suaextinção. Suas sementes (pinhões),tradicionalmente consumidas em festas juninas,também são coletadas de maneira predatória.Os pinhões são consumidos por aves,principalmente pela tiriba-de-testa-vermelha.

SOFRONITESSophronitis coccinea

O nome sofronites quer dizer: orquídea pequena. Pertence à família Orchidaceae e,como muitas espécies desta família, está ameaçada pela excessiva procura porcolecionadores e comerciantes que as retiram diretamente da mata. São típicas daMata Atlântica, onde são observadas nas bordas mais iluminadas e nos estratosarbóreos mais baixos, onde normalmente há mais umidade. Essas orquídeas, queflorescem principalmente entre julho e setembro, têm sido muito utilizadas para

hibridação com outrasorquídeas, devido à presençade flores vermelhas. Hibridação,no caso, é um processo demistura genética, provocadopelo homem, ao utilizar o pólende uma espécie para fecundarflores de outras espécies,obtendo-se descendentes comcaracterísticas intermediárias.

Os pinhões sãoalimentos de aves

Orquídea típicade Mata Atlântica

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ONÇA-PARDA OU SUÇUARANAPuma concolorEspécie ameaçada de extinção

O nome suçuarana vem dos índiostupis que a chamam de suaçu-arana que significa “cor-de-veado”.É o maior felino do Município deSão Paulo, podendo chegar a ummetro e meio de comprimento.Vive em matas e ocupa áreas deaté 200 quilômetros quadrados.Tem hábito noturno e diurno.Solitária e tímida, dificilmenteataca o ser humano. Não emiterugidos e marca o seu territórioarranhando o tronco das árvores.Alimenta-se de veados, pacas,lebres, cobras e ratos. A onça-parda é o topo da cadeia alimentar

silvestre. Seu único predador é o homem. Devido à mudança de seu habitat empastagens e à redução de suas presas naturais, ela pode atacar criações de bovinos eaves em sítios e fazendas. Os moradores menos conscientes acabam matando estefelino em defesa de suas criações.

BUGIOAlouatta guariba clamitansEspécie ameaçada de extinção

Os bugios vivem nas copas das árvores dematas preservadas, em grupos de 2 a 11indivíduos. São pacatos e tranqüilos,passam a maior parte do tempodescansando. Alimentam-se de folhas,frutos e flores de muitas trepadeiras eárvores das matas. Os machos sãoavermelhados e as fêmeas de cor marrommais escuro. Costumam emitir som rouco,parecido com o do porco, antes detempestades. São importantes disseminadores de sementes e portanto restauradoresnaturais das florestas. O crescimento irregular da cidade de São Paulo está provocandoa destruição das matas onde eles vivem. A população humana, ao ocupar essas áreas,acaba caçando ou capturando os bugios para mantê-los em cativeiro.

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A onça-parda é topo da cadeiaalimentar silvestre

O Bugio vive em matas altas preservadas

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CADEIA ALIMENTAR

Cadeia alimentar é umesquema para

representar as relações dealimentação entre seres vivos.No exemplo, reconhecemos oARAÇÁ (uma planta) como oinício da cadeia: sãochamados de PRODUTORES.Várias partes da mesmaplanta podem ser consumidaspor diferentes tipos deanimais, os CONSUMIDORESPRIMÁRIOS. Eles podem sercomidos por outros animais,os CONSUMIDORESSECUNDÁRIOS e assim pordiante. Um mesmo animal, noexemplo o GAMBÁ, pode secomportar ora comoconsumidor primário, oracomo consumidor secundário.Na natureza, ocorrem váriascadeias alimentaresinterligadas, que chamamosde TEIA ALIMENTAR. Quandohá falta ou excesso dequalquer elemento da teiaalimentar, toda ela pode serafetada.É bom lembrar: além do quefoi representado no quadro, háos DECOMPOSITORES,organismos como fungos,pequenos animais emicróbios que se alimentamdos dejetos e partes mortasde qualquer elemento dacadeia. Ao final desseprocesso, estarão disponíveispara as plantas, os nutrientesnecessários ao seudesenvolvimento.

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PINHEIRO-DO-PARANÁAraucaria angustifoliaEspécie ameaçada de extinção

Pinheiro de grande porte (atinge 30 metros dealtura), nativo da região Sul e Sudeste do Brasil.Quando jovens, apresentam uma copa cônica esomente quando adultos têm o formatocaracterístico de taça. Sua madeira foi extraídairracionalmente, causando praticamente a suaextinção. Suas sementes (pinhões),tradicionalmente consumidas em festas juninas,também são coletadas de maneira predatória.Os pinhões são consumidos por aves,principalmente pela tiriba-de-testa-vermelha.

SOFRONITESSophronitis coccinea

O nome sofronites quer dizer: orquídea pequena. Pertence à família Orchidaceae e,como muitas espécies desta família, está ameaçada pela excessiva procura porcolecionadores e comerciantes que as retiram diretamente da mata. São típicas daMata Atlântica, onde são observadas nas bordas mais iluminadas e nos estratosarbóreos mais baixos, onde normalmente há mais umidade. Essas orquídeas, queflorescem principalmente entre julho e setembro, têm sido muito utilizadas para

hibridação com outrasorquídeas, devido à presençade flores vermelhas. Hibridação,no caso, é um processo demistura genética, provocadopelo homem, ao utilizar o pólende uma espécie para fecundarflores de outras espécies,obtendo-se descendentes comcaracterísticas intermediárias.

Os pinhões sãoalimentos de aves

Orquídea típicade Mata Atlântica

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ONÇA-PARDA OU SUÇUARANAPuma concolorEspécie ameaçada de extinção

O nome suçuarana vem dos índiostupis que a chamam de suaçu-arana que significa “cor-de-veado”.É o maior felino do Município deSão Paulo, podendo chegar a ummetro e meio de comprimento.Vive em matas e ocupa áreas deaté 200 quilômetros quadrados.Tem hábito noturno e diurno.Solitária e tímida, dificilmenteataca o ser humano. Não emiterugidos e marca o seu territórioarranhando o tronco das árvores.Alimenta-se de veados, pacas,lebres, cobras e ratos. A onça-parda é o topo da cadeia alimentar

silvestre. Seu único predador é o homem. Devido à mudança de seu habitat empastagens e à redução de suas presas naturais, ela pode atacar criações de bovinos eaves em sítios e fazendas. Os moradores menos conscientes acabam matando estefelino em defesa de suas criações.

BUGIOAlouatta guariba clamitansEspécie ameaçada de extinção

Os bugios vivem nas copas das árvores dematas preservadas, em grupos de 2 a 11indivíduos. São pacatos e tranqüilos,passam a maior parte do tempodescansando. Alimentam-se de folhas,frutos e flores de muitas trepadeiras eárvores das matas. Os machos sãoavermelhados e as fêmeas de cor marrommais escuro. Costumam emitir som rouco,parecido com o do porco, antes detempestades. São importantes disseminadores de sementes e portanto restauradoresnaturais das florestas. O crescimento irregular da cidade de São Paulo está provocandoa destruição das matas onde eles vivem. A população humana, ao ocupar essas áreas,acaba caçando ou capturando os bugios para mantê-los em cativeiro.

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A onça-parda é topo da cadeiaalimentar silvestre

O Bugio vive em matas altas preservadas

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BROMÉLIANidularium sp

As bromélias em geralpertencem à famíliaBromeliaceae, distribuindo-sepor todo o País,especialmente na MataAtlântica. Devido ao modismo,têm sido muito utilizadas emprojetos paisagísticos,provocando uma extraçãopredatória, colocando-as emrisco de extinção. Elasabrigam verdadeirosecossistemas dentro daconcavidade formada por suas

folhas em roseta, onde água e detritos são acumulados. Vários organismos comoinsetos, rãs e pequenas cobras podem viver ou depender diretamente delas. Suasflores atraem beija-flores.

PALMEIRINHALytocaryum hoehneiEspécie ameaçada de extinção

É uma espécie que ocorre só nosarredores da cidade de São Paulo, ouseja, é endêmica desta região. Devido aodesmatamento sem critérios da matasque ocorrem na região metropolitana deSão Paulo, há um potencial risco de estaespécie se tornar extinta. Normalmenteocorre em lugares sombreados da mata.Apresentam flores que ocorrem entreabril e junho.

As bromélias acumulam águae abrigam vários organismos

A espécie só é registrada perto dacidade de São Paulo

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ARAPONGAProcnias nudicollisEspécie ameaçada de extinção

A araponga é uma das aves maisfamosas da Região Sudeste. Omacho é todo branco e a fêmea éparda. Vive em matas preservadas ese alimenta de frutos silvestres,principalmente os suculentos, etambém pequenos insetos. Seucanto é inconfundível, um sommetálico parecendo uma martelada.É justamente pelo canto e a pela corque a araponga é procuradíssimapelo mercado de “aves de gaiola”.A captura ilegal da araponga,principalmente do macho branco,e a crescente destruição de seuhabitat são os principaismotivos de ameaça de extinção.

LONTRALontra longicaudisEspécie ameaçada de extinção

A lontra é uma excelente e graciosa nadadora. Vive solitária ou aos pares em rios deágua limpa. Costuma sair à noite para pescar. Além de peixes, alimenta-se de sapos,

pequenos mamíferos,camarões de água doce e deoutros invertebradosaquáticos. No entanto, oaumento da poluição dos riosestá causando o declíniodesses pequenos animaisaquáticos. Sem alimento, aslontras saem para pescar emlagos e represas de sítios. Osproprietários e caseirosmuitas vezes matam as

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Seu canto tem som estrindente

A lontra é umaexcelente nadadora

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PALMITOEuterpe edulisEspécie ameaçada de extinção

Palmeira típica da Mata Atlântica, cresce emáreas de terras férteis, úmidas e sombreadas.Era utilizada pelos índios e já está ameaçada deextinção devido à extração predatória do palmito,comprometendo não somente a planta coletada,como também as mudas jovens que crescemnas imediações, por ocasião do pisoteio eretirada da planta cortada. A retirada do palmitoda mata é proibida por lei. Floresce na primaverae os frutos amadurecem no outono/inverno,quando são avidamente procurados por váriosanimais da mata, como por exemplo o pavão-do-mato. Demoram cerca de 8 a 10 anos paraproduzir frutos; portanto este deveria ser o tempomínimo de espera antes do corte, pois dariatempo para o estabelecimento de uma novageração no local.

PAVÃO-DO-MATO OU PAVÓPyroderus scutatusEspécie ameaçada de extinção

O pavão-do-mato é exuberante por sua forma e cor.Pode chegar a 40 centímetros, seu corpo é preto e opapo, vermelho. Vive em matas altas, em grupos deaté 10 indivíduos. Come frutos secos e carnosos,principalmente os de cor vermelha, como o coquinhodo palmito. Assim como a araponga, o pavão-do-matoé um ótimo dispersor de sementes, colaborando como crescimento das matas onde vive. As sementes dosfrutos engolidos por ele não são prejudicadas aopassar pelo intestino e até brotam mais rápido.Porém, com a destruição dos habitats, suasobrevivência, que depende da presença de frutossilvestres, está sendo seriamente ameaçada.

Exemplo de interação: pavão-do-mato se alimenta dos

frutos do palmito

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Cyathea delgadii

Apresenta caule ereto que pode atingir até10 metros de altura, sem ramificações,com grandes folhas no ápice, lembrandouma samambaia gigante. É uma espéciecomum no interior da Mata Atlântica, emlocais úmidos e que recebam maisiluminação, como clareiras e beira de rios.Tem parentesco próximo com os xaxins,que diferem por apresentar muitas raízesaéreas fibrosas sobre o caule, que sãoutilizadas comercialmente naconfecção de vasos.

AROEIRA-MANSASchinus terebinthifolius

O nome aroeira vem de araroieira, que significa“árvore da arara”, já essa ave pousa e vivepreferencialmente nela. Apresenta ampladistribuição, desde Pernambuco até o RioGrande do Sul, em beira de rios, matas,restingas e capoeiras. Planta muito resistente,suporta solos pobres e a seca, mas tambémcresce em solo úmido. Árvore da família dasanacardiáceas, que atinge até 15 metros, éótima para recuperação de áreas degradadas,especialmente matas ciliares. Temcrescimento rápido, florescendo já no primeiroano, principalmente entre setembro e janeiro.Seus frutos, que ocorrem entre janeiro e julho,são procurados pela avifauna. É utilizada comomedicinal e seus frutos são apreciados comocondimentos.

Esta espécieprefere locais úmidos e

bem iluminados

Os frutos de aroeira sãoapreciados pelos pássaros

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ANTATapirus terrestrisEspécie ameaçada de extinção

A anta é o maior animal silvestre doMunicípio de São Paulo. Pesa 200quilos e mede até 2 metros decomprimento. Vive em florestas e pertodas margens de rios e brejos. Ésolitária e noturna. Suas pegadas sãofáceis de encontrar, mas é difícil de vê-la por ser tímida e silenciosa. Alimenta-se de vegetação terrestre, aquática,frutos de plantas rasteiras e frutoscaídos no chão como o araçá. A anta está ameaçada principalmente por causa da caçapara consumo da carne. Com o crescimento da cidade em direção ao sul do Município, ohomem está se aproximando cada vez mais do seu habitat e interferindo nas populaçõesque ainda ocorrem na APA do Capivari-Monos.

INTERAÇÃO ENTRE PLANTAS E ANIMAISARAÇÁPsidium cattleyanum

Árvore de 2,5 a 10 metros de altura, nativa da Mata Atlântica, ocorrendo da Bahia até oRio Grande do Sul, em locais de solos úmidos, em margem e interior de matas semi-devastadas e capoeirões, emcapoeiras e várzeas. Floresce desetembro a janeiro e seus frutosamadurecem de fevereiro atémarço, ocasião em que seobservam várias espécies depássaros, jacuguaçus, bugios eantas, alimentando-se deles. Éutilizada pelo homem para opreparo de geléias, compotas edoces. Partes da planta têmpropriedades medicinais.

Frutos de araçá alimentam as antas,compondo cadeia alimentar da região

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No Estado de São Paulo,

• Lista Preliminar da Flora

Ameaçada, SMA

• Lista da Fauna Ameaçada

(Decreto 42.838)

Legenda: Espécie ameaçada de extinção

No Mundo,

• Livro Vermelho União Internacional p/Conservação

da Natureza-IUCN/97, Plantas Ameaçadas

• Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de

Extinção-IUCN/2004

TUCANO-DE-BICO-VERDERamphastos dicolorus

Com um grande bico verdecaracterístico da espécie,corpo preto e papo amarelo,esta ave pode alcançar 50centímetros de comprimento.Vive em áreas de mata, ondese alimenta, principalmente,de frutos de palmeiras, comoo palmito e o jerivá, e tambémde amoras e jaboticabas. Éum importante dispersor desementes, ajudando narecomposição das matas.Costuma visitar pomares desítios para se alimentar.Devido a sua beleza, écomercializado de formaclandestina.

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Cachorro-do-mato se alimenta de pequenosmamíferos, aves, insetos e frutos

Espécie importante para dispersão de sementes

CACHORRO-DO-MATOOU LOBINHOCerdocyon thous

O cachorro-do-mato é pardo-cinzento ou cinzento-amarelado. Vive nas matas esuas bordas, nos campos epróximo a áreas habitadaspelo homem. É um animalonívoro, ou seja, alimenta-sede uma grande variedade deitens tais como: pequenosmamíferos, aves, insetos efrutos. Pode visitar sítios da

região em busca de alimento como frutas do pomar, galinhas e até restos de comida(lixo). Por ter hábito noturno, o cachorro-do-mato é difícil de ser visto, mas suaspegadas são facilmente encontradas nas trilhas e caminhos da APA.

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sDRÓSERADrosera villosa

São ervas insentívoras encontradas em regiões montanhosas do Sul e Sudeste doBrasil. Crescem em solos pobres em nitrogênio, geralmente encharcados. Paracompensar a carência nutricional, elas desenvolveram adaptações (“armadilhas”) paracapturar insetos: possuem folhas com muitos pêlos que produzem substânciaspegajosas. Pequenos insetos que pousam em suas folhas ficam presos e sãodigeridos pela planta. Florescem e frutificam somente em seu habitat natural, entreagosto e maio.

LÍQUEN

Liquens são associações entre algas e fungos em que ambos os tipos de organismostêm vantagem para sobreviver quando estão juntos. Dependendo das espéciesenvolvidas nessa associação, podemos reconhecer diferentes tipos de liquens:crescendo sobre pedras, muros e telhados, sobre árvores e ainda sobre o solo. Osliquens são utilizados como indicadores da qualidade ambiental porque têmcrescimento muito lento e são sensíveis a poluição e às condições de temperatura eumidade locais (microclima). É preocupante que os liquens venham sendo extraídospara uso decorativo, o que poderá levar vários deles à extinção local.

Ao centro, um exemplar de drósera.Liquens, mais claros, junto ao solo

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Vegetação aquática

Localização dos Ambientes Florestais e Campestres

AMBIENTE CAMPESTRELocal onde há predomínio de plantasherbáceas (ervas). Podem ocorrer arbustos eárvores de forma esporádica ou formandopequenas moitas. Da fauna, identificamos:pica-pau-do-campo, garça-vaqueira, quero-quero, sabiá-do-campo, preá.De acordo com as condições de solo, clima erelevo, podemos reconhecer os seguintes tiposde campos:

Campo alto-montano - no topo da Serra doMar, em geral, sobre solos pouco profundos ecom ocorrência freqüente de neblina.Campos de várzea, brejos e vegetaçãoaquática - várzeas (ou ‘vargem’) são áreasplanas, próximas a rios, sujeitas a inundaçõesperiódicas. Os brejos ocorrem em áreaspermanentemente encharcadas e a vegetaçãoaquática típica ocorre em áreas completamenteencobertas pela água. Há uma grandevariedade (gradiente) de formas de vegetação eflora, conforme muda o ambiente.

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Na beira de córregos ocorre a mata ciliar

Exemplo típicode mata deplanaltonos morrosda região

Campo alto-montano

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PERERECADendropsophus minutus

Esta espécie de perereca é bempequena e os machos nãochegam a ultrapassar os 2,5centímetros. Possuem umacoloração castanho alaranjada. Agarganta do macho é amarela e ada fêmea, esbranquiçada. Vivemsobre as árvores, mas,durante o período reprodutivo(setembro a fevereiro), seconcentram em áreas abertascomo lagos e brejos existentes naAPA. O canto dos machos ébastante estridente, lembrando osom de grilos. A perereca tambémé muito importante para o bomfuncionamento da cadeia

alimentar, pois se alimenta de insetos e serve de alimento para outros animais, comoaves e mamíferos. O desaparecimento deste pequeno ser pode causar muitos danosao ambiente.

CAXINGUELÊ,ESQUILOOU SERELEPESciurus aestuans

O caxinguelê é um roedorque vive em florestaspreservadas ou degradadas.Gosta de se locomoverrápido nos cipós e nas copasdas árvores e aproveita ostroncos ocos para fazer suastocas.Tem hábito solitáriomas também pode serencontrado aos pares. Apalavra serelepe significacomportamento “irriquieto”, oque justifica um dos seus nomes. Alimenta-se de pequenos frutos, nozes e insetos.Nas trilhas da APA, é comum encontrar coquinhos com a característica marca triangularou quadrangular deixada pelo caxinguelê que deles se alimentou.

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O caxinguelê vive solitário ou aos pares

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AMBIENTE FLORESTAL

Mata AtlânticaÉ caracterizada pelo predomínio deárvores. Podem ser reconhecidostrês estratos (camadas): superior,médio e inferior. Aqui, é comumencontrarmos manacás, cássias,bromélias, orquídeas, begônias epalmeiras.Da fauna, reconhecemos: aves,como saíras, tangarás-dançadores, corocochós, pica-paus e beija-flores; anfíbios, comopererecas; mamíferos, comoveados-catingueiros, cachorros-do-mato, quatis e tatus.

De acordo com as condições de solo, clima e relevo, podemos reconhecer osseguintes tipos de mata:

Mata de planalto - nos morros ebaixadas, mais secos.Mata de neblina - no topo da Serra doMar, com ocorrência freqüente deneblina.Mata de encosta - na descida daSerra do Mar.Mata de turfeira - em áreas planas,alagadiças, com terra preta.Mata ciliar - acompanha os rios,córregos e represas.

A perereca macho tem voz estridente

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CONHECER PARA REFLETIR

Os seres vivos se relacionam de modo interdependente e só sobrevivem emambientes que apresentem condições necessárias para seu desenvolvimento,

buscando sempre o equilíbrio da natureza.

Por outro lado, váriasexperiências positivas têmmostrado que é possível aconvivência harmônica do serhumano com a natureza. Maspara que isso aconteça, épreciso antes de tudo rever alógica de que a natureza existepara ser dominada. Esteconceito de desenvolvimento,adotado pelos países doPrimeiro Mundo e imposto aosdemais, prega umconsumismo desenfreado.

É preciso estabelecer umanova relação com o meioambiente, baseada em valorese principios tais como orespeito à vida e à dignidade humana, a solidariedade, a participação consciente, ofazer individual e coletivo.

A mudança de hábitos e práticas não ocorre de um dia para o outro. Para isso, o diálogoprecisa existir e muitas reflexões devem ser feitas. E nesse processo, a informação éfundamental.

Para se formar uma opinião a respeito de qualquer assunto, é preciso, antes de tudo,conhecê-lo. Um dos objetivos desta publicação é possibilitar mais conhecimento sobreesta área de proteção ambiental.

Espera-se que você o utilize na escola, em casa ou nas trilhas com os amigos e quedesperte a valorização deste espaço tão significativo para todo o Município.

Detalhe da inflorescência de uma planta

AMBIENTES

Ambientes são locais em que vivem os seresvivos, como os microrganismos, as plantas,

os animais e a espécie humana. Os elementosfísicos do ambiente, como o solo, a água e ascondições climáticas, vão favorecer a ocorrênciade determinados seres vivos.A vegetação é o conjunto de plantas que ocorreem determinado ambiente, sendo um dosprincipais elementos que caracterizam umapaisagem. Ela tem importante papel naestabilidade do solo, na manutenção dosmananciais, da fauna e do clima da região. Asvárzeas, por exemplo, são fundamentais para aproteção dos recursos hídricos, pois funcionamcomo filtros na depuração da água.Para a fauna, a vegetação propicia condições deabrigo, alimentação, locomoção e reprodução. Porser formada por seres vivos que interagem entresi, a vegetação é dinâmica, isto é, pode mudar deaspecto e composição segundo alteraçõesnaturais (queda de raios, deslizamentos de terra,enchentes) ou provocadas pelo homem (queimadas, extrativismo, corte). Terminadauma destas alterações, verifica-se, ao longo do tempo, um processo de SUCESSÃOECOLÓGICA, isto é, a substituição de um conjunto de plantas por outros, até orestabelecimento das condições originais. Esses processos podem demorar dezenasa centenas de anos.Podemos reconhecer na região tipos de vegetação resultantes da ação humana como:hortas, pomares, jardins, reflorestamentos de pinheiros e eucaliptos e a vegetaçãoruderal (o “mato” que costuma crescer em terrenos baldios junto das casas e das ruas).Aqui, vamos caracterizar os tipos de vegetação nativa, não alterados pelo homem.

Cachoeira na Serra do Mar,extremo sul do Município

Ambiente campestre

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APRESENTAÇÃO

Você sabia que em São Pauloainda é possível encontrar rios e

cachoeiras de água cristalina, animaisameaçados de extinção e a maior reservade Mata Atlântica do Município?Neste lugar privilegiado, existe uma APA –Área de Proteção Ambiental do Capivari-Monos, com o objetivo principal deproteger a natureza e possibilitar odesenvolvimento de atividadeseconômicas, para que as pessoas quenela moram possam viver melhor, semprejudicar omeio ambiente.Há também um Conselho Gestor,formado por representantes do governo eda sociedade. O Conselho propõe edecide sobre as melhores soluções paraa região, respeitando o uso sustentáveldos recursos naturais.

ONDE CONSULTAR

BIODIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃOPAULO, BRASIL: SÍNTESE DOCONHECIMENTO AO FINAL DO SÉCULOXX, C. A. Joly e C. E. M. Bicudo, Fapesp,São Paulo (7 Volumes).

ÁRVORES BRASILEIRAS, H. Lorenzi,Editora Plantarum, Nova Odessa.

FLORES E ABELHAS EM SÃO PAULO,J.. R. Pirani e M. Cortopassi-Laurino,Edusp/Fapesp, São Paulo.

FRUTÍFERAS NATIVAS ÚTEIS À FAUNAEM SÃO PAULO, M. C. C. Sanchotene,Ed. Sagra, Porto Alegre.

HISTÓRIA NATURAL DA SERRA DOJAPI: ECOLOGIA E PRESERVAÇÃO DEUMA ÁREA FLORESTAL DO BRASIL, L.P. C. Morellato, Ed. Unicamp/Fapesp,Campinas.

ORNITOLOGIA BRASILEIRA, H. Sick,Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro.

AVES NO CAMPUS, E. Höfling e H. F. A.Camargo, Instituto de Biociências, USP,São Paulo.

RASTROS DE MAMÍFEROSSILVESTRES BRASILEIROS, M. Beckere J. C. Dalponte, Ed. UnB, Brasília.

EQUIPE TÉCNICA

CoordenaçãoMirian Mayumi Okada (Assist. Social)Nísia Mafra (Assist. Social)

TextosBrígida Gomes Fries (Bióloga)Ricardo José Francischetti Garcia (Biólogo)Clara Miti Izumisawa (Bióloga)Mirian Mayumi Okada (Assist. Social)Leo R. Malagoli (Estag. Biologia)

Projeto Gráfico / MapasMarcos Kawall Vasconcellos (Méd.Veterinário)

IlustraçõesTeresa de Lourdes Cavalheiro (Bióloga)Graça Maria Pinto Ferreira (Bióloga)

FotografiasGlória Jafet (Fotógrafa/Zoológico de SãoPaulo)Elmar Pequeno (Biólogo/SABESP)Brígida Gomes Fries (Bióloga)Ricardo José Francischetti Garcia (Biólogo)Clara Miti Izumisawa (Bióloga)Mirian Mayumi Okada (Assist. Social)Maria Lucia R. Bellenzani (Eng. Agrônoma)Adriana Joppert (Méd. Veterinária)

SÃO PAULO • 2006

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A fim de proporcionar ao maior número de pessoas o acesso

às informações ambientais daregião, foi elaborado este materialeducativo sobre a biodiversidade(todas as espécies de seres vivosem um dado local).Nesta publicação serãocomentados os diversos ambientese algumas espécies selecionadasde flora e fauna significativas daAPA. A preservação da região trazreflexos positivos, não só para acomunidade local, como para toda apopulação do município de SãoPaulo.

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Região contempla váriosambientes que abrigam grande

quantidade de espéciesda fauna e flora

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Localização da Área de Proteção Ambiental doCapivari-Monos no Município de São Paulo